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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO LEONARDO DA SILVA SOARES - RA: 2218107095 SIMONE DA CONCEIÇÃO SALES REIS - RA: 2218111739 MARIA DA CONCEIÇÃO ANTUNES MARTINS - RA 2218108452 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NO ATENDIMENTO AS PACIENTES EM TRATAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO SÃO PAULO 2021 LEONARDO DA SILVA SOARES - RA: 2218107095 SIMONE DA CONCEIÇÃO SALES REIS - RA: 2218111739 MARIA DA CONCEIÇÃO ANTUNES MARTINS - RA 2218108452 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NO ATENDIMENTO AS PACIENTES EM TRATAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Nove de Julho referente ao Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Bacharel em Farmácia e Bioquímica. Orientador: Antonio Di Petta SÃO PAULO 2021 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3 2 OBJETIVO ................................................................................................ 6 2.1 OBJETIVO ESPECÍFICO .......................................................................... 6 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 7 3.1 CONCEITO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA SOBRE A ATENÇÃO FARMACÊUTICA E FARMÁCIA CLÍNICA................................................................ 7 3.2 A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO TRATAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO ............................................................................................... 9 3.3 A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS ........................................ 11 3.4 PAPEL DO FARMACÊUTICO NO SISITEMA ÚNICO DE SAÚDE ........ 14 3.5 ADESÃO AO TRATAMENTO E COMORBIDADES NO CCU................ 15 3.6 FALHA TERAPÊUTICA E RESGATE DA TERAPIA FARMACOLÓGICA 17 3.7 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DO CÂNCER. 18 4 CONCLUSÃO ......................................................................................... 20 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 21 3 1 INTRODUÇÃO Atualmente o câncer do colo de útero (CCU) é o segundo mais comum entre as mulheres no mundo, esse câncer foi estimado so no Brasil em 2010 cerca de 18.430 casos novos (INCA, 2012). Essa doença se inicia a partir de uma lesão pré-invasiva curável em até 100% dos casos que, normalmente, progride de forma lenta ao longo dos anos até atingir o estádio invasor, fase em que a cura se torna mais difícil (PIMENTEL et. al. , 2011). Esse estádio pode se desenvolver em diversas formas sendo ela a mais comum a que ocorre por meio do Papiloma Vírus (HPV) cuja transmissão se dá, preferencialmente, pelo contato sexual, onde está presente em quase 100% dos casos de câncer do colo de útero, porém, para a sua progressão quanto as lesões pré-invasivas, é necessária a associação com os outros fatores de riscos, como o tabagismo, multiplicidade de parceiros sexuais, o uso de contraceptivos orais, a baixa ingestão de vitaminas e a iniciação sexual precoce por agentes infecciosos, como o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e comorbidades (LEPIQUE et. al. , 2009). No Brasil, a abordagem mais efetiva para o controle desse câncer continua sendo a detecção precoce por rastreamento pelo exame de Papanicolau, que é simples, de baixo custo e oferecido por pela rede pública de saúde (INCA, 2012). No entanto, os sinais e sintomas do câncer do colo de útero aparecem tardiamente, o que leva muitas mulheres a procurar o médico somete quando a doença já está em estádio avançado, diminuindo as chances de um tratamento menos invasivo e indolor, e consequentemente da cura, o prognóstico piora com o avanço da doença (PIMENTEL et. al., 2011). Os resultados encontrados no presente estudo estima que para cada mil casos novos de câncer, 500 a 600 necessitem de cirurgia oncológica (histerectomia), 700, de quimioterapia e 600, da radioterapia como parte do esquema terapêutico (NASCIMENTO; SILVA, 2015). Segundo a OMS e Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), estimou que em 2020 e 2030 a projeção de ocorrência de 22.211 e 27.099 casos, respectivamente, e o diagnóstico de 14 milhões de novos casos de CCU no mundo por ano, sendo mantidas as condições socioculturais atuais, cerca de 70% desses 4 tumores ocorrerão em países dos quais apenas 5% possuem recursos para controle da doença (NASCIMENTO; SILVA, 2015). O que acarreta o diagnóstico tardio pode estar correlacionado a uma falha crucial, no caso do profissional da saúde que negligencia o atendimento, que nem sempre realiza a coleta do material cervical corretamente, o que torna a mulher vulnerável ao câncer cérvico-uterino (INCA, 2012; PIMENTEL et. al., 2011). A forma como o diagnóstico do CCU é emitido pelo profissional e recebido pela usuária, depende da formação de cada uma e também dos valores e crenças intrínsecos a cada parte e pode determinar o seguimento e acompanhamento do tratamento até a sua resolutividade, principalmente, se este câncer estiver associado a algum tipo de comorbidade e, necessite de uma terapia antineoplásica mais elaborada (BARBOSA, 2008). Observou-se que a terapia mais usual para o CCU mesmo avançado é a radioterapia, em Ontário, Cana dá, a média de atendimento da cirurgia ou biópsia até a primeira sessão de radioterapia do CCU diagnosticado é de 5 a 7 semanas, até 2003, em 2011, o Canadian Institute for Health Information estabeleceu como padrão o prazo de 28 dias para o tratamento do CCU. Em Auckland, Nova Zelândia, a média para o tratamento é de 26 dias. E, no Reino Unido, estudos que sucederam a implantação do NHS Câncer Plana forneceram informações sobre o tempo de espera que foi de 68 dias a contar da data de confirmação diagnóstica onde 42,3% dos casos receberam a primeira sessão de radioterapia dentro de 60 dias (NASCIMENTO; SILVA, 2015). Este estudo busca compreender como tais problemas vêm se inserindo no cotidiano da mulher portadora do câncer do colo do útero quanto ao tratamento farmacoterapêutico. A opção foi trabalhar com mulheres com a doença em estádio avançado, por acreditar que as suas histórias, provocam, além de danos físicos, problemas emocionais e psicossociais, envolvendo a mulher e os que são mais próximos. Além disso, a dor em virtude da quimioterapia oral é uma das razões mais frequentes de descontinuidade do tratamento e sofrimento para essas pacientes com câncer em progressão. (NUNES, 2010; PIMENTEL, et. al., 2011). A farmacoterapia do CCU engloba poucas classes medicamentosas, tendo como principais os antineoplásicos, que intentam erradicar a doença e evitar sua recorrência. Além destes fármacos, faz-se uso de tratamento paliativo na tentativa 5 de aliviar os sintomas causados pela neoplasia e reações adversas a esses medicamentos (NUNES, 2010). Tendo a Atenção Farmacêutica e a Farmácia Clínica associada à equipe multidisciplinar de cuidados as pacientes com CCU, pode-se tornar o tratamento mais eficaz para cada tipo de paciente. Já que está se torna parte integrante do cuidado a paciente, garantindo que se apliquem conhecimentos farmacêuticos para ajudar a maximização efeito clínico dos antineoplásicos (STORPIRTIS et. al., 2008, GAUI, 2010; LEÃO et. al., 2012). E, estes fatores vão determinar o curso do acompanhamento e da terapia da paciente; das RAM com os tratamentos farmacoterapêutico; com a diminuição no tempo de internação da paciente, melhorando sua adesão aos tratamentos farmacológicos e consequentemente sua qualidade de vida, esses são pontos cruciais dentro da prática da Atenção Farmacêutica e da Farmácia Clínica que pode gerenciar este processo, além da minimização de gastos,entretanto, por ser desprovida de logística eficiente, a assistência farmacêutica onera estados e municípios do país (STORPIRTIS et. al., 2008; MARQUES, 2008). 6 2 OBJETIVO Este objetivo tem como compreender o papel do profissional farmacêutico sobre o tratamento das mulheres com diagnóstico avançado do câncer do colo do útero. 2.1 OBJETIVO ESPECÍFICO ● Investigar como a atuação do farmacêutico pode contribuir com a maximização da adesão à farmacoterapia antineoplásica por meio das ações da atenção farmacêutica as pacientes com câncer de colo de útero. ● Investigar como a atuação do farmacêutico pode contribuir com o manejo e as ações da atenção farmacêutica junto à equipe multidisciplinar para com as pacientes com câncer de colo de útero. 7 3 . REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 CONCEITO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA SOBRE A ATENÇÃO FARMACÊUTICA E FARMÁCIA CLÍNICA A profissão farmacêutica, ao longo das últimas décadas, vem passando por grandes avanços, essenciais para sua creditação (FREITAS et. al., 2002). Pode-se dizer que estes avanços se deram com o desenvolvimento e mecanização da indústria farmacêutica no século 20, aliada à padronização de formulações para a produção de medicamentos em larga escala e à descoberta de novos fármacos (FREITAS et. al., 2002). Por outro lado, com desenvolvimento e a mecanização da indústria farmacêutica no início do século 20, o que mais tarde levou desvalorização dos laboratórios magistrais, das farmácias, até então atividade primária do farmacêutico (FREITAS et. al., 2002). Em meio à outra realidade e condições impostas pela sociedade, o farmacêutico, perdeu sua referência como profissional da saúde e passou a ser visto pela sociedade apenas como um mero vendedor de medicamentos (PEREIRA; FREITAS, 2008). Nas últimas décadas iniciativas de resgatar a prática farmacêutica, vem sendo implantadas, sobretudo com o surgimento da atenção farmacêutica e da farmácia clínica, que visam a aproximação do profissional ao paciente e à equipe multidisciplinar de saúde, possibilitando o desenvolvimento de habilidades relacionadas à farmacoterapia (CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA, 2002). Segundo STRAND et. al. (2004), a intenção é estender a atuação do profissional farmacêutico às ações de atenção primária em saúde, e especializada tendo o medicamento como ação estratégica e o paciente como foco principal. Segundo Hepler e Strand (1990), o profissional farmacêutico é o responsável pelo controle no uso dos medicamentos de vido ao seu conhecimento e sua habilidade, o que permitiu o desenvolvimento expansivo da atenção farmacêutica e da farmácia clínica componentes da Assistência Farmacêutica. 8 “A Assistência Farmacêutica, é o conjunto de atividades relacionadas ao medicamento, para apoiar as ações de saúde para uma comunidade. O profissional atua em todas as etapas, desde a pesquisa de um novo medicamento até sua chegada aos usuários” (HEPL ER; STRAND, 1990). “Atenção Farmacêutica é a provisão responsável do tratamento farmacológico com o objetivo de alcançar resultados satisfatórios na saúde, melhorando a qualidade de vida do paciente” (HEPLER; STRAND, 1 990). “Farmácia Clínica como um conceito inovador é uma atividade especializada do farmacêutico, de apoio assistencial e essencialmente hospitalar, cuja responsabilidade é assegurar que o uso de medicamentos seja seguro e apropriada” (NUNE S, 2010). Seguindo o conceito sugerido por Hepler e Strand (1990), A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o papel dos profissionais farmacêuticos como chave: “Estender o caráter de beneficiário da Assistência Farmacêutica ao público, em seu conjunto e reconhecer, deste modo, o farmacêutico como dispensador da atenção sanitária que pode participar, ativamente, na prevenção das doenças e da promoção da saúde, junto com outros membros da equipe sanitária” (OMS, 1994). O "Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica" (2002) fornece normas para o desenvolvimento da Atenção farmacêutica e da farmácia clínica, como educação em saúde (promoção do uso racional de medicamentos), orientação farmacêutica, dispensação de medicamentos, atendimento farmacêutico, acompanhamento farmacoterapêutico e registro sistemático das atividades. Uma vez que os termos Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica diferem-se em relação ao alvo das ações. No caso da Assistência Farmacêutica, as ações estão voltadas ao acesso e uso racional de medicamentos, mesmo que o beneficiário final não seja o paciente. Já a Atenção Farmacêutica e a Farmácia Clínica referem-se ao cuidado diretamente dirigido ao paciente (HEPLER; STRAND, 1990). Por contribuir para o uso racional dos medicamentos, a Atenção Farmacêutica e a Farmácia Clínica podem ser consideradas elementos da Assistência Farmacêutica (HEPLER; STRAND, 1990; NUNES, 2010). A Atenção Farmacêutica baseia-se principalmente no acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes, buscando a obtenção de resultados terapêuticos desejados por meio da resolução dos problemas relacionados ao medicamento 9 (PRM), procurando definir uma atividade clínica para o farmacêutico, tendo o paciente como ponto de partida para a solução a farmacoterapia antineoplásica mais favorável e os efeitos colaterais associados a farmacoterapia (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006; PEREIRA; FREITAS, 2008). Atualmente no Brasil a Atenção Farmacêutica, é abordada junto às instituições de saúde e de educação como uma das principais atividades farmacêutica a ser resgatada, além das questões a serem enfrentadas principalmente no Sistema Único de Saúde (SUS), em que a garantia do acesso ao medicamento ainda se constitui o principal obstáculo a ser transposto pelos gestores (PEREIRA; FREITAS, 2008). O conceito de Atenção Farmacêutica a ser adotado é o mesmo que está definido pela Política Nacional de Medicamentos (PNM) como: "O grupo de atividades relacionadas com o medicamento destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada um a de suas etapas constitutivas, a conservação e o controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos" (MINIST ÉRIO DA SAÚDE, 1999). Nessa perspectiva, o estabelecimento que dispõe de uma política nacional para pacientes oncológicos, deve contemplar todo o conjunto de aspectos compreendidos no conceito de Assistência Farmacêutica (LEÃO et. al., 2012; GAUI, 2010). 3.2 A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO TRATAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO A história do controle do câncer do colo do útero (CCU) começou a ser escrita há pouco mais de 100 anos. As três primeiras décadas do século passado trouxeram consigo dados importantes que contribuíram muito para essa área. (THULER, 2012). 10 Todos os casos de carcinoma in situ podem ser curados com o tratamento correto. No entanto, as alterações pré-cancerosas podem por vezes recidivar no colo do útero ou vagina, por isso é importante o acompanhamento clínico durante e após o tratamento. Isso inclui acompanhamento com exames Papanicolau periódicos e, em alguns casos, com colposcopia (THULER, 2012). A publicação da Lei nº 12.732, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2012, que dispõe sobre o primeiro tratamento de paciente com neoplasia maligna comprovada e estabelece prazo para seu início, tem propiciado um tratamento mais digno as pacientes com CCU, um a vez que a lei exige que esta terapia se inicie dentro de 60 dias após diagnosticado o quadro de câncer (NASCIMENTO, SILVA, 2015). Soma-se a isso, a melhoranos indica dores de mortalidade e morbidade já que a dinâmica neoplásica tem sido mais bem estudada, assim como os mecanismos de ação farmacológica dos medicamentos antineoplásicos permitindo um controle clínico da doença causada pelo câncer. (INCA, 2012; BRASIL, 2012). O diagnóstico de CCU é obtido por meio de laudo patológico que identifica infecção pelo HPV, lesão de baixo grau, lesão de alto grau ou amostra insatisfatória, sendo que para este último deve repetir o exame dentro de seis meses no mínimo. O diagnóstico é tão importante quanto as informações que devem ser fornecidas antes de realizar os exames como forma de transmissão ou do desenvolvimento da doença, pois quando o CCU é diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer cervical são de 100%. Conforme a evolução da doença, aparecem sintomas como sangramento vaginal, corrimento e dor (INCA, 2012; NASCIMENTO, SILVA, 2015). Segundo a Constituição Federativa do Brasil (1988), a saúde é direito de todos é um dever do Estado, desta maneira, o Sistema Único de Saúde (SUS), é o responsável pelo atendimento a cerca de 203 milhões de pessoas atualmente, com mérito considerável (BRASIL, 1988). Com tudo, o tratamento oncológico inclusive o de CCU, fornecido pelo SUS, só passou a ser garantido com a consolidação da Lei 12.732 de 2012, entretanto, a busca dos pacientes revela algumas falhas por meio da terapia fornecida e aplicabilidade do mesmo (BRASIL, 2012; STORPIRTIS et. al., 2008). Sendo assim, a Atenção Farmacêutica, pode auxiliar em etapas como: adesão ao tratamento adequado e ao uso de medicamentos. Assim, Atenção 11 Farmacêutica em conjunto a equipe multidisciplinar auxilia a paciente com CCU, orientando a quanto à promoção contra infecções oportunistas e comorbidades que tornam as pacientes susceptíveis e para o enfrentamento psicossocial, uma vez que a terapia extrema para mulheres com CCU avançado é a histerectomia (BARBOSA et. al., 2008; WU, et. al., 2017). A presença do profissional farmacêutico nos estabelecimentos de saúde tem se intensificado principalmente nesta última década após o resgate de suas atribuições por meio da assistência farmacêutica (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006; NUNN et. al., 2007). O conceito inclui não somente os medicamentos para o tratamento do indivíduo que se fazem necessários, mas também dos princípios do trabalho que são essenciais como a ética, responsabilidade e compromisso com seguimento farmacoterapêutico dos pacientes, fato que impacta na eficácia e na segurança antes, durante e após o tratamento (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006). O intuito é de oferecer por meio da Atenção Farmacêutica o conhecimento que lhe é atribuído para promover o uso seguro e apropriado aos medicamentos e permitir uma maior qualidade e adesão ao tratamento e convívio social (ST ORPIRTIS et. al., 2008). A dificuldade e aceitação dos pacientes aderirem ao tratamento tem sido um desafio a Atenção Farmacêutica e uma ameaça para a saúde individual como para a Saúde Pública (KANG et. al., 2017). 3.3 A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS O SUS foi criado por meio da Constituição Federal de 1988 e caracteriza-se como sistema público de atendimento universal. Engloba um conjunto de ações e serviços de saúde prestados gratuitamente por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta a indireta, e das fundações mantidas pelo poder público, e conta com o complemento do setor particular. Tem como diretrizes a descentralização político administrativa da gerência do sistema de saúde, o atendimento íntegro e a participação da comunidade na formulação e no controle da execução das políticas de saúde (MARQUES, 2005; BRASIL, 1988). 12 E, por meio do SUS, podemos observar a movimentação como em países do Reino Unido, e o Canadá que, promovem o acesso universal ao tratamento, ou seja, permitindo o acesso aos antineoplásicos (NASCIMENTO; SILVA, 2015). Com a regulamentação da Constituição Federal em 1990 a Assistência Farmacêutica foi incluída como parte da assistência terapêutica integral, que deve ser dirigida aos usuários do SUS. A Política Nacional de Medicamentos (PNM) foi concebida em um contexto no qual era necessário reorganizar a forma de fornecimento de medicamentos à população, em concordância com os princípios de descentralização das ações do SUS. Além da descentralização, foram considerados princípios da PNM: a promoção do uso racional de medicamentos, a otimização e eficácia do sistema logístico do setor público e o desenvolvimento de iniciativas para melhorar o acesso aos medicamentos (BRASIL, 1988). É por isso que Política Nacional de Assistência Farmacêutica é parte integrante da Política Nacional de Saúde, envolvendo um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde e garantindo os princípios constitucionais visando tanto individuo como o coletivo. As ações da Assistência Farmacêutica envolvem aquelas referentes à Atenção Farmacêutica o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e ao seu uso racional. Envolve ainda a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de médica mentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população (BRASIL, 2004; CIPOLLE et. al., 2006). A garantia de acesso a medicamentos é parte integrante e essencial de uma adequada política assistencial e ambulatorial como é o caso da terapia antineoplásica, integrantes da farmácia especializada (Alto Custo) (MARQUES, 2005; VIDAL et. al., 2017). O Programa de Medicamentos Excepcionais (PME) é gerenciado pela Secretaria de Assistência à Saúde, aqueles medicamentos de elevado valor unitário, ou que pela cronicidade do tratamento, se tornam excessivamente caros para serem suportados pela população. A maioria dos pacientes de nível ambulatorial utilizará tratamento medicamentoso que durará por toda vida, ou seja, cronicamente. Esta política tem enorme alcance em todas as classes sociais uma vez que, se não 13 fossem distribuídos gratuitamente, tais medicamentos seriam acessíveis a poucas pessoas em função do alto custo dos tratamentos (BERMUDEZ et. al., 1999). O PME existe desde 1993 e, daquela época até a atual gestão do Ministério da Saúde, muitas inclusões e exclusões foram realizadas. Foram elaborados protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas para cada um dos medicamentos, o que racionaliza sua prescrição e dispensação (BERMUDEZ et. al., 1999). O firme gerenciamento adotado permitiu a racionalização dos gastos e a ampliação do número de medicamentos disponíveis e de pacientes atendidos pelo programa (MARQUES, 2005; VIDAL et. al., 20 17). Em 2012 os programas foram significativamente incrementados, garantindo, hoje, o financiamento para compra e distribuição gratuita, pelos estados, de medicamentos ditos como Excepcionais, em apresentações diversas, representando um número significativo de medicamentos disponíveis em relação há anos anteriores. (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 2002). No entanto, o modelo de assistência farmacêutica vigente no Sistema Único de Saúde (SUS), com seus componentes básico, estratégico e especializado, não contempla o fornecimento de medicamentos para a assistência em oncologia, que não seja por medidas judiciais, nas unidades de atenção básica (Alto Custo). Além disso, não existe uma lista única de medicamentos antineoplásicos incorporados no sistema público de saúde, inexiste uma linha específica de financiamento destes medicamentos e as diretrizes clínicas em oncologia contemplam apenas alguns tipos de câncer (BRASIL, 2004; VIDAL et. al., 2017). E dentro da PolíticaNacional de Assistência Farmacêutica que auxilia o direito ao acesso a medicamentos, no caso os antineoplásicos, têm sido uma das principais necessidades demandadas nos tribunais brasileiros. As ações judiciais com medicamentos antineoplásicos geram custos elevados aos governos e demandam análises criteriosas para que se garanta eficiência no uso dos recursos públicos e resultados adequados para a saúde dos cidadãos (BRASIL, 2004; VIDAL et. al., 2017). São critérios apontados como importantes a serem utilizados em uma análise para tomada de decisão de fornecimento de medicamentos pela via judicial: análise técnica; identificação de registro de medicamentos, com sua respectiva indicação, na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (A NVISA); informações disponíveis em 14 diretrizes clínicas; disponibilidade/incorporação do medicamento pelo sistema de saúde; identificação do medicamento nas relações de medicamentos essenciais. A utilização destes parâmetros parece ser fundamental para se garantir eficácia, acurácia, efetividade e segurança no uso dos medicamentos, assim como para se minimizar desigualdades no acesso e avalizar a integralidade da assistência farmacêutica (BRASIL, 2004; VIDAL et. al., 2017). 3.4 PAPEL DO FARMACÊUTICO NO SISITEMA ÚNICO DE SAÚDE Na implantação do SUS, a assistência farmacêutica foi um o método utilizado para que houvesse a contribuição do profissional farmacêutico. Da mesma forma, a Política Nacional de Medicamentos como parte integrante das políticas de saúde já que o medicamento é um fator em potencial para um tratamento adequado, fazendo a integração entre os farmacêuticos, outros profissionais da equipe multidisciplinar e o paciente (PEREIRA; FREITAS, 2008). Desta maneira a Assistência Farmacêutica associada a Atenção Farmacêutica e a Farmácia Clínica inserida neste contexto do cuidado com o paciente permitiu ao farmacêutico não só participar de maneira efetiva da saúde pública, mas também desenvolver técnicas, envolvendo os medicamentos e seus desdobramentos na prestação de serviços de saúde, sendo este o detentor privilegiado do conhecimento e desta atividade. Dentre essas ações, obviamente, incluem-se aquelas ligadas ao medicamento, acesso e uso racional (BRASIL, 2004; PEREIRA; FREITAS, 2008). Segundo STRAND et. al. (2004), a avaliação dos benefícios da Atenção Farmacêutica, em um contexto geral, demonstrou que 61% dos pacientes apresentaram pelo menos um problema farmacoterapêutico, identificado e solucionado, sendo que 83% mantiveram suas patologias controladas durante o período em estudo. Nas farmácias do SUS, o trabalho do farmacêutico está centrado na tecnologia de gestão do medicamento, no sentido de disponibilizar e garantir o acesso. Mesmo nas atividades de orientação foi observada predominância de 15 instruções no sentido do controle quantitativo do medicamento, sendo as regras ditadas de forma unilateral (BRASIL, 2004). Entretanto, algumas modificações positivas têm contribuído para a evolução da Assistência Farmacêutica e a perspectiva para o Brasil, principalmente a evidências e ressurgimento do profissional na última década, tem permitido alcançar resultados efetivos com a presença do farmacêutico, como por exemplo, junto aos pacientes em tratamento de HIV/AIDS (CORDEIRO; LEITE, 2008; PEREIRA; FREITAS, 2008). 3.5 ADESÃO AO TRATAMENTO E COMORBIDADES NO CCU A filosofia que rege a Atenção Farmacêutica é atender uma necessidade social e adotar técnicas do cuidado com o paciente provendo suas necessidades sobre os medicamentos. O primeiro exercício está em garantir a terapêutica farmacológica do paciente de forma que seja correta, eficaz, além da segurança e do planejamento. O segundo passo é identificar, resolver e prevenir problemas que interfiram na garantia da terapêutica prestada. E por fim, assegurar-se, que tratamento tenha excelência (SILVA et. al., 2009). O farmacêutico deve agir de modo a identificar, resolver, prevenir, quantificar, prever e intervir sobre Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM), como se apresentam e de que forma influenciam, dentro do percurso assistencial (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006). Dentre estes pontos fica evidente de que a relação terapêutica com o paciente é fundamental no diálogo de atenção farmacêutica, permitindo uma atuação mais consistente do profissional, em benefício do indivíduo. Os tratamentos farmacológicos disponíveis têm aumentado constantemente de maneira que além da cooperação do paciente, haja uma colaboração por parte dos demais profissionais da saúde para o bem-estar deste paciente, dessa forma Cipolle, Strand e Morley (2006), afirmam que: “Todas estas informações específicas do paciente ajudarão o farmacêutico a decidir se o paciente vai conseguir aderir ao regime de tratamento tal 16 como prescrito. Sem as informações corretas, há a possibilidade de se tomar decisões inapropriadas e ações incorretas.” A adesão aos antineoplásicos e associações estabelecidas pela literatura que a sua supressão parcial leva à falha imunológica. Para garantir a adesão é necessário que o paciente tome mais de 95% das doses prescritas, o que não ocorre devido as reação adversa medicamentosa (RAM) e interações medicamentosas (SILVA et. al., 2009). O convívio diário com preconceitos e discriminações entre amigos e familiares pode contribuir com mudanças durante o tratamento dependendo da personalidade e do comportamento de cada paciente, o que consequentemente a pode vir a ter uma baixa adesão. Outros casos para não adesão aos antineoplásicos, está no uso de drogas convencionais ilícitas e álcool que são fatores determinantes para não adesão ao tratamento de doenças crônicas (INCA, 2012; KINJYO et. al., 2017; KANG, et. al., 2017). O início do tratamento, as trocas de esquema e a ocorrência de efeitos adversos são momentos essenciais de reforço à adesão ao tratamento. O apoio à adesão deve começar mesmo antes do início da terapia antineoplásica, persistindo ao longo de todo tratamento, conforme as necessidades de cada paciente, mesmo para aqueles considerados inicialmente com o “aderentes” (INC A, 2012; GA UI, 2010). Antes de prosseguir com o tratamento, o paciente necessita ser avaliado quanto aos riscos em potencial aos antineoplásicos consequentemente a terapia não deve ser iniciada sem que as devidas recomendações sejam tomadas. A importância da adesão ao tratamento seja o foco de maneira que paciente entenda e aceite o tratamento. Este objetivo deve ser buscado pelas equipes e os serviços de saúde, estabelecendo-se uma relação de corresponsabilidade entre estes e o paciente somente assim terapia farmacológica será efetiva (SILVA et. al., 2009). Uma pessoa portadora de CCU na fase avançada da doença tem um risco maior em contrair comorbidades, que são as infecções oportunistas como tuberculose, pneumonia, que o médico deverá tratar através de medicamentos. Esta pode ser uma fase difícil, pois há risco de interação com os medicamentos utilizados para o tratamento antineoplásico por esta paciente ser susceptível, devido a sua imunidade fragilizada (SILVA et. al., 2009). 17 O esquema para a terapia antineoplásica inicial deve levar alguns fatores em consideração, como o potencial de adesão, potência e toxicidade imediata ou a longo prazo, presença de comorbidades, adequação ao esquema à rotina (SILVA et. al., 2009). 3.6 FALHA TERAPÊUTICA E RESGATE DA TERAPIA FARMACOLÓGICA Segundo GAUI (2010), a terapia antineoplásica mais convencional com grande efetividade para alguns estádios do câncer de colo do útero, tem como tratamento principal a radioterapia e a quimioterapia administradas em conjunto (quimioradiação concomitante) usada para tratar a disseminação da doença para outros órgãos. A quimioterapia potencializa a radioterapia.As opções para a quimioradiação simultânea incluem: Os medicamentos mais convencionais para o tratamento de CCU é a Cisplatina, Carboplatina e Bevacizumabe. Que frequentemente são utilizadas combinações destes medicamentos a alguns outros medicamentos como o paclitaxel, topotecano, Gemcitabina, docetaxel, ifosfamida, 5 -fluorouracil, irinotecano e mitomicina (GAUI, 2010). Cisplatina administrada semanalmente durante a radioterapia. A cisplatina deve ser administrada por via intravenosa cerca de 4 horas antes da radioterapia ou, cisplatina mais 5-fluorouracilo (5-FU) administrada a cada 4 semanas durante o tratamento radioterápico (GAUI, 2010). Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo de drogas, da dose administrada e do tempo de duração do tratamento. Os efeitos colaterais comuns da quimioterapia podem incluir náuseas, vômitos severos, perda de apetite, perda de cabelo, feridas na boca, infecção, neuropatia periférica (perda da sensibilidade das mãos e pés), nefrotoxicidade, mielodepressão devido a diminuição dos glóbulos brancos, hemorragia ou hematomas, devido a diminuição das plaquetas e falta de ar (fadiga) devido a diminuição dos glóbulos vermelhos (GAUI, 2010). Cerca de 30% dos eventos adversos causados pelos antineoplásicos (quimioterápicos) são causadas por RAM que se dá devido às interações medicamentosas de fármacos utilizados para tratar comorbidades, como doenças 18 cardiovasculares, gastrointestinais, psicossociais (antidepressivos), infecções, enjoos e inflamações (GAUI, 2010). Sendo assim, ao ser prescrito um novo medicamento, o médico junto ao farmacêutico deve consultar a possibilidade de interação entre as drogas em uso. As falhas terapêuticas, muitas vezes estão associadas somente as RAM dos fármacos antineoplásicos, esta pode decorrer da ampliação da toxicidade de um medicamento que possui um índice terapêutico estreito e um grande potencial com PRM como os antineoplásicos, em função de interações e muitos pacientes acabam por conta interromper o uso destes (EDWARDS; ARONSON, 2000; GAUI, 2010). O farmacêutico deve manejar a falha por meio de uma análise detalhada das necessidades do paciente relacionado à terapêutica, de modo a coletar, combinar e integrar dados específicos do paciente e efetuar decisões, relacionada aos medicamentos e suas associações, se é correta, efetiva, segura e mais conveniente possível para o paciente. Avaliar e identificar os PRM que possam interferir nos propósitos do tratamento de modo a ajudar e prevenir durante a farmacoterapia (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006; GAUI, 2010). Por meio das informações clínicas, quando integradas ao conhecimento e experiência profissional o sucesso da Atenção Farmacêutica depende da relação da qualidade terapêutica e a relação com a equipe multidisciplinar (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006). BERMUDEZ et. al. (1999), propõe como uma relação entre a necessidade de medicamentos e a oferta dos mesmos, na qual essa necessidade é satisfeita no momento e no lugar requerido pelo paciente (consumidor), com a garantia de qualidade e a informação suficiente para o uso adequado. 3.7 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DO CÂNCER. O acompanhamento do farmacêutico é uma importante ferramenta junto à equipe multidisciplinar, pois este auxilia para a redução de erros na medicação e no tratamento oncológico, tornando-o mais eficaz e melhorando a qualidade de vida (LEÃO et. al., 2012). 19 O paciente merece toda a atenção por parte da equipe de saúde, e a presença do farmacêutico embora tenha iniciado sua atuação exclusivamente nas atividades de manipulação e gerenciamento de quimioterápicos, tornou-se peça fundamental para a garantia da qualidade dos procedimentos prestados por meio da atenção farmacêutica que ajuda amenizar o sofrimento e torna a farmacoterapia segura, prevenindo e tratando as possíveis reações adversas ao medicamento (LEÃO et. al., 2012). A presença do farmacêutico na equipe multidisciplinar de oncologia deve melhorar e diminuir a frequência de erros de medicação. Contudo o papel do farmacêutico no tratamento oncológico ainda é peque no, mas vem evoluindo além da dispensação de medicamentos e da s atividades diretamente relacionadas a ela (LEÃO et. al., 2012). Em contrapartida, em alguns países, como Estados Unidos, Canadá e Espanha, a Atenção Farmacêutica vem sendo implantada e discutida há mais de uma década, esses países são considerados referências no assunto. No Brasil, as discussões formais sobre o tema promovidas pela Organização Pan-Americana da Saúde começaram na segunda metade da década de 1990 (LEÃO et. al., 2012; Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, 2002). O câncer de colo útero se configura como um importante problema de saúde pública, principalmente em decorrência da crescente exposição a fatores de risco ambientais e da modificação de hábitos de vida da população (Noronha et al., 1999). Ao contrário do que ocorre nos países mais desenvolvidos, a taxa de mortalidade por câncer de colo de útero continua elevada no Brasil e, do ponto de vista temporal, vêm aumentando: em 1979, a taxa era de 3,44/100.000, enquanto em 1999 era de 4,67/100.000. Sua alta incidência e mortalidade fazem a estimativa de número de novos casos para o ano de 2005 no Brasil ser de 20.690 casos (INCA, 2005). 20 4 CONCLUSÃO O profissional farmacêutico tem um papel fundamental dentro da saúde pública, algo que vem crescendo e sendo aperfeiçoado ao longo das últimas décadas por meio da assistência farmacêutica, mas algo muito superficial em se tratando do câncer de colo de útero. Os profissionais farmacêuticos perderam sua identidade como profissional da saúde e, atualmente, são considerados meros coadjuvantes dispensadores de medicamentos, o que resulta no distanciamento do profissional farmacêutico de sua atividade primária. Para que os profissionais voltem a ter as características deixadas e esquecidas no de correr do tempo com potencial para desempenhar essa importante função social, é inevitável que se invista na formação dos profissionais futuros, incluindo capacitação em oncologia de modo que isso resulte na melhoria do atendimento e, consequentemente, na conscientização da população para o uso correto dos medicamentos. Portanto, antes da implantação da Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica, é necessário garantir o acesso do usuário ao serviço de saúde, uma equipe multidisciplinar qualificada, equipamentos e medicamentos para tratamento oncológico eficiente inclusive o câncer de colo de útero. 21 REFERÊNCIAS BARBOSA, J. A. A.; BELÉM, L. F.; SETTE, I. M. F., CARMO, E. S.; PEREIRA, G. J. S.; JÚNIOR, E. D. S.; farmacoterapia adjuvante no tratamento da dor oncológica. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, Universidade de Fortaleza/CE, Brasil, v. 21, n. 2, p. 112-120, 2008. BERMUDEZ, J. A. 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