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Relatório sobre o Impacto da Reforma Tributária para o Comércio e suas propostas A reforma tributária, proposta pelo atual ministro da economia, Paulo Guedes, é uma alteração nas atuais leis brasileiras que determinam a quantidade e os valores de impostos e tributos pagos, tais quais sua forma de cobrança. Para o ministro, a reforma se faz necessária, dado a alta taxa de impostos paga pelos brasileiros, atualmente o Brasil ocupa a 30° posição no ranking dos países nos quais os impostos trazem benefícios para a sociedade; em outras palavras há mais cobranças do que retornos no país. Entre os muitos objetivos da Reforma Tributária, o principal é tornar o sistema tributário nacional mais transparente, menos burocrático, além de simplificar todo o processo de arrecadação e estimular a economia como um todo. Os autores entendem, que com uma taxação menos burocrática haverá um maior incentivo para o consumo e para investimentos, em adição a isso a reforma irá colaborar com a geração de novos negócios e empregos. No entanto, a proposta trouxe alguns debates acerca de quais seriam os impactos da mesma no setor comercial do país. Conduzido pelo deputado e relator da subcomissão mista da Reforma Tributária dentro da Assembleia Legislativa, Giuseppe Riesgo, acredita junto com os demais presentes da subcomissão, que as propostas da Reforma devem ser formuladas com base no setor produtivo e comercial de cada estado, para assim incentivar o crescimento deles. A proposta de Paulo Guedes, envolve em seu plano principal, a unificação dos impostos federais PIS e COFINS, esses seriam transformados em um único imposto chamado de CBS (Contribuição de Bens e Serviços), que teriam uma alíquota em torno de 12%. A proposta da Reforma Tributária aponta também mudanças na tributação das instituições financeiras, essas hoje tem uma alíquota de PIS e COFINS acumuladas em 4,65%, e com a mudança cresceriam para 5,9%. Apesar da proposta ser interessante pois resolve alguns problemas voltados ao contencioso destes tributos e também define a base de cálculo dos mesmos, ela “abre portas” para gerar problemas relacionados aos marketplaces e demais e-commerces; os opositores à Reforma, entendem que na questão dos marketplaces por exemplo, esses seriam colocados como responsáveis tributários caso o vendedor de sua plataforma não realize o recolhimento do CBS; ou seja o marketplace seria responsabilizado a fazer esse recolhimento. Com isso é possível que os marketplaces atuais, como a OLX, Mercado Livre, etc, passem de repente a ter de recolher o tributo do CBS e serem responsáveis tributárias. O que pode gerar ainda mais discussão é fato que na maioria das vezes a taxa de intermediação dos marketplaces é menor do que a alíquota proposta pelo governo de 12% de CBS na venda de bens e serviços. Em adição de todas as questões já apontadas, os setores comerciais apresentam como impacto negativo também o aumento da desigualdade regional, devido a extinção dos incentivos e outros benefícios fiscais, além da perda da autonomia tributárias nos estados e municípios brasileiros que irá prejudicar o desenvolvimento regional. Por fim a insegurança jurídica, em especial no período de transição, o aumento dos custos e gastos e a grande ofensa ao pacto federativo. Ainda há pesquisas, como a apontada pelo conselheiro tributário da AGV, Pedro de Bem, que mostram a reforma trazendo um aumento na sonegação fiscal inflação nos produtos da cesta básica e também a fuga de investimentos para outros estados. Em contrapartida, ainda há autores que defendem que o impacto da reforma para a indústria e para o comércio será positivo, isso graças a exclusão de tributos da base de cálculo e a ampliação do rol de créditos, para Sérgio Galindo presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a reforma tributária terá um impacto nos preços do setor de serviços de 8%. A frente parlamentar do Comércio na Câmara é representada pelo deputado Efraim Filho, e para esse já um consenso de que é preciso mudar o sistema, fazendo com que a Reforma seja necessária, porém alguns como Glauco Humai (Presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers), defendem que a prioridade de ajuste tributários estatais devam vir através da Reforma Administrativa, pauta que também já corre no Congresso Nacional além de entender que a pandemia do COVID19 seja atualmente um obstáculo para a realização da Reforma Tributária. Apesar da proposta da Reforma Tributária ainda estar em sua fase de planejamento com a possibilidade de ser adicionada novas emendas em sua passagem pela Câmara e pelo Senado, entendo que essa ainda precise ser mais ampla e que apenas uma reforma de tributos não seja o suficiente para a economia e muito menos para o comércio brasileiro; isso porque haverá um aumento da carga tributária no setor de serviço e não uma mudança na quantidade de horas gastas no pagamento de tributos. Por fim, acredito que apenas a simplificação de tributos e que a criação do CBS seja pouco e não muito eficiente para o setor comercial, e que para uma melhor mudança, os debates acerca da Reforma devam ser liderados também em âmbitos estaduais e municipais e não apenas no âmbito federal. Referências: CÂMARA DO COMÉRCIO, França-Brasil. Cinco pontos para entender os impactos da reforma tributária no seu negócio. CCI França Brasil, [S. l.], p. 1, 8 ago. 2020. Disponível em: encurtador.com.br/cpxEZ Acesso em: 20 nov. 2020. CONTÁBIL, Jornal. Quais os impactos da Reforma Tributária na economia e no comércio eletrônico?. Jornal Contábil, [S. l.], p. 1, 28 ago. 2020. Disponível em: https://www.jornalcontabil.com.br/quais-os-impactos-da-reforma-tributaria-na-economia-e- no-comercio-eletronico/. Acesso em: 20 nov. 202 CONTABILIZEI, B. O que é Reforma Tributária? O que muda, objetivo e benefícios. Contabilizei, [S. l.], p. 1-5, 22 set. 2020. Disponível em: https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/reforma-tributaria/. Acesso em: 20 nov. 2020. MUGNATTO, Silvio. Setor de serviços aponta impacto de 8% nos preços com reforma tributária. Câmara dos Deputados, [S. l.], p. 1, 11 ago. 2020. Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/683535-setor-de-servicos-aponta-impacto-de-8-nos- precos-com-reforma-tributaria/. Acesso em: 20 nov. 2020.
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