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PRODUÇÃO-TEXTUAL docx

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3 
1 A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO CONTEXTO ESCOLAR .................................. 4 
1.1 A concepção de linguagem e a produção de textos ..................................... 6 
1.2 O que é produção de texto na escola? ......................................................... 8 
2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL: O DESAFIO DE ENSINAR A LER E 
ESCREVER TEXTOS NA ESCOLA .................................................................................. 11 
3 PRODUÇÃO DE TEXTO: COMO INCENTIVAR OS ALUNOS A ESCREVER 
MELHOR? ......................................................................................................................... 17 
4 POR QUE APRENDER TÉCNICAS PARA A PRODUÇÃO DE TEXTO? ......... 19 
4.1 Escrever um texto é verdadeiramente uma ciência! ................................... 20 
5 A PRODUÇÃO TEXTUAL - UMA ANÁLISE DISCURSIVA ............................... 20 
6 O PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL ...................................................... 21 
7 O QUE É UM TEXTO? ...................................................................................... 25 
8 GÊNEROS TEXTUAIS ...................................................................................... 29 
8.1 Textos literários e textos não literários ........................................................ 30 
9 COMO ENSINAR OS ALUNOS A ESCREVER DE FORMA CLARA? .............. 32 
10 ELABORAR BONS TEXTOS EXIGE, ENTRE OUTRAS COISAS, TÉCNICA, 
COERÊNCIA E CRIATIVIDADE ........................................................................................ 35 
10.1 Leitura e produção de textos ................................................................... 35 
10.2 Dicas para facilitar a produção de textos ................................................. 37 
11 A PRODUÇÃO DE TEXTO COMO PRÁTICA SOCIAL ..................................... 38 
11.1 O processo de escrever........................................................................... 38 
11.2 Estratégias para produzir textos .............................................................. 41 
11.3 Produção textual na escola ..................................................................... 42 
12 PROGRESSÃO TEXTUAL: ELEMENTO FUNDAMENTAL PARA UM BOM 
TEXTO 45 
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 47 
14 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 48 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da 
sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se 
levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que 
seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a 
pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é 
a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe 
convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e 
prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO CONTEXTO ESCOLAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: saskiapsicodrama.com.br 
 
 Compreende-se que uma das finalidades da escola é ensinar a ler e escrever. E 
estas, não são habilidades isoladas, ambas se completam e promovem a aquisição do 
conhecimento. São práticas sociais essenciais para o desenvolvimento da cognição 
humana. É através da leitura e escrita que o aluno tem a oportunidade de expor suas ideias, 
pensamentos, sentimentos e opiniões através da produção de textos orais e escritos 
adequados à situação e ao contexto. 
Para se produzir um texto de forma clara, objetiva, estruturada e com argumentos 
consistentes, o aluno precisa dominar estratégias de organização e planejamento desse 
texto. Assim, antes de iniciar a escrita, faz-se necessário levar o aluno a questionar: o que 
se quer escrever? Como escrever? Para quem escrever? Visto que, a escrita tem sempre 
um sentido e uma função e, portanto, as atividades de produção de textos precisam cumprir 
a finalidade e aos diferentes usos sociais da escrita. Segundo Antunes (2003, p.54) o ato 
de escrever supõe etapas interdependentes e Inter complementares, e a primeira delas 
implica o planejamento, para, em seguida, ser executada a escrita propriamente dita e, 
então, a revisão e a reescrita. 
E, tratando exatamente de produções textuais, a atividade de escrita requer um 
contato diário com a leitura, é um exercício contínuo. A palavra de ordem é LER. É através 
 
 
 
 
5 
 
da leitura que o aluno poderá encontrar os elementos básicos do material que é apreciado, 
compreendido e explicado para reproduzir o que é lido. Reproduzimos aquilo que somos 
e o que experienciamos. Sabe-se que são diversas contribuições do hábito de leitura para 
a prática da produção de texto no contexto escolar, por permitir ao aluno, ampliar seu 
conhecimento, construir um embasamento mais denso e abrangente sobre o assunto a ser 
exposto, aguçar sua imaginação, ampliar sua criatividade, enriquecer o vocabulário e 
acessar culturas. Por isso, a atividade de leitura não pode ser uma atividade secundária em 
sala de aula. 
Diante do afirmado, a escola assume uma grande responsabilidade de promover 
uma aprendizagem sólida e significativa, através de ações e estratégias de ensino que 
contribuam para amenizar as barreiras enfrentadas pelos alunos quando produzem seus 
textos. É despertar no aluno que a produção de textos é o resultado da interação entre o 
sujeito e o uso da linguagem, de quem escreve para quem lê. É enfatizar a importância de 
se planejar e compreender todo o processo que permeia a construção de um texto; é dar 
condições de autonomia da escrita, posicionar esse aluno diante do texto que se queira 
produzir, interpretando a qual finalidade de comunicação se destina a escrita assumida por 
ele e qual é o gênero textual que melhor exprime essas ideias. 
Assim, estar em contato com os mais variados gêneros textuais, possibilita a esse 
aluno ampliar sua leitura de mundo além de seu conhecimento linguístico e textual. Nesse 
sentido, é primordial nas salas de aulas o trabalho com a diversidade textual, através dos 
contos, poemas, poesias, notícias, crônicas dentre outros; é reconhecer que a escrita 
demanda uma certa habilidade criativa da qual a leitura traz e que a utilização dos mais 
variados textos/gêneros textuais, auxiliam no aprimoramento da capacidade de 
leitura/interpretação, produção textual e oralidade dos alunos, formando-os escritores 
competentes capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes. Desse modo, os 
alunos são considerados cidadãos que desenvolvem sua capacidade de compreender 
textos orais e escritos, de assumir a palavra e produzir textos, em situação de participação 
social. (PCNs, 1997:46). 
Frente a isso, sabe-se que, para formar cidadãos leitores é uma tarefa desafiadora, 
faz-se necessário que toda a escola esteja engajada nesse processo, na busca por 
estratégias efetivas de leitura associadas à novas práticas de ensino sobre escrita e 
reescrita dos textos, adequando as temáticas trabalhadas à realidadedos alunos. E que, o 
 
 
 
 
6 
 
professor, seja ele, o primeiro a assumir uma postura de leitor, de ser agente provocador 
e estimulador para que a atividade de produção textual no ambiente escolar seja eficiente 
e venha a atingir uma dimensão muito maior, deixando de ser apenas uma questão 
mecânica e cumprimento de currículo e assumindo a função social da escrita. 
E, neste sentido, Guedes (2009) aponta que a tarefa do professor de redação (ou 
produção textual) começa a partir do texto escrito pelo aluno, na orientação da reescrita 
deste texto para ajudá-lo (o aluno) a descobrir o que ele queria dizer e a reescrever a 
primeira versão para fazê-lo dizer isso. 
Nessa perspectiva, é importante ressaltar a importância da redefinição das 
atividades de produção de textos em sala de aula. Não há dúvida de que a prática da 
produção de textos se tornará mais importante se puder ser bem direcionada para uma 
finalidade específica e combinada com o ambiente real. 
1.1 A concepção de linguagem e a produção de textos 
No Brasil, muitos estudantes possuem dificuldades na utilização da língua seja de 
forma oral ou escrita. No entanto, essa dificuldade não deve ser classificada como uma 
incapacidade de expressão desses estudantes, mas sim como uma incapacidade de 
sintetizar informações e juízos para transformá-los em sentenças linguísticas. 
A linguagem é a forma ou instrumento que os falantes de uma determinada língua 
utilizam para expressar ou comunicar algo a alguém. Segundo Koch (2012), a linguagem é 
a capacidade que o ser humano tem de interagir com o meio social através de uma língua, 
das mais variadas formas e variados propósitos e resultados. Em outras palavras, a 
linguagem, seja na modalidade oral ou escrita, pode se manifestar de diferentes formas, 
levando em conta os propósitos e resultados daquilo que é dito ou escrito. 
A linguagem pode ser concebida de formas diferentes que norteiam como ela é 
apresentada, seja oralmente ou em forma de escrita. As concepções de linguagem podem 
ser divididas em três modalidades. A primeira é a linguagem como expressão de 
pensamento. O autor João Wanderley Geraldi (2006) aponta-a como tradicionalista. Para 
ele, se essa concepção de linguagem é adotada, é como se afirmasse que as pessoas não 
conseguem se expressar por não pensarem. Em síntese, essa concepção admite a 
 
 
 
 
7 
 
expressão puramente como produto do pensamento, sem levar em conta o contexto e o 
receptor da mensagem que envolve essa expressão linguística. 
Em comparação a Geraldi, Koch (2012) apresenta essa concepção que, por sinal, é 
a mais antiga das concepções linguísticas, como uma forma de representação do 
pensamento e conhecimento de mundo do homem por meio da língua, isto é, a língua tem 
a finalidade somente de representar o pensamento humano. Essa concepção valoriza a 
gramática pura no processo comunicativo. Quando se leva em conta essa concepção na 
escrita de um texto, aquele que o escreve expõe no papel as suas ideias, valendo-se da 
gramática normativa, sem pensar se aquele texto atingirá seus objetivos e poderá ser 
compreendido por outras pessoas no ato da leitura. 
A segunda concepção apresenta a linguagem como instrumento de 
comunicação. Nela, leva-se em consideração a interação entre o emissor e o receptor da 
mensagem. Os autores Geraldi e Koch apontam essa concepção da língua como um código 
que somente transmite a mensagem ao receptor, que, por sinal, recebe-a de forma passiva. 
Geraldi ainda diz que geralmente essa concepção é a mais vista em livros didáticos, 
instruções ou propostas de produção de textos. Ao se valer dessa concepção nas propostas 
de produção de textos, o professor somente delimita aquele para quem será escrito o texto, 
porém, o emissor da mensagem não recebe o papel comunicativo que deve representar no 
ato da escrita, nem mesmo o contexto que se deve levar em conta no processo da escrita. 
A terceira e última concepção, é a linguagem como forma de interação. Nesse 
sentido, ela assume um papel diferenciado das concepções anteriores. Em oposição à 
linguagem como expressão do pensamento e como forma de comunicação, essa terceira 
envolve a interação entre o emissor e receptor da mensagem, ambos participam de forma 
ativa no processo comunicativo. 
A linguagem se torna a ponte entre o locutor e o interlocutor no processo da fala e 
da escrita. Geraldi (2006) afirma que nessa concepção interacionista. 
(...) mais do que possibilitar uma transmissão de informações de um emissor a um 
receptor, a linguagem é vista como um lugar de interação humana. Por meio dela, 
o sujeito que fala pratica ações que não conseguiria levar a cabo, ao não ser 
falando; com ela o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e 
vínculos que não preexistiam à fala. (GERALDI, 2006, p. 41, Apud BATISTA W. 
2018) 
 
 
 
 
8 
 
Por meio das palavras de Geraldi, pode-se compreender que a linguagem como 
forma de interação vai além do ato de ler e escrever. Essa envolve a interação entre atores 
comunicativos e contexto social ou cultural em que o locutor e interlocutor vivem. 
 As propostas de produção textual elaboradas pelo professor, quando assumem a 
concepção interacionista, permitem ao aluno saber qual papel ele deve exercer e de que 
forma ele pode permitir a participação do receptor da mensagem ou leitor do seu 
texto. Dessa forma, os alunos têm consciência de perguntas essenciais para a escrita de 
um bom texto, tais como: Quem é o enunciador? (Aquele que escreve o texto); quem é o 
enunciatário? (Aquele que recebe a mensagem ou leitor do texto); qual é o propósito do 
texto e em qual gênero deve ser escrito? Quando essas perguntas são usadas nas 
construções de textos, os alunos se sentem mais seguros na sua elaboração e, ao mesmo 
tempo, as correções das produções se tornam mais claras, tanto para o professor quanto 
ao aluno. 
1.2 O que é produção de texto na escola? 
A produção de textos, na escola, é uma questão de grande preocupação social. 
Muitas vezes, essa atividade torna-se um “tormento” para muitos alunos e também para os 
professores. Um dos influenciadores da dificuldade dos alunos na criação de textos está 
relacionado com os temas propostos para esses textos. Segundo Geraldi (2006), os alunos 
anualmente fazem redações com os mesmos temas e esses geralmente são baseados em 
datas comemorativas. 
 Essa repetição de propostas faz com que os alunos não gostem de produzir textos, 
por ser uma atividade exaustiva e repetitiva, além de escreverem textos com temas sem 
utilidade prática. Os textos produzidos na escola além de trazer dissabores para os alunos, 
também se tornam algo ruim para os professores, que se sentem frustrados ao avaliar 
textos mal redigidos e ver a falta de interesse dos alunos de melhorar nas produções 
textuais. 
Geraldi (2006) mostra que as produções de texto na escola são feitas voltadas para 
o professor que é, geralmente, o único leitor do texto. Com isso, os estudantes se sentem 
desmotivados e não demonstram empenho na escrita de algo que será somente lido por 
uma pessoa que, no caso, é o professor. O emprego da língua, na escola, então, foge de 
 
 
 
 
9 
 
sua utilidade real que deveria contar com a participação e interação de vários atores no 
processo comunicativo e isso torna o emprego da língua artificial. 
É interessante que os alunos escrevam textos que possam ser compartilhados com 
outros alunos da escola e até mesmo para outras pessoas fora da escola. O professor 
precisa promover atividades com os textos redigidos pelos alunos para que, dessa forma, 
os estudantes se sintam motivados a produzir bons textos para que outros possam lê-los. 
 Como afirmado anteriormente, outra questão importante na produção de textos é a 
leitura. Quanto mais se lê, maior é a bagagem de conhecimento argumentativo na 
elaboração de um bom texto. A leitura é um fator importante para se produzirbons textos e 
esse é um problema que acomete o sistema escolar brasileiro. Um ditado popular brasileiro 
afirma que o “brasileiro não gosta de ler”. Não é que o brasileiro não goste de ler. A raiz do 
problema é que muitos brasileiros não têm um bom hábito de leitura. 
 
 
casaarteria.com.br 
Essa falta de interesse pela leitura reflete-se no contexto escolar desde o início das 
séries iniciais até o fim do ensino fundamental. Os discentes geralmente leem por 
“obrigação” livros que o professor considera importantes para a sua formação. A maioria 
dos professores seja conscientemente ou não, por algum motivo ou outro delimita o que os 
alunos precisam ler e não permitindo sugestões. Com isso, os alunos não possuem acesso 
 
 
 
 
10 
 
a alguns tipos e gêneros textuais e desconhecem outros que fazem diferença na sua 
formação de bons leitores e escritores. 
As maiores dificuldades com relação a produções de textos pelos alunos se devem 
à falta de objetivos claros nas propostas e inadequações dos temas propostos. A produção 
de texto na escola muitas vezes possui aspecto limitado, no qual são privilegiados alguns 
tipos e gêneros textuais, resultando em desconhecimento e insegurança por parte dos 
alunos ao se depararem com uma proposta de produção de texto. A produção textual é 
vista de maneira negativa pelos alunos, por ser na maioria das vezes, algo repetitivo e 
desgastante, sendo necessário ao professor preocupar-se em variar temas e tipos textuais, 
além de definir objetivos claros em suas propostas de produção de textos. 
Diante disso, surge uma problemática em torno da correção desses textos, do que 
se queira analisar, diante de tais dificuldades mencionadas. Compreende-se que o 
professor precisa se valer de diferentes critérios linguísticos claros, para que se possam 
identificar essas dificuldades e consequentemente pensar em estratégias de intervenção, 
para que o processo de correção e avaliação aconteça de forma adequada e satisfatória, 
com a premissa de não prejudicar ou desestimular aquele determinado aluno, levando em 
consideração o respeito ao outro, ao dito pelo outro, à forma escolhida pelo outro para se 
expressar. Quando não há critérios de correção definidos, o professor seja de forma 
consciente ou inconsciente, assume o papel de examinador, aquele que aponta os erros ao 
invés de questioná-los. É importante que o professor encare a produção de textos de forma 
qualitativa e interativa, para que sua avaliação tenha por objetivo consolidar a 
aprendizagem, ajudar/estimular ao aluno e não o reprovar, percebendo que o seu papel é 
salutar para o avanço do ensino e aprendizagem. Corrigir significa, neste contexto, apontar 
caminhos de adequações. 
Contudo, é preciso elencar a importância de aprimorar com os alunos a prática da 
revisão textual no trabalho com produção de textos, reforçando a concepção de que o ciclo 
de se produzir textos, baseia-se em ler, escrever e reescrever. 
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, 1998, p.52 , “a capacidade de 
analisar e revisar o próprio texto em função dos objetivos estabelecidos, da intenção 
comunicativa e do leitor a que se destina, redigindo tantas quantas forem as versões 
necessárias para considerar o texto produzido bem escrito”. 
 
 
 
 
 
11 
 
 Assim, surge para professor um dupla possibilidade de ação: uma voltada para que 
ao aluno desenvolva estratégias críticas de autocorreção utilizando-se os conhecimentos 
que já possui em relação à língua para revisar seu próprio texto; outra como fonte de 
assuntos que mereçam ser abordados nas aulas, discutido e explanado por meio de 
atividades providas de relevância, pois, a produção de textos na escola, ainda é algo de 
grande preocupação e tem influência direta na formação, na busca por uma melhor 
colocação no amplo mercado de trabalho, concursos, dentre outras oportunidade que se 
almeja um futuro promissor. 
2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL: O DESAFIO DE ENSINAR A LER E 
ESCREVER TEXTOS NA ESCOLA 
Ensinar a ler e escrever é um desafio que transcende amplamente a alfabetização 
em sentido estrito, e capacitar estudantes para que possam manipular habilmente essas 
competências no mundo, são práticas extremamente complexas. Em nossa sociedade, a 
escrita desempenha um papel fundamental e está em toda parte, sendo de fundamental 
importância escolarizar essa experiência escritora. 
Porém, quando o assunto é produção de texto, destaca-se em geral, que os alunos 
rejeitam essa prática na escola, rejeitam a ideia de apenas escrever textos direcionados 
pelos professores, com temas e assuntos específicos que muitas vezes não se sentem 
motivados a produzi-los. Sendo assim, reforça-se a necessidade de ressignificar o ensino 
da produção de textos na escola, torna-la mais atrativa e menos conflituosa, visto que, a 
atividade de produzir texto perpassa nas diversas fases e etapas do conhecimento e o 
educador desempenha um importante papel nesse processo. 
Analisar as estratégias e técnicas de ensino, de estimular e de instigar a escrita, são 
práticas relativamente recentes e o primeiro passo é propiciar ao aluno o domínio da 
tecnologia da escrita e leitura para, depois, torná-lo um produtor de textos. Nesse sentido, 
um dos grandes desafios do educador, é consolidar abordagem significativas para que seu 
discente seja estimulado e motivado a desenvolver a escrita. Outrossim, é de grande 
importância abordar a produção textual como uma atividade divertida e útil no contexto 
educacional e social para que aja significância no ato de escrever. “Produzir textos é expor 
 
 
 
 
12 
 
uma imagem de si. Nada é tão complexo quanto suscitar o gosto e a motivação para a 
escrita.” Dolz, Agnon e Decêndio, 2010. 
Ademais, escrever também demanda uma certa habilidade criativa da qual a leitura 
a traz. É a partir do processo de reflexão do educador, da interação do professor/aluno e 
aluno/professor que promoverá a base de conhecimento essencial para desenvolvimento 
da habilidade e competência da escrita, convictos de que o hábito leitura é primordial para 
a eficiência em produzir texto. Através da leitura que ocorrem diversas ligações no cérebro 
que nos permitem desenvolver o raciocínio. Além disso, com essa atividade, aguçamos 
nosso senso crítico por meio da capacidade de interpretação. Nesse sentido, vale lembrar 
que a “interpretação” dos textos é uma das chaves essenciais da leitura. Afinal, não basta 
ler ou decodificar os códigos linguísticos, faz-se necessário compreender e interpretar essa 
leitura. Como citado anteriormente, é válido reforçar que muitos são os benefícios que a 
leitura proporciona: desenvolvimento da imaginação, da criatividade, da comunicação, bem 
como o aumento do vocabulário, dos conhecimentos gerais e do senso crítico. Além dessas 
contribuições, com a leitura exercitamos nosso cérebro, o que facilita a interpretação de 
textos de forma a promover competência e habilidade na escrita. Ao ler, o indivíduo adquire 
maior repertório, ampliando e expandindo seus horizontes cognitivos. Para além disso, 
estudos apontam que o ato de ler é muito prazeroso na medida em que reduz o estresse 
ao mesmo tempo que estimula reflexões. Por esse motivo, a leitura deve ser incentivada 
desde a Educação Infantil. Incentivar os filhos pequenos em casa e criar hábitos são 
condições importantes para que as crianças desenvolvam o gosto pela leitura. 
Partindo da concepção da língua escrita como sistema formal (de regras, 
convenções e normas de funcionamento) que se legitima pela possibilidade de uso efetivo 
nas mais diversas situações e para diferentes fins, somos levados a admitir o paradoxo 
inerente à própria língua: por um lado, uma estrutura suficientemente fechada que não 
admite transgressões sob pena de perder a dupla condição de inteligibilidade e 
comunicação; por outro, um recurso suficientemente aberto que permite dizer tudo, isto é,um sistema permanentemente disponível ao poder humano de criação (Geraldi, 93). Para 
produzir textos de qualidade, os alunos precisam saber o que querem dizer, para quem 
escrevem e qual é o gênero textual que melhor exprime essas ideias. O segredo é ler muito 
e revisar constantemente a escrita. A priori, o reconhecimento dos diversos tipos de gênero 
textual discursivo é essencial para a organização da escrita e, consequentemente, o 
 
 
 
 
13 
 
planejamento das ideias. Assim o trabalho com os gêneros textuais na sala de aula é 
primordial para o incentivo e desenvolvimento da leitura e escrita. Assim é enfatizado o 
trabalho com a leitura de gêneros textuais diversificados, sejam eles didáticos ou não 
didáticos. 
Segundo Marcuschi (2008), a produção de textos escritos é um eixo da língua 
materna que deve ser ensinado e desenvolvido em sala de aula e o desencadeamento 
desse ensino se dá através dos gêneros textuais discursivos. 
O estudo dos gêneros textuais é hoje uma área interdisciplinar, com atenção especial 
para a linguagem em funcionamento e para as atividades culturais e sociais. Desde que 
não concebamos os gêneros como modelos estanques nem como estruturas rígidas, mas 
como formas culturais e cognitivas de ação social (Miller, 1984) corporificadas na 
linguagem, somos levados a ver os gêneros como entidades, cujos limites e demarcação 
se tornam fluidos (MARCUSCHI, 2008, p. 151). 
Ainda de acordo com Marcuschi, “É impossível não se comunicar verbalmente por 
um gênero, assim como é impossível não se comunicar verbalmente por algum texto”. Isso 
porque toda manifestação verbal se dá sempre por meio de textos realizados em algum 
gênero. Daí a centralidade da noção de gênero textual no trato socio interativo da produção 
linguística. Nessa perspectiva, ele acrescenta que gêneros textuais são: 
[...] os textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros 
textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam 
padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, 
objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças 
históricas, sociais, institucionais e técnicas (MARCUSCHI, 2008, p. 155, Apud 
SILVA E. G. 2018). 
Reconhecendo assim, que o gênero textual possui a dimensão social da linguagem 
na forma de discurso oral e escrito, possibilita ao aluno estabelecer o conceito de fazer-se 
escolher conscientemente a linguagem, de forma a explicar sua finalidade comunicativa. 
 Considerando esta afirmativa, podemos reiterar que o conceito de gênero passa a 
assumir um elo entre o uso da língua e sua estrutura linguística na estruturação, concepção 
e funcionalidade dos textos, tendo a necessidade de caracterizá-los teoricamente. 
Marcuschi (2008), afirma então, que o texto é o resultado de uma ação linguística e suas 
fronteiras são determinadas pelo mundo em que ele está inserido. Ressalta, ainda, que o 
texto pode ser tido como um tecido estruturado, uma entidade significativa, uma entidade 
 
 
 
 
14 
 
de comunicação e um artefato sócio histórico variadas. É possível se dizer que o texto é 
uma (re) construção do mundo, e não uma simples refração ou reflexo. 
 
Fonte:mensagens.culturamix.com 
Assim, um texto se dá numa complexa relação interativa entre a linguagem, a cultura 
e os sujeitos históricos que operam nesses contextos. E se fundamenta sobretudo pela sua 
discursividade, inteligibilidade e articulação que ele põe em movimento. 
Portanto, a atividade da escrita pressupõe a interação e o uso da linguagem. 
Segundo Antunes (2010), “Não há linguagem sem a utilização da escrita, da fala, da escuta 
e da leitura”. A escrita deve ocorrer de uma maneira que sejam percebidas a atividade 
interativa de expressões, intenções, crenças, manifestações verbais ou sentimentos que 
queremos partilhar com alguém, interagindo com ele. Desse modo, a condição prévia para 
o êxito da atividade de escrever é ter o que dizer, pois as palavras medeiam e fazem ponte 
entre quem fala e quem escuta, entre quem escreve e quem lê. O fato de saber o que dizer 
em determinada situação caracteriza-se pela capacidade do conhecimento linguístico 
inerente a cada pessoa. 
Conforme os PCN (2000, p. 24): 
É na interação em diferentes instituições sociais (a família, o grupo de amigos, as 
comunidades de bairro, as igrejas, a escola, o trabalho, as associações, etc.) que o 
sujeito aprende e apreende as formas de funcionamento da língua e os modos de 
 
 
 
 
15 
 
manifestação da linguagem; ao fazê-lo, vai construindo seus conhecimentos 
relativos aos usos da língua e da linguagem; em diferentes situações. Também 
nessas instâncias sociais, o sujeito constrói um conjunto de representações sobre 
o que são os sistemas semióticos, o que são as variações de uso da língua e da 
linguagem, bem como qual seu valor social. (Apud SILVA E. G. 2018) 
A prática crescente da competência para a escrita ocorre no decorrer do contato 
diário com a escrita e a leitura e do exercício de cada evento, com as regras próprias de 
cada tipo e de cada gênero textual. Antunes (2010, p.116) expõe que “A escrita é uma forma 
de atuação social entre dois ou mais sujeitos que realizam o exercício do dizer. Tudo isso 
significa dizer que a escrita da escola deve ser a escrita de textos”. Por isso, é 
extremamente relevante que o professor trabalhe com os alunos os mais diversos gêneros 
textuais. 
Portanto, as atividades de produção e recepção de textos merecem destaque no 
ensino da língua portuguesa, pois os alunos precisam produzir textos correspondentes aos 
diferentes usos sociais da escrita, ou seja, que contemplem aquilo que se vivencia fora da 
escola. Além disso, deve-se proporcionar a eles a escrita de textos de gêneros textuais que 
possuam uma função social determinada. 
Assim sendo, faz-se necessário que o docente promova condições interacionistas 
no sentido de desencadear uma melhor aprendizagem nas atividades, no caso aqui 
específico, nas produções de textos escritos, para que os textos produzidos apresentem 
sentido, discursividade e que sejam compreendidos por estarem simplesmente 
contextualizados. 
O sentido de um texto, qualquer que seja a sua situação comunicativa, não depende 
tão somente da estrutura textual em si mesma. Os objetos de discursos a que o texto faz 
referência são apresentados, em grande parte, de forma lacunar, permanecendo muita 
coisa implícita. O produtor de um texto pressupõe, da parte do leitor/ouvinte, conhecimentos 
textuais situacionais e enciclopédicos. Entrelaçados a esses eixos, encontra-se, de forma 
muito sincronizada, o contexto situacional permanente no texto, o qual interliga o percurso 
discursivo, inferindo as ideias dialogicamente nele percebidas. 
A escrita é uma atividade processual, ou seja, uma atividade durativa, um percurso 
que se vai fazendo pouco a pouco, ao longo de nossas reflexões, de nosso acesso a 
diferentes fontes de informação. O pouco êxito conseguido com a escrita de textos na 
escola se explica muito pela visão estática e pontual da escrita, como se escrever fosse 
 
 
 
 
16 
 
apenas um ato mecânico de fazer alguns sinais sobre a folha de papel e, assim, um ato 
que começa e termina no intervalo de tempo que foi dado para se escrever. 
Para Marcuschi (2008), o texto não é feito apenas de palavras e, portanto, não é 
composto apenas do material linguístico que aparece em sua superfície. Nele, o significado 
de uma parte depende das outras com que se relaciona. O seu significado global não é o 
resultado da mera soma de suas partes, mas de certa combinação geradora de sentidos. 
A produção de um texto, de alguma forma, acaba sendo uma maneira de reorganizar 
o pensamento e o universo interior da pessoa. A escrita não é apenas uma oportunidade 
para que se mostre, comunique, mas também para que se descubra o que é, o que pensa, 
o que quer, em que acredita,etc. Tudo isso porque todo ato de escrita pertence a uma 
prática social. Ninguém escreve por escrever. A escrita tem sempre um sentido e uma 
função. Levar esses princípios em consideração vai implicar uma avaliação 
multidimensional bem mais ampla e bem mais mobilizadora também, pois será 
constantemente recriada e englobará estratégias, recursos e instrumentos diversificados, 
diferentemente da mesmice com que ela ocorre nas práticas atuais. 
Para ocorrer de fato um progresso na escrita, o ideal é que se crie com os discentes 
a prática do planejamento, do rascunho e da revisão, de maneira que a primeira versão de 
seus textos tenha sempre um caráter de produção provisória. Só assim, os alunos podem 
construir e aprimorar cada vez mais seus textos. 
Portanto, para aproximar a produção escrita das necessidades enfrentadas no dia a 
dia, o caminho atual é enfocar o desenvolvimento dos comportamentos leitores e escritores. 
Ou seja: levar a criança a participar de forma eficiente de atividades da vida social que 
envolvam leitura e escrita. Noticiar um fato num jornal, ensinar os passos para fazer uma 
sobremesa ou argumentar para conseguir que um problema seja resolvido por um órgão 
público: cada uma dessas ações envolve um tipo de texto com uma finalidade, um suporte 
e um meio de veiculação específico. Conhecer esses aspectos é condição mínima para 
decidir, enfim, o que escrever e de que forma fazer isso. Fica evidente que não são apenas 
as questões gramaticais ou notacionais (a ortografia, por exemplo) que ocupam o centro 
das atenções na construção da escrita, mas a maneira de elaborar o discurso. 
Diante do exposto, produzir textos é um processo que envolve diferentes etapas: 
planejar, escrever, revisar e reescrever. A revisão não consiste em corrigir apenas erros 
ortográficos e gramaticais, como se fazia antes, mas cuidar para que o texto cumpra sua 
 
 
 
 
17 
 
finalidade comunicativa. A leitura, assim como a escrita, supre as necessidades do nosso 
cérebro de aumentar sua capacidade intelectual. É notório o fato de que um indivíduo 
quando pratica o hábito da leitura, sobressaia melhor em suas produções, aperfeiçoando 
através deste, sua competência discursiva marcada por um bom domínio da modalidade 
escrita e por uma visão de que a produção de texto é um trabalho que exige a superação 
de jogos de palavras ou frases soltas. 
3 PRODUÇÃO DE TEXTO: COMO INCENTIVAR OS ALUNOS A ESCREVER 
MELHOR? 
Incentive a leitura 
 
No ambiente escolar, um dos primeiros contatos dos estudantes com o texto 
acontece pela leitura. Ela estimula e instiga a criatividade infantil com histórias que 
apresentam diferentes cenários, personagens e valores que são internalizados nas 
crianças. 
O hábito de ler faz com que o estudante crie compreensão dos diversos estilos de 
contar uma história: narrativa, fábula, argumentação, conto, poesia etc. Portanto, estimular 
a leitura em sala de aula é uma maneira de incentivar a produção textual. 
É importante, porém, que os livros sejam apresentados como elementos de diversão 
e fonte de conhecimento. Ou seja, os estudantes não podem encarar a leitura como uma 
obrigação acadêmica, tornando a prática maçante e pouco atrativa. 
Promover rodas de leituras, buscar produções que dialoguem com a realidade do 
estudante e deixar os livros acessíveis são maneiras de incentivar a prática. 
 
Fortaleça a autoconfiança 
 
Muitos estudantes têm medo de escrever. O nervosismo e a falta de confiança são 
impeditivos para liberarem sua criatividade e deixarem o texto fluir. Em alguns casos, essa 
barreira pode significar o sentimento de limitação no conhecimento de vocabulário ou das 
regras gramaticais. 
 
 
 
 
18 
 
Para tentar superar essa barreira, o professor tem um papel fundamental. É ele quem 
precisa estimular a autoconfiança dos estudantes, mostrando que a prática leva ao 
melhoramento da escrita. Criar ambientes abertos para discussão também auxilia os 
estudantes a se sentirem menos inibidos a pedir ajuda para os seus colegas de sala e para 
o próprio docente. 
Abordar a produção textual como uma atividade divertida e útil para os estudantes 
também facilita a autoconfiança. Além disso, o professor precisa compreender que cada 
aluno expressará a escrita de forma pessoal e que isso precisa ser valorizado. Afinal, 
escrever é um exercício bastante íntimo. 
 
Fonte: br.freepik.com 
Valorize a criatividade 
 
Para conseguir desenvolver boas produções textuais é fundamental ter criatividade. 
Por isso, o professor deve valorizar e estimular ambientes que instiguem e fortaleçam essa 
característica nos estudantes. 
Mostrar os vários estilos e gêneros textuais existentes é uma maneira de inspirar os 
alunos a encontrarem e criarem o seu próprio estilo. Dessa forma, permitirá a ele descobrir 
qual o gênero textual lhe é mais atrativo e a partir daí, solicitar a este, que produza 
http://54.207.29.105/o-que-e-sala-de-aula-invertida-e-quais-as-vantagens-desse-metodo/
 
 
 
 
19 
 
inicialmente textos baseados nesse formato, assim estará valorizando, incentivando o 
hábito da leitura e, consequentemente, a escrita. 
O professor também pode deixar um tempo para que cada aluno faça uma escrita 
livre. Nesse caso, não é necessário apontar temas, formatos ou padrão, apenas permitir 
que o estudante desenvolva um conteúdo sobre o seu gosto pessoal. Assim eles 
conseguirão superar o nervosismo e liberar a escrita. 
 
Mostre que a escrita é uma forma de expressão 
 
O estudante precisa conectar-se com a escrita. Para tanto, é fundamental que ele 
consiga expressar os seus sentimentos e valores por meio dela. A partir do momento que 
o aluno compreender que a escrita é um modo de expressar os seus pensamentos, a 
produção textual será menos desafiadora para ele. 
Esse raciocínio é fundamental para superar, por exemplo, a redação do Enem. O 
texto dissertativo — estilo cobrado no exame — pede para que o aluno seja capaz de 
construir uma proposta de intervenção diante da problemática apresentada, isso 
considerando a realidade vivida. Sem uma verdadeira conexão entre o estudante e a 
produção textual, o conteúdo pode ficar vazio e pouco atraente para o avaliador. 
4 POR QUE APRENDER TÉCNICAS PARA A PRODUÇÃO DE TEXTO? 
O ensino tradicional da disciplina de Redação traz, muitas vezes, um “ranço” para os 
estudantes. Essa expressão caracteriza a falta de vontade do aluno em escrever. Esse fator 
não é culpa nem dos professores, nem dos próprios alunos. O que se tem na verdade é o 
pouco tempo para ensinar e explorar a disciplina, que quase sempre só dispõe de uma ou 
duas aulas no currículo. 
A maioria dos alunos pouco aproveita desse momento de aprendizagem. E quando 
finalizam seus estudos percebem a dificuldade que possuem em produzir textos, ou ainda, 
a culpam por não conseguirem. 
 
 
 
 
20 
 
3.1 Escrever um texto é verdadeiramente uma ciência! 
Pense bem: você irá colocar em um papel o seu raciocínio sobre determinado tema. 
Se os seus pensamentos não estão organizados, como você irá desenvolver uma escrita 
que deve possuir sequência, coerência, coesão, entre outros fatores e, ainda, domínio dos 
aspectos gramaticais? 
Complicado? Não! O Português é a sua língua materna, portanto, não há nada de 
complicado. É preciso entender que você já tem bagagem. O que deve ser feito é, em um 
primeiro momento, compreender os aspectos da comunicação que já se tem na prática 
passando-os para o entendimento da teoria e depois retransformar esse aprendizado de 
teoria para a prática novamente. 
É neste momento que entra o desenvolvimento e a aprendizagem das técnicas 
redacionais. Falar sobre técnicas, não é só apresentar aspectos como, por exemplo, causa 
e consequência, até porque existe muito conteúdo a ser compreendido em torno desta 
ciência de escrever! É preciso, com toda certeza, ir além! 
Às vezes, muitas pessoas escrevem sem noção alguma do que estão construindo.Muitos até dizem que é só escrever. Talvez seja isso mesmo, mas compreender o que está 
sendo construído é fundamental. Existem dúvidas, que solitariamente, não se consegue 
sanar quando se está produzindo um texto. Afinal, você pode até ter a prática, mas não 
compreende a teoria que é recheada de técnicas de redação e auxiliam no bom 
desenvolvimento da produção textual. 
4 A PRODUÇÃO TEXTUAL - UMA ANÁLISE DISCURSIVA 
Redigir um texto parece, para muitos, um procedimento difícil... Concepção esta que, 
caso não seja aprimorada, acaba se tornando um estigma e, consequentemente, um 
entrave para o emissor no decorrer de sua trajetória cotidiana. O fato é que o ato da escrita 
requer do emissor determinadas habilidades que envolvem conhecimentos de forma 
específica. 
Em uma primeira instância, reportamo-nos à ideia de que todo discurso tem um fim 
em si mesmo, ou seja, perfaz-se de uma intenção que se caracteriza de acordo com os 
objetivos que se deseja alcançar com a mensagem ora transmitida. Intenções essas 
 
 
 
 
21 
 
materializadas sob a forma de um texto informativo, instrutivo, persuasivo, humorístico, 
didático, dentre outros. Desta feita, torna-se imprescindível que o emissor parta deste 
princípio: o que se busca mediante o trabalho com a linguagem? 
Tais pressupostos tendem a se reafirmar quando comparados à fala de José 
Saramago: 
 As palavras são apenas pedras a atravessar a corrente de um rio, se estão ali é 
para que possamos chegar à outra margem, a outra margem é o que importa. (Apud 
DUARTE V. M. N. 2018) 
Numa transcrição do metafórico para o sentido real, temos que “as pedras” que 
atravessam a corrente de um rio nada mais são que o acervo lexical que a língua nos 
proporciona e este acervo vai se incorporando ao nosso vocabulário à proporção que 
desenvolvemos o hábito de leitura. Mas elas não são suficientes para chegarmos “à outra 
margem do rio”, pois neste ínterim também estão correlacionados dois outros fatores de 
considerável relevância – os conhecimentos linguísticos (gramaticais) e o próprio 
conhecimento de mundo –, sendo que este último envolve o condicionante social, haja vista 
que para discorrermos acerca de um determinado assunto, temos que, necessariamente, 
elencar os argumentos que a ele faz referência. 
Numa transcrição do metafórico para o sentido real, temos que “as pedras” que 
atravessam a corrente de um rio nada mais são que o acervo lexical que a língua nos 
proporciona e este acervo vai se incorporando ao nosso vocabulário à proporção que 
desenvolvemos o hábito de leitura. Mas elas não são suficientes para chegarmos “à outra 
margem do rio”, pois neste ínterim também estão correlacionados dois outros fatores de 
considerável relevância – os conhecimentos linguísticos (gramaticais) e o próprio 
conhecimento de mundo –, sendo que este último envolve o condicionante social, haja vista 
que para discorrermos acerca de um determinado assunto, temos que, necessariamente, 
elencar os argumentos que a ele faz referência. 
5 O PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Para alguns, escrever é um dom, para outros, depende da inspiração de cada um. 
Segundo Koch & Elias (2010, p. 32), “essa pluralidade de respostas nos faz pensar que o 
modo pelo qual concebemos a escrita não se encontra dissociado do modo pelo qual 
 
 
 
 
22 
 
entendemos a linguagem, o texto e o sujeito que escreve”. Isto é, a nossa visão sobre a 
escrita se dá em função do modo como olhamos para os elementos chave desse processo. 
A partir disso, Koch & Elias (2010) ainda discorrem sobre as concepções que surgem 
com base nos diferentes enfoques dados à escrita. A primeira concepção apresentada é 
aquela que tem como foco a língua. De acordo com as autoras, um sujeito que detém seu 
foco na língua vê a linguagem como um sistema acabado e inalterável e, portanto, 
compreenderá o texto a partir dessa perspectiva, ou seja, o verá como um produto pronto, 
uma escrita de códigos a serem decodificados, negando qualquer implicitude. 
Outra concepção apresentada pelas autoras é aquela que tem como foco o escritor. 
Sob esse viés, a linguagem é entendida como expressão do pensamento e, por isso, o texto 
tende a ser visto como uma representação de ideias do autor, sem a pressuposição de uma 
interação ou interlocução, considerando apenas o indivíduo (escritor) em si e ignorando 
qualquer relação com um suposto leitor. 
 
Fonte:soumamae.com.br 
Já a terceira concepção abordada pelas autoras é a que tem como foco a interação 
e servirá de base para compreendermos o processo de produção textual. “Nessa 
concepção interacional (dialógica) da língua, tanto aquele que escreve como aquele para 
quem se escreve são vistos como atores/construtores sociais, sujeitos ativos que - 
 
 
 
 
23 
 
dialogicamente - se constroem e são construídos no texto [...]” (KOCH; ELIAS, 2010, p. 34). 
Dessa forma, entende-se que a escrita não é um processo individual e rígido, mas, pelo 
contrário, coletivo e flexível, pois não é algo relativo somente à linguagem ou ao escritor, 
trata-se de um conjunto que envolve, além de aspectos linguísticos e intenções do autor, 
um interlocutor. 
Mas, então, o que configura um texto? A escrita precisa fazer sentido para ser texto; 
um exemplo disso é quando escrevemos palavras soltas com o objetivo de não nos 
esquecermos de algo, como o nome de um lugar em que precisamos ir, o nome de um 
material de aula que precisamos levar, entre outras. Essas palavras vão fazer sentido para 
nós, que escrevemos com essa intenção específica, mas se perdermos o papel em que 
anotamos essas palavras e outra pessoa o encontrar, provavelmente aquilo que estiver 
escrito não fará sentido nenhum para esse leitor. Isso porque “um texto não existe, como 
texto, a menos que alguém o processe como tal” (BEAUGRANDE apud MARCUSCHI, 
2008, p. 89). E é neste ponto que está a complexidade da escrita: precisamos nos fazer 
entender por meio dela. 
Conforme Marcuschi (2008), para se produzir um texto, é necessário entendimento 
sobre o funcionamento da língua, do sistema linguístico. Isso pelo fato de que “[...] o texto 
não é um puro produto nem um simples artefato pronto; ele é um processo e pode ser visto 
como um evento comunicativo sempre emergente” (MARCUSCHI, 2008, p. 242). E 
tomando o texto como um evento comunicativo, precisamos organizá-lo como tal, tendo em 
vista a finalidade e o leitor que se pretende alcançar, o que significa saber utilizar os 
recursos linguísticos em função do seu objetivo textual. Como afirma Koch (2016, p. 7), “o 
processo de produção textual, no quadro das teorias sociointeracionais da linguagem, é 
concebido como atividade interacional de sujeitos sociais, tendo em vista a realização de 
determinados fins”. 
Assim, um texto, para cumprir sua função como tal, precisa ser compreendido não 
só por quem o escreve, mas essencialmente por quem o lê, para que seu objetivo seja, de 
fato, alcançado. Por isso, quando escrevemos um texto, devemos sempre ter em mente o 
porquê de estarmos escrevendo e para quem o estamos fazendo. Nesse contexto, é 
importante pressupor “leitores que vão dialogar com o texto produzido: concordar e 
aprofundar ou discordar e argumentar, tomando o texto como matéria-prima para seu 
trabalho” (GUEDES, 2009, p. 90), pois, assim, tomamos mais cuidado para não expressar 
 
 
 
 
24 
 
ideias confusas ou escrever um emaranhado de frases desconexas. Afinal, “[...] o texto não 
é uma caixinha de surpresas ou algum tipo de caixa preta. Se assim fosse, ninguém se 
entenderia e viveríamos em eterna confusão. Há, pois, limites para a compreensão textual” 
(MARCUSCHI, 2008, p. 242). 
Quanto à clareza de nossas ideias no texto, há outro fator que precisa ser observado: 
como são transcritas as abstrações. Quando estamos nos expressando verbalmente, 
podemos utilizar vários recursos que podem nos ajudar a nos exprimir da forma que 
pretendemos, como gestos, expressõesfaciais e corporais, entre outros. Já na escrita 
esses recursos precisam entrar no texto, seja por meio da escolha das palavras ou dos 
sinais de pontuação, para dar conta de externar adequadamente aquilo que pensamos. Daí 
a importância de sabermos o funcionamento do sistema linguístico, para que saibamos nos 
expressar adequadamente, sendo compreendidos da mesma forma. 
Ao dizer que as palavras soltas que escrevemos com objetivos específicos não 
configuram textos, não se está afirmando que um texto não pode ser constituído de uma só 
palavra; é o que se pode observar no exemplo da placa de trânsito PARE (KOCH, 2016). 
Mesmo tendo apenas uma palavra, qualquer pessoa, ao ver a placa de trânsito PARE em 
qualquer lugar, sabe o que ela significa. Isso evidencia que um sentido global pode, sim, 
estar atrelado a uma única palavra. 
Na verdade, o texto é um objeto complexo que envolve não apenas operações 
linguísticas como também cognitivas, sociais e interacionais. Isso quer dizer que na 
produção e compreensão de um texto não basta o conhecimento da língua, é 
preciso também considerar conhecimentos de mundo, da cultura em que vivemos, 
das formas de interagir em sociedade (KOCH; ELIAS, 2016, p. 15, Apud SANTOS 
B. R. 2018). 
Então, o que faz com que saibamos a sua significação não é somente o 
entendimento que temos da palavra, que engloba o seu significado dicionarizado e sua 
classificação gramatical, mas é um conjunto - de conceito, contexto de situação e 
conhecimento de mundo. Pode parecer estranho considerar uma palavra um texto, mas o 
número de palavras ou o tamanho delas não é um dos critérios para textualidade. Os 
critérios gerais da textualidade, definidos primeiramente por Beaugrande e Dressler, em 
1981 (apud MARCUSCHI, 2008), dizem respeito a coesão, coerência, intencionalidade, 
aceitabilidade, situacionalidade, intertextualidade e informatividade. 
 
 
 
 
25 
 
 Mas o que compreende cada um desses critérios? Coesão e coerência, embora 
sejam semelhantes e, muitas vezes, confundidos, tratam de aspectos distintos do texto. 
Segundo Marcuschi (2008), coesão se refere aos elementos de estruturação do texto, ou 
seja, é por meio dos elementos de coesão que se constrói o sentido do texto, pois são eles 
que conectam as ideias e fazem com que o texto flua. Já a coerência diz respeito às 
relações de sentido que se estabelecem de diversas maneiras, não de forma explícita ou 
em razão da estrutura sintática, mas em relação à ligação interna entre os enunciados, que 
permite entendermos uma parte em função de outra, seja por estarem tratando de um 
mesmo assunto ou de ideias conexas. 
Os outros critérios para a textualidade citados pelo autor são: a intencionalidade, que 
tem a ver com o que se pretende dizer, com qual objetivo e para quem; a aceitabilidade, 
que está associada ao ato de convencer por meio das palavras, de modo a conduzir o leitor 
a aceitar o que é dito; a situacionalidade, que está relacionada ao contexto em que o texto 
é produzido; a intertextualidade, que é trazer ideias de outros autores, tanto para 
incrementar o texto quanto para dar credibilidade ao que se diz; e a informatividade, que 
tem relação com a quantidade de informações contidas no texto. 
Ainda, em relação à intertextualidade, cabe destacar que o texto é dialógico em todos 
os sentidos, tanto na relação entre os sujeitos sociais envolvidos, como também na 
perspectiva de que nada do que é dito é próprio e exclusivo de quem profere, nossos 
discursos dialogam entre si e com os outros. 
6 O QUE É UM TEXTO? 
Em Linguística (ciência que estuda a linguagem) existem muitas discussões em torno 
de se definir a expressão “texto”. No geral, pode-se dizer que um texto é, maioritariamente, 
um conjunto organizado de palavras, que formam frases, que formam parágrafos, que 
formam o próprio texto. Essa unidade estruturada apresenta um sentido completo e tem um 
objetivo comunicativo. Assim, um texto é uma unidade linguística superior de extensão à 
frase. Porém, vale ressaltar que etimologicamente, a palavra texto, tem origem no termo do 
latim texere, (construir, tecer), porém, somente no século XIV que a evolução semântica da 
palavra atingiu o sentido de “estruturação de palavras”, com a função de que produz sentido 
por um autor e interpretado por um leitor. 
 
 
 
 
26 
 
O conceito de texto, contudo, tem vindo a ser alargado ao longo do tempo, 
abrangendo não só textos escritos e verbais, como também textos orais e visuais. O mais 
importante é que haja uma intenção comunicativa definida e que apresente um sentido 
completo. 
 
Tipos de texto 
Os tipos de textos são classificados de acordo com sua estrutura, objetivo e 
finalidade. De acordo com a tipologia textual, eles são classificados em 5 tipos: texto 
narrativo, texto descritivo, texto dissertativo, texto expositivo e texto injuntivo. 
 
Texto narrativo 
Um narrador conta uma história formada por uma sucessão de acontecimentos reais 
ou imaginários estruturados em introdução, desenvolvimento e conclusão. O enredo da 
história é vivenciado por personagens num determinado tempo e espaço. 
É caracterizado por narrar uma história, ou seja, contar uma história através de uma 
sequência de várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de acontecimentos é 
contada por um narrador e está estruturada em introdução, desenvolvimento e conclusão. 
Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os principais elementos da narração: 
espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. 
 
 
 
 
 
27 
 
 
blog.sindiclubesp.com.br 
Texto descritivo 
É feita uma descrição de um objeto, ser, pessoa, paisagem, situação… que permite 
ao leitor criar uma imagem mental do que está sendo descrito. A descrição pode ser mais 
objetiva, focando aspectos físicos, ou mais subjetiva, focando aspectos psicológicos e 
emocionais. Pode ainda ser sensorial, visando provocar diferentes sensações no leitor. 
É caracterizado por descrever algo ou alguém detalhadamente, sendo possível ao 
leitor criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito, de acordo com a descrição 
efetuada. Descrição essa, tanto dos aspectos mais importantes e característicos que 
generalizam um objeto ou ser, como dos pormenores e detalhes que os diferenciam dos 
outros. 
Não é, por norma, um tipo de texto autônomo, encontrando-se presente em outros 
textos, como o texto narrativo. Passagens descritivas ocorrem no meio da narração quando 
há uma pausa no desenrolar dos acontecimentos para caracterizar pormenorizadamente 
um objeto, um lugar ou uma pessoa, sendo um recurso útil e importante para capturar a 
atenção do leitor. 
 
Texto dissertativo 
 
 
 
 
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É feita uma exposição clara, objetiva e rigorosa sobre um determinado assunto, com 
o objetivo de informar e esclarecer o leitor. Um texto dissertativo-expositivo não procura 
convencer o leitor, dado que pretende apenas expor um ponto de vista. Já um texto 
dissertativo-argumentativo pretende persuadir o leitor, convencendo-o a concordar com a 
tese defendida. 
Tem como objetivo persuadir e convencer, ou seja, levar o leitor a concordar com a 
tese defendida. É expressa uma opinião crítica acerca de um assunto, sendo defendida 
uma tese sobre esse assunto através de uma argumentação clara e objetiva, fundamentada 
em fatos verídicos e dados concretos. 
 
Texto explicativo 
É fornecida uma informação acerca de um determinado procedimento visando 
instruir e guiar a ação do leitor. Mediante o grau de obrigatoriedade no cumprimento das 
instruções dadas, pode ser considerado injuntivo ou prescritivo. Os textos explicativos 
injuntivos permitem que haja uma certa liberdade de atuação do leitor. Já os textos 
explicativos prescritivos limitam a liberdade do leitor, exigindo que se proceda de um 
determinado modo. 
São textos cuja finalidade é a instrução do leitor. Não só fornecem uma informação, 
como incitam à ação, guiando a condutado leitor. 
Embora considerados sinônimos por alguns autores, podemos distinguir os textos 
injuntivos dos textos prescritivos devido ao grau de obrigatoriedade existente no 
seguimento das instruções dadas. Os textos injuntivos informam, ajudam, aconselham, 
recomendam e propõem, dando alguma liberdade de atuação ao interlocutor. Os textos 
prescritivos obrigam, exigem, ordenam e impõem, exigindo que as determinações sejam 
cumpridas da forma que estão referidas, sem margem para alterações. 
 
Texto injuntivo e texto prescritivo 
 São textos cuja finalidade é a instrução do leitor. Não só fornecem uma informação, 
como incitam à ação, guiando a conduta do leitor. 
Embora considerados sinônimos por alguns autores, podemos distinguir os textos 
injuntivos dos textos prescritivos devido ao grau de obrigatoriedade existente no 
seguimento das instruções dadas. Os textos injuntivos informam, ajudam, aconselham, 
 
 
 
 
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recomendam e propõem, dando alguma liberdade de atuação ao interlocutor. Os textos 
prescritivos obrigam, exigem, ordenam e impõem, exigindo que as determinações sejam 
cumpridas da forma que estão referidas, sem margem para alterações. 
 
Texto injuntivo 
O texto injuntivo (ou instrucional) apresenta as seguintes características: 
• Instrui o leitor acerca de um procedimento; 
• Induz o leitor a proceder de uma determinada forma; 
• Permite a liberdade de atuação ao leitor; 
• Utiliza linguagem objetiva e simples; 
• Utiliza predominantemente verbos no infinitivo, imperativo ou presente do indicativo 
com indeterminação do sujeito. 
Exemplos: receita culinária, bula de remédio, manual de instrução, livro de 
autoajuda, guia rodoviário, … 
 
Texto prescritivo 
O texto prescritivo apresenta as seguintes características: 
• Instrui o leitor acerca de um procedimento; 
• Exige que o leitor proceda de uma determinada forma; 
• Não permite a liberdade de atuação ao leitor; 
• Apresenta caráter coercitivo; 
• Utiliza linguagem objetiva e simples; 
• Utiliza predominantemente verbos no infinitivo, imperativo ou presente do indicativo 
com indeterminação do sujeito. 
Exemplos: cláusulas contratuais, leis, códigos, constituição, edital de concursos 
públicos, regras de trânsito, … 
7 GÊNEROS TEXTUAIS 
Os gêneros textuais têm por finalidade cumprir função social e comunicativa dentro 
de um determinado contexto. Eles representam um conjunto de textos orais ou escritos que 
possuem características próprias, tais como estrutura, linguagem e temática. Os aspectos 
 
 
 
 
30 
 
gerais dos tipos de texto acima descritos concretizam-se, no dia a dia, em textos que 
apresentam uma intenção comunicativa bem definida. Esses textos, usados em situações 
cotidianas de comunicação. São chamados de gêneros textuais: 
• Notícias; 
• Entrevistas; 
• Reportagens 
• Cartas; 
• E-mails; 
• Contos; 
• Romances; 
• Crônicas; 
• Lendas; 
• Receitas; 
• Verbetes de dicionário; 
• Manuais de instruções; 
 
• Bulas de medicamento; 
• Lista de compras; 
É importante considerar seu contexto, função e finalidade, pois o gênero textual pode 
conter mais de um tipo textual. Isso, por exemplo, quer dizer que uma receita de bolo 
apresenta a lista de ingredientes necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto 
injuntivo). 
7.1 Textos literários e textos não literários 
Dos gêneros de textos acima referidos, facilmente se consegue compreender que 
alguns são considerados textos literários, como os romances, os contos, as lendas, e outros 
são considerados textos não literários, como as notícias, as entrevistas, as receitas, as 
bulas dos medicamentos, … 
Um texto literário tem como principal objetivo entreter o leitor, possuindo uma função 
estética. Faz uma recriação subjetiva e pessoal da realidade, sujeita a várias interpretações. 
 
 
 
 
31 
 
Utiliza uma linguagem polissêmica e conotativa, bem como diversas figuras de linguagem 
e outros recursos estilísticos e expressivos, visando despertar emoções no leitor. 
Um texto não literário tem como principal objetivo fornecer uma informação objetiva 
e real, possuindo uma função utilitária. Transmite fatos de forma impessoal, usando uma 
linguagem denotativa e clara, sem recursos expressivos que possam prejudicar a 
compreensão do conteúdo do texto. 
 
Fonte: www.google.com 
 
Produção de texto 
A produção textual é um processo complexo que mobiliza diversas capacidades e 
conhecimentos de escrita. Tem como objetivo transmitir uma mensagem, cumprindo uma 
finalidade comunicativa. 
Para uma eficaz produção de texto, é importante que o autor entenda bem o assunto 
sobre o qual vai escrever, bem como qual será o propósito comunicativo do texto. Conhecer 
os diferentes tipos de texto é também essencial para que possa utilizar uma estrutura que 
mais se adéque ao objetivo do texto. Por fim, é imprescindível que se domine o código 
escrito da língua portuguesa e que se escreva com coesão e coerência. 
 
 
 
 
32 
 
A produção de um texto estrutura-se em três procedimentos complementares e 
indispensáveis: o planejamento do texto, a escrita do texto e a revisão do texto. 
8 COMO ENSINAR OS ALUNOS A ESCREVER DE FORMA CLARA? 
Estabeleça objetivos compatíveis com a série escolar 
 
O desenvolvimento da competência de escrita é um processo longo. Nele, está 
envolvido o domínio de uma série de conhecimentos linguísticos e gerais adquiridos 
gradualmente, no decorrer da escolaridade. Entre as qualidades que contribuem para a 
proficiência na escrita, podemos destacar: 
• Vocabulário; 
• Bom uso da pontuação e da gramática; 
• Compreensão da finalidade e da estrutura de cada gênero textual. 
Portanto, essa habilidade é desenvolvida à medida que o aluno tem contato com os 
conteúdos acima e, principalmente, aprende a aplicá-los na comunicação. Por esse motivo, 
os objetivos referentes à produção textual precisam ser estabelecidos de forma 
progressiva, coerente com o nível de ensino. Eles devem desafiar o aluno a alcançar um 
novo patamar, mas sempre de acordo com suas possibilidades. 
 
Destaque a leitura no processo de aprendizagem 
O ser humano tem, naturalmente, o impulso da comunicação. Aprendemos a falar a 
partir da nossa interação com falantes. Quando se trata da escrita, esse diálogo acontece 
por meio da leitura. 
Por isso, o primeiro passo para formar escritores competentes é criar bons leitores. 
À medida que o aluno aprecia e valoriza tudo o que recebe por meio da leitura, ele se sente 
estimulado a compartilhar suas próprias experiências, percepções e opiniões por meio da 
escrita. Portanto, trata-se da construção de significado e valor (do “por que escrever”). 
A partir do momento em que dá aos estudantes uma motivação para escrever, a 
leitura passa a desempenhar outros papéis. Ela veicula informações e amplia o repertório 
do aluno, fazendo com que ele tenha “o que escrever”. Finalmente, essa prática o 
familiariza com os diferentes gêneros textuais, para que ele saiba “como escrever”. 
https://gutennews.com.br/blog/2017/10/20/producao-textual/
https://gutennews.com.br/blog/2018/07/24/como-mapear-as-habilidades-de-leitura-dos-alunos/
 
 
 
 
33 
 
 
Escolha estratégias efetivas para o grupo 
 
Assim como os objetivos, as estratégias utilizadas devem ser compatíveis com a 
série e o nível de desenvolvimento dos estudantes. É essencial fornecer estímulos 
adequados a cada faixa etária, promovendo o engajamento e despertando o prazer de 
compartilhar pensamentos ou experiências por meio da escrita. 
Para ensinar os alunos a escrever de forma clara ou proficiente, a produção textual 
precisa ser muito bem planejada e executada. É necessário que ela seja o ponto culminante 
de um processo de aprendizagem — e não uma atividade isolada. 
 
Torne a produção textual consciente 
 
A atividade de escrita deve ser desenvolvida de forma consciente. Isso significa que 
o estudante precisa, em primeiro lugar, ter umobjetivo claro ao desenvolvê-la. Qual é o 
propósito do texto que será construído? Ele vai contar uma história? É preciso convencer o 
leitor de determinada ideia ou posicionamento? Será narrado um fato, uma ocorrência? 
Pretende-se emocionar, divertir ou informar? 
A partir dessa definição, o estudante pode estabelecer o gênero textual mais 
apropriado para alcançar seu objetivo. Mais do que isso, ele deve conhecer a estrutura e 
os elementos de cada um deles, além de aprender a usá-los de modo a transmitir sua 
mensagem. 
Portanto, o professor ensina a planejar e executar as diferentes etapas da produção 
textual, como título, enredo e estrutura. Depois, ele atua como orientador na escrita 
do conteúdo e na revisão do texto. À medida que se torna cada vez mais consciente desse 
processo, o aluno adquire a capacidade de realizar esse ciclo sozinho no futuro. 
 
Forneça subsídios 
 
Professores e alunos estão em um processo constante de construção de 
conhecimento. Mesmo quem já concluiu várias etapas de ensino se depara com assuntos 
que não conhece, além de temas novos e desafiadores, que exigem pesquisa e estudo. 
https://gutennews.com.br/blog/2018/05/03/leitura-na-escola-como-ela-ajuda-no-desenvolvimento-do-aluno/
https://gutennews.com.br/blog/2018/04/13/em-busca-conteudo-perfeito/
 
 
 
 
34 
 
Por esse motivo, todo trabalho de escrita deve ser precedido de um preparo. É 
extremamente produtivo explorar o tema da produção por diferentes perspectivas: vídeos 
e análises de imagens ou textos de vários gêneros (jornalísticos, charges, quadrinhos, 
poesias), além de uma ampla discussão. 
 
Recorra à tecnologia 
 
A tecnologia é uma fonte infinita de pesquisa, na qual o educador consegue 
encontrar todos os recursos necessários para a etapa anterior. Eles estão não só nos sites 
abertos da internet, mas também em plataformas desenvolvidas especificamente para 
contribuir com o trabalho do professor. 
Além de ser uma fonte de conhecimento, a tecnologia desempenha outro papel 
fundamental: o de veículo de compartilhamento. Afinal, os textos são produzidos pensando 
sempre em um destinatário. 
O jornal escreve para seus leitores, a mensagem de aplicativo é destinada aos 
amigos, o autor do livro tem um público em mente. Sem um destinatário, a produção se 
torna desestimulante. Planejar, escrever e revisar para ver o produto arquivado em uma 
gaveta, na maioria das vezes, faz o escritor entender que o esforço não vale a pena. 
Nesse sentido, a web ganha destaque. O educador pode criar espaços virtuais que 
reúnem diferentes grupos de alunos, nos quais as produções são publicadas e discutidas. 
 
Mostre a importância da revisão 
 
Além de planejar e escrever o texto, o aluno precisa ser ensinado a revisá-lo e 
reescrevê-lo. Essas ações também fazem parte da produção e contribuem para que o 
escritor se certifique de que as ideias foram expressas de acordo com seus objetivos. Para 
tanto, a revisão não pode ser apenas ortográfica ou gramatical. O desenvolvimento da 
capacidade de enxergar o texto com os olhos do leitor e de identificar pontos que não estão 
claros ou transmitindo a ideia que o escritor intencionava deve começar cedo. 
Há muitas formas de desenvolver esse olhar, inclusive trabalhando em grupos. Já 
no Ensino Fundamental, os alunos podem receber trechos que necessitem de 
aperfeiçoamento, discuti-los em grupo e reelaborar uma escrita em conjunto. Com o passar 
https://gutennews.com.br/blog/2017/10/19/novos-recursos/
https://gutennews.com.br/blog/2018/07/24/entenda-por-que-e-interessante-oferecer-livros-para-criancas/
 
 
 
 
35 
 
do tempo, o professor deve incentivá-los a fazer essa revisão e reescrita por meio de troca 
e, finalmente, a demonstrar tal consciência em relação à própria produção. 
9 ELABORAR BONS TEXTOS EXIGE, ENTRE OUTRAS COISAS, TÉCNICA, 
COERÊNCIA E CRIATIVIDADE 
Produção de textos pode ser mais fácil do que muitos imaginam. Conseguir colocar 
no papel de maneira clara e objetiva um pensamento ou ideia relacionada a determinado 
assunto exige apenas estudo e prática. Para isso, é importante utilizar algumas regras que 
contribuirão para deixar o conteúdo escrito coeso, interessante e de fácil entendimento. 
Produzir textos de qualidade pode ser um grande diferencial para os estudantes que 
estão se preparando para o vestibular em busca de uma vaga na universidade. 
Mas, o que é preciso para elaborar bons textos? 
 
 
universoracionalista.org 
9.1 Leitura e produção de textos 
Primeiro é fundamental ter noção da importância da leitura para uma boa escrita. 
 
 
 
 
36 
 
Quem tem o hábito de ler, seja livro, revista, jornal, blog, etc., consegue desenvolver 
uma excelente capacidade de produção de textos. Isso porque a leitura estimula a mente, 
aprimora o repertório cultural com novas informações, expande o vocabulário, sendo 
possível conhecer uma variedade de novas palavras e seus significados. 
Tudo isso contribui para que, na produção de textos, seja possível elaborar um 
conteúdo mais relevante, eloquente e persuasivo. 
Para isso, ninguém precisa se ver obrigado a ler sobre absolutamente tudo, de 
imediato, para conseguir produzir os melhores textos. Uma dica para começar a criar o 
hábito da leitura é escolher assuntos de acordo com as preferências pessoais. Por exemplo, 
ler revistas sobre o estilo musical favorito; matérias sobre novos games, para quem gosta 
de jogos e tecnologia; textos sobre o universo da moda e beleza; livros com histórias de 
ficção; entre outros. 
Dessa forma, a leitura não será vista como uma obrigação, e sim, como um prazer. 
Consequentemente, isso impactará de forma positiva na produção de textos bons, atrativos 
e interessantes. 
 
Estrutura dos textos 
Todos os tipos de textos são estruturados em três 
partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Porém, não se deve esquecer de um 
detalhe muito importante: o título. 
O título é uma parte fundamental no texto, pois é ele que pode chamar a atenção e 
atrair para a leitura do conteúdo. Muitas pessoas, deixam para definir o título após a 
produção do texto, enquanto outras deixam para elaborá-lo depois. Não há uma regra 
definida para isso. 
A introdução deve conter os principais pontos sobre o assunto que será abordado no 
decorrer do texto. Nesse momento, o leitor terá uma noção geral do tema e a importância 
da sua abordagem. 
Para que essa primeira parte do texto seja atrativa e prenda a atenção de quem está 
lendo é imprescindível usar a criatividade e, a depender do tema, aspectos que mostrem o 
impacto do assunto para a sociedade. 
Na sequência vem o desenvolvimento. É a parte do texto onde estarão 
os argumentos que reforçarão o que foi introduzido no primeiro parágrafo. Pode-se usar 
 
 
 
 
37 
 
fatos de conhecimento geral, dados estatísticos e/ou exemplos reais, sem excessos, para 
que o texto não perca a atratividade. 
Por fim, a conclusão, que como o próprio nome diz, encerra o texto e conterá um 
resumo objetivo de tudo que foi abordado, além de uma proposta de solução para o 
problema. 
Nas redações de vestibular, é comum o limite de 30 linhas para o texto. Nesse caso, 
a estrutura pode ser dividida da seguinte forma: 
• Introdução: média de cinco linhas 
• Desenvolvimento: média de 14 a 18 linhas 
• Conclusão: média de quatro a seis linhas 
9.2 Dicas para facilitar a produção de textos 
Além de todas as técnicas citadas acima, as características que determinam um bom 
texto perpassam, principalmente, pela coesão e coerência. 
Apresentar ideias que sigam uma linha de raciocínio lógico, sem contradições, com 
o uso correto das regras gramaticais e de concordância, são fundamentais para alcançar 
um texto de qualidade. 
Algumas dicas que poderão ajudar a desenvolver a capacidade de produção de 
textos: 
• Criar o hábito de ler, inicialmente sobre assuntos de preferência, expandindo para 
leitura sobre temas diversos; 
• Conhecer os tiposde texto; 
• Usar a criatividade, explorando o que for possível de acordo com o tema; 
• Ter atenção com as regras gramaticais. Um texto com erros desse tipo não passa 
credibilidade; 
• Usar uma linguagem adequada, sem gírias ou palavras informais; 
• Evitar repetir palavras, utilizando-se de sinônimos para enriquecer o texto; 
• Ser coeso e coerente para não fugir do tema escolhido. 
Assim como em relação à leitura, pode-se iniciar a produção de textos sobre os 
temas que mais gosta e, aos poucos, começar a abordar assuntos de impacto social, 
ligados à saúde, educação, segurança, meio ambiente, política, esportes, entre outros. 
 
 
 
 
38 
 
Acompanhar os jornais e o que está sendo debatido nas rodas de conversa e redes sociais 
também é importante para ter um parâmetro no momento da produção de textos. 
Desta forma, será possível assimilar as técnicas, corrigir possíveis erros ou 
equívocos, aumentar a capacidade crítica e avaliar o seu próprio desenvolvimento. 
Produção de textos não é um “bicho de sete cabeças” e pode ser aprendida por 
qualquer um que esteja disposto. Esse aprendizado só trará benefícios e será levado para 
toda a vida, da escola à faculdade e na vida profissional. Além disso, saber escrever bem 
pode também ser considerado um importante diferencial, inclusive, no momento do 
processo seletivo. 
10 A PRODUÇÃO DE TEXTO COMO PRÁTICA SOCIAL 
Quantas vezes já ouvimos que “escrever é um dom”, que “só os dotados pela 
natureza escrevem bons textos” ou ainda que “escrita é inspiração”? Se não com essas 
palavras, certamente já nos deparamos com a ideia expressa por elas. Mas, será mesmo 
que só escrevem bem uns poucos privilegiados? 
Estudantes de todos os níveis de ensino relatam dificuldades para escrever, 
tornando-se um desafio para os educadores, em curtos períodos letivos, não só motivar os 
estudantes a praticar a produção textual, mas também a obter resultados positivos no que 
se refere à competência dos textos produzidos. 
Tratamos a produção de texto como prática social e interacional, levando em conta 
determinado interlocutor no processo de escrever. Abordamos também algumas 
estratégias para o desenvolvimento das ideias e a organização do texto, além de 
ressaltarmos a importância da coesão e da coerência para a interligação e associação dos 
elementos que compõem o texto, concatenando as ideias nele contidas. 
10.1 O processo de escrever 
A concepção interacional que vimos apresentando para entender a linguagem e o 
texto nos impede de abordar a prática de produção de texto apenas com foco na língua ou 
no autor do texto. Considerando o caráter dialógico da língua, é possível compreender que, 
 
 
 
 
39 
 
tanto aquele que escreve um texto, quanto o leitor desse texto são construtores sociais que, 
no processo de interação, dão sentido à escrita. 
Como observa Antunes (2005), “não tem sentido escrever quando não se está 
procurando agir com outro, trocar com alguém alguma informação, alguma ideia, dizer-lhe 
algo, sob algum pretexto”. Ou seja: ao escrever, o autor deve pensar em seu leitor, com 
foco na interação. Escrever sob essa perspectiva significa abandonar o foco na língua ou 
no escritor. 
Koch e Elias (2018, pp. 32-33) explicam que subjacente à concepção de escrita com 
foco na língua encontra-se uma ideia de linguagem como um sistema pronto, acabado, 
devendo o escritor se apropriar desse sistema e de suas regras. O texto, nesse caso, é 
visto como simples produto de uma codificação realizada pelo escritor e decodificado pelo 
leitor, bastando, para isso, conhecer a língua. 
Por outro lado, o foco no escritor implica em que a atividade de escrever é entendida 
como representação do pensamento, subordinada a um “sujeito psicológico, individual, 
dono e controlador de sua vontade e de suas ações”. O texto é visto como um produto do 
pensamento do escritor e a escrita expressa esse pensamento. Com esse entendimento, o 
autor não leva em conta as experiências e o conhecimento do leitor nem a interação 
presente no processo de escrever. 
Ainda de acordo com as autoras, compreender a escrita como produção textual 
“significa dizer que o produtor, de forma não linear, ‘pensa’ no que vai escrever e em seu 
leitor, depois escreve, lê o que escreveu, revê ou reescrever o que julga necessário, em um 
movimento constante e on-line guiado pelo princípio interacional” (KOCH; ELIAS, 2018, p. 
34). Dessa forma, a escrita pode ser entendida como: 
[...] atividade de produção textual que se realiza, evidentemente, com base nos 
elementos linguísticos e na sua forma de organização, mas requer, no interior do 
evento comunicativo, a mobilização de um vasto conjunto de conhecimentos do 
escritor, o que inclui também o que esse pressupõe ser do conhecimento do leitor 
ou do que é compartilhado por ambos (TORRANCE; GALBRAITH, 1999 apud 
KOCH, ELIAS, 2018, p.35, Apud LÓPEZ M. S. 2018). 
Textos são muito mais do que simples formas, mais do que palavras ou conjunto de 
palavras, mais do que frases isoladas ou combinadas de uma determinada forma. O texto 
é onde ocorre a interação e, portanto, só ganha existência dentro de um processo 
interacional, sendo o produto de uma coprodução entre interlocutores. 
 
 
 
 
40 
 
Por isso, escrever não se trata de dominar a língua enquanto uma forma, mas sim 
saber como usá-la de maneira adequada e competente para ser compreendido. Trata-se 
de escrever textos, o que não significa desconsiderar o aspecto linguístico e sim usar esse 
conhecimento para produzir textos socialmente relevantes, de um determinado gênero, 
com objetivos claros, supondo um leitor. 
 
oantesdeamanha.wordpress.com 
Além do conhecimento linguístico (ortografia, gramática, léxico da língua), segundo 
Koch e Elias (2018), o escritor ativa outros tipos de conhecimento ao escrever, tais como o 
conhecimento enciclopédico (sobre coisas do mundo, vivências e experiências) e o 
conhecimento de textos e conhecimentos interacionais. O processo de produção de 
sentidos ocorre quando o leitor coloca seus conhecimentos em interação com os conteúdos 
do texto e, assim, vai construindo sua interpretação do que é dito. 
Para entendermos melhor o processo de escrever, nos valemos novamente de 
Antunes (2005). A autora nos explica que da compreensão do que seja escrever derivam 
as práticas da escrita. Ela nos apresenta algumas noções sobre o que caracteriza a 
atividade de escrever. Vamos a elas: 
• Escrever é uma atividade de interação. 
• Escrever é uma atividade cooperativa. 
 
 
 
 
41 
 
• Escrever e uma atividade contextualizada. 
• Escrever é uma atividade necessariamente textual. 
• Escrever é uma atividade tematicamente orientada. 
• Escrever é uma atividade intencionalmente definida. 
• Escrever é uma atividade que envolve, além de especificidades linguísticas, outras 
pragmáticas. 
• Escrever é uma atividade que se manifesta em gêneros particulares de textos. 
• Escrever é uma atividade que retoma outros textos. 
• A escrita é uma atividade em relação de interdependência com a leitura. 
10.2 Estratégias para produzir textos 
Produzir textos relevantes e adequados aos vários propósitos interativos é uma 
tarefa perfeitamente possível, desde que haja compromisso e dedicação e muita prática 
daquele que almeja uma escrita mais proficiente. Escrever bem significa desenvolver 
habilidades, cada um no seu tempo e ritmo, para produzir textos que cumpram com seus 
objetivos de comunicação. 
Antunes explica que o sucesso de na elaboração de um texto escrito supõe etapas 
de idas e vindas, etapas interdependentes e intercomplementares, que acontecem desde 
o planejamento, passando pela escrita, até o momento posterior da revisão e da reescrita. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais também relacionam as etapas da produção 
textual. Vejamos quais são. 
 
Etapas da produção textual 
 
• Estabelecimento de tema; 
• Levantamento de ideias e dados; 
• Planejamento;

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