Buscar

filosofia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução 
à
Filosofia 
Introdução à Filosofia
 A palavra "filosofia" (do grego) é uma composição de duas palavras: philos (φίλος) e sophia (σοφία). A primeira é uma derivação de philia(φιλία) que significa amizade, amor fraterno e respeito entre os iguais; a segunda significa sabedoria ou simplesmente saber. Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber; e o filósofo, por sua vez, seria aquele que ama e busca a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber. 
A tradição atribui ao filósofo Pitágoras de Samos (que viveu no século V a.C.) a criação da palavra. Conforme essa tradição, Pitágoras teria criado o termo para modestamente ressaltar que a sabedoria plena e perfeita seria atributo apenas dos deuses; os homens, no entanto, poderiam venerá-la e amá-la na qualidade de filósofos. 
A palavra philosophía não é simplesmente uma invenção moderna a partir de termos gregos, mas, sim, um empréstimo tomado da própria língua grega. Os termos φιλοσοφος (philosophos) e φιλοσοφειν (philosophein) já teriam sido empregados por alguns.  Em Sócrates e Platão, é acentuada a oposição entre σοφία e φιλοσοφία, em que o último termo exprime certa modéstia e certo ceticismo em relação ao conhecimento humano.
História da Filosofia
Os historiadores da filosofia dizem que ela possui data e local de nascimento: final do século VII e inicio do século VI antes de Cristo, nas colônias gregas da Ásia Menor (particularmente as que formavam uma região denominada Jônia), na cidade de Mileto. E o primeiro filósofo foi Tales de Mileto.
Além de possuir data e local de nascimento e de possuir seu primeiro autor, a filosofia também possui um conteúdo preciso ao nascer: é uma cosmologia. A palavra cosmologia é composta de duas outras, cosmos que significa mundo ordenado e organizado; e logia que vem da palavra logos, que significa pensamento racional, discurso racional, conhecimento. Assim, a filosofia nasce como conhecimento racional da ordem do mundo ou da Natureza, donde cosmologia.
Uma sucessão de pensadores originais como Tales, Xenófanes, Pitágoras, Heráclito e Protágoras – empenhou-se em responder, racionalmente, questões acerca da realidade última das coisas, das origens e características do verdadeiro conhecimento, da objetividade dos valores morais, da existência e natureza dos deuses. Muitas das questões levantadas por esses antigos pensadores são ainda temas importantes da filosofia contemporânea. Durante as Idades Antiga e Medieval, a filosofia compreendia praticamente todas as áreas de investigação teórica. Em seu escopo figuravam desde disciplinas altamente abstratas – em que se estudavam o "ser enquanto ser" e os princípios gerais do raciocínio – até pesquisas sobre fenômenos mais específicos – como a queda dos corpos e a classificação dos seres vivos. Especialmente a partir do século XVII, vários ramos do conhecimento começam a se desvencilhar da filosofia e a se constituir em ciências independentes com técnicas e métodos próprios (priorizando, sobretudo, a observação e a experimentação). Apesar disso, a filosofia atual ainda pode ser vista como uma disciplina que trata de questões gerais e abstratas que sejam relevantes para a fundamentação das demais ciências particulares ou demais atividades culturais. A princípio, tais questões não poderiam ser convenientemente tratadas por métodos científicos. 
Por razões de conveniência e especialização, os problemas filosóficos são agrupados em subáreas temáticas: entre elas as mais tradicionais são a metafísica, a epistemologia, a lógica, a ética, a estética e a filosofia política.
As atividades a que nos dedicamos cotidianamente pressupõem a aceitação de diversas crenças e valores de que nem sempre estamos cientes. Acreditamos habitar um mundo constituído de diferentes objetos, de diversos tamanhos e cores. Acreditamos que esse mundo organiza-se num espaço tridimensional e que o tempo segue a sua marcha inexorável numa única direção. Acreditamos que as pessoas ao redor são em tudo semelhantes a nós, veem as mesmas coisas, têm os mesmos sentimentos e sensações e as mesmas necessidades. Buscamos interagir com outras pessoas, e encontrar alguém com quem compartilhar a vida e, talvez, constituir família, pois tudo nos leva a crer que essa é uma das condições para a nossa felicidade. Periodicamente reclamamos de abusos na televisão, em propagandas e noticiários, na crença de que há certos valores que estão sendo transgredidos por puro sensacionalismo. Em todos esses casos, nossas crenças e valores determinam nossas ações e atitudes sem que eles sequer nos passem pela cabeça. Mas eles estão lá, profundamente arraigados e extremamente influentes. Enquanto estamos ocupados em trabalhar, pagar as contas ou divertir-nos, não vemos necessidade de questionar essas crenças e valores. Mas nada impede que, em determinado momento, façamos uma reflexão profunda sobre o significado desses valores e crenças fundamentais e sobre a sua consistência. É nesse estado de espírito que formularemos perguntas como: “O que é a realidade em si mesma?”, “O que há por trás daquilo que vejo, ouço e toco?”, “O que é o espaço? E o que é o tempo?”, “Se o que aconteceu há um centésimo de segundo já é passado, será que o presente não é uma ficção?”, “Será que tudo o que acontece é sempre antecedido por causas?”, “O que é a felicidade? E como alcançá-la?”, “O que é o certo e o errado?”, “O que é a liberdade?”
Essas perguntas são tipicamente filosóficas e refletem algo que poderíamos chamar de atitude filosófica perante o mundo e perante nós mesmos. É a atitude de nos voltarmos para as nossas crenças mais fundamentais e esforçar-nos por compreendê-las, avaliá-las e justificá-las. Muitas delas parecem ser tão óbvias que ninguém em sã consciência tentaria sinceramente questioná-las. Poucos colocariam em questão máxima como “Matar é errado”, “A democracia é melhor que a ditadura”, “A liberdade de expressão e de opinião é um valor indispensável”. Mas, a atitude filosófica não reconhece domínios fechados à investigação. Mesmo em relação a crenças e valores que consideramos absolutamente inegociáveis, a proposta da filosofia é a de submetê-los ao exame crítico, racional e argumentativo, de modo que a nossa adesão seja restabelecida em novo patamar. Em outras palavras, a proposta filosófica é a de que, se é para sustentarmos certas crenças e valores, que sejam sustentados de maneira crítica e refletida.
Embora essa capacidade de admirar-se com a realidade possa estar na origem do pensamento filosófico, isso não significa que tal admiração provoque apenas e tão somente filosofia. O sentimento religioso, por exemplo, pode igualmente surgir dessa disposição: a aparente perfeição da natureza, as sincronias dos processos naturais, a complexidade dos seres vivos podem causar profunda impressão no indivíduo e levá-lo a indagar se o responsável por tudo isso não seria uma Inteligência Superior. Uma paisagem que a todos parecesse comum e sem atrativos poderia atrair de modo singular o olho do artista e fazê-lo criar uma obra de arte que revelasse nuances que escaparam ao olhar comum. Analogamente, embora a queda de objetos seja um fenômeno corriqueiro, se nenhum cientista tivesse considerado esse fenômeno surpreendente ou digno de nota, não saberíamos nada a respeito da gravidade. Esses exemplos sugerem que, além de certa atitude em relação à nossa experiência da realidade, há um modo de interpelar a realidade e nossas crenças a seu respeito que diferenciariam essa investigação da religião, da arte e da ciência.
Ao contrário da religião, que se estabelece entre outras coisas sobre textos sagrados e sobre a tradição, a filosofia recorre apenas à razão para estabelecer certas teses e refutar outras. Como já mencionado acima a filosofia não admite dogmas. Não há, em princípio, crenças que não estejam sujeitas ao exame crítico da filosofia. Disso não decorre um conflito irreconciliável entre a filosofia e a religião. Há filósofos que argumentam em favor de teses caras às religiões,como, por exemplo, a existência de Deus e a imortalidade da alma. Mas um argumento propriamente filosófico em favor da imortalidade da alma apresentará como garantias apenas as suas próprias razões: ele apelará somente ao assentimento racional, jamais à fé ou à obediência. 
Os artistas assemelham-se aos filósofos em sua tentativa de desbanalizar a nossa experiência do mundo e alcançar assim uma compreensão mais profunda de nós mesmos e das coisas que nos cercam. Mas a forma em que apresentam seus resultados é bastante diferente. Os artistas recorrem à percepção direta e à intuição; enquanto a filosofia tipicamente apresenta seus resultados de maneira argumentativa, lógica e abstrata.
Conceito de filosofia
Para os eruditos o conceito de "filosofia" sofreu, no transcorrer da história, várias alterações e restrições em sua abrangência. As concepções do que seja a filosofia e quais são os seus objetos de estudo também se alteram conforme a escola ou movimento filosófico. Essa variedade presente na história da filosofia e nas escolas e correntes filosóficas torna praticamente impossível elaborar uma definição universalmente válida de filosofia. Definir a filosofia é realizar uma tarefa metafilosófica. Em outras palavras, é fazer uma filosofia da filosofia. O sociólogo e filósofo alemão Georg Simmel ressaltou esse ponto ao dizer que um dos primeiros problemas da filosofia é o de investigar e estabelecer a sua própria natureza. Talvez a filosofia seja a única disciplina que se volte para si mesma dessa maneira. O objeto da física não é, certamente, a própria ciência da física, mas os fenômenos ópticos e elétricos, entre outros. A filologia ocupa-se de registros textuais antigos e da evolução das línguas, mas não se ocupa de si mesma. A filosofia, no entanto, move-se neste curioso círculo: ela determina os pressupostos de seu método de pensar e os seus propósitos através de seus próprios métodos de pensar e propósitos. Não há como apreender o conceito de filosofia fora da filosofia; pois somente a filosofia pode determinar o que é a filosofia. 
Platão e Aristóteles concordam em caracterizar a filosofia como uma atividade racional estimulada pelo assombro ou admiração. Mas, para Platão, o assombro é provocado pela instabilidade e contradições dos seres que percebemos pelos sentidos. A filosofia, no quadro platônico, seria a tentativa de superar esse mundo de coisas efêmeras e mutáveis e apreender racionalmente a realidade última, composta por formas eternas e imutáveis que, segundo Platão, só podem ser captadas pela razão. Para Aristóteles, ao contrário, não há separação entre, de um lado, um mundo apreendido pelos sentidos e, de outro lado, um mundo exclusivamente captado pela razão. A filosofia seria uma investigação das causas e princípios fundamentais de uma única e mesma realidade. O filósofo, segundo Aristóteles, “conhece, na medida do possível, todas as coisas, embora não possua a ciência de cada uma delas por si”. A filosofia almejaria o conhecimento universal, não no sentido de um acúmulo enciclopédico de todos os fatos e processos que se possam investigar, mas no sentido de uma compreensão dos princípios mais fundamentais, dos quais dependeriam os objetos particulares a que se dedicam as demais ciências, artes e ofícios. Aristóteles considera que a filosofia, como ciência das causas e princípios primordiais, acabaria por identificar-se com a teologia, pois Deus seria o princípio dos princípios. 
As definições de filosofia elaboradas depois de Platão e Aristóteles separaram a filosofia em duas partes: uma filosofia teórica e uma filosofia prática. Como reflexo da busca por salvação ou redenção pessoal, a filosofia prática foi gradativamente se tornando um sucedâneo da fé religiosa e acabou por ganhar precedência em relação à parte teórica da filosofia. A filosofia passa a ser concebida como uma arte de viver, que forneceria aos homens regras e prescrições sobre como agir e como se portar diante das inconstâncias do mundo. Essa concepção é muito clara em diversas correntes da filosofia helenística, como, por exemplo, no estoicismo e no neoplatonismo. 
As definições de filosofia formuladas na Antiguidade persistiram na época de disseminação e consolidação do cristianismo, mas isso não impediu que as concepções cristãs exercessem influência e moldassem novas maneiras de se entender a filosofia. As definições de filosofia elaboradas durante a Idade Média foram coordenadas aos serviços que o pensamento filosófico poderia prestar à compreensão e sistematização da fé religiosa; e, desse modo, a filosofia passa a ser concebida como “serva da teologia” (ancilla theologiae). Segundo São Tomás de Aquino, por exemplo, a filosofia pode auxiliar a teologia em três frentes: (1) ela pode demonstrar verdades que a fé já toma como estabelecidas, tais como a existência de Deus e a imortalidade da alma; (2) pode esclarecer certas verdades da fé ao traçar analogias com as verdades naturais; e (3) pode ser empregada para refutar ideias que se oponham à doutrina sagrada.
Métodos da filosofia
Os trabalhos filosóficos são realizados mediante técnicas e procedimentos que integram os cânones do pensamento racional. Tradicionalmente, a filosofia destaca e privilegia a argumentação lógica, em linguagem natural ou em linguagem simbólica, como a ferramenta por excelência da apresentação e discussão de teorias filosóficas. A argumentação lógica está associada a dois elementos importantes: a articulação rigorosa dos conceitos e a correta concatenação das premissas e conclusões, de modo que essas últimas sejam derivações incontestáveis das primeiras. Toda a ideia filosófica relevante é inevitavelmente submetida a escrutínio crítico; e a presença de falhas na argumentação (falácias, sofismas, etc.) é frequentemente o primeiro alvo das críticas. Desse modo, o destino de uma tese qualquer que não esteja amparada por argumentos sólidos e convincentes será, frequentemente, severamente rejeitada por parte da comunidade filosófica. Embora a reflexão sobre os princípios e métodos da lógica só tenha sido realizada pela primeira vez por Aristóteles, a ênfase na argumentação lógica e na crítica à solidez dos argumentos é uma característica que acompanha a filosofia desde os seus primórdios. A própria ruptura entre o pensamento mítico-religioso e o pensamento racional é assinalada pela adoção de uma postura argumentativa e crítica em relação às explicações tradicionais. Quando Anaximandro rejeitou as explicações de seu mestre – Tales de Mileto – e propôs concepções alternativas sobre a natureza e estrutura do cosmos, o pensamento humano dava seus primeiro passos em direção ao debate franco, público e aberto de ideias, orientado apenas por critérios racionais de correção, como forma destacada de se aperfeiçoar o conhecimento; e abandonava, assim, as narrativas tradicionais sobre a origem e composição do universo, apoiadas na autoridade inquestionável da tradição ou em ensinamentos esotéricos.
Disciplinas Filosóficas
A filosofia é geralmente dividida em áreas de investigação específica. Em cada área, a pesquisa filosófica dedica-se à elucidação de problemas próprios, embora sejam muito comuns as interconexões. As áreas tradicionais da filosofia são as seguintes:
· Metafísica: ocupa-se da elaboração de teorias sobre a realidade e sobre natureza fundamental de todas as coisas. O objetivo da metafísica é fornecer uma visão abrangente do mundo – uma visão sinóptica que reúna em si os diversos aspectos da realidade. Uma das subáreas da metafísica é a ontologia (literalmente, a ciência do "ser"), cujo tema principal é a elaboração de escalas de realidade. Nesse sentido, a ontologia buscaria identificar as entidades básicas ou elementares da realidade e mostrar como essas se relacionam com os demais objetos ou indivíduos - de existência dependente ou derivada. 
· Epistemologia ou teoria do conhecimento: é a área da filosofia que estuda a natureza do conhecimento, sua origem e seus limites. Dessa forma, entre as questões típicas da epistemologiaestão: “O que diferencia o conhecimento de outras formas de crença?”, “O que podemos conhecer?”, “Como chegamos a ter conhecimento de algo?”. 
· Lógica: é a área que trata das estruturas formais do raciocínio perfeito – ou seja, daqueles raciocínios cuja conclusão preserva a verdade das premissas. Na lógica são estudados, portanto, os métodos e princípios que permitem distinguir os raciocínios corretos dos raciocínios incorretos. 
· Ética ou filosofia moral: é a área da filosofia que trata das distinções entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Procura identificar os meios mais adequados para aprimorar a vida moral e para alcançar uma vida moralmente boa. Também no campo da ética dão-se as discussões a respeito dos princípios e das regras morais que norteiam a vida em sociedade, e sobre quais seriam as justificativas racionais para adotar essas regras e princípios. 
· Filosofia política: é o ramo da filosofia que investiga os fundamentos da organização sociopolítica e do Estado. São tradicionais nessa área, as hipóteses sobre o contrato original que teria dado início à vida em sociedade, instituído o governo, os deveres e os direitos dos cidadãos. Muitas dessas situações hipotéticas são elaboradas no intuito de recomendar mudanças ou reformas políticas aptas a aproximar as sociedades concretas de um determinado ideal político. 
· Estética ou filosofia da arte: entre as investigações dessa área, encontram-se aquelas sobre a natureza da arte e da experiência estética, sobre como a experiência estética se diferencia de outras formas de experiência, e sobre o próprio conceito de belo. 
· Metafilosofia: é a "filosofia da filosofia". Procura determinar, entre outras coisas, o que é, suas limitações e o objetivo da filosofia enquanto ramo do saber humano.
· Filosofia da linguagem é o ramo da filosofia que estuda a essência e natureza dos fenômenos linguísticos. Uma das principais características da filosofia da linguagem é a maior diferença entre o ser humano e os outros seres que existem no mundo. Ela trata, de um ponto de vista filosófico, da natureza do significado linguístico, da referência, do uso da linguagem, do aprendizado da linguagem, da criatividade dos falantes, da compreensão da linguagem, da interpretação, da tradução, de aspectos linguísticos do pensamento e da experiência. Trata também do estudo da sintaxe, da semântica, da pragmática e da referência.
Pensamento Mítico e Pensamento Filosófico
Como em muitas outras sociedades antigas, as narrativas míticas desempenhavam uma função central na sociedade grega. Além de estabelecer marcos importantes na vida social, os mitos gregos promoviam uma concepção de mundo de natureza religiosa que propiciava respostas às principais indagações existenciais que desde sempre inquietaram o espírito humano. Os eventos históricos, os fenômenos naturais e os principais eventos da vida humana (nascimento, casamento, doença e morte) eram entrelaçados às histórias tradicionais sobre conflitos entre deuses, intercâmbios entre deuses e homens e feitos memoráveis de semideuses.
Originalmente, a palavra grega mythos significava simplesmente palavra ou fala; mas o termo remetia também à noção de uma palavra proferida com autoridade. As histórias épicas de Homero, permeadas de intervenções sobrenaturais, ou a teogonia (Genealogia dos deuses) de Hesíodo eram mythos no sentido de serem anúncios revestidos de autoridade, dignos de crédito e reverência. Gradualmente, o termo foi assumindo outro sentido e já à época de Platão e Aristóteles o mythos era empregado para caracterizar histórias fictícias ou absurdas que se afastariam do logos - isto é, do discurso racional. Aristóteles, por exemplo, considerava a filosofia como um empreendimento intelectual completamente distinto das elaborações mitológicas. Na Metafísica, ao tratar do problema da incorruptibilidade, Aristóteles menciona Hesíodo e, logo em seguida, descarta peremptoriamente suas opiniões, pois, segundo ele, “não precisamos perder tempo investigando seriamente as sutilezas dos criadores de mitos.” 
Pode-se dizer que a filosofia surge como uma espécie de rompimento com a visão mítica do mundo. Enquanto os mitos se organizavam em narrações, imagens e seres particulares, a filosofia inaugurava o discurso argumentativo, abstrato e universal. Além disso, ao contrário dos autores de mitos, os filósofos gregos tentaram com afinco elaborar concepções de mundo que fossem isentas de contradições e imperfeições lógicas. Desse modo, não é sem razão que muitos autores enfatizam o caráter de ruptura e divergências ao comparar o advento da filosofia com a tradição mítica da Grécia antiga. Mas, embora sejam inegáveis as diferenças, mais recentemente vários estudiosos têm apontado os pontos de continuidade e semelhança entre as primeiras elucubrações filosóficas dos gregos e as suas concepções mitológicas. Para esses autores, as peculiaridades da tradição mítica grega favoreceram o surgimento da filosofia grega e os primeiros filósofos empenharam-se numa espécie dessacralização e despersonalização das narrativas tradicionais sobre o surgimento e organização do cosmos.
Os Períodos da Filosofia Grega
A Filosofia, como conhecemos hoje, ou seja, no sentido de um conhecimento racional e sistemático, foi uma atividade que, segundo se defende na história da filosofia, iniciou na Grécia Antiga formada por um conjunto de cidade-Estado (pólis) independentes. Isso significa que a sociedade grega reunia características favoráveis a essa forma de expressão pautada por uma investigação racional. Essas características eram: poesia, religião e condições sociopolíticas.
Costuma-se dividir a Filosofia Grega em quatro períodos:
a) Período pré-socrático – do século VII ao século V a.C. Caracterizado pela investigação acerca daphysis e pelo início de uma forma de argumentar e expor as ideias;
b) Período socrático – do final do século V ao século IV a.C. Caracterizado pela investigação centrada no homem, sua atividade política, suas técnicas, sua ética. Também considerado o apogeu da filosofia grega;
c) Período pós-socrático – do século IV ao século III a.C. Caracterizado pela tentativa de apresentar um pensamento unificado a partir de diversas teorias do passado. Interessava em fazer a distinção entre aquilo que poderia ser objeto do pensamento filosófico.
d) Período helenístico ou greco-romano – do século III a.C. ao século VI d.C. Engloba o período do Império Romano e dos Padres da Igreja. Trata-se das relações entre o homem, a natureza e Deus.
Poesia grega
Os poetas gregos, como Homero, desempenhavam papel bastante importante na educação dos jovens gregos. Os poemas homéricos continham características que serviriam de base para o desenvolvimento da filosofia. A principal delas é a busca pelas causas dos acontecimentos narrados, procurando uma narrativa que contemplasse a realidade da forma mais completa possível.
Outro poeta grego, Hesíodo, tem grande importância para o pensamento grego por ter narrado o nascimento dos deuses, uma forma de tentar explicar a origem do universo, tema que apareceria no primeiro filósofo, Tales de Mileto. A Teogonia de Hesíodo faz coincidir os deuses com fenômenos da natureza e partes do universo, que teria sido originado a partir de Caos, o primeiro deus a se gerar.
Religião
Havia duas expressões da religião grega: a religião pública, aquela que conhecemos pelos poemas de Homero e a religião dos mistérios, praticada em círculos restritos por aqueles que não consideravam suficiente a religião pública.
Dentre os “mistérios”, aquele que mais importa para o nascimento da filosofia grega é o Orfismo, nome derivado de seu fundador, o poeta trácio Orfeu. O Orfismo inaugura uma concepção da existência humana distante do naturalismo: enquanto a religião pública considerava o homem mortal, o Orfismo opõe corpo e alma, sendo que o corpo seria mortal, mas não a alma. Do Orfismo são tributárias as filosofias de Pitágoras, Heráclito, Empédocles e Platão.
Outro aspecto importante da religião grega era a inexistênciade um livro sagrado. As crenças eram difundidas pelos poetas, mas com uma visão não dogmática e sem uma autoridade que teria o direito de proteger os dogmas. Com isso, os filósofos gregos não enfrentaram resistência religiosa à sua liberdade de pensamento.
Condições sociopolíticas
Antes de existirem as polis, a sociedade grega se agrupava em comunidades compostas por pessoas com um antepassado em comum, comunidades chamadas de genos. O poder de decisão era concentrado na figura do mais velho do grupo, o pater. Com o aumento do número de pessoas em relação à quantidade de terras produtivas, iniciaram-se conflitos e, depois de um extenso desenrolar histórico, surgiu a noção de propriedade privada: para resolverem os conflitos no interior dos genos, decidiu-se dividir as terras. Essa decisão, no entanto, foi baseada no critério mais forte para eles, o grau de parentesco. Assim, a proximidade sanguínea com o patriarca determinou tanto àqueles que se tornaram grandes proprietários, tanto aqueles que ficaram sem terras e se tornaram escravos ou artesãos.
Formaram-se assim as fratrias, pelo reagrupamento dos genos, e a organização das fratrias, deu origem às tribos. As tribos eram independentes e, por isso, podiam combater entre si. Entre as tribos que conhecemos, destacaram-se os aqueus, os eólios, os dórios e os jônios. Então, a Grécia Antiga não era formada por um Estado único e quando falamos “os gregos”, não falamos sobre um único povo. Aos poucos, cada tribo fundou uma cidade-Estado, ou seja, uma polis, no ponto mais alto da região onde se situavam.
Muitos aqueus se instalaram em ilhas e em costas da Ásia Menor; os jônicos fundaram cidades como Mileto e Éfeso. Por conta das condições geográficas, eles desenvolveram atividades econômicas voltadas para a navegação, comércio e artesanato. A adoção do regime monetário fortaleceu aqueles que viviam dessas atividades e se afastaram da organização social micênica que tinha seu fundamento na aristocracia de sangue.
A partir do século VII a.C., os homens e as mulheres não se satisfazem mais com uma explicação mítica da realidade. O processo de transformação e de criação envolvido no desenvolvimento de técnicas leva ao questionamento a respeito do universo, se ele também não respondia a um processo semelhante.
É em Mileto, situado na Jônia (atual Turquia), litoral ocidental da Ásia Menor que as perguntas a respeito da natureza exterior do mundo se desvincularam da mitologia. Os dados da experiência sensível (frio, quente, pesado, leve, por exemplo) passaram a ser explicados de uma forma racional. Eram entendidos também como realidades em si – por isso se falava em “O quente”, “o frio”, “o pesado”, “o leve”.
Por meio desse exercício do pensamento, os filósofos pretendiam analisá-los em relação ao todo, pois a razão parecia exigir uma unidade no lugar da multiplicidade que até então não havia sido problematizada.
Os principais pensadores da escola de Mileto (ou também “escola jônica” ou “milesiana”) são Tales, considerado o pai da filosofia, Anaximandro e Anaxímenes. Os pensadores dessa escola se caracterizam pela preocupação com a physis, palavra grega que pode ter o sentido de “natureza ou fonte originária”, mas também de “processo de surgimento e de desenvolvimento”.
Importante notar que nessa época não havia uma clara distinção entre as áreas do saber como temos hoje – ciência, religião, filosofia e matemática, por exemplo. Por esse motivo, muitos dos filósofos pré-socráticos podiam ser também líderes religiosos, cientistas, médicos ou matemáticos.
Período pré-socrático
O período pré-socrático compreende a escola jônica, pitagórica, eleática e pluralista.
A escola jônica recebe esse nome por se referir a filósofos nascidos na Jônia, colônia grega da Ásia Menor. Caracteriza-se pela pergunta a respeito da origem da natureza, para determinar o elemento que deu origem a todos os seres. Os principais filósofos jônicos são Tales, Anaximandro, Anaxímenes e Heráclito.
A escola pitagórica tem seu nome derivado do nome de seu fundador e principal representante: Pitágoras de Samos. Ele defendia que todas as coisas são números e o princípio fundamental de tudo seria a estrutura numérica, ou seja, o mundo surgiu quando precisou haver uma limitação para o ápeiron e essa limitação eram formas numéricas sobre o espaço. Os pitagóricos faziam um amálgama de concepções, como era comum na época. Desse modo, embora racionais e matemáticos, os pitagóricos também baseavam suas doutrinas em concepções místicas.
Acreditavam que o corpo aprisionava a alma, imortal, e o objetivo da existência seria o de tornar a alma mais pura. A reencarnação era uma consequência desse pensamento, pois a cada vida era possível elevar mais as virtudes da alma e reencarnar-se em uma forma mais elevada. Tinham, portanto, uma visão espiritual da existência. Outros pensadores importantes dessa escola: Filolau, Arquitas e Alcmeón.
A escola eleática tem o nome derivado da cidade de Eleia, ao sul da Itália, lugar onde se situaram seus principais pensadores: Xenófanes, Parmênides, Zenão e Melisso. Caracteriza-se por não procurarem uma explicação da realidade baseada na natureza. Suas preocupações eram mais abstratas e podemos ver nelas o primeiro sopro de uma lógica e de uma metafísica. Defendiam a existência de uma realidade única, por isso são conhecidos também como monistas em oposição ao mobilismo (de Heráclito, principalmente, que acreditava na existência da pluralidade do real). A realidade para eles é única, imóvel, eterna, imutável, sem princípio ou fim, contínua e indivisível.
A escola pluralista que inclui a escola atomista e os pensadores Anaxágoras e Empédocles, tem esse nome porque seus pensadores não acreditam na existência de um princípio único que seja a origem do universo e sim de vários princípios que se misturam e formam tudo o que conhecemos. Para os atomistas, tudo o que existe é composto de “átomo” e “vazio” que em um processo contínuo de atração e repulsão constituem a realidade existente. 
Período Socrático
A importância de Sócrates para a história da filosofia é tal que todos aqueles que vieram antes dele são chamados de pré-socráticos. Isso significa que a forma como a filosofia ocidental se desenvolveu é tributária da forma como Sócrates entendia o que era a atividade de filosofar e à sua investigação a respeito do humano, que ele inaugurou.
A filosofia de Sócrates se desenvolvia a partir de diálogos e era composta de dois momentos básicos: A refutação ou ironia e a Maiêutica.
A ironia era a etapa em que Sócrates perguntava o que as pessoas sabiam para que, elas próprias, ao tentarem defender suas opiniões, percebessem a limitação de seus argumentos, a contradição entre eles e a imprecisão de seus conceitos.
Para Sócrates, é importante para todos aqueles que querem conhecer alguma coisa, começar reconhecendo a própria ignorância. Para conduzir seus interlocutores a reconhecerem que não sabiam sobre aquilo que conversavam, Sócrates iniciava seu diálogo com perguntas que faziam parecer que ele também não sabia sobre o assunto. E esse é o sentido original da palavra ironia: derivada do verbo eirein (perguntar), ironia tinha o sentido de interrogação fingindo ignorância.
A maiêutica, em seu sentido original: a arte de parir, era a segunda fase do diálogo. Como foi dito, Sócrates via nas artes desenvolvidas por seus pais como uma espécie de orientação para seu método filosófico. Se, na fase da ironia, suas perguntas visavam estimular seus interlocutores a mostrarem seus pontos de vista, na fase da maiêutica, suas perguntas eram para estimular que eles criassem suas próprias definições a respeito daquilo que estava sendo discutido. Mas isso era progressivo, ou seja, ele conduzia calmamente o interlocutor de pergunta em pergunta; a cada resposta, ele fazia outra pergunta que revelava a contradição existente na resposta dada.
Segundo Gramsci, um filósofo italiano contemporâneo, “não se pode pensar em nenhum homem que não seja também filósofo, que não pense, precisamente porquepensar é próprio do homem como tal”. Isso significa que as questões filosóficas fazem parte do cotidiano de todos nós. Todos nós somos filósofos, no sentido bem amplo, porque todos têm a capacidade de pensar.
Todos nós podemos filosofar e superar o ACHISMO que marca o dia-a-dia das pessoas. Eu acho. Eu acho... Não basta achar. É preciso ter a capacidade de pensar com coerência. Existe uma diferença profunda entre o eu acho e o eu penso. O pensar exige método e profundidade na análise. O nosso desafio é pensar filosoficamente.
O sentido do nosso desafio é partir do senso comum (aquilo que nós aprendemos no dia-a-dia, com nossa família, as crenças passadas para nós desde nossa infância, o conhecimento vulgar conseguido através das experiências adquiridas no decorrer da vida) e superá-lo. Isso não significa que o senso comum seja inferior em relação às demais formas de conhecimento. Mas, nós precisamos superar o conhecimento do senso comum. Afinal, estamos numa esfera de estudos para produzir conhecimento com bases filosóficas e científicas.
O ato de pensar filosoficamente possui um caminho que nos permite pensar de modo mais amplo e coerente. Por isso, vamos analisar as características da reflexão filosófica. 
Radical: a palavra latina radix, radicis significa raiz, e no sentido figurado, fundamento, base. Portanto, a filosofia é radical não no sentido corriqueiro de ser inflexível, mas enquanto busca explicar os conceitos fundamentais usados em todos os campos do pensar e do agir. Por exemplo, a filosofia das ciências examina os pressupostos do saber científico, do mesmo modo que, diante da decisão de um vereador em aprovar determinado projeto, a filosofia política investiga as raízes (os princípios políticos) que orientam sua ação.
Rigorosa: enquanto a “filosofia de vida” não leva a conclusões até as últimas consequências, e nem sempre capaz de examinar os fundamentos delas, o filósofo deve dispor de um método claramente explicitado a fim de proceder com rigor, garantindo a coerência e o exercício da crítica. O filósofo usa uma linguagem rigorosa para evitar ambiguidades ou duplas interpretações. Isso possibilita a discussão das suas teses a partir de conceitos claros e precisos.
De conjunto: enquanto as ciências são particulares porque se ocupam somente com o seu objeto de estudo, a filosofia é de conjunto porque analisa a questão de forma global, isto é, examina os problemas sob a perspectiva de conjunto, relacionando os diversos aspectos entre si. A filosofia visa ao todo à totalidade. Recorremos também à contribuição do professor Agostinho José Soares, no livro Introdução ao Pensamento Filosófico. 
Vamos, agora, ver como o próprio professor Agostinho explica o que significa cada uma das características. Nosso objetivo é fazer uma adaptação do texto do professor Agostinho para reforçar o entendimento das características da reflexão filosófica.
Criticidade: a palavra criticidade vem de crítica. Crítica significa exame, arte de julgar o valor, critério. Esta ideia de analisar minuciosamente o objeto nos dá a ideia de crítica como uma característica da reflexão filosófica, mas também como uma postura do filósofo. Criticar é ter o cuidado de estabelecer critérios.
Radicalidade: é necessário que a reflexão filosófica seja radical, ou seja, que ela busque a raiz, a origem, os fundamentos. O conhecimento que não vai às raízes da questão, é um conhecimento ingênuo ou é manifestação de uma consciência ingênua.
Totalidade: a filosofia está interessada na reflexão sobre a totalidade. Para haver a compreensão real dos fatos, é preciso inseri-los no contexto do qual fazem parte. Deve-se levar em consideração o contexto sócio-político-econômico no qual está inserido o problema analisado.
Os manuais de história dividem a filosofia em antiga, média, moderna e contemporânea.
FILOSOFIA ANTIGA (sec VII a. C - sec IV d. C)- A Filosofia Antiga marca o inicio do pensamento filosófico na história da humanidade. A filosofia surge na Grécia por diversos fatores, dentre os quais, vale destacar o processo de desmitificação do pensamento grego e o desenvolvimento da política.
O povo grego passa a questionar as explicações mitológicas sobre a origem do Universo (Cosmogonia), que, por serem alegóricas e fantasiosas, já não atendiam aos interesses da população. Neste sentido a filosofia surge como uma tentativa de explicar racionalmente a origem do universo (Cosmologia). Portanto, a filosofia nascente se preocupa, num primeiro momento, em oferecer de forma racional uma explicação a cerca da natureza das coisas e do mundo, por isso que estes primeiros filósofos são chamados de filósofos da Natureza, ou ainda, Filósofos Físicos, na verdade, historicamente, eles ficaram conhecidos como Filósofos Pré-socráticos porque viveram antes do principal filósofo da Antiguidade, Sócrates.
Os filósofos conhecidos da antiguidade:
 Introdução à Filosofia
2
Gregos
Sócrates (470a.C. - 399a.C.)
Platão (428 a 347 a.C.)
Aristóteles (384a.C - 322 a.C.)
Tales de Mileto (625 a.C. - 545 a.C.)
Anaximandro de Mileto (609/610 a.C. - c. 546 a.C.)
Anaxímenes de Mileto (585-528 a.C.)
Pitágoras (571/570 a.C. - 497/496 a.C.)
Xenófanes de Cólofon (aprox. 570 a.C. - 460 a.C.)
Heráclito de Éfeso (aprox. 540 a.C. - 470 a.C.)
Parmênides de Eléia (cerca de 530 a.C. - 460 a.C.)
Anaxágoras de Clazômenas (c. 500 a.C. - 428 a.C.)
Diógenes de Apolônia (viveu século V a.C.)
Protágoras de Abdera (480 a.C. - 410 a.C.)
Górgias de Leontini (480 a.C. - 375 a.C.)
Demócrito de Abdera (cerca de 460 a.C. - 370 a.C.)
Arquitas de Tarento (428 a.C. - 347 a.C.)
 
Helênicos
Euclides 360a.C.-295a.C.
Pirro de Elis 360a.C-275a.C.
Epicuro 341a.C-270a.C
Aristarco de Samos 310a.C(c.)-230a.C
Arquimedes 287a.C-212 a.C.
Eratóstenes 276a.C-194a.C
Plotino 205-270
Epiteto 55-135
Ptolomeu 100(c.)-178(c.)
 
Romanos
Cícero 106a.C-43 a.C.
Sêneca 4a.C(c.)-65
Marco Aurélio 121-180
Boécio 480-524d.c
IDADE MÉDIA (entre os séculos V e XV): Podemos chamar de Filosofia Medieval a filosofia que se desenvolveu na Europa durante a Idade Média. Como este período foi marcado por grande influência da Igreja Católica nas diversas áreas do conhecimento, os temas religiosos predominaram no campo filosófico. Muitos pensadores deste período defendiam que a fé não deveria ficar subordinada a razão. Porém, um importante filósofo cristão não seguiu este caminho. Santo Agostinho de Hipona (354 – 430) buscou a razão para justificar as crenças. Foi ele quem desenvolveu a ideia da interioridade, ou seja, o homem é dotado da consciência moral e do livre arbítrio.
Os filósofos conhecidos:
Agostinho de Hipona 354-430
João Filopono 490-580
Santo Anselmo 1033-1109
Pedro Abelardo 1033-1109
Averróis 1126-1198
Alberto Magno 1200(c.)-1280
Roger Bacon 1214-1294
Tomas de Aquino 1225-1274
Raimundo Lúlio 1232-1315
William de Ockham 1285-1350
 
IDADE MODERNA- No período moderno a filosofia passou a ter uma divisão melhor de seu foco de estudo. No início ainda era comum vermos questões no que dizia respeito a provar a existência de Deus e a imortalidade da alma, principalmente em textos de René Descartes e George Berkeley, em suas obras as Meditações e o Tratado, de autoria dos dois, respectivamente. Porém, muitos filósofos deste período pareciam estar usando a filosofia para abrir caminhos que pudessem ajudar a fundamentar algum tipo de concepção, de ideia. Era como se tentassem encontrar uma forma de provar aquilo que tentavam passar.
Os filósofos conhecidos:
Hobbes, Thomas (1588-1679)
Descartes, René (1596-1650)
Pascal, Blaise (1623-1662)
Spinoza, Baruch de (1632-1677)
Locke, John (1632-1704)
Malebranche, Nicolas (1638-1715)
Leibniz, Gottfried (1646-1716)
Vico, Giambattista (1668-1744)
Berkeley, George (1685-1753)
Montesquieu (1689-1755)
Voltaire (1694-1778)
Reid, Thomas (1710-1796)
Hume, David (1711-1776)
Rousseau, Jean-Jacques (1712-1778)
Kant, Immanuel (1724-1804)
Beccaria, Cesare (1738-1794)
Stewart, Dugald(1753-1828)
Schiller, Friedrich (1759-1805)
RENASCIMENTO
Nicolau de Cusa 1401-1464
Erasmo 1469(c.)-1536
Maquiavel 1469-1527
Thomas More 1478-1535
François Rabelais 1483-1553*
Paracelso 1493-1541
Michel Eyguem de Montaigne 1533-1592
Giordano Bruno 1548-1600
Francis Bacon 1561-1626
Galileu Galilei 1564-1642
Tommaso Campanella 1568-1639
Isaac Newton 1643-1727
Giambattista Vico 1668-1744
IDADE CONTEMPORÂNEA - Consideramos como contemporânea a filosofia que se estende, dentro da imprecisão cronológica própria das produções culturais, ao longo da segunda metade do século XIX e da primeira metade do século XX. A filosofia contemporânea, nas suas linhas mais fundamentais e características, só podem ser adequadamente compreendidas em relação com a obra de Hegel. Com efeito, a filosofia contemporânea constitui em grande medida uma reação contra o sistema hegeliano, ao mesmo tempo em que retoma poucas das suas análises e interrogações.
Os filósofos conhecidos:
Fichte, Johann Gottlieb (1762-1814)
Hegel, Georg Wilhelm Friedrich (1770-1831)
Mill, James (1773-1836)
Schelling, Friedrich (1775-1854)
Schopenhauer, Arthur (1788-1860)
Comte, Auguste (1798-1857)
Feuerbach, Ludwig (1804-1872)
Mill, John Stuart (1806-1873)
Proudhon, Pierre-Joseph (1809-1865)
Bakunin, Mikhail Aleksandrovitch (1814-1876)
Marx, Karl (1818-1883)
James, William (1842-1910)
Nietzsche, Friedrich (1844-1900)
Bergson, Henri (1859-1941)
Dewey, John (1859-1952)
Russell, Bertrand (1872-1970)
Moore, George Edward (1873-1958)
Scheler, Max (1874-1928)
Schweitzer, Albert (1875-1965)
Maritain, Jacques (1882-1973)
Jaspers, Karl (1883-1969)
LouisLavelle, Louis(1883-1951)
Bachelard, Gaston (1884-1962)
Lukács, Georg (1885-1971)
Ubaldi, Pietro (1886-1972)
Wittgenstein, Ludwig (1889-1951)
Heidegger, Martin (1889-1976)
Marcuse, Herbert (1889-1979)
Ryle, Gilbert (1900-1976)
Popper, Karl (1902-1994)
Adler, Mortimer (1902-2001)
Lonergan, Bernard (1904-1984)
Sartre, Jean-Paul (1905-1980)
Rand, Ayn (1905-1982)
Santos, Delfim (1907-1966)
Quine, Willard Van Orman (1908-2000)
Bobbio, Norberto (1909-2004)
Austin, John (1911-1960)
Camus, Albert (1913-1960)
Ricoeur, Paul (1913-2005)
Wright, Georg Henrik von (1916-2003)
Goodman, Nelson (1918-1998)
Bunge, Mário (1919)
Kuhn, Thomas (1922-1996)
Castoriadis, Cornelius (1922-1997)
Feyerabend, Paul (1924-1994)
Deleuze, Gilles (1925-1995)
Foucault, Michel (1926-1984)
Soveral, Eduardo Abranches de (1927-2003)
Baudrillard, Jean (1929-2007)
Habermas, Jürgen (1929)
Guattari, Félix (1930-1992)
Serres, Michel (1930)
Dussel, Enrique (1934)
Burge, Tyler (1946)
Carvalho, Olavo de (1947)
Lévy, Pierre (1956)
Tye, Michael (1960)
Objetivo da Filosofia
Ao iniciarmos uma atividade, sempre somos movidos por uma razão. Esta razão de ser das nossas atividades, da busca permanente de ampliar nossos conhecimentos e da expectativa de alcançar novos degraus na escada da vida é construída a partir de objetivos. Não só as tarefas, mas a nossa vida é motivada por objetivos. 
A conquista desses objetivos torna o caminho percorrido mais gratificante, superando o caráter penoso da atividade a ser realizada. O cansaço e a luta para alcançá-los deixa de ser um sacrifício para transformar-se em uma tarefa edificante e prazerosa. 
O objetivo mais profundo da filosofia é auxiliar o ser humano a investigar a razão de ser da própria existência. E mais, a filosofia cumpre o papel de levar o aluno a criar o hábito da reflexão e, assim, obter critérios mais consistentes para julgar as situações em que vive; adquirir o hábito da observação e análise; desenvolver o senso crítico e a capacidade para tomar decisões e agir positivamente no mundo em transformação. 
Grandes interrogações continuam desafiando a mente humana. Não bastam as reflexões filosóficas feitas em outros tempos e por outros pensadores. A cada momento histórico novos acontecimentos nos afligem. 
Diante das situações que a realidade e a própria vida apresenta, somos solicitados a investigar, questionar, refletir e, enfim, filosofar.
“O ser humano não pode deixar de cometer erros, são com os erros que os homens de bom senso aprendem a sabedoria para o futuro.”
Plutarco

Continue navegando

Outros materiais