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Etologia
Gansos-de-faces-brancas em migração sazonal
Etologia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Em zoologia, a Etologia (do grego: ἦθος ethos, "ser" ou "personalidade" e -λογία -logia, "estudo") é a disciplina que estuda o
comportamento animal. Está ligada aos nomes de Konrad Lorenz e Niko Tinbergen, sob influência da Teoria da Evolução, tendo
como uma de suas preocupações básicas a evolução do comportamento através do processo de seleção natural. Segundo
Darwin (1850, apud Bowlby,1982 ), cada espécie é dotada de seu próprio repertório peculiar de padrões de
comportamento, da mesma forma que é dotada de suas próprias peculiaridades anatômicas. Os etólogos estudam esses padrões
de comportamento específicos das espécies, fazendo-o preferencialmente no ambiente natural, uma vez que acreditam que
detalhes importantes do comportamento só podem ser observados durante o contato estreito e continuado com espécies
particulares que se encontram livres no seu ambiente. Para Odum, 1988 , o estudo da conduta ou etologia, tornou-se uma
importante ciência interdisciplinar que procura mais ou menos interligar a fisiologia, a ecologia e a psicologia.
Índice
1 As Quatro Questões
1.1 Contribuições metodológicas da Etologia para a Psicologia
1.2 Contribuições "práticas" para a Psicologia
1.3 Contribuição teórico-conceitual
1.4 Contribuições sobre o conceito de Homem
2 Referências
3 Leituras complementares
4 Ver também
5 Ligações externas
As Quatro Questões
Os etólogos caracterizam-se por uma posição metodológica que gira em torno das quatro questões de
Tinbergen. Este, em 1963, propôs que em primeiro lugar deve-se observar e descrever o comportamento;
posteriormente, uma análise completa do comportamento deve ser feita com bases nas análises causal,
ontogenética, filogenética e funcional. A análise causal é feita através do estabelecimento de uma relação
entre um determinado comportamento com uma condição antecedente, sendo estudados os estímulos
externos responsáveis pelo comportamento e os mecanismos motivacionais internos. A análise ontogenética
envolve uma relação do comportamento com o tempo, estando o interesse voltado para o processo de
diferenciação e de integração dos padrões comportamentais no curso do desenvolvimento de um indivíduo
jovem. A análise filogenética, por sua vez, estuda a história do comportamento no curso da evolução da
espécie. Por último, a análise funcional estabelece uma relação entre um determinado comportamento e
mudanças que ocorrem no ambiente circundante ou dentro do próprio indivíduo. Pensa-se em que vantagens
seletivas um dado comportamento confere a um animal, como pode afetar as chances de sobrevivência e
reprodução de um animal, fornecendo assim material para a seleção natural. A peculiaridade da metodologia
etológica é a preocupação com questões de função, adaptação e filogênese, que mesmo quando não são o foco principal de estudo se refletem na maneira como é conduzida a
análise de questões causais ou ontogenéticas.
Contribuições metodológicas da Etologia para a Psicologia
Hinde (1974 apud Carvalho, 1998 ) defende que os procedimentos de observação, descrição, experimentação e análise desenvolvidos para o estudo do comportamento
animal podem ser utilizados no estudo do comportamento humano, com grande sucesso. Segundo Bowlby (1982), “a Etologia está estudando os fenômenos relevantes de um
modo científico”. Segundo o mesmo, a abordagem etológica pode fornecer o repertório de conceitos e dados necessários para explorar e integrar dados e insights
proporcionados por outras abordagens, como a psicanálise, a teoria da aprendizagem de Piaget e o que vem sendo denomindado Neuroetologia no estudo comparativo e
correlacional entre os distintas formas de sistema nervoso e suas funções e/ou comportamentos. O processo de elaboração de etogramas (http://www.ethograms.org/) ou
repertórios comportamentais é também um importante passo para o conjunto de técnicas behavioristas de modificação do comportamento.
Para Lacan, o psicológico examinado de perto corresponde ao etológico, o conjunto dos comportamentos do indivíduo biologicamente falando, nas suas relações com o meio
natural, segundo ele, uma definição legítima da psicologia. Uma ordem de relações de fato, objetivável, um campo suficientemente bem limitado. Ressaltando, porém que no
âmbito da psicologia humana, é preciso dizer o que dizia Voltaire da história natural, a saber: que ela não é tão natural assim, e, em resumo, que ela é o que há de mais antinatural.
Tudo o que, no comportamento humano, é da ordem psicológica está submetido à anomalias profundas, apresentado paradoxos à todo instante. Ou seja no repertório da
conduta humana devemos incluir, todas as possibilidades de crimes, patologias e contravenções às próprias leis que estabelece socialmente. Uma concepção assaz controversa
especialmente no que tange ao conjunto comportamentos que caracterizam os distúrbios genéticos e da patologia neuropsiquiátrica humana.
Contribuições "práticas" para a Psicologia
Esse tipo de contribuição refere-se à possibilidade de utilização de resultados obtidos em estudos de comportamento animal para a complementação, confirmação e / ou
aprofundamento de conhecimentos sobre o homem. Essa contribuição é especialmente útil em problemas nos quais a experimentação com humanos é impossível ou
inconveniente, como os estudos de isolamento social em primatas não-humanos. Embora não se possam transpor resultados diretamente, dada a importância das diferenças inter-
específicas, estes estudos enriquecem a compreensão sobre os seres humanos quando comparados com sujeitos em situações menos controladas, como estudos clínicos e
observacionais. Entre os estudos mais relevantes até hoje apresentados estão os do fenômeno do Imprinting (http://en.wikipedia.org/wiki/Imprinting_(psychology)) (Estampagem)
descoberto inicialmente no comportamento das aves mas atualmente já identificado em primatas.
Contribuição teórico-conceitual
A Etologia, enquanto abordagem do estudo do comportamento que se caracteriza por um enfoque biológico e, portanto, como área do trabalho científico, utiliza modelos e
conceitos teóricos para a interpretação de seus fenômenos. Conceitos como estímulo-sinal, estímulo supra-normal, estampagem e período sensível têm sido de grande
importância no estudo da infância, possibilitado o aperfeiçoamaneto de escalas de desenvolvimento, por exemplo.
Ramos da Etologia [Expandir]
[1]
[2]
[3]
[4]
A estampagem inter-específica entre cisnes
e patos são conhecidas por todos graças ao
conto de fadas O patinho feio de Hans
Christian Andersen
Segundo Odum, 1988 (oC.) o comportamento é um importante componente da compensação dos fatores (limitantes e
reguladores) ambientais e do desenvolvimento ecotípico. Os organismos regulam os respectivos ambientes internos e
microambientes externos por meios quer da conduta que fisiológicos. Essa adaptação caracteriza o nicho ecológico de cada
espécie, que corresponde não só ao lugar onde vive (habitat) mas também aquilo que faz (como transforma a energia, se
comporta, responde ao seu ambiente físico e biótico e o modifica) e da forma como é constrangido por outras espécies.
Ainda segundo esse autor, por analogia, pode-se dizer que o habitat é a 'morada' do organismo e que o nicho é a sua 'profissão',
biológicamente falando. O nicho portanto não equivale apenas ao espaço físico ocupado pelo organismo, mas também seu papel
funcional na comunidade (como por exemplo sua posição trófica) e sua posição nos gradientes ambientais de temperatura,
humidade, pH do solo e outras condições de existência. Estes três aspectos podem ser convenientemente designados como nicho
espacial ou de habitat, nicho trófico e nicho multidimensional ou de hipervolume.
Contribuições sobre o conceito de Homem
A Etologia, segundo Carvalho (1989) , tem contribuído para a recuperação da noção de homem como um ser bio-psico-social,
abandonando a concepção insular do homem que dominou as ciências humanas (inclusive algumasáreas da Psicologia) na primeira metade do século XX, que destaca o homem
da natureza e coloca-o em posição de oposição a esta. A concepção etológica do ser humano é a de um ser biologicamente cultural e social, cuja psicologia se volta para a vida
sociocultural, para qual a evolução criou preparações bio-psicológicas específicas.
Referências
1. ↑ BOWLBY, John (1982) Formação e rompimento de laços afetivos. SP: Martins Fontes – Abordagem etológica da pesquisa sobre desenvolvimento infantil, pp. 23-40.
2. ↑ ODUM, EUGENE P. Fundamentos de ecologia. Lisboa, PT. Calouste Gulbenkian, 1988
3. ↑ CARVALHO, A.M.A (1998) Etologia e Comportamento Social. Em: Psicologia, reflexões (im)pertinentes, Casa do Psicólogo, pp. 195-202.
4. ↑ LACAN, JACQUES. O seminário, livro 3 as psicoses. RJ. Zahar,1988 p.16
5. ↑ CARVALHO, A.M.A. (1989) O lugar do biólogico na Psicologia: o ponto de vista da Etologia. Biotemas, 2(2): pp. 81-92.
Leituras complementares
BOWLBY, John (http://es.wikipedia.org/wiki/John_Bowlby) . Trilogia Apego, Separação e Perda. Volumes I, II e III. São Paulo. Martins Fontes 1990.
SOUTO, ANTONIO. Etologia: Princípios e Reflexões. Pe, Universitária da UFPE, 2005. Google Livros, Nov. 2010 (http://books.google.com.br/books?id=J-
Vn9WC7QgIC&printsec=frontcover&hl=pt-br&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false)
CHAUVIN, RÉMY (http://fr.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9my_Chauvin) . A etologia, estudo biológico do comportamento animal. RJ, Zahar, 1977.
BUSSAB, V. S. R; OTTA, E; GUERRA, R.F.(1991) Introdução à Etologia. In: XXI Reunião Anual de Psicologia de Ribeirão Preto, 1991, Ribeirão Preto. Anais da XXI
Reunião Anual de Psicologia de Ribeirão Preto, 1991, pp. 378-382.
EIBL-EIBESFELDT, Irenaus (http://en.wikipedia.org/wiki/Eibl-Eibesfeldt) - "Etologia - Introducion al Estudio Comparado del Comportamiento". Barcelona, Omega,
1974.
HINDE, Robert A. (http://en.wikipedia.org/wiki/Robert_Hinde) - "Bases Biologicas de la Conducta Social Humana" Ilust. de Priscilla Edwards . Mexico, Siglo XXI,
1977.
KLOPFER, P.H. Behavioral aspects of ecology. Prentice-Hall, Inc., Englewood Cliffs N.J. 1962
LORENZ, KONRAD Fundamentos da etologia. SP, UNESP, 1995. Disponível no Google Livros (http://books.google.com.br/books?
id=JYQ5RpoJF_cC&printsec=frontcover&dq=Etologia&hl=pt-
br&ei=35LaTLzlHMH68Aby5YXrCA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CDoQ6AEwBA#v=onepage&q&f=false)
JONES, N. Blurton. Estudos etológicos do comportamento da criança. SP, Pioneira, 1981
OTTA, E. (1989) . A importância da Etologia para a Psicologia. In: 3º Encontro Paranaense de Psicologia, 1989, Londrina. Anais do 3º Encontro Paranaense de
Psicologia, 1989. v. 3. p. 77-81.
SANTOS, António J. Psicobiologia e Etologia do Desenvolvimento Humano. Congresso Internacional, Interfaces em Psicologia, Universidade de Évora. Disponível em
pdf no ISPA, Pt (http://www.ispa.pt/resources/contents/CII/Files/Linha8/projectos.pdf) Acesso em: 26 jun 2005.
YONG-KIU, KIM (Ed.) Handbook of behavior genetics. USA, Springer, 2009 no Google Livros (http://books.google.com.br/books?
id=T3P_SLtfIN0C&printsec=frontcover&dq=Genetic+behavior&hl=pt-
br&ei=opTaTLjpDYO88gbynNGABw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CC0Q6AEwAQ#v=onepage&q=Genetic%20behavior&f=falseDisponível)
Ver também
Jane Goodall
António Bracinha Vieira
Konrad Lorenz
Nikolaas Tinbergen
Desmond Morris, autor de O macaco nu
Richard Dawkins
Ecologia
Genética do comportamento
Senciência
Adaptação (biologia)
Seleção sexual
Competição
Grooming
Acasalamento / Acasalamento preferencial
Nidificação / Cuidados parentais
Estampagem (Imprinting)
Migração / Migração de aves
Predação
Cadeia alimentar
Ligações externas
Teste chi quadrado para elabração de etogramas - disciplina de Etologia do Curso de Ciências Biológicas - Modalidade Médica da UNIFESP - Universidade Federal de
São Paulo (http://compbio.epm.br/etograma/)
Sociedade Brasileira de Etologia (http://www.etologiabrasil.org.br/)
Ethograms - Behavioral Advisory Group (http://www.ethograms.org/)
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Categorias: Etologia Ecologia
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