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Psicologia Comportamental - Caso clínico Fuga e Esquiva

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Psicologia Comportamental - Estudo de Caso clínico (Fuga e Esquiva) 
 
Descrição do caso clínico: história, queixa (envolve comportamento problema). 
Maria Eduarda, uma jovem de 25 anos, busca atendimento psicológico com a queixa de 
dificuldade de se relacionar com as pessoas. Sente que sempre está sendo julgada, incomodando, 
e que na realidade ninguém gosta dela de verdade. Isso torna impossível fazer amigos e manter 
relacionamentos amorosos, e por isso se sente muito sozinha. Ao perguntar como são as relações 
dela, diz que costuma se afastar de todos assim que surge uma adversidade, e depois de um tempo, 
deixou até mesmo de tentar interagir com os outros para evitar o sentimento de julgamento que 
sente, se isolando. Ao questionar sobre sua infância, conta que seus pais eram muito rigorosos, 
exigindo notas altas, organização e até mesmo cobranças sobre sua aparência. Quando algo não 
acontecia como eles desejavam, ela sofria agressões verbais, inferiorizando sua aparência, 
inteligência e capacidade, dizendo que ela “não servia para nada”, e “só sabia incomodar”. 
 
Quais as respostas (comportamentos-problema) identificadas? 
Nesse caso, ela desenvolveu o comportamento de não se relacionar com as pessoas, onde 
se pode identificar uma resposta de fuga, quando se afasta das pessoas quando surge alguma 
contradição, rompendo a relação. Outra resposta que se pode identificar é a de esquiva, pois ela 
se isola para prevenir os sentimentos negativos de julgamento que sente ao interagir com as 
pessoas. 
Quais as consequências mantenedoras? 
 Não interagindo com as pessoas, não sente que está incomodando ou sendo julgada pelos 
outros, sendo confortável permanecer sozinha. E isso mantém o comportamento de se isolar e se 
afastar de todos, pois elimina a situação aversiva de quando ocorre algum desentendimento ou 
adversidade nas relações. 
Identificar a partir da análise funcional, a relação punitiva original. 
A análise funcional é a busca da função do comportamento com base na sua interação 
com o ambiente, e no caso, a função do comportamento de se isolar e se afastar das pessoas, foi 
devida ás punições que sofreu pelos pais durante a infância. As agressões verbais constantes, onde 
diziam ela incomodar, ou ser incapaz de fazer as coisas, fizeram ela se sentir insuficiente, 
preferindo não se relacionar, pois sente que todos pensam o mesmo dela. Gerou inseguranças em 
todos seus relacionamentos, refletindo nos outros o que seus pais fizeram com ela, se sentindo um 
alvo para apontarem seus defeitos. 
Explicar a partir da leitura, como se deu o entendimento do caso. 
Estímulos aversivos, que agem através da coerção, geram respostas de fuga e esquiva, 
onde a esquiva acontece posteriormente a fuga. O comportamento de fuga é o comportamento 
que retira determinado estímulo aversivo presente no ambiente (Skinner, 1953). Aplicado ao caso, 
a punição sofrida pela jovem foi as agressões verbais que sofreu pelos pais, desenvolvendo 
problemas de autoestima e relações com as pessoas. Desenvolveu uma resposta de fuga, onde ao 
surgir qualquer adversidade com alguém, se afasta e corta o relacionamento, pois isso é um 
estimulo aversivo para ela. Posteriormente, a esquiva se desenvolveu de forma a prevenir que 
experimente os estímulos aversivos novamente, evitando novos relacionamentos e se isolando das 
pessoas. A esquiva impede que um evento indesejado aconteça. É um ajustamento mais adaptativo 
a punição do que é a fuga. Faz mais sentido impedir um choque do que escapar depois que ele 
tenha começado (Sidman, 2003). 
Skinner (1953) definiu leis comportamentais para explicar como as consequências agem 
na frequência de um comportamento, onde: Reforço positivo - Fortalecimento de comportamentos 
que são seguidos por reforçadores positivos. Reforço negativo - Fortalecimento de 
comportamentos que removem reforçadores negativos. Punição positiva - Enfraquecimento de 
comportamentos que são seguidos por reforçadores negativos, e Punição negativa - remoção de 
reforçadores positivos. A coerção se dá através da punição e do reforçamento negativo. 
De acordo com Sidman (2003), reforçadores negativos e punidores são os mesmos 
eventos, mas funcionam de maneira diferente. Enquanto o reforçamento negativo torna uma ação 
mais provável, a punição torna uma ação menos provável. Ao aplicar no caso, a punição tornou o 
comportamento de se relacionar menos provável, pois impede que ela sinta que está incomodando 
ou sendo julgada. Se trata de punição positiva, que na presença do estímulo (agressões verbais, 
julgamento), apresentará uma resposta de diminuição de frequência do comportamento 
(relacionar-se). Posteriormente, esse comportamento também recebe o valor de reforço negativo, 
pois o estar distante das pessoas, com as consequências mantenedoras de não se sentir um 
incomodo ou que estão apenas apontando seus defeitos, torna a ação de se isolar reforçadora, o 
que atua cada vez mais reforçando o comportamento de se afastar. Visto que o reforço negativo 
se trata do aumento da frequência de um comportamento (isolar-se), pela retirada do estímulo que 
é desagradável (sentimento de julgamento). 
 
Referencias: 
SIDMAN, M. Coerção e suas implicações. Campinas? Editora Livro Pleno, 2003. Capítulos 6, 7, 
8 e 9. 
Skinner, B.F. (1953). Ciência e comportamento humano. São Paulo: Martins Fonte

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