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Teorias Contemporâneas I - Waltz

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Kenneth Waltz - Man, the State and War 
 
 Segundo Waltz, uma série de autores está pensando as relações internacionais 
(conflitos) focando na natureza humana (características individuais). Segundos os 
autores que trabalham com essa imagem, os conflitos aconteceriam se dariam dada as 
características inatas do homem (o homem é ruim e a natureza humana sendo ruim, os 
relacionamentos são ruins, a natureza humana falha, afeta a convivência humana; 
exemplo desses autores: Hobbes, Maquiavel..) 
 O Waltz acha que pensar o conflito internacional do ponto de vista da natureza 
humana não nos diz muito, porque os resultados são inconclusivos. Os seres humanos 
podem fazer coisas ruins, mas existem seres humanos bons que podem cometer ações 
ruins. Será que isso explica a recorrência da guerra, o Waltz vai dizer que o problema 
talvez não esteja nas pessoas, não importa se os seres humanos são bons ou ruins. Ele 
vai então procurar o problema em outro lugar. Daí ele vai dizer que o problema pode 
estar no contexto onde esses humanos vivem, nas características da sociedade. 
 A segunda imagem vai pensar a ocorrência de conflitos analisando as 
características dos Estados (como fenômeno político). O Waltz não está satisfeito com a 
literatura que fala das característica dos Estado para explicar os conflitos, como um 
Estado democrático, capitalista, socialista, não-democráticos. Os Estados democráticos 
podem entrar em guerra com os Estados não-democráticos. O resultado dessa análise 
pro Waltz não parece ser conclusivo, porque Estados das mais variadas características 
estão envolvidos em guerras. 
 O argumento do Waltz é que se eu estou variando as características dos Estados 
e do pensamento da natureza humana e a guerra continua sendo recorrente, talvez o 
fenômeno da guerra não está em nenhuma dessas duas imagens, mas na terceira 
imagem. Pra entender a terceira imagem, o Waltz recorre ao Rousseau, que ele usa 
como ponto de partida pra explicar os conflitos através do sistema internacional. O 
Rousseau vai trazer que o ser humano é até bom, o problema é que quando o ser 
humano é trazido pra convivência com o outro, quando é trazido pra necessidade de 
cooperação. A solução pro Rousseau seria a instalação de um Estado civil capaz de 
organizar mecanismo de monitoramento de comportamentos, punição, o 
estabelecimento do que ele vai chamar de Estado civil garantiria a instalação da ordem 
para esses indivíduos. 
 Ele usa a histórinha da caça ao cervo (Stag Hunt). O Stag Hunt coloca uma 
tensão entre o interesse individual e o interesse coletivo (coelho pra mim ou cervo pra 
todos?) Coopera ou não? Só que existe o problema da confiança. A tensão surge do 
contexto e não da característica de cada indivíduo, daí a ideia de que a tensão de 
conflitos surge do contexto e não da característica de cada indivíduo ou de cada Estado. 
Essa ilustração do Stag Hunt ilustra então o que o Waltz quer dizer. O contexto ao qual 
ele está vendo é a anarquia do sistema internacional. O Waltz vai ver com ceticismo a 
solução de umgoverno mundial para impedir o conflito, porque além do problema dos 
Estados entregarem seus direitos a um governo mundial, há a falta de certeza se 
realmente não haverá novas guerras. 
 O problema da balança de poder é que vai se colocar. Os Estados não vão criar 
um Império Mundial porque ele vai encontrar outros Estados para impedi-lo. A força é 
o meio, mas sendo racional o outro Estado vai também usar a força e poder ter aliados. 
Só força contém força. 
 Desse ponto de vista, não importam as características dos Estados. A guerra 
acontece, porque não tem nada que impede que ela aconteça. 
 Ele vai pensar os Estados atuantes e na ideia de nacionalismo. Ele vai concordar 
que o nacionalismo opera na unidade dos Estados, mas não é só isso. A solução do 
Waltz é de que todas essas unidades, a despeito dessas variações nacionalistas, se 
apresentam um em relação aos outros, como unidades políticas, que oferecem posições 
coerentes. 
 Pela terceira imagem eu não explico a Guerra da Crimeia, a Segunda Guerra 
Mundial, mas eu consigo explicar a recorrência do fenômeno (por que é que a guerra 
ocorre?). Portanto, a terceira imagem, na expressão do próprio Waltz, pensando o 
contexto anárquico de interação, os efeitos condicionantes do sistema de estados. Esses 
efeitos são a anarquia, a inexistência de um governo supranacional. Mas não explica a 
especificidade de cada conflito, porque é preciso de outras imagens para isso. O Waltz 
vai dizer que essa terceira imagem opera como uma causa permissiva. A ideia de que os 
Estados podem fazer tal coisa, mas para que tal coisa seja feita depende da segunda ou 
primeira imagem (causas ativas). 
 A teoria dele não busca explicar como o Estado A ou B agiram, mas sim os 
efeitos condicionantes do sistema de Estados. Ele não desconsidera a primeira e a 
segunda imagem. Elas são as chamas do barril de pólvora, que é a terceira imagem. Ele 
acha que a primeira e segunda imagens são reducionistas e por isso faz uma análise a 
partir do sistema. Ele dá uma centralidade então para a terceira imagem, indo ao Stag 
Hunt pra mostrar que o problema de interação. 
 
Resumo feito por Victor Miranda 
IRiscool 2012.1

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