Buscar

PETIÇÃO INICIAL I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CABO FRIO
MARIANA MORAIS, (profissão), (estado civil), portadora da identidade xxxxxxx, inscrita no CPF xxxxxxx, residente e domiciliada na xxxxxxxx por sua advogada que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor 
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E TUTELA ANTECIPADA
em face de ANEL ENERGIA S.A., CNPJ/MF Nº xxxxx com sede na (endereço, bairro e CEP),o que faz pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
1 - DOS FATOS
A autora é consumidora da empresa demandada, através da conta contrato de n.º XXXXXXXXX. Conforme comprovantes de pagamento de todas as contas anteriores, a requerente não possui nenhum débito referente ao consumo de energia.
No entanto, em 03 de março de 2021, houve um inesperado corte de energia elétrica. 
Ao entrar em contato com a demandada, foi informada que o serviço foi interrompido pela falta de pagamento da fatura vencida de janeiro de 2021. 
Ocorre que tal informação não procede, e por esse motivo a autora enviou e-mail à ouvidoria da fornecedora, anexando prova do adimplemento das obrigações dos últimos nove meses. 
Contudo, a contratante permanece sem energia em seu imóvel até o presente momento, mesmo não tendo nenhum débito ou causa plausível para a interrupção do fornecimento de energia por parte da demandada. 
Não sendo possível resolver administrativamente a questão, não restou outra opção à autora, senão ajuizar a presente ação.
2 - DO DIREITO
2.1 DA VIOLAÇÃO À CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
No artigo 5º, inc. XXXV da constituição encontra-se expresso o primeiro fundamento para propositura desta ação:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Em seguida, a dignidade da pessoa humana é um dos corolários mais importantes a ser resguardado.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana;
Desta forma, a interrupção no corte de energia elétrica não encontra qualquer respaldo no ordenamento constitucional, principalmente, no caso em tela, na qual a interrupção é indevida, violando o princípio da dignidade da pessoa humana.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. COBRANÇA DE DÉBITOS PRETÉRITOS (2004 e 2005). CORTE INDEVIDO. PRECEDENTES. DANO MORAL CONFIGURADO. A interrupção do fornecimento de energia elétrica pressupõe o inadimplemento de conta relativa ao mês de consumo, sendo descabido o corte em razão de débitos antigos. A satisfação desses, no caso de serem devidos, deve ser perquirida na via própria, por meios ordinários de cobrança. Encontra-se presente o dano moral em decorrência do estorvo, incômodo e do sofrimento causado pela suspensão do serviço essencial. Recurso improvido. Sentença mantida.(grifo nosso) 5ª Câmara Cível Apelação nº 2007.001.55419 Relator: Desembargador CHERUBIN SCHWARTZ
2.2 DA VIOLAÇÃO AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
A relação de consumo neste caso é notória, tendo em vista a autora ser a destinatária final, ficando, portanto nos moldes do disposto nos artigos 2º e 3º, § 2º, do CDC, fato pelo qual deve ser utilizado o Código de Defesa do Consumidor:
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
Contudo, a Ré violou os Princípios que regem as relações de consumo, constantes do art. 4º, I e III do CDC, quais seja a Boa-fé, Equidade, e o Equilíbrio Contratual.
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
2.3 DA ESSENCIALIDADE DO SERVIÇO
O fornecimento de energia elétrica deve ser contínuo, não cabendo interrupção, pois se trata de serviço público essencial.
Neste sentido, a respeito dos serviços públicos essenciais, convém destacar o que institui a Lei 7.783/89, que assim dispõe em seu artigo 10, in verbis: 
Art. 10. São considerados serviços ou atividades essenciais: I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; 
Quanto aos serviços públicos essenciais, assim estabelece o Código de Defesa do Consumidor: 
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. 
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
O serviço prestado pela Ré está sendo inadequado, causando sérios constrangimentos de ordem moral à Autora, em total afronta ao princípio da adequação da prestação do serviço disponibilizado ao consumidor previsto no artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor, tendo por consequência o dever de indenizar.
Assim, por ser o serviço de energia, um serviço público essencial, seu fornecimento deve ser contínuo e sem interrupção, além do adequado, eficiente e seguro.
2.4 - DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO E DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
O código de Defesa do Consumidor, nos seus artigos 14 e 20 protegem a integridade dos consumidores: 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido. 
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
§ 2º São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
Assim, é evidente que a Ré feriu os direitos da consumidora ao agir com total descaso, desrespeito e negligência, ao cortar os serviços de ordem essencial, configurando má prestação de serviços.
3- DA CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA 
Inegável, no caso em tela, a existência do fundado receio de dano irreparável e de justificado receio de ineficácia do provimento final, visto ser o serviço de energia elétrica essencial, não podendo prescindir o indivíduo. 
O relevante fundamento da demandatambém se justifica pela violação à dignidade da pessoa humana, ao privar o indivíduo de serviço essencial a sua sobrevivência. 
Pugna, com fulcro nos artigos 84, § 3º da Lei 8.078/90, artigos 294 c/c art. 300 do NCPC, seja determinado que a Ré restabeleça IMEDIATAMENTE o fornecimento de energia elétrica da autora, bem como, a Ré se abstenha a incluir, ou se já estiver incluído, que exclua o nome da autora no cadastro junto de maus pagadores.
Presentes os requisitos autorizadores para a concessão da medida de urgência postulada, pela própria essencialidade da prestação de serviço, haja vista os comprovantes anexos que atestam a adimplência da autora e o corte ilegal e infundado da energia. 
0031055-34.2014.8.19.0208 Presentes os requisitos legais previstos no artigo 273 do Código de Processo Civil para concessão da tutela pretendida, principalmente o fundado receio de dano de difícil reparação. Assim, considerando-se que a antecipação de tutela não importará e perigo de irreversibilidade do provimento, DEFIRO A MEDIDA, devendo a ré restabelecer o fornecimento de energia elétrica à parte autora, em 48 hs, ou abster-se de suspendê-lo pelos motivos expostos na exordial, sob pena de multa diária de R$ 50,00 limitada a R$ 5.000,00, o que poderá ser revisto com o estabelecimento do contraditório. Expeça-se mandado.
Requer ainda, com fundamento no artigo 84§ 4º do CDC, a imposição de multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), em caso de descumprimento da decisão a ser proferida.
4 - DOS PEDIDOS: 
- Diante do exposto, requer: 
a) A procedência do pedido de tutela antecipada, tornando a mesma definitiva na forma da lei, para que a demandada cumpra a obrigação de fazer, restabelecendo o fornecimento de energia na residência da demandante; 
b) em caso não entendendo o cabimento do item a) deste pedido, requer que a demandada seja condenada na obrigação de fazer para regularizar o fornecimento de energia na residência da demandante sob pena de multa diária; 
c) A citação da demandada para sob pena de revelia e confissão contestar a presente demanda;
d) Que seja designada audiência de conciliação ou mediação, na forma do artigo 334 do NCPC. 
e) E por fim condenando-a nas custas judiciais e honorários advocatícios, estes à base de 20% (vinte por cento), sobre o valor atualizado da causa, nos termos do artigo 85 do CPC; 
f) Requer a Autora desde já, pela produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente a juntada de novos documentos, prova testemunhal, pericial, inspeção judicial e a oitiva pessoal da Demandada sob pena de confissão, caso não compareça audiência designada, ou, comparecendo, se negue a depor (art. 385, § 1º, do CPC). 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). 
Nestes Termos,
Pede e Espera Deferimento.
Rio de Janeiro, 29 de outubro de 2021.
RAYSSA FREITAS DOS SANTOS
OAB/ XXXXX

Continue navegando