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Biopoder, Biopolítica e Necropolítica

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Do que se trata Biopoder/Biopolítica e Necropolítica?
O estudo sobre o Biopoder/Biopolítica começou entre os anos de 1974 e 1979, quando Michel Foucault começa uma análise sobre o assunto e o definindo como “o conjunto dos mecanismos pelos quais aquilo que, na espécie humana, constitui suas características biológicas fundamentais, vai poder entrar numa política, numa estratégia política, numa estratégia geral do poder” (Foucault, 2008a, p. 3). 
Para ele, o Biopoder é a administração e controle da população e se ocupam da gestão pela saúde, da higiene, alimentação, sexualidade, natalidade, da moral e bons costumes, através da medida que se passa o tempo tornam-se preocupações políticas e a Biopolítica é uma força que regula um conjunto de pessoas, diferente do que se era feito na Antiguidade e na Idade Média que visavam governar somente o indivíduo e se baseavam em: “Fazer morrer e deixar viver”, pois no período pré-capitalista o soberano (monarca, rei) da época ditava quem podia viver e morrer, tendo um poder focado na morte e agora no período pós capitalista é baseado no: “Fazer viver e deixar morrer” sendo papel do governo, a gestão pela vida da população de modo que se tenha a regularidade dos sistemas, sendo assim a Biopolítica vem como uma forma de regular as massas e tendo um posicionamento ativo quando desenvolve políticas públicas em prol da vida da população, da sua saúde, do seu corpo, ideias, higiene, alimentação, longevidade. Mas dentro deste poder ainda se tem uma forma de segregação e a morte de alguns significa potencialização da vida de outros. 
Posteriormente a Foucault, o filósofo Achille Mbembe, durante a realização de uma tese deu origem ao estudo da Necropolítica, por ser um estudioso da escravidão, descolonização e da negritude ele relaciona o discurso sobre poder de Foucault a um racismo partindo do Estado e que está presente nas sociedades atuais, fazendo com que a Necropolítica seja vista como a gestão da morte, sendo o poder que dita quem pode viver e quem deve morrer, o conceito de Biopoder (para Foucault) é o controle da população e quando se fala em “deixar morrer” tudo se torna aceitável, mas não é aceitável para todos os corpos. Para Mbembe, o corpo aceitável é aquele que corre risco a todo instante principalmente pela questão racial e afirma que cabe ao Estado colocar limites entre o direito, a violência e a morte, porém o mesmo Estado reforça e usa desse poder para criar zonas de segregação e mortes. Por fim, é necessário pensarmos o conceito de raça em todos os nossos discursos políticos, como se formou o discurso racista.
REFERÊNCIAS:
FURTADO, Rafael Nogueira; CAMILO, Juliana Aparecida de Oliveira. O conceito de biopoder no pensamento de Michel Foucault. Rev. Subj., Fortaleza , v. 16, n. 3, p. 34-44, dez. 2016 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2359-07692016000300003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 22 set. 2021. http://dx.doi.org/10.5020/23590777.16.3.34-44.
BONTEMPO, V. L. ACHILLE MBEMBE E A NOÇÃO DE NECROPOLÍTICA. Sapere Aude, v. 11, n. 22, p. 558-572, 22 dez. 2020.
Pereira, Juliana MartinsMBEMBE, Achille. Necropolítica. 3. ed. São Paulo: n-1 edições, 2018. 80 p.. Horizontes Antropológicos [online]. 2019, v. 25, n. 55 [Acessado 22 Setembro 2021] , pp. 367-371. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-71832019000300017>. Epub 2 Dez 2019. ISSN 1806-9983. https://doi.org/10.1590/S0104-71832019000300017.

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