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MANUAL DO PROFESSOR BIOLOGIA ANGLO ENSINO FUNDAMENTAL ANGLO ano9 º- 2 Volume capa_final_ANGLO_SOMOS_MP_BIOLOGIA_VOL2_SEMESTRAL.indd 3 3/11/19 10:21 AM 9º ano Ensino Fundamental Manual do Professor Biologia José Manoel Martins Marcos Engelstein 2 volume MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 1 3/18/19 11:19 AM Direção Presidência: Mario Ghio Júnior Direção de Conteúdo e Operações: Wilson Troque Direção executiva: Irina Bullara Martins Lachowski Direção editorial: Luiz Tonolli e Lidiane Vivaldini Olo Gestão de projeto editorial: Rodolfo Marinho Gestão de área: Isabel Rebelo Roque e Tatiana Leite Nunes Edição: Amarilis Lima Maciel, Bianca Berneck, Carolina Taqueda e Rodrygo Martarelli Cerqueira Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga Planejamento e controle de produção editorial: Paula Godo (ger.), Adjane Oliveira (coord.), Daniela Carvalho e Mayara Crivari Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.), Rosângela Muricy (coord.), Arali Gomes, Brenda T. M. Morais, Carlos Eduardo Sigrist, Danielle Modesto, Hires Heglan, Kátia Lopes Godoi, Marilia Lima, Maura Loria, Ricardo Miyake, Tayra Alfonso; Amanda T. Silva e Bárbara de M. Genereze (estagiárias) Arte: Daniela Amaral (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.) e Daniel Hisashi Aoki (edit. arte) Diagramação: JS Design Iconografia: Sílvio Kligin (ger.), Roberto Silva (coord.), Roberta Freire Lacerda Santos (pesquisa iconográfica) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Thiago Fontana (coord.), Angra Marques (licenciamento de textos), Erika Ramires, Luciana Pedrosa Bierbauer e Claudia Rodrigues (Analistas Adm.) Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin Ilustrações: Luis Moura, Setup Bureau Cartografia: Eric Fuzii (coord.) Design: Daniela Amaral (proj. gráfico e capa) Foto de capa: Eric Isselee/Shutterstock/Glow Images Ilustração de capa: D’Avila Studio Todos os direitos reservados por SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Rua Gibraltar, 368 – Santo Amaro CEP: 04755-070 – São Paulo – SP (0xx11) 3273-6000 © SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Martins, José Manoel Ensino fundamental 2 : biologia 9º ano : volume 1 e 2 : professor / José Manoel Martins, Marcos Engelstein. -- 1. ed. -- São Paulo : SOMOS Sistemas de Ensino, 2019. 1. Biologia (Ensino fundamental). I. Engelstein, Marcos. II. Título. 2018-0061 CDD-372.35 Julia do Nascimento – Bibliotecária – CRB-8/010142 2019 ISBN 978 85 468 1860 0 (PR) 1a edição 1a impressão Impressão e acabamento Uma publicação MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 2 3/18/19 11:19 AM SUMÁRIO 8 VOLUME 2 ...............................................................................................4 9. Alterações na cadeia alimentar – os javalis invasores e outros casos .................................... 5 10. Interações ecológicas – o caso das acácias e das formigas ................................................. 12 11. Bioacumulação – o caso das tartarugas-matamatás ............................................................. 17 12. A crise hídrica e a conservação ambiental ......................................................................... 22 13. O caso da fragmentação florestal e dos corredores ecológicos .......................................... 28 14. O caso dos lebistes e a seleção natural ............................................................................... 35 15. Especiação – o caso dos bugios na América do Sul ............................................................ 40 16. A seleção natural em ação .................................................................................................. 46 MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 3 3/18/19 11:19 AM 8 4 Ensino Fundamental VOLUME 2 Caros professores, Dando continuidade aos estudos de caso, neste volume vamos apresentar temas sobre Ecologia e evo- lução, relacionando-os, direta ou indiretamente, a fatos que poderão estar ligados ao cotidiano dos alunos. Os estudos de caso abordados nessa temática trarão assuntos como: espécies exóticas invasoras, cadeia e teias alimentares, bioacumulação, crise hídrica, conservação, corredores ecológicos, fragmentação de ecos- sistemas, especiação e seleção natural. Esperamos que, ao final desse segundo volume, este material tenha auxiliado em seu trabalho e atendido às suas expectativas. Permanecemos sempre à disposição para ouvir suas críticas e sugestões, fundamentais na construção de um material didático de qualidade. Bom trabalho! Os autores MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 4 3/18/19 11:19 AM 85 M a n u a l d o P ro fe ss o r 9. ALTERAÇÕES NA CADEIA ALIMENTAR – OS JAVALIS INVASORES E OUTROS CASOS AULAS 25, 26, 27 e 28 Neste Módulo, apresentamos o estudo de caso da presença do javali no Brasil como uma espécie exótica inva- sora, bem como o impacto dessa situação para o ambiente e, em especial, para outras espécies com as quais ele compartilha parte do nicho ecológico. Essa análise se dá principalmente por meio do estudo de cadeias e teias alimentares. São discutidas formas de controle desses invasores e também é apresentado, no mesmo tema (espécie exótica invasora), outro estudo de caso: o do uso da joaninha-asiática como controle biológico. Objetivos • Identificar e diferenciar uma espécie nativa de uma espécie exótica. • Entender o conceito de espécie exótica invasora e aplicá -lo ao caso dos javalis no Brasil. • Compreender o conceito de nicho ecológico. • Entender o conceito de cadeias e teias alimentares e saber nomear seus diferentes níveis tróficos. • Analisar o desequilíbrio gerado em teias alimentares quando se adiciona um novo integrante que não sofre predação. • Entender as consequências da invasão de javalis para o ambiente e para as comunidades, bem como as impli- cações socioeconômicas dessa invasão. • Compreender as formas de se mitigar, manejar e conter os efeitos dos javalis invasores. • Compreender o caso da joaninha-asiática, uma espécie exótica invasora no Brasil, conhecendo os motivos de sua introdução voluntária e as consequências para o ambiente. Roteiro de aula (sugestão) Aula Descrição Anotações 25 Retorno da tarefa 3 do Módulo 8 Quem são os javalis “invasores”? De olho... na espécie exótica invasora Atividade 1 Rumo ao Ensino Médio (item 1) Orientações para a tarefa 1 (Em casa) 26 Retorno da tarefa 1 Cadeias e teias alimentares Atividade 2 Rumo ao Ensino Médio (item 2) Orientações para a tarefa 2 (Em casa) MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 5 3/18/19 11:19 AM 86 Ensino Fundamental 27 Retorno da tarefa 2 Consequências para o ambiente O controle dos javalis Atividade 3 Rumo ao Ensino Médio (item 3) Orientações para a tarefa 3 (Em casa) 28 Retorno da tarefa 3 Outro caso de espécie introduzida: a joaninha-asiática Atividade 4 Rumo ao Ensino Médio (item 4) Orientações para a tarefa 4 (Em casa) Observaç‹o: Os testes da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser trabalhados em sala ou indicados como tarefa para casa. Noções básicas • As espécies exóticas são aquelas que chegam a locais, de forma acidental ou intencional (pelo ser humano), onde antes não habitavam. Professor(a): os conceitos de espécie exóti- ca e espécie exótica invasora já foram estudados em Ciências no 6o ano, Caderno 3. • As espécies exóticas competem com espécies nativas pelos recursos do ambiente e geralmente têm vanta- gem, pois não têm predadores naturais. São, assim, consideradas invasoras. • Os javalis no Brasil se encaixam no conceito de espécie exótica invasora: são naturais de regiões da Europa, Ásia e África, mas, atualmente, já se espalha- ram por vários estados brasileiros. • A cadeia alimentar é composta de produtores (autó- trofos), consumidores herbívoros (heterótrofos que se alimentam de produtores) e carnívoros (heterótrofos que se alimentam de consumidores), bem como de decompositores (heterótrofosque se alimentam de seres mortos, decompondo-os). • Cada elemento da cadeia ocupa um nível trófico. Os consumidores são classificados, de acordo com sua posição na cadeia, como primários, secundários, terciários, e assim sucessivamente. • Os produtores ocupam o 1o nível trófico; os consumi- dores primários, o 2o nível trófico; os consumidores secundários, o 3o nível trófico; e assim sucessivamente. • Na natureza, as cadeias alimentares apresentam-se inter- ligadas formando as teias alimentares. Um mesmo orga- nismo pode fazer parte de diferentes cadeias alimentares, ocupando mais de um nível trófico. As teias podem ser analisadas desmembrando-se em cadeias alimentares. • Os javalis causam uma série de impactos no ambien- te: competem com espécies nativas, como catetos e queixadas; destroem plantas novas e sementes, afe- tando a flora local; cavam o solo, acelerando, assim, o processo de erosão e promovem o assoreamento de lagos e rios; transmitem doenças, como a febre aftosa, a pneumonia suína e a teníase; cruzam com porcos domésticos asselvajando suas crias; destroem plantações e áreas agrícolas. • O controle e o manejo dos javalis invasores com o objetivo de deter seu avanço e reduzir a população incluem: a caça e o abate controlados em criadouros e abatedouros autorizados; o combate aos criadouros clandestinos; e a orientação no manejo e transporte de animais de criadouros legalizados. • A joaninha-asiática, uma espécie exótica invasora, foi introduzida voluntariamente com o objetivo de controlar biologicamente a população de pulgões em plantações onde estes se tornaram pragas. • O controle biológico feito pela joaninha-asiática é bem efetivo, mas elas acabam competindo com espécies de joaninhas nativas, causando a diminuição dessas popu- lações, assim como da biodiversidade local. Em alguns países onde essa espécie foi introduzida verificaram-se prejuízos econômicos, como danos em plantações de uvas viníferas no Canadá e nos Estados Unidos. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 6 3/18/19 11:19 AM 87 M a n u a l d o P r o fe s s o r Estratégias e orientações Alguns dos temas deste Módulo já foram estudados em séries anteriores, como é o caso de espécies exóticas inva- soras e cadeias e teias alimentares. Tenha em mente essa informação em todo o desenvolvimento do Módulo, sem- pre recorrendo à lembrança dos alunos para esses temas. Quem são os javalis “invasores”? (página 6) Uma das formas de iniciar o levantamento de conheci- mentos prévios é solicitar aos alunos que descrevam uma cadeia alimentar de determinado ambiente. Com base na cadeia escolhida, pergunte a eles o que ocorreria caso um animal ou uma planta fosse introduzido. Apresente o nicho ecológico desse organismo exótico, enfatizando seu habitat, sua forma de obtenção de alimento e seus principais predadores, caso existam. Peça a eles que façam previsões do que poderia ocorrer com os seres vivos da cadeia alimentar. A competição por alimentos costuma ser percebida, mas o aumento de predação de certo nível trófico pelo surgimento de um novo consumidor não é tão facilmente identificado pelos estudantes. Em seguida, pode-se retomar os conceitos de espécie exótica e espécie exótica invasora, assunto do boxe De olho... na espécie exótica invasora (página 7 do Caderno do Aluno), trabalhados no 6º ano. A leitura do texto em duplas pode ser uma boa estratégia para a continuação da aula. A forma narrativa como se conta o caso dos javalis favorece uma leitura mais agradável aos alunos. A única ressalva é em relação ao conceito de nicho ecológico, que é apresentado pela primeira vez. Ele será retomado nas atividades, quando poderá ser reforçado pelo professor, pois se trata de um conceito que não é de simples enten- dimento para os alunos. É muito comum que se confunda nicho ecológico com habitat e ambiente – trabalhe essas distinções. Os exercícios propostos na Atividade 1 e no item 1 da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser feitos pelas duplas de alunos e corrigidos em seguida. A tarefa 1 da seção Em casa traz um resumo sobre os principais conceitos relativos a espécies exóticas na forma de um texto que deverá ser corrigido pelos alu- nos, o que exige atenção, além de construção textual. O item 1 da seção Rumo ao Ensino Médio traz um teste de vestibular recente, o que mostra a importância do tema e sua atualidade. Cadeias e teias alimentares (página 9) Cadeias e teias alimentares já foram estudadas no 7o ano e retomadas na aula anterior a partir dos conheci- mentos prévios. Trata-se, portanto, de uma revisão, mas com uma aplicação mais prática que deve ser resgatada ao final da aula com a retomada da questão dos javalis. A ideia justamente é fazer com que o aluno perceba que os javalis afetam diretamente os organismos que compõem as teias alimentares da comunidade que invadem. Uma boa estratégia é dividir a turma em duplas ou trios e pedir que façam a leitura do texto desta aula e, em seguida, os exercícios da Atividade 2 e o item 2 da seção Rumo ao Ensino Médio. A correção pode ser feita na lousa pelos próprios alunos, demonstrando o seu raciocínio para a turma. A tarefa 2 da seção Em casa exige que o aluno exe- cute o “desmembramento” da teia alimentar em cadeias alimentares e esse exercício é fundamental para uma visualização mais clara dos níveis tróficos que cada ser pode ocupar em diferentes cadeias. Faça uma pequena demonstração desse tipo de análise quando estiver pre- parando-os para executar essa tarefa em casa. Consequências para o ambiente (página 11) e O controle dos javalis (página 11) É possível que a região em que você vive tenha sido alvo de invasão dos javalis. É muito interessante que os conhecimentos prévios dos alunos a respeito desse tema sejam levantados no início desta aula. É provável que algumas das consequências que serão discutidas sejam do conhecimento deles. Para esta aula, a leitura coletiva compartilhada do texto ou mesmo uma aula expositiva podem ser estratégias ade- quadas. Há alguns conceitos que são apresentados e talvez precisem de uma explicação contextualizada, o que você pode fornecer. Após essa apresentação, reúna a turma em grupos para realizar a Atividade 3. O exercício 2 resgata um conhecimento sobre teníase que os alunos já estudaram no 7o ano, mas que pode ser reforçado pela interpretação do texto. O item 3 da seção Rumo ao Ensino Médio resume as estratégias adotadas pelo Ibama para conter a invasão dos javalis e, propositalmente, pede que se assinale a alternativa incorreta, no intuito de o aluno ter acesso a um número maior de afirmações corretas para sedimentar esses conhecimentos. A tarefa 3 da seção Em casa busca trazer outro aspecto que não é tão explorado no texto, mas que deve ser considerado: influências eventualmente positivas das espécies invasoras. Os alunos são convida- dos a refletir sobre esse tema. Outro caso de espécie introduzida: a joaninha-asiática (página 13) Para esta aula, como se trata de um novo estudo de caso, o trabalho em grupo com leitura e a execução de exercícios são uma boa estratégia. Separe a turma em trios ou quartetos e peça que realizem a leitura do texto e, em seguida, façam a Atividade 4 e o item 4 da seção MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 7 3/18/19 11:19 AM 88 Ensino Fundamental Rumo ao Ensino Médio, que explora os principais temas do Módulo: análise de uma teia alimentar com a inclusão de uma espécie exótica. A tarefa 4 da seção Em casa sin- tetizará os estudos de caso trabalhados neste Módulo e apresentará mais um exemplo, por meio de um pequeno trecho de um texto. Vale ressaltar que observar o trabalho de cada estu- dante dentro do grupo, durante a aula, fornece elementos avaliativos importantes. Note se o estudante participa da discussão, se propõe soluções para os problemas enfren- tados, se sabe ouvir e respeitar a opinião dos colegas, se ajuda a organizar o tempo disponível para a execuçãode tarefas, se compartilha seus conhecimentos com os demais estudantes, se consegue colocar de forma clara suas ideias para o grupo, etc. Existem muitos exemplos de alterações nas cadeias alimentares que podem ser apresentados aos estudantes. Lembre-se de incluir no planejamento da aula as rela- ções ecológicas envolvidas nos exemplos escolhidos. Pode-se pensar, por exemplo, nos coelhos introduzidos no fim do século XIX na Austrália, assim como no cacto do gênero Opuntia, no mexilhão -dourado no rio Paraná e na introdução do escargot em vários pontos do litoral brasileiro. Pesquise se há algum caso regional que pode ser mais significativo para os estudantes. Caso considere oportuno, sugira aos alunos que façam essa pesquisa e, quando possível, numa roda de conversa com a turma, estimule-os a expor e debater os resultados de suas pesquisas. Respostas e comentários Atividade 1 (página 8) 1. a) Espécies nativas são aquelas que ocorrem natural- mente em determinada localidade. Espécies exóti- cas são aquelas que não ocorrem naturalmente em certa localidade, mas são introduzidas, geralmente pelos seres humanos, de forma intencional ou não. b) É uma espécie exótica que, introduzida em um ambiente, causa impactos que prejudicam as es- pécies nativas e que se expandem rapidamente. c) Os javalis são considerados uma espécie exótica no Brasil, pois não são naturais do país; e invasora, pois ocuparam o espaço das espécies nativas, cau- sando prejuízos diversos por causa da competição por recursos do ambiente. 2. Javalis, queixadas e catetos ocupam nichos ecológicos semelhantes, isto é, utilizam recursos muito similares do ambiente onde vivem, incluindo as fontes de ali- mento. Assim, acabam estabelecendo uma relação de competição interespecífica por recursos, como água e alimento, e espaço. Uma vez que os javalis não têm predadores naturais no Brasil, acabam prevalecendo sobre as populações de catetos e queixadas. Atividade 2 (página 10) 1. a) Seriemas Lagartas de borboleta Capim Serpentes Lagartos Professor(a): comente que poderíamos incluir nessa teia alimentar também os decom- positores que dela fazem parte, mas como não é o nosso foco da discussão, preferimos manter apenas produtores e consumidores. b) Capim: produtor (1o nível trófico); Lagartas de borbo- leta: consumidor primário (2o nível trófico); Lagartos: consumidor secundário (3o nível trófico); Seriemas: consumidor secundário (3o nível trófico), terciário (4o nível trófico) ou quaternário (5o nível trófico); Serpentes: consumidor terciário (4o nível trófico). 2. Com o crescimento da população de javalis, aumen- taria a predação de insetos (lagartas) e de lagartos e, portanto, haveria menos alimentos para os lobos- -guarás e as seriemas. Assim, é provável que as po- pulações dessas espécies também diminuíssem. Atividade 3 (página 13) 1. Espera-se que os estudantes mencionem medidas de caráter preventivo, como aumento da fiscalização de criadouros clandestinos; orientação para o manejo e transporte dos animais de criadouros legalizados; responsabilização do criador pelo escape de animais e por descuidos na criação; entre outras. 2. a) Como a larva (cisticerco) se aloja nos músculos de porcos e bois, o ser humano é infectado por essa larva por meio da ingestão de carne malpassada contaminada de porco ou de boi. b) Uma vez que se contrai teníase ingerindo carne malpassada contaminada, uma das formas para evitar a contaminação, além do controle sanitário apropriado na criação desses animais, é cozer bem as carnes, evitando a ingestão de carne malcozida, pois nestas as larvas podem permanecer vivas. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 8 3/18/19 11:19 AM 89 M a n u a l d o P r o fe s s o r Atividade 4 (página 15) 1. O principal impacto da joaninha-asiática no Brasil é o de desalojar espécies nativas de joaninhas. 2. Até o momento, os impactos não são considerados tão intensos quanto os provocados por outras espécies exó- ticas invasoras; no entanto, seu estudo é importante, pois, dessa forma, pode-se tentar mensurar os impactos da dispersão dessa espécie no território, tendo em vista que ela já criou danos mais graves em outras partes do mundo, como França, Canadá e Estados Unidos. Em casa (página 15) 1. Espécies exóticas são animais ou vegetais que podem se instalar em locais onde já existem espécies nativas com nicho ecológico semelhante. Essas espécies exóticas tornam-se invasoras quando têm determinadas caracte- rísticas, como ausência de predadores, ciclo reprodutivo rápido e baixa especificidade de recursos alimentares. Assim, tornam-se facilmente pragas, pois crescem rapidamente. Como compartilham o nicho ecológico com espécies nativas, alteram o equilíbrio ecológico do local. 2. a) São encontradas cinco cadeias: • vegetal – grilo – lagarto – gavião; • vegetal – grilo – lagarto – raposa – gavião; • vegetal – grilo – raposa – gavião; • vegetal – rato – raposa – gavião; • vegetal – rato – gavião. b) A raposa. c) O vegetal, o grilo, o rato e o lagarto. 3. Esse hábito de chafurdar que os porcos em geral têm, entre eles os javalis (mesmo invasores), funciona também como uma espécie de arado para o solo, pois, ao revolvê-lo, esses animais trazem nutrientes mais subterrâneos para a superfície, além de possibilitar a entrada de ar no solo, beneficiando algumas espécies de plantas. Professor(a): comente que no Pantanal essa atividade realizada pelos porcos-do-mato (ou catetos) e os queixadas é muito importante para que, na época de cheias, os solos revirados tenham seus nu- trientes expostos, o que facilita a alimentação de peixes e outros organismos aquáticos que vão ocupar esses corixos. 4. Javalis Joaninhas-asiáticas Tucunarés e tilápias Forma de introdução Voluntária e acidental Voluntária e acidental Voluntária Principais consequências da introdução/ invasão para a comunidade afetada Desalojamento de espécies nativas; perda de biodiversidade; impacto no ambiente, como erosão do solo e assoreamento de rios e lagos; transmissão de doenças; impactos socioeconômicos na agricultura e na suinocultura Desalojamento de espécies nativas; perda de biodiversidade Desalojamento de espécies nativas; extinções locais; perda de biodiversidade Efeitos positivos da introdução O revolvimento do solo possibilita o desenvolvimento de plantas Controle biológico de insetos, como pulgões Aumento da quantidade desses peixes para uso comercial MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 9 3/18/19 11:19 AM 810 Ensino Fundamental Rumo ao Ensino Médio (página 17) 1. Alternativa B. A assertiva I está errada, pois a introdução de espécies exóticas não desloca necessariamente as espécies nativas, que podem acabar sofrendo extinções locais. A assertiva IV está errada, pois as espécies exóti- cas não criam nichos ecológicos para as espécies nati- vas, mas sim competem pelos já existentes. A assertiva V está errada, pois a introdução de espécies exóticas altera as características bióticas dos ecossistemas. 2. Alternativa D. A alternativa a está errada, pois o pri- meiro elo de uma cadeia é sempre um ser autótrofo (produtor). A alternativa b está errada, pois os con- sumidores primários são sempre o segundo nível trófico. A alternativa c está errada, pois os produtores sintetizam matéria orgânica. 3. Alternativa C. Está incorreta, pois a introdução de vírus letais que acabassem com os suínos não só poderiam acabar com os javalis, mas também com outros porcos nativos, como catetos e queixadas. 4. Alternativa D. Se a joaninha for extinta da comunida- de em questão, a população do pulgão (1) aumenta na ausência desse predador. Como não há joaninhas disponíveis, a população da libélula (3), que se ali- mentava delas, diminui até se extinguir. A população do sapo (2), por sua vez, diminui até certo ponto, estabilizando-se, pois também se alimenta de borbo- letas e gafanhotos. A alternativaa está errada, pois a raposa não chegaria à extinção, já que ainda poderia se alimentar de bem-te-vis e coelhos. A alternativa b está errada, pois, neste caso, a população de joaninha tende a aumentar, já que não há um de seus preda- dores, e a cobra não se extingue, pois ainda pode se alimentar de sapos. A alternativa c está errada, pois a população do sapo tende a aumentar e a do gafanhoto pode sofrer uma diminuição por causa do aumento do número de sapos, mas não vai se ex- tinguir. A alternativa e está errada, pois a população da gramínea tende a diminuir muito, uma vez que a quantidade de consumidores primários aumentará consideravelmente (ratos e coelhos). Texto de apoio ao professor Pode-se utilizar este texto como leitura complementar para os alunos ou mesmo como mais um estudo de caso importante no contexto nacional. Mexilhão -dourado. Uma invasão que ameaça o Pantanal e a Amazônia Na década de 1990, o mexilhão -dourado (Limnoperna fortunei) tomou carona em navios que vinham da Ásia para a América do Sul. Na década seguinte, esse molusco proliferou através dos sistemas fluviais sul-americanos, destruindo o habitat nativo e perturbando o funciona- mento de usinas hidroelétricas e de tratamento da água. Espécie invasora, ela agora ameaça o ecossistema inteiro da Amazônia. A bióloga computacional brasileira Marcela Uliano da Silva é um dos cientistas que trabalham para tentar por um fim à invasão do mexilhão -dourado. Ela desen- volve o sequenciamento do genoma do molusco pela primeira vez. Em recente entrevista ao TED-Fellows, blog da célebre organização de depoimentos em vídeo, Marcela explica como espera usar a informação obtida a partir do perfil molecular desse animal para parar a invasão atual e impedir as outras que acontecerão no futuro. TED – Fale-nos sobre o mexilhão -dourado. Por que ele representa um problema para a América do Sul? Marcela Uliano da Silva – O marisco dourado é origi- nário da Ásia e chegou à América do Sul ao redor de 1990, nos depósitos de água de lastro dos navios. Os primeiros mexilhões foram lançados no estuário do Rio da Prata, na Argentina, e rapidamente começaram a se espalhar pelo Rio Paraná, subindo o rio até alcan- çar as planícies do Pantanal. Nessas bacias fluviais, os mexilhões -dourados se reproduzem em larga escala, e em ritmo rápido, se incrustando e entupindo os dutos das usinas hidrelétricas e das estações de tratamento de água. Ao mesmo tempo, o molusco ocupa o espa- ço das espécies nativas. Esses mexilhões chegaram a Itaipu – uma das maiores hidrelétricas do mundo – e foram além, alcançando agora várias hidrelétricas de São Paulo e Minas Gerais. O mexilhão -dourado, no entanto, não se espalha ape- nas através das águas de lastro e das larvas que sobem os rios nadando contra a corrente – o público também desempenha um papel muito ativo nessa invasão. To- dos os anos, existem vários festivais de pesca em todo o sul e sudeste do Brasil, e o público vem a eles de carro, puxando seus barcos normalmente estacionados no sul. Quando colocam seus barcos na água, eles intro- duzem os mexilhões dourados em novos rios. Essa é a forma como eles foram introduzidos no Pantanal. E por isso a educação ambiental e o despertar das consciên- cias nas pessoas é tão importante: precisamos evitar a introdução desses moluscos em novas locações. TED – Como os mexilhões afetam o ecossistema nativo? Os cientistas agora chamam o mexilhão -dourado de “engenheiro ecossistêmico”, pelo fato de que, infeliz- mente, ele muda de ambiente com enorme facilidade e eficiência. Uma das suas características é a reprodução intensiva, com a criação de novas vastas populações. Ele se alimenta através da filtragem da água, de modo que, quando existem muitos mexilhões em uma zona, isso aumenta a transparência da água. Como resultado, MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 10 3/18/19 11:19 AM 811 M a n u a l d o P r o fe s s o r a luz do Sol penetra muito mais profundamente na água, provocando alterações nos níveis do fitoplâncton e no equilíbrio das espécies que vivem na superfície. Em alguns rios já existem evidências de um aumento de 20% da população de peixes porque eles encon- tram nos mexilhões uma nova e abundante fonte de alimento. Mas quando você aumenta o número de pei- xes, acontece um efeito dominó, já que eles estão no topo da cadeia alimentar. Como consequência, quando ocorre uma invasão de mexilhões, ela transforma todo o ecossistema, fazendo diminuir a biodiversidade e homogeneizando o ambiente. TED – Os mexilhões -dourados constituem uma ameaça para a Amazônia? Sim, com certeza, e esta é a principal razão para jus- tificar nosso trabalho de desenvolvimento de uma so- lução baseada na genética. A Amazônia é a região de maior biodiversidade em todo o mundo. Se o mexilhão- -dourado chegar a ela, irá modificar o ambiente, da mesma forma que já o fez em outras bacias sul-ame- ricanas. Irá desequilibrar o ecossistema da Amazônia. E isso será um desastre. TED – O que impediu, até agora, que o mexilhão- -dourado chegasse à Amazônia? Além das campanhas educacionais para prevenir que as larvas do mexilhão se espalhem, existe um regu- lamento brasileiro chamado NORMAM 20, que obriga os navios comerciais que vão à Amazônia a jogar fora duas vezes suas águas de lastro antes de penetrarem na bacia do Amazonas. As águas da bacia amazônica também variam muito em termos de características físico-químicas e, numa certa medida, isso tem ajudado a prevenir o estabe- lecimento do mexilhão -dourado em certas áreas. No entanto, as assim chamadas “águas brancas” – que têm pH próximo do neutro e uma grande quantidade de minerais sólidos em suspensão – seriam receptivas ao mexilhão -dourado. As águas das bacias do Paraná, do Paraguai e do Uruguai, nas quais o mexilhão já se instalou, têm características similares. TED – Fale-nos sobre a tese que você publicou recen- temente. Por que ela é importante? Meu trabalho se destina a identificar os dados ge- néticos do mexilhão -dourado e a usar nosso conhe- cimento do perfil molecular desse animal de modo a impedi-lo de continuar a afetar e destruir o nosso meio ambiente. SILVA, Marcela Uliano da (em entrevista ao TED-Fellows). Mexilhão-dourado. Uma invasão que ameaça o Pantanal e a Amazônia. Disponível em: < https://www.brasil247.com/pt/247/ revista_oasis/159408/mexilhão-dourado-uma-invasão-que-ameaça- o-pantanal-e-a-amazônia.htm>. Acesso em: 25 fev. 2019. Sugestão de material para consulta Na internet • IBAMA. O javali asselvajado – normas e medidas de controle. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/ phocadownload/biodiversidade/javali/ibama-cartilha-javali_asselvajado.pdf>. • . Plano nacional de prevenção, controle e monitoramento do javali (Sus scrofa) no Brasil. Disponível em: <https://www.ibama.gov.br/phocadownload/javali/2017/2017-PlanoJavali-2017.2022.pdf>. • . Biossegurança na suinocultura. Cartaz informativo. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/ phocadownload/biodiversidade/javali/ibama-javali_biosseguridade.pdf>. • . Javalis, javaporcos e suiformes nativos – saiba diferenciar e conserve a fauna nativa. Informativo produzido pelo Projeto Javali, da Embrapa. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/phocadownload/biodiversidade/ javali/ibama-javalis_javaporcos_e_suiformes_nativos.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 11 3/18/19 11:19 AM 812 Ensino Fundamental 10. INTERAÇÕES ECOLÓGICAS – O CASO DAS ACÁCIAS E DAS FORMIGAS AULAS 29 e 30 Neste Módulo, apresentamos as principais interações ecológicas interespecíficas e intraespecíficas, que já foram abordadas ao longo do 6o e 7o ano em Ciências, e as características do bioma Savana, no 6o ano. Esses conteúdos são apresentados como preparação para o estudo de caso que envolve acácias, formigas e grandes herbívoros das Savanas africanas. As várias interações entre esses seres vivos ajudam a entender o delicado equilíbrioecológico nesse ecossistema. Objetivos • Reconhecer e classificar interações ecológicas intraespecíficas e interespecíficas. • Conhecer o bioma Savana e relembrar as principais características do bioma Cerrado, reconhecendo-o como um tipo de Savana. • Compreender as várias nuances das relações entre acácias, formigas e grandes herbívoros africanos. • Relacionar as interações ecológicas entre seres vivos com a manutenção do equilíbrio ecológico. Roteiro de aula (sugestão) Aula Descrição Anotações 29 Retorno da tarefa 4 do Módulo 9 Tipos de interação ecológica Savanas africanas De olho... na nossa Savana, o bioma do Cerrado Atividade 1 Rumo ao Ensino Médio (item 1) Orientações para a tarefa 1 (Em casa) 30 Retorno da tarefa 1 Entendendo a relação ecológica entre formigas e acácias De olho... no nicho ecológico Atividade 2 Rumo ao Ensino Médio (item 2) Orientações para a tarefa 2 (Em casa) Observação: Os testes da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser trabalhados em sala ou indicados como tarefa para casa. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 12 3/18/19 11:19 AM 813 M a n u a l d o P r o fe s s o r Noções básicas • Os seres vivos interagem ecologicamente com seres da mesma espécie (interações intraespecíficas) e com seres de espécies diferentes (interações interes- pecíficas). Essas interações podem ser neutras (os indivíduos não são prejudicados nem beneficiados), harmônicas (nenhum indivíduo é prejudicado) ou de- sarmônicas (pelo menos um indivíduo é prejudicado). • Entre as interações harmônicas intraespecíficas (que geram benefícios para os indivíduos daquela espécie, sem gerar prejuízos), temos: sociedade (os indivíduos cooperam entre si, dividindo tarefas) e colônia (os indivíduos cooperam entre si e estão unidos fisicamente). • A competição intraespecífica é uma interação desar- mônica entre indivíduos da mesma espécie, que gera prejuízos para todos os indivíduos envolvidos. • Entre as interações harmônicas interespecíficas (que geram benefícios para uma ou ambas as espécies, sem gerar prejuízos), temos: mutualismo (relação obrigatória), cooperação (relação não obrigatória) e comensalismo (uma espécie se beneficia e para a outra a relação é neutra). • O comensalismo pode ser classificado, ainda, em in- quilinismo (quando um ser vivo se instala em outro se beneficiando, mas sem causar prejuízo ao hospedeiro) e epifitismo (no caso específico de uma planta que vive sobre outra sem causar prejuízos para a hospe- deira, mas se beneficiando da interação entre elas). • Entre as interações desarmônicas interespecíficas (que geram prejuízos para uma ou ambas as espé- cies), temos: parasitismo (o parasita se beneficia e o hospedeiro é prejudicado), predatismo (o predador se beneficia e a presa é prejudicada) e a competição (ambas as espécies se prejudicam). • As interações entre as espécies são importantes para a manutenção do equilíbrio ecológico de uma comunidade. • As Savanas africanas têm predomínio de vegetação herbácea, árvores esparsas, entre elas as espinhosas acácias, alimento de grandes herbívoros, como gira- fas e elefantes. O nosso Cerrado é um tipo de Savana. • As acácias das Savanas africanas têm nectários que for- necem alimento às formigas da espécie Crematogaster mimosae. Essas formigas também se alimentam da seiva do floema das acácias. • As formigas C. mimosae defendem a acácia de pre- dadores (predatismo) herbívoros (besouros e outras formigas, girafas e elefantes), estabelecendo com a planta uma relação de cooperação. • As acácias isoladas de grandes herbívoros crescem menos e sua população diminui, o que não seria es- perado. Isso foi explicado pelo fato de as acácias, sem esses herbívoros, produzirem menos seiva liberada no corte das folhas e, assim, atraírem menos formigas C. mimosae, o que as deixa vulneráveis a parasitas e outros predadores (besouros e outras espécies de formigas). • O nicho ecológico é o papel desempenhado pelo ser vivo no ambiente e envolve todas as suas interações com os fatores abióticos e bióticos do ambiente onde vive. • Cada espécie faz parte de um nicho ecológico e interferências em seus componentes podem causar desequilíbrio ecológico. Estratégias e orientações Existe a possibilidade de iniciar este Módulo com um jogo entre presa e predador. Veja a seção Sugestão de atividade extra ao final deste Módulo (Aprendendo sobre a relação presa-predador por meio de jogos pe- dagógicos) e avalie a possibilidade de usá -lo como um motivador e ponto de partida para o estudo de caso aqui proposto. Tipos de interação ecológica (página 20) No início desta aula, recupere os conhecimentos prévios dos alunos a respeito das interações ecológicas que já foram estudadas no 6o e 7o ano em Ciências. Uma boa estratégia é pedir a eles que façam uma leitura prévia do texto deste item, em casa, antes da aula, para facilitar o processo de revisão. Se considerar adequado, solicite aos alunos que organizem uma tabela com as interações ecológicas listadas e exemplos. Essa ativi- dade os ajuda a concretizar esses conceitos. Em relação à análise das interações ecológicas, vale a pena relembrar aqui algumas das considerações feitas no 6o ano, no Módulo 24 do Manual do Professor, no Caderno 3. As interações entre seres vivos podem ser analisa- das de diversos modos, de acordo com os diferentes autores. Por isso, temos de optar por uma dessas visões e a escolhida foi a que aparece em PURVES et al. (ver indicação ao final deste Módulo, na seção Sugestão de material para consulta), resumida na Tabela 1 a seguir. Esses autores consideram a forma como se estabelecem o prejuízo, o benefício ou a neutralidade da relação entre as espécies. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 13 3/18/19 11:19 AM 814 Ensino Fundamental Tabela 1 – Tipos de interação ecológica Efeito na espécie 2 Prejudicial Benéfico Neutro E fe it o n a e sp é ci e 1 Prejudicial Competição (–/–) Predação ou parasitismo (–/+) Amensalismo (–/0) Benéfico Predação ou parasitismo (+/–) Mutualismo (+/+) Comensalismo (+/0) Neutro Amensalismo (0/–) Comensalismo (0/+) — Fonte: PURVES, W. K. et al. Vida: a ciência da Biologia. v. II. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 975. O amensalismo não foi abordado neste Módulo por considerarmos que as relações apresentadas são suficientes para o entendimento da importância das interações ecológi- cas na manutenção do equilíbrio ambiental. O herbivorismo também apresenta certa controvérsia: pode ser considerado uma relação benéfica para o herbívoro e prejudicial para a planta, mas também uma relação de predatismo (se a planta for morta), ou mesmo de cooperação, pois a ação do herbívoro sobre a planta pode estimulá -la a rebrotar. Por causa dessas nuances de interpretação, optamos por também não apresentar aqui essa interação ecológica. Uma forma de trabalhar as diferentes interações entre os seres vivos é escrever na lousa uma lista de animais e plantas de determinado local e pedir aos alunos que façam agrupamentos dos seres listados, dois a dois, es- tabelecendo interações ecológicas entre eles e apresen- tando justificativas para tal. O item 1 da Atividade 1 (página 25) pode ser traba- lhado logo após essa atividade inicial da aula. Para se entender as interações propostas entre as espécies, pode ser que os alunos precisem realizar uma pesquisa, bus- cando conhecer tais espécies. Para isso, pode-se montar uma estrutura de pesquisa a ser realizada na própria aula, em pequenos grupos, com disponibilidade de livros e/ou acesso à internet, ou pode-se solicitar como lição de casa, com orientação de onde encontrar essas informações em livros (na biblioteca) ou em sites. Savanas africanas (página 24) Ainda nesta aula é prevista a apresentação das Sa- vanas africanas e do boxe De olho... na nossa Savana, o bioma do Cerrado (página 24). Para isso, pode ser feita uma leitura compartilhada coletiva ou em peque- nos grupos já montadospara a pesquisa anteriormente citada. Solicita-se também a execução do item 2 da Atividade 1. A tarefa 1 da seção Em casa e o item 1 da seção Rumo ao Ensino Médio solicitam interpretação de tex- tos, nos quais os alunos devem analisar situações de interações ecológicas. Entendendo a relação ecológica entre formigas e acácias (página 27) Nesta aula será estudado o caso da interação entre formigas, acácias e animais herbívoros e parasitas. Para isso, uma leitura coletiva compartilhada pode ser uma boa estratégia. À medida que se vai fazendo a leitura, as interações que forem aparecendo podem ser regis- tradas na lousa, sem que haja ainda uma classificação de qual seria a interação, pois isso será pedido no item 2 da Atividade 2. Leia o primeiro parágrafo, faça os registros na lousa e, antes de dar continuidade à leitu- ra, pergunte aos alunos como fariam um experimento para validar a hipótese de que os herbívoros sejam prejudiciais às plantas. Baseando-se no conhecimento adquirido nos capítulos anteriores sobre metodolo- gia científica, sugira que façam um plano de como o experimento deve ser executado e a que conclusões pretendem chegar. Prossiga até o fim da leitura e conceitue nicho eco- lógico (boxe De olho... no nicho ecológico – página 28) de modo que os alunos entendam que as espécies, numa comunidade, sempre têm sobreposição de parte de seus nichos ecológicos e que essas sobreposições podem ser neutras, vantajosas ou desvantajosas. As consequências da sobreposição de nichos ecológicos são evidentes nes- se estudo de caso. Organize a turma em duplas e peça a cada uma que faça a Atividade 2 (página 28) e também o item 2 da seção Rumo ao Ensino Médio, em que o estudo de caso aqui trabalhado é o mote da questão e solicita também a análise de gráficos. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 14 3/18/19 11:19 AM 815 M a n u a l d o P r o fe s s o r A tarefa 2 da seção Em casa (página 29) exige que seja feita uma interpretação de texto à luz do que foi estudado no caso das interações ecológicas entre formigas, acácias e animais herbívoros, com previsão de consequências para o equilíbrio ambiental em ecossistemas africanos, possibilitando uma síntese deste Módulo. Respostas e comentários Atividade 1 (página 25) 1. Professor(a): para esta atividade, pode ser que os alunos precisem fazer uma pesquisa. Considere isso em seu planejamento. a) Sociedade. Relação intraespecífica e harmônica entre cupins que se organizam em cupinzeiros, ou termiteiros, com indivíduos realizando coope- rativamente diferentes funções e formando grupos como soldados, operários e rainha. b) Comensalismo do tipo inquilinismo. Relação interespecífica harmônica em que o peixe fie- rásfer, ou peixe-agulha, vive dentro do pepi- no-do-mar como inquilino, se beneficiando da relação, mas sem causar benefício ou prejuízo ao hospedeiro. c) Cooperação. Relação interespecífica harmônica entre o peixe-cirurgião-amarelo e a tartaruga-ver- de; o peixe se alimenta de algas que crescem no casco desta, que por sua vez recebe uma espécie de “limpeza” de seu corpo. Essa relação é benéfi- ca para ambas as espécies, mas não obrigatória. Professor(a): vale ressaltar que essa rela- ção pode ser considerada, por alguns autores, um caso de comensalismo, em que o peixe- -cirurgião-amarelo se beneficia da relação, mas é neutra para a tartaruga-verde, que, de fato, não teria vantagem alguma com a lim- peza de seu casco. 2. O bioma brasileiro é o Cerrado. Ocupando parte da região conhecida como planalto Central, o Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro. Apresenta tem- peraturas médias entre 20 °C e 30 °C e o clima é bem marcado por períodos de seca no inverno e de chuva no verão. O Cerrado é caracterizado por uma vegetação predominantemente composta de gramí- neas e apresenta árvores com troncos retorcidos. Atividade 2 (página 28) 1. A ação das girafas, ao comerem as folhas de acácias, mantém a produção da secreção da seiva do floema que alimenta as formigas C. mimosae. A falta dessa seiva faz com que diminua a população de formigas C. mimosae vivendo na acácia, que, dessa forma, fica vulnerável a outras espécies prejudiciais ao seu desenvolvimento. 2. a) Predatismo. Os herbívoros alimentam-se da acácia, causando prejuízo para a planta. b) Competição interespecífica. As duas espécies com- petem pela mesma fonte de alimento: as acácias. c) Sociedade. Os formigueiros são exemplos típicos de sociedade, sendo constituídos por indivíduos com divisões de tarefas entre si. d) Cooperação. Os estudos indicaram que, quando a re- lação é quebrada, o prejuízo para a acácia é elevado, mas a princípio conseguiriam viver sem a interação. e) Competição interespecífica. As espécies disputam o mesmo alimento e espaço – no caso, a acácia. f) Predatismo, no caso das formigas que se alimen- tam das acácias, e inquilinismo, no caso das es- pécies que simplesmente usam os buracos nas árvores para abrigar-se. Em casa (página 29) 1. Espera-se que o aluno identifique como as espécies se comportam nas relações ecológicas apresentadas. • Cooperação – as duas espécies são beneficiadas. • Predação – uma espécie se beneficia e a outra é prejudicada. • Comensalismo do tipo inquilinismo – uma espécie se beneficia e a outra não é afetada. • Mutualismo – ambas as espécies são beneficiadas. 2. Espera-se que os estudantes usem os conceitos de equi- líbrio ecológico e de interações ecológicas para explicar que o declínio na população de elefantes na África pode afetar diversas outras populações, como as de acácias, formigas C. mimosae, outras espécies de insetos, etc. Rumo ao Ensino Médio (página 30) 1. Alternativa D. O peixe bodião se alimenta de parasi- tas, tecidos contaminados e muco do peixe herbívoro, ambos se beneficiando dessa relação, mas não de- pendendo dela para sobreviver (protocooperação). O peixe bodião realiza o predatismo quando se alimenta de parasitas. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 15 3/18/19 11:19 AM 816 Ensino Fundamental 2. Alternativa A. As acácias com formigas têm uma taxa de sobrevivência maior e menos predação por her- bívoros que na ausência de formigas. A alternativa b está errada, pois as acácias se beneficiam da inte- ração com as formigas. A alternativa c está errada, pois, quando existem formigas na acácia, há menos insetos herbívoros nessas árvores. A alternativa d está errada, pois as acácias são beneficiadas com a presença de formigas. A alternativa e está errada, pois na presença de formigas há menos insetos her- bívoros, como mostra o segundo gráfico. Sugestão de atividade extra Aprendendo sobre a relação presa-predador por meio de jogos pedagógicos Um interessante jogo que traz a relação entre presa e predador, no estilo RPG, é proposto por pesquisadores do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da Unesp Botucatu. Ele foi imaginado para alunos do Ensino Médio, mas pode ser adaptado para turmas do último ano do Ensino Fundamental. Veja, a seguir, o resumo desse trabalho. Outra possibilidade é um jogo altamente recomen- dável, no formato de perguntas e respostas sobre a ecologia do Cerrado Paulista para alunos do Ensino Fundamental. O material pode ser acessado no site indicado na fonte. O emprego da ludicidade por meio de jogos pe- dagógicos tem sido uma prática crescente por causa do potencial de interatividade e da retenção de aten- ção dos alunos. O objetivo do presente trabalho foi o de produzir dois jogos: um de representação (RPG) o qual permite aos alunos de Ensino Médio vivenciarem personagens de uma aventura e favorece uma percep- ção vívida e uma experiência marcante. O outro é um jogo de perguntas e respostas para alunos do Ensino Fundamental que tem como finalidade o aprendizado sobre a ecologia do Cerrado Paulista, com destaque a Cuesta da região de Botucatu. Em ambos os casos, os jogadores, isto é, os estudantes aprendem através de conceitos multidisciplinarescomo é a interação dos animais entre si e com o meio ambiente e ainda, aprendem sobre as características geomorfológicas, paisagísticas, históricas e culturais em relação à região. Cada jogo é constituído além do manual de instruções, um texto de apoio ao professor. Fonte: FERREIRA, J. H. B. P.; LAMARCA, K. P.; DINIZ, R. E. S.; NISHIDA, S. M. Aprendendo sobre a relação presa-predador por meio de jogos pedagógicos. Disponível em: <http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2005/artigos/capitulo% 2010/aprendendopresapredador.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019. Sugestão de material para consulta Na estante • PALMER, T. M. et al. Breakdown of an ant-plant mutualism follows the loss of large herbivores from an African savanna. Science, vol. 319: 192-195, 2008. • PURVES, W. K. et al. Vida: a ciência da Biologia. Porto Alegre: Artmed, 2002. • YOUNG, T. P. et al. KLEE: a long-term multi-species herbivore exclusion experiment in Laikipia, Kenya. African Journal of Range and Forage Science, 14(3): 94-102, 1997. Na internet • ÁRVORE escraviza formigas. Galileu. Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/ 0,,EMI345179-17770,00-ARVORE+ESCRAVIZA+FOR MIGAS.html>. • DANTAS, D. Amigos, mas não para sempre. Ciência Hoje On-line, 10 jan. 2008. Disponível em: <http://www. cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/933/n/amigos,_mas_ nao_para_sempre>. • INTERAÇÕES mutualísticas entre formigas e plantas. Disponível em: <https://www.periodico.ebras.bio.br/ ojs/index.php/ebras/article/view/44/72>. Acesso em: 25 fev. 2019. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 16 3/18/19 11:19 AM 817 M a n u a l d o P ro fe ss o r 11. BIOACUMULAÇÃO – O CASO DAS TARTARUGAS-MATAMATÁS AULAS 31, 32 e 33 Este Módulo mostra, por meio de exemplos, as consequências de desequilíbrios ambientais gerados pela presença de substâncias tóxicas, como mercúrio e DDT, no ambiente, afetando as cadeias alimentares. A bioacumulação é um assunto que tem se feito presente no cotidiano das pessoas por meio de algumas práticas que começam a ser adotadas pela população – como o consumo de produtos orgânicos – e da discussão da legis- lação sobre o uso de agrotóxicos. Do ponto de vista pedagógico, o tema serve para rever conceitos relacionados à cadeia alimentar, como níveis tróficos (produtores, consumidores, presas e predadores) e transferência de matéria e energia de um nível trófico a outro. Outra questão ainda em pauta é o acidente com os rejeitos de mineração que ocorreu na cidade mineira de Ma- riana. Trata-se de comparar impactos ocorridos anteriormente (contaminação por mercúrio em Minamata, no Japão, cujos efeitos já são conhecidos) com um mais recente, ocorrido no Brasil (rompimento da barragem de rejeitos, em Mariana, cujos efeitos estamos começando a conhecer), possibilitando traçar um paralelo entre eles. Objetivos • Rever os conceitos básicos relacionados a cadeias e teias alimentares. • Entender o que é bioacumulação por meio de exemplos como do mercúrio e do DDT. • Reconhecer o papel de modelos em Ciência para analisar ambientes em desequilíbrio. • Conhecer as consequências dos desastres de Mariana e da baía de Minamata e refletir sobre elas. Roteiro de aula (sugestão) Aula Descrição Anotações 31 Retorno da tarefa 2 do Módulo 10 As matamatás e o mercúrio Bioacumulação Atividade 1 Rumo ao Ensino Médio (item 1) Orientações para a tarefa 1 (Em casa) 32 Retorno da tarefa 1 Modelos científicos Bioindicadores Atividade 2 Rumo ao Ensino Médio (item 2) Orientações para a tarefa 2 (Em casa) MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 17 3/18/19 11:19 AM 818 Ensino Fundamental 33 Retorno da tarefa 2 Casos conhecidos e por conhecer Atividade 3 Rumo ao Ensino Médio (item 3) Orientação para a tarefa 3 (Em casa) Observação: Os testes da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser trabalhados em sala ou indicados como tarefa para casa. Noções básicas • Nas cadeias alimentares, energia e matéria são trans- feridas de um nível trófico a outro. • Alguns materiais, não metabolizados, acumulam-se nos organismos; esse fenômeno é chamado de bioa- cumulação. • Quando o acúmulo de substâncias persistentes ocor- re ao longo da cadeia alimentar, damos o nome de biomagnificação. • Para entender os efeitos de materiais tóxicos nos ecossistemas e nos seres vivos, são usados modelos científicos, ou seja, seres vivos que apresentam ca- racterísticas que possibilitam entender e evidenciar os fenômenos que estão ocorrendo. • Bioindicadores são organismos vivos que indicam a presença de alterações ambientais. Estratégias e orientações As aulas deste Módulo não apresentam textos mui- to longos ou muitos conceitos a serem explicados, o que favorece a criação de momentos de discussão sobre desequilíbrios ambientais. Assim, após leitu- ras compartilhadas dos textos e das explicações dos conceitos, é interessante criar momentos para que os alunos reflitam e exponham seus pontos de vista baseados em conhecimentos prévios. Essa prática será especialmente interessante na se- gunda e na terceira aula, abrindo espaço para que os alunos possam propor intervenções. As matamatás e o mercúrio (página 31) Inicie a primeira aula revendo os conceitos de cadeia e teia alimentares, nicho ecológico, fatores bióticos e abióticos e ecossistema no contexto da narrativa do caso das tartarugas-matamatás. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio de questões orais ou escritas, aná- lise de algum texto ou de algum filme, que levantem esses conceitos. Bioacumulação (página 33) Defina bioacumulação e biomagnificação com base na leitura do texto. Bioacumulação é o termo geral que descreve um processo pelo qual substâncias (ou compostos químicos) são absorvidas pelos organismos. Porém, alguns autores observam que, embora o termo “bioacumulação” possa ser confundido ou usado como sinônimo de “biomagnificação” ou “bioconcentração”, existe uma distinção importante entre esses termos. Bioacumulação ocorre num nível trófico e representa o aumento da concentração de uma substância nos tecidos ou órgãos dos organismos. Bioconcentração ocorre quando as substâncias são absorvidas pelos or- ganismos em concentrações mais elevadas do que o ambiente circundante. Assim, a bioconcentração e a bioacumulação ocorrem considerando um organismo, enquanto a biomagnificação ocorre entre os diferentes níveis da cadeia alimentar (níveis tróficos). Não é o caso de discutir essas distinções com os alunos, mas vale a pena tê-las diferenciadas, caso surjam dúvidas ou usos inadequados. A relação entre hidrelétricas e mercúrio reside no fato de que, com o represamento de rios, o fluxo de mercúrio diminui e favorece sua acumulação nas águas. Não há uso desse metal nas hidrelétricas; portanto, não é a usina diretamente que provoca o aumento da concentração do mercúrio no corpo de água. Para saber um pouco mais sobre o assunto, consulte o site <http://revistapesquisa. fapesp.br/wp-content/uploads/2018/03/053-055_ mercurio_265novo.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019. Ou- tro fator importante sobre o mercúrio é a formação da forma metálica lipofílica, o metil-mercúrio. Como é um composto solúvel em gorduras, ele é capaz de atravessar as membranas plasmáticas, incluindo a da placenta e a da barreira hematoencefálica, o que explica os danos que causa ao sistema nervoso. É nessa forma orgânica que o mercúrio entra na cadeia alimentar e se acumu- la em plantas e animais. Para saber um pouco mais, veja os sites <https://www.scienceinschool.org/pt/2007/ issue7/Mercury> e <https://www.maxwell.vrac.puc-rio. br/5853/5853_2.PDF>. Acesso em: 25 fev. 2019. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 18 3/18/19 11:19 AM 819 M a n u a l d o P r o fe s s o r O uso de inseticidas na agricultura gera uma ex- celente discussão sobre impactos ambientais e de- senvolvimento da humanidade. Se, por um lado, eles contaminam o ambiente, por outro, eles aumentam a produtividade das culturas, o que pode significarum menor custo dos alimentos. Não é o caso de discutir o uso do DDT, pois ele já foi proibido, mas sim a utiliza- ção de outros tipos de inseticida e demais defensivos agrícolas. Dessa forma, foge-se da simples polêmica “usar versus conservar” ou “ruim versus bom”. Um pon- to de partida interessante pode ser uma pesquisa de opinião sobre o livro Primavera silenciosa, de Rachel Carson. Para conhecer um pouco mais essa obra, su- gerimos o artigo “Rachel Carson, ciência e coragem”, de Elenita M. Pereira, de out. 2012. Disponível em: <http://cienciahoje.org.br/artigo/rachel-carson-ciencia- e-coragem/>. Acesso em: 25 fev. 2019. Modelos científicos (página 35) Os exemplos apresentados anteriormente também são muito úteis para a compreensão de modelos científicos como recurso para explicar fenômenos complexos. Os exemplos da tartaruga-matamatá e do DDT mostram a importância desses modelos na compreensão dos dese- quilíbrios ambientais. Os organismos usados de modelos são conhecidos como bioindicadores. Bioindicadores (página 37) Outro exemplo que possibilita enriquecer a discussão é o impacto dos inseticidas e dos antibióticos na seleção, respectivamente, de insetos e de bactérias mais resistentes a essas substâncias. Essa resistência pode estar diretamen- te ligada ao combate ao mosquito vetor da dengue. Leia mais em “Aedes aegypti: inseticidas, mecanismos de ação e resistência”, de Ima A. Braga e Denise Valle, de 2007. Dis- ponível em: <https://www.agrolink.com.br/downloads/_ th/Downloads/Aedes%20aegypti%20-%20inseticidas,%20 mecanismos%20de%20a%C3%A7%C3%A3o%20e%20 resist%C3%AAncia.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019. Existem bioindicadores que podem ser observados na região próxima à escola, se houver oportunidade. É o caso de determinados tipos de líquen em cascas de árvore, que usamos como exemplo no boxe Você sabia? da página 37 do Caderno do Aluno. Para conhecer um pouco mais sobre esses organismos, veja o artigo “Liquens são usados como biomonitores de poluição em Porto Alegre”, de Isis N. Diniz, de 2012. Disponível em: <http:// revistapesquisa.fapesp.br/2012/02/29/liquens-s%C3%A3o- usados-como-biomonitores-de-polui%C3%A7%C3%A3o- em-porto-alegre/>. Acesso em: 25 fev. 2019. Além da leitura compartilhada e da discussão dos tex- tos, oriente os alunos a analisar a distribuição de liquens em árvores de uma área da cidade mais sujeita à polui- ção e compará-la com a de árvores de uma área menos impactada ou, ainda, a comparar árvores da periferia e do interior de parques, para avaliarem se há diferenças. Casos conhecidos e por conhecer (página 38) Na terceira aula, a discussão se faz em torno de dois desastres: o da baía de Minamata, no Japão, em decorrência do despejo de mercúrio no mar, e o de Mariana, em Minas Gerais, decorrente do rompimento da barragem de Fun- dão. Os dois exemplos evidenciam e reforçam o conceito de bioacumulação e mostram a importância dos modelos científicos para a compreensão das consequências da pre- sença de substâncias tóxicas no ambiente e nos diferentes níveis tróficos, incluindo o ser humano, que é o último nível de uma cadeia. Além disso, evidenciam a necessidade de estudos de impacto ambiental diante de riscos de ma- teriais lançados no ambiente: tanto o mercúrio da baía de Minamata quanto o ferro da lama de Mariana por si só não apresentariam riscos muito elevados; o problema é que o mercúrio se transforma em outra substância muito tóxica e o ferro atrai outros metais, que são também muito tóxicos. A aula pode ser iniciada com a leitura de artigos de jornais da época que você pode fornecer ou podem ser pesquisados pelos alunos (neste caso, lembre -se de orientá-los previamente). Outra opção é uma abordagem mais direta, com a leitura compartilhada do texto do Módulo, seguida da análise dele. As pesquisas que estão sendo realizadas nos ecossiste- mas ligados ao rio Doce mostram a importância dos mo- delos científicos para explicar os fenômenos decorrentes do desastre de Mariana. O gráfico que apresenta os dados da pesquisa com peixes e camarões mostra os níveis de vários metais nesses animais e os limites aceitáveis pela legislação. Ele pode ser usado para discutir o efeito des- ses metais em seres humanos que se alimentem desses pescados e, ao mesmo tempo, refletir sobre os impactos nas comunidades que vivem da pesca desses animais. O desastre de Mariana é recente, mas perdeu espaço na mídia por conta da tragédia em Brumadinho. Sobre esta última ainda não existem resultados de pesquisas, mas há muito material disponível para consulta dos alunos sobre o ocorrido em Mariana e a possibilidade de desenvolvimento de outras atividades. Assim, há sugestões de atividades extras sobre o assunto no fim deste material. A reflexão proposta no final do texto sobre os desastres não tem e nem pretende ter resposta, mas é um convite à reflexão do papel do aluno como cidadão que ele já é. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 19 3/18/19 11:19 AM 820 Ensino Fundamental O que poderia fazer um jovem de cerca de 13 a 15 anos? Informar-se, discutir em casa e, principalmente, saber que é um ator na sociedade, que pode cobrar de autoridades competentes as decisões esperadas em casos como estes. Para ajudar na reflexão do professor sobre Brumadi- nho, existe uma interessante análise do que poderia ter sido feito e sobre as responsabilidades em um podcast de jornalistas da revista Piauí, disponível em: <https:// piaui.folha.uol.com.br/foro-de-teresina-37-vale-ataca- novamente-desinformacao-versus-jean-wyllys-e-flavio- e-os-donos-do-segredo/>. Acesso em: 25 fev. 2019. Esse mesmo podcast contém mais duas análises que tratam de outro assunto. Professor(a): encerre a aula pedindo aos alu- nos que tragam de casa uma conta de água para ser utilizada na próxima aula. Respostas e comentários Atividade 1 (página 35) Organize os alunos em grupos de três a quatro integrantes e incentive a troca de ideias. As respostas podem incluir um ou mais dos itens a seguir, entre outros: educação das populações ribeirinhas locais para valorizar a conservação do ambiente (vale até a ideia de exploração turística); desenvolvimento de projetos de criadouros das espécies nativas de “valor comercial”, visando reduzir a caça de indivíduos selva- gens; fiscalização e controle de comércio, transporte e criação de animais; controle da poluição e proibição do uso de determinadas substâncias na região (mercúrio, por exemplo); implantação de processos de filtragem e recuperação de áreas já contaminadas; combate ao desmatamento e à mineração ilegais e fiscalização das atividades autorizadas; monitoramento e conservação de áreas de reprodução e alimentação dos animais; recuperação de populações ameaçadas. Atividade 2 (página 37) Resposta pessoal. Sugestões de cadeias alimentares: Fitoplâncton ou plantas aquáticas → pequenos peixes → → peixes grandes → tartarugas (adultas ou filhotes) Fitoplâncton ou plantas aquáticas → peixes → → tartarugas (adultas ou filhotes) → seres humanos A poluição por mercúrio na água leva à absorção desse metal pelos seres vivos que vivem na região. Com os processos de bioacumulação e biomagnificação, os organismos que ocupam o topo das cadeias alimentares (como o ser humano ou a matamatá, nas sugestões de cadeias) devem apresentar as maiores taxas da substância tóxica. Se as pessoas comerem alguns dos componentes contaminados da cadeia alimentar, elas passarão a acu- mular as substâncias tóxicas. Atividade 3 (página 41) a) Por serem herbívoras, as espécies I e II são as primeiras a apresentar os compostos organoclo- rados em seus tecidos. É o caso da cigarrinha e do gafanhoto. b) Inseticidas organoclorados, como o DDT, acumu- lam-se ao longo das cadeias e teias alimentares, apresentando-se em maior quantidade em espé- cies do topo da cadeia alimentar. As curvas V e VI podem corresponder aos lagartos e às serpentes. Em casa (página 41) 1. a) capim → preá → serpente → gaviãob) Cada ser vivo absorve uma determinada quanti- dade de DDT do meio e pelo menos parte dela é transferida via alimentação para o próximo nível trófico. Desse modo, os últimos componentes de uma cadeia (seres vivos de topo de cadeia), como os gaviões, deverão ter mais dessa subs- tância no organismo. 2. Os seres humanos também podem ser considerados animais de topo de cadeia alimentar e, portanto, também estão sujeitos a acumular grandes quan- tidades de mercúrio em seus corpos, ao consumir peixes e a tartaruga contaminados. Dessa forma, podemos admitir que as matamatás são um modelo para explicar a quantidade de mercúrio que pode ser acumulada no corpo dos seres humanos do ecos- sistema em questão. 3. Uma explicação possível é que os agrotóxicos te- nham contaminado o solo e a água de rios, que deságuam no mar. Uma vez no mar, os agrotóxicos contaminam o plâncton marinho e, a partir dele, a cadeia alimentar desse ecossistema, incluindo os ele- fantes-marinhos, que são animais de topo de cadeia. Rumo ao Ensino Médio (página 42) 1. Alternativa A. A alternativa b está errada, pois o cara- mujo ocupa apenas o 2o nível trófico dessa cadeia de quatro níveis tróficos. A alternativa c indica o 3o nível trófico, consumidores secundários, ou seja, não é o mais alto, aquele que acumula a maior quantidade do metal. A alternativa d também indica um animal do 2o MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 20 3/18/19 11:19 AM 821 M a n u a l d o P r o fe s s o r nível trófico e a alternativa e indica o 1o nível trófico, o dos produtores, portanto ambas estão incorretas. 2. Alternativa B. A alternativa a está incorreta, pois indica o formato da figura (pirâmide de energia), que não é descrita no enunciado. A alternativa c indica uma teia alimentar, o que pode servir de distrator, apesar de o esquema apresentar uma cadeia alimentar. Tal como a alternativa a, a alternativa d se refere ao desenho, e não às informações do enunciado. Já a alternativa e está errada, pois indica transformações bioquímicas que não apare- cem nem no enunciado nem no esquema desenhado. 3. Alternativa E. Nenhuma das outras alternativas sugere uma explicação razoável para o fenômeno, pois ele se refere apenas ao animal que ocupa o topo da cadeia alimentar, não tendo relação com o fato de ser detritívoro (que se alimenta de restos) nem com o seu porte (animais grandes podem ser herbívoros) ou com a velocidade da digestão. Sugestão de atividade extra O desastre de Mariana: um exemplo atual O desastre de Mariana e suas consequências po- dem ser tema para a construção de um painel pelos alunos. Divida a classe em quatro grupos. Cada grupo trará informações sobre um assunto: a situação atual das barragens que acumulam os rejeitos da minera- ção de ferro; a situação da população afetada pela lama; o andamento das pesquisas sobre os impactos ambientais; as consequências legais para a empre- sa Samarco. Cada grupo selecionará as informações mais significativas sobre o assunto correspondente e organizará o painel, cuja forma de apresentação você poderá estabelecer: cartazes em cartolina ou em um programa de computador que os alunos dominem, para fazer uma espécie de banner. Parcerias com professores de outras disciplinas, como Geografia e Língua Portuguesa, podem enriquecer o trabalho. O tema também possibilita apresentações digitais com os mesmos conteúdos do painel. Há muita disponibilidade de material de pesquisa em sites oficiais de jornais e de ONGs. Outro caminho interessante é fazer um debate sobre o uso de inseticidas. Para isso, os estudantes podem ser divididos em grupos que devem julgar, contra-argu- mentar e decidir sobre o uso dessas substâncias. Antes, cada grupo deve pesquisar informações para defender a sua posição, apresentando argumentos consistentes. Sugestão de material para consulta Na estante • LEMELL, P. et al. Feeding patterns of Chelus fimbriatus (Pleurodira: Chelidae). The Journal of Experimental Biology. 205, p. 1495-1506, 2002. • SCHNEIDER, L. et al. Mercury levels in muscle of six species of turtles eaten by people along the Rio Negro of the Amazon Basin. Arch. Environ. Contam. Toxicol, 58, 444-450, 2010. Na internet • ESTUDO mostra que mercúrio tem afetado as tar- tarugas da Amazônia. G1, 16 ago. 2012. Disponível em: <http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2012/08/ estudo-mostra-que-mercurio-tem-afetado-tartarugas- da-amazonia.html>. • MONTONE, R. C. Bioacumulação e biomagnificação. Instituto Oceanográfico. Disponível em: <http://www. io.usp.br/index.php/oceanos/textos/antartida/31- portugues/publicacoes/series-divulgacao/poluicao/811- bioacumulacao-e-biomagnificacao>. • SILVA, L. M. Metais pesados em tecidos de Chelonia mydas encalhadas no litoral do Rio Grande do Sul, Bra- sil. Imbé, 2011. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs. br/bitstream/handle/10183/40099/000786761.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 21 3/18/19 11:19 AM 822 Ensino Fundamental 12. A CRISE HÍDRICA E A CONSERVAÇÃO AMBIENTAL AULAS 34, 35 e 36 Este Módulo apresenta casos de crises hídricas em dois grandes centros urbanos, os possíveis motivos dessas crises e como atitudes de conservação ambiental podem ajudar a evitá-las. Além disso, discute outras medidas que podem ser tomadas para evitar a falta de água nas cidades. Objetivos • Relacionar o abastecimento de água ao ciclo hidrológico. • Entender as relações entre crescimento populacional e a carência de água em regiões urbanas. • Entender as relações entre a conservação de áreas naturais e de recursos hídricos. • Refletir sobre soluções possíveis para o problema da água em áreas urbanas. • Refletir sobre as soluções sociais e econômicas para a questão da água. Roteiro de aula (sugestão) Aula Descrição Anotações 34 Retorno da tarefa 3 do Módulo 11 Quanta água existe no mundo? De olho... no consumo de água no Brasil Atividade 1 Você sabia? A conta de água Os grandes aquíferos presentes no território brasileiro Rumo ao Ensino Médio (item 1) Orientações para a tarefa 1 e para a pesquisa da tarefa 2 (Em casa) 35 Retorno da tarefa 1 Atividade 2 A água nas cidades – o exemplo de Nova York Atividade 3 De olho… na qualidade da água das torneiras Pagamento por serviços ambientais (PSA) Rumo ao Ensino Médio (item 2) Orientações para a tarefa 2 (Em casa) MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 22 3/18/19 11:19 AM 823 M a n u a l d o P r o fe s s o r 36 Retorno da tarefa 2 Crise hídrica no Brasil Em Extrema (MG), uma solução para a crise hídrica Atividade 4 Rumo ao Ensino Médio (item 3) Orientações para a tarefa 3 (Em casa) Observaç‹o: Os testes da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser trabalhados em sala ou indicados como tarefa para casa. Noções básicas • Ao lado da biodiversidade e do aquecimento global, a disponibilidade de água está se tornando uma das principais questões socioambientais do mundo atual. • A distribuição de água doce no planeta é bastante heterogênea e parte significativa da população hu- mana vive sob estresse hídrico. • O aumento da população e a urbanização provocam uma intensa pressão de usos múltiplos dos recursos hídricos e impactos na qualidade da água. • As soluções têm de passar pela conservação de áreas de mananciais e de reservas e atacar o desperdício nos vários pontos, desde a captação da água, passando pela distribuição e chegando ao consumidor final (indústrias, comércio e população consumidora, entre outros). Estratégias e orientações A ideia deste Módulo é discutir a crise hídrica e a con- servação ambiental como parte fundamental para a gestão dos recursos hídricos em uma perspectiva de longo prazo. É muito importante, para discutir esse tema, conhecer a situação hídrica da sua região e verificar que medidas são tomadas para a conservação de água, quais são os problemas existentes e de que forma as ideias aplicadas em outras regiõespodem ser adotadas localmente. Di- vida essas medidas em governamentais (nas suas várias instâncias) e individuais. Para saber um pouco mais sobre a situação hídrica na região, existe uma dica no boxe Você sabia? A conta de água. Oriente os alunos para essa pesquisa, que pode ser feita na internet ou diretamente nos órgãos responsáveis do município. Quanta água existe no mundo? (página 44) Esta parte da primeira aula retoma conhecimentos de anos anteriores, como a quantidade de água no planeta e o ciclo da água. Essa revisão visa discutir a disponibilidade de água doce no planeta, a heterogeneidade da distribui- ção dessa água nos continentes e a inter-relação entre o ciclo da água e o abastecimento para as populações. Converse com os alunos sobre o que eles sabem a respeito do abastecimento de água da região onde vivem: qual é o reservatório principal, onde ele fica, quem o administra, entre outras questões. Na sequência, explore o gráfico do boxe De olho... no consumo de água no Brasil. Essa discussão é mui- to importante, pois existe uma tendência de olhar os números e creditar a culpa nos “outros”, aqueles que consomem mais, no caso, agricultura e indústria. Mos- tre aos alunos que nós também somos agentes desse consumo, o que pode ser enfatizado com a realização da Atividade 1, que poderá ser feita em grupos de três ou quatro alunos, conforme sugerido. A Atividade 1 visa a uma aproximação dos estudantes com a questão de consumo e o desperdício de água nas nossas casas. Muitas vezes, o discurso não gera mudança de hábito na população. Dessa forma, você pode discutir com os estudantes o que significam os pequenos des- perdícios, incluindo o lado econômico, que podem ser controlados pelos cidadãos. Os grandes aquíferos presentes no território brasileiro (página 47) A parte final da aula apresenta os dois maiores aquí- feros do Brasil. É interessante refletir sobre esse privilégio do país e sobre o impedimento de transporte dessa água para regiões mais secas. Discuta também a necessida- de de conservação das regiões onde se encontram os aquíferos para que eles não sejam contaminados por agrotóxicos ou poluentes urbanos. Na página <http://portal1.snirh.gov.br/ana/apps/ webappviewer/index.html?id=6f1c6551a61e42ceb8bd77b a0e784d99> (acesso em: 25 fev. 2019), da Agência Nacional de Águas, encontra-se um mapa interativo dos aquíferos brasileiros. Pode ser interessante propor um trabalho in- terdisciplinar com o professor de Geografia. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 23 3/18/19 11:19 AM 824 Ensino Fundamental Esse portal tem, ainda, um interessante vídeo sobre aquíferos que pode ser encontrado na página <http:// www3.ana.gov.br/videos> (acesso em: 25 fev. 2019). Se houver possibilidade, esse material pode ser acessado, o que possibilitará conhecer um pouco mais sobre a sua região, apenas com o objetivo de ampliar esse conheci- mento e ilustrar um aspecto da questão hídrica. Para encerrar, dê tempo para a realização do Rumo ao Ensino Médio (item 1). A água nas cidades – o exemplo de Nova York (página 49) Inicie a segunda aula com a Atividade 2, que relaciona a Floresta Amazônica às chuvas no Sudeste e no Sul do Brasil. Mais uma vez vale lembrar o ciclo hidrológico. Dessa forma, o estudante pode analisar as situações se- guintes, sempre da perspectiva de que as causas e os efeitos não são apenas regionais, mas o impacto das nossas ações pode repercutir em outras regiões também. Da mesma forma, fica claro que as soluções não serão pontuais e únicas, mas exigirão várias medidas. O exemplo de Nova York apresenta as razões da crise de abastecimento na década de 1990 e as soluções adotadas para a diminuição desse problema, que só ten- deria a aumentar. O caminho foi a eliminação de pontos de desperdício e a conservação ambiental no entorno dos reservatórios. Oriente, então, a realização da Atividade 3 cuja pro- posta é chamar a atenção dos alunos para o fato de que não somos apenas pacientes dessas crises, mas também agentes delas. Pagamento por serviços ambientais (PSA) (página 50) Sobre este tema, é importante salientar os bons resul- tados dessa prática, ainda que haja custos para os gover- nos envolvidos. É importante mostrar que as iniciativas trazem resultados, mesmo que não sejam a curto prazo. Crise hídrica no Brasil (página 50) A terceira aula aborda a crise hídrica no Brasil, com enfoque na situação vivida recentemente pela região Su- deste, em especial São Paulo, em 2014 e 2015. É importante discutir as razões da crise, as medidas emergenciais, que não resolvem a questão de abastecimento, e as soluções de longo prazo que precisam ser implantadas. Explore tam- bém o exemplo de Extrema (MG), que mostra resultados interessantes com o pagamento de serviços ambientais. Se for possível, transponha a situação para a sua região, o que torna a discussão muito mais rica. A partir dos exemplos anteriores, é possível traçar um parale- lo, comparando causas, efeitos, medidas e resultados. Oriente os alunos a pensar em algumas medidas que poderiam surtir efeitos positivos. Essa discussão pode ser feita em pequenos grupos para anotação das principais ideias, seguida de um debate maior, em que cada grupo apresente suas propostas. Há muita informação disponível, por exemplo, no site da Sabesp, disponível em <http://site.sabesp.com.br/site/ Default.aspx> (acesso em: 25 fev. 2019), que contém da- dos diários dos níveis dos reservatórios do estado de São Paulo. Outro material interessante é o capítulo “Lições e desafios”, disponibilizado pela Agência Nacional de Águas, no endereço <http://conjuntura.ana.gov.br/static/media/ licoes_desafios.6ce1ed00.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019. Em seguida, oriente a realização da Atividade 4 e, depois, a realização do item 3 da seção Rumo ao Ensino Médio e da seção Em casa. Respostas e comentários Atividade 1 (página 46) As respostas são pessoais, dependem da família e do consumo registrado na conta de água analisada. Para que os alunos tenham mais clareza dos volumes considerados, uma dica interessante é converter o volume expresso em m3 para litros (multiplicando por 1 000). A forma como as contas são apresentadas varia em cada região. Portanto, é importante analisar uma antes de fazer o trabalho com os alunos. Outra preocupação que você deve ter é com o fato de muitos alunos viverem em apartamentos, em que muitas vezes a conta de água é conjunta, estando em nome do condomínio. Uma solução possível é fazer o trabalho em pequenos grupos de três a quatro alunos, garantindo que algum deles more em casa e tenha aceso à conta de água individual. Atividade 2 (página 48) a) A água passa para a atmosfera por evaporação do solo e dos corpos de água e pela transpiração dos seres vivos, principalmente as árvores da floresta. b) Apesar de a figura mostrar a água proveniente da Amazônia indo para o Sul e o Sudeste, boa parte da água que sustenta as grandes cidades dessas regiões vem das nascentes e dos reservatórios em áreas naturais próximas. Essas são as áreas que precisam receber as chuvas dos chamados “rios aéreos”. Ou seja, sem a conservação dessas áreas, a água também não chega às cidades. MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 24 3/18/19 11:19 AM 825 M a n u a l d o P r o fe s s o r Atividade 3 (página 49) a) Destruição da vegetação nativa na região, locais que abrigavam as principais nascentes e reserva- tórios que forneciam água para a cidade. b) Além do crescimento numérico da população, o consumo exagerado de água e seu consequente desperdício também foram responsáveis pela crise. Atividade 4 (página 53) Resposta pessoal. Alguns critérios que podem ser ci- tados são a presença de nascentes, rios e lagos ou, ainda, reservatórios; apresentar cobertura vegetal conservada ou de recuperação viável. Pode-se destacar também a im- portância da fiscalização dessas áreas e sua manutenção. Em casa (página 53) 1. A
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