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CIÊNCIAS DA NATU REZA E SUAS TECNOLOG IAS TaTiana nahas João BaTisTa ag uilar AMBIENTE E SER H UMANO ENSINO MÉDIO Editores responsáveis: André Zamboni Lia Monguilhott Bezerra Organizadora: SM Educação Obra coletiva, desenvolvida e produzida por SM Educação. Vera lucia MiTiko aoki MANUAL DO PROFESSORMA N U AL D O PR O FE SS O R A M B IE N T E E S E R H U M A N O E N S IN O M É D IO CI ÊN CI A S D A N AT U RE ZA E S U A S TE CN O LO GI A S 2 900002 080636 2 0 8 0 6 3 ISBN 978-65-5744-179-4 02 01 P2 12 03 02 01 P2 12 03 13 7 CÓ DI GO D A C OL EÇ ÃO CÓ DI GO D O LI VR O PN LD 2 02 1 O BJ ET O 2 MA TE RI AL D E DI VU LG AÇ ÃO . VE RS ÃO S UB ME TID A À AV AL IAÇ ÃO . SP_PNLD21_CAPA_CN_AMBIENTE_MP_DIVULGACAO.indd 2 19/04/2021 15:19 Organizadora: SM Educação Obra coletiva, desenvolvida e produzida por SM Educação. São Paulo, 1a edição, 2020 João Batista aguilar Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Ecologia e doutor em Ciências pelo IB – USP. Professor no Ensino Fundamental e no Ensino Médio e na Educação de Jovens e Adultos. tatiana nahas Bacharela e licenciada em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP). Mestra em Ciências pelo IB – USP. Professora no Ensino Médio. Vera lucia Mitiko aoki Bacharela e licenciada em Química pela Universidade de São Paulo (USP). Professora no Ensino Médio. eDitores resPonsÁVeis: anDré ZaMBoni Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Especialista em Jornalismo Científico pela Unicamp. Editor de livros didáticos. lia Monguilhott BeZerra Bacharela e licenciada em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP). Mestra em Ciências, área de concentração Botânica, pelo IB – USP. Editora de livros didáticos. CIÊNCIAS DA NATU REZA E SUAS TECN OLOGIAS AMBIENTE E SER H UMANO ENSINO MÉDIO bios MANUAL DO PROFESSOR SP_PNLD21_FRONT_CN_AMBIENTE.indd 1 21/09/20 17:34 Ser Protagonista Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Ambiente e Ser Humano © SM Educação Todos os direitos reservados Direção editorial M. Esther Nejm Gerência editorial Cláudia Carvalho Neves Gerência de design e produção André Monteiro Edição executiva Lia Monguilhott Bezerra Edição André Henrique Zamboni, Carolina Mancini Vall Bastos, Juliana Rodrigues F. de Souza, Marcelo Augusto Barbosa Medeiros, Marcelo Viktor Gilge, Sylene Del Carlo, Tomas Masatsugui Hirayama, Tatiana Novaes Vetillo, Filipe Faria Berçot, Mauro Faro Colaboração técnico-pedagógica Marco Silveira, Barbara Kazue Amaral Onishi, Adelaide Viveiros, Raquel Malta, Eveline Duarte Suporte editorial Fernanda Fortunato, Karina Miquelini Coordenação de preparação e revisão Cláudia Rodrigues do Espírito Santo Preparação: Ana Paula Ribeiro Migiyama, Vera Lúcia Rocha Revisão: Ana Paula Ribeiro Migiyama, Fátima Valentina Cezare Pasculli, Vera Lúcia Rocha Apoio de equipe: Alzira Aparecida Bertholim Meana, Beatriz Nascimento, Camila Durães Torres, Camila Lamin Lessa, Lívia Taioque Coordenação de design Gilciane Munhoz Design: Andreza Moreira Coordenação de arte Ulisses Pires Edição de arte: Vivian Dumelle Assistência de arte: Mauro Moreira, Selma Barbosa Celestino Assistência de produção: Leslie Morais Coordenação de iconografia Josiane Laurentino Pesquisa iconográfica: Bianca Fanelli Tratamento de imagem: Marcelo Casaro Capa Gilciane Munhoz, Lissa Sakajiri Ilustração de capa: Hannah Nader Projeto gráfico Gilciane Munhoz, Thatiana Kalaes Editoração eletrônica Setup Bureau Pré-impressão Américo Jesus Fabricação Alexander Maeda Impressão SM Educação Rua Tenente Lycurgo Lopes da Cruz, 55 Água Branca 05036-120 São Paulo SP Brasil Tel. 11 2111-7400 atendimento@grupo-sm.com www.grupo-sm.com/br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Aguilar, João Batista Ser protagonista : ciências da natureza e suas tecnologias : ambiente e ser humano : ensino médio / João Batista Aguilar, Tatiana Nahas, Vera Lucia Mitiko Aoki ; obra coletiva, desenvolvida e produzida por SM Educação ; editores responsáveis André Zamboni, Lia Monguilhott Bezerra. — 1. ed. — São Paulo : Edições SM, 2020. Bibliografia. ISBN 978-65-5744-178-7 (aluno) ISBN 978-65-5744-179-4 (professor) 1. Ciências da natureza (Ensino médio) 2. Tecnologia educacional I. Nahas, Tatiana. II. Aoki, Vera Lucia Mitiko. III. Zamboni, André. IV. Bezerra, Lia Monguilhott. V. Título. 20-41298 CDD-373.19 Índices para catálogo sistemático: 1. Ensino integrado : Livro-texto : Ensino médio 373.19 Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427 1a edição, 2020 Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada. Elaboração de originais: Marta Bouissou Morais Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Bacharela em Medicina Veterinária pela UFMG. Especialista em ensino de Ciências pelo Centro de Ensino de Ciências e Matemática de Minas Gerais (Cecimig-UFMG). Mestra em Educação pela UFMG. SP_CIE_NAT5_PNLD21_INICIAIS_002.indd 2 9/18/20 11:55 AM APRESENTAÇÃO Caro(a) estudante, Você já deve ter ouvido falar nas mídias e até mesmo discutido em rodas de conversa sobre temas como energia e suas aplicações no cotidiano, preservação e conservação ambiental, reações quími- cas, engenharia genética e tecnologias aplicadas ao estudo dos átomos. Esses são alguns temas do mundo contemporâneo relacio- nados às Ciências da Natureza. Assim, conhecê-los significa poder compreender assuntos que fazem parte da nossa vida e refletir de modo mais consciente sobre o mundo em que vivemos. Esta coleção foi pensada de modo a articular os conhecimen- tos das áreas que compõem as Ciências da Natureza e suas Tec- nologias. Nesta proposta, conhecimentos da Biologia, da Química e da Física integram-se de forma organizada, simples e direta, para fortalecer sua compreensão e ampliar sua visão de mundo e de si mesmo. Esperamos que a obra colabore para o aprimoramento do seu pensamento crítico, contribuindo para a aquisição dos conteú- dos formais por você, estudante, e para que se torne um cidadão mais participativo e atuante. Aproveite-a para questionar e ques- tionar-se, aprofundando sua reflexão e motivando-se para a ação. Acreditamos em seu protagonismo e em sua capacidade de bus- car respostas e soluções para os desafios presentes e para os que estão por vir. Temos confiança de que, por meio de sua atuação e de sua interação com o mundo, você desenvolverá as competências e as habilidades necessárias ao pleno exercício da cidadania no sé- culo XXI, seguindo caminhos coerentes com seu projeto de vida. Bom trabalho! Equipe editorial 3 A PR ES EN TA ÇÃ O D O S CO N TE ÚD O S E BO XE S PR O JE TO AB ER TU RA S CONHEÇA SEU LIVRO PR O JE TO JOGOS DE TEMÁTICA SOCIOAMBIENTAL O LÚDICO COMO FORMA DE CONSCIENTIZAÇÃO O que será feito Você já ouviu falar sobre sustentabilidade? O conceito de sustentabilidade es- tá relacionado à criação de parâmetros e estratégias que associam o desenvolvi- mento econômico a formas menos predatórias de exploração ambien- tal. Ações para melhorar a qualidade de vida da população, visando reduzir as desigualdades sociais e ampliar o acesso a direitos e serviços básicos, também fazem parte desse conceito. Assim, a sustentabilidade abrange questões ambientais, sociais e econômicas. A conservação dos recursos naturais se tornou uma grande preocupação quando se evidenciou o quanto as atividades humanas colocam em risco a disponibilidade de solo fértil, de água potável, de ar limpo, além da sobrevivência de animaise plantas, e hoje é consenso para a comunidade científica que a conservação da biodiversidade é fundamental para o desenvolvimento sustentável. É também imprescindível que a sociedade como um todo participe, sempre que possível, de discussões sobre esse tema. Tais discussões podem moti- var as pessoas a pensar e a reivindicar soluções para os pro- blemas atuais, visando a melhorias na qualidade de vida da comunidade e do ambiente. Assim, questões socioambientais como as que se seguem são cada vez mais importantes para a sociedade moderna: Você considera que as pessoas (espe- cialmente crianças, jovens e adolescentes) têm interesse em assuntos relaciona- dos à conservação da biodiversidade e a práticas sustentáveis? Em que medida as pessoas reconhecem que determinadas formas de produção têm forte impac- to ambiental e causam prejuízos para a saúde? Como conciliar desenvolvimento econômico com conservação da natureza? Como o conhecimento científico e tec- nológico pode contribuir para o aproveitamento sustentável dos recursos natu- rais? Como fazer para que crianças, jovens e adultos desenvolvam consciência sobre a importância da conservação da biodiversidade e adotem um estilo de vi- da mais sustentável? Neste projeto, você e os colegas vão refletir sobre essas questões e elaborar jo- gos com o intuito de estimular essas reflexões e discutir a importância da conserva- ção da biodiversidade e do uso responsável de recursos naturais. Esses jogos serão mostrados em um evento aberto aos colegas da escola e à comunidade externa. Objetivos » Testar um ou mais jogos que tratam de temas relacionados à biodiversidade e à sustentabilidade. Pa nd P S tu di o/ S hu tt er st oc k. co m /ID /B R O conceito de sustentabilidade defende uma relação menos predatória com o planeta. Não escreva no livro.10 » Identificar jogos que favorecem a difusão de conhecimento científico, assim como os elementos que os tornam mais atrativos e divertidos. » Investigar temas socioambientais de interesse das comunidades escolar e externa. » Criar, testar e aperfeiçoar jogos sobre os temas selecionados e apresentá-los aos colegas e às comunidades escolar e externa. Preparação Para se familiarizar com o tema do projeto, você vai conhecer e praticar um jo- go que poderá auxiliar no desenvolvimento do seu projeto. Aprendendo um novo jogo Vocês acham que a utilização de jogos ou de outras atividades lúdicas pode ser um meio eficaz para difundir o conhecimento sobre biodiversidade e desen- volvimento sustentável, além de torná-lo mais atraente e espontâneo? Por quê? Nesta etapa, você e os colegas vão participar do jogo de cartas denominado Biota: o jogo da biodiversidade (Paraná. Secretaria de Educação. Dia a Dia Educa- ção. Disponível em: http://www.biologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/ conteudo.php?conteudo=301. Acesso em: 1o jun. 2020.). O professor vai disponi- bilizar a vocês as cartas do jogo, cujo objetivo é identificar seres vivos com base em dicas apresentadas em cartas sorteadas. Essas dicas trazem características e curiosidades sobre os organismos. Organizem-se em equipes de dois a quatro integrantes. O professor será o me- diador do jogo, portanto prestem atenção à apresentação que ele fará sobre o jo- go e às explicações das regras. Após testarem o jogo, mantendo as mesmas equipes, respondam às questões: 1 O jogo possibilitou, de alguma maneira, trazer conhecimentos novos a vocês? Por quê? 2 Como os conceitos e os conhecimentos abordados durante o jogo podem ser associados às questões socioambientais? 3 O que vocês mudariam no jogo (regras, conceitos, conteúdo das cartas, entre outros aspectos) para que ele seja ainda mais divertido e mais informativo? Apresentem as respostas das questões acima às demais equipes. Depois, em uma roda de conversa, façam uma discussão sobre as semelhanças e as diferen- ças entre as respostas que foram apresentadas pelas equipes. Se for consenso entre a turma e o professor, esse jogo pode ser substituído ou complementado por outros que explorem temáticas semelhantes. Pesquisa sobre jogos na internet Pesquisem jogos sobre a temática socioambiental, ou seja, que exploram a relação entre a sociedade e o am- biente, e que estejam disponíveis na internet. Essa pes- quisa poderá ajudá-los com ideias. Sistematizem os re- sultados dessa pesquisa, organizando, durante as buscas, as informações referentes a cada jogo pesquisado: além do conteúdo, verifiquem se o jogo é físico ou digital, o(s) objetivos(s) e a faixa etária a que se destina e realizem um resumo das regras. Anotem essas informações. Além de permitir a difusão de conhecimento, os jogos podem ajudar na sensibilização para questões relacionadas à temática socioambiental. G oh en gs /S hu tt er st oc k. co m /ID /B R 11Não escreva no livro. O texto principal é complementado por boxes especiais, que aprofundam ou contextualizam o conteúdo. O projeto propõe a realização de atividades que envolvem a comunidade, em busca de um bem coletivo. Abertura de unidade A partir de um pequeno texto, perguntas e uma imagem impactante, você vai começar a refletir sobre o assunto da unidade. Também informa objetivos, justificativa, competências e habilidades desenvolvidas na unidade. Conteúdo apresentado de maneira organizada. Ilustrações, esquemas, fotografias e eventuais atividades resolvidas facilitam a compreensão do conteúdo. CERRADO Alguns pesquisadores consideram que o Cerrado brasileiro é um tipo de sava- na. Esse bioma ocupa o equivalente a 2 milhões de km2 (22% do território nacio- nal), em uma extensa área contínua do planalto Central, além de manchas em meio à floresta Amazônica e à Mata Atlântica. Aproximadamente metade dessa área está situada entre 300 e 600 metros acima do nível do mar. As temperaturas médias anuais nesse bioma oscilam entre 22 °C e 23 °C, e a pluviosidade, entre 1 200 mm e 1 800 mm anuais, com chuvas concentradas en- tre setembro e maio. Esses fatores caracterizam um clima tropical sazonal com inverno seco. Em geral, os solos do Cerrado são arenosos, ácidos e pobres em material orgâ- nico. Profundos e bem drenados, não acumulam água próximo à superfície. As raízes superficiais das plantas herbáceas absorvem rapidamente a água durante a estação chuvosa, sobrevivendo durante a estação seca com as re- servas acumuladas nos órgãos subterrâneos. Outras plantas têm raízes longas, que atingem até 20 metros de profundidade, onde se encontra o lençol freático. Essas plantas podem permanecer verdes durante todo o ano, mas, geralmente, apresentam folhas coriáceas, o que contribui para diminuir a perda de água por transpiração. Costuma-se classificar o Cerrado em tipos, de acordo com o aspec- to da vegetação. No campo limpo, predominam plantas herbáceas e, no cerradão, árvores. São reconhecidos também tipos intermediários – campo sujo, campo cerrado, cerrado –, de acordo com a abundância de espécies lenhosas e de maior porte. No Cerrado, são encontradas mais de 11 mil espécies vegetais, sendo a maior parte delas ervas e arbustos. As plantas herbáceas apresentam bulbos e caules subterrâneos que acumulam nutrien- tes. Suas raízes geralmente são superficiais. As plantas lenhosas apresentam troncos e galhos retorcidos, casca espessa e raízes pro- fundas (imagem A), adaptações ao fogo e ao tipo de solo. A longa estiagem e a grande quantidade de matéria orgânica se- ca acumulada no solo durante esse período favorecem a ocorrência de incêndios, muitos deles naturais. A maioria das espécies vegetais, porém, apresenta adaptações que permitem sobreviver ao fogo. Os órgãos de reserva são subterrâneos, portanto não são destruídos pelo fogo, e a casca espessa das espécies lenhosas protege as plan- tas do calor excessivo. Embora as folhas sejam destruídas, tanto as espécies herbáceas quanto os arbustos e as árvores brotam logo após o incêndio. A ocorrência de fogo é considerada um fator importante na manutençãoda fi- Vegetação típica do Cerrado. Parque Nacional da Serra da Canastra. São Roque de Minas (MG). Foto de 2020. Maior canídeo da América do Sul, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) pode atingir um metro de altura e 30 kg. Varginha (MG). Foto de 2018. Hotspot de biodiversidade Os hotspots de biodiversi- dade são biomas caracteriza- dos pela grande biodiversida- de e pelo risco que correm. No Brasil, dois biomas são classi- ficados como hotspots de bio- diversidade: o Cerrado e a Ma- ta Atlântica. DE OLHO NO CONCEITO A dr ia no K iri ha ra /P ul sa r im ag en s Fa bi o C ol om bi ni /A ce rv o do fo tó gr af o Estimativa da biodiversidade A B De olho no conceito Retoma e/ou define algum conceito importante para a compreensão do assunto. Educação ambiental A preservação do meio ambiente depende não só de leis e acordos inter- nacionais, mas também da conscientização da população a respeito dos pro- blemas ambientais e sobre como eles podem ser superados. Ações para cons truir esse conhecimento são chamadas educação ambiental. Os projetos de educação ambiental podem ocorrer nas escolas, nas asso- ciações comunitárias, em empresas e em áreas protegidas, como as Unida- des de Conservação (UCs). Na região da serra da Canastra, área do Cerrado em Minas Gerais, exis te uma população de lobo-guará (Chrysocyon brachyurus do de extinção. Os lobos-guará são considerados os principais predadores de galinhas da região e, por isso, acabam sendo abatidos, apesar de essa ação ser ilegal. A ÇÃ O E C ID A DA N IA Ação e cidadania Exemplos de aplicações da ciência que promovem melhorias na vida das pessoas e no ambiente ou que abordem direitos e deveres dos cidadãos, atitudes e valores, etc. IMPACTOS AMBIENTAIS E SUSTENTABILIDADE Competências específicas e habilidades CECNTEM1 (EM13CNT103), (EM13CNT104) CECNTEM2 (EM13CNT203), (EM13CNT206) CECNTEM3 (EM13CNT301), (EM13CNT302), (EM13CNT303), (EM13CNT304), (EM13CNT306), (EM13CNT307), (EM13CNT309), (EM13CNT310) Competências gerais CGEB1, CGEB2, CGEB3, CGEB5, CGEB6, CGEB7, CGEB9, CGEB10 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DESENVOLVIDAS NA UNIDADE Antropoceno é o nome dado pelo químico holandês Paul J. Crutzen (1933- ) e pelo botânico estadunidense Eugene F. Stoermer (1934-2012) ao período geológico em que vivemos atualmente. Pa- ra eles, as atividades humanas vêm afetando a Terra de tal forma que criamos um novo período de tempo geológico. O ser humano sempre praticou atividades extrativistas. Atual- mente, porém, a extração e o processamento de materiais, combus- tíveis e alimentos são responsáveis por emissões de gases de efei- to estufa, perda de biodiversidade e estresse hídrico, por exemplo. Nesta unidade, você vai estudar os impactos dos seres humanos no planeta Terra, bem como as estratégias que estão sendo desen- volvidas para reduzir esse impacto e preservar o meio ambiente. OBJETIVOS • Avaliar os efeitos e impactos das intervenções humanas nos ecossistemas. • Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversi- dade, identificando ações em prol da sustentabilidade do planeta. • Compreender a importância das políticas de preservação ambien- tal, diferenciar os tipos de Unidades de Conservação e reconhecer sua importância para a preservação da biodiversidade brasileira. JUSTIFICATIVA Compreender as consequências das ações humanas no meio am- biente é importante para estimular mudanças de comportamento com o objetivo de reduzir os impactos dessas ações, bem como de- senvolver uma consciência ambiental que se reflita não apenas em escolhas individuais, mas, sobretudo, na sociedade como um todo. QUESTÕES PARA REFLETIR 1. Segundo os cientistas, um dos efeitos do aquecimento global no Brasil é afetar o regime de chuvas. Estima-se que, na Região Nordeste, as chuvas se tornarão ainda mais escassas e, nas re- giões Sul e Sudeste, serão mais fortes e frequentes. Discuta com os colegas quais são as possíveis consequências socioambientais dessa mudança no regime de chuvas para essas regiões. 2. O saneamento básico se caracteriza por um conjunto de serviços, como fornecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgoto e coleta de lixo. Qual é a relação entre o saneamento básico e a saúde da população? 108 RELAÇÕES INTRAESPECÍFICAS As relações intraespecíficas são muito variadas e se diferenciam conforme as características da espécie, podendo ser benéficas, prejudiciais ou até mesmo neutras para todos os envolvidos ou para algum deles. Quando trazem algum benefício ou não há dano nem prejuízo, são chamadas relações harmônicas. Quando há algum tipo de desvantagem na relação, elas são chamadas relações desarmônicas. Há dois grupos principais de relações intraespecíficas: cooperação e competição. Relações intraespecíficas de cooperação Em várias situações, os indivíduos de uma mesma espécie se relacionam de forma a proporcionar benefícios para todos os envolvidos na relação. Esse com- portamento cooperativo pode ter diferentes funções, como aumentar a proteção, economizar energia e otimizar a obtenção de alimento ou o cuidado com a prole. Colônias A colônia é um tipo de organização na qual os indivíduos de uma mesma es- pécie vivem intimamente ligados entre si, beneficiando-se mutuamente. Um exem- plo são os corais, que podem abrigar milhões de indivíduos em um mesmo es- queleto calcário (imagem A), como ocorre na Grande Barreira de Coral australiana. A dependência e a especialização entre os indivíduos nas colônias podem ser tão grandes, que eles chegam a dar a impressão de serem órgãos complementa- res de um único organismo. Exemplo extremo de colônia é a caravela-portuguesa (Physalia physalis), um cnidário marinho muitas vezes identificado erroneamen- te como água-viva (imagem B). Esse ser, aparentemente um único organismo, na verdade é composto de vários indivíduos chamados zooides ou pólipos, cada um deles desempenhando uma função diferente para a colônia. Sociedades A sociedade é um tipo de organização entre indivíduos da mesma espécie ca- racterizado pela cooperação, que ocorre por algum grau de divisão de trabalho e pela comunicação entre seus membros. Esses indivíduos, diferentemente do que ocorre nas colônias, são fisicamente independentes, apesar de compartilhar um mesmo território. O grau e a forma de organização das sociedades são muito variáveis entre as espécies. Os leões, considerados os mais sociais entre os felinos, vivem em gru- pos compostos, geralmente, de um a seis machos e de quatro a doze fêmeas adultas com seus filhotes. Cada grupo mantém seu território e o defende da invasão por machos de outros grupos, atividade executada predominantemente pelos ma- chos, por meio da demarcação com urina e do patrulhamento das fronteiras. A extensão territorial varia conforme a disponi- bilidade de presas, e a caça é feita, geralmente, pelas fêmeas do grupo. Entre os insetos, algumas espécies constituem sociedades chamadas eussociais. As abelhas, as vespas, os cupins (ima- gem C) e as formigas se organizam em sociedades com clara hierarquia e divisão de trabalho entre os indivíduos, formando grupos especializados, denominados castas ou classes sociais. A especialização dos indivíduos é tanta que permite identificar adaptações na estrutura do corpo de cada um de acordo com a função desempenhada na sociedade. Além disso, nenhum indivíduo dessas espécies pode sobreviver fora do grupo social em que foi criado. Assim, a formiga de um formigueiro, por exemplo, não pode se mudar para outro. Os corais são colônias formadas por indivíduos chamados pólipos. Cada pólipo mede cerca de 3 mm a 55 mm de diâmetro, dependendo da espécie. A Exemplar de uma colônia de caravela- -portuguesa. Nela, os pólipos responsáveis pela reprodução, por exemplo, são incapazes de obter alimentos e dependem da colônia para se manter vivos. B altura: cerca de 30 cm aq ua pi x/ S hu tt er st oc k. co m /ID/B R N or be rt W U /M in de n/ Fo to ar en a Representação esquemática do interior de um cupinzeiro. Os cupinzeiros têm câmaras destinadas a diferentes funções, desempenhadas por castas como operárias e soldados. Cores-fantasia. C Representação sem proporção de tamanho. duto central de ventilação estoque de alimento câmara da rainha túneis de passagem subterrânea canteiro de fungos (presente no cupinzeiro de certas espécies) Ju ra nd ir R ib ei ro /ID /B R 38 Não escreva no livro. Unidade As ações do ser humano no ambiente Ecossistemas brasileiros Conservação ambiental 2 3 1 3 R ic ar do A zo ur y/ Pu ls ar Im ag en s Quebradeira de coco de babaçu Viana (MA). Foto de 2019. As quebradeiras vivem do extrativismo do babaçu (Attalea speciosa), uma palmeira da qual se retiram as sementes, das quais se extrai o óleo. Elas estão presentes nos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará. 109 Feromônios Nas sociedades de inse- tos, a comunicação entre os indivíduos é feita mediante compostos químicos, os fe- romônios, produzidos por glândulas especializadas. Quando excretadas, essas substâncias provocam rea- ções fisiológicas e/ou com- portamentais em outros in- divíduos da mesma espécie. Existem feromônios com diferentes funções, como de- marcação de território, atração sexual, alarme e localização de alimento. Por exemplo, nas sociedades das formigas co- nhecidas como saúvas (espé- cies do gênero Atta), a trilha química de feromônio no chão marca o caminho de volta ao formigueiro. Nas sociedades das abelhas, as operárias são estéreis devido à ação de fe- romônios presentes nas se- creções da rainha, que inibem o desenvolvimento de suas gônadas. Relações intraespecíficas de competição Indivíduos da mesma espécie ocupam o mesmo nicho ecológico e necessitam dos mesmos recursos, como água, alimentos, parceiros para reprodução, espaço, luz, materiais para a construção de ninhos, etc. A competição intraespecífica ocor- re quando um ou mais desses recursos não são suficientes para atender às ne- cessidades de todos os indivíduos da mesma espécie que convivem em um mes- mo local. Nesse caso, os indivíduos passam a disputar os recursos disponíveis. Esse tipo de competição pode ocorrer de duas formas: direta e indireta. A for- ma direta acontece em lutas, agressões e outros comportamentos pouco amisto- sos, comumente observados entre indivíduos de certas espécies animais (imagem A), ou com a produção de substâncias químicas que inibem o crescimento de ou- tros indivíduos, como se observa em algumas espécies de plantas e em moluscos que habitam costões rochosos. A maior parte das disputas por parceiros sexuais entre animais também envolve a forma direta de competição intraespecífica. A forma indireta, em geral menos evidente, ocorre quando um indivíduo con- some um recurso de tal forma que acaba por torná-lo indisponível para os outros. Por exemplo, uma espécie de planta que necessita de luz intensa e, ao crescer, produz sombra ao seu redor compete com as mais jovens pela luminosidade e inibe o desenvolvimento delas. Entre os animais, em condições de escassez, um indivíduo mais ativo pode encontrar fontes de alimento com mais facilidade e deixar seus semelhantes à míngua. A competição intraespecífica também pode apresentar conformações bastan- te complexas, como é o caso da anêmona Anthopleura elegantissima (imagem B), comumente encontrada no litoral da costa oeste da América do Norte. Essa anê- mona vive na faixa dos costões rochosos exposta aos efeitos da maré e está bem adaptada ao impacto das ondas, à ausência da água na baixa da maré e à vida submersa na maré cheia. Ela pode viver solitariamente ou manter uma relação de cooperação intraespecífica, agregada a centenas de outras iguais a ela, que for- mam “tapetes” de anêmonas sobre as rochas. Os “retalhos” desse tapete são clones resultantes de uma única anêmona, pois, apesar de ser uma espécie bissexuada, com machos e fêmeas, a Anthopleura elegantissima se reproduz assexuadamente quando o hábitat é favorável a isso. Assim, todos os indivíduos de um “tapete” apresentam o mesmo material gené- tico e, mesmo sendo móveis, permanecem próximos uns dos outros. No entanto, quando uma anêmona se aproxima e encosta seus tentáculos nos de outra da mesma espécie, mas geneticamente diferente, inicia-se uma série de comportamentos de defesa e ataque de ambas as partes. Nessa situação, as anê- monas em luta disparam nematocistos, estruturas que têm substâncias tóxicas. A competição só termina quando um dos indivíduos finalmente se afasta. Exemplo de competição intraespecífica. As disputas sexuais podem ser violentas, como as dos antílopes da espécie Antidorcas marsupialis, mas raramente levam à morte. Anêmona marinha Anthopleura elegantissima. ROTEIRO 1. Explique com suas palavras o significado desta afirmação: A competição é uma relação que se estabelece entre orga- nismos que demandam um mesmo recurso limitado. comprimento: cerca de 1 m diâmetro: cerca de 3,5 cm N ic o S m it/ iS to ck /G et ty Im ag es M ic ha el P at ric k O ‘N ei ll/ A la m y/ Fo to ar en a A B 39Não escreva no livro. CA PÍ TU LO 2 ENERGIA E MATÉRIA NOS ECOSSISTEMAS RELAÇÕES TRÓFICAS NOS ECOSSISTEMAS Entre as características fundamentais de todos os ecossistemas estão o fluxo de energia e a ciclagem de matéria, que se estabelecem nas relações de nutrição, ou seja, nas relações tróficas entre seus componentes bióticos. O estudo dos ecos- sistemas, sob esse ponto de vista, tem contribuído para a análise das alterações ambientais decorrentes de intervenções humanas, já que qualquer ação que pos- sa afetar uma espécie poderá ter impacto sobre outra na comunidade. A maneira como os organismos obtêm matéria e energia nem sempre é a mes- ma. Assim, os organismos que o fazem de uma mesma maneira são agrupados em um conjunto chamado nível trófico (do grego trofhe, nutrição). Podemos dis- tinguir os seguintes níveis tróficos: Esquema que mostra os diferentes níveis tróficos em um ecossistema. Cores-fantasia. Representação sem proporção de tamanho. » Para começar 1. De que maneira os seres vivos se aproveitam da energia provenien- te do Sol? 2. Por que se fala de fluxo de energia e ciclos da matéria e não o contrário (ciclos de energia e fluxo da matéria)? 3. Por que enxerga- mos a maioria das plantas na cor verde? organismos autótrofos, isto é, que produzem o próprio alimento. Podem ser classificados em: como plantas, algas e algumas bactérias, que captam a energia da luz do Sol e a incorporam pelo processo de fotossíntese. como algumas bactérias, que obtêm energia de substâncias inorgânicas. organismos heterótrofos que se alimentam diretamente dos produtores; são os herbívoros. organismos que se alimentam dos consumidores primários; são os carnívoros. Em alguns ecossistemas, contudo, existem consumidores de terceira e até de quarta ordens. Nesses casos, os consumidores terciários alimentam-se dos secundários; e os consumidores quaternários alimentam-se dos terciários. organismos que se alimentam dos restos orgânicos dos demais níveis tróficos, como restos de plantas mortas, cadáveres de animais, fezes, etc. Nesse nível estão principalmente fungos e bactérias. Sua atividade converte matéria orgânica em inorgânica. Fa bi o E ug en io /ID /B R 25Não escreva no livro. Abertura de capítulo Um texto e uma imagem abrem o capítulo. Também traz questões sobre o que você já sabe do tema em estudo. Boxe com informações que ampliam ou complementam o assunto. Feromônios Nas sociedades de inse- tos, a comunicação entre os indivíduos é feita mediante compostos químicos, os fe- romônios, produzidos por glândulas especializadas. Quando excretadas, essas substâncias provocam rea- ções fisiológicas e/ou com- portamentais em outros in- divíduos da mesma espécie. Existem feromônios com diferentes funções,como de- N ic o S m it/ iS to ck /G et ty Im ag es A BIOSFERA A vida na Terra se desenvolve em uma camada de apenas 17 quilômetros de espessura. Essa camada relativamente fina, formada pelo conjunto dos seres vivos e dos ambientes onde eles vivem, é denominada biosfera. Em seu extremo superior, a biosfera alcança o limite de mais ou menos 7 quilômetros de al- titude; no extremo inferior, pode variar de uns poucos centíme- tros abaixo do solo até mais ou menos 10 quilômetros nos fun- dos oceânicos. A biosfera está em constante interação com outros sistemas, como a atmosfera, a hidrosfera e a litosfera (imagem A). A atmosfera é formada por diversos gases, incluindo o gás nitrogênio, o gás carbônico, o gás oxigênio e o ozônio. O gás oxi- gênio é necessário à maioria dos seres vivos aeróbios. O ozônio tem papel muito importante para a biosfera, pois bloqueia a en- trada de parte dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol, que são nocivos à vida. A hidrosfera é formada pelos oceanos e mares, rios e lagos, pelas águas subterrâneas e pelo vapor-d’água. A água da hi- drosfera circula entre a litosfera, a atmosfera e a biosfera duran- te o ciclo da água. A litosfera compreende a crosta terrestre e a porção superior do manto (cama- da localizada abaixo da crosta). ECOSSISTEMAS A análise das relações ecológicas estabelecidas entre todos os seres vivos e os ambientes que compõem a biosfera é uma tarefa inviável, dada a escala glo- bal dos eventos a serem considerados. Por isso, uma das maneiras de compreen- der os fenômenos que ocorrem em escala planetária é decompor o estudo em unidades menores e mais simples, denominadas ecossistemas. O termo ecossistema foi proposto em 1935 pelo ecólogo britânico Arthur Tansley (1871-1955). Atualmente, esse termo é usado para se referir a qualquer unidade que abranja todos os seus organismos e as interações entre eles e tam- bém com o ambiente ao redor, estabelecendo um fluxo energético e uma recicla- gem de matéria. Por se tratar de um conceito desenvolvido pelos cientistas para facilitar o es- tudo e a pesquisa, as dimensões de um ecossistema variam de acordo com o estudo em questão. Assim, tanto uma pequena poça de água quanto uma imen- sa área de floresta são consideradas exemplos de ecossistemas. Cada ecossistema é formado por fatores abióticos, que compreendem as con- dições físico-químicas dos elementos não vivos (água, ar, rochas, etc.), e por fato- res bióticos, ou seja, os seres vivos ali presentes que formam uma comunidade. Essa comunidade é constituída de um conjunto de populações que habita deter- minada área. Cada população, por sua vez, corresponde a um grupo de indivíduos, da mesma espécie, que ocupa um território comum. O conjunto de ecossistemas da Terra forma a biosfera (imagem B). BIOMAS Outro conceito bastante usado em ecologia é o conceito de bioma. Um bioma corresponde a uma área com características físicas (como temperatura, umidade, solo, etc.) relativamente homogêneas, na qual a fauna e a flora são típicas e adap- tadas a essas condições ambientais. Exemplos de biomas são as florestas tropi- cais, as florestas temperadas, as savanas e os desertos. O esquema mostra a interconexão entre a biosfera e as demais esferas terrestres. Cores-fantasia. B Acesse » Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira A plataforma on-line integra dados, provenientes de fon- tes diversas do Brasil e do exterior, sobre a biodiversi- dade e os ecossistemas. Disponível em: https://www.sibbr. gov.br/. Acesso em: 27 maio 2020. PARA EXPLORAR A biosfera do planeta Terra é constituída de inúmeros ecossistemas terrestres, aquáticos e aéreos. Representação da Terra feita com base em imagens de satélite de 2012. Cores-fantasia. Aeróbio: Organismo que ob- tém energia por meio da res- piração celular aeróbia, pro- cesso que requer gás oxigênio. DE OLHO NO CONCEITO Representação sem proporção de tamanho. A Va gn er C oe lh o/ ID /B R luz solar hidrosfera litosfera biosfera atmosfera N A SA /N O A A /G S FC /S uo m i N P P /V IIR S /N or m an K ur in g 17Não escreva no livro. Para explorar Indicações de sites, livros, filmes, entre outras, para você explorar o assunto. Salinidade A salinidade corresponde à quantidade de sais dissol- vidos na água. Por esse critério, podem-se dividir os cor- pos d'água em três tipos principais: as águas doces, pre- dominantemente continentais, com menos de 0,5 g/L de sais dissolvidos; as águas salgadas ou salinas, oceânicas, contendo aproximadamente 35 g/L de sais (principalmen- te cloreto de sódio), e as águas salobras dos estuários e das lagoas costeiras, sob a influência das marés, com sa- linidade intermediária. De modo geral, as espécies adaptadas a viver em água doce não toleram grande salinidade, e vice-versa. Fatores edáficos Os fatores edáficos dizem respeito às características do solo, como a estrutura física e a composição química, que influem na distribuição dos seres vivos. A estrutura física do solo está intimamente relaciona- da com a sua textura e porosidade, da profundidade até a rocha-matriz. Esses aspectos são determinantes tanto para a circulação da água e do ar que penetram no solo quanto para o desenvolvimento de diversas formas de vida, como plantas, animais, fungos e bactérias. As principais partículas que determinam a textura e a po- rosidade do solo são a areia, o silte e a argila, que diferem Ana Primavesi, a agroecologia e o estudo dos solos A agroecologia pode ser entendida como a aplicação de conceitos ecológicos ao ma- nejo de sistemas agrícolas. A pesquisadora Ana Maria Primavesi (1920-2020) foi pionei- ra na pesquisa em agroecologia. Em 1949, a pesquisadora mudou-se da Áustria, onde nasceu, para o Brasil, e dedicou sua vida ao estudo do solo. […] Ana Primavesi foi uma das mais importantes pesquisadoras na área da agroecologia e da agricultura orgânica. A compreensão do solo como um organismo vivo e com diversos níveis de interação com a planta foi uma das suas contribuições para a agronomia. […] […] Suas pesquisas e livros indicavam uma agricultura que privilegiava a atividade biológi- ca do solo e buscava, assim, o incremento do teor de matéria orgânica e de húmus do solo, evi- tando o revolvimento do mesmo, e utilizava técnicas como a adubação verde, rotação de cultu- ras e quebra-ventos. […] Ana Primavesi alertava em relação à orientação da adubação restrita ao uso de NPK [ni- trato, fósforo e potássio] e ressaltava a importância dos microelementos na eficiência produtiva e na sanidade vegetal. Ela assinalava os prós e os contras das distintas formas e fontes de nutrientes, sua eficiência e aprovei- tamento pelas plantas, sua ciclagem no ambiente e seus impactos sobre a biologia do solo. Ao tratar desse assunto, alertava para o fato de que a fertilidade do solo não poderia ser compreendida apenas por suas características químicas, já que é in- trinsecamente ligada a fenômenos que também se relacionam às propriedades físicas e biológicas. Outra contribuição sua foi a percepção das ervas daninhas como indicadores ecológicos de qualidades físicas, químicas e biológicas dos solos. […] Ana Maria Primavesi: importante legado. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), 6 jan. 2020. Disponível em: http://www.cnpq.br/web/guest/noticiasviews/-/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/7567026. Acesso em: 18 ago. 2020. 1. O termo paradigma é utilizado para estabelecer uma diferenciação entre dois momentos ou entre dois níveis do processo de conhecimento científico. Uma mudança de paradigma consiste em uma mudança nos conceitos e nas práticas de como algo funciona ou é realizado. a) Pode-se dizer que a pesquisadora Ana Primavesi contribuiu para uma mudança de paradigma sobre o solo? Justifique sua resposta. b) Cite exemplos, trechos ou frases do texto que evidenciam o caráter ecológico das pesquisas de Ana Primavesi. CI ÊN CI A S E DI SC UT E Amostrade solo (decantada em água) composto de areia, silte e argila. As partículas maiores e mais densas (areia) ficam embaixo. Na camada intermediária, repousa o silte; e, no topo, as partículas de argila formam uma camada fina. S he ila Te rr y/ S P L/ Fo to ar en a entre si quanto à granulometria (veja imagem abaixo). De maneira geral, nos solos arenosos, cujas partículas são maio- res, a porosidade é grande; por isso, a água fica retida neles por menos tempo. Os solos argilosos são compostos de par- tículas menores, de modo que a água penetra neles mais lentamente, ficando estocada por mais tempo. A profundidade afeta, principalmente, as plantas que se fixam no solo e os animais que nele cavam tocas. Ela também determina a distribuição dos animais chamados fossoriais (isto é, que escavam túneis), como as minhocas e as cobras-cegas. A composição química do solo é determinada pelas substâncias minerais nele dissolvidas. Algumas substân- cias são necessárias às plantas, e a ausência de determi- nados íons pode ser um fator limitante para muitas delas. A pesquisadora Ana Maria Primavesi, uma das pioneiras em agroecologia no Brasil, em foto de 2012. Pa ul o Li eb er t/ E st ad ão C on te úd o/ A E argila areia silte 20 Não escreva no livro. Ciência se discute Apresenta debates, conflitos e controvérsias entre os próprios cientistas ou entre sociedade e ciência. 4 Não escreva no livro. ATIVIDADES 1 O Cerrado ocupa uma vasta área contínua no terri- tório brasileiro, além de manchas em meio à floresta Amazônica e à Mata Atlântica. a) O Cerrado geralmente é atingido por incêndios periódicos. Cite adaptações que permitem às es- pécies vegetais desse bioma sobreviver ao fogo. b) Considerando as características desse bioma, comente criticamente esta frase: O fogo é um elemento essencial para a manutenção dos biomas de campo cerrado. 2 O clima de uma região, caracterizado de acordo com a pluviosidade e a temperatura, é um dos principais fatores determinantes de um bioma. Ele pode ser expresso em diagramas ombrotérmicos. Com base no exemplo desse tipo de diagrama, a seguir, res- ponda às questões. a) Quais estratos de vegetação são representados em cada diagrama? b) Em qual dos biomas a vegetação arbórea alcança maior altura? c) Em qual dos biomas pode-se dizer que há a for- mação de um dossel? Justifique. d) Qual bioma pode estar representado em cada diagrama? Justifique. 4 O curso dos rios costuma ser dividido em regiões, de acordo com a topografia do terreno: alto curso, médio curso e baixo curso. Quando o rio desagua no mar, recebe o nome de estuário. Nos estuários, frequen- temente se formam manguezais, biomas relativa- mente comuns nas costas brasileiras. Em comparação com as regiões de alto curso, os manguezais são muito produtivos e habitados por espécies que su- portam grandes variações nas condições ambientais. a) Como se explica a maior produtividade dos manguezais, em comparação com as regiões de cabeceira? b) Por que nos manguezais são encontrados orga- nismos resistentes à flutuação das condições ambientais? 5 A região do Pantanal é considerada a maior planície inundável do mundo, segundo a Comissão da ONU para o Meio Ambiente. No entanto, nesse bioma, a pluviosidade anual média não é mais elevada do que em outros biomas brasileiros, como o Cerrado, uma área não inundável. a) Como se explica o fato de o Pantanal ser uma área onde ocorre inundação durante muitos meses do ano, mesmo com pluviosidade semelhante à de áreas não inundáveis? b) Muitos especialistas associam a ocorrência perió- dica das inundações com a alta biodiversidade encontrada no Pantanal. Explique por que essa associação é possível. 6 Leia o texto e responda às questões a seguir. Das fantasias de Carnaval à maquiagem, roupas, bolsas, sapatos, papelaria […]. A onipresença do glitter e da purpurina deixa um rastro cintilante na avenida e nas redes sociais […]. […] Talvez nem todo mundo saiba, mas essas minús- culas cintilações que tanto interesse costumam des- pertar costumam ser fabricadas com plástico. Espe- cificamente, alumínio e polietileno tereftalato (PET). […] Além do problema de serem feitos de plástico, que leva centenas de anos para se decompor, há o de seu J F M A M J J A S O N D Te m pe ra tu ra (° C) 50 40 30 20 10 0 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Pr ec ip ita çã o (m m )precipitação temperatura 7 6 5 4 3 Al tu ra (m ) 2 1 Al tu ra (m ) 25 20 15 10 5 0 a) Nessa região, quais meses do ano correspondem à estação mais abundante em chuvas? b) E quais meses do ano correspondem à estação seca? c) Qual(is) bioma(s) brasileiro(s) poderia(m) desenvol- ver-se sob essas condições climáticas? Justifique. 3 O perfil da vegetação é um diagrama elaborado por biólogos para retratar o aspecto da vegetação de um lugar. Na elaboração do perfil, o biólogo procura registrar o tipo de vegetação predominante (ervas, arbustos, árvores, etc.), a altura e a presença dos vários estratos vegetais, a ocorrência de epífitas, etc. Observe os diagramas a seguir, que representam o perfil da vegetação de dois biomas brasileiros. ID /B R A B S tu di o C ap ar ro z/ ID /B R R ei na ld o V ig na ti/ ID /B R 140 Não escreva no livro. Atividades Ao final dos capítulos, há um conjunto de atividades sobre os assuntos do capítulo. Pode incluir um exemplo de atividade resolvida. PENSANDO CIÊNCIAS COMO CORRIGIR O SOLO ÁCIDO NA AGRICULTURA? A acidez do solo é um fator crucial para o plantio e para se obter bons resultados na co- lheita. Contudo, nem todos os solos se apre- sentam na faixa de pH ideal para determina- dos plantios. Vamos considerar o caso da batata: a maioria dos solos brasileiros desti- nados à plantação de batata é ácida, ou seja, apresenta pH abaixo da faixa ideal de cultivo, entre 5,5 e 6,0. Com base nessa informação, reúnam-se em grupos e imaginem a seguinte situação: um agricultor quer plantar batatas, mas o so- lo apresenta-se demasiadamente ácido para essa espécie de planta. Como vocês fariam para corrigir a acidez do solo, deixando-o pro- pício à utilização pelo agricultor? Decompondo o problema Detectado o problema complexo (corrigir o solo ácido para o plantio de bata- tas), é hora de decompô-lo em problemas mais simples, atentando aos detalhes. A solução desse problema passa por fatores como amostragem do solo, materiais que serão utilizados para corrigir seu pH, quantidade de material, entre outros. Procurem levantar questões como: • Qual é o pH ideal para o plantio de batatas? • Como medir o pH do solo para plantio? • Que materiais poderiam ser utilizados para corrigir essa acidez? • Qual é a quantidade de material a ser utilizada para essa correção? • Que equipamentos são necessários para realizar essas etapas? Reconhecendo padrões Nesta etapa, vocês devem identificar as características comuns entre os dife- rentes problemas e soluções. Vamos considerar uma das questões levantadas na etapa anterior: Que materiais poderiam ser utilizados para corrigir a acidez do so- lo? Vejamos alguns exemplos. Quando se está com acidez estomacal ou com ardor no estômago, é comum que um médico prescreva o uso de substâncias conhecidas como antiácidos, co- mo o bicarbonato de sódio e o hidróxido de magnésio (popularmente conhecido como leite de magnésia), para solucionar esse problema. Tanto o bicarbonato de sódio (NaHCO3) quanto o leite de magnésia (Mg(OH)2) reagem com os ácidos, em uma reação de neutralização. Nessa reação, os íons H1 da solução ácida reagem com os íons OH2 da solução básica, formando água. Nesse exemplo, o valor do pH deve subir, diminuindo a acidez. Discuta com os colegas de grupo se esse princípio seria aplicável ao problema em questão e por quê. Levantem exemplos de outras aplicações – como as indus- triais. Realizem essa etapa para os demais problemas levantados anteriormente. O desenvolvimento das batatasé prejudicado se a acidez do solo estiver alta. ne dn ap a/ S hu tt er st oc k. co m /ID /B R 104 Não escreva no livro. ESTUDO DE CASO MICO-LEÃO-DOURADO: UM SÍMBOLO DE LUTA PELA CONSERVAÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) é uma espécie endêmica da Ma- ta Atlântica do Rio de Janeiro que está em risco de extinção. O extenso desmata- mento desse bioma foi o principal responsável pelo quase completo extermínio dessa espécie. Restam apenas 7% da Mata Atlântica no Brasil, e apenas 2% do tipo de Mata Atlântica que serve de hábitat para esse animal. Em 2020, existiam cerca de 2 500 micos-leões-dourados vivendo livres na na- tureza, mas, na década de 1970, esse cenário era mais preocupante – havia ape- nas 200 indivíduos. Mico-leão-dourado. O mico-leão-dourado vive cerca de oito anos, tem hábito diurno e se alimenta de diversos frutos e pequenos animais. É um importante dispersor de sementes e, portanto, auxilia na preservação e na regeneração da Mata Atlântica. O biólogo e primatólogo Adelmar Coimbra Filho (1924-2016) exerceu um pa- pel decisivo na conservação do mico-leão-dourado e de outros primatas amea- çados de extinção. Desde o início da década de 1970, ele começou a desenvolver pesquisas para a reprodução do animal em cativeiro. Em 1984, os primeiros indi- víduos nascidos em cativeiro foram reintroduzidos na natureza, e atualmente cer- ca de um terço da população de micos-leões livres é oriunda desse tipo de manejo. Além disso, as atuações do primatólogo e do veterinário Alceo Magnanini (1925- ) foram fundamentais para a criação, em 1974, de uma área de proteção ambiental para o mico-leão-dourado, a Reserva Biológica (Rebio) de Poço das Antas, localizada em área de Mata Atlântica no Rio de Janeiro – a primeira reser- va biológica no Brasil. Sua origem foi motivada pela preservação do mico-leão-dourado e da pregui- ça-de-coleira (Bradypus torquatus), criticamente ameaçados de extinção na épo- ca, assim como pela proteção das poucas áreas remanescentes da Mata Atlânti- ca costeira. O Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado, que teve início em 1983, é um dos programas de conservação mais bem-sucedidos do mundo. Graças a ele, em 2003, a condição do mico-leão-dourado passou de criticamente ameaça- do de extinção para ameaçado de extinção. E dw in G ie sb er s/ N at ur e P L/ Fo to ar en a comprimento: 25 cm 156 Não escreva no livro. minúsculo tamanho. Os microplásticos, com um diâmetro inferior a 5 milímetros (como um grão de arroz), estão causando muitas dores de cabeça por suas consequências para os ecossistemas marinhos. […] Celia Ojeda, responsável por campanhas do Greenpeace Espanha, explica que essas partículas que facilmente chegam aos oceanos através das vias fluviais “ficam em suspensão nas primeiras ca- madas da água e entram na cadeia trófica porque os peixes as ingerem. Muitas vezes são encontra- dos microplásticos nos estômagos dos peixes e até mesmo em suas larvas. Os peixes estão se desen- volvendo com os microplásticos”. Há espécies ma- rinhas como os mexilhões e as ostras que os inge- rem ao se alimentarem por filtração da água, enquanto outras as assimilam por meio da ingestão de presas contaminadas ou quando os confundem com alimento. Os caranguejos, por exemplo, os ins- piram por meio das brânquias e os ingerem pela boca, como os peixes. […] Ainda se desconhece […] os efeitos que podem ter sobre o ser humano, já que é um assunto “em ple- na fase de investigação”. Além do mais, “a bioacumu- lação é muito lenta, por isso é muito difícil de demons- trar”, acrescentam no Greenpeace. Um dos estudos que tentam lançar um pouco de luz a respeito foi o apresentado há alguns meses […]. Entre suas con- clusões revelou que era patente a contaminação por microplásticos na água de torneira de vários países. […] Nuria, L. O lado sombrio do glitter: nem tudo brilha tanto como parece. El País, 8 fev. 2018. Disponível em: https:// brasil.elpais.com/brasil/2018/02/01/ ciencia/1517482578_498199.html. Acesso em: 26 maio 2020. a) Explique o que é bioacumulação. b) Por que o microplástico pode ser considerado mais danoso ao meio ambiente do que o plástico? c) Recentemente, surgiram opções de glitter menos agressivos ao meio ambiente. Qual é a principal característica que o material usado na produção desse glitter deve ter para ser considerado inofen- sivo ao meio ambiente? 7 Em agosto de 2019, foram registrados 30 901 focos de incêndio na Amazônia, o triplo do número identi- ficado no mesmo mês do ano anterior. A Amazônia é um ambiente úmido, por isso, não costuma se in- cendiar espontaneamente, o que significa dizer que o incêndio geralmente é provocado. São as chamadas queimadas, que fazem parte de práticas agrícolas tradicionais, nas quais o corte e a queima são formas de limpar a área para o cultivo. Se feita dentro das normas, essa prática é aceitável perante a lei. Uma das normas para a prática das queimadas é não realizá-la nos períodos de seca, quando a mata seca favorece o espalhamento do fogo e pode provocar grandes incêndios. O problema é que, muitas vezes, as queimadas estão relacionadas ao desmatamento de grandes áreas, principalmente aquelas que serão conver- tidas em pastos. • Quais são os possíveis impactos dos incêndios no ecossistema amazônico? 8 Leia o texto e, depois, responda às questões. Art. 3o Para os fins deste Decreto […] compreen- de-se por: I - Povos e Comunidades Tradicionais: grupos cul- turalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos na- turais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando co- nhecimentos, inovações e práticas gerados e trans- mitidos pela tradição. Brasil. Decreto Federal n. 6 040, de 7 de fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Brasília, DF: Presidência da República, [2007]. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/ decreto/d6040.htm. Acesso em: 31 maio 2020. Em 2020, estimava-se a existência no Brasil de 4,5 mi- lhões de pessoas pertencentes a comunidades tradi- cionais, ocupando 25% do território nacional. a) Qual é a importância da manutenção das comuni- dades tradicionais? b) Faça uma pesquisa sobre uma comunidade tradi- cional na região onde você vive. Descreva seu modo de vida e sua cultura. 9 O bioma Mata Atlântica é considerado um hotspot de biodiversidade. Estima-se que existam cerca de 20 mil espécies vegetais nesse bioma, o que torna a Mata Atlântica prioritária para a conservação da biodiversidade mundial. Porém, apenas cerca de 7,5% da cobertura vegetal original permanece preservada. a) O que significa ser um hotspot de biodiversidade? b) Quais são as principais causas de desmatamento na Mata Atlântica? c) Pesquise em sites especializados em ecologia e em meio ambiente ou em sites de instituições de pesquisa e de proteção ambiental quais estraté- gias de conservação estão sendo adotadas na Mata Atlântica. 141Não escreva no livro. Abstraindo o problema A ideia aqui é separar os pontos relevantes daqueles que não importam para a solução do problema. Tendo reconhecido os padrões, retornem à questão: Que materiais poderiam ser utilizados para corrigir a acidez? Por quê? Um método bastante comum no campo é a calagem, a aplicação de hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), uma base popularmente conhecida como cal hidratada. Ana- lise com seu grupo se essa seria uma boa opção e procure identificar aspectos que realmente importam para a solução do problema. Por exemplo: A marca do produto a ser utilizada é relevante? Neste momento, não. Importa quem vai apli- car este produto? Não. Mas outras questões são extremamente importantes, por exemplo: Este material é propício a ser utilizado em solos agriculturáveis?Ele tem um custo acessível? Ele é fácil de ser encontrado? Seu manuseio é seguro? Mon- tem uma tabela como a do modelo a seguir para cada material levantado. Se pre- ciso, realizem pesquisas na literatura especializada para obter as informações. Material É propício para o uso na agricultura? Custo Facilidade de obtenção Segurança Hidróxido de cálcio Sim /////////// ///////////////////////////// /////////////// /////////////////////// ////////////////////////////////////////////// /////////// ///////////////////////////// /////////////// /////////////////////// ////////////////////////////////////////////// /////////// ///////////////////////////// /////////////// Essas questões devem ser feitas para os demais problemas. É essencial saber a quantidade do produto a ser utilizada, pois um solo básico também pode ser um problema para o plantio. Também é importante ter um método consistente de medição do pH, ferramentas adequadas para realizar as aplicações, entre ou- tros itens. Faça pesquisas sempre que for necessário. Buscando soluções Este é o momento em que se elabora uma possível solução para o problema prin- cipal, deixando claro o material a ser utilizado, em qual quantidade, como fazer essa aplicação, entre outros aspectos. Compartilhem suas ideias com o professor. Elaborando o algoritmo O algoritmo refere-se ao passo a passo necessário para instruir al- guém ou alguma máquina a fazer determinada coisa. Neste momen- to, deve-se focar no que é essencial para a correta execução do que está sendo instruído. Um bom exemplo de algoritmo é o passo a pas- so para a confecção de um barco de papel. É essencial que nele este- jam as principais informações do que precisa ser feito e em que ordem. Com a solução definida e com as informações que pesquisaram e discutiram, troquem ideias e elaborem um algoritmo para a corre- ção do solo ácido para o plantio de batatas. PARA DISCUTIR 1 Reúnam-se com os demais grupos e compartilhem o algoritmo que seu gru- po produziu. Compare-o aos demais. Há diferenças? Se sim, quais? 2 Essas diferenças poderiam ser utilizadas para melhorar o algoritmo que seu grupo produziu? Ou podem ajudar o algoritmo de outros grupos? Elaborem argumentos que justifiquem como isso pode ser feito. 3 Vocês sentiram dificuldade em alguma parte dessa atividade? Qual? Como vocês a resolveram? O algoritmo para a elaboração de um barco de papel deve informar o que deve ser feito e em que ordem, por exemplo: 1. Obtenha uma folha de papel sulfite A4; 2. Dobre a folha exatamente ao meio, no sentido do maior lado; 3. Mantenha a folha dobrada e dobre-a novamente, mais uma vez no sentido do maior lado; e assim por diante. M ax im ili an 10 0/ S hu tt er st oc k. co m /ID /B R 105Não escreva no livro. Além de habitar a Rebio de Poço das Antas, a es- pécie ocupa a Rebio União e 21 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), todas Unidades de Conservação, somando um total de 16 600 ha de área e compreendendo cerca de 20 fragmentos florestais. Estudos apontaram a meta do projeto para 2025: tirar o mico-leão-dourado da lista dos animais amea- çados de extinção. Para isso, será necessário que, no mínimo, 2 mil micos vivam livres em 25 000 ha de mata. Reúna-se com os colegas para realizar as ativida- des a seguir. 1 Segundo o texto, qual é o principal desafio para que a meta de tirar o mico-leão-dourado da lista de animais ameaçados de extinção seja atingida em 2025? Além da reintrodução de animais nascidos em cativeiro, o programa de con- servação do mico-leão-dourado utiliza outra técnica de manejo de animais chamada translocação, na qual os indivíduos que vivem em fragmentos flo- restais muito pequenos são translocados para áreas maiores. Esse manejo tem o objetivo de aumentar a variabilidade genética da espécie e diminuir a vulnerabilidade dos animais que estão sujeitos à destruição de pequenos frag- mentos de mata. 2 Por que a translocação de micos-leões-dourados auxilia no aumento da va- riabilidade genética da espécie? Qual é a importância da variabilidade gené- tica para o sucesso de uma espécie? Existem hoje cerca de 18 populações isoladas de micos-leões-dourados cons- tantemente monitoradas, divididas em diferentes fragmentos de floresta. Os es- tudos indicam que nenhuma dessas populações é viável a longo prazo se perma- necer isolada. Uma das ações que visa restabelecer a conectividade entre as populações é a criação de corredores florestais, com a plantação de árvores nati- vas interligando as áreas isoladas de mata. 3 Por que as populações isoladas de micos-leões-dourados não são viáveis a longo prazo? Por que a estratégia de criar corredores florestais auxilia na superação desse problema? 4 Quais são os papéis das Unidades de Conservação na preservação da di- versidade biológica? Façam uma pesquisa em sites confiáveis, caso seja necessário. 5 O mico-leão-dourado é uma espécie-bandeira na conservação da Mata Atlântica. Expliquem o que é uma espécie-bandeira e pesquisem outros exemplos de espécies-bandeiras brasileiras. Discuta com os colegas sobre a importância do uso de espécies-bandeiras para a conservação da bio- diversidade. 6 Que outras ações, além das abordadas até aqui, vocês acreditam que podem ser tomadas para que a meta de salvar o mico-leão-dourado da ameaça de extinção seja atingida até 2025? Pesquisem em sites confiáveis sobre as iniciativas do Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado e verifiquem se elas se assemelham àquelas apontadas por vocês. Th e N ew Y or k Ti m es /F ot oa re na Engenheiro florestal mostra as áreas que estão sendo restauradas para reconectar fragmentos da mata na Reserva Biológica de Poço das Antas, em Silva Jardim (RJ). Foto de 2019. 157Não escreva no livro. 6 (Unicamp-SP) A derrubada de florestas para mineração causa indignação em muitos cidadãos preo- cupados com a proteção ambiental. Contudo, não se observa o mesmo nível de preocupação em re- lação à atividade pecuária. A produção de carne é também responsável pelo desmatamento e por cerca de 18% da emissão de gases do efeito estufa. A evolução da emissão total de gás carbônico equivalente da humanidade (em Gt CO2 eq por ano) é mostrada na figura A. Já a figura B mostra a emissão anual média de gás carbônico equivalente (em t CO2 eq por pessoa por ano) somente com a alimentação, para duas diferentes dietas. Figura A: adaptada de PBL Netherlands Environment Agency. Disponível em: www.pbl.nl. Figura B: adaptada de Shrink That Footprint. Disponível em: www.shrinkthatfootprint.com. Acessos em: 15 out. 2017. a) Considerando que toda a população mundial seja “amante de carne”, qual é a porcentagem de emissão de CO2 equivalente devida somente à alimentação, em relação à emissão total? Mostre os cálculos. b) Se, em 2018, toda a população da Terra resolvesse adotar uma dieta vegana, a emissão total de gases voltaria ao nível de qual ano? Justifique sua resposta. Considere que toda a população atual seja “amante de carne”. Dados: a população mundial atual é de 7,6 ? 109 habitantes; giga-toneladas (Gt) 5 1,0 ? 109 toneladas. 7 Leia o texto e, depois, responda às questões. Nos últimos anos, vem crescendo no Rio Grande do Sul e em outros estados do Brasil o trabalho de um grupo de pequenos agricultores que se dedicam a manter saberes tradicionais e o patrimônio genético que marcam a história da agricultura no Estado. Os guardiões e guardiãs de sementes crioulas vêm resgatando e preservando não só sementes, mas tam- bém saberes e práticas agroecológicas que buscam diminuir a dependência da agricultura em relação aos atuais pacotes tecnológicos das grandes empresas transnacionais do setor, marcados pelo uso intensivo de agrotóxicos e outros insumos químicos. […] Um dos princípios que orienta o trabalho dos guardiões de sementes crioulas é a busca da autossuficiên- cia nas propriedades agrícolas, condição necessária para uma maior independência econômica e paraasse- gurar a qualidade do que está sendo produzido. […] WeissheiMer, M. Guardiões de sementes crioulas: uma luta por autossuficiência, sabor e saber. Sul 21, 22 jul. 2018. Disponível em: https://www.sul21.com.br/ultimas-noticias/geral/2018/07/guardioes-de-sementes-crioulas-uma-luta-por- autossuficiencia-sabor-e-saber/. Acesso em: 2 jun. 2020. a) Pesquise o que são sementes crioulas e sua relação com as práticas tradicionais de agricultura. b) A agroecologia é um sistema de produção agrícola que une conhecimentos tradicionais e científicos. Estudos mostram que as técnicas de agroecologia trazem benefícios ambientais, sociais e econômicos. O texto cita um benefício social e econômico do uso das sementes crioulas. Qual é esse benefício? c) Em sua opinião, estratégias como a agroecologia e o uso de sementes crioulas são benéficas para o meio ambiente? Explique. 60 70 50 40 30 1985 1995 2005 2015 2025 Gt CO₂ eq histórico tendência t CO₂ eq/pessoa/ano amante de carne vegano 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 carne vermelha cereais outras carnes vegetais laticínios outros G rá fic os : I D /B R A B 159Não escreva no livro. CIÊNCIA TEM HISTÓRIA A viagem filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira Nas três últimas décadas do século XVIII, o governo de Portugal caracterizou-se pelo absolu- tismo ilustrado, que se inspirava nas ideias filosóficas do Iluminismo, que, por sua vez, priorizava a ciência e a educação. Nessa época, o Brasil contava apenas com os seminários jesuítas, sem instituições de Ensino Superior. Por isso, muitos jovens brasileiros das classes mais ricas foram enviados para estudar em Portugal. Entre eles, estava o baiano Alexandre Rodrigues Ferreira (1756-1815), que, aos 14 anos, foi enviado para a Universidade de Coimbra, em 1770. Em 1774, transferiu-se para a Faculdade de Filosofia Natural, onde se titulou quatro anos depois, em 1778. Enquanto estudava, Alexandre foi “demonstrador” de História Natural, atuando de modo se- melhante a um técnico ou estagiário de laboratório dos cursos de Ciências Biológicas dos dias de hoje. Essa experiência e seu engajamento no curso renderam-lhe o convite de seu professor, Do- mingos Vandelli (1735-1816), para chefiar uma “viagem filosófica” pelas então capitanias do Grão-Pará (atual estado do Pará), São José do Rio Negro (atual Amazonas) e Mato Grosso. Os objetivos da expedição, que partiu do porto de Lisboa em 1o de setembro de 1783, eram muitos e variados. Havia uma forte motivação econômica, voltada ao inventário das riquezas na- turais de interesse comercial. Do ponto de vista científico, interessavam não apenas os estudos sobre fauna, flora e minerais, como também os estudos antropológicos, inventariando os povos indígenas, seus hábitos e costumes. Além dos relatórios técnicos e científicos, cabia a Alexandre a supervisão de todos os aspec- tos práticos da viagem; ele também se ocupava de instruções burocráticas da Coroa portuguesa e da mediação com os líderes políticos e militares locais. Durante nove anos, ele percorreu 39 mil quilômetros de hileia, denominação dada à floresta equatorial amazônica pelos naturalistas Ale- xander von Humboldt (1769-1859) e Aimé Bonpland (1773-1858), e de sertão, o que lhe rendeu um riquíssimo material, coletado e enviado para o Real Museu de Lisboa. Investigando os produtos naturais sob o olhar pragmático da exploração comercial, Alexan- dre Rodrigues Ferreira escreveu sobre a exploração do peixe-boi e das tartarugas. Sem ante- cipar qualquer preocupação conservacionista como a que seria desenvolvida a partir do final do século XIX, seu texto ilustra a visão exploradora que caracterizou as relações do homem com a natureza no século XVIII. Após descrever os usos que se pode dar à pele do peixe-boi, Ferreira ressalta as consequên- cias econômicas da pesca sem controle: Sem dúvida de tantas utilidades quantas são as que deste mamífero se tiram, nenhum policiamento é feito de sua pesca. Um peixe-boi para chegar ao seu devido crescimento deve gastar anos e todos os que aparecem são arpoados, mesmo as fêmeas prenhas. As fêmeas não parem mais de um até dois fi- lhos por ano. Os filhotes tirados do ventre das mães que são arpoadas, para nada servem. Não se co- nhece o tempo de criação e o arpoador fica feliz quando encontra um filhote para mais fácil arpoar a mãe. Arpoam-nos em todos os tamanhos, sem distinção de idade. Por isto não deve causar espanto a sua raridade em alguns lagos onde já não os encontramos há alguns anos. Ferreira, A. R. Viagem filosófica pelas capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá: memórias – zoologia e botânica [1786]. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1972. p. 62. PARA DISCUTIR 1 Como se percebe, pelos relatos de Alexandre Rodrigues Ferreira, a exploração excessiva de recursos naturais, como a carne de tartaruga e de peixe-boi, é uma preocupação bastante antiga. Como você descreveria a situação atual desse problema? Os recursos naturais são explorados de forma mais racional? 139Não escreva no livro. PRÁTICAS DE CIÊNCIAS Para concluir 1 Identifiquem, na imagem I, entre as áreas A, B e C, a área em que houve maior alteração na ve- getação. Justifiquem suas respostas. 2 Observem as áreas circuladas na imagem I e proponham uma interpretação para o uso do solo nessas áreas. 3 Na imagem II, a linha apontada pela seta D po- de representar qual elemento da paisagem? Justifiquem suas respostas. 4 A linha apontada pela seta E, na imagem II, po- de ser interpretada como uma estrada. Vocês identificam outro tipo de ocupação humana nes- sa paisagem? Expliquem. 5 Como o uso de imagens obtidas por satélite po- de auxiliar os órgãos governamentais a fiscali- zar a exploração dos recursos naturais em áreas florestadas? INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS DE SENSORIAMENTO REMOTO A produção e a interpretação de imagens de sensoriamento remoto podem ser grandes aliadas na con- servação ambiental. Nesta atividade, você e os colegas vão interpretar algumas dessas imagens. Material • imagens de SR dos satélites Landsat e CBERS Como fazer 1 Organizem-se em grupos de dois a três integrantes. 2 Observem as imagens de satélite mostradas a seguir e interpretem os elementos da paisagem. Para isso, considerem que as cores aplicadas artificialmente indicam diferentes elementos (áreas florestais, áreas agrícolas, áreas desmatadas, áreas urbanizadas, rios, estradas, etc.). Notem, ainda, que as ima- gens A, B e C são fotografias aéreas das zonas indicadas pelas setas amarelas. Áreas da floresta Amazônica e fotografias aéreas mostrando os níveis de degradação em três áreas diferentes (A, B e C). Imagem composta com dados obtidos pelos satélites Landsat e CBERS. Região da cidade de Piracicaba (SP) e arredores. Imagem obtida pelo satélite Landsat 5, em 1985. A lm e id A , C . M ./I np e/ ID /B R In pe /ID /B R I II A B C D E 153Não escreva no livro. Questões globais Questões mais elaboradas e/ou atividades de vestibulares do país e do Enem para você se familiarizar com os exames de ingresso no Ensino Superior. Ciência, tecnologia e sociedade Apresenta um texto de circulação social e estimula a reflexão sobre ciência e tecnologia e suas implicações na sociedade. Ciência tem história Apresenta e discute o contexto em que algumas das ideias científicas foram construídas, estimulando a discussão e a reflexão. Práticas de Ciências Atividades práticas, experimentais e investigativas levam você a desenvolver as várias formas de investigação próprias da ciência. AT IV ID A DE S SE ÇÕ ES Pensando Ciências Apresenta um problema/uma questão a ser solucionado(a) por meio da aplicação do pensamento computacional. Estudo de caso Texto narrativo em que uma personagem ou um narrador apresenta uma situação- -problema, para que você e os colegas discutam e, em grupo, proponham uma solução e/ou interpretação para o caso. ROTEIRO 1. Uma grande plantação foi pul- verizada com inseticida.Após um ano, os agricultores per- ceberam que a população de sapos da região diminuiu. Sa- bendo que a saúde dos sapos não foi prejudicada pelo inse- ticida, o que pode ter causado essa diminuição? Roteiro Ao longo dos capítulos, atividades trabalham os conteúdos dos tópicos estudados. QUESTÕES GLOBAIS A relação entre a sociedade e a natureza vem sofrendo profundas mudanças em razão do conhecimento técnico. A partir da leitura do texto, identifique a possível consequência do avanço da técnica sobre o meio natural. a) A sociedade aumentou o uso de insumos químicos – agrotóxicos e fertilizantes – e, assim, os riscos de contaminação. b) O homem, a partir da evolução técnica, con- seguiu explorar a natureza e difundir har- monia na vida social. c) As degradações produzidas pela exploração dos recursos naturais são reversíveis, o que, de certa forma, possibilita a recriação da natureza. d) O desenvolvimento técnico, dirigido para a recomposição de áreas degradadas, superou os efeitos negativos da degradação. e) As mudanças provocadas pelas ações humanas sobre a natureza foram mínimas, uma vez que os recursos utilizados são de caráter renovável. 4 (Enem) Para se adequar às normas ambientais atuais, as construtoras precisam prever em suas obras a questão do uso de materiais de modo a minimizar os impactos causados no local. Entre esses materiais está o chamado concre- grama ou pisograma, que é um tipo de revesti- mento composto por peças de concreto com áreas vazadas, preenchidas com solo gramado. As figuras apresentam essas duas formas de piso feitos de concreto. 1 (Enem) Corredores ecológicos visam mitigar os efeitos da fragmentação dos ecossistemas promovendo a ligação entre diferentes áreas, com o objetivo de proporcionar o deslocamento de animais, a dispersão de sementes e o au- mento da cobertura vegetal. São instituídos com base em informações como estudos sobre o deslocamento de espécies, sua área de vida (área necessária para o suprimento de suas necessidades vitais e reprodutivas) e a distri- buição de suas populações. Disponível em: www.mma.gov.br. Acesso em: 30 nov. 2017. (Adaptado.) Nessa estratégia, a recuperação da biodiversi- dade é efetiva porque a) propicia o fluxo gênico. b) intensifica o manejo de espécies. c) amplia o processo de ocupação humana. d) aumenta o número de indivíduos nas popu- lações. e) favorece a formação de ilhas de proteção integral. 2 Leia o texto e responda às questões. A paz, a equidade de gênero e raça e o de- senvolvimento sustentável, tão essenciais para nosso futuro, são mais que nunca, demandas urgentes para o Brasil. Mas, somente será pos- sível de fato sanar a pobreza, a fome, o trabalho não digno, incluindo o trabalho e exploração infantil, a emergência climática, por exemplo, com a participação das juventudes […]. Grupo de Trabalho da Sociedade civil para a aGenda 2030. III Relatório luz da sociedade civil da Agenda 2030: Brasil 2019. p. 5. Disponível em: https:// gtagenda2030.org.br/relatorio-luz/relatorio- luz-2019/. Acesso em: 15 maio 2020. a) Como o consumo consciente praticado pela juventude pode auxiliar no esforço de pro- mover o desenvolvimento sustentável? b) Discuta com os colegas sobre quais modifi- cações poderiam ser adotadas para adotar uma relação mais consciente com o consumo? 3 (Enem) Se, por um lado, o ser humano, como animal, é parte integrante da natureza e neces- sita dela para continuar sobrevivendo, por outro, como ser social, cada dia mais sofistica os mecanismos de extrair da natureza recursos que, ao serem aproveitados, podem alterar de modo profundo a funcionalidade harmônica dos ambientes naturais. roSS, J. L. S. (org). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2005. (Adaptado.) R ei na ld o V ig na ti/ ID /B R A utilização desse tipo de piso em uma obra tem o objetivo de evitar, no solo, a a) impermeabilização. b) diminuição da temperatura. c) acumulação de matéria orgânica. d) alteração do pH. e) salinização. 5 Em 2019, um grande volume de rejeitos de uma mineradora se espalhou pela região de Bruma- dinho (MG) e destruiu cerca de 125 hectares de florestas, além de ter atingido o rio Paraopeba, um dos principais afluentes do rio São Francisco. a) Qual foi a consequência do avanço da lama para a biodiversidade do ambiente? Justifique. b) Cite dois fatores decisivos para a recuperação da fauna local. 158 Não escreva no livro. CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE Manejo intensivo de colmeias […] As abelhas constituem o grupo economicamente mais importante de polinizadores em todo o mundo. Trinta e cinco por cento da produção mundial de alimentos depende de poliniza- dores […], e as abelhas colaboram de maneira bastante expressiva, atuando como agentes de polinização em aproximadamente 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo […]. […] Em função do baixo valor do mel pago aos produtores, da intensa urbanização e da ex- pansão de novas fronteiras agrícolas, a produção mundial de mel tem reduzido. Esses fatores le- vam muitos apicultores a buscar fontes de renda alternativas. A principal delas é o aluguel das colmeias para polinização de cultivos. Citamos como exemplo o aluguel de colônias para a poli- nização de cultivos de amêndoas nos Estados Unidos e para a cultura da macieira no sul do Bra- sil. Entretanto, esse manejo e o transporte de colmeias para culturas diferentes dos habituais po- dem causar estresse às abelhas, o que prejudica o desenvolvimento, a condição nutricional e a produção da colônia em anos subsequentes. Nesses monocultivos em que as colmeias são ins- taladas para a polinização, nem sempre são observadas fontes de água de qualidade para as abe- lhas. Além disso, em regiões quentes, a falta de sombreamento nesses locais pode com- prometer o desenvolvimento adequado da colônia. Quando as abelhas saem do seu local de origem e são direcionadas para outras cul- turas, elas devem alimentar-se de pólen de alta qualidade para restaurar os níveis de proteína no corpo. Esse objetivo pode ser alcançado transportando as abelhas para lo- cais com excelentes recursos florais ou alimentando-as. […] […] as deficiências nutricionais nas colônias podem prejudicar as reservas de ali- mento. Com isso, os cuidados com as crias podem ser afetados, aumentando o caniba- lismo e influenciando diretamente no estado nutricional das gerações subsequentes de operárias. Esses acontecimentos comprometem de forma direta e indireta o desenvol- vimento da colônia, suprimindo os mecanismos naturais de defesa das abelhas, bem como a manutenção do número adequado de abelhas em cada casta. […] Rosa, J. M. da et al. Desaparecimento de abelhas polinizadoras nos sistemas naturais e agrícolas: existe uma explicação? Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 18, n. 1, p. 154-162, 2019. Disponível em: http://revistas.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/10301. Acesso em: 8 maio 2020. O desaparecimento de abelhas nativas vem sendo observado em todo o mundo e tem si- do motivo de grande preocupação entre apicultores e agricultores. Leia, no texto a seguir, um exemplo de estratégia para reduzir o déficit de polinização em culturas. PARA DISCUTIR 1 Quais são as possíveis consequências de um manejo inadequado de colmeias, a longo prazo, do ponto de vista ambiental e econômico? 2 Por que o manejo de abelhas polinizadoras pode ser considerado uma ferramenta im- portante na implementação de ações de conservação e no incremento da produção em cultivos agrícolas? 3 De que maneira agricultores e apicultores poderiam trabalhar em parceria para um mo- delo de desenvolvimento mais sustentável? 4 Pensando em políticas públicas voltadas à apicultura, o que o governo poderia fazer para ajudar os pequenos produtores de mel no Brasil? R ic ar do A zo ur y/ Pu ls ar Im ag en s Apicultor manipulando caixa de abelhas europeias (Apis mellifera) para extração de mel em Itamonte (MG). Foto de 2020. 52 Não
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