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O PAPEL DO FARMACÊUTICO NO ATENDIMENTO AS PACIENTES EM TRATAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
 
 
 
 
 
 
LEONARDO DA SILVA SOARES - RA: 2218107095 
SIMONE DA CONCEIÇÃO SALES REIS - RA: 2218111739 
MARIA DA CONCEIÇÃO ANTUNES MARTINS - RA 2218108452 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO FARMACÊUTICO NO ATENDIMENTO AS PACIENTES EM 
TRATAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO 
SÃO PAULO 
2021 
 
 
 
 
LEONARDO DA SILVA SOARES - RA: 2218107095 
SIMONE DA CONCEIÇÃO SALES REIS - RA: 2218111739 
MARIA DA CONCEIÇÃO ANTUNES MARTINS - RA 2218108452 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO FARMACÊUTICO NO ATENDIMENTO AS PACIENTES EM 
TRATAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a 
Universidade Nove de Julho referente ao Trabalho 
de Conclusão de Curso para obtenção do título de 
Bacharel em Farmácia e Bioquímica. 
 
 
 
 
 
Orientador: Antonio Di Petta 
 
SÃO PAULO 
2021 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3 
2 OBJETIVO ................................................................................................ 6 
2.1 OBJETIVO ESPECÍFICO .......................................................................... 6 
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 7 
3.1 CONCEITO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA SOBRE A ATENÇÃO 
FARMACÊUTICA E FARMÁCIA CLÍNICA................................................................ 7 
3.2 A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO TRATAMENTO DO CÂNCER 
DE COLO DE ÚTERO ............................................................................................... 9 
3.3 A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS ........................................ 11 
3.4 PAPEL DO FARMACÊUTICO NO SISITEMA ÚNICO DE SAÚDE ........ 14 
3.5 ADESÃO AO TRATAMENTO E COMORBIDADES NO CCU................ 15 
3.6 FALHA TERAPÊUTICA E RESGATE DA TERAPIA FARMACOLÓGICA
 17 
3.7 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DO 
CÂNCER. 18 
4 CONCLUSÃO ......................................................................................... 20 
REFERÊNCIAS ....................................................................................... 21 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Atualmente o câncer do colo de útero (CCU) é o segundo mais comum entre 
as mulheres no mundo, esse câncer foi estimado so no Brasil em 2010 cerca de 
18.430 casos novos (INCA, 2012). 
Essa doença se inicia a partir de uma lesão pré-invasiva curável em até 100% 
dos casos que, normalmente, progride de forma lenta ao longo dos anos até atingir o 
estádio invasor, fase em que a cura se torna mais difícil (PIMENTEL et. al. , 2011). 
Esse estádio pode se desenvolver em diversas formas sendo ela a mais 
comum a que ocorre por meio do Papiloma Vírus (HPV) cuja transmissão se dá, 
preferencialmente, pelo contato sexual, onde está presente em quase 100% dos 
casos de câncer do colo de útero, porém, para a sua progressão quanto as lesões 
pré-invasivas, é necessária a associação com os outros fatores de riscos, como o 
tabagismo, multiplicidade de parceiros sexuais, o uso de contraceptivos orais, a 
baixa ingestão de vitaminas e a iniciação sexual precoce por agentes infecciosos, 
como o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e comorbidades (LEPIQUE et. al. , 
2009). 
No Brasil, a abordagem mais efetiva para o controle desse câncer continua 
sendo a detecção precoce por rastreamento pelo exame de Papanicolau, que é 
simples, de baixo custo e oferecido por pela rede pública de saúde (INCA, 2012). 
No entanto, os sinais e sintomas do câncer do colo de útero aparecem 
tardiamente, o que leva muitas mulheres a procurar o médico somete quando a 
doença já está em estádio avançado, diminuindo as chances de um tratamento 
menos invasivo e indolor, e consequentemente da cura, o prognóstico piora com o 
avanço da doença (PIMENTEL et. al., 2011). 
Os resultados encontrados no presente estudo estima que para cada mil 
casos novos de câncer, 500 a 600 necessitem de cirurgia oncológica (histerectomia), 
700, de quimioterapia e 600, da radioterapia como parte do esquema terapêutico 
(NASCIMENTO; SILVA, 2015). 
Segundo a OMS e Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), 
estimou que em 2020 e 2030 a projeção de ocorrência de 22.211 e 27.099 casos, 
respectivamente, e o diagnóstico de 14 milhões de novos casos de CCU no mundo 
por ano, sendo mantidas as condições socioculturais atuais, cerca de 70% desses 
4 
 
 
tumores ocorrerão em países dos quais apenas 5% possuem recursos para controle 
da doença (NASCIMENTO; SILVA, 2015). 
O que acarreta o diagnóstico tardio pode estar correlacionado a uma falha 
crucial, no caso do profissional da saúde que negligencia o atendimento, que nem 
sempre realiza a coleta do material cervical corretamente, o que torna a mulher 
vulnerável ao câncer cérvico-uterino (INCA, 2012; PIMENTEL et. al., 2011). 
A forma como o diagnóstico do CCU é emitido pelo profissional e recebido 
pela usuária, depende da formação de cada uma e também dos valores e crenças 
intrínsecos a cada parte e pode determinar o seguimento e acompanhamento do 
tratamento até a sua resolutividade, principalmente, se este câncer estiver associado 
a algum tipo de comorbidade e, necessite de uma terapia antineoplásica mais 
elaborada (BARBOSA, 2008). 
Observou-se que a terapia mais usual para o CCU mesmo avançado é a 
radioterapia, em Ontário, Cana dá, a média de atendimento da cirurgia ou biópsia 
até a primeira sessão de radioterapia do CCU diagnosticado é de 5 a 7 semanas, 
até 2003, em 2011, o Canadian Institute for Health Information estabeleceu como 
padrão o prazo de 28 dias para o tratamento do CCU. Em Auckland, Nova Zelândia, 
a média para o tratamento é de 26 dias. E, no Reino Unido, estudos que sucederam 
a implantação do NHS Câncer Plana forneceram informações sobre o tempo de 
espera que foi de 68 dias a contar da data de confirmação diagnóstica onde 42,3% 
dos casos receberam a primeira sessão de radioterapia dentro de 60 dias 
(NASCIMENTO; SILVA, 2015). 
Este estudo busca compreender como tais problemas vêm se inserindo no 
cotidiano da mulher portadora do câncer do colo do útero quanto ao tratamento 
farmacoterapêutico. A opção foi trabalhar com mulheres com a doença em estádio 
avançado, por acreditar que as suas histórias, provocam, além de danos físicos, 
problemas emocionais e psicossociais, envolvendo a mulher e os que são mais 
próximos. Além disso, a dor em virtude da quimioterapia oral é uma das razões mais 
frequentes de descontinuidade do tratamento e sofrimento para essas pacientes 
com câncer em progressão. (NUNES, 2010; PIMENTEL, et. al., 2011). 
A farmacoterapia do CCU engloba poucas classes medicamentosas, tendo 
como principais os antineoplásicos, que intentam erradicar a doença e evitar sua 
recorrência. Além destes fármacos, faz-se uso de tratamento paliativo na tentativa 
5 
 
 
de aliviar os sintomas causados pela neoplasia e reações adversas a esses 
medicamentos (NUNES, 2010). 
Tendo a Atenção Farmacêutica e a Farmácia Clínica associada à equipe 
multidisciplinar de cuidados as pacientes com CCU, pode-se tornar o tratamento 
mais eficaz para cada tipo de paciente. Já que está se torna parte integrante do 
cuidado a paciente, garantindo que se apliquem conhecimentos farmacêuticos para 
ajudar a maximização efeito clínico dos antineoplásicos (STORPIRTIS et. al., 2008, 
GAUI, 2010; LEÃO et. al., 2012). 
E, estes fatores vão determinar o curso do acompanhamento e da terapia da 
paciente; das RAM com os tratamentos farmacoterapêutico; com a diminuição no 
tempo de internação da paciente, melhorando sua adesão aos tratamentos 
farmacológicos e consequentemente sua qualidade de vida, esses são pontos 
cruciais dentro da prática da Atenção Farmacêutica e da Farmácia Clínica que pode 
gerenciar este processo, além da minimização de gastos,entretanto, por ser 
desprovida de logística eficiente, a assistência farmacêutica onera estados e 
municípios do país (STORPIRTIS et. al., 2008; MARQUES, 2008). 
 
6 
 
 
2 OBJETIVO 
Este objetivo tem como compreender o papel do profissional farmacêutico 
sobre o tratamento das mulheres com diagnóstico avançado do câncer do colo do 
útero. 
2.1 OBJETIVO ESPECÍFICO 
● Investigar como a atuação do farmacêutico pode contribuir com a 
maximização da adesão à farmacoterapia antineoplásica por meio das ações 
da atenção farmacêutica as pacientes com câncer de colo de útero. 
 
● Investigar como a atuação do farmacêutico pode contribuir com o manejo e 
as ações da atenção farmacêutica junto à equipe multidisciplinar para com as 
pacientes com câncer de colo de útero. 
7 
 
 
3 . REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
3.1 CONCEITO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA SOBRE A ATENÇÃO 
FARMACÊUTICA E FARMÁCIA CLÍNICA 
A profissão farmacêutica, ao longo das últimas décadas, vem passando por 
grandes avanços, essenciais para sua creditação (FREITAS et. al., 2002). 
Pode-se dizer que estes avanços se deram com o desenvolvimento e 
mecanização da indústria farmacêutica no século 20, aliada à padronização de 
formulações para a produção de medicamentos em larga escala e à descoberta de 
novos fármacos (FREITAS et. al., 2002). 
Por outro lado, com desenvolvimento e a mecanização da indústria 
farmacêutica no início do século 20, o que mais tarde levou desvalorização dos 
laboratórios magistrais, das farmácias, até então atividade primária do farmacêutico 
(FREITAS et. al., 2002). 
Em meio à outra realidade e condições impostas pela sociedade, o 
farmacêutico, perdeu sua referência como profissional da saúde e passou a ser visto 
pela sociedade apenas como um mero vendedor de medicamentos (PEREIRA; 
FREITAS, 2008). 
Nas últimas décadas iniciativas de resgatar a prática farmacêutica, vem sendo 
implantadas, sobretudo com o surgimento da atenção farmacêutica e da farmácia 
clínica, que visam a aproximação do profissional ao paciente e à equipe 
multidisciplinar de saúde, possibilitando o desenvolvimento de habilidades 
relacionadas à farmacoterapia (CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO 
FARMACÊUTICA, 2002). 
Segundo STRAND et. al. (2004), a intenção é estender a atuação do 
profissional farmacêutico às ações de atenção primária em saúde, e especializada 
tendo o medicamento como ação estratégica e o paciente como foco principal. 
Segundo Hepler e Strand (1990), o profissional farmacêutico é o responsável pelo 
controle no uso dos medicamentos de vido ao seu conhecimento e sua habilidade, o 
que permitiu o desenvolvimento expansivo da atenção farmacêutica e da farmácia 
clínica componentes da Assistência Farmacêutica. 
 
8 
 
 
“A Assistência Farmacêutica, é o conjunto de atividades relacionadas ao 
medicamento, para apoiar as ações de saúde para uma comunidade. O 
profissional atua em todas as etapas, desde a pesquisa de um novo 
medicamento até sua chegada aos usuários” (HEPL ER; STRAND, 1990). 
 
“Atenção Farmacêutica é a provisão responsável do tratamento 
farmacológico com o objetivo de alcançar resultados satisfatórios na saúde, 
melhorando a qualidade de vida do paciente” (HEPLER; STRAND, 1 990). 
 
“Farmácia Clínica como um conceito inovador é uma atividade 
especializada do farmacêutico, de apoio assistencial e essencialmente 
hospitalar, cuja responsabilidade é assegurar que o uso de medicamentos 
seja seguro e apropriada” (NUNE S, 2010). 
 
Seguindo o conceito sugerido por Hepler e Strand (1990), A Organização 
Mundial da Saúde (OMS) define o papel dos profissionais farmacêuticos como 
chave: 
“Estender o caráter de beneficiário da Assistência Farmacêutica ao público, 
em seu conjunto e reconhecer, deste modo, o farmacêutico como 
dispensador da atenção sanitária que pode participar, ativamente, na 
prevenção das doenças e da promoção da saúde, junto com outros 
membros da equipe sanitária” (OMS, 1994). 
 
O "Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica" (2002) fornece normas 
para o desenvolvimento da Atenção farmacêutica e da farmácia clínica, como 
educação em saúde (promoção do uso racional de medicamentos), orientação 
farmacêutica, dispensação de medicamentos, atendimento farmacêutico, 
acompanhamento farmacoterapêutico e registro sistemático das atividades. Uma vez 
que os termos Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica diferem-se em relação ao 
alvo das ações. No caso da Assistência Farmacêutica, as ações estão voltadas ao 
acesso e uso racional de medicamentos, mesmo que o beneficiário final não seja 
o paciente. Já a Atenção Farmacêutica e a Farmácia Clínica referem-se ao cuidado 
diretamente dirigido ao paciente (HEPLER; STRAND, 1990). 
Por contribuir para o uso racional dos medicamentos, a Atenção Farmacêutica 
e a Farmácia Clínica podem ser consideradas elementos da Assistência 
Farmacêutica (HEPLER; STRAND, 1990; NUNES, 2010). 
A Atenção Farmacêutica baseia-se principalmente no acompanhamento 
farmacoterapêutico dos pacientes, buscando a obtenção de resultados terapêuticos 
desejados por meio da resolução dos problemas relacionados ao medicamento 
9 
 
 
(PRM), procurando definir uma atividade clínica para o farmacêutico, tendo o 
paciente como ponto de partida para a solução a farmacoterapia antineoplásica 
mais favorável e os efeitos colaterais associados a farmacoterapia (CIPOLLE; 
STRAND; MORLEY, 2006; PEREIRA; FREITAS, 2008). 
Atualmente no Brasil a Atenção Farmacêutica, é abordada junto às 
instituições de saúde e de educação como uma das principais atividades 
farmacêutica a ser resgatada, além das questões a serem enfrentadas 
principalmente no Sistema Único de Saúde (SUS), em que a garantia do acesso 
ao medicamento ainda se constitui o principal obstáculo a ser transposto pelos 
gestores (PEREIRA; FREITAS, 2008). 
O conceito de Atenção Farmacêutica a ser adotado é o mesmo que está 
definido pela Política Nacional de Medicamentos (PNM) como: 
 
"O grupo de atividades relacionadas com o medicamento destinadas a 
apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o 
abastecimento de medicamentos em todas e em cada um a de suas etapas 
constitutivas, a conservação e o controle de qualidade, a segurança e a 
eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação 
da utilização, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e 
a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da 
comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos" (MINIST 
ÉRIO DA SAÚDE, 1999). 
 
Nessa perspectiva, o estabelecimento que dispõe de uma política nacional 
para pacientes oncológicos, deve contemplar todo o conjunto de aspectos 
compreendidos no conceito de Assistência Farmacêutica (LEÃO et. al., 2012; GAUI, 
2010). 
3.2 A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO TRATAMENTO DO CÂNCER DE 
COLO DE ÚTERO 
A história do controle do câncer do colo do útero (CCU) começou a ser escrita 
há pouco mais de 100 anos. As três primeiras décadas do século passado 
trouxeram consigo dados importantes que contribuíram muito para essa área. 
(THULER, 2012). 
10 
 
 
 Todos os casos de carcinoma in situ podem ser curados com o tratamento 
correto. No entanto, as alterações pré-cancerosas podem por vezes recidivar no colo 
do útero ou vagina, por isso é importante o acompanhamento clínico durante e após 
o tratamento. Isso inclui acompanhamento com exames Papanicolau periódicos e, 
em alguns casos, com colposcopia (THULER, 2012). 
A publicação da Lei nº 12.732, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2012, que dispõe 
sobre o primeiro tratamento de paciente com neoplasia maligna comprovada e 
estabelece prazo para seu início, tem propiciado um tratamento mais digno as 
pacientes com CCU, um a vez que a lei exige que esta terapia se inicie dentro de 60 
dias após diagnosticado o quadro de câncer (NASCIMENTO, SILVA, 2015). 
Soma-se a isso, a melhoranos indica dores de mortalidade e morbidade já 
que a dinâmica neoplásica tem sido mais bem estudada, assim como os 
mecanismos de ação farmacológica dos medicamentos antineoplásicos permitindo 
um controle clínico da doença causada pelo câncer. (INCA, 2012; BRASIL, 2012). 
O diagnóstico de CCU é obtido por meio de laudo patológico que identifica 
infecção pelo HPV, lesão de baixo grau, lesão de alto grau ou amostra insatisfatória, 
sendo que para este último deve repetir o exame dentro de seis meses no mínimo. 
O diagnóstico é tão importante quanto as informações que devem ser fornecidas 
antes de realizar os exames como forma de transmissão ou do desenvolvimento da 
doença, pois quando o CCU é diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do 
câncer cervical são de 100%. Conforme a evolução da doença, aparecem sintomas 
como sangramento vaginal, corrimento e dor (INCA, 2012; NASCIMENTO, SILVA, 
2015). 
Segundo a Constituição Federativa do Brasil (1988), a saúde é direito de 
todos é um dever do Estado, desta maneira, o Sistema Único de Saúde (SUS), é o 
responsável pelo atendimento a cerca de 203 milhões de pessoas atualmente, com 
mérito considerável (BRASIL, 1988). 
Com tudo, o tratamento oncológico inclusive o de CCU, fornecido pelo SUS, 
só passou a ser garantido com a consolidação da Lei 12.732 de 2012, entretanto, a 
busca dos pacientes revela algumas falhas por meio da terapia fornecida e 
aplicabilidade do mesmo (BRASIL, 2012; STORPIRTIS et. al., 2008). 
Sendo assim, a Atenção Farmacêutica, pode auxiliar em etapas como: 
adesão ao tratamento adequado e ao uso de medicamentos. Assim, Atenção 
11 
 
 
Farmacêutica em conjunto a equipe multidisciplinar auxilia a paciente com CCU, 
orientando a quanto à promoção contra infecções oportunistas e comorbidades que 
tornam as pacientes susceptíveis e para o enfrentamento psicossocial, uma vez que 
a terapia extrema para mulheres com CCU avançado é a histerectomia (BARBOSA 
et. al., 2008; WU, et. al., 2017). 
A presença do profissional farmacêutico nos estabelecimentos de saúde tem 
se intensificado principalmente nesta última década após o resgate de suas 
atribuições por meio da assistência farmacêutica (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 
2006; NUNN et. al., 2007). 
O conceito inclui não somente os medicamentos para o tratamento do 
indivíduo que se fazem necessários, mas também dos princípios do trabalho que 
são essenciais como a ética, responsabilidade e compromisso com seguimento 
farmacoterapêutico dos pacientes, fato que impacta na eficácia e na segurança 
antes, durante e após o tratamento (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006). 
O intuito é de oferecer por meio da Atenção Farmacêutica o conhecimento 
que lhe é atribuído para promover o uso seguro e apropriado aos medicamentos e 
permitir uma maior qualidade e adesão ao tratamento e convívio social (ST 
ORPIRTIS et. al., 2008). 
A dificuldade e aceitação dos pacientes aderirem ao tratamento tem sido um 
desafio a Atenção Farmacêutica e uma ameaça para a saúde individual como para 
a Saúde Pública (KANG et. al., 2017). 
 
3.3 A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS 
O SUS foi criado por meio da Constituição Federal de 1988 e caracteriza-se 
como sistema público de atendimento universal. Engloba um conjunto de ações e 
serviços de saúde prestados gratuitamente por órgãos e instituições públicas 
federais, estaduais e municipais, da administração direta a indireta, e das fundações 
mantidas pelo poder público, e conta com o complemento do setor particular. Tem 
como diretrizes a descentralização político administrativa da gerência do sistema de 
saúde, o atendimento íntegro e a participação da comunidade na formulação e no 
controle da execução das políticas de saúde (MARQUES, 2005; BRASIL, 1988). 
12 
 
 
E, por meio do SUS, podemos observar a movimentação como em países do 
Reino Unido, e o Canadá que, promovem o acesso universal ao tratamento, ou seja, 
permitindo o acesso aos antineoplásicos (NASCIMENTO; SILVA, 2015). 
Com a regulamentação da Constituição Federal em 1990 a Assistência 
Farmacêutica foi incluída como parte da assistência terapêutica integral, que deve 
ser dirigida aos usuários do SUS. A Política Nacional de Medicamentos (PNM) foi 
concebida em um contexto no qual era necessário reorganizar a forma de 
fornecimento de medicamentos à população, em concordância com os princípios de 
descentralização das ações do SUS. Além da descentralização, foram considerados 
princípios da PNM: a promoção do uso racional de medicamentos, a otimização e 
eficácia do sistema logístico do setor público e o desenvolvimento de iniciativas para 
melhorar o acesso aos medicamentos (BRASIL, 1988). 
É por isso que Política Nacional de Assistência Farmacêutica é parte 
integrante da Política Nacional de Saúde, envolvendo um conjunto de ações 
voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde e garantindo os princípios 
constitucionais visando tanto individuo como o coletivo. As ações da Assistência 
Farmacêutica envolvem aquelas referentes à Atenção Farmacêutica o medicamento 
como insumo essencial e visando o acesso e ao seu uso racional. Envolve ainda a 
pesquisa, o desenvolvimento e a produção de médica mentos e insumos, bem como 
a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da 
qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, 
na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de 
vida da população (BRASIL, 2004; CIPOLLE et. al., 2006). 
A garantia de acesso a medicamentos é parte integrante e essencial de uma 
adequada política assistencial e ambulatorial como é o caso da terapia 
antineoplásica, integrantes da farmácia especializada (Alto Custo) (MARQUES, 
2005; VIDAL et. al., 2017). 
O Programa de Medicamentos Excepcionais (PME) é gerenciado pela 
Secretaria de Assistência à Saúde, aqueles medicamentos de elevado valor unitário, 
ou que pela cronicidade do tratamento, se tornam excessivamente caros para serem 
suportados pela população. A maioria dos pacientes de nível ambulatorial utilizará 
tratamento medicamentoso que durará por toda vida, ou seja, cronicamente. Esta 
política tem enorme alcance em todas as classes sociais uma vez que, se não 
13 
 
 
fossem distribuídos gratuitamente, tais medicamentos seriam acessíveis a poucas 
pessoas em função do alto custo dos tratamentos (BERMUDEZ et. al., 1999). 
O PME existe desde 1993 e, daquela época até a atual gestão do Ministério 
da Saúde, muitas inclusões e exclusões foram realizadas. Foram elaborados 
protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas para cada um dos medicamentos, o 
que racionaliza sua prescrição e dispensação (BERMUDEZ et. al., 1999). 
O firme gerenciamento adotado permitiu a racionalização dos gastos e a 
ampliação do número de medicamentos disponíveis e de pacientes atendidos pelo 
programa (MARQUES, 2005; VIDAL et. al., 20 17). 
Em 2012 os programas foram significativamente incrementados, garantindo, 
hoje, o financiamento para compra e distribuição gratuita, pelos estados, de 
medicamentos ditos como Excepcionais, em apresentações diversas, representando 
um número significativo de medicamentos disponíveis em relação há anos 
anteriores. (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 2002). 
No entanto, o modelo de assistência farmacêutica vigente no Sistema Único 
de Saúde (SUS), com seus componentes básico, estratégico e especializado, não 
contempla o fornecimento de medicamentos para a assistência em oncologia, que 
não seja por medidas judiciais, nas unidades de atenção básica (Alto Custo). Além 
disso, não existe uma lista única de medicamentos antineoplásicos incorporados no 
sistema público de saúde, inexiste uma linha específica de financiamento destes 
medicamentos e as diretrizes clínicas em oncologia contemplam apenas alguns tipos 
de câncer (BRASIL, 2004; VIDAL et. al., 2017). 
E dentro da PolíticaNacional de Assistência Farmacêutica que auxilia o 
direito ao acesso a medicamentos, no caso os antineoplásicos, têm sido uma das 
principais necessidades demandadas nos tribunais brasileiros. As ações judiciais 
com medicamentos antineoplásicos geram custos elevados aos governos e 
demandam análises criteriosas para que se garanta eficiência no uso dos recursos 
públicos e resultados adequados para a saúde dos cidadãos (BRASIL, 2004; VIDAL 
et. al., 2017). 
São critérios apontados como importantes a serem utilizados em uma análise 
para tomada de decisão de fornecimento de medicamentos pela via judicial: análise 
técnica; identificação de registro de medicamentos, com sua respectiva indicação, 
na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (A NVISA); informações disponíveis em 
14 
 
 
diretrizes clínicas; disponibilidade/incorporação do medicamento pelo sistema de 
saúde; identificação do medicamento nas relações de medicamentos essenciais. A 
utilização destes parâmetros parece ser fundamental para se garantir eficácia, 
acurácia, efetividade e segurança no uso dos medicamentos, assim como para se 
minimizar desigualdades no acesso e avalizar a integralidade da assistência 
farmacêutica (BRASIL, 2004; VIDAL et. al., 2017). 
 
3.4 PAPEL DO FARMACÊUTICO NO SISITEMA ÚNICO DE SAÚDE 
Na implantação do SUS, a assistência farmacêutica foi um o método utilizado 
para que houvesse a contribuição do profissional farmacêutico. Da mesma forma, a 
Política Nacional de Medicamentos como parte integrante das políticas de saúde já 
que o medicamento é um fator em potencial para um tratamento adequado, fazendo 
a integração entre os farmacêuticos, outros profissionais da equipe multidisciplinar e 
o paciente (PEREIRA; FREITAS, 2008). 
Desta maneira a Assistência Farmacêutica associada a Atenção 
Farmacêutica e a Farmácia Clínica inserida neste contexto do cuidado com o 
paciente permitiu ao farmacêutico não só participar de maneira efetiva da saúde 
pública, mas também desenvolver técnicas, envolvendo os medicamentos e seus 
desdobramentos na prestação de serviços de saúde, sendo este o detentor 
privilegiado do conhecimento e desta atividade. Dentre essas ações, obviamente, 
incluem-se aquelas ligadas ao medicamento, acesso e uso racional (BRASIL, 2004; 
PEREIRA; FREITAS, 2008). 
Segundo STRAND et. al. (2004), a avaliação dos benefícios da Atenção 
Farmacêutica, em um contexto geral, demonstrou que 61% dos pacientes 
apresentaram pelo menos um problema farmacoterapêutico, identificado e 
solucionado, sendo que 83% mantiveram suas patologias controladas durante o 
período em estudo. 
Nas farmácias do SUS, o trabalho do farmacêutico está centrado na 
tecnologia de gestão do medicamento, no sentido de disponibilizar e garantir o 
acesso. Mesmo nas atividades de orientação foi observada predominância de 
15 
 
 
instruções no sentido do controle quantitativo do medicamento, sendo as regras 
ditadas de forma unilateral (BRASIL, 2004). 
Entretanto, algumas modificações positivas têm contribuído para a evolução 
da Assistência Farmacêutica e a perspectiva para o Brasil, principalmente a 
evidências e ressurgimento do profissional na última década, tem permitido alcançar 
resultados efetivos com a presença do farmacêutico, como por exemplo, junto aos 
pacientes em tratamento de HIV/AIDS (CORDEIRO; LEITE, 2008; PEREIRA; 
FREITAS, 2008). 
 
3.5 ADESÃO AO TRATAMENTO E COMORBIDADES NO CCU 
A filosofia que rege a Atenção Farmacêutica é atender uma necessidade 
social e adotar técnicas do cuidado com o paciente provendo suas necessidades 
sobre os medicamentos. O primeiro exercício está em garantir a terapêutica 
farmacológica do paciente de forma que seja correta, eficaz, além da segurança e 
do planejamento. O segundo passo é identificar, resolver e prevenir problemas que 
interfiram na garantia da terapêutica prestada. E por fim, assegurar-se, que 
tratamento tenha excelência (SILVA et. al., 2009). 
O farmacêutico deve agir de modo a identificar, resolver, prevenir, quantificar, 
prever e intervir sobre Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM), como se 
apresentam e de que forma influenciam, dentro do percurso assistencial (CIPOLLE; 
STRAND; MORLEY, 2006). 
Dentre estes pontos fica evidente de que a relação terapêutica com o 
paciente é fundamental no diálogo de atenção farmacêutica, permitindo uma 
atuação mais consistente do profissional, em benefício do indivíduo. Os tratamentos 
farmacológicos disponíveis têm aumentado constantemente de maneira que além da 
cooperação do paciente, haja uma colaboração por parte dos demais profissionais 
da saúde para o bem-estar deste paciente, dessa forma Cipolle, Strand e Morley 
(2006), afirmam que: 
 
“Todas estas informações específicas do paciente ajudarão o farmacêutico 
a decidir se o paciente vai conseguir aderir ao regime de tratamento tal 
16 
 
 
como prescrito. Sem as informações corretas, há a possibilidade de se 
tomar decisões inapropriadas e ações incorretas.” 
 
A adesão aos antineoplásicos e associações estabelecidas pela literatura que 
a sua supressão parcial leva à falha imunológica. Para garantir a adesão é 
necessário que o paciente tome mais de 95% das doses prescritas, o que não 
ocorre devido as reação adversa medicamentosa (RAM) e interações 
medicamentosas (SILVA et. al., 2009). 
O convívio diário com preconceitos e discriminações entre amigos e familiares 
pode contribuir com mudanças durante o tratamento dependendo da personalidade 
e do comportamento de cada paciente, o que consequentemente a pode vir a ter 
uma baixa adesão. Outros casos para não adesão aos antineoplásicos, está no uso 
de drogas convencionais ilícitas e álcool que são fatores determinantes para não 
adesão ao tratamento de doenças crônicas (INCA, 2012; KINJYO et. al., 2017; 
KANG, et. al., 2017). 
 
O início do tratamento, as trocas de esquema e a ocorrência de efeitos 
adversos são momentos essenciais de reforço à adesão ao tratamento. O 
apoio à adesão deve começar mesmo antes do início da terapia 
antineoplásica, persistindo ao longo de todo tratamento, conforme as 
necessidades de cada paciente, mesmo para aqueles considerados 
inicialmente com o “aderentes” (INC A, 2012; GA UI, 2010). 
 
Antes de prosseguir com o tratamento, o paciente necessita ser avaliado 
quanto aos riscos em potencial aos antineoplásicos consequentemente a terapia não 
deve ser iniciada sem que as devidas recomendações sejam tomadas. A 
importância da adesão ao tratamento seja o foco de maneira que paciente entenda e 
aceite o tratamento. Este objetivo deve ser buscado pelas equipes e os serviços de 
saúde, estabelecendo-se uma relação de corresponsabilidade entre estes e o 
paciente somente assim terapia farmacológica será efetiva (SILVA et. al., 2009). 
Uma pessoa portadora de CCU na fase avançada da doença tem um risco 
maior em contrair comorbidades, que são as infecções oportunistas como 
tuberculose, pneumonia, que o médico deverá tratar através de medicamentos. Esta 
pode ser uma fase difícil, pois há risco de interação com os medicamentos utilizados 
para o tratamento antineoplásico por esta paciente ser susceptível, devido a sua 
imunidade fragilizada (SILVA et. al., 2009). 
17 
 
 
O esquema para a terapia antineoplásica inicial deve levar alguns fatores em 
consideração, como o potencial de adesão, potência e toxicidade imediata ou a 
longo prazo, presença de comorbidades, adequação ao esquema à rotina (SILVA et. 
al., 2009). 
 
3.6 FALHA TERAPÊUTICA E RESGATE DA TERAPIA FARMACOLÓGICA 
Segundo GAUI (2010), a terapia antineoplásica mais convencional com 
grande efetividade para alguns estádios do câncer de colo do útero, tem como 
tratamento principal a radioterapia e a quimioterapia administradas em conjunto 
(quimioradiação concomitante) usada para tratar a disseminação da doença para 
outros órgãos. A quimioterapia potencializa a radioterapia.As opções para a 
quimioradiação simultânea incluem: Os medicamentos mais convencionais para o 
tratamento de CCU é a Cisplatina, Carboplatina e Bevacizumabe. Que 
frequentemente são utilizadas combinações destes medicamentos a alguns outros 
medicamentos como o paclitaxel, topotecano, Gemcitabina, docetaxel, ifosfamida, 5 
-fluorouracil, irinotecano e mitomicina (GAUI, 2010). 
Cisplatina administrada semanalmente durante a radioterapia. A cisplatina 
deve ser administrada por via intravenosa cerca de 4 horas antes da radioterapia ou, 
cisplatina mais 5-fluorouracilo (5-FU) administrada a cada 4 semanas durante o 
tratamento radioterápico (GAUI, 2010). 
Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo de drogas, da dose 
administrada e do tempo de duração do tratamento. Os efeitos colaterais comuns da 
quimioterapia podem incluir náuseas, vômitos severos, perda de apetite, perda de 
cabelo, feridas na boca, infecção, neuropatia periférica (perda da sensibilidade das 
mãos e pés), nefrotoxicidade, mielodepressão devido a diminuição dos glóbulos 
brancos, hemorragia ou hematomas, devido a diminuição das plaquetas e falta de ar 
(fadiga) devido a diminuição dos glóbulos vermelhos (GAUI, 2010). 
Cerca de 30% dos eventos adversos causados pelos antineoplásicos 
(quimioterápicos) são causadas por RAM que se dá devido às interações 
medicamentosas de fármacos utilizados para tratar comorbidades, como doenças 
18 
 
 
cardiovasculares, gastrointestinais, psicossociais (antidepressivos), infecções, 
enjoos e inflamações (GAUI, 2010). 
Sendo assim, ao ser prescrito um novo medicamento, o médico junto ao 
farmacêutico deve consultar a possibilidade de interação entre as drogas em uso. 
As falhas terapêuticas, muitas vezes estão associadas somente as RAM dos 
fármacos antineoplásicos, esta pode decorrer da ampliação da toxicidade de um 
medicamento que possui um índice terapêutico estreito e um grande potencial com 
PRM como os antineoplásicos, em função de interações e muitos pacientes acabam 
por conta interromper o uso destes (EDWARDS; ARONSON, 2000; GAUI, 2010). 
O farmacêutico deve manejar a falha por meio de uma análise detalhada das 
necessidades do paciente relacionado à terapêutica, de modo a coletar, combinar e 
integrar dados específicos do paciente e efetuar decisões, relacionada aos 
medicamentos e suas associações, se é correta, efetiva, segura e mais conveniente 
possível para o paciente. Avaliar e identificar os PRM que possam interferir nos 
propósitos do tratamento de modo a ajudar e prevenir durante a farmacoterapia 
(CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006; GAUI, 2010). 
Por meio das informações clínicas, quando integradas ao conhecimento e 
experiência profissional o sucesso da Atenção Farmacêutica depende da relação da 
qualidade terapêutica e a relação com a equipe multidisciplinar (CIPOLLE; STRAND; 
MORLEY, 2006). 
BERMUDEZ et. al. (1999), propõe como uma relação entre a necessidade de 
medicamentos e a oferta dos mesmos, na qual essa necessidade é satisfeita no 
momento e no lugar requerido pelo paciente (consumidor), com a garantia de 
qualidade e a informação suficiente para o uso adequado. 
 
3.7 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DO 
CÂNCER. 
O acompanhamento do farmacêutico é uma importante ferramenta junto à 
equipe multidisciplinar, pois este auxilia para a redução de erros na medicação e no 
tratamento oncológico, tornando-o mais eficaz e melhorando a qualidade de vida 
(LEÃO et. al., 2012). 
19 
 
 
O paciente merece toda a atenção por parte da equipe de saúde, e a 
presença do farmacêutico embora tenha iniciado sua atuação exclusivamente nas 
atividades de manipulação e gerenciamento de quimioterápicos, tornou-se peça 
fundamental para a garantia da qualidade dos procedimentos prestados por meio 
da atenção farmacêutica que ajuda amenizar o sofrimento e torna a farmacoterapia 
segura, prevenindo e tratando as possíveis reações adversas ao medicamento 
(LEÃO et. al., 2012). 
A presença do farmacêutico na equipe multidisciplinar de oncologia deve 
melhorar e diminuir a frequência de erros de medicação. Contudo o papel do 
farmacêutico no tratamento oncológico ainda é peque no, mas vem evoluindo além 
da dispensação de medicamentos e da s atividades diretamente relacionadas a 
ela (LEÃO et. al., 2012). 
Em contrapartida, em alguns países, como Estados Unidos, Canadá e 
Espanha, a Atenção Farmacêutica vem sendo implantada e discutida há mais de 
uma década, esses países são considerados referências no assunto. No Brasil, as 
discussões formais sobre o tema promovidas pela Organização Pan-Americana da 
Saúde começaram na segunda metade da década de 1990 (LEÃO et. al., 2012; 
Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, 2002). 
 
O câncer de colo útero se configura como um importante problema de saúde 
pública, principalmente em decorrência da crescente exposição a fatores de risco 
ambientais e da modificação de hábitos de vida da população (Noronha et al., 1999). 
Ao contrário do que ocorre nos países mais desenvolvidos, a taxa de mortalidade 
por câncer de colo de útero continua elevada no Brasil e, do ponto de vista temporal, 
vêm aumentando: em 1979, a taxa era de 3,44/100.000, enquanto em 1999 era de 
4,67/100.000. Sua alta incidência e mortalidade fazem a estimativa de número de 
novos casos para o ano de 2005 no Brasil ser de 20.690 casos (INCA, 2005). 
20 
 
 
4 CONCLUSÃO 
O profissional farmacêutico tem um papel fundamental dentro da saúde 
pública, algo que vem crescendo e sendo aperfeiçoado ao longo das últimas 
décadas por meio da assistência farmacêutica, mas algo muito superficial em se 
tratando do câncer de colo de útero. Os profissionais farmacêuticos perderam sua 
identidade como profissional da saúde e, atualmente, são considerados meros 
coadjuvantes dispensadores de medicamentos, o que resulta no distanciamento do 
profissional farmacêutico de sua atividade primária. Para que os profissionais voltem 
a ter as características deixadas e esquecidas no de correr do tempo com potencial 
para desempenhar essa importante função social, é inevitável que se invista na 
formação dos profissionais futuros, incluindo capacitação em oncologia de modo que 
isso resulte na melhoria do atendimento e, consequentemente, na conscientização 
da população para o uso correto dos medicamentos. 
Portanto, antes da implantação da Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica, 
é necessário garantir o acesso do usuário ao serviço de saúde, uma equipe 
multidisciplinar qualificada, equipamentos e medicamentos para tratamento 
oncológico eficiente inclusive o câncer de colo de útero. 
 
21 
 
 
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