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Política Setorial – Assistência Social UNIDADE I Profa. Ma. Silmara Quintana Aula 01 Ementa Estudo da trajetória da Assistência Social no Brasil e os principais marcos regulatórios. A Constituição de 1988 e a Seguridade Social no Brasil. A Política de Assistência Social: a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O debate acerca das necessidades básicas e dos mínimos sociais. O público e o privado no âmbito da assistência social. Temas atuais relativos à Assistência Social. Novos parâmetros a partir da Política Nacional de Assistência Social. O exercício profissional a partir dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e dos Centros Especializados da Assistência Social (CREAS), Objetivo geral Refletir sobre a evolução e trajetória da Política de Assistência Social no Brasil e seus desdobramentos para a ação profissional do Assistente Social. Conteúdo das Unidades UNIDADE I A CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA POLÍTICA PÚBLICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 1. Conceitualização de Política Social 2. Da Lei dos Pobres à Seguridade Social 3. A Constituição Federal como Sistema Afiançador de Proteção Social 4. Enfim, a Política de Assistência Social UNIDADE II A PROTEÇÃO SOCIAL NO SUAS 1. Seguranças, vigilâncias e controle social 2. Proteções afiançadas pela PNAS 3. Eixos estruturais 4. Níveis de proteção do SUAS UNIDADE III INSTRUMENTOS DE GESTÃO 1. Gestão 2. Gestão do trabalho 3. Vigilância socioassistencial 4. Instrumentos de gestão Unidade I Nesta unidade, será realizado um estudo da trajetória da política de assistência social no Brasil, iniciando pela conceituação de política social e a constituição da seguridade social, seguidos pela apresentação dos principais marcos regulatórios, bem como: a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e o Sistema Único de Assistência Social (Suas). Conceitualização de Política Social Da Lei dos Pobres à Seguridade Social 1349: Estatuto dos Trabalhadores 1563: Estatuto dos Artesãos 1601: Lei dos Pobres Elisabetanas 1662: Lei do Domicílio 1795: Speenhamland Act 1834: Nova Lei dos Pobres As primeiras políticas partiam de uma perspectiva repressiva e punitiva, culpabilizando os indivíduos pela situação em que viviam. Sob a responsabilidade da Igreja Católica – ações com cunho moralista. Behring e Boschetti afirmam que “não se pode indicar com precisão um período específico de surgimento das primeiras iniciativas reconhecíveis de políticas sociais” (BEHRING; BOSCHETTI, 2010, p. 47) no Brasil. Da Lei dos Pobres à Seguridade Social Com o liberalismo... Estado liberal entende que a distribuição de auxílio estimula a reprodução da pobreza. Questão social passa a ser um caso de polícia – criminalização da pobreza. Behring e Boschetti (2010) analisam o estado liberal: I. predomínio do individualismo; II. o bem-estar individual maximiza o bem-estar coletivo; III. predomínio da liberdade e competitividade; IV. predomínio da lei da necessidade; V. manutenção de um Estado mínimo; VI. as políticas sociais estimulam o ócio e o desperdício; VII. a política social deve ser um paliativo. Para Iamamoto e Carvalho (2003), fazia-se necessária a organização dos trabalhadores em resistência à exploração e na luta por direitos como única via possível de uma participação ativa na sociedade, assim, haviam: - associações de socorro mútuo; - caixas beneficentes; - ligas operárias; - sindicatos. Séc. XIX – modelo bismarckiano: prevê um sistema de seguro social público obrigatório, de contribuição direta na folha de salários, destinado a algumas categorias de trabalhadores na Alemanha. 1942 – Modelo beveridgiano: proteção social via políticas de ampliação da seguridade social, que visam aumentar a responsabilidade estatal, universalizar os serviços sociais e implantar uma rede de segurança em forma de serviços de assistência social cujo financiamento vem dos impostos fiscais e a gestão da política é estatal. A crise de 1929 estaria no investimento em políticas sociais de pleno emprego, sob um sistema que ficou conhecido como o Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) entre os anos de 1945-1975, posto que se as pessoas tivessem empregos, logo teriam condições de satisfazer as suas necessidades sociais, diminuindo os problemas sociais a serem enfrentados pelo Estado. Marshall, 1940, cria a teoria acerca dos direitos à cidadania e dos serviços públicos: I. Direitos civis (surgidos no século XVIII); II. Direitos políticos (surgidos no século XIX); III. Direitos sociais (surgidos no século XX). 1942, LBA – Legião Brasileira de Assistência - Famílias dos convocados para guerra. - Atendimento à população economicamente desfavorecida. Interatividade A diminuição da intervenção do Estado na garantia dos direitos sociais até o início do século XX deveu-se à forte influência do pensamento neoliberal que define, como uma perspectiva central, a (o): a) Diminuição do papel do Estado. b) Coletividade como sujeito de direito. c) Desnaturalização da miséria. d) Mercado regulável e institucionalizado. e) Socialização da riqueza produzida. Aula 02 Constituição Federal como sistema afiançador de proteção social Objetivos da política de seguridade social I – Universalidade da cobertura e do atendimento. II – Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. III – Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços. IV – Irredutibilidade do valor dos benefícios. V – Equidade na forma de participação no custeio. VI – Diversidade da base de financiamento. VII – Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados (Emenda Constitucional n. 20, de 1988). Constituição Federal como sistema afiançador de proteção social I – A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice. II – O amparo às crianças e adolescentes carentes. III – A promoção da integração ao mercado de trabalho. IV – A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária. V – A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Enfim, a política de assistência social Lei 12.435, de 2011 LOAS (PNAS e SUAS) 1988 – Política de Seguridade Social na CF/88 1993 – Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) 2004 – Política Nacional de Assistência Social (PNAS) 2005 – Sistema Único de Assistência Social (Suas) • Estabelece como direito social: saúde, previdência e assistência social Política de seguridade social •Regulamenta a política de assistência social e estabelece normas e critérios de sua organização Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) •Estabelece princípios e diretrizes para implementação do Suas Política Nacional de Assistência Social (PNAS) •Organiza as ações da assistência em proteção social: básica e especial Sistema Único de Assistência Social (SUAS) Objetivo da assistência social - Integrada às políticas setoriais; - Mínimos sociais; - Universalização dos direitos sociais. I – Proteção social, garantia da vida, redução de danos e prevenção a incidência de riscos • Proteção social à família, maternidade, infância, adolescência e velhice. • Amparo às crianças e adolescentes. • Promoção e integração ao mercado de trabalho. • Garantia de um salário mínimo de beneficio mensal à pessoa com deficiência e ao idoso. II – Vigilância socioassistencial• Analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos. III – Defesa de direitos • Garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais. LOAS Art. 4º Princípios 1. Supremacia do atendimento às necessidades sociais. 2. Universalização dos direitos sociais. 3. Respeito à dignidade do cidadão. 4. Igualdade de direitos no acesso ao atendimento. 5. Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos. LOAS Art. 5º Diretrizes 1. Descentralização político-administrativa. 2. Participação da População. 3. Primazia da responsabilidade do Estado na condução da Política da Assistência Social. 4. Centralidade na Família. NOB/Suas, 2005. Proteção social pela política de assistência social: Prover proteção à vida, reduzir danos, monitorar populações em risco e prevenir a incidência de agravos à vida em face de situações de vulnerabilidade. Se ocupa das vitimizações, fragilidades, contingências, vulnerabilidades e riscos na trajetória do ciclo de vida do/a cidadão. Por decorrência de imposições sociais, econômicas, políticas e de ofensas à dignidade humana. Interatividade De acordo com a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), a assistência social tem como um dos seus princípios: a) Mobilizar a sociedade civil organizada para a distribuição de auxílios emergenciais para o enfrentamento da pobreza. b) Reconhecer a supremacia do atendimento aos benefícios assistenciais, submetida à sociedade civil por meio das organizações não governamentais c) Buscar a universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas. d) Preconizar a responsabilidade das entidades filantrópicas e entidades sem fins lucrativos na coordenação da política de assistência social. e) Fomentar campanhas participativas solidárias e a criação de programas de transferência de renda por meio de empresas cidadãs. Aula 03 Enfim, a política de assistência social Situações de vivências individuais e coletivas. Vulnerabilidades diante das ocorrências – fragilidades (ausência de vínculos afetivos familiares e comunitários e incidência da ausência de recursos físicos, materiais e financeiros). Riscos diante das ocorrências, falta de potência para vencer as fragilidades que expõem vulnerabilidade. A violação de direitos pode se expressar por meio de situações que representem fragilidade, vulnerabilidade ou iminência, ou ocorrência de situações que abalam as condições de autonomia e protagonismo das pessoas, o convívio familiar e comunitário, bem como o exercício da cidadania. Trabalhar situações de risco supõe “conhecer as incidências, as causalidades, as dimensões dos danos para estimar a possibilidade de reparação e superação, o grau de agressão do risco, o grau de vulnerabilidade/resistência ao risco” (SPOSATI, 2009, p. 29). Território As especificidades de cada território, a cultura, as circunstâncias políticas, a realidade econômica local e, principalmente, os contextos sóciohistóricos de cada indivíduo, família e comunidade são fundamentais para o planejamento das ações. A desigualdade social é refletida em cada território e desenhada pelas relações sociais e humanas. O território é o chão e mais a população, isto é, uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é a base do trabalho, da residência, das trocas materiais e espirituais e da vida, sobre os quais ele influi. Quando se fala de território, deve-se, pois, logo entender que está se falando de território usado, utilizado por uma população (SANTOS, 2000, p. 96 apud PAPALI, 2008, p. 54). Diagnóstico socioterritorial Proteção Social “[...] reconhecimento da presença de múltiplos fatores sociais e econômicos, que levam o indivíduo e a família a uma situação de vulnerabilidade, risco pessoal e social.” (BRASIL, 2005, p. 91) Orientar a proteção social de assistência social na perspectiva do alcance de universalidade de cobertura entre indivíduos e famílias, sob situações similares de risco e vulnerabilidade; na aplicação do princípio de prevenção e proteção proativa, nas ações de assistência social; no planejamento da localização da rede de serviços, a partir dos territórios de maior incidência de vulnerabilidade e riscos (BRASIL, 2005, p. 91). Intersetorialidade para proteção social Tipo interurbano de desigualdades socioespaciais Porte do município em relação ao quantitativo de habitantes Divisão territorial adotada pela PNAS Geoprocessamento A ferramenta do geoprocessamento e a análise socioterritorial se constituirão em um poderoso instrumento de gestão para aprimoramento da política (OLIVEIRA, 2014, p. 26). As desigualdades produzidas na sociedade brasileira agravam as situações de vulnerabilidade, tornando a realidade um tecido social de alta complexidade e de difícil ação, o que aumenta ainda mais o desafio da articulação entre territorialidade e intersetorialidade, tendo em vista que uma política social isoladamente não conta com elementos suficientes para desvendar a problemática que se apresenta nos contextos em que elas acontecem (OLIVEIRA 2014, p. 26). Interatividade De acordo com Couto; Yasbek; Raichelis (2010, p.50): “A perspectiva territorial incorporada pelo Suas representa uma mudança importante a ser destacada”. Tal mudança pode ser expressa por meio da (o): a) Intervenção empreendida por meio dos órgãos gestores da assistência social. b) Reforço das ações voltadas à atenção dos problemas sanitários emergentes nos territórios. c) Prevalência das ações desenvolvidas nas regiões centrais dos municípios. d) Desenvolvimento de ações planejadas territorialmente. e) Incremento de ações centralizadas em um único bairro. Aula 04 Participação Social A importância da conjugação de esforços com o gestor e o controle social estão relacionados ao compromisso de realmente atender às necessidades da população e dos territórios onde elas vivem, mas também no cumprimento da diretriz de comando único das ações e participação popular. Trajetória da Participação Social “...toda pessoa tem o direito de tomar parte do governo de seus país, diretamente ou por intermédio de... ...a vontade do povo será a base de autoridade do governo... Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos direta ou indiretamente... A participação social na assistência social, bem como a descentralização político-administrativa e comando único em cada esfera de governo e da primazia da responsabilidade estatal na condução desta política. Declaração dos Direitos Humanos 1948, Incisos 1 e 2. Constituição Federal, 1988 art. 1º, art. 5º LXXIII, art. 129, III e IV; art. 194 §VII, art. 204 § IV LOAS, art. 5º, inciso II Controle Social – Espaços de participação Instâncias de participação Articulação e pactuação nas três esferas de governo Níveis de Gestão do SUAS Critérios de transferência de renda por nível de gestão Articulação e financiamento Interatividade Os Conselhos de Assistência Social, de acordo com a LOAS e com a PNAS, precisam se constituir enquanto: a) Espaços de controle e participação popular. b) Espaços especificamente para a fiscalização de prestação de contas. c) Espaços em que efetiva-se apenas o controle do Estado. d) Espaços para que seja realizada apenas a deliberação sobre concursos públicos. e) Alternativas para o trabalho voluntário. PERGUNTA 1 - C • O Plano Beveridge, publicado em 1942, na Inglaterra, é o documento descrito por Behring e Boscheti (2010) como o mais representativo da doutrina que também fora postapor Keynes. De acordo com esse documento, podemos afirmar que: I. A responsabilidade pela manutenção das condições de vida de grande parcela da população é atribuída ao Estado. II. Recomenda-se a constituição de serviços sociais universais, também de responsabilidade do poder público. III. Em decorrência da crise econômica vivenciada e que afetava vários países, começam a ser desenvolvidas propostas por um Estado mínimo. IV. Não devia figurar como uma preocupação, por parte do Estado, a questão da manutenção do nível de emprego. V. Mostra a necessidade da constituição de uma rede de segurança social prestada sobretudo por meio dos serviços de assistência social. Estão corretas: a. II, III e IV. b. II, IV e V. c. I, II e V. d. III, IV e V. e. I, II e III. PERGUNTA 2-D • Não observamos no Brasil a constituição de um padrão de Estado de bem-estar social tal como posto nos moldes europeus. Apesar disso, houve intervenções que buscavam minimizar as expressões da questão social. A seguir são postas informações sobre esse processo. Julgue as afirmativas em verdadeiras ou falsas. I. A introdução da política social no Brasil foi observada no período de 1930 a 1943. II. As intervenções em política social no Brasil durante a década de 1930 buscavam priorizar a população trabalhadora. III. A LBA foi a primeira instituição assistencial de grande porte que prestou atendimento às expressões da pobreza. IV. Observamos, a partir da era Vargas, a constituição de um sistema de saúde pública e universal. V. Partindo do golpe militar na década de 1930 é constituída uma rede de proteção social que tem na assistência social o principal aglutinador. A sequência correta aos valores atribuídos está expressa em: a. F, V, V, F, F. b. V, F, V, F, F. c. V, V, F, F, F. d. V, V, V, F, F. e. V, V, V, V, F. PERGUNTA 3-D • Analisando a periodização história da política social, verifica-se que: a. Sua consolidação se deveu à redução do desemprego. b. Suas protoformas datam da Revolução Francesa. c. Tais intervenções reduziram a pobreza generalizada. d. A generalização da política social é posterior à Segunda Guerra Mundial. e. A política social surgiu da transição entre o Estado de bem-estar social e o Estado liberal. PERGUNTA 4-A • (SAP – 2011 – assistente social – questão 16 – com adaptações) As estratégias para o enfrentamento da questão social têm sido tensionadas por projetos sociais distintos, que presidem a estruturação e a implementação das políticas sociais públicas e que convivem em luta no seu interior. Vive-se uma tensão entre a defesa dos direitos sociais e a mercantilização e a refilantropização do atendimento às necessidades sociais, com claras implicações na(s): a. Universalização da prestação de serviços sociais. b. Distribuição generosa de atendimento justo. c. Luta dos trabalhadores pela conquista do Estado de bem-estar. d. Relações consensuais tensionadas pela oposição capital x trabalho. e. Condições e relações de trabalho apenas daqueles que possuem cargos de gerência. PERGUNTA 5-C • De acordo com a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), a assistência social tem como um dos seus princípios: a. Mobilizar a sociedade civil organizada para a distribuição de auxílios emergenciais para o enfrentamento da pobreza. b. Reconhecer a supremacia do atendimento aos benefícios assistenciais, submetida à sociedade civil por meio das organizações não governamentais. c. Buscar a universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas. d. Preconizar a responsabilidade das entidades filantrópicas e entidades sem fins lucrativos na coordenação da política de assistência social. e. Fomentar campanhas participativas solidárias e a criação de programas de transferência de renda por meio de empresas cidadãs. PERGUNTA 6-E • De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil em vigor, a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar os direitos relativos a: a. Seletividade, universalidade e distributividade. b. Trabalho, empregabilidade e qualificação. c. Migrantes, pessoa idosa e portadores de necessidades especiais. d. Assistência, benefícios e seguros sociais. e. Saúde, previdência e assistência social. PERGUNTA 7- E • São marcos legais da história da assistência social no Brasil: I. Lei Orgânica de Assistência Social e Estatuto da Criança e do Adolescente. II. Aprovação da NOB-RH/Suas e do Plano Decenal de Assistência Social. III. Instalação do Conselho Nacional de Assistência Social e a criação do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Está correto o que se afirma em: a. I e II. b. I, II e III. c. I e III. d. II, apenas. e. II e III. PERGUNTA 8- B • Considerando os objetivos postos pela Loas para a política de assistência social, avalie as afirmativas, selecionado apenas as corretas: I. Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo equivalência às populações urbanas e rurais. II. Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade. III. A proteção social que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos. IV. A vigilância socioassistencial que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nelas a ocorrência de vulnerabilidades, ameaças, vitimizações e danos. V. Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica. Estão corretas: a. I, II e III. b. III e IV. c. III, IV e V. d. I, II e IV. e. IV e V. PERGUNTA 9 - E • Tal como observamos, a assistência social possui determinadas diretrizes a serem observadas. A seguir, é elencada uma série de afirmações, avalie quais fazem menção às diretrizes: I. O desenvolvimento de programas voltados ao idoso e à integração de pessoas com necessidades especiais. II. O incentivo de projetos de enfrentamento da pobreza. III. O repasse dos recursos aos municípios, aos estados e ao Distrito Federal. IV. A primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada esfera do governo. V. Descentralização político-administrativa para os estados, o Distrito Federal e os municípios; e comando único das ações em cada esfera de governo. Estão corretas: a. I e IV. b. II e III. c. II e IV. d. I e III. e. IV e V. PERGUNTA 10 -B • A Loas delimita determinadas competências para os entes federados envolvidos com a organização e a gestão da Política de Assistência Social. A seguir são feitas menções sobre essas responsabilidades. Atribua às afirmativas os valores verdadeiros ou falsos. I. É responsabilidade do Governo Federal prestar auxílio natalidade e funeral. II. Compete ao Governo Federal apoiar técnica e financeiramente os serviços, os programas e os projetos de enfrentamento da pobreza em âmbito nacional. III. Compete ao Governo Estadual subsidiar financeiramente o benefício de prestação continuada. IV. É de responsabilidade do Governo Federal responder pela concessão e pela manutenção dos benefícios de prestação continuada. V. Compete ao município prestar atendimento às situações de emergência em que sejam necessários benefícios assistenciais. O valor correto das afirmativas supraelencadas está expresso em: a. F, V, F, V, F. b. F, V, F, V, V. c. V, V, F, V, V. d. F, V, V, V, V. e. F, V, F, F, V. Política Setorial – Assistência Social UNIDADEII Profa. Ma. Silmara Quintana Aula 01 Esta unidade tratará da proteção social da política pública de assistência social, na lógica da garantia e da defesa de direitos. Eixos estruturantes do Suas A ressignificação e a materialização da política de assistência social substituem, sobretudo, o paradigma do assistencialismo pelo da proteção social, por meio da proposição de um sistema único, que propõe acesso universal aos: “benefícios, serviços e programas voltados aos usuários, na perspectiva de desenvolvimento de capacidades, de convívio e socialização, de acordo com potencialidades e projetos pessoais e coletivos, ampliando, inclusive, sua participação, quer como representação nos conselhos de assistência social, quer incentivando-os à inserção em organizações e movimentos sociais e comunitários” (BRASIL, 2008a, p. 19). Os serviços socioassistenciais do Suas são organizados por eixos estruturantes: Vigilância social -> Proteção Social -> Defesa - Descentralização político-administrativa e territorialização; - Respeito às diferenças, autonomias regionais e proximidade do cidadão; - Articulação intersetorial e integração público-privada; - Ampliação das ações e cobertura das várias seguranças previstas em sua concepção de proteção social. Eixo estruturante – vigilância social Refere-se à produção, à sistematização de informações, aos indicadores e aos índices territorializados das situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social que incidem sobre famílias/pessoas nos diferentes ciclos da vida (crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos): Eixo estruturante – vigilância social a) “pessoas com redução da capacidade pessoal, com deficiência ou em abandono; b) crianças e adultos vítimas de formas de exploração, de violência e de ameaças; c) vítimas de preconceito por etnia, gênero e opção pessoal; d) vítimas de apartação social que lhes impossibilite sua autonomia e integridade, fragilizando sua existência; e) vigilância sobre os padrões de serviços de assistência social” (BRASIL, 2004a, p. 40). Os indicadores a serem construídos devem mensurar no território as situações de riscos sociais e violação de direitos. Eixo estruturante – vigilância social – vigilância socioassistencial Nos territórios: vulnerabilidades e riscos que serão prevenidos ou enfrentados: situações de violência intrafamiliar, negligência, maus-tratos; violência, abuso ou exploração sexual; trabalho infantil; discriminação por gênero, etnia ou qualquer outra condição ou identidade; situações que denotam a fragilização ou o rompimento de vínculos familiares ou comunitários, tais como: vivência em situação de rua, afastamentos do convívio familiar por medidas protetivas, atos infracionais de adolescentes com consequente aplicação de medidas socioeducativas; privação do convívio familiar ou comunitário de idosos, crianças ou pessoas com deficiência em instituições de acolhimento; qualquer outra privação do convívio comunitário vivenciada por pessoas dependentes (crianças, idosos, pessoas com deficiência), ainda que residindo com a própria família. Eixo estruturante – vigilância social – violência intrafamiliar Abuso/violência física: são atos de agressão praticados pelos pais e/ou responsáveis que podem ir de uma palmada até o espancamento. Abuso/violência sexual: geralmente praticada por adultos que gozam da confiança da criança ou do adolescente, tendo também a característica de, em sua maioria, serem incestuosos. Abuso/violência psicológica: manifesta-se na depreciação da criança ou do adolescente pelo adulto, por humilhações, ameaças, impedimentos, ridicularizações, que minam a sua autoestima. Negligências: esse tipo de violência doméstica pode se manifestar pela ausência dos cuidados físicos, emocionais e sociais; em função da condição de desassistência da qual a família é vítima. Pode ser expressão de um desleixo. Trabalho infantil imbuído à condição de pobreza em que vivem suas famílias, que necessitam da participação dos filhos para complementar a renda familiar, resultando no processo de vitimização. Eixo estruturante – proteção social – seguranças afiançadas Eixo estruturante – defesa Defesa social e institucional: a proteção básica e a especial devem ser organizadas de forma a garantir aos seus usuários o acesso ao conhecimento dos direitos socioassistenciais e sua defesa. — “Direito ao atendimento digno, atencioso e respeitoso, ausente de procedimentos vexatórios e coercitivos. — Direito ao tempo, de modo a acessar a rede de serviço com reduzida espera e de acordo com a necessidade. — Direito à informação, enquanto direito primário do cidadão, sobretudo àqueles com vivência de barreiras culturais, de leitura, de limitações físicas. — Direito do usuário ao protagonismo e manifestação de seus interesses. — Direito do usuário à oferta qualificada de serviço. — Direito de convivência familiar e comunitária” (BRASIL, 2004a, p. 40). Interatividade Dentre as seguranças sociais que são postas para serem alcançadas pelo Suas, podemos elencar: a) Segurança de acolhida / Segurança de renda / Segurança de convívio. b) Segurança de renda / Segurança de oferta de serviços qualificados / Segurança de atendimentos no Cras. c) Segurança de convívio / Trabalhadores efetivos / Segurança de seletividade no acesso. d) Segurança de territorialidade / Segurança de universalização / Segurança de ampliação dos serviços assistenciais. e) Segurança de proteção social básica / Segurança de proteção social especial / Segurança de serviços socioassistenciais. Aula 02 Níveis de proteção social pelo Suas Segundo a NOB/Suas 2005, a proteção social de assistência social consiste no: conjunto de ações, cuidados, atenções, benefícios e auxílios ofertados pelo Suas para redução e prevenção do impacto das vicissitudes sociais e naturais ao ciclo da vida, à dignidade humana e à família como núcleo básico de sustentação afetiva, biológica e relacional. A proteção social de assistência social, ao ter por direção o desenvolvimento humano e social e os direitos de cidadania, tem por princípios: “a matricialidade sociofamiliar; territorialização; a proteção proativa; integração à seguridade social; integração às políticas sociais e econômicas” (BRASIL, 2005, p. 90). Princípios de proteção social A territorialização se refere à descentralização político-administrativa do Suas e com níveis de gestão compartilhada entre municípios, estados, Distrito Federal e Governo Federal. No que concerne à universalidade de acesso de indivíduos e famílias em situações de risco e vulnerabilidade, bem como essa questão referente diretamente à questão da vigilância socioassistencial. Princípios de proteção social – matricialidade sociofamiliar “à família é o núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social; a defesa do direito à convivência familiar, na proteção de assistência social, supera o conceito de família como unidade econômica, mera referência de cálculo de rendimento per capita e a entende como núcleo afetivo, vinculado por laços consanguíneos, de aliança ou afinidade, que circunscrevem obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de relações de geração e de gênero; a família deve ser apoiada e ter acesso a condições para responder ao seu papel no sustento, na guarda e na educação de suas crianças e adolescentes, bem como na proteção de seus idosos e portadores de deficiência; o fortalecimento de possibilidades de convívio, educação e proteção social, na própria família, não restringe as responsabilidades públicas de proteção social para com os indivíduos e a sociedade” (BRASIL, 2005, p. 90). Proteção socioassistencial – níveis de complexidade Serviços ofertados por proteção social e nível de complexidadeProteção Social Básica – PSB 1. Serviço de proteção e atendimento integral à família (Paif). 2. Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos (para os ciclos de vida: de 0-6, 6-15, 15-17, 18-29, 30-59 anos e pessoas idosas). 3. Serviço de proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas, Proteção Social Especial – PSE Média complexidade 1. Serviço de proteção e atendimento especializado a famílias e indivíduos (Paefi) 2. Serviço especializado em abordagem social 3. Serviço de proteção social a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa (MSE) de liberdade assistida (LA) e de prestação de serviços à comunidade (PSC) 4. Serviço de proteção social especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias 5. Serviço especializado para pessoas em situação de rua Centros de referência especializados para população em situação de rua – Centro POP Proteção social especial Alta complexidade 6. Serviço de acolhimento institucional 7. Serviço de acolhimento em república 8. Serviço de acolhimento em família acolhedora 9. Serviço de proteção em situações de calamidades públicas e de emergências 10. Instituição de longa permanência para idoso (Ilpi) Rede socioassistencial A rede socioassistencial é o conjunto de ações públicas e privadas que compõem o Suas nos territórios, compreendendo todos os níveis de proteção afiançados pela política. Constituem-se em serviços, programas e projetos que operam os benefícios previstos na Constituição Federal de 1988, Loas de 1993 e ações propostas pelos Governos Federal e Estaduais. De acordo com a PNAS e com a Loas, são entendidos por: Caráter da ação socioassistencial Serviço: São aqueles que desenvolvem ações continuadas, por tempo indeterminado, com transferência regular e automática por meio dos pisos da assistência social. Programas e projetos: São aqueles que desenvolvem ações especificadas, a partir de diagnóstico socioterritorial, tendo como fonte de recursos convênios públicos/privados. Benefícios e transferência de renda: São recursos financeiros (Bolsa Família, BPC etc.) que são encaminhados diretamente para o usuário beneficiário inscrito na política de assistência social, com critérios específicos para cada benefício. Benefícios socioassistenciais Benefício de prestação continuada (BPC) Prevê a garantia de 1 salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais e que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família. Benefícios eventuais São benefícios que visam ao pagamento de auxílio por natalidade, calamidade pública ou morte às famílias cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 do salário-mínimo. Transferência de renda – Bolsa Família – repasse direto de recursos para o beneficiário. As famílias extremamente pobres per capita de até R$ 89,00. As famílias pobres – per capita entre R$ 89,01 e R$ 178,00. As famílias – composição gestantes e crianças ou adolescentes entre 0 e 17 anos. As famílias em situação de extrema pobreza podem acumular o benefício Básico, o Variável e o Variável Jovem, até o máximo de R$ 372,00 por mês. Como também, podem acumular 1 (um) benefício para superação da extrema pobreza. Interatividade De acordo com o que está posto pela Loas sobre o BPC, podemos afirmar que: a) O BPC é um benefício de proteção social especial, de média complexidade. b) Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/3 (um terço) do salário-mínimo. c) Quando o beneficiário é internado perde o direito ao benefício, já que ele está com seu direito atendido na internação. d) O benefício de prestação continuada pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime. e) Para avaliar sobre a concessão do benefício, além da renda, considera-se também, no caso de pessoa com deficiência, se ela é incapacitada para a vida independente e para o trabalho. Aula 03 Descrição Cras e Creas CRAS Definição: Busca prevenir a ocorrência de situações de risco, antes que elas aconteçam, por meio do desenvolvimento de potencialidade e aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania. Público Alvo: Famílias e indivíduos em situação de desproteção, pessoas com deficiência, pessoas idosas, crianças retiradas de trabalho infantil, pessoas inseridas no Cadastro Único e usuários de programas de transferência de renda. CREAS Definição: Oferece apoio e orientação especializados a indivíduos e famílias vítimas de violências física, psíquica e sexual; negligência, abandono, ameaça, maus-tratos e discriminações sociais. Público Alvo: Trabalho com indivíduos em que o risco já se instalou, tendo seus direitos violados, sendo vítimas de violências. Porte do município em relação aos serviços da proteção social básica O Cras e a gestão do território PSB Proteção social básica Cras – Paif O principal serviço ofertado na proteção social básica, dentro do Cras, é o Paif, que segundo a Tipificação nacional de serviços socioassistenciais: O Paif deve ser ofertado exclusivamente pelo Cras e desenvolvido pela instituição pública, com funcionários públicos “Consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura dos seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida. Prevê o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, por meio de ações de caráter preventivo, protetivo e proativo. O trabalho social do Paif deve utilizar- se também de ações nas áreas culturais para o cumprimento de seus objetivos, de modo a ampliar universo informacional e proporcionar novas vivências às famílias usuárias do serviço. As ações do Paif não devem possuir caráter terapêutico” (BRASIL, 2014a, p. 12). Proteção social básica – busca ativa A busca ativa é um instrumento para as equipes buscarem o conhecimento do território, fundamental para planejar e elaborar o diagnóstico social, identificando as vulnerabilidades e as potencialidades, compreendendo melhor a realidade dos usuários e possibilitando a proposição de ações contundentes e proativas. Cras – atribuição de subsidiar informações ao órgão gestor Informações sobre o território para a elaboração do plano municipal de assistência social; planejamento, monitoramento e avaliação dos serviços ofertados no Cras; a alimentação dos sistemas de informação do Suas; os processos de formação e qualificação da equipe de referência. Proteção social básica – serviço de convivência e fortalecimento de vínculos O objetivo central desse serviço é: “complementar o trabalho social com famílias e prevenir a ocorrência de situações de risco social [...]. Organiza-se de modo a ampliar trocas culturais e de vivências, desenvolver o sentimento de pertença e de identidade, fortalecer vínculos familiares e incentivar a socialização e a convivência comunitária. Possui caráter preventivo e proativo, pautado na defesa e afirmação dos direitos e no desenvolvimento de capacidades e potencialidades, com vistas ao alcance de alternativas emancipatórias para o enfrentamento da vulnerabilidade social” (BRASIL, 2009b, p. 9-10). “Tem por finalidade a prevenção de agravos que possam provocar o rompimento de vínculos familiares e sociais dos usuários, [...] prevenindo situações de risco, a exclusão e o isolamento. O serviço deve contribuir com a promoção do acesso de pessoas com deficiência e pessoas idosas aos serviços de convivência e fortalecimento de vínculose a toda a rede socioassistencial, aos serviços de outras políticas públicas, entre elas educação, trabalho, saúde, transporte especial e programas de desenvolvimento de acessibilidade, serviços setoriais e de defesa de direitos e programas especializados de habilitação e reabilitação” (BRASIL, 2009b, p. 9-10). Interatividade Consideramos que os serviços de proteção social básica são constituídos no âmbito do Suas para: a) Garantir o acolhimento institucional para indivíduos e grupos em decorrência da situação de vulnerabilidade apresentada. b) Prestar atendimento a indivíduos que tiveram seus direitos rompidos, em situação de alta vulnerabilidade social. c) Empreender ações junto a pessoas que já tenham tido o vínculo familiar rompido. d) Desenvolver ações de natureza preventiva, destinada à população que vivencia uma dada situação de vulnerabilidade social. e) Atender às famílias e às pessoas que se encontrem em situação de ameaça e que precisam ser retiradas do espaço de convivência. Aula04 Proteção Social Especial “Objetivo de contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, o fortalecimento de potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de risco pessoal e social, por violação de direitos” (BRASIL, 2011a, p. 17) Proteção Social Especial – níveis de complexidade Média complexidade – oferecimento e acompanhamento de famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos familiares comunitários não foram rompidos Alta complexidade – visa garantir proteção integral a indivíduos e famílias em situações de risco pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente fragilizados Creas – executa, coordena e articula a média e a alta complexidades Centro POP – executa, coordena e articula a média e a alta complexidades da rede de atendimento à população de rua Proteção especial PSE – Creas A unidade de referência desse nível de proteção é o Creas, “unidade pública e estatal de abrangência municipal ou regional. Oferta, obrigatoriamente, o serviço de proteção e atendimento especializado a famílias e indivíduos (Paefi)” (BRASIL, 2011a, p. 20). Segundo a Tipificação nacional dos serviços socioassistenciais, além do Paefi, que, como dito, ocorre necessariamente nas unidades do Creas, compõem a rede de serviços socioassistenciais: o serviço especializado em abordagem social, LA e PSC; o serviço de proteção social especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias e o serviço especializado para pessoas em situação de rua. Tipos de violências e violações de direitos Trabalho infantojuvenil Medidas socioeducativas Abuso e exploração sexual Uso e abuso de substâncias psicoativas Situação de abandono Violência intrafamiliar – todos os segmentos Proteção social especial de média complexidade Creas – Paefi – serviço de proteção social especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias. Serviço especializado em abordagem social. Serviço de proteção social a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de liberdade assistida e de prestação de serviços à comunidade. Serviço especializado para pessoas em situação de rua. Proteção social especial de alta complexidade “Os serviços de proteção social especial de alta complexidade são aqueles que garantem proteção integral – moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e/ou em situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e/ou comunitário” (BRASIL, 2004a, p. 38). Acolhimento institucional 1. Para crianças e adolescentes: casa-lar e abrigo institucional. 2. Para adultos e famílias: abrigo institucional e casa de passagem. 3. Para mulheres em situação de violência: abrigo institucional. 4. Para jovens e adultos com deficiência: residências inclusivas. 5. Para idosos: casa-lar e abrigo institucional (Ilpi). Serviço de família acolhedora Serviço de proteção em situações de calamidades públicas e de emergências. Proteção social Interatividade O tipo de proteção social que se caracteriza por intervenções direcionadas a garantir a proteção integral para pessoas ou famílias que estejam momentaneamente sem referências familiares ou, então, em situações de ameaça, precisando ser retiradas da convivência familiar ou comunitária é: a) Proteção Social Básica. b) Proteção Social Especial. c) Proteção Social Especial de Média Complexidade. d) Proteção Social Especial de Alta Complexidade. e) Proteção inicial Questionário unidade II PERGUNTA 1-C • O Suas é tido como o sistema nacional que busca delimitar os elementos essenciais para a execução da Política Nacional de Assistência Social em todo território nacional. Dentre os diversos aspectos elencados, destaca- se o eixo estruturante denominado matricialidade sociofamiliar. Segundo tal conceito, a família é compreendida como: a. Ente responsável por atender apenas as necessidades relacionadas à sobrevivência. b. Núcleo social em que há o resgate da figura paterna como autoridade fundamental para o desenvolvimento sadio de seus membros. c. Núcleo social básico da acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social. d. Resultado da vinculação estabelecida entre a sexualidade e a necessidade de procriação. e. Espaço em que se faz necessária a predominância da figura materna como única provedora das necessidades postas pelo núcleo familiar. PERGUNTA 2-A • Dentre as seguranças sociais que são postas para serem alcançadas pelo Suas, podemos elencar: a. Segurança de acolhida / Segurança de renda / Segurança de convívio. b. Segurança de renda / Segurança de oferta de serviços qualificados / Segurança de atendimentos no Cras. c. Segurança de convívio / Trabalhadores efetivos / Segurança de seletividade no acesso. d. Segurança de territorialidade / Segurança de universalização/Segur ança de ampliação dos serviços assistenciais. e. Segurança de proteção social básica / Segurança de proteção social especial/ Segurança de serviços socioassistenciais. PERGUNTA 3-D • Consideramos que os serviços de proteção social básica são constituídos no âmbito do Suas para: a. Garantir o acolhimento institucional para indivíduos e grupos em decorrência da situação de vulnerabilidade apresentada. b. Prestar atendimento a indivíduos que tiveram seus direitos rompidos, em situação de alta vulnerabilidade social. c. Empreender ações junto a pessoas que já tenham tido o vínculo familiar rompido. d. Desenvolver ações de natureza preventiva, destinadas à população que vivencia uma dada situação de vulnerabilidade social. e. Atender as famílias e as pessoas que se encontrem em situação de ameaça e que precisam ser retiradas do espaço de convivência. PERGUNTA 4-B • O “Direito ao atendimento digno, atencioso e respeitoso, ausente de procedimentos vexatórios e coercitivos”, como posto na Pnas, caracteriza- se como: a. Proteção social e básica. b. Defesa social e institucional. c. Vigilância social. d. Controle e participação popular. e. Descentralização. PERGUNTA 5-B • Os benefícios eventuais são descritos como provisões prestadas pelo município ou pelo Estado para atender as necessidades apresentadas pela população. Os benefícios eventuais são compreendidos como: a. São utilizados como uma forma de atender o caráter focalista proposto para a Pnas. b. Um direito social legalmente assegurado aos cidadãos brasileiros que vivenciam situação de vulnerabilidade social. c. Possuem natureza emergencial e, mesmo quando sanada a dificuldade posta, sãomantidos continuamente. d. Estratégia central e qualificada da Política de Assistência Social. e. Benefícios universais, independente da comprovação de renda e que precisam ser ofertados pela iniciativa privada. PERGUNTA 6-C • Avalie as afirmativas elencadas sobre o conceito de proteção social. I. As ações de proteção social básica são empreendidas de uma forma preventiva. II. As ações de proteção social empreendidas na área da assistência social precisam estar integradas à seguridade social. III. A proteção social está relacionada estritamente à noção de desenvolvimento individual. IV. As ações de proteção social precisam ser organizadas de acordo com a referência do território. V. A proteção social se desenvolve por meio da segurança social de sobrevivência a riscos exclusivamente. Concluímos que: a. Apenas a assertiva V está correta. b. Apenas a assertiva I está correta. c. Há três afirmativas corretas. d. Todas as afirmativas estão corretas. e. Todas as afirmativas estão incorretas. PERGUNTA 7-B • Os serviços de proteção social especial, de média e alta complexidade, estão direcionados a atender: a. Famílias e pessoas que ainda não estão em situação de vulnerabilidade social. b. Famílias e pessoas que se encontrem em situação de alta vulnerabilidade social. c. Famílias e pessoas que se encontrem em situação de vulnerabilidade social e que não tiveram seus vínculos rompidos. d. Famílias e indivíduos, por meio de ações preventivas. e. Famílias e indivíduos que estejam propensos à inclusão em situações de risco social e pessoal. PERGUNTA 8- B • São serviços de proteção social de alta complexidade aqueles que garantem a proteção integral para as famílias, seus membros ou indivíduos que se encontrem sem referência ou em situação de ameaça, necessitando ser retirados de sua vida familiar, tal como está posto na Política Nacional de Assistência Social. Nesse contexto, são serviços de alta complexidade, exceto: a. Atendimento integral institucional. b. Serviço de orientação e apoio sociofamiliar. c. Casa-lar. d. Casa de passagem. e. Família acolhedora. PERGUNTA 9-C • Avalie as afirmativas: I. Os serviços de proteção social especial de média complexidade se destinam a pessoas que tiveram os direitos violados, mas os vínculos familiares e comunitários continuam mantidos. II. O serviço de proteção social especial não contempla o atendimento de população de rua que precisa ser atendido no âmbito do Cras, tal como preconiza a Pnas. III. Os serviços de proteção social especial de alta complexidade estão orientados para atender pessoas ou famílias que necessitam de um afastamento do vínculo familiar ou comunitário. IV. Os serviços de proteção social especial não permitem interlocução com o Poder Judiciário, em decorrência de sua especificidade. V. Os serviços de proteção social especial de média complexidade podem ser desenvolvidos no Creas. Estão corretas: a. II, III e IV. b. III, IV e V. c. I, III e V. d. II, IV e V. e. I, III e IV. PERGUNTA 10 - C • As medidas socioeducativas de prestação de serviços à comunidade e liberdade assistida, dentro da atual Política Nacional de Assistência Social (Pnas), estão alocadas ou articuladas com o Centro de Referência: a. Especializado de Assistência Social (Creas) como serviço de proteção social básica. b. De Assistência Social (Cras) como serviço de proteção social de baixa complexidade. c. Especializado de Assistência Social (Creas) como serviço de proteção social especial de média complexidade. d. De Assistência Social (Cras) como serviço de proteção social básica. e. De Assistência Social (Cras) como serviço de proteção social de alta complexidade. Política Setorial – Assistência Social UNIDADE III Profa. Ma. Silmara Quintana Aula 01 Ementa Nesta unidade, será tratada a gestão da política de assistência social. Gestão da política de assistência social Gestão do Suas No âmbito da política de assistência social, a gestão envolve o ato de planejar, conhecer, monitorar e avaliar as ações que são, foram ou serão desenvolvidas. Parâmetros e atuação do Suas Descentralização político-administrativa Descentralização político-administrativa – compartilhamento das responsabilidades (estado, município e DF). Planejamento, execução e financiamento das ações. Diferenças regionais. Comando único das ações. Territorialização Territorialização faz parte do planejamento, monitoramento e avaliação das ações, não apenas de cada estado ou município que precisa conhecer a realidade com que se defronta, mas também de cada microterritório. Caberá a cada gestor municipal conhecer e se apropriar dessa realidade, por meio das informações sobre os atendimentos realizados pelos Cras e Creas, bem como pelos demais serviços da rede socioassistencial que, como foi visto, deverão estar referenciados a esses centros de referência. A organização dessas informações será processada por meio da organização da vigilância socioassistencial, que veremos em breve. Gestão do Suas - eixos estruturantes Financiamento, controle social, matricialidade sociofamiliar. Relação entre Estado e sociedade civil. Eles se constituem em ferramentas de gestão na medida em que requerem dos municípios ou estados o conhecimento sobre o perfil, a demanda e o público atendido de cada ação prevista pela política de assistência social. Um eixo vai se conectando a outro de forma que não é mais possível o gestor público propor ações desconectadas da realidade local e do que preconiza a política. Tudo isso se prende ao controle social e ao financiamento, instrumentos compelem os municípios e estados a seguirem as diretrizes e princípios propostos. Gestão do trabalho Outrora era caridade o trabalho. CF – LOAS, Lei n. 8.742/1993, a assistência passa a ter o caráter de política pública. Década de 1990 - um processo de precarização das condições de trabalho em decorrência da crise do capital e do assolamento do ideário neoliberal. MUNIC/IBGE de 2009, verifica-se uma elevação de 30,7% do total de pessoas ocupadas na administração da assistência social em todo o país. Significa - 3,2% de todo o pessoal ocupado na administração pública na área da assistência social. As alterações nos processos de trabalho, bem como na organização da sociedade em geral, na qual está em curso uma crise do capital em que as desigualdades sociais crescem vertiginosamente, ampliando a complexidade das violações de direitos com que as famílias mais vulneráveis se deparam. Atributos e qualificação necessários às ações de planejamento, formulação, execução, assessoramento, monitoramento e avaliação de serviços, programas, projetos e benefícios, do sistema de informação e do atendimento ao usuário desta política (BRASIL, 2004a, p. 53). Arcabouço teórico-técnico-operativo de nova natureza, no propósito de fortalecimento de práticas e espaços de debate, propositura e controle da política na direção da autonomia e protagonismo dos usuários, reconstrução de seus projetos de vida e de suas organizações (BRASIL, 2004a, p. 54) NOB-RH/Suas Em 2006, resolução do CNAS, a Norma operacional básica de recursos humanos do Suas (NOB- RH/Suas). Garantir a “desprecarização” dos vínculos dos trabalhadores do Suas e o fim da terceirização; Garantir a educação permanente dos trabalhadores, Realizar planejamento estratégico; Garantir a gestão participativa com controle social; Integrar e alimentar o sistema de informação (BRASIL, 2011c, p. 19). Gestão do trabalho na área da assistência social I. Princípios e diretrizes nacionais para a gestão do trabalho no âmbito do Suas. II. Princípios éticospara os trabalhadores da assistência social. III. Equipes de referência. IV. Diretrizes para a política nacional de capacitação. V. Diretrizes nacionais para os planos de carreira, cargos e salários. VI. Diretrizes para entidades e organizações de assistência social. VII. Diretrizes para o cofinanciamento da gestão do trabalho. VIII. Responsabilidades e atribuições do gestor federal, dos gestores estaduais, do gestor do Distrito Federal, dos gestores municipais para a gestão do trabalho no âmbito do Suas. IX. Organização do cadastro nacional de trabalhadores do Suas – módulo CADSuas. X. Controle social da gestão do trabalho no âmbito do Suas. XI. Regras de transição (BRASIL, 2011c, p. 4). Capacita Suas Além dos recursos oriundos do governo federal, cada esfera de governo precisa alocar recursos próprios para a gestão do trabalho, em pagamento de gastos com concursos, salários, qualificação e capacitação dos trabalhadores, plano de carreira e a garantia das condições de trabalho. Interatividade Quais são os eixos estruturantes da Gestão do Suas? a) Diagnóstico socioterritorial e matricialidade sociofamiliar. b) Descentralização político-administrativa. c) Participação social e controle social. d) Financiamento, controle social, matricialidade sociofamiliar. e) Financiamento, diagnóstico socioterritorial, vigilância social Aula 02 Níveis de gestão Suas Níveis de Gestão Suas Municípios Gestão Inicial Gestão Básica Gestão Plena Não Habilitados Distrito Federal: Gestão do Distrito Federal Estados: Gestão dos Estados União: Gestão da União Gestão inicial: o município executa serviços e administra as transferências já efetuadas antes da implantação do Suas. Gestão básica: o município compromete-se com a cobertura de proteção social básica e com a oferta de programas, projetos e serviços socioassistenciais que fortaleçam vínculos familiares, Benefício de Prestação Continuada – BPC e dos programas de transferência de renda. Gestão plena: o município tem a gestão total das ações de assistência social de proteção social básica e especial, independente da origem do financiamento. CADSuas Vigilância socioassistencial Instâncias de pactuação do Suas Relação sistêmica entre instâncias de pactuação e deliberação Relação sistêmica entre Instâncias de Pactuação e Deliberação São instâncias constitutivas da política de organização e financiamento da Assistência Social: Instâncias de Pactuação: Comissão Intergestora Tripartite – CIT – âmbito federal Comissão Intergestores Bipartite – CIB – âmbito estadual Instâncias de Deliberação Conselhos de Assistência Social Conferências nos Âmbitos municipal, regional, estadual e federal. Índice de gestão descentralizado do sistema único de assistência social – IGDSuas Gestão do SUAS Serviços Organização Benefícios socioassistenciais Programa Bolsa Família Educação permanente Informação Vigilância socioassistencial Apoio aos conselhos Fundo de assistência social BPC – Benefício de prestação continuada Monitoramento da rede socioassistencial Gestão e a Vigilância socioassistencial Os conceitos de risco, vulnerabilidade e território são inter-relacionados na atuação da vigilância e se constituem em conceitos-chaves para a execução da política de assistência social. A vigilância de riscos e vulnerabilidades é composta pela análise entre as vulnerabilidades e riscos da população que habita os territórios, levando-se em consideração, conforme as diretrizes da política, não somente as fragilidades, mas também as potencialidades de cada território. Nesse sentido, são confrontadas as necessidades da população e a oferta de serviços e benefícios socioassistenciais, visando oferecer respostas, pelo Poder Público, às necessidades de proteção da população. Além da identificação das vulnerabilidades existentes em um território, o monitoramento sobre a incidência de riscos e violações de direito demanda a indicação de serviços especializados e também a necessidade de planejar ações de prevenção e potencialização dos territórios, que devem ser alvo da política de assistência social, principalmente no nível da proteção social básica. Interatividade Considerando o Índice de Gestão Descentralizada do Sistema Único da Assistência Social (IGD/Suas), a ser aplicado nas esferas governamentais habilitadas ao Suas em qualquer nível de gestão, que subsidia a elaboração do plano de pacto de aprimoramento da gestão Suas, possibilitando instâncias de pactuação para o financiamento das ações descentralizadas; quais são as instâncias de pactuação do Suas? a) CMAS e Ceas. b) FMDCA e FMAS. c) CIB e CIT. d) Cad/Suas e Cad/Único. e) Gestão Básica e Gestão Plena Aula 03 Instrumentos de gestão do Suas “imprescindível para a estruturação de bases de dados confiáveis que subsidiem o desenvolvimento do Suas e a melhoria da operacionalização da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) em todo o território brasileiro” (BRASIL, 2013b, p. 18). CADSuas – Cadastro Nacional Os instrumentos de coleta de informações por meio do cadastro nacional do Suas – CADSuas, censo Suas, Registro Mensal de Atendimentos (RMA), prontuário Suas, CadÚnico e Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico (Cecad), sistema de identificação de domicílios em vulnerabilidade (IDV), matriz de informações sociais e relatórios de informações sociais, Suasweb – informações do cofinanciamento federal, entre outros. O CADSuas consiste em um aplicativo eletrônico: que comporta todas as informações cadastrais dos órgãos gestores de assistência social, das unidades públicas e da rede conveniada de entidades prestadoras de serviços socioassistenciais, dos fundos de assistência social, dos conselhos de assistência social e dos trabalhadores e conselheiros que atuam no âmbito do Suas (BRASIL, 2013b, p. 34). Instrumentos de controle social ESPAÇOS DE CONTROLE SOCIAL Conferências Conselhos Fóruns INSTRUMENTOS DE GESTÃO Planejamento Orçamento (PPA – Plano Plurianual, LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias, LOA – Lei Orçamentária Anual Gestão da Informação, Monitoramento e Avaliação Relatório anual de Gestão FERRAMENTAS INFORMACIONAIS Rede Suas: Suporte de Gestão: Suas WEB, CADSuas, Censo Suas, GeoSuas, SIGSuas, InfoSuas Instrumentos de gestão O conhecimento do território, do público-alvo, das vulnerabilidades e riscos, o planejamento, a execução, o monitoramento e avaliação das ações fornecem elementos riquíssimos para a gestão do sistema. O plano de assistência social é um instrumento de planejamento fundamentado nas diretrizes da política nacional que serve para organizar, regular e nortear a execução das ações da política. Sua exigência “decorreu da necessidade de incorporação, pela assistência social, de práticas planejadas baseadas em diagnósticos e estudos de realidade e desenvolvidas com monitoramento e avaliação sistemáticos e contínuos” (BRASIL, 2008a, p. 18). A elaboração do plano, no contexto do Suas, que busca romper com práticas assistencialistas e clientelistas da assistência, torna-se: instrumento fundamental para a construção de uma política planejada, efetiva e de impacto sobre as situações de vulnerabilidade e risco sociais identificadas nos territórios; parâmetro básico para a democratização do processo decisório; mecanismo para viabilizar a inserção da assistência social ao sistema de planejamento global do município, bem como aos sistemas de planejamento da assistência social nos âmbitos estadual e federal (BRASIL, 2008a, p. 30). O planejamento do orçamento da assistência social se efetiva por meio do orçamento plurianual e anual, “que expressa a projeção das receitas e autoriza os limites degastos nos projetos e atividades propostos pelo órgão gestor e aprovados pelos conselhos” (BRASIL, 2005, p. 119). Os instrumentos pelo quais esse planejamento se concretizará são plano plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA). PPA – expressa o planejamento das ações governamentais de médio prazo e envolve quatro exercícios financeiros, tendo vigência do segundo ano de um mandato até o primeiro ano do mandato seguinte. LDO – define as prioridades, metas e estabelece estimativas de receita e limites de despesa a cada ano, orientando a elaboração da Lei Orçamentária Anual. LOA – explicita as prioridades e as possibilidades de gasto em rubricas de receita e despesa para o ano respectivo, identificando os benefícios tributários, financeiros e creditícios. Interatividade Sobre a vigilância social, é correto o que se afirmar em: I. É um conceito que incorpora a noção de construção de indicadores sociais. II. Está diretamente relacionada à noção de território. III. Trata-se de uma forma de controle dos usuários do serviço assistencial. IV. Está relacionada à garantia de conhecimento dos direitos sociais para os usuários. V. Faz referência à necessidade de um atendimento digno por parte do beneficiário da ação assistencial. Estão corretas: a) I e II. b) II e III. c) II, III e IV. d) III, IV e V. e) I, IV e V. Aula 04 Instrumentos de gestão - monitoramento O monitoramento “consiste no acompanhamento contínuo e sistemático do desenvolvimento dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais em relação ao cumprimento de seus objetivos e metas” (BRASIL, 2013c, p. 57), sendo, portanto, um dos instrumentos de gestão do Suas. Realiza-se por meio de: construção de indicadores, coleta de informações, acompanhamento quanto à estrutura, processos de trabalho, produtos ou resultados provenientes das ações, diretrizes e normas da política nacional. O objetivo do monitoramento é tanto identificar problemas, como também subsidiar as estratégias de “correção dos rumos”; no entanto, neste momento, ele não tem caráter punitivo, mas, sim, instrutivo, pois “não cabe à assistência realizar atividades de caráter fiscalizatório. Situações de violação devem ser compulsoriamente encaminhadas aos órgãos competentes” (BRASIL, 2013c, p. 31). Os sistemas informatizados de coleta de dados, informações e registro de atividades, além de serem instrumentos valiosos para o monitoramento, subsidiam a avaliação das ações, que, por sua vez, implicará em elementos para o planejamento das próximas ações. Instrumentos de gestão - avaliação Segundo a NOB/Suas de 2012, cabe à União as ações de avaliação da política a serem desenvolvidas, no sentido de: promover continuamente avaliações externas de âmbito nacional, abordando a gestão, os serviços, os programas, os projetos e os benefícios socioassistenciais; estabelecer parcerias com órgãos e instituições federais de pesquisa visando à produção de conhecimentos sobre a política e o Sistema Único de Assistência Social; realizar, em intervalos bianuais, pesquisa amostral de abrangência nacional com usuários do Suas para avaliar aspectos objetivos e subjetivos referentes à qualidade dos serviços prestados (BRASIL, 2013c, p. 46). Instrumentos de gestão Faz parte do compromisso da gestão do Suas considerar a interdependência entre planejamento, implementação, monitoramento e avaliação, considerando-os não apenas como procedimentos técnicos, mas mecanismos fundamentais, que atrelados aos demais eixos estruturantes do sistema, contribuam para a direção política comprometida com o enfrentamento das desigualdades sociais, universalidade de acesso, busca de igualdade e equidade, reconhecendo a política como direito social. A atuação do assistente social na política de assistência social O assistente social tem competência profissional para atuar nas seguintes esferas da política de assistência social: Elaboração -> Execução -> Avaliação O assistente social, em sua prática profissional no âmbito da política de assistência social, deve utilizar a dimensão de competência ético-política, teórico-metodológica e técnico-operativa para mediar a viabilização dos direitos sociais estabelecidos em lei, e contribuir para a promoção da cidadania daqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade e risco social e precisam de assistência. O assistente social é um profissional da maior importância para a elaboração, execução e avaliação da política de assistência social, que tem a sua atuação fundamentada na promoção e garantia intransigente dos direitos sociais, a partir de uma perspectiva de emancipação humana, em defesa de uma cidadania ampliada e de políticas sociais do tipo pública, de natureza emancipatória e de abrangência universal. Estando apto a desenvolver intervenções que contemplem as mais diversas ações. Interatividade O Plano Municipal da Assistência Social pode ser compreendido como: I. Um mecanismo destinado apenas ao planejamento das ações assistenciais e não ao controle das mesmas. II. Um documento que não demanda a aprovação do Conselho da Assistência Social. III. Um instrumento de planejamento das ações da Assistência Social. IV. Um documento que sistematiza as ações dos Assistentes Sociais. V. Um mecanismo necessário aos Municípios que desejem receber recursos para as ações desenvolvidas na área da Assistência Social. São corretas: a) I e V b) II e III c) III e V d) III e IV e) IV e V Questionário unidade III PERGUNTA 1-C • Para receber os repasses de fundo a fundo, ou seja, diretamente do Fundo Nacional para o Fundo Municipal, os municípios devem se habilitar em um dos níveis de gestão do SUAS (inicial, básica e plena) e comprovar o uso de recursos próprios na execução da Política. O repasse de recursos, segundo proposição da NOB SUAS, deve acontecer tendo como base: I- O território. II- Pisos de proteção. III- O porte dos municípios. IV- Instrumentos de planejamento público (PPA, LDO e LOA). V- A complexidade dos serviços (Proteção Social Básica e Proteção Social Especial). Estão corretas as afirmativas: a. Apenas I, II e III. b. Todas as afirmativas estão corretas. c. Apenas I, III e V. d. Apenas II e IV. e. Apenas II, III e V. PERGUNTA 2-C • O financiamento da Política de Assistência Social está previsto pelo repasse dos recursos de fundo a fundo, ou seja, diretamente do Fundo Nacional para o Fundo Municipal. Para que isso ocorra é preciso que o município: a. Designe uma conta própria para recebimento dos recursos. b. Elabore o Plano Municipal de Assistência Social. c. Habilite-se em um dos níveis de gestão do SUAS (inicial, básica e plena) e comprove o uso de recursos próprios na execução da Política. d. Formalize uma solicitação para a Comissão Intergestores Bipartite. e. Institucionalize o Conselho Municipal de Assistência Social. PERGUNTA 3-D • São instrumentos de gestão reconhecidos pelas normativas da Política de Assistência Social, exceto: I) Plano Municipal de Assistência Social. II) Relatório Anual de Gestão. III) Lei Orçamentária Anual (LOA). IV) Monitoramento e Avaliação. V) Financiamento. Estão corretas: a. Apenas II e IV. b. Apenas III e IV. c. Apenas I, II e IV. d. Apenas III e V. e. Nenhuma das afirmativas está correta. PERGUNTA 4-D • Para os municípios em Gestão Plena, acrescentam-se, além das responsabilidades comuns com a Gestão Básica e Inicial, o diferencial de prever o estabelecimento de uma gestão de Recursos Humanos por meio de: a. Contratação de trabalhadores por meio de concurso público. b. Promoção de formação e capacitação continuada aos trabalhadores. c. Implantação de Planode Cargos, Carreiras e Salários para trabalhadores de nível superior previstos no SUAS. d. Mecanismos para realizar o reenquadramento, reorganização de cargos e progressão na carreira do trabalhador no Plano de Cargos, Carreiras e Salários. e. Implantação de Plano de Cargos, Carreiras e Salários para trabalhadores da Proteção Social Especial, por necessitar de uma maior qualificação profissional na execução dos serviços. PERGUNTA 5-E • A elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários deve ser norteada com os princípios de: I) Universalidade, ou seja, deve ser destinado ao conjunto de trabalhadores do SUAS. II) Equivalência dos cargos e empregos, em que as categorias profissionais devem ser consideradas em grupos de cargos ou carreira única, com observância da exigência de formação, qualificação e complexidade exigida. III) Estabilidade do trabalhador, entendida como compromisso que o trabalhador assumiu de prestar aquele determinado serviço quando assumiu o emprego público, com prejuízo da ascensão funcional na carreira em caso de desobediência a este princípio. IV) Educação permanente, primando pela formação e qualificação continuada para os trabalhadores. V) Compromisso solidário, entendendo que os Planos são acordos entre gestores e trabalhadores em prol da qualificação dos serviços ofertados. Estão corretas as afirmativas, com exceção da(s): a. I e III. b. II e V. c. Nenhuma afirmativa está correta. d. Afirmativa IV. e. Afirmativa III. PERGUNTA 6-B • A organização do financiamento na lógica do SUAS pelo instrumento do repasse direto dos recursos, corresponde à diretriz da Política Nacional de Assistência Social que diz respeito ao seu sistema: a. Sob responsabilidade do Estado na condução da Política de Assistência Social em cada esfera de governo. b. Descentralizado e participativo da Assistência Social. c. Centralizado na família para concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos. d. Responsável pelo provimento de serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e/ou especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem. e. Está vinculado ao Fundo Nacional de Saúde a partir do tripé da seguridade social. PERGUNTA 7-E • (Enade – Serviço Social, 2007, Questão 33) A partir da Constituição Federal vigente, promulgada em 1988, a participação popular e o controle social passaram a ser tratados como constitutivos da construção de políticas públicas. Nas diversas áreas em que atua o assistente social, especialmente nos organismos estatais, nos níveis federal, estadual e municipal, tem-se como referência político-institucional os Conselhos de Direitos e de Políticas ou Conselhos de Gestão Setorial nos campos da assistência, saúde, criança e adolescente, entre outros. Tais conselhos, que foram e são fundamentais para a participação democrática dos movimentos sociais, no caso da Saúde e da Assistência, se organizam a partir de quais diretrizes? a. Representação majoritária da sociedade civil e caráter deliberativo em face da elaboração e fiscalização das políticas. b. Representação majoritária do governo e caráter executor das políticas. c. Paridade entre governo e sociedade civil e caráter consultivo em face da elaboração de políticas e deliberativo em face de sua fiscalização. d. Paridade entre governo e sociedade civil e caráter consultivo em face da elaboração e fiscalização das políticas. e. Paridade entre governo e sociedade civil e caráter deliberativo em face da elaboração e fiscalização das políticas. PERGUNTA 8-C • Considerando o disposto na LOAS, sobre o Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), julgue os itens a seguir I) É de responsabilidade do órgão da administração federal responsável pela Assistência Social e do Conselho da Assistência Social realizar o acompanhamento dos recursos do FNAS. II) Os recursos da União serão repassados automaticamente ao FNAS. III) Para o recebimento de recursos do FNAS, o município ou o Estado precisa comprovar a destinação de recursos próprios para a área da Assistência Social. IV) Não é necessária a constituição de conselhos para o recebimento de recursos, posto como destacado na LOAS. V) O recurso do FNAS não demanda a realização de prestação de contas, posto que são concedidos na modalidade “fundo perdido”, tal como preconiza a LOAS. Estão corretas: a. Apenas I, IV e V. b. Apenas II, III e IV. c. Apenas I, II e III. d. Apenas III, IV e V. e. Apenas I, II e IV. PERGUNTA 9-E • Partindo do que está disposto na Política Nacional de Assistência Social, o controle social precisa ser compreendido como: I) O controle social, no âmbito da Assistência Social, é uma forma de centralização das decisões no âmbito do Governo Federal. II) O controle social, no âmbito da Assistência Social, se efetiva como uma modalidade de participação popular. III) Entre os mecanismos de participação popular destacam-se os conselhos e as conferências. IV) A participação popular se relaciona à participação dos trabalhadores da área junto aos conselhos, especificamente. V) As instâncias de controle não se constituem exigência para que Estados e Municípios recebam recursos do FNAS. Estão corretas: a. Apenas II, III e V. b. Apenas III, IV e V. c. Apenas III e IV. d. Apenas I, II e III. e. Apenas II e III. PERGUNTA 10-A • (HUCAM-UFES/ EBSERH/ AOCP/ 2014, Adaptada) A instância de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUAS, denomina-se: a. Comissões intergestores. b. Comissão integrada. c. Comissão generalizada. d. Comissão constituída. e. Comissão provisória. PERGUNTA 1 - c PERGUNTA 2-d PERGUNTA 3-d PERGUNTA 4-a PERGUNTA 5-c PERGUNTA 6-e PERGUNTA 7- e PERGUNTA 8- b PERGUNTA 9 - e PERGUNTA 10 -b PERGUNTA 1-c PERGUNTA 2-a PERGUNTA 3-d PERGUNTA 4-b PERGUNTA 5-b PERGUNTA 6-c PERGUNTA 7-b PERGUNTA 8- b PERGUNTA 9-c PERGUNTA 10 - c PERGUNTA 1-c PERGUNTA 2-c PERGUNTA 3-d PERGUNTA 4-d PERGUNTA 5-e PERGUNTA 6-b PERGUNTA 7-e PERGUNTA 8-c PERGUNTA 9-e PERGUNTA 10-a
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