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HEMOTRANSFUSÃO THALITA NOBREGA ALVARENGA SISTEMA ABO e RH Sistema ABO: SISTEMA RH: + → receptor universal - → doador universal − Individuos com Rh negativo ao entrar em contato com o Rh positivo desenvolvem uma poderosa aloimunização. o Primeira exposição: não há reação adversa o Exposições seguintes: reação hemolítica transfusional ou doença hemolítica perinatal TRANSFUSÃO SANGUINEA Toda vez que solicitamos uma hemotransfusão, o banco de sangue realiza uma série de procedimentos visando à seleção da bolsa de sangue mais apropriada para o paciente. Os três testes feitos de rotina são: (1) tipagem sanguínea; (2) screening de aloanticorpos; e (3) prova cruzada. OBSERVAÇÃO: Numa emergência um paciente Rh negativo PODE receber sangue Rh positivo! Lembre-se que não ocorre alomunização “natural” contra o antígeno D do grupo Rh, logo, não há reação hemolítica nesta primeira transfusão incompatível... Todavia, é certo que o receptor será aloimunizado contra o Rh (formação do IgG anti-D), não devendo receber sangue Rh positivo novamente! Se o receptor for uma mulher em idade fértil, é mandatório ministrar imunoglobulina anti-D (RhoGam) junto à transfusão, com o intuito de evitar a aloimunização anti-D e o risco de doença hemolítica perinatal no futuro. HEMOCOMPONENTES Quando uma bolsa de sangue é coletada de um doador, se faz a separação dos hemocomponentes em: 1) Concentrado de hemácias 2) Concentrado de plaquetas 3) Plasma fresco O plasma fresco é congelado por até 8h para evitar que coagule. Pode-se também colher apenas as plaquetas do doador, conhecido como concentrado de plaquetas de doador único (CPDU), ao qual equivale a seis concentrados de plaquetas randômicas TESTAGENS OBRIGATÓRIAS NO SANGUE DOADO − Sífilis; − Doença de Chagas; − Hepatites B e C; − HIV; − HTLV I e II. OBSERVAÇÃO: A pesquisa de malária também deverá ser feita, porém, somente em regiões endêmicas. REAÇÕES ADVERSAS À HEMOTRANFUSÃO As reações adversas à hemotransfusão podem ser IMUNES ou NÃO IMUNES 1. REAÇÕES IMUNES: mediadas por anticorpos pré- - formados no soro do receptor ou do doador e, mais raramente, por leucócitos do doador presentes no hemocomponente transfundido. − Reação Febril Não Hemolítica − Injúria Pulmonar Aguda Relacionada à Transfusão (TRALI) → PRINCIPAL CAUSA DE MORTE POR HEMOTRANSFUSÃO HEMOTRANSFUSÃO THALITA NOBREGA ALVARENGA − Reação Hemolítica Transfusional aguda − Reação Hemolítica Transfusional tardia − Reação Alérgica/Anafilática − Doença Enxerto versus Hospedeiro transfusional − Púrpura Pós-Transfusional 2. REAÇÖES NÄO IMUNES − Sobrecarga Circulatória Associada à Transfusão (TACO) − Hipotermia − Distúrbios Eletrolíticos e Acidobásicos − Trombocitopenia e Coagulopatia “Dilucionais” − Hemocromatose Secundária − Episódios Hipotensivos − Imunomodulação − Sepse Bacteriana OBSERVAÇÃO: Numa “hemotransfusão maciça” (troca da volemia por concentrados de hemácias, geralmente > 8-10 bolsas/24h) o paciente pode apresentar: TACO; Hipotermia; Diátese Hemorrágica (hipotermia + trombocitopenia e coagulopatia “dilucionais”); Hipercalemia e Hipocalcemia; Alcalose Metabólica; ALTERNATIVAS À HEMOTRANSFUSÃO Transfusão autóloga: O sangue oriundo do próprio paciente → pode ser empregado em situações bastante restritas (ex.: coleta e reinfusão do sangue extravasado no sítio cirúrgico ou obtido numa drenagem pós-operatória estéril) INDICAÇÕES DE TRANSFUSÃO 1. Concentrado de hemácias de adultos (CHA): A reposição de hemácias está indicada em três situações básicas: (1) hemorragia aguda → Uma perda volêmica superior a 30% sempre requer transfusão de CHA, em conjunto com a reposição de cristaloides. Em casos de instabilidade hemodinâmica já está indicada com perdas volêmicas superiores a 15%. (2) pré e peroperatório → recomenda-se transfundir se Hb < 8 g/dl ou Ht < 24% nas seguintes situações: • Perda sanguínea prevista ≥ 250 ml/h ou ≥ 1L; • Distúrbio da hemostasia. Recomenda-se transfundir se Hb < 10 g/dl ou Ht < 30% na seguinte condição: • Perda sanguínea prevista ≥ 250 ml/h ou ≥ 1L em pacientes com comorbidades (doença cardiorrespiratória ou cerebrovascular). Em todos os outros casos, recomenda-se transfundir apenas se Hb < 7 g/dl ou Ht < 21% (3) anemias → Recomenda-se transfundir os casos de “anemia descompensada”, isto é, quando o paciente desenvolve as seguintes manifestações POR CAUSA da anemia: • Insuficiência cardíaca congestiva; • Angina; • Alteração do sensório. De um modo geral, isso será necessário com Hb < 7 g/dl ou Ht < 21% num paciente previamente hígido, e com Hb < 9 g/dl ou Ht < 27%, para os portadores de comorbidades crônicas (cardiorrespiratórias e/ou cerebrovasculares). 2. Concentrado de plaquetas A dose é de uma unidade de plaquetas randômicas para cada 10 kg de peso, sendo a média no adulto em torno de seis unidades 3. Plasma fresco congelado (PFC): O PFC contém TODOS os fatores de coagulação, além das outras HEMOTRANSFUSÃO THALITA NOBREGA ALVARENGA proteínas circulantes, como a albumina. A dose é de 15-20 ml/kg. Os principais distúrbios ou condições que indicam a reposição de PFC são: 1- Intoxicação por cumarínicos; 2- Insuficiência hepática; 3- CIVD – Coagulação Intravascular Disseminada; 4- PTT – Púrpura Trombocitopênica Trombótica; 5- Coagulopatias Hereditárias (exceto Hemofilia A). Na presença dos distúrbios acima, o PFC só estará indicado se: (1) houver sangramento por coagulopatia; ou (2) se o paciente for submetido a procedimento invasivo e tiver um coagulograma com INR > 1,5, atividade de protrombina < 50% ou PTTa > 55s (relação > 1,5). 4. Crioprecipitado: O crioprecipitado é derivado do plasma fresco congelado sendo rico nos seguintes elementos: fibrinogênio, fator VIII (uma unidade de crio equivale a 80 UI de FVIII) e fvW, além de fator XIII e fibronectina. É principalmente indicado na CIVD (1 a 2 bolsas a cada 10kg). Pode ser indicado para reposição de fibrinogênio na afibrinogenemia/ hipofibrinogenemia congênita. APÊNDICE: TRANSFUSÃO MACIÇA: Entende-se por transfusão maciça: I - Paciente que tiver recebido uma quantidade de sangue total ou concentrado de hemácias aproximadamente igual à sua volemia em período inferior a 24 horas; e II - Paciente que tiver recebido uma quantidade de sangue total ou concentrado de hemácias superior a 10 unidades em período inferior a 24 horas. Os Protocolos de Transfusão Maciça (PTM) são estabelecidos para fornecer uma rápida reposição de sangue em um cenário de hemorragia grave: − Manter a perfusão e oxigenação dos órgãos − Manter a hemostasia − Facilitar a comunicação entre as equipes − Evitar atraso no atendimento Alterações fisiopatológicas: A administração de concentrados de hemácias (CH) sem adicionar fatores de coagulação e plaquetas resulta em comprometimento da hemostasia: − hemodiluição (coagulopatia dilucional e trombocitopenia) − distúrbio metabólico (acidose e hipocalcemia pelo citrato na solução de estocagem e hipotermia pela refrigeração) TRÍADE LETAL: − Coagulopatia refratária − Hipotermia progressiva − Acidose metabólica persistente Indicações − Sangramento com ou sem instabilidade hemodinâmica
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