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GLICOCORTICOIDES 
Os glicocorticoides são hormônios produzidos nas 
glândulas suprarrenais. Essas glândulas estão 
localizadas bilateral-mente acima dos rins (polo 
superior de cada rim), possuem duas camadas que 
possuem diferentes origens embriológi-cas e diferentes 
funções, são elas: 
• Medula (porção interna) - provém do 
endoderma e sua função é a produção dos 
hormônios adrenalina e noradrenalina; 
• Córtex (porção externa) - origina-se do 
mesoderma e é dividido em 3 zonas: 
glomerulosa (produz mineralocorticoides), 
fasciculada (produz glicocorticoides) e reticular 
(produz pouca quantidade de andrógenos e 
estrógenos). 
2. Fisiologia das Glândulas Suprarrenais 
O hipotálamo é estimulado em situações de estresse, 
como a forma neurogênica (ex. medo), a forma 
sistêmica (ex. hipoglicemia, hemorragia, citocinas) e 
outros estímulos (ação de drogas como a adrenalina, 
níveis reduzidos de cortisol). 
Com isso há produção do hormônio liberador da 
corticotrofina (CRH). O CRH estimula a produção, pela 
hipófise, do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que 
tem um estímulo inespecífico na glândula suprarrenal, 
fazendo com que seja liberado os três principais 
hormônios dessa glândula (glicocorticoides, 
mineralocorticoides e os sexuais), além de estimular a 
hiperplasia da suprarrenal. 
Os hormônios produzidos (ex, cortisol) regulam a 
liberação de CRH e ACTH por meio de um feedback 
negativo, onde as altas concentrações do cortisol 
inibem a liberação de CRH e ACTH. 
O CRH está, também, sujeito a uma forte regulação 
rítmica diária do núcleo supra-quiasmático, fazendo 
com que o nível de cortisol aumente durante o final da 
madrugada e as primeiras horas da manhã e vá 
continuamente declinando durante o dia até o 
anoitecer. 
O ACTH causa atrofia sobre a zona fasciculada e 
reticulada, se a estimulação for crônica (semanas a 
meses). Pacientes que estão em uso crônico de 
glicorticoides, recebendo níveis suprafisiológicos, como 
por exemplo pulsoterapia para certos casos de Lúpus 
eritematoso sistêmico e anemia hemolítica-autoimune, 
não podem descontinuar a terapia de forma abrupta, 
uma vez que isso não permitirá tempo para o eixo 
hipotálamo-hipófise-adrenal se readaptar, podendo 
levar a falência das adrenais. 
Biossíntese 
Os glicocorticoides endógenos são produzidos a partir 
do colesterol capturado na circulação na forma de 
lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de 
alta densidade (HDL). Esse colesterol livre é então 
esterificado e armazenado nas gotículas de lipídios das 
células grandes da zona fasciculada. Essas células 
ainda podem sintetizar algum colesterol. 
A primeira reação para produção de cortisol é a 
conversão do colesterol em pregnenolona, sendo etapa 
limitante na biossíntese hormonal, estimulada pelo 
ACTH,DPOC provavelmente por aumentar a 
capacidade de ligação do colesterol ao citocromo P450 
presente na membrana mitocondrial. 
A pregnenolona deixa a mitocôndria e se torna o 
precursor obrigatório dos corticosteroides e 
andrógenos adrenais, nesse período ocorrem 
hidroxilação de substratos. 
Obs.: A síntese do corticosteroide pode ser inibida por 
três compostos farmacológicos, são eles: Mitotano – 
destrói o córtex suprarrenal (doença de Addison 
induzida); Metirapona e Aminoglutetimida – bloqueiam 
de forma reversível as enzimas necessárias na síntese 
do corticosteroide. 
Os glicocorticoides sintéticos são produzidos a partir do 
ácido cólico, que pode ser obtido do gado ou de plantas 
das famílias Liliaceae e Discoriaceae. 
Farmacocinética 
Os glicocorticoides, são compostos lipofílicos, e, em 
sua maioria, são bem absorvidos (difusão passiva) e 
eficazes, quando administrados por via oral (VO). 
Exemplo, a absorção da hidrocortisona por VO varia de 
45 – 80%, e o pico plasmático ocorre em 
aproximadamente 1 hora após a administração. 
Vale lembrar que existem outras formas, preparados 
especiais, como na forma der succinato, 
hemissuccinato ou fosfato que alcançam níveis 
sanguíneos elevados em 15 – 30 minutos, quando 
utilizados por via parenteral. 
A meia-vida do cortisol circulante é de cerca de 60-90 
minutos, podendo aumentar quando se administra 
cortisol em grandes quantidades, ou na presença de 
stress, hipotireoidismo ou doença hepática. Para 
infusão venosa, são preparados ésteres solúveis, como 
hemissuccinato de hidrocortisona ou o fosfato de 
dexametasona. 
Além disso, quando se deseja absorção lenta, pode-se 
lançar mão dos preparados sob a forma de acetato, que 
são indicados por via intramuscular (IM), ou intra-
articular. 
Ainda, outra forma que pode ser utilizada é a inalatória, 
como o dipropianato de beclometasona que é 
administrado sob forma de aerossóis no tratamento da 
asma, e também existem os preparados para o uso 
tópico. 
Obs.: o cortisol é também denominado de 
hidrocortisona ou composto F. A hidrocortisona é a 
preparação farmacêutica do cortisol. No plasma, de 80 
– 90% da hidrocortisona se combina reversivelmente 
com um alfa-globulina especial, sintetizada no fígado, a 
transcortina ou globulina ligadora de corticosteroides 
(CBG) e cerca de 5-7% é transportada se liga à 
albumina. 
A quantidade não ligada é a responsável pela atividade 
farmacológica da droga. A CBG aumenta durante a 
gravidez, no hipertireoidismo e em casos de 
administração de estrogênios. O hipotireoidismo reduz 
a concentração de CBG. 
Obs.: com níveis elevados de cortisol, o excesso se liga 
à albumina, por isso, quando há hipoalbuminemia os 
efeitos colaterais podem ser mais intensos, devido ao 
aumento na fração livre (ativa) do hormônio. A albumina 
possui baixa afinidade com o cortisol e em termos 
práticos, todo cortisol ligado à albumina deve ser 
considerado na forma livre. 
Obs.: análogos sintéticos do cortisol, como a 
dexametasona, exibem pequena afinidade com a CBG, 
porém ligam-se em maior ou menor proporção à 
albumina, o que faz com que o grau de ligação e a 
quantidade de forma livre circulante seja dose-
dependente. 
Obs.:Vale destacar que alguns análogos como a 
cortisona e a prednisona tem uma biodisponibilidade 
menor do que a da hidrocortisona e da prednisolona, 
pois essas últimas não necessitam passar pelo fígado 
para que se transformem em seus compostos ativos. 
Os corticosteroides são biotransformados no fígado e 
são mais vulneráveis quando estão na forma livre ou 
ligados à albumina. A nível hepático há redução da 
dupla ligação e dos grupos cetônicos importantes das 
moléculas de esteroides, inativando-os. 
Dessa forma, quando metabolizados ou conjugados 
com ácido glicurônico, os corticoides tornam-se mais 
polares e hidrossolúveis, isso dificulta a ligação deles 
com proteínas plasmáticas, o que implca que sejam 
eliminados pelos rins mais facilmente. 
É importante salientar que os corticoides atravessam 
de forma significativa a barreira placentária. Diante 
disso, é possível utilizar tais substâncias para prevenir 
virilização em fetos femininos portadores de hiperplasia 
de adrenal congênita, bem como induzir maturação 
pulmonar nos prematuros. 
Além disso, outro aspecto de suma importância é 
quanto aos pacientes dialisados que tem uma maior 
perda da medicação, assim, podem ser necessárias 
maiores doses. Já em hepatopatas, é preferível o uso 
de drogas que não necessitem da metabolização 
hepática para se tornarem ativos. 
Ainda, vale reforçar que disfunções tireoidianas podem 
alterar a meia-vida do cortisol, ocorrendo aumento 
desse em paciente com hipotireoidismo e diminuição no 
paciente com hipertireoidismo. 
Farmacodinâmica 
Os glicocorticoides têm ação em quase todo o 
organismo, pois influenciam no funcionamento da 
maioria das células. O receptor para os glicocorticoides 
(GR) é uma fosfoproteína, onde estão acopladas duas 
proteínas em sua forma inativa, as heat shock proteins 
(HSP), que tem como função deixar o GR na formaestrutural adequada para a ligação com o 
glicocorticoide. O GR se localiza dentro da célula então, 
os corticosteroides precisam atravessar a membrana 
plasmática (provavelmente por difusão) para se ligarem 
ao GR. 
Ao se ligar, o GR e o corticoide formam um complexo 
que se dirige ao núcleo e parte do receptor se liga em 
porções específicas do genoma, os chamados 
elementos de respostas ao glicocorticoides (GRE), 
produzindo assim o RNA com posterior síntese 
proteica. 
Alguns medicamentos podem diminuir a eficácia dos 
corticoides por aumentarem seu catabolismo. São 
exemplos de medicamentos assim: difenil-hidantoína, 
carbamazepina, rifampicina e o fenobarbital, drogas 
que podem acelerar a inativação dos corticoides devido 
ao estímulo da oxidação hepática. 
Diante disso, pode ser necessário doses maiores de 
corticoides para alcançar o efeito desejado. Além disso, 
drogas como estrógenos e anticoncepcionais orais 
aumentam a produção de CBG, e isso faz com que a 
meia vida dos corticoides aumente. 
Ademais, a progesterona tem efeito antiglicocorticoide, 
ou seja, atua inibindo competitivamente os 
glicocorticoides. Essa é uma das explicações para o 
fato de não existirem sinais da síndrome de Cushing na 
gravidez, embora o cortisol livre esteja aumentado no 
final dessa. 
A progesterona eleva-se muito, especialmente durante 
o 3o trimestre de gravidez. O cetoconazol inibe 
reversivelmente a síntese de corticosteroides, podendo 
ser usado também na síndrome de Cushing. 
É de extrema importância saber que os glicocorticoides 
possuem importante ação sobre o metabolismo 
intermediário, em especial, nos carboidratos, proteínas 
e lipídios. 
Metabolismo dos Carboidratos: Esses hormônios 
levam à hiperglicemia, atuando na absorção, no 
consumo periférico e na produção. Tem como efeito 
estimular a gliconeogênese hepática a partir de 
aminoácidos provenientes da inibição da síntese 
proteica periférica. 
Além disso, há ainda um efeito indireto dos 
glicocorticoides na gliconeogênese, pois é provável que 
o efeito do glucagon e das catecolaminas seja 
aumentado na presença de corticoides. Ademais, há 
diminuição da utilização de glicose nos tecidos 
periféricos e aumento na absorção intestinal de 
carboidratos. Diante disso, é válido lembrar que 
pacientes diabéticos, em uso de glicocorticoides, 
devem receber ajustes nas doses do hipoglicemiantes 
ou de insulina. 
Metabolismo e Proteínas: Os glicocorticoides inibem 
a incorporação dos aminoácidos a proteína, assim, 
inibem a síntese proteica nos tecidos periféricos 
(músculos, pele, tecido adiposo, tecido conjuntivo, 
tecido linfoide). 
Além disso, estimulam o catabolismo proteico nesses 
tecidos periféricos, o que leva a um aumento na 
concentração de aminoácidos que serão usados na 
gliconeogênese e síntese proteica hepática. Durante 
esse período, de ação dos corticoides, a excreção 
urinária de aminoácidos e ácido úrico está aumentada. 
Metabolismo dos lipídeos: Os glicocorticoides são 
capazes de aumentar a lipólise através da inibição da 
síntese de ácidos graxos de cadeia longa. Dessa forma 
há liberação de ácido graxo e glicerol, que são 
utilizados como substratos na gliconeogênese. Sabe-se 
que os adipócitos de cada região reagem de formas 
diferentes a esse estímulo, sendo os periféricos mais 
sensíveis que os do tronco, o que leva a uma obesidade 
centrípeta. 
Metabolismo do cálcio e dos ossos: Os efeitos dos 
glicocorticoides sobre os ossos é dose dependente, ou 
seja, depende da quantidade de droga usado e o 
também do tempo de uso. As doses terapêuticas 
diminuem a formação óssea e a produção de colágeno 
além de estimular a reabsorção. 
Outros efeitos fisiológicos: Os glicocorticoides 
podem agir no sistema circulatório, principalmente em 
situações de estresse, seja ele psicogênico ou 
sistêmico, quando há aumento da resposta aos efeitos 
pressores, possivelmente devido ao aumento do 
número e da afinidade dos receptores beta-
adrenérgicos, responsáveis pela ação inotrópicas 
positivas das catecolaminas. Por fim, vale destacar que 
os glicocorticoides são essenciais para o 
funcionamento normal dos músculos lisos e estriados. 
Efeitos Farmacológicos 
São possíveis quando os glicocorticoides são 
administrados em doses superiores à quantidade 
produzida endogenamente. Geralmente, os efeitos são 
extensões daqueles produzidos fisiologicamente. 
Sabe-se que as principais indicações são com base em 
seus efeitos anti-inflamatórios e imunossupressor. 
Inflamação: A hidrocortisona e seu análogos são muito 
usados na medicina devido aos seus efeitos anti-
inflamatórios, nas situações em que o “excesso de 
defesa”, acaba sendo mais prejudicial que benéfico. 
Os glicocorticoides são capazes de inibir ou retardar 
todos os passos do processo inflamatório, como 
redução da permeabilidade do endotélio capilar, 
evitando assim o extravasamento de líquidos e 
proteínas, o que leva há uma redução no edema; há 
também a inibição da marginalização e a migração dos 
leucócitos e tem capacidade de dificultar a deposição 
de fibrina e a proliferação de fibroblastos, o que retarda 
o processo de cicatrização. 
Obs.: o acúmulo de leucócitos no local da inflamação 
pode ser suprimido por até 12h após o uso de uma dose 
de corticoide. 
Além disso, estudos mostram que os glicocorticoides 
conseguem “estabilizar as membranas” dos 
lisossomos, isso faz com que eles se rompam com 
maior dificuldade, o que diminui a quantidade de 
enzimas hidrolíticas liberadas pelos lisossomos. Há 
também a manutenção da integridade da membrana 
celular, o que previne a tumefação e destruição celular 
excessiva. 
É digno de nota que os glicocorticoides também são 
capazes de inibir o início das reações que culminam na 
produção de certas prostaglandinas e leucotrienos 
devido a diminuição da oferta de ácido araquidônico, ou 
seja, inibem a síntese desse ácido. 
Alergia e Imunidade: Os corticoides são mais 
eficientes em inibir a imunidade celular (linfócitos) e a 
hipersensibilidade do que a imunidade humoral 
(anticorpos). Percebe-se que os corticoides causam 
involução e atrofia de todo o tecido linfoide, além de 
diminuir o número de linfócitos circulantes. Já os efeitos 
sobre a imunidade humoral são menos expressivos, 
não há interferência na produção de anticorpos, sendo 
prejudicado apenas a fase inicial da ativação das 
células B, que são dependentes dos linfócitos T. 
Uso Terapêutico 
São indicações absolutas e permanentes de uso de 
corticoides os pacientes com insuficiência de adrenal 
ou nos portadores de hiperplasia adrenal congênita, 
nesses casos são utilizadas doses de reposição. Vale 
ressaltar, que exceto nesses casos citados acima, a 
corticoterapia não é terapêutica etiológica ou curativa, 
sendo apenas paliativa, visto que seus efeitos são anti-
inflamatórios e imunossupressores. 
Ademias, algumas observações são de extrema 
importância acerca do uso de corticoides. Primeiro, o 
uso exacerbado desses hormônios pode levar a 
síndrome de Cushing. Segundo a retirada abrupta da 
corticoterapia, principalmente em paciente tratado a 
longo prazo, está associada com um risco significativo 
de insuficiência de adrenal. 
Esquemas de uso: Contínuo – ou seja, uso diário, com 
várias tomadas durante o dia; Alternado – usado 
principalmente em casos onde o tratamento se 
prolonga, sendo o objetivo desse esquema a 
diminuição dos efeitos adversos, em especial a 
supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. 
Obs.: a suspensão do glicocorticoide pode ser feita 
com um esquema de redução de 25% por semana, até 
alcançar níveis de substituição. A partir disso, mantém-
se algum tema com o esquema em dias alternados, a 
fim de estimular a produção de hormônios pela 
suprarrenal, até que a medicação possa ser retirada. 
Corticoides em Endocrinologia: São usados 
principalmente como terapia substitutiva,quando há 
hipofunção da adrenal. Nesse caso, a dose utilizada é 
bem menor quando comparada as usadas com 
intenção anti-inflamatória ou imunossupressora. A 
hipercalemia é outra indicação do uso de corticoides, 
em especial quando se trata de uma complicação de 
neoplasias. 
Corticoides nas doenças do colágeno: Vale destacar 
que os corticoides não alteram o curso da doença, 
sendo usados apenas quando medidas mais simples 
não forem capazes de estabilizar o quadro. O uso pode 
ser por via oral, diariamente, ou por pulsoterapia com 
altas doses administradas mensalmente, através de 
injeção intra- articular e uso tópico em casos de 
manifestações dermatológicas. Alguns autores afirmam 
que os corticoides devem ser administrados sempre 
que existirem sinais de cardite reumática. 
Corticoides nas doenças alérgicas: São indicados 
em várias manifestações alérgicas, como: urticária, 
doença do soro, dermatite de contato, reações a 
drogas, anafilaxia e outras. Vale destacar que não são 
a droga de primeira linha. 
Corticoide nas doenças do aparelho digestivo: 
Pacientes com colite ulcerativa que não melhoram com 
o emprego de outras drogas, a administração pode ser 
por via oral ou via retal (colite restrita ao reto ou até o 
retossigmóide). Outra situação onde os corticoides são 
utilizados é na Doença de Crohn, além de serem 
indicados na doença celíaca ou espru não tropical, 
quando os pacientes não respondem a dieta restrita ao 
glúten. 
Deve-se destacar, que também são recomendados em 
casos de hepatites com necrose hepática subaguda 
graves e na necrose maciça (hepatites fulminantes) e 
em caso de encefalopatia na hepatite alcoólica. 
Corticoides nas doenças hematopoéticas: São 
indicações de uso: anemias hemolíticas autoimunes 
adquiridas, púrpura trombocitopênica idiopática, 
leucemias agudas, anemia aplástica, reações 
transfusionais e mieloma múltiplo. 
Corticoides em Neurologia: Um exemplo bem 
característico é o uso de dexametasona em casos de 
edema cerebral e hipertensão intracraniana observada 
nos processos expansivos, sendo bem eficazes quando 
o edema é de origem vasogênica. 
Outras condições onde é necessária a utilização de 
glicocorticoides é na miastenia gravis, esclerose 
múltipla e no trauma raquimedular. 
Corticoides em psiquiatria: Um exemplo é a 
utilização de dexametasona como teste biológico no 
diagnóstico e orientação terapêutica da depressão 
maior. 
Corticoides nas doenças Infecciosas: São usados 
em tuberculose com derrame pleural e pericárdico, na 
tuberculose miliar e na meningite tuberculosa. Podem 
ser usados também nos casos de febre tifoide, 
diminuindo significativamente a mortalidade, na 
mononucleose infecciosa grave, nas 
laringotraqueobronquites graves, pneumonia por vírus. 
Corticoides no Choque: Estão indicados naqueles 
produzidos por insuficiência adrenocortical (choque 
addisoniano) e provavelmente no choque séptico. 
Corticoides em Pneumologia: Indicados em 
tuberculose pulmonar, algumas viroses do aparelho 
respiratório, asma brônquica, síndrome de Hamman-
Rich (fibrose intersticial difusa), sarcoidose e outras. 
Corticoides em Nefrologia: Indicados em Síndrome 
Nefrótica idiopática com lesão mínima, envolvimento 
renal em algumas doenças imunológicas sistêmicas, 
controle da rejeição dos transplantados renais. 
Corticoide de Uso Tópico: Quando usados dessa 
forma possuem duas ações: Anti-inflamatória e 
Antimicótica. São indicados em casos de psoríase, 
dermatite de contato, eczema atópico da criança, lúpus 
eritematoso discoide, líquen plano e outros. 
Corticoides em Oftalmologia: Indicações mais 
comuns são conjuntivites, e em condições mais graves, 
tem-se a exoftalmia associada à doença de graves. 
TOXICIDADE 
Os efeitos dependem basicamente da dose utilizada. 
Dessa forma, as doses de reposição fisiológica, 
praticamente não há efeitos adversos, mas a medida 
que se aumenta a dose as manifestações vão se 
tornando mais expressivas. 
Sabe-se que algumas condições dos pacientes 
parecem intensificarem os efeitos colaterais, como 
pacientes idosos com intolerância à glicose e fraqueza 
muscular e os pacientes desnutridos, com menor 
concentração plasmática de proteínas, o que faz com 
que haja mais droga em sua forma livre.

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