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ANTONIO BARRETO Ilustrações Guili Seara MANUAL DO PROFESSOR Maria das Graças Leão Sette (Org.) Antonio Barreto • Márcia Travalha • Maria Zoé Rios Lílian de Oliveira LIVRO DAS SIMPATIAS MANUAL DO PROFESSOR Maria das Graças Leão Sette (Org.) Antonio Barreto • Márcia Travalha • Maria Zoé Rios Lílian de Oliveira Livro das simpatias - manual do professor / Maria das Graças L784 Leão Sette, organizadora. - Belo Horizonte: Baobá, 2018. 92p. 1. Educação infantil. I. Sette, Maria das Graças Leão. CDD: 372.2 CDU: 372.4 Elaborada por: Maria Aparecida Costa Duarte CRB/6-1047 Editor: Rafael Borges de Andrade Assessoria editorial: Mário Vinícius Silva Organizadora: Maria das Graças Leão Sette Instrutores pedagógicos: Maria das Graças Leão Sette Antonio Barreto Márcia Travalha Supervisão pedagógica: Maria Zoé Rios Revisão e preparação de texto: Lílian de Oliveira Revisão de provas: Flávio Mota ISBN: 978-85-66653-60-1 1ª edição Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem o consentimento por escrito da editora. Todos os direitos reservados à: Editora Baobá LTDA. Rua Helium, 119- 3º andar – Nova Floresta Belo Horizonte – MG – CEP: 31140-280 Telefone: (31) 3653-5217 editorabaoba@editorabaoba.com.br Manual do professor concebido com base na obra Livro das Simpatias, do autor Antonio Barreto, com ilustrações de Guili Seara Título: Livro das Simpatias Autor: Antonio Barreto Ilustrações: Guili Seara Idioma: língua portuguesa categoria 2: para estudantes do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental Tema da categoria: Outros: folclore, costumes e crenças gênero literário: conto, crônica, novela, teatro, texto da tradição popular SUMáRIO 1 - Sobre o Livro das simpatias 2 - Pré e pós-leitura 3 - A magia da interdisciplinaridade 5 17 39 SObRE O Livro das simpatias1 “A arte existe porque a vida não basta.” (Ferreira Gullar) “Simpatia e poesia são, a nosso ver, a mesma coisa. Se uma ajuda (com a esperança) a curar os males do cor- po, a outra ajuda (com a fantasia) a curar os males da alma (...) E a fantasia, por ser poética, é apenas uma gre- ta de porta pela qual a verdade passa assobiando.” (Antonio Barreto) O autOr Antonio Barreto (Antonio de Pádua Barreto Carvalho) nasceu em 13 de junho de 1954 em Pas- sos (MG), onde foi editor e fun- dou, com vários colegas da UPES (União Passense dos Estudantes Secundários), a revista literária Protótipo, uma das precursoras da chamada “Literatura Indepen- dente” no Brasil. Mudou-se para Belo Horizonte no início da dé- cada de 1970, onde foi tentar a carreira de jogador de futebol, no juvenil do América FC. Mas, precocemente, teve a carreira encerrada por uma contusão no joelho. Posteriormente, morou também em al- gumas cidades do Oriente Médio (Bagdá, Ramadi, Fallujah, Amman e Istambul), trabalhando como intérprete e projetista de uma multina- cional, na construção de estradas, pontes e ferrovias, na década de 1980. Poeta, contista, romancista, cronista e autor de literatura infan- tojuvenil, Antonio Barreto recebeu dezenas de prêmios nacionais e 5 internacionais para sua obra. Participa também de antologias nacionais e estrangeiras de contos e poemas, com trabalhos traduzidos para diversas línguas (inglês, espanhol, italiano, francês, alemão, árabe, húngaro etc.). Outras atividades Na década de 1990, foi cronista do jornal Estado de Minas e da revista Morada, além de colaborador de periódicos do Brasil e do ex- terior. Entre 2000 e 2017, com um grupo de professores e linguistas que formam o Grupo Didacta/TBH de Criação, dedicou-se a projetos didáticos e educacionais na área de Língua Portuguesa, produzindo a série de coleções Para Ler o Mundo, destinada a alunos de Letramen- to/Alfabetização, Ensino Fundamental e Ensino Médio do país. Foi/é colaborador e colunista dos sites e revistas eletrônicas: Contemporâ- nea-Brasil/SP; Primeiro Programa/Rádio Transamérica-SP; Puxa Pro- sa-SP e Algo a Dizer-RJ; Ecológico-BH (Olhar Poético:); Tanto-BH, Palavrarte-RJ, Letras & Ponto-BH e Sagarana, da Itália, entre outras. É também redator e coordenador do Grupo Didacta-TBH, que, desde 1999, se dedica a projetos de criação, produção literária, oficinas de texto (orais e escritos) e produção de material didático-pedagógico (coleções impressas, apostilas e plataformas digitais on-line) de Lín- gua Portuguesa para várias editoras e sistemas de ensino do país. O autOr e seu prOcessO de criaçãO da Obra A primeira simpatia que Barreto escreveu foi para São Longuinho, o santo que faz aparecer coisas sumidas, no seu caso, um guarda- -chuva. Depois de encontrá-lo atrás de um sofá, não teve como es- capulir dos tradicionais três pulinhos. Como deu certo, começou a escrever simpatia para tudo, todas inventadas. “A inspiração veio da minha avó Sebastiana (irmã de Aracy de Almeida), que era meio mági- ca. Lidava com as plantas, tinha um raminho de arruda atrás da orelha para espantar o mau-olhado e dizia que sabia ler as vozes do vento. Meu lado poético herdei dela, que não era letrada, nunca estudou, mas era uma contadora de histórias incrível. Era inventiva oral. Não professava uma religião, era misteriosa, meio alquimista. Tinha uma energia muito forte e dizia que eu tinha uma grande proteção, por causa do meu coração”, relembra Barreto. E revela: “Não tenho religião, mas acredito em uma energia su- perior, e ela já me salvou de situações graves. Tenho a proteção de 6 São Miguel e de Santo Antônio”, diz Barreto, que, seguindo os cami- nhos da vó Sebastiana, vai destrinchando as vozes do vento1. O ilustradOr Guili Seara nasceu em plena Floresta Amazônica, em 1960, na cidade de Serra do Navio – Amapá. É designer, atua nas áreas edi- torial, de arte, cultura e identidade visual, tendo recebido mais de 40 prêmios nacionais e internacionais na área de design. Entre eles estão os concedidos pelo Instituto de Altos Estudos em Artes Plásticas da França; dois Grandes Prêmios Nacionais em duas Bienais de Design Gráfico da ADG São Paulo; e Prêmio Luis Jardim, em 2006, pela Fun- dação Nacional do Livro Infantojuvenil, como melhor livro de ima- gem: A linha, de Mario Vale (Editora RHJ). Para ilustrar o Livro das simpatias, Guili Seara utilizou a técnica da colagem. A base para a elaboração das ilustrações são desenhos em bico de pena dos autores Thiebault, H. Emy, Coste, datados de 1898, junto com recortes digitais de imagens fotográficas, proporcionam um diálogo com as inusitadas simpatias. Professor, é importante res- saltar aos alunos que as ilustrações da obra não são apenas atrativos para a leitura dos textos: elas contribuem para a clareza das mensa- gens, dialogando com elas. a Obra Encontrar o amor, atrair prosperidade financeira, passar em um exame, fazer crescer o cabelo. Quem nunca fez ou ouviu alguém pró- ximo contando sua experiência de ter feito uma simpatia? E se ela puder ser usada também para encontrar sereia, o príncipe encantado, ver um disco voador, alcançar a fonte da eterna juventude? E se, junto a essas situações que parecem absurdas, na realidade pudéssemos encontrar poesia, uma visão diferente sobre as coisas, rir de crendi- ces, refletir sobre nossas ações e vivências? É o que oferece ao leitor o Livro das simpatias, uma prosa poética em que o autor não se propõe a fabular, a contar histórias, e sim a estabelecer um diálogo poético com o gênero textual “simpatia”. 1 Extraído de entrevista dada ao jornal O Tempo, em 2016. O TEMPO. Simpatias poéticas de Barreto, seção Literatura, Ana Elizabeth Diniz, 19 jul. 2016. Disponí- vel em: <https://www.otempo.com.br/interessa/simpatias-po%C3%A9ticas-de- -barreto-1.1340107>. Acesso em: 20 jul.2018. 7 Ao trabalhar uma obra literária em sala de aula, qualquer que seja ela, é sempre importante reiterar para os edu- candos que a literatura cumpre função estética e expressiva, mas tematizando questões relevantes para o ser humano, constituindo-se em sua “dimensão hu- manizadora, transformadora e mobiliza- dora” (BRASIL, 2017, p. 136). O Livro das simpatias é apropriado para 8º e 9º anos do Ensino Fundamen- tal, considerando-se que os educandos dessa faixa etária já são capazes de lidar Com o emprego da linguagem figurada, o autor cria um universo fantástico, marcado pela inventividade, pela ludicidade. Nele a poesia rompe com a forma tradicional do poema e se constitui na sua es- sência: exploração dos recursos da linguagem literária, do novo, do inusitado. É uma obra em prosa poética. A poesia está, muitas vezes, associada ao poema: texto escrito em versos, organizado em estrofes, com metrificação, rimas, ritmo, musicalidade. Enquanto a primeira refere-se à linguagem subjetiva, carregada de emoção e sentimento, o segundo refere-se à forma como geralmente se emprega essa linguagem. No entanto, a poesia não se prende a essa única forma, podendo permear textos em prosa. É a chamada prosa poética. Nesse sentido, podemos classificar a obra como pertencente a um gênero maior – o “texto de tradição popular” –, mas que, criati- vamente, foi adaptado, reinventado como recriação de texto da tradi- ção popular em prosa poética. TEMA ABORDADO NO LIVRO DAS SIMPATIAS: FOLcLORE, cOSTUMES E cRENÇAS As simpatias fazem parte da cultura popular, estan- do no campo do nosso imaginário, de raízes mais profundas, e foram recria- das neste livro de forma poética, com emprego do nonsense, do humor e valendo-se do fantástico. com desafios de maior complexidade, sobretudo por já terem se apro- priado melhor das diferentes lógicas de organização dos conhecimen- tos relacionados às áreas. Por isso, durante os diferentes momentos da leitura literária, eles serão instigados a perceber o diálogo com a Arte, a Filosofia, a História, a Geografia e com outras áreas do conhecimento. A adolescência é um momento marcado por intensas mudan- ças decorrentes de transformações biológicas, psicológicas, sociais e emocionais. Nesse período de vida, como bem aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/2010, ampliam-se os vínculos sociais e os laços afeti- 8 vos, as possibilidades intelectuais e a ca- pacidade de raciocínios mais abstratos. Ao imergir no universo de folclore, cos- tumes e crenças do Livro das simpatias, o jovem leitor terá a oportunidade de conhecer e valorizar as diferentes mani- festações culturais que constituem a sua identidade, bem como de se implicar em reflexões de cunho filosófico sobre a importância desses elementos que permeiam o imaginário coletivo e são transmitidos de geração em geração. Os temas apontados são contemplados ao longo das atividades de leitura compreensiva e de produção de textos sugeridas neste ma- nual. Como é inerente ao letramento literário, toda a proposta aqui contida visa provocar, instigar no leitor a vivência da ficção, da inven- tividade, da fantasia. Letramento literário é o processo de apropriação da lingua- gem literária. Ele se inicia logo na infância, quando cantamos para as crianças cantigas de ninar, cantigas de roda, parlendas; quan- do declamamos poemas, lemos para elas contos maravilhosos, fábulas, entre outros. E no decorrer da vida escolar esse proces- so segue sendo desenvolvido, quando colocamos nossos alunos diante de diferentes gêneros, como crônicas, contos, poemas, romances, que vão se incorporando ao repertório literário afetivo deles e promovendo a constituição de jovens leitores proficien- tes, autônomos e críticos, livres, capazes de fazer suas próprias escolhas. Para possibilitar o letramento literário, é preciso (*) - dar ao aluno a oportunidade de interagir ele mesmo com as obras literárias; - construir uma comunidade de leitores, isto é, um espaço de compartilhamento de leituras no qual há circulação de textos e respeito pelo interesse e pelo grau de dificuldade que o aluno possa ter em relação à leitura das obras; - ampliar o repertório literário do aluno, cabendo ao pro- fessor acolher no espaço escolar as mais diversas manifestações 9 culturais, reconhecendo que a literatura se faz presente não ape- nas nos textos escritos, mas também em outros tantos suportes e meios; - oferecer atividades sistematizadas e contínuas direciona- das para o desenvolvimento da competência literária[...] (*) COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. 2012) O gênerO simpatia Um gênero textual não é só a sua forma, é, sobretudo, sua fun- ção (MARCUSCHI, 2002). Como nos ensina Perini: “Ler um texto poé- tico em função das informações que ele traz é errar o alvo. Não po- demos achar que Drummond escreveu para falar de uma pedra que estava no meio do caminho, e ficar por aí. E o oposto – ler um texto informativo utilizando as estratégias apropriadas à leitura de um tex- to literário – é igualmente inadequado” (PERINI, 2007, p. 154). Nesse sentido, no trabalho com o texto em sala de aula, qualquer que seja o gênero, é importante que os estudantes percebam a finalidade do texto, bem como os recursos linguísticos usados e o efeito de sentido que visam provocar. A fim de desenvolver nos edu- candos o letramento literário, eles devem ser estimulados a saber quem está falando, para quem, em que situação e com que objetivo; perceber ironia ou humor quando esses elementos estão presentes, que a metáfora deve ser compreen- dida metaforicamente, além de estabelecer a relação entre o texto e os recursos não linguísticos usados no texto, entre muitas outras operações de construção de sentido para compreender o texto. Simpatias são práticas em que o povo acredita, mas não são comprovadas pela ciência. A simpatia é um gênero textual em que predomina a tipologia instrucional e faz uso da função apelativa da linguagem. A finalidade é passar instruções para procedimentos que, se seguidos, poderão trazer benefício físico, emocional ou financeiro à pessoa, devido à ação de forças sobrenaturais. 10 Assim como as crenças, lendas, sabenças, “causos”, rezas, man- tras, orações e superstições, elas fazem parte da cultura popular brasileira, do nosso imaginário de raízes mais profundas, trazidas de terras africanas, europeias, asiáticas e mais: já estavam presentes em nossa terra por meio da sabedoria dos xamãs e pajés das nossas tribos indígenas mais antigas. A ideia de crença tem um componente psicológico na maioria dos contextos. Trata-se de um saber popular que lida com a fragilidade do ser humano e visa apaziguar algumas condições. Ao acreditar que uma simpatia funciona, há uma conexão emocional entre a pessoa que usa desse recurso e tudo aquilo em que acredita. Ademais, é uma manifes- tação cultural que carrega um importante aspecto atemporal. O antropólogo Luiz Marin declara que “mitos e ritos são próprios do ser humano. São remanescentes de uma visão mágica do mundo em que se acredita que fatores sobrenaturais podiam interferir direta- mente no cotidiano. Essas crendices crenças e superstições, transmi- tidas através das gerações, em especial entre as camadas populares, foram mantidas à margem do conhecimento científico”. Tais manifes- tações, transmitidas principalmente pela oralidade, perpassam o coti- diano das pessoas, definem modos de ser e apresentam uma grande diversidade de região para região. Ao trabalhar com o Livro das sim- patias em sala de aula, é importante trazer à tona, durante a discussão, esses elementos, estimulando nos educandos a capacidade de se po- sicionar de forma crítica e reflexiva, valorizando essa expressão, bem como estabelecendo conexões com a cultura do lugar onde vive. Com base nas “simpatias poéticas” trazidas no livro, você,pro- fessor, terá um arsenal muito rico de questões de diversas áreas do conhecimento para abordar, para provocar em seu aluno. explOrandO a leitura literária Como já ressaltamos, a principal finalidade da leitura literária é a fruição estética. Contudo, sem a compreensão do texto, seu tema e subtemas, sem apreender as especificidades dos gêneros literários, o emprego da linguagem figurada, os recursos da intertextualidade, a fruição – que é o prazer de ler – fica comprometida. O Livro das simpatias consiste em uma obra marcada pela colo- quialidade e por referências intertextuais e discursivas com textos da 11 tradição popular, especialmente com costumes e crenças que envol- vem as simpatias. Com o emprego da linguagem figurada, o autor cria um universo folclórico marcado pela inventividade e pela ludicidade. Para Barreto, “simpatia e poesia são a mesma coisa. Se uma ajuda (com a esperança) a curar os males do corpo, a outra ajuda (com a fantasia) a curar os males da alma. Mas se, por acaso, essas simpatias poéticas aqui reunidas não derem certo, não me culpem: o que mais se aproxima da esperança é a ilusão de que o tempo passa”. Com a combinação de rituais e poesia, desejo e fantasia, non- sense e humor, o autor nos leva – nessas páginas fantásticas –, por meio de um narrador em 3ª pessoa, a imaginar coisas totalmente inu- sitadas, como ver um disco voador ou alcançar a Fonte da Eterna Juventude... Crendice ou verdade? Não importa. Por meio do pacto ficcional, o leitor é convidado a embarcar no sonho, na fantasia, para experimentar a emoção estética. Assim, um leitor proficiente de texto ficcional consegue se envolver em uma história e aceitar situações que são absurdas, ilógicas, como um sapo virar príncipe ou uma abó- bora virar carruagem. intertextualidade O primeiro texto dialoga com o conto maravilhoso “O Príncipe Sapo” (dos Irmãos Grimm) e com o provérbio: “De noite todos os gatos são pardos” (“de noite todos os sapos são calvos!”). Após a leitura do livro, peça aos alunos que identifiquem que elementos o autor pre- servou e quais ele mudou, bem como relatem as instruções a serem seguidas. Pergunte que efeito de sentido as mudanças feitas geraram. Ainda no primeiro texto, a epígrafe faz referência à subjetividade e à relatividade dos conceitos do que é belo e do que é feio. Esses conceitos são conferidos pelo olhar de quem contempla. Leve os alunos a se lembrarem do provérbio: Quem ama o feio bonito lhe parece. Comente também que os conceitos de belo e feio variam de cultura para cultura e ao longo dos tempos. Posteriormente, neste Manual, esse tema interdisciplinar e filo- sófico (o Belo e o Feio) será trabalhado de forma mais específica. No texto “Para eliminar cravos e espinhas”, o autor dialoga com o gênero textual receita culinária, levando a seu leitor ingredientes e situações inusitadas para resolver a condição, o que gera humor. 12 Há referência ao mito de Narciso no texto “Para ver um disco voador”, quando o narrador orienta o leitor que fizer a simpatia para se olhar em uma poça d’água. O objetivo não é ver sua própria ima- gem, mas a imagem da pessoa amada. “Para conhecer sua sereia” faz referência ao mito grego da se- reia. Trata-se de uma figura da mitologia grega que pode representar os perigos do mar. As sereias eram ninfas (metade peixe e metade mulher) que encantavam e atraíam os navegantes, levando-os a se afogar no mar enquanto as procuravam. Na cultura brasileira temos uma personagem que corresponde à sereia, a Iara (ou Uiara ou Mãe d’água), que vive no Rio Amazonas. Pode-se, por exemplo, solicitar que os alunos pesquisem essa lenda e leiam outras versões sobre ela, como o poema de Olavo Bilac, facilmente encontrado na internet. Em “Para ser feliz”, faz-se referência à personagem mitológicaRei Midas, que transformava em ouro tudo o que ele tocava (punha as mãos). Essa personagem simboliza a ganância, o desejo de ter posses. Nada do que toco se transforma/ em ouro em prata/ ou música. Mas o que me toca de repente/ vira um tesouro/ à flor da pele (página 49). Pode-se, por exemplo, pedir aos alunos que expliquem os sen- tidos das formas verbais do verbo tocar, nos versos: há o sentido de colocar as mãos; tatear (algo); e o de sensibilizar, sentir ternura, en- ternecer. Figuras de linguagem persOniFicaçãO (Ou prOsOpOpeia) É um recurso da linguagem figurada conotativa muito usada em textos literários que consiste em atribuir ações e emoções a animais, objetos, seres inanimados. Tal recurso é empregado pelo autor nos textos, quando diz “um sapo careca” (página 7), “Deus não acendeu a Lua porque os anjos esqueceram de pagar a conta” (página 8), “um rinoceronte apaixonado” (página 27), “os sapos conversam na solidão noturna” (página 35). 13 metáFOra A metáfora é o recurso estilístico responsável por transpor o sen- tido literal para o figurado, por meio de comparações implícitas, sem uso de conjunção comparativa. Elemento essencial na literatura, no Livro de simpatias, é uma figura de linguagem usada com bastante frequência, uma vez que tem a capacidade de transportar o leitor para sentimentos, emoções e ideias de modo imaginativo e inovador. Para o processo interpretativo da obra, é exigida do leitor uma dúvida prévia em relação ao sentido primeiro da palavra, para a apreensão de outro(s) sentido(s) sugerido(s) e clarificada pelo contex- to em que se insere. Exemplos: Página 35 – “uma noite morna de luar pleno e derramado” “Grilos perfuram as estrelas com seus maçaricos de cristal” Página 46 – “Apenas invente coisas vivas, mas não acredite que um dia elas serão suas escravas.” “Lembre-se de que nenhuma prisão é perpétua.” paradOxO Paradoxo é um recurso que consiste em uma contradição: “A porta mais bem fechada é aquela que se pode deixar aberta” (capa). No contexto, “porta aberta” é também uma metáfora que tem o sentido de “confiança, lealdade, verdade nas relações humanas”. NoNseNse O emprego desse recurso no livro, em geral, provoca humor, como nos trechos: Página 7 - “um sapo careca possui sempre aquele ar de Ministro das Relações Exteriores [...] pronto a fazer um gra- ve e longo discurso [...] sobre os velhos e bons tempos de Príncipe Desencantado”; 14 Página 8 – “numa noite dessas em que Deus não acen- deu a Lua porque os anjos se esqueceram de pagar a conta de luz” Página 42 – “Procurar com as lupas de um relojoeiro antigo, no mapa das asas da Borboleta Que Sonha, a tatuagem frágil do Caracol Que Chora: só ele é quem sabe nos contar de tudo.” Neste último, o efeito de sentido provocado pelo uso de non- sense transforma o próprio texto em um enigma que cada pessoa vai entender de acordo com sua imaginação e experiência. Talvez deci- frar o enigma seja aceitar esse jogo, não questionando os elementos fantasiosos do texto, fazendo com que ele não busque no texto ele- mentos factuais ou reais. 15 16 a FruiçãO dO textO literáriO Texto de fruição: aquele que põe em estado de perda, aquele que desconforta (talvez até um certo enfado), faz vacilar as bases históricas, culturais, psicológicas, do leitor, a consistência de seus gostos, de seus valores e de suas lembranças, faz entrar em crise sua relação com a linguagem. BARTHES, Roland. O prazer do texto. São Paulo: Pers- pectiva, 1987. p. 21-22. Ler diariamente é uma atividade fundamental para cultivar o gos- to pela leitura em todas as fases da vida. Garantir um espaço especial para o livro e a literatura em sala de aula torna-se estratégia importan- te para o professor que deseja fazer de suas aulas um espaço de am- pliação da cultura escrita, da oralidade e do conhecimento de mundo. A BNCC organiza as práticas de linguagem (leitura de textos, produ- ção de textos, oralidade e análise linguística/ semiótica) por campos de atuação, que Aponta[m] para a importância da contextualização doconhecimento escolar, para a ideia de que essas prá- ticas derivam de situações da vida social, ao mesmo tempo, precisam ser situadas em contextos significati- vos para os estudantes. (BRASIL, 2017, p. 82) Na BNCC, a organização por campos de atuação aponta para a ideia de que essas práticas (leitura de textos, produção de textos, oralidade e análise linguística/semiótica) derivam de situações da vida social e, ao mesmo tempo, precisam ser situadas em contextos signi- ficativos para os estudantes. Para abranger o universo tão rico e repleto de potencialidade de aprendizagens que é a literatura, estabeleceu-se nesse documento o Campo de atuação artístico-literário, por meio do qual se visa: PRé E PóS-LEITURA2 17 [...] possibilitar o contato com as manifestações artís- ticas em geral, e, de forma particular e especial, com a arte literária e de oferecer as condições para que se possa reconhecer, valorizar e fruir essas manifestações. Está em jogo a continuidade da formação do leitor li- terário, com especial destaque para o desenvolvimento da fruição, de modo a evidenciar a condição estética desse tipo de leitura e de escrita. Para que a função utilitária da literatura – e da arte em geral – possa dar lugar à sua dimensão humanizadora, transformadora e mobilizadora, é preciso supor – e, portanto, garantir a formação de – um leitor-fruidor, ou seja, de um sujeito que seja capaz de se implicar na leitura dos textos, de “desvendar” suas múltiplas camadas de sentido, de res- ponder às suas demandas e de firmar pactos de leitura. (BRASIL, 2017, p. 136, grifos nossos) Nesse sentido, levando em conta o momento de trabalho da obra literária em sala de aula, devemos ter em mente, professor, que o objetivo das atividades de pré-leitura deve ser o de estimular que os alunos acessem seus conhecimentos prévios sobre o assunto/ tema que será lido. Essas atividades “direcionam seus pensamentos, criam expectativas para a leitura, estimulam seu interesse, aguçam a sua curiosidade e, acima de tudo, proporcionam uma atividade inte- lectual desde o início do processo [de leitura]” (TAGLIEBER; PEREIRA, 1997, p. 75). ObjetivOs das atividades de pré-leitura • Investigar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito do seu repertório literário. • Levar a turma a fazer predições a respeito do gênero e dos temas da obra literária Livro das simpatias, de Antonio Bar- reto. • Proporcionar aos alunos um primeiro contato com a obra, identificando seus elementos, como: capa, contracapa, ore- lhas, folha de rosto, sumário, ilustrações, títulos, subtítulos etc. • Sensibilizar os alunos e motivá-los a ler, de forma prazerosa, a obra. 18 Após lida a última palavra de um texto, é chegado o momento de verificar o que foi compreendido e dar sentido a isso. É na etapa de pós-leitura, portanto, que você, professor, deve lançar mão de di- versas estratégias para auxiliar seus alunos a se tornarem um leitor proficiente com cada vez mais maturidade. ObjetivOs das atividades de pós-leitura Levar os a alunos a: • socializar a experiência efetiva com o texto literário, em suas dimensões estética e emotiva; • compreender as especificidades do texto literário (suas ca- racterísticas); • compreender os efeitos de sentido produzidos pelos recur- sos expressivos empregados na construção do texto; • analisar e compreender os seus diálogos intertextuais. Leitor proficiente é aquele que não só decodifica as palavras que compõem o texto escrito, mas também constrói sentidos de acordo com as condições de funcionamento do gênero em foco, mobilizando, para isso, um conjunto de saberes (sobre a língua, outros textos, o gênero textual, o assunto focalizado, o autor do texto, ... Glossário Ceale | Verbete Leitor proficiente Extraído de: <ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/leitor- -proficiente> A vivência em leitura com base em de práticas situadas, envol- vendo o contato com gêneros escritos e multimodais variados, de importância para a vida escolar, social e cultural dos estudantes, bem como as perspectivas de análise e problematização com base nes- sas leituras corroboram para o desenvolvimento da leitura crítica e para a construção de um percurso criativo e autônomo de fruição do texto literário e de aprendizagem da língua, conforme estabelecido na BNCC (BRASIL, 2017, p. 155), quando define, no Campo artístico- -literário dos Anos Finais do Ensino Fundamental, que. [...] a diversidade deve orientar a organização/progres- são curricular: diferentes gêneros, estilos, autores e au- Leitor proficiente é aquele que não só decodifica as palavras que compõem o texto escrito, mas também constrói sentidos de acordo com as condições de funcionamento do gênero em foco, mobilizando, para isso, um conjunto de saberes (sobre a língua, outros textos, o gênero textual, o assunto focalizado, o autor do texto, ... Glossário Ceale | Verbete Leitor proficiente Extraído de: <ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/leitor- -proficiente> 19 toras – contemporâneos, de outras épocas, regionais, nacionais, portugueses, africanos e de outros países – devem ser contemplados; o cânone, a literatura univer- sal, a literatura juvenil, a tradição oral, o multissemióti- co, a cultura digital e as culturas juvenis, dentre outras diversidades, devem ser consideradas, ainda que deva haver um privilégio do letramento da letra. Compete ainda a este campo o desenvolvimento das práticas orais, tanto aquelas relacionadas à produção de textos em gêneros literários e artísticos diversos quanto as que se prestam à apreciação e ao comparti- lhamento e envolvam a seleção do que ler/ouvir/assistir e o exercício da indicação, da crítica, da recriação e do diálogo, por meio de diferentes práticas e gêneros, que devem ser explorados ao longo dos anos. Nesse sentido, professor, a sua mediação eficiente, certamen- te, vai aproximar o jovem leitor do texto literário, por meio da leitura compreensiva, prazerosa, lúdica e livre; concordando, discordando, enfim: posicionando-se em relação ao texto lido. Para vivenciar o prazer estético, o leitor deve ser instigado a com- preender o texto: seu tema e subtemas, os recursos linguísticos empre- gados, para construir os sentidos. As sugestões de atividades de pré-lei- tura e pós-leitura apresentadas a seguir, professor, podem ser adaptadas ao seu projeto pedagógico, às especificidades de suas turmas. mediandO a pré-leitura Professor, neste momento, incentive a participação de todos os alunos e crie situações para que os mais tímidos se expressem. É im- portante também, em conjunto, estabelecer acordos para que o diá- logo flua. Sugerimos que combine previamente que os alunos • se inscrevam para falar, de acordo com a sua orientação; • aguardem o momento de expor as ideias e opinar; de acordo com a inscrição; • ouçam com atenção os colegas e respeitem as opiniões contrárias; • evitem fugir do assunto; • sejam claros e objetivos ao expressar ideias, opiniões, argu- mentos; 20 • usem linguagem e tom de voz adequado à situação formal. apresentaçãO da Obra Estimule a observação de todos estes elementos do livro que vão ler. Peça que: • explorem a capa (cores, ilustrações, técnica utilizada nos de- senhos das imagens e das letras); • leiam o texto da quarta-capa e questione-os sobre o objeti- vo do texto, a quem ele é dirigido. Baseando-se no título, nas ilustrações da capa e no texto da quarta-capa, solicite que levantem hipóteses a respeito do livro que vão ler: Sabem o que é uma simpatia? Já ouviram falar de alguma? Qual era o objetivo dessa simpatia? Como o texto estava redigido? Por que alguém escreveria um livro dedicado somente às “simpatias”? É possível que alguns alunos, devido à cultura urbana, desconheçam esse gênero da tradição popular brasileira: o que será explorado mais à frente. Porora, seria interessante apresentar o verbete a seguir para os alunos levantarem hipóteses a respeito da acepção explorada no livro: acepção 10. Sugerimos que peça aos alunos que encontrem no dicionário o verbete “simpatia” e peça que algum deles leia em voz alta. A seguir disponibilizamos as acepções encontradas no Dicionário Houaiss. Após, estimule que discutam qual acepção melhor condiz com o livro traz como simpatia. Simpatia. S. f. - 1. Tendência ou inclinação que reúne duas ou mais pessoas. 2. As relações que há entre pessoas que instintivamente se sentem atraídas entre si. 3. Sentimento caloroso e espontâ- neo que alguém experimenta em relação a outrem. 4. Primei- ros sentimentos de amor. 5. Faculdade de compartir as alegrias ou tristezas de outrem. 6. Atração que uma coisa ou uma ideia exerce sobre alguém. 7. Bras. Interesse em atender às pretensões de alguém. 8. Pessoa muito simpática. 9. Bras. Tratamento inten- cionalmente amistoso dado a alguém. 10. Bras. Ritual posto em prática, ou objetos supersticiosamente usados, para prevenir ou curar uma enfermidade ou mal-estar. [...] 21 Pergunte: • Pelo que discutiram até aqui, imaginam que vão ler um texto literário ou não literário? • Tal texto seria em prosa, em versos ou em prosa poética? • Neste ponto, explique o conceito de prosa poética: um texto em prosa que apresenta elementos poéticos como: recria- ção da linguagem, brincadeiras com fatos inusitados, jogos de palavras, emprego de figuras de linguagem; uso de ver- sos, rimas, sonoridade etc. • Qual seria o público-alvo desse livro? Jovens, crianças, adul- tos ou o público em geral? apresentaçãO dO autOr e dO ilustradOr Após a leitura inicial da capa e da quarta-capa, apresente à tur- ma, oralmente, informações sobre o autor, com base nas informa- ções apresentadas na Parte 1 deste Manual. Após, faça os seguintes questionamentos: • Já leram algum outro livro de Antonio Barreto, o autor? Qual? Quais? • Que informação a respeito desse autor mais chamou sua atenção? Por quê? • Consideram importante conhecer o autor de uma obra que vão ler? Por quê? • Já leram algum outro livro ilustrado por Guili Seara, o artista ilustrador dessa obra? Qual? Quais? • Alguma informação a respeito desse artista/designer gráfico chamou sua atenção? Por quê? 22 nOme da editOra Apresente estas informações à turma: Baobá é uma árvore de até 30 metros de altura (Adansonia digi- tata), da família das bombacáceas. Tem tronco muito largo, ereto, madeira branca, mole e porosa; casca medicinal da qual se extrai uma fibra têxtil. Possui também grandes folhas digitadas e flores brancas, às vezes, com tons de lilás. É nativa de regiões tropicais da áfrica. Pode viver mais de 2 mil anos e seu tronco alcançar mais de 10 m de diâmetro; as folhas, flores, frutos e sementes são comestíveis e têm inúmeros usos medicinais. O nome baobá ou baobab vem do idioma árabe e quer dizer “pai de muitas semen- tes”. Essa árvore, trazida da áfrica, é considerada sagrada. (Adaptado do Dicionário “Houaiss” Eletrônico) Questione-os sobre o que poderia ter motivado a escolha dessa palavra (“Baobá”) para dar nome à editora do livro, qual o sentido/sig- nificado dela, sua origem, sua sonoridade. Peça também que identi- fiquem, na capa, o desenho estilizado (em branco) da árvore “baobá”. Explique que esse desenho é o logotipo da empresa que publicou o livro (a Editora Baobá). Leia para a turma o conceito: Logotipo, ou simplesmente logo, é a representação gráfica do nome de uma empresa ou marca, que determina a sua identi- dade visual e tem como objetivo facilitar o seu reconhecimento. Um logotipo dá sentido à marca em questão, identificando-a e definindo-a no tempo e no espaço. Peça que deem opiniões a respeito desse logotipo: gostaram ou não do desenho? Por quê? Se tivessem de criar um logotipo usando o desenho de uma árvore, qual seria a árvore? Por quê? a Frase da capa Leia para a turma, em voz alta, a frase colocada na parte inferior da capa (canto direito): “A porta mais bem fechada é aquela que se pode deixar aberta”. Peça que os alunos reflitam e discutam: • Por que essa frase estaria colocada na capa? 23 • É comum aparecer frases como essa (ou qualquer outra fra- se) em capas de livros? Por quê? • Qual seria a intenção do capista (ou ilustrador do livro) ao colocá-la aí? • Qual seria o sentido dessa frase? • Vocês concordam ou não com ela? Por quê? Ajude os alunos a inferir que essa frase é um provérbio da milenar tradição e sabedoria chinesa. Chame a atenção para o uso da lingua- gem figurada (no caso: um paradoxo, uma contradição): a porta aberta é mais segura que a porta fechada. Há ainda uma metáfora, que con- siste em usar uma palavra para substituir outra por alguma semelhança de sentido: porta aberta, no sentido de “confiança, lealdade, verdade nas relações humanas”. Para a melhor compreensão desse provérbio e das expressões de linguagem figurada do Livro das simpatias, seria interessante retomar os conceitos de sentido denotativo e sentido co- notativo. Uma palavra pode ser empregada no seu sentido próprio ori- ginal, em sentido denotativo. É comum, nos gêneros literários, o uso de palavras fora de seu sentido usual, em sentido conotativo, figurado, para conferir subjetividade ou expressividade ao texto. Estimule a turma a refletir sobre os seguintes pontos: • O que vocês deixam sempre fechado? Por quê? • O que vocês deixam sempre aberto? Por quê? • Têm segredos? Para quem os conta? Sabem guardar os se- gredos que as pessoas lhes contam? FOrmulaçãO de hipóteses sObre a Obra a ser lida Após esse primeiro contato com a obra, solicite que elaborem uma hipótese sobre os possíveis temas ou assuntos do livro, com base nesses elementos que analisaram na capa, na quarta-capa, no título e na frase colocada na parte inferior da capa. Aceite todas as respostas. O importante, nessa pré-leitura, é que os alunos possam fazer inferências, imaginar o que vão ler – com base nesses elemen- tos iniciais da obra. 24 a página 2 (dadOs técnicOs, Ficha catalOgráFica etc.) Peça agora que passem/pulem a “folha de rosto” (p. 1) – que será trabalhada posteriormente na Pré-leitura de imagens, e acessem a página 2. Explique que nessa página (na maioria dos livros), costumam ser inseridas informações técnicas da obra, tais como: 1. Nomes das pessoas que editaram, produziram, criaram a parte gráfica, ilustraram, revisaram e imprimiram a obra. 2. A “ficha catalográfica” ou “descrição bibliográfica” da obra, que geralmente apresenta as seguintes informações: sobrenome/ nome do autor, título do livro, local de edição, data, número de páginas, gênero da obra e alguns dados numéricos ou códigos (elaborados pela Biblioteca Nacional) que servem para identifica- ção da obra em todo o território nacional. 3. O nome, endereço, telefone e os contatos (pela internet, redes sociais) da Editora. Se achar interessante, peça aos alunos que identifiquem alguns desses dados. dedicatórias (página 3) Proponha que os alunos leiam as dedicatórias e questione-os: • A quem o livro é dedicado? • O que acham que significam as palavras e expressões: – “à memória de”; “viraram flor” e “vivia enfeitiçado com a vida”? Se necessário, explique que as palavras e expressões “à memó- ria” e “viraram flor” têm o significado de pessoas que já faleceram, mas que ficaram guardadas na lembrança do autor. A expressão: “vivia enfeitiçado com a vida” tem o significado de: vivia gostando da vida, amando a vida; vivia feliz com ela. – “origem dessas palavras”? Significa que o livro é dedicado às pessoas que deram o dom da vida ao autor: ou seja, os seus pais. 25 • “me leu os Livros do Vento”? Explique que a expressão “ler os Livros do Vento” – segundo o autor – era usada antigamente no Sul de Minas (em Passos, onde o autor nasceu) e tinha o significado de: “ouviro que o vento leva e traz; ter os ouvidos sempre atentos, prontos para escutar e depois contar, passar para frente”. Era muito usada nas rodas de contação de histó- rias, à noite, à beira das fogueiras. Então, pergunte aos alunos, se eles fossem escrever um livro, a quem dedicariam? sumáriO Peça que leiam o sumário e respondam: • Que informações o sumário apresenta e qual é o seu obje- tivo? • Pelos títulos, qual texto você leria primeiro? Por quê? • Os títulos lhe deram mais pistas a respeito do livro? Quais? Chame a atenção dos alunos para os sobretítulos usados no iní- cio de cada título das “simpatias”: “Para encontrar...”; “Para eliminar...” “Para ouvir...” etc. Peça que expliquem, de acordo com o contexto, esses sobretí- tulos. Ajude-os a inferir que esses sobretítulos indicam a finalidade/ utilidade de cada texto que vão ler. Comente que a palavra para indica objetivo, finalidade. pré-leitura de imagens Proponha que descrevam a ilustração da capa e, através dela, deduzam qual será o assunto do livro. Leve-os a observar que o fundo da capa é azul em várias tonalidades mais escuras até alcançarem a cor negra. Há vários seres: duendes, sapos, lagartos, magos, corvos, castelos, morcegos, aves, borboletas, plantas, flores, rato, caldeirão, peixes, ampulheta, abóbora, estrelas etc. Tudo isso leva a crer que vão ler textos ligados à magia, ao encantamento e a outras coisas misteriosas... 26 Pergunte-lhes que impressão o cenário dá. O cenário é misterio- so: sob um céu estrelado, vemos as sombras de montanhas; as águas de um oceano agitado, um castelo medieval, um caldeirão usado por bruxas, flores exóticas, frutos etc. Enfim, as imagens nos remetem aos contos de fada, ao reino da fantasia, com suas bruxarias, feitiços, gno- mos, duendes, objetos mágicos e misteriosos... Chame a atenção novamente para o que está escrito em um pergaminho, na parte inferior da capa: “A porta mais bem fechada é aquela que se pode deixar aberta”. Esse recurso contribui ainda mais para reforçar o tom misterioso da obra. Explique que a palavra perga- minho tem vários sentidos; mas, no contexto, tem o sentido de pele de ovelha, bezerro ou cabrito preparada para fazer registros escritos antes da difusão do papel. Pergunte se sabem o que significa a mancha (o lacre) em ver- melho acima do pergaminho. Então, caso necessário, explique que, antigamente, todo documento em pergaminho recebia um lacre. Ou seja: uma espécie de selo feito com cera derretida, impresso por um sinete (instrumento de ouro ou prata, em alto-relevo ou baixo-relevo) parecido com um carimbo. O sinete-carimbo continha a figura de um brasão de um reino, de um nobre, de um rei; o logotipo de uma instituição etc. FOlha de rOstO (página 1) Pergunte aos alunos o que veem na folha de rosto, o que re- presentam as imagens e de que eles se lembram ao ver essas figuras. Leve-os a perceber que as figuras lembram os contos de fada, os ma- gos, as bruxas etc. Nessa página aparecem o título da obra, o nome do autor e algumas figuras: borboleta, corvo, morcego, caldeirão para fazer sopas (um rato), um lagarto, um relógio Cuco com um duende pendurado em suas cordas; uma orquídea, um grilo entre as pétalas; o pergaminho com o selo impresso em letras enfeitadas. Há outro duende lendo o texto. No pé da página, vê-se a logomarca da editora (Baobá) com o local e a data em que a obra foi publicada. letras capitulares, iluminuras e vinhetas Chame a atenção dos alunos para as grandes letras iniciais (dese- nhadas) que aparecem sempre na primeira palavra de cada parágrafo. 27 Peça que folheiem o livro e percebam, identifiquem algumas. Pergunte se sabem o significado dessas letras e se lhes parecem antigas ou mo- dernas. Explique, se necessário, que... Essa forma de representar as letras iniciais do parágrafo é herança de uma arte típica dos antigos manuscritos, chamada ilumi- nura. Os textos eram escritos à mão e or- namentados por meio de pintura em cores vivas, dourado e prateado, de letras iniciais – com flores, folhagens, figuras e cenas variadas também conhe- cidas por arabescos. Essas “cenas” ocupavam parte do espaço onde estaria o texto. Os desenhos se estendiam pelas margens, barras, molduras e ramagens. Já as letras, especificamente, são chamadas de letras capitulares ou letras capitais. Exemplos: http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/iluminuras-medievais/ as “vinhetas” (páginas 10, 26 e 44) Você, professor, pode ler para os alunos o texto abaixo: A vinheta (às vezes também confundida com a iluminura, em artes gráficas) é uma pequena ilustração ou ornamento tipográ- fico inserido em um livro ou um texto, para ilustrá-lo, enfeitá-lo ou ainda: separar par- tes de um texto, de um capítulo. A vinhe- ta é composta por uma só peça que serve de ornato em uma composição gráfica ou tipográfica. Essa imagem geralmente é constituída por linhas si- nuosas, contorcidas e mescladas a imagens de plantas, folhas, flores, animais, seres humanos, letras alfabéticas etc. São também formadas por arabescos: ornatos de origem árabe, que consistem em emaranhado de linhas, ramagens, flores, grinaldas, frutas etc. Em seguida, questione que cor foi usada ou é predominante nas letras capitulares iluminuras e vinhetas usadas no livro. Os desenhos (das letras, iluminuras e vinhetas) se apresentam com a cor sépia. Expli- que que essa cor é muito usada para dar um efeito de envelhecimento 28 em fotos e gravuras. Ela surgiu no fim do século XIX e era feita com uma tinta extraída dos polvos e das lulas (sepia). Hoje há substâncias quími- cas que substituem a tintura extraída desses animais. Leve os alunos a perceber que o ilustrador buscou sempre dialogar com o passado, com a tradição como forma de mostrar que – assim como o pergaminho, as letras capitulares e as iluminuras com seus arabescos – os contos de fadas e as simpatias pertencem a um passado remoto. as ilustrações dOs textOs É importante ressaltar que as ilustrações da obra não são apenas atrativos para a leitura dos textos: elas contribuem para a clareza das mensagens, dialogando com elas. O ilustrador Guili Seara fez inter- venções como: colagens, acréscimo de cores nas gravuras do século XIX (dos artistas Thiebault, H. Emy e Coste) a fim de aprofundar o diálogo com os textos do autor do livro. Todas as ilustrações serão estudadas, mais adiante, na Parte 3 deste Manual, na interdisciplina- ridade com Arte. sugestões para a avaliaçãO da atividade de pré- -leitura Em grupos formados sob a sua orientação, professor, oralmente, ajude-os a fazer a seguinte avaliação: • Todos participaram ativamente da atividade? • Seguiram as orientações apresentadas antes da atividade? • O que aprenderam com os colegas e o professor? • Gostaram ou não da atividade? • Têm alguma sugestão para a realização de outras atividades orais? Baseando-se nas respostas, peça que redijam um texto de ava- liação da atividade para ser compartilhado com a turma, de acordo com a sua orientação. FruindO das simpatias pOéticas Antes da leitura dos alunos, seria interessante que você, profes- sor, escolhesse algumas simpatias para ler para a turma. A sua leitura 29 expressiva vai permitir que eles se sintam também motivados e apre- ciem os temas sugeridos, os jogos de palavras, os efeitos sonoros e outros recursos que são característicos desses textos: “simpatias poé- ticas”. Estabeleça um prazo para que todos leiam individualmente a obra e agende um dia para realizar as atividades de leitura comparti- lhada, que serão feitas após a leitura. Oriente a turma a fazer a primeira leitura sem interrupção para consultar o dicionário, buscando inferir o sentido das palavras desco- nhecidas pelo contexto. mediandO a pós-leitura Professor, após a leitura da obra, incentive a participação de to- dos os alunos nas discussões pós-leitura, criando situaçõespara que os mais tímidos se expressem. Tal como feito na pré-leitura, mante- nha os combinados para que a discussão flua bem. Peça que: • se inscrevam para falar, de acordo com a sua orientação; • aguardem o momento de expor as ideias e opinar; de acordo com a inscrição; • ouçam com atenção os colegas e respeitem as opiniões contrárias; • evitem fugir do assunto; • sejam claros e objetivos ao expressar ideias, opiniões, argu- mentos; • usem linguagem e tom de voz adequados à situação formal. as primeiras impressões Peça que os alunos compartilhem quais foram os sentimentos, sensações e impressões ao ler o Livro das simpatias. Pergunte se gos- taram ou não e por quê. OrganizandO um glOssáriO Solicite então que organizem um glossário, explicando que desse modo podem melhorar a compreensão global do texto lido. Eles devem: 30 • organizar uma lista de palavras e expressões que ainda não fazem parte do vocabulário deles; • consultar dicionários ou pesquisar em livros, internet e enci- clopédias as palavras/expressões desconhecidas e registrar o sentido em que foram empregadas no texto; • colocá-las em ordem alfabética e organizar um glossário do Livro das simpatias. cOnFirmaçãO de hipóteses Verifique com os alunos se as hipóteses levantadas nas atividades de pré-leitura foram confirmadas. Quais? Peça que expliquem. Apresente novamente o verbete simpatia e questione-os: com qual dessas acepções o livro dialoga? Certamente, a turma percebeu que o Livro das simpatias recria, de forma ficcional, os rituais usados para realizar desejos, prevenir ou curar uma enfermidade ou mal-es- tar, de forma lúdica e poética. Ou seja, o sentido, nesse caso, é o da acepção 10. aspectOs da Obra Tema Peça que identifiquem o tema, a ideia central, da obra, ajudando- -os a concluir que é a necessidade do ser humano de buscar soluções mágicas para resolver seus problemas e realizar desejos inalcançá- veis; e sua capacidade de sonhar, imaginar, fantasiar. Questione-os se a hipótese que levantaram em relação a gê- nero literário ou não literário se confirmou após a leitura do livro e peça que apresentem argumentos para justificar a resposta. O livro apresenta textos literários, porque cria simpatias poéticas, ficcionais; brinca com a imaginação dos leitores, emprega palavras fora de seu sentido usual (linguagem figurada), entre outros. Espera-se também que o aluno perceba que, por se tratar de um texto literário, o autor criou um narrador (em 3ª pessoa) para narrar os fatos ficcionais. 31 Gênero Questione se os alunos compreendem a diferença entre poesia e poema, a fim de ajudá-los a aprofundar e ampliar o conceito de poesia. É muito comum os alunos ainda associarem poesia ao gê- nero poema sonoro, que é construído em versos, estrofes, e com o emprego de rimas, exploração do ritmo e da sonoridade das palavras. Estimule-os a perceber que, enquanto poema é forma, poesia é a lin- guagem e que, portanto, pode estar presente, por exemplo, em um poema visual, em uma canção, em uma publicidade; em outros gê- neros literários, em diferentes manifestações artísticas que despertam a percepção do belo, emocionam, revelam um aspecto inusitado da realidade. A poesia está presente também nas brincadeiras, nos rituais da cultura popular, nas cantigas, nas artes plásticas, nos espetáculos teatrais e de dança, nas manifestações religiosas etc. Durante essa discussão, peça que exemplifiquem a presença de poesia em livros que leram, em obras de arte que apreciam. Então, questione-os se os textos do Livro das simpatias são escritos em ver- so ou em prosa e pergunte que elementos poéticos ele apresenta. Leve-os a inferir que os textos são escritos em prosa poética: narram situações absurdas, inusitadas (nonsense) empregando elementos poéticos como recriação da linguagem, fantasia, brincadeiras com os sentidos e sonoridade das palavras. Interrogue-os a respeito dos sentimentos e sensações expe- rimentadas ao ler o livro, justificando. O Livro das simpatias tem o objetivo de entreter, encantar e sensibilizar o leitor. Pergunte se o lei- tor conseguiu alcançar essa finalidade. Pergunte-lhes também que adjetivos usariam para caracterizar as simpatias lidas. Elas são inusi- tadas, incomuns, ficcionais, irreais, diferentes, estranhas, engraçadas, misteriosas, surreais e outras desses campos semânticos. Comente com os alunos que uma das funções da arte é mobilizar a fantasia, a imaginação, a invenção. Por isso, em geral (ao contrário da Ciência), não tem compromisso com a realidade. Se achar conveniente, apresente-lhes ainda os seguintes ques- tionamentos: • Identificaram-se com quais simpatias? Por quê? • Consideram que o texto literário cumpre um papel impor- tante na vida de jovens leitores, quando apresentam ele- mentos fantásticos, fantasia e imaginação? 32 Intertextualidade Os alunos já apreenderam o conceito de intertextualidade nas séries anteriores, mas é interessante relembrar que esse recurso con- siste em retomar um texto original, mantendo ou alterando o seu sentido, fazendo citação ou alusão a ele. Ajude-os a perceber que o autor de Livro das simpatias dialoga com o gênero textual simpatia (que apresenta o passo a passo para se realizar um determinado ritual, feito com o objetivo de prevenir, curar uma enfermidade ou mal-estar, espantar algo indesejado etc.). Peça que releiam as páginas 57-58, para verem exemplos que o próprio autor cita, de algumas simpatias “originais”, e suas instruções ou rituais a serem seguidos: Por exemplo: • Colocar uma tesoura aberta embaixo do travesseiro na hora de dormir é um santo remédio para afastar pesadelos. • Quem sofre de reumatismo pode encontrar alívio para suas dores andando sempre com uma batatinha inglesa no bolso, ou pendurada no pescoço, até que ela seque. • Se o problema é a chuva forte, que pode estragar o progra- ma do dia seguinte, o jeito é pegar um ovo e deixá-lo pendu- rado do lado de fora da janela, de preferência dentro de um pé de meia, oferecendo-o à Santa Clara. • Dizem que outra boa simpatia para abrandar temporais e fu- racões é colocar um ovo de galinha no toco de uma árvore – ou numa cerca de madeira, perto de casa – e acender uma vela para Santa Bárbara. • E para que nunca falte dinheiro em casa, o melhor é deixar algumas moedas dentro da caixa de alfinetes. Mesmo que, hoje em dia, já não existam mais caixas de alfinete... Peça que localizem e leiam no texto outras simpatias feitas atra- vés de rezas que acompanhavam os rituais de benzedura (feitas por benzedeiras e rezadeiras como Sinhá Alzira, citada pelo autor): a. Para curar a doença chamada “quebranto”. b. “Com dois puseram, com três eu tiro. Com as três pessoas da Santíssima Trindade, que quebra quebranto e mau- -olhado. Tiro, retiro, suspiro e trespiro! Eu mando esse 33 mal que vai ser puxado... pras ondas do mar, pra nunca mais voltar.” c. Para curar a doença chamada “espinhela caída”. d. “Barquinho de Santa Maria, navega no mar sem emborcar. Levanta a sua espinhela, põe tudo no seu lugar”. e. Para curar a doença chamada “erisipela”. “Ezipa, erisipela, deu no tutano. Do tutano deu no osso, do osso deu na carne, da carne deu na pele, da pele vai pras ondas do mar sagrado. Com o poder de Deus e da Virgem Maria, esse menino vai ser curado, com a ponta do meu cajado! Amém!”. Peça que localizem/leiam a simpatia de “que o autor mais gosta- va” e expliquem com as próprias palavras como ela era feita. Trata-se da simpatia da reza da carne quebrada: “O que é que eu cosi? Não sei, não vi. Mas assim mesmo eu coso, osso rendido, nervo magoado, veia sentida, carne quebrada. Assim mesmo eu coso, assim mesmo remendo, essa dor costurada, em louvor do bendito São Frutuoso”. Era feita enquanto se costurava um pedaço de pano, com agulha e linha, em volta do tornozelo da pessoa doente. Segundo o texto, peçaque expliquem o significado de quebran- to ou mau-olhado (doença que causava moleza, cansaço, abatimen- to, sono e irritação), espinhela caída (dor na região do tórax), erisipela (doença infecciosa, que provocava inflamação da pele), carne que- brada (dor muscular provocada por ferimentos internos; contusões etc.). Questione-os ainda: que outros gêneros textuais foram recria- dos ou citados na obra. Nesse momento, após ouvir todos os alunos, caso necessário, explique que o autor dialoga com: o enredo e perso- nagens de alguns contos maravilhosos; receita culinária, provérbios, versos de poetas como Mario Quintana, prosadores como Osman Lins etc. 34 Relembre: A intertextualidade é um recurso muito empregado na criação literária para homenagear outro autor, valorizar outro gênero, criticar uma obra, criar efeitos humorísticos, entre outros. Pergunte com qual objetivo o autor e o ilustrador empregaram o recurso da intertextualidade na construção de seus textos: verbal e não verbal (multimodal). Leve-os a perceber que tanto o autor quanto o ilus- trador buscaram valorizar a cultura popular de forma poética e lúdica. Demais recursos estilísticos Professor, é importante também que os alunos compreendam os demais recursos estilísticos empregados por Antonio Barreto para escrever a obra. Peça que reflitam sobre quem é o narrador do texto (3ª pessoa), que recursos são usados para gerar humor (personifica- ção, por exemplo), narrar coisas absurdas ou inusitadas (nonsense e paradoxo), possibilitar uma reflexão filosófica (metáforas). Peça então que eles se reúnam em pequenos grupos, elejam com que simpatia querem trabalhar, façam uma pesquisa sobre as fi- guras de linguagem e identifiquem ao longo da obra quais são usadas e os efeitos de sentido que elas geram no leitor. Após, peça que cada grupo apresente oralmente a sua análise. sugestões para a avaliaçãO da atividade de pós- -leitura Em grupos formados sob a sua orientação, de forma oral, ajude- -os a fazer a seguinte avaliação: • Todos participaram ativamente da atividade? • Seguiram as orientações apresentadas antes da atividade? • O que aprenderam com os colegas e o professor? • Gostaram ou não da atividade? • Têm alguma sugestão para a realização de outras atividades orais? Baseando-se nas respostas, peça que redijam um texto de ava- liação da atividade para ser compartilhado com a turma, de acordo com sua orientação. 35 habilidades aciOnadas nas atividades prOpOstas cOnteÚdOs – 8º e 9º anOs CAMPO DE ATUAÇÃO Campo artístico-literário. Campo jornalístico-midiático. PRÁTICAS DE LINGUAGEM Leitura/escuta (compartilhada e autônoma/leitura expressiva). Produção de textos verbais, não verbais e multimodais. Oralidade. OBJETOS DE CONHECIMENTO Reconstrução das condições de produção e recepção de textos. Estratégias de leitura. Formação do leitor literário. Participação em discussões orais de temas controversos de interesse da turma ou de relevância social. HABILIDADES (EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses tex- tos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, socieda- des e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção. (EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog cultural etc., para se- lecionar obras literárias e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, exposições, espetáculos, CDs, DVDs etc.), diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a escolha do livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso. 36 (EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recep- ção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clu- bes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.), entre outros, tecendo, quando possível, comen- tários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações, escre- vendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizan- do formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs. (EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textua- lização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circu- lação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário. (EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas, crí- ticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infanto juvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e inter- pretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou esse conto/ reconto, seja para análise posterior, seja para produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de forma livre quanto de forma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicais etc.), empre- gando os recursos linguísticos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético e à situação de compartilhamento em questão. (EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social. (EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/questão polêmica, explicações e ou argumentos re- lativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam analisar partes da questão e compartilhá-los com a turma. (EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, res- peitando os turnos de fala, na participação em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos. 37 CAMPOS DE ATUAÇÃO Todos os campos de atuação. Campo artístico-literário. PRÁTICAS DE LINGUAGEM Leitura. Produção de textos verbais, não verbais e multimodais. Análise linguística/semiótica. OBJETOS DE CONHECIMENTO Estratégias de leitura / Apreciação e réplica / Formação do leitor literário. Relação entre textos. Figuras de linguagem. HABILIDADES (EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanis- mos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses textosliterários e outras manifestações artísticas (ci- nema, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos temas, perso- nagens, estilos, autores etc., e entre o texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos-minuto, vidding, dentre outros. (EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de fic- ção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressando avalia- ção sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores. (EF89LP37) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, entre outras. 38 a impOrtância dO trabalhO interdisciplinar partindO dO textO literáriO Caro professor, Ler literatura é ler o mundo através de uma lente que amplifica o olhar, uma vez que trata de registros de experiência humana que pro- porciona o acesso a outras vivências. Essa compreensão nos permite adotar a arte literária como um rico e poderoso objeto no contexto da interdisciplinaridade, pois esta permite estabelecer um diálogo com diversos campos de saber e compreender as conexões e complexida- des das relações inteligíveis. Pensando a partir desse contexto, ao pla- nejar o trabalho pedagógico de uma obra literária, devemos construir, de modo intencional e significativo, articulações entre as orientações, competências e habilidades das diferentes unidades temáticas, obje- tos do conhecimento nas diversas áreas, conforme a BNCC. Como ressaltamos anteriormente, o Livro das simpatias é indica- do para a fruição e o “prazer de ler” de leitores, especialmente aqueles que se encontram no 8º. e 9º anos do Ensino Fundamental. Para além desse objetivo primordial, é possível organizar, de forma pedagógica e escolar, um trabalho entre a obra e os demais componentes cur- riculares, propondo aos educandos atividades interdisciplinares que estimulem neles, com base na obra, a busca por outros conhecimen- tos. Abrir-se para a abordagem de um trabalho interdisciplinar é apostar em um planejamento dinâmico, integrador e coletivo. Sabe- mos das dificuldades, no contexto da escola, de se organizar para essa coletividade, tanto para integrar as diferentes competências e habilidades como para efetivar o trabalho dentro de uma metodo- logia sistêmica, em que os objetos se articulam e se complementam construindo sentido. No entanto, como enfatiza a BNCC, é preciso “decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos componen- tes curriculares e fortalecer a competência pedagógica das equipes escolares para adotar estratégias mais dinâmicas, interativas e cola- A MAgIA DA INTERDIScIPLINARIDADE3 39 borativas em relação à gestão do ensino e da aprendizagem” (BRASIL, 2017, p. 16). Essas discussões sobre o trabalho coletivo entre os grupos de professores a partir da temática e elementos de uma obra literária atende à proposta metodológica evidenciada nos últimos documen- tos que norteiam a educação no Brasil, como a Lei de Diretrizes e Base (LDB), os Parâmetros Curriculares da Educação Nacional e a BNCC. O que é interdisciplinaridade? O conceito de interdisciplinaridade surgiu na década de 1960, para acatar as demandas que não encontravam resposta por uma única disciplina ou saber. Trata-se de um trabalho em conjunto, que parta de uma questão, objeto de conhecimento ou, conforme a intenção deste Manual, da leitura do livro literário que faça advir discussões, questionamentos e reflexões em cada campo de saber. A interdisciplinaridade não se constitui como uma soma frag- mentada de atividades nas diferentes áreas de conhecimento. Ela é, na verdade, o resultado da integração dos saberes em um trabalho coletivo, que se desenvolve com base em um tema estabelecendo-se conexões nas intervenções propostas. Em momentos coletivos de planejamento pedagógico, os pro- fessores de cada componente curricular podem contribuir para as orientações e formulações das atividades interdisciplinares, de forma a criar uma rede articulada entre as diversas áreas do conhecimento prevista para o processo de ensino-aprendizagem na educação es- colar. Essa abordagem interdisciplinar está em consonância com a BNCC, quando “propõe a superação da fragmentação radicalmente disciplinar do conhecimento, o estímulo à sua aplicação na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida”. Apresentamos, portanto, nesta Parte 3 do Manual, várias ativi- dades que visam potencializar o domínio da fruição leitora das “sim- patias poéticas” de Antonio Barreto. Oferecemos propostas de ativi- dades que você pode desenvolver em sala de forma que seus alunos – além do prazer de ler – avancem, progridam ou retomem conhe- 40 cimentos paralelos e transversais pertinentes a essas duas séries fi- nais do Ensino Fundamental. E, desse modo, possam reconhecer a importância dessa obra no contexto do nosso “imaginário” cultural e regional brasileiro. Bom ensino! Bom aprendizado! Bom trabalho! prOpOstas de atividades arte Professor, o Livro das Simpatias apresenta uma série de aborda- gens propícias ao trabalho interdisciplinar com Arte. As ilustrações, iluminuras, letras capitulares e vinhetas do desig- ner Guili Seara – com intervenções sobre ilustrações do século XIX (Romantismo), de autoria dos desenhistas Thiebault, H. Emy e Coste (1898) – fazem parte do contexto “imagético-cultural” e literário da obra. Essas imagens estão tão imbricadas, interligadas e conectadas ao texto que fica difícil separar uma coisa de outra. O Livro das simpatias é, portanto, um texto multimodal, pois nele são empregadas a linguagem verbal (as simpatias poéticas) e a lingua- gem não verbal ou imagética (que são as ilustrações). Como preconiza a BNCC (BRASIL, 2017, p. 203): No Ensino Fundamental – Anos Finais, é preciso asse- gurar aos alunos a ampliação de suas interações com manifestações artísticas e culturais nacionais e interna- cionais, de diferentes épocas e contextos. Essas práti- cas podem ocupar os mais diversos espaços da escola, espraiando-se para o seu entorno e favorecendo as re- lações com a comunidade. Além disso, o diferencial dessa fase está na maior sis- tematização dos conhecimentos e na proposição de experiências mais diversificadas em relação a cada lin- guagem, considerando as culturas juvenis. Desse modo, espera-se que o componente Arte con- tribua com o aprofundamento das aprendizagens nas diferentes linguagens – e no diálogo entre elas e com as outras áreas do conhecimento –, com vistas a possi- 41 bilitar aos estudantes maior autonomia nas experiências e vivências artísticas. Tal como feito na atividade de pós-leitura pelo professor de Lín- gua Portuguesa, na aula de Arte, você, professor, pode abrir a dis- cussão do livro para promover também a compreensão das imagens. Desse modo, os alunos serão estimulados a analisar as intertextua- lidades presentes na obra, os recursos de intervenção, colagem e fotomontagem, o uso de iluminuras ou vinhetas, o diálogo com o Surrealismo (textos 6 e 7) e o Romantismo (texto 7). Após esse momento de compreensão das imagens, que deve es- tar aliada ao texto verbal, você, professor, pode estimular nos alunos diversas produções, sempre apoiadas no Livro das simpatias e no que os demais componentes curriculares podem trazer de contribuição. Um exemplo é estimular alguma produção que esteja vinculada às manifestações folclóricas e da tradição popular que podemser ex- ploradas na Geografia, ou que tenha relação com as reflexões que podem ser suscitadas ao se trabalhar a obra no Ensino Religioso. A atemporalidade das manifestações culturais/folclóricas, como é o caso da simpatia, pode ser explorada em uma situação artística que tem uma gênese, podendo-se dar vida a um mito por meio da imagem. Explore essa ideia com seus alunos, professor. Por fim, promova entre os alunos um momento de avaliação do que foi vivenciado e aprendido em sala de aula. Sugerimos uma atividade em grupo em que os alunos possam retomar o percurso de aprendizagem e avaliar o que foi bom e o que não foi, como foi seu engajamento e se têm alguma sugestão. Desse modo, também nesse momento, estimulamos o protagonismo juvenil. Após, pode-se propor que as produções feitas sejam divulgadas para toda a comu- nidade escolar, em mural ou varal, podendo-se também fazer uso da fotografia e do vídeo para divulgação no blog da turma ou da escola, bem como nas redes sociais. 42 habilidades que pOdem ser aciOnadas cOm base nO trabalhO cOm a Obra UNIDADES TEMÁTICAS ARTES vISUAIS – OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES CONTEXTOS E PRáTICAS (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicio- nais e contemporâneas, em obras de artis- tas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiên- cia com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético. (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferen- tes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço. (EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, anima- ções, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), ceno- gráficas, coreográficas, musicais etc. ELEMENTOS DA LINGUAGEM (EF69AR04) Analisar os elementos consti- tutivos das artes visuais (ponto, linha, for- ma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas. MATERIALIDADES (EF69AR05) Experimentar e analisar dife- rentes formas de expressão artística (dese- nho, pintura, colagem, quadrinhos, dobra- dura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.). PROCESSOS DE CRIAçãO (EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em te- mas ou interesses artísticos, de modo in- dividual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais. (EF69AR07) Dialogar com princípios con- ceituais, proposições temáticas, repertó- rios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais. SISTEMAS DA LINGUAGEM (EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo rela- ções entre os profissionais do sistema das artes visuais. 43 língua inglesa Professor, a obra também pode promover diversos conhecimen- tos de Língua Inglesa para os alunos. Para tanto, sugerimos um traba- lho em conjunto com os professores de História e de Artes/Educação Artística. A seguir estão uma proposição para o 8º Ano e outra para o 9º. 8° Ano – Atividade: New Magic Spells A atividade New Magic Spells consiste na criação, por parte dos alunos, de novas “simpatias”. O objetivo é fazer com que, através de uma atividade lúdica, aconteça o aprendizado de novo vocabulário, a interação oral com colegas e o uso da imaginação e criatividade. Os alunos deverão ser divididos em grupos ou pares e cada grupo/par vai sortear uma situação e 5 elementos que deverão estar presentes na “simpatia” ou “receita de feitiço” que eles vão inventar. A criatividade deverá ser altamente estimulada pelo professor de Língua Inglesa e, se for o caso, pelo professor de Artes/Educação Artística também. Material necessário: - pequenos cartões de papel-cartão ou cartolina, confecciona- dos antecipadamente pelo professor: - deverão ser confeccionados 10 cartões (cartões de Spell), no tamanho 10cm x 5cm, com as seguintes situações: • To find a diamond; • To frighten ghosts; • To make you run faster; • To talk to a fairy; • To transform vegetables into chocolate; • To hear your friends’s thoughts; • To make my bedroom organize itself; • To make your team win the Championship; • To travel in time; • To become famous. - deverão ser confeccionados 50 cartões de elementos, no ta- manho 5cm x 5cm, com os seguintes elementos (se possível nome e imagem): 44 a pair of socks coffee powder a hair pin an old pen a piece of pink paper a bottle cap one orange seed water a piece of fingernail a yellow feather glue a piece of cotton tea a ruler a white crayon an earring a rose petal a broom a toothpick a paper napkin a round rock an eraser a card a pillow an empty soda can a rubber band honey salt a handkerchief a teaspoon of sand a green button hairspray a leaf an empty milk carton an old toothbrush a paper clip a coin deodorant a scarf a hat a popsicle a chewing gum sunglasses a tie a pair of sneakers a lipstick a dictionary a sharpener a bandaid a stick - listagem, a ser entregue a todos os alunos, de novo vocabulário que será utilizado na atividade; - dicionário bilíngue; - folhas de papel A4; - materiais diversos (de acordo com projetos dos alunos). Duração: - Trabalho com novo vocabulário: aproximadamente 30 minutos. 45 - Preparo: mínimo de 1 hora. - Apresentação: aproximadamente 5 minutos por grupo/par. 9º ano – Atividade: Folklore around the world A atividade Folklore around the world consiste na pesquisa, por parte dos alunos, de elementos do folclore de diferentes países. Os alunos deverão ser divididos em pares ou grupos. Cada par ou gru- po sorteará um país, sobre o qual deverá pesquisar, para encontrar elementos do seu folclore. Depois de concluídas a pesquisa e a con- fecção do texto, os alunos apresentarão seu trabalho para a turma. Devem ser incentivados os usos de elementos tais como fotos, rou- pas e música. Alguns folclores sugeridos são: Arab, Canadian, Korean, Czech, Indian, American, Colombian, Turkish, Australian, Mexican. Material necessário: - material para pesquisa (físico e/ou on-line); - dicionário bilíngue; - folhas de papel A4; - materiais diversos (de acordo com projetos dos alunos). Duração: - Preparo: mínimo de 1 hora. - Apresentação: aproximadamente 10 minutos por grupo/par. 46 habilidades que pOdem ser aciOnadas cOm base nO trabalhO cOm a Obra 8º ANO UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CO- NHECIMENTO HABILIDADES PRODUçãO ORAL Produção de textos orais com autonomia (EF08LI04) Utilizar recursos e reper- tório linguísticos apropriados para informar/comunicar/falar do futuro: planos, possibilidades e probabilida- des. PRáTICAS DE ESCRITA Produção de textos escritos com mediação do professor/colegas (EF08LI11) Produzir texto (comen- tários em fóruns, relatos pessoais, mensagens instantâneas, tweets, re- portagens, histórias de ficção, blo- gues, entre outros), com o uso de estratégias de escrita (planejamen- to, produção de rascunho, revisão e edição final), apontando sonhos e projetos para o futuro (pessoal, da fa- mília, da comunidade ou do planeta). GRAMáTICA Comparativos e superlativos (EF08LI15) Utilizar, de modo inteli- gível, as formas comparativas e su- perlativas de adjetivos para comparar qualidades e quantidades. GRAMáTICA Quantificadores (EF08LI16) Utilizar, de modo inteligí- vel, corretamente some, any, many, much. GRAMáTICA Pronomes relativos (EF08LI16) Empregar, de modo inte- ligível, os pronomes relativos (who, which, that, whose) para construir períodos compostos por subordina- ção. GRAMáTICA Verbos para indicar o futuro (EF08LI14) Utilizar formas verbais do futuro para descrever
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