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CURSO DE PSICOLOGIA Julia Lais Schmitz Paulina Chaves Gonçalves RELATÓRIO FINAL DE ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO Foz do Iguaçu 2021 Julia Lais Schmitz, Paulina Chaves Gonçalves RELATÓRIO FINAL DE ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO Foz do Iguaçu 2021 Relatório Final de Psicologia Experimental apresentado à disciplina de Análise Experimental do Comportamento no curso de Psicologia do Centro de Ensino Superior de Foz do Iguaçu Professora: Fabiana Albertim Kaiser RESUMO O seguinte trabalho se trata da Análise Experimental do Comportamento, fundamentado na teoria do Psicólogo Burrhus Frederic Skinner. Foi realizado em dupla, e apresentará os resultados dos experimentos que foram desenvolvidos com o rato virtual Sniffy, em um laboratório virtual, inserido em uma caixa que simula a caixa de Skinner, para fins de observação e análise da resposta do rato frente os procedimentos realizados, em comparação com a fundamentação teórica. Foram realizados seis procedimentos, obtendo os seguintes resultados: Nível Operante, que apresentou o comportamento frente a ausência de variáveis de reforço, agindo apenas a explorar a caixa; Treino ao comedouro, fazendo uso de reforçador associado a um estímulo sonoro, tendo como resultado Sniffy condicionado a responder ao estímulo e direcionar-se ao comedouro para se alimentar quando ouvisse o som; Modelagem, onde se modelou o rato até que emitisse a resposta de pressão a barra, através de princípios de reforçamento e extinção de comportamentos que antecedessem o comportamento alvo, como consequência, Sniffy aprendeu o comportamento de resposta de pressão a barra; Reforçamento contínuo, onde era reforçado toda vez que pressionasse a barra, emitindo o mesmo de forma contínua; Razão Fixa, com o reforçador sendo liberado após uma quantidade de respostas fixa, observando que Sniffy as executava de maneira continua até o recebimento do reforço e com um intervalo na sequência após ser reforçado; Extinção Operante, onde se retirou o reforçador ao pressionar a barra para extinção do comportamento, no entanto, Sniffy apresentou a resposta de aumento de frequência do comportamento frente a extinção até o final do experimento, não sendo possível extinguir o comportamento. O objetivo é demostrar como o individuo opera sobre o ambiente, e analisar a resposta emitida por ele, visto que, o comportamento do rato se aproxima aos padrões comportamentais humanos, sendo observáveis em experimentos controlados, e com isso, através dos insights dessas práticas, é possível compreender melhor o comportamento humano. Palavras Chaves: Comportamento, Experimento, Caixa de Skinner. INTRODUÇÃO Dentro da teoria da Análise Experimental do Comportamento, Skinner definiu alguns conceitos para o entendimento do comportamento. Para a realização desse trabalho, realizou-se uma pesquisa teórica acerca dos temas desenvolvidos por ele, sendo eles: Comportamento Operante, Treino ao Comedouro, Modelagem, Reforçamento Contínuo, Esquemas de reforçamento de Razão fixa, de Reforço Contínuo e Extinção Operante. Para em sequência, aplicar a teoria em seis experimentos práticos, realizados com um rato virtual, nomeado Sniffy. O objetivo final foi o de analisar os comportamentos emitidos pelo rato, observando se houve a aplicabilidade do embasamento teórico a prática. Comportamento operante é o comportamento capaz de produzir consequências, de tal modo que tais consequências interferem na probabilidade de ocorrência futura deste comportamento (SKINNER, apud MOREIRA e MEDEIROS, 2007). Consiste em um comportamento que atua a modificar o ambiente, e essas mudanças irão interferir na ocorrência futura do comportamento. Para Skinner (2003), comportamento é a interação entre organismo e ambiente, que forma um fenômeno singular de inter- relação, já que o comportamento promove modificações no ambiente e ao mesmo tempo é influenciado por elas, ou seja, o comportamento é determinado pelas relações com o ambiente. Desse modo, ao indivíduo interagir com o ambiente, provoca mudanças, e a depender da consequência que recebe na sua interação com o meio, irá ou não continuar a emitir um determinado comportamento. Portanto, o comportamento gera consequências, e é controlado por elas. Um fator diretamente relacionado a emissão de comportamentos é a aplicação de reforçadores. Reforço, para Skinner (2003), é a consequência que aumenta a probabilidade de ocorrência de uma resposta. O indivíduo produzirá uma resposta frente a um estimulo, se receber uma consequência reforçadora frente a sua resposta, se obterá um aumento da sua frequência. Segundo Moreira e Medeiros (2007), o reforço possui também o efeito de diminuir a frequência de outros comportamentos. Ao se reforçar um comportamento determinado, os que não recebem reforço passam a ter uma emissão mais reduzida. Outro efeito observado é o de uma diminuição na variabilidade comportamental. Conforme se reforça um comportamento, ele passa a adquirir um padrão, para fins de receber o reforço de maneira cada vez mais consistente. Existem esquemas de reforçamento contínuos e intermitentes. No reforço contínuo, toda resposta é reforçada, é o esquema ideal para se ensinar novos comportamentos, pois o indivíduo relaciona claramente o comportamento ao reforço. No entanto, na realidade nem todos comportamentos são reforçados, se limitando apenas a alguns, e isso é chamado de reforço intermitente. Dentro dos esquemas de reforçamento intermitente, existem quatro variáveis: de razão fixa e razão variável, organizadas por um número de respostas, podendo ser fixas, ou variáveis; e de intervalo fixo e intervalo variável, organizados pelo tempo, novamente, podendo ser fixo ou variável. De acordo com Moreira e Medeiros (2007), devido a relatividade de receber uma consequência reforçadora, nos esquemas de reforço intermitentes a taxa de resposta é maior que nos esquemas de reforço contínuo, pois se emitem mais comportamentos para chegar ao reforço, enquanto nos esquemas contínuos, a resposta sempre vem acompanhada da consequência reforçadora, sem muito esforço, o que também gera um efeito de saciação, diminuindo a frequência de emissão de respostas. No esquema de Razão Fixa, um número de respostas é determinado para que ocorra o reforçamento. A Extinção Operante é quando um comportamento que antes tinha uma consequência reforçadora deixa de ser reforçado, e então, inicialmente, se observa uma resposta de aumento da frequência, pois está buscando ser reforçado, e depois, após perceber que não obterá a consequência reforçadora, o sujeito deixa de emitir o comportamento, e ele então entra em extinção, retornando ao seu nível operante. Quando suspendemos o reforço de um comportamento, verificamos que a probabilidade desse comportamento ocorrer diminui (retorna ao seu nível operante, isso é, a frequência do comportamento retoma aos níveis de antes de o comportamento ter sido reforçado). Esse procedimento (suspensão do reforço) e o processo dele decorrente (retorno da frequência do comportamento ao nível operante) são conhecidos como Extinção Operante. (MOREIRA; MEDEIROS, 2007, p. 55.) A Extinção pode apresentar resistência, que inicialmente é observada através de uma elevação da taxa de resposta ao comportamento que anteriormente foi reforçado. De acordo com Moreira e Medeiros (2007), a resistência a extinção pode ser definida como o tempo, ou número de vezes, que um indivíduo continua a emitir uma resposta, após a suspensão do reforço. Quanto mais emitir a resposta após essa suspensão, maior é a resistência a extinção. Após o entendimento de reforço e extinção, se pode aplicar a modelagem docomportamento. Se trata de uma estratégia para ensinar um novo comportamento, que anteriormente não existia, por meio de aproximações sucessivas de outros comportamentos, através de reforços e extinções. Segundo Moreira e Medeiros (2007), todos comportamentos surgem de comportamentos anteriores, que já existiam no repertório do indivíduo. Consiste em reforçar os comportamentos que se aproximem do desejado, avançando em etapas, e quando a emissão já for suficiente, se inicia a extinção do mesmo, para reforçar a seguinte etapa, cada vez mais próxima ao comportamento desejado. Após extinções dos comportamentos anteriores, é reforçado apenas o comportamento alvo, e quando o indivíduo aprende esse comportamento e abandona os anteriores, é considerado modelado. METODOLOGIA A pesquisa realizada é de caráter experimental, por meio da observação direta e estruturada do comportamento de um rato albino, denominado Sniffy. Para tanto, são realizados seis experimentos, executados por meio de um laboratório virtual, no programa de computador Sniffy Pro 2.0. O programa simula um rato real, e através dele se observa as ações do rato virtual, que se encontra dentro de uma caixa, que representa a caixa de Skinner. Os experimentos foram realizados em casa, seguindo as recomendações de isolamento estabelecidas por conta da pandemia do Covid-19. A pesquisa é em dupla, com o auxílio da professora, que transmite as imagens do programa por meio do seu computador, pela plataforma Zoom, e cada componente da dupla assiste a transmissão por meio de notebooks, enquanto observa e transcreve as ações do rato, em folhas de resposta respectivas a cada experimento. As folhas de resposta consistem em seis tabelas diferentes, cada uma correspondendo a um experimento realizado. Também são confeccionados gráficos para observar a frequência e relação entre os comportamentos. Procedimento Experimento 1: Nível Operante No primeiro experimento, designado nível operante, foi orientado a observar e anotar em uma tabela os comportamentos emitidos pelo rato Sniffy em um período de vinte minutos. Sendo eles: A - andar, F - farejar, E - erguer-se, L - limpar-se, RBP - pressionar a barra e outros comportamentos, para em sequência analisar e confeccionar um gráfico da frequência em que são realizados. Procedimento Experimento 2: Treino ao Comedouro No segundo experimento, Treino ao comedouro, pelotas de alimento foram liberadas juntamente com um estímulo sonoro. A orientação foi de anotar em uma tabela o número de vezes que Sniffy se alimentou com as pelotas no comedouro. Procedimento Experimento 3: Modelagem O terceiro experimento foi a Modelagem, que foi orientado a realizar a anotação de quatro comportamentos distintos, que quando emitidos recebiam uma pelota de alimento, liberado pela professora. O primeiro comportamento a ser registrado foi o de erguer-se em qualquer lugar da caixa, o segundo passou a ser erguer-se próximo a barra, em seguida, erguer-se na barra, e por fim, pressionar a barra. Procedimento Experimento 4: Reforçamento continuo No quarto experimento, chamado reforçamento contínuo, a orientação foi de anotar as respostas de pressão a barra de Sniffy, que recebia uma pelota de alimento toda vez que realizasse o comportamento. Procedimento Experimento 5: Razão Fixa No quinto experimento, nomeado Razão Fixa, as pelotas de alimento foram programadas a serem liberadas a partir de um número de respostas fixas de pressão a barra, sendo cinco no total, para que após a emissão das cinco respostas o reforçador fosse liberado. A orientação foi de anotar o número de respostas de pressão a barra emitidas pelo rato. Procedimento Experimento 6: Extinção Operante No sexto experimento, de Extinção Operante, o reforçador foi retirado. Foi orientado a registrar o número de respostas de pressão a barra, assim como também os demais comportamentos, de andar, farejar, limpar, erguer e outros que pudessem se observar. RESULTADOS Experimento 1: Observação do nível operante O experimento foi realizado no dia 15 de março, iniciado as 19:53 horas e finalizado as 20:13 horas, tendo uma duração de vinte minutos. Os dados apresentados mostram a emissão dos seguintes comportamentos: Andar, farejar, limpar-se, erguer-se e resposta de pressão a barra. E teve como resultado as seguintes informações: Tabela 1; Experimento 1: Nível operante Data: 15 de março 2021 Tempo do exercício: 20 min. Das 19:53h às 20:13h Intervalo de 1 min RPB Limpar Andar Erguer Farejar Outros 1 0 8 8 5 3 0 2 0 9 6 5 7 0 3 0 9 10 4 4 0 4 0 5 7 5 9 0 5 0 8 12 2 8 0 6 1 8 7 1 5 0 7 1 10 6 2 7 0 8 1 12 9 5 4 0 9 0 7 9 4 4 0 10 0 10 6 9 4 0 11 0 10 9 6 4 0 12 0 6 13 5 7 0 13 1 4 8 7 6 0 14 0 12 9 3 4 0 15 0 4 10 3 9 0 16 0 10 8 0 10 0 17 0 11 8 1 9 0 18 0 9 7 5 7 0 19 0 8 8 6 4 0 20 0 12 13 4 3 0 TOTAL 4 172 173 82 118 0 MÉDIA 0,2 7,8 8,6 4,2 6,2 Gráfico 1; Os comportamentos emitidos com maior frequência foram os de andar e limpar- se. A resposta de pressão a barra teve uma emissão baixa, sendo observada apenas 4 vezes (0,7%). Enquanto os comportamentos de andar, que foi observado 172 vezes (31,2%), o de limpar-se, 173 vezes (31,4%) e o de farejar 118 vezes (21,4%) tiveram uma emissão elevada. Em menor frequência, ergueu-se 82 vezes (15%). No gráfico, é possível observar a relação entre as frequências das emissões dos comportamentos. Experimento 2: Treino ao comedouro (Pareamento SOM com COMIDA) O Experimento de Treino ao comedouro foi realizado no dia 29 de março, iniciado as 20:10 e finalizado as 20:38, com uma duração de 28 minutos. Teve como resultado as seguintes informações: Tabela 2; Experimento 2: Treino ao comedouro (Pareamento SOM com COMIDA) Data: 29/03/2021 Início: 20:10 Término: 20:38 Número de Pelotas consumidas pelo sujeito: |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| |||||||||||||| O número total de pelotas consumidas pelo rato foi de 314 pelotas. Experimento 3: Modelagem da Resposta de pressão a Barra O experimento de Modelagem foi iniciado no dia 29 de março, as 20:40, no entanto, não foi possível modelar Sniffy em apenas uma sessão, sendo necessário finalizar as 21:55 e dar continuidade na sessão seguinte. Tabela 3.1; Experimento 3: Modelagem da resposta de pressão a barra Data: 29/03/2021 Início: 20:40h Término: 21:55h ETAPAS DA MODELAGEM NUMERO DE REFORÇOS 1.Erguer em qualquer lugar da caixa 51 2.Erguer próximo a barra 56 3. Erguer na barra 18 4.Pressionar a barra (não concluída) A primeira etapa foi a de erguer-se em qualquer lugar da caixa que seja distante da barra, e o número de pelotas necessárias para alcançar uma resposta consistente foi de 51 pelotas. Em seguida, passou-se a segunda etapa, cujo comportamento reforçado foi o de erguer-se próximo a barra. Observou-se que o rato não estava emitindo o comportamento de erguer-se próximo a barra na frequência esperada, portanto, a professora passou a reforçar quando ele se aproximasse da barra, para então em seguida reforçar o comportamento esperado. Foram necessárias 56 pelotas para alcançar o comportamento desejado. A terceira etapa passou para a resposta de erguer-se na barra, no entanto, pela ausência do comportamento, passou a se reforçar as respostas de erguer-se próximo a barra, para em seguida reforçar o de erguer-se na barra. Foram necessárias 18 pelotas para alcançar o comportamento esperado. Em seguida prosseguiu-se a quarta etapa, que consistiuem pressionar a barra. No entanto, não estava emitindo o comportamento esperado, sendo necessário passar a reforçar novamente a aproximação a barra e erguer-se sobre a barra. Devido ao horário já avançado, e ao Sniffy, persistir em não emitir o comportamento desejado, foi necessário pausar o experimento para dar continuidade em outra sessão, dando seguimento na aula seguinte. A seguinte sessão foi realizada no dia 5 de março, iniciada as 19:40 e finalizada as 20:01. Retomando as etapas 3 e 4. Tabela 3.2; Experimento 3: Continuação do Experimento de Modelagem Data: 05/04/21 Início: 19:40 Término: 20:01 ETAPAS DA MODELAGEM NUMERO DE REFORÇOS 3. Erguer na barra 12 4. Pressionar a barra 17 A terceira etapa, de erguer-se na barra foi repetida, e o rato emitiu a resposta 12 vezes. Na etapa 4, que consistiu em pressionar a barra, emitiu 17 respostas de pressão a barra, com uma sequência de 5 respostas seguidas. Experimento 4: Reforçamento contínuo O quarto experimento, foi realizado no dia 5 de abril, iniciado as 21:20 e finalizado as 21:40. Foram registrados os seguintes dados: Tabela 4; Experimento 4: Reforçamento contínuo da resposta de pressão a barra Data: 5 de abril de 2021 Início: 21:20h Término: 21:40h Intervalo de 1 min RPB Limpar Andar Erguer Farejar Outros 1 15 0 5 1 2 0 2 18 1 4 1 0 0 3 17 4 5 0 0 0 4 16 1 6 1 2 0 5 11 4 7 2 3 0 6 13 4 5 2 2 0 7 18 1 6 1 1 0 8 17 0 6 1 4 0 9 15 2 3 0 2 0 10 15 3 7 0 2 0 11 15 2 6 0 2 0 12 18 2 4 1 0 0 13 19 2 4 1 0 0 14 21 0 2 0 0 0 15 13 2 9 1 2 0 16 14 4 5 0 2 0 17 12 4 7 0 1 0 18 12 3 7 2 4 0 19 18 1 4 0 1 0 20 15 1 6 1 1 0 TOTAL 312 41 108 15 31 0 MÉDIA 15,6 2,05 5,4 0,75 1,55 0 Gráfico 4; Desde o primeiro minuto emitiu diversas respostas de pressão a barra, em um total de 15, enquanto os demais comportamentos foram variados e em uma frequência muito menor. O número total de respostas de pressão a barra foram de 312, enquanto a de andar foram 108, limpar-se 41, erguer-se 15 e farejar 31 respostas. Experimento 5: Razão Fixa O experimento de Razão Fixa, foi realizado no dia 19 de abril, iniciado as 21:14 e finalizado as 21:34. Foram anotadas as respostas de pressão a barra e calculado a resposta de pressão a barra acumulada. Se obtiveram os seguintes dados: Tabela 5; Experimento 5: Razão FIXA Data: 19 de abril de 2021 Início: 21:14h Término: 21:34h Intervalos de 1 minuto Respostas de Pressão de Barra RPB Acumulada Observações 1 32 32 2 22 54 3 14 68 4 20 88 5 31 119 6 18 137 7 17 154 8 31 185 9 35 220 10 26 246 11 11 257 12 26 283 13 17 300 14 19 319 15 12 331 16 29 360 17 20 380 18 45 425 19 21 446 20 34 480 TOTAL 4884 Logo no início do experimento, Sniffy respondeu pressionando a barra diversas vezes, recebendo o reforço a cada 5 respostas de pressão a barra que emitisse, finalizando o experimento com um total de 480 respostas. Com o passar do experimento, passou a emitir as respostas de maneira seguida, de forma sequêncial, uma após a outra. Foi possível observar também que houve um efeito de saciação, com uma pequena redução nas respostas de pressão a barra nos minutos 3, 11 e 15. Gráfico 5; Respostas de pressão a barra acumuladas. Experimento 6: Extinção Operante O último experimento, de extinção operante, foi realizado no dia 27 de março, iniciado as 19:53 e finalizado as 20:13. Obtendo os seguintes resultados: Tabela 6; Experimento 6: Extinção operante Data: 27 de março de 2021 Início: 19:53h Término: 20:13h RESPOSTAS Minuto RPB Tocar a barra Farejar Erguer Limpar Andar Outros 1 45 0 5 1 1 3 0 2 31 0 3 1 2 6 0 3 41 0 1 0 2 2 0 4 41 0 1 1 6 4 0 5 39 0 2 0 2 5 0 6 33 0 3 0 3 7 0 7 21 0 3 2 3 8 0 8 47 0 3 0 2 2 0 9 37 0 5 0 2 5 0 10 35 0 4 2 1 6 0 11 37 0 4 1 1 6 0 12 44 0 4 0 2 5 0 13 24 0 5 2 4 5 0 14 29 0 4 4 1 8 0 15 37 0 5 1 2 6 0 16 43 0 2 0 5 5 0 17 24 0 7 1 5 5 0 18 36 0 2 0 2 5 0 19 22 0 6 0 3 7 0 20 37 0 5 2 4 7 0 TOTAL 703 0 74 18 53 107 0 MÉDIA 35,15 3,7 0,9 2,65 5,35 Gráfico 6; Sniffy emitiu uma frequência muito elevada de respostas de pressão a barra, de forma continua durante todo o experimento, num total de 703 respostas. Passou a maior parte do tempo próximo ao comedouro. No decorrer do experimento, foram observados outros comportamentos intercalados, no entanto, em uma frequência muito menor. Nos minutos 7, 13, 14,17 e 19 houve uma pequena redução de respostas de pressão barra. DISCUSSÃO No experimento de nível operante, na ausência de variáveis de reforço, o rato Sniffy emitiu comportamentos de maneira livre, sem um padrão específico. Segundo Moreira e Medeiros, o comportamento operante é classificado como aquele que produz consequências no ambiente, e é afetado por elas. Conforme o indivíduo interage com o ambiente, promove mudanças no mesmo, e as mesmas produzirão impacto sobre o indivíduo. No contexto da caixa onde Sniffy estava inserido, o ambiente não produzia respostas aos comportamentos que emitiu, portanto, foi possível observar que agiu apenas a explorar a caixa, emitindo diversos comportamentos de andar, limpar-se, farejar e erguer-se, enquanto o de pressionar a barra foi observado raras vezes. Seguindo a teoria do comportamento operante, a ausência de reforço ao pressionar a barra, causou uma diminuição na frequência de execução desse comportamento, pois Sniffy foi modificado pela ausência de consequências. "O comportamento é mantido por suas consequências (MOREIRA; MEDEIROS, 2008)”. O procedimento de treino ao comedouro foi o segundo experimento realizado, cujo objetivo foi Sniffy relacionar o estímulo sonoro ao reforço, nesse caso, a comida. No início, Sniffy demorava mais a responder ao som, mas com o passar do experimento, começou a associar o som ao alimento, e ao ouvi-lo respondia mais rapidamente em ir ao comedouro para alimentar-se. Nesse contexto, o som foi utilizado como estímulo, o comportamento foi a resposta de direcionar-se ao comedouro, e o alimento, a consequência, que foi o reforçador do comportamento. De acordo com Moreira e Medeiros, quando as alterações no ambiente aumentam a probabilidade de o comportamento que as produziu voltar a ocorrer, chamamos tal relação entre o organismo e ambiente de contingência de reforço. Cada vez que Sniffy ouvia o som, emitia o comportamento e recebia o reforço, as chances de ir ao comedouro quando ouvisse o som aumentavam. Portanto, finalizando o treino ao comedouro, Sniffy consumiu um total de 314 pelotas, quando enfim foi possível perceber que estava condicionado a associar o som a comida, pois ao ouvi-lo já se direcionava ao comedouro. Outro fator observado foi a diminuição da taxa de resposta dos demais comportamentos, confirmando a teoria de que o reforço, ao aumentar a frequência de um comportamento, reduz a emissão dos outros que não são reforçados. Após a associação do alimento no comedouro ao som, foi possível passar ao próximo procedimento, o de modelagem. A modelagem consiste em uma estratégia para se ensinar um comportamento novo, buscando alcançar um comportamento alvo, que antes não existia, por meio de outros comportamentos semelhantes. Faz uso do reforço e da extinção, onde se reforça o comportamento intermediário e depois o extingue, prosseguindo dessa forma de um comportamento a outro, até se alcançar o comportamento alvo. Quando falamos em controlar o comportamento, falamos em “dispor as condições necessárias e suficientes para que o comportamento se torne provável de ocorrer” (MOREIRA e MEDEIROS, 2007). Nesse experimento, foram estabelecidas quatro etapas de comportamentos a serem reforçados em esquemas de reforçamento contínuo, a fim demodelar o rato até chegar no comportamento alvo, nesse caso, o de pressionar a barra. A primeira etapa, de erguer-se em qualquer lugar da caixa, foi concluída após 51 pelotas, seguindo então para a próxima etapa. Na sequência, o comportamento a ser reforçado foi o de erguer- se próximo a barra. Assim que o reforço ao primeiro comportamento foi retirado, o rato emitiu repetidamente o primeiro comportamento, em uma resposta de extinção. Como não estava emitindo o comportamento de erguer-se na barra na frequência necessária, retomou-se a outro comportamento intermediário entre os dois, reforçando quando se aproximasse da barra, alcançando o comportamento após 56 pelotas. Passou-se para a terceira etapa, de erguer-se na barra, observando-se novamente a resposta a retirada do reforço ao comportamento anterior, o emitindo diversas vezes. Quando foi extinto, Sniffy apresentou muita variabilidade comportamental, agindo apenas a explorar a caixa, distante do comportamento a ser reforçado. Sendo assim, foi necessário retornar a reforçar a respostas de erguer-se próximo a barra, sendo alcançado após 18 pelotas. Prosseguiu-se então a última etapa, de pressionar a barra, entrando no processo de extinção novamente. No entanto, novamente Sniffy não emitia o comportamento deseja, sendo preciso reforçar outros dois comportamentos anteriores, de aproximar-se e erguer-se na barra. A dificuldade em reforça-lo fez necessário retomar o procedimento em outra sessão, retomando a terceira e quarta etapa. A terceira, de erguer-se na barra, foi alcançada após 12 respostas, sem muitas dificuldades. A quarta etapa, de pressionar a barra, foi respondida com mais frequência comparada com a sessão anterior, Sniffy já se manteve mais ao fundo da caixa, e emitiu 17 respostas de pressão a barra, em uma sequência de 5 seguidas, finalizando a modelagem. Dentro do experimento, com o comportamento de Sniffy sendo reforçado, foi obtido o aumento de sua frequência, e com isso, o experimento do treino ao comedouro acometeu a modelagem por aproximações sucessivas do comportamento alvo. O comportamento, quando tornado frequente, pode-se passar a reforçar outro, ainda mais próximo do desejado, e que o comportamento aumenta de frequência se ele for reforçado, podendo-se extinguir o comportamento inicial, de modo que isso permitirá ao sujeito emitir uma variabilidade comportamental maior na sequência da extinção. Aproximações sucessivas (exigir gradualmente comportamentos mais próximo do comportamento-alvo) a fim de ensinar um novo comportamento, sendo uma característica fundamental da modelagem a imediaticidade do reforço. (MOREIRA; MEDEIROS, 2007, P.61). Após a aprendizagem do comportamento de pressionar a barra, o experimento de reforçamento contínuo foi realizado, e logo no início, Sniffy pressionou a barra recebendo o reforço, portanto seguiu pressionando repetidas vezes. Pode observar-se, que devido ao reforçamento continuo, desde o primeiro minuto emitiu diversas respostas de pressão a barra, enquanto os demais comportamentos foram variados e em uma frequência muito menor. Provando que no reforçamento contínuo o rato repetia diversas vezes o comportamento devido ao reforço que recebia toda vez que pressionava a barra. Por se tratar de um rato virtual, Sniffy não apresentou o efeito da saciação, mantendo as taxas de resposta elevadas até o final do experimento. O esperado seria, em uma situação real, que conforme o experimento evoluísse, as respostas diminuíssem, pois como todo comportamento é reforçado, são necessários menos comportamentos até se alcançar a saciação. O seguinte esquema de reforçamento aplicado foi o de Razão Fixa, nele o objetivo foi fazer com que o Sniffy compreendesse que só receberia o reforço após a emissão de uma quantidade determinada de comportamentos. Foi possível observar que Sniffy demonstrou a compreensão da necessidade de pressionar a barra seguidas vezes para receber o reforço, pois logo no início do experimento respondia pressionando a barra diversas vezes, com um total muito elevado de respostas. No começo as respostas eram mais esparsas, mas com o processo passou a adquirir um padrão com as respostas próximas uma a outra. Conseguiu associar a sequência adquirindo um ritmo de pressionar a barra na quantidade especifica programada para obtenção do reforçador, passando a responder rapidamente, emitindo o comportamento de maneira seguida. Houve o processo de aprendizagem por parte do sujeito, pois ele emitia uma quantidade de respostas seguidas para obter o reforçador, e na sequência aguardava um intervalo até iniciar a próxima sequência de pressão a barra. A taxa elevada de respostas é característica de um esquema de razão fixa, visto que o indivíduo precisa emitir muitas respostas para alcançar o reforçador. O sexto e último experimento realizado, foi o de extinção operante. Segundo Moreira e Medeiros, a extinção acontece quando se suspende o reforço de um comportamento, e a sua probabilidade de ocorrência diminui até o ponto de ser extinto. Ao retirar o reforçador que era liberado pela resposta de pressionar a barra, o efeito de resistência a extinção foi observado, com uma elevação na taxa de resposta, emitindo com mais velocidade e de maneira continua as respostas de pressão a barra, a fim de receber o reforçador. Também observou-se que Sniffy passava a maior parte do tempo próximo ao comedouro, no fundo da caixa. Nisso, devido ao número de vezes que foi reforçado anteriormente, a resistência a extinção se fez mais presente, “quanto mais um comportamento é reforçado, mais resistente à extinção ele será” (MOREIRA; MEDEIROS, 2007, P.57) No decorrer do experimento, outros comportamentos intercalados foram apresentados pelo rato Sniffy, com um aumento na variabilidade da topografia da resposta. Logo no início do processo de extinção a forma como o comportamento estava sendo emitido começa a modificar-se (MOREIRA; MEDEIROS, 2007, P.59). No entanto, os demais comportamentos foram emitidos uma frequência muito menor, sempre voltando para a sequência de respostas de pressão a barra. Assim, a partir do experimento, foi perceptível que Sniffy não entrou em extinção, apresentando a resistência a extinção. CONCLUSÃO Nessa aprendizagem, apesar do estudo ter sido realizado com um rato virtual, foi possível constatar nos dados coletados dos experimentos demonstrações empíricas de que o comportamento pode ser modificado pelo ambiente e suas contingências. A partir dos resultados obtidos nos seis experimentos, se pode comparar e aplicar a teoria de Análise Comportamental de Skinner, que se demonstrou coerente a prática realizada, tornando o estudo mais palpável e de melhor compreensão. O mais interessante é que a teoria se aplica também ao comportamento humano, provando que é passível de ser modificado frente a manipulação das variáveis, demonstrando, dessa forma, a relevância da psicologia comportamental, que pode atuar a fim de melhorar aspectos da vida dos indivíduos, por meio da manipulação do comportamento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MOREIRA, M.B., MEDEIROS, C.A. (2007). Princípios Básicos de Análise do Comportamento. Porto Alegre: Artmed. SKINNER, B. F. (2003). Ciência e comportamento humano (11a ed.). São Paulo: Martins Fontes.
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