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INTRODUÇÃO À FILOSOFIA FCH001, TURMA 15 - PROF. GIOVANNI ROLLA PROVA 1 (VALOR 5,0) Início: 01/10 às 17h Data limite de entrega: 04/10 às 12h Instruções: • Escolha apenas três questões abaixo para responder. Sua nota final será composta pela nota das duas questões em que você teve melhor desempenho, cada uma valendo 2,5. • Crie um documento de texto com as suas respostas, indicando quais as questões respondidas pelos seus respectivos números. • Envie sua prova em formato pdf para o meu email, rollagiovanni@gmail.com até às 12h do dia 04/10. • Nomeie o seu documento com o seu próprio nome seguido do código da disciplina. Por exemplo, se você se chama Fulano de Tal, o arquivo enviado deve ter o seguinte nome: “Fulano de Tal FCH001.pdf”. • Se você preferir, ou se tiver algum problema com seu computador ou editor de texto, escreva sua prova à mão e envie uma foto da prova. Nesse caso, tenha uma letra legível. • As provas deverão ser anexadas no email. Provas escritas no corpo do email não serão consideradas. • O tempo para realização da prova é mais do que suficiente. Portanto, provas entregues além do horário limite não serão consideradas. • As questões abaixo são inteiramente claras para usuários competentes da língua portuguesa, de modo que pedidos de elucidação durante a prova não serão atendidos. • Tenha atenção à norma culta da língua portuguesa. Erros de escrita serão penalizados. É importante, portanto, que você revise sua prova antes de enviá-la. • Não há limites mínimo e máximo de linhas ou páginas. Use o bom senso. Não seja lacônico(a), mas também não seja verborrágico(a). • Uma prova bem escrita é uma prova clara e inteligível. mailto:rollagiovanni@gmail.com Questões: 1) Em uma concepção tradicional (ou clássica), a filosofia e as ciências seriam diferentes quanto aos seus objetos de estudo e às suas metodologias próprias. Explique essas diferenças. 2) Um argumento é dedutivamente válido se, e somente se, for impossível que suas premissas sejam verdadeiras e a sua conclusão seja falsa. Assim sendo, seria possível um argumento possuir premissas verdadeiras e conclusão verdadeira, mas ser inválido? E um argumento que possui uma contradição entre as premissas seria válido? Justifique suas respostas. 3) Em uma leitura padrão do paradoxo do mentiroso, a frase ‘eu estou mentindo’ é interpretada como ‘esta frase é falsa’. O aparente paradoxo consiste no fato de que, se a frase em questão for falsa, ela é verdadeira. E, se for verdadeira, ela é falsa. Como a teoria deflacionária da verdade—segundo a qual uma proposição ‘p’ é verdadeira se e somente se p—permite explicar o que há de errado com a formulação desse paradoxo? 4) Em uma interlocução entre os falantes Fulano e Beltrano, Fulano argumenta que Beltrano está equivocado porque aquilo que Beltrano defende é um erro. Em resposta, Beltrano argumenta que Fulano não pode acusá-lo de cometer aquele erro porque o próprio Fulano já cometeu erros semelhantes no passado. Quais são as falácias envolvidas nessa interlocução? 5) A indução é um tipo de inferência ampliativa, pois passa daquilo que foi observado àquilo que ainda não foi observado. Para que isso seja possível, é preciso supor que as coisas continuarão sendo como foram até o momento de sua observação. Quais as dificuldades com respeito à justificação dessa suposição? INTRODUÇÃO À FILOSOFIA - FCH001 - T15 - PROFº GIOVANNI ROLLA PROVA 1 - JEIEL DE SANTANA BARBOSA 1) É muito comum de se identificar certa confusão entre as diferenças que norteiam os conceitos de ciência e filosofia. Já que, mesmo entendendo que a argumentação racional, que fundamenta a definição de ciência na contemporaneidade, foi primeiramente abordada por filósofos, contudo, a diferença clássica se dá pelo fato de que ao ponto em que a ciência estuda de maneira empírica fenômenos físicos, químicos, sociais e etc, a filosofia se trata, justamente, sobre a reflexão dos conceitos abordados nesse conhecimento. Ora, vale ressaltar que as duas formas de conhecimento buscam atrelar a sua identidade à forma mais coesa possível e tentam, ao máximo, evitar contradições. Dessa maneira, não cabe confusão entre filosofia e senso comum, pois apesar do senso comum trabalhar, também, com formas da verdade a priori, não há, em sua maioria das vezes intenção de firmar-se à um pensamento claro e lógico. Por fim, para elucidar o caso imagine que na medida em que a ciência, mais especificamente a natural, busca entender como encontrar, empiricamente, o nível de glicemia no sangue de um paciente, a filosofia busca entender qual a relação ética nesse caso, quais conclusões podem ser tomadas sem que haja a necessidade de experimentação, isso como, a lógica aplicada ao fazer essa examinação, analisar a validade dos argumentos utilizados pelo médico ao indicar a necessidade da experimentação, dentre essas, muitas outras possibilidades presentes nos dois campos do conhecimento e que evidenciam suas disparidades. 3) Tal paradoxo pode ser facilmente analisado se fazendo utilizar da teoria da verdade correspondente, sendo essa a teoria mais clássica e conhecida, inaugurada por Platão, que diz que uma proposição só pode ser verdadeira quando essa corresponde a um fato. Desde então, muitas são as objeções que pautam o estudo da verdade correspondentista, principalmente, quando as proposições são negativas, que é o caso da proposição supracitada. Por exemplo, “não existem unicórnios”, caso siga a linha de raciocínio dessa teoria, não seria possível encontrar seu fato correspondente. Por fim, o que há de errado na formulação desse paradoxo é, justamente, buscar interpretar a frase ‘eu estou mentindo’ com uma proposição negativa, buscando, justificar a veracidade dela com sua própria conclusão fazendo isso com palavras diferentes, tais, ‘esta frase é falsa’ e diante disso é possível indicar o erro na formulação do paradoxo. 5) É sabido que a indução traz à tona uma problemática antiga no estudo filosófico, sendo ela definida como uma inferência daquilo que foi observado para aquilo que não foi observado. Mas o problema da indução se dá, principalmente, quando tratam-se as justificações para chegar em determinada conclusão, veja o exemplo que diz que ao observar cem cisnes brancos passando por uma lagoa, infere-se indutivamente que o próximo cisne que passar também será branco. Contudo, em primeira análise, é preciso observar como justificar tal inferência. Primordialmente, é fortemente defendido que quaisquer inferências indutivas pressupõem uma regularidade na natureza, leia-se aqui natureza em seu sentido mais genérico, chama-se esse princípio de uniformidade da natureza. Assim, para justificar essa uniformidade é possível buscar uma abordagem a priori, que independe da experiência, mas que deveria evidenciar a impossibilidade da mudança da natureza, o que é necessariamente improvável a partir de uma perspectiva que não aborda metodologias empíricas e a posteriori, que depende da experiência, acaba caindo numa via argumentativa circular. Assim, fica evidente o problema da indução, bem como as dificuldades em se justificar determinadas suposições.
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