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INJUSTIÇA E RACISMO AMBIENTAL CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS E VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS EM COMUNIDADES PESQUEIRAS NA BAHIA AV 3 - (FCH007) Introdução à Sociologia II - Jeiel Barbosa e Kauana Santos - T06 A questão relacionada à injustiça ambiental tem se mostrado presente não só nas discussões acadêmicas, mas em diversos movimentos sociais, já que os danos ambientais são percebidos de forma desproporcional nas classes sociais. Artigos e pesquisas direcionadas ao tema revelam que a população marginalizada sofre em maior intensidade com os impactos da poluição, do desmatamento e das mudanças climáticas em geral. Pesquisadores brasileiros já chamam atenção para o descarte de lixo e resíduos tóxicos próximos às classes mais pobres e vulneráveis como uma das mais claras demonstrações de injustiça ambiental. No Brasil, a Rede Brasileira de Justiça Ambiental foi criada com o objetivo de propor discussões, mobilizações e articulação política acerca do assunto. Fundada em 2001, a organização elaborou o conceito de injustiça ambiental em seu manifesto como, “o mecanismo pelo qual sociedades desiguais, do ponto de vista econômico e social, destinam a maior carga dos danos ambientais do desenvolvimento às populações de baixa renda, aos grupos raciais discriminados, aos povos étnicos tradicionais, aos bairros operários, às populações marginalizadas e vulneráveis”. Os danos ambientais analisados nas pesquisas norte-americanas são direcionados ao produto da atividade industrial, mas no contexto brasileiro fatores como falta de aterros sanitários, serviços urbanos inadequados, constantes inundações, lixões também constituem a injustiça ambiental no país. Os grupos presentes nesta região, que já são socialmente vulneráveis, se encontram também em vulnerabilidade ambiental. Isto é, essa população se encontra mais exposta ao risco e se vê incapaz de reagir e se adaptar às consequências que venha sofrer com um eventual desastre. https://antigo.mma.gov.br/educacao-ambiental/pol%C3%ADtica-nacional-de-educa%C3%A7%C3%A3o-ambiental/documentos-referenciais/item/8077-manifesto-de-lan%C3%A7amento-da-rede-brasileira-de-justi%C3%A7a-ambiental.html https://antigo.mma.gov.br/educacao-ambiental/pol%C3%ADtica-nacional-de-educa%C3%A7%C3%A3o-ambiental/documentos-referenciais/item/8077-manifesto-de-lan%C3%A7amento-da-rede-brasileira-de-justi%C3%A7a-ambiental.html A relação entre os terrenos de riscos e a população mais pobre reforça a vulnerabilidade como um ciclo vicioso. Essas áreas de baixo valor são atrativas para as pessoas que não tem boas condições financeiras. Dessa forma, apesar dos perigos locais, esses indivíduos permanecem porque não possuem dinheiro suficiente para se alocar em um lugar melhor. Além do fator financeiro, processos de segregação socioespacial contribuem para afastar e concentrar grupos marginalizados em determinados lugares. As indústrias, por sua vez, também buscam áreas de baixo valor para realizar sua instalação e para buscar mão-de-obra barata. Dessa forma, a vulnerabilidade socioambiental é intensificada cada vez mais. Os danos ambientais podem ser percebidos de forma mais intensa pelas comunidades tradicionais, as quais reconhecem o território como um elemento fundamental para a manutenção das suas tradições e cultura. De acordo com o art. 3º do decreto nº 6.040, as comunidades tradicionais são “grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.” Assim, ao discutir sobre povos tradicionais, abordamos pescadores, ribeirinhos, quilombolas, seringueiros, marisqueiras, quebradeiras de babaçu e entre vários outros. Essas comunidades têm um vínculo cultural, ancestral e histórico com a terra. De acordo com o Mapa de Conflitos Envolvendo Injustiça Ambiental, o Brasil apresenta 611 conflitos até junho de 2021, sendo 180 referentes aos povos indígenas, 134 comunidades quilombolas, 100 de pescadores artesanais, 69 de ribeirinhos e entre outros. Essa situação pode ser explicada como produto do crescimento capitalista, em que a constante busca por recursos naturais e a poluição industrial destroem os meios de subsistência dessas pessoas. Dessa forma, os impactos podem ser vistos na fertilidade do solo, na qualidade dos mares e rios, na diversidade biológica, nas mudanças nos ventos e na temperatura, na segurança alimentar e nos riscos à saúde coletiva. Este estudo analisa as consequências socioambientais do projeto “Bahia Terminais” ocorrido na cidade de Candeias, na Bahia3 em torno ao Porto de Aratu que fica frente a costa leste da Ilha de Maré pertencente a Salvador (anexos 1 ao 3). Pescadores, marisqueiras e quilombolas vêm sendo afetados há anos pelo descaso governamental, principalmente com relação ao saneamento básico, abastecimento de água potável e atendimento de saúde. Composta atualmente por treze municípios, a Região Metropolitana de Salvador — RMS — trás consigo uma carga histórica e cultural atrelada ao povo negro de maneira muito intensa. Assim, cabe analisar a intensidade do racismo ambiental nos municípios que estão em torno ao Porto de Aratu, como a comunidade pesqueira e quilombola de Bananeiras em Ilha de Maré (Salvador) e algumas localidades do município de Candeias, como o distrito de Caboto e a comunidade de povos sem terra da Pindoba, conforme destaca grupo de pesquisa do Instituto de Geociências da UFBA (GeografAR)1, sendo todos de população majoritariamente negra. De modo comparativo, a Praia de Inema, também em Salvador e próxima ao Porto de Aratu, possui potencial turístico elevado em comparação a essas comunidades, já que se trata de um local frequentado em grande extensão por pessoas mais ricas e, por consequência, brancas. De maneira a elucidar essa informação, cabe destacar a visita à praia baiana da família e amigos do presidente Jair Bolsonaro, em suas férias no ano de 201918 (anexo 4). Fica evidenciado, desse modo, a disparidade entre os ambientes de acordo com sua maioria racial, tal fenômeno já conceituado anteriormente como racismo ambiental. Partindo dessa ideia, é possível dialogar de maneira mais centralizada com o risco ambiental sofrido em comunidades, não somente negras, mas também, tradicionais. Segundo o ICMBio10, do Ministério do Meio Ambiente, caracterizam-se como comunidades tradicionais aquelas que usam os recursos naturais de sua terra como meio de subsistência, podendo, assim, ser caracterizada às comunidades pesqueiras que vivem não só na região de Ilha de Maré e Caboto mas em outras regiões do país que tornam-se reféns das atividades produzidas em seu território e pela condição vulnerável da população, travam conflitos socioambientais e violações aos direitos humanos de alta magnitude2 com a indústria capitalista e o Estado. Uma análise feita, de maneira assertiva, através da Mestra em Geografia da UFBA Kassia Aguiar7 é a construção de comunidades pesqueiras na região do distrito de Acupe em Santo Amaro, município que faz parte do recôncavo baiano, o acesso para além da terra ocupada, vai também a água dali, retratando que, “Isso nos leva a compreender que os territórios terra e água de Acupe constituem-se numa articulação, em que os pescadores artesanais necessitam do acesso livre para a prática de suas atividades. O acesso ao território e todas as relações estabelecidas com este é condição preliminar para o desenvolvimento da comunidade.” (pág. 9). Dessa forma, é possível afirmar que o acesso à terra e ao uso da água para uma comunidade tradicional pesqueira possui grau elevado para sua substência e a defesa feita para manutenção dessas regiões é necessária para perpetuar não só o povo negro daquele espaço, mas também, elementos naturais, culturais e sociais do meioambiente ali. A partir disso, surge um elemento de alto valor na discussão, a indústria capitalista, que por vezes torna-se aliada de setores governamentais que se alinham aos interesses dos grandes empresários, como é o caso da Bahia Terminais na Ilha de Maré. Esse viés de pensamento é também denunciado pelo blog e projeto Combate ao Racismo Ambiental4 que traz consigo para além de notícias concernentes ao seu tema, denúncias de indústrias que fomentam a ascensão da degradação do meio ambiente em regiões majoritariamente negras e critica o alinhamento do governo federal atual nesses casos, principalmente relacionada a atuação do Presidente Jair Bolsonaro e seu atual Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Por fim, é perceptível que a corrente de pensamento do ecologismo, não é bem aproveitada em comunidades mais pobres6, isso se dá também pela disparidade judicial encontrada por essas populações, que por vezes buscam apoio de serviços jurídicos pro bono, Defensoria Pública da União ou ao Ministério Público. No caso da empresa Bahia Terminais em Candeias, citado anteriormente, é notório que pode-se considerar uma situação emblemática, já que foi ajuizada ação civil pública9, a qual foi julgada procedente em favor dos moradores daquela localidade. Portanto, um modelo a ser seguido jurisprudencialmente. ANEXOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS. GeografAR, 2018. Disponível em: <https://geografar.ufba.br/povos-e-comunidades-tradicionais>. Acesso em: 30 mai de 2021. 2 RELATÓRIOS DE CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS EM COMUNIDADES PESQUEIRAS NO BRASIL. Conselho Pastoral dos Pescadores Nacional. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/334395096/Relatorio-de-Conflitos-Socioambientais- e-Violacoes-de-Direitos-Humanos-em-Comunidades-Tradicionais-Pesqueiras-no-Bra sil>. Acesso em: 30 mai 2021. 3 LENIN, Vladimir. Justiça suspende licença para porto na Bahia, mas obras continuam a todo vapor. Balaiada, 2021. Disponível em: <https://www.balaiada.com/8625/?fbclid=IwAR2HQmKgvMJtbVEe8axsYpTM-Mhi88g J8qA9XgP3CUFL3kZBGB777s8dU2E>. Acesso em: 30 mai 2021. 4 COMBATE RACISMO AMBIENTAL. 2014. Disponível em: <https://racismoambiental.net.br/>. Acesso em: 30 mai 2021. 5 CESAR, Julio. “Os homens das águas” (p. 31 à p. 47). Direito ambiental, conflitos socioambientais e comunidades tradicionais. 1ª Edição. Salvador, BA: Editora EDUFBA, 1 jan 2015. 6 MARTÍNEZ, Juan. Correntes do Ecologismo (p. 21 à p. 39). In: O ecologismo dos pobres. 2ª Edição. São Paulo: Editora Contexto, 1 mai 2007. 7 RIOS, Kássia Aguiar Norberto. Da produção do espaço à construção dos territórios pesqueiros: pescadores artesanais e carcinicultores no Distrito de Acupe - Santo Amaro (BA). Salvador, 2012. 8 ACSELRAD, Henri. Justiça ambiental e cidadania (pág. 23 - 107). Rio de Janeiro: Editora Relume Dumará, 2004. 9 BRASIL. Justiça Federal (1ª região). Ação Civil Pública Cível nº 1053264-40.2020.4.01.3300. Revogação/Concessão de Licença Ambiental, https://geografar.ufba.br/povos-e-comunidades-tradicionais https://pt.scribd.com/document/334395096/Relatorio-de-Conflitos-Socioambientais-e-Violacoes-de-Direitos-Humanos-em-Comunidades-Tradicionais-Pesqueiras-no-Brasil https://pt.scribd.com/document/334395096/Relatorio-de-Conflitos-Socioambientais-e-Violacoes-de-Direitos-Humanos-em-Comunidades-Tradicionais-Pesqueiras-no-Brasil https://pt.scribd.com/document/334395096/Relatorio-de-Conflitos-Socioambientais-e-Violacoes-de-Direitos-Humanos-em-Comunidades-Tradicionais-Pesqueiras-no-Brasil https://www.balaiada.com/8625/?fbclid=IwAR2HQmKgvMJtbVEe8axsYpTM-Mhi88gJ8qA9XgP3CUFL3kZBGB777s8dU2E https://www.balaiada.com/8625/?fbclid=IwAR2HQmKgvMJtbVEe8axsYpTM-Mhi88gJ8qA9XgP3CUFL3kZBGB777s8dU2E https://racismoambiental.net.br/ Flora, Zona Costeira, Área de Preservação Permanente. 3ª Vara Federal Cível SJBA, 11 mar 2021. 10 Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 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Disponível em: <https://atarde.uol.com.br/bahia/noticias/2113899-com-direito-a-churrasco-bolsonaro -curte-praia-de-inema-ao-lado-da-filha> Acesso em 05 jun 2021. http://dx.doi.org/10.1590/2236-9996.2020-4912 http://www.cibs.cbciss.org/arquivos/A%20EXCLUSIO%20DE%20COMUNIDADES%20EM%20SITUACAO%20DE%20VULNERABILIDADE%20E%20DE%20RISCO%20SOCIAL.pdf http://www.cibs.cbciss.org/arquivos/A%20EXCLUSIO%20DE%20COMUNIDADES%20EM%20SITUACAO%20DE%20VULNERABILIDADE%20E%20DE%20RISCO%20SOCIAL.pdf http://www.cibs.cbciss.org/arquivos/A%20EXCLUSIO%20DE%20COMUNIDADES%20EM%20SITUACAO%20DE%20VULNERABILIDADE%20E%20DE%20RISCO%20SOCIAL.pdfhttps://atarde.uol.com.br/bahia/noticias/2113899-com-direito-a-churrasco-bolsonaro-curte-praia-de-inema-ao-lado-da-filha https://atarde.uol.com.br/bahia/noticias/2113899-com-direito-a-churrasco-bolsonaro-curte-praia-de-inema-ao-lado-da-filha
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