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INTERACAO-ESCOLA_-FAMILIA-E-COMUNIDADE

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1 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 
2 ESCOLA, FAMILIA E COMUNIDADE: UMA RELAÇÃO FUNDAMENTAL . 3 
3 AS INTERAÇÕES OCORRIDAS NO CONTEXTO ESCOLAR ................... 5 
3.1 O cuidar e o educar à luz do RCNEI .................................................... 6 
3.2 Mediação pedagógica: o papel da escola e do professor..................... 8 
4 AS INTERAÇÕES OCORRIDAS NO CONTEXTO FAMILIAR .................. 10 
4.1 Novos arranjos familiares ................................................................... 13 
4.2 As espécies de famílias ...................................................................... 14 
5 AS INTERAÇÕES OCORRIDAS NO CONTEXTO COMUNITÁRIO ......... 16 
5.1 Família e comunidade ........................................................................ 20 
5.2 Escola e comunidade ......................................................................... 23 
6 A PSICOLOGIA PRESENTE NAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES ........... 26 
6.1 A construção da aprendizagem .......................................................... 28 
6.2 As dificuldades de aprendizagem ....................................................... 30 
6.3 O público infantil nas escolas brasileiras ............................................ 32 
6.4 O público adolescente nas escolas brasileiras ................................... 34 
6.5 O público adulto nas escolas brasileiras ............................................ 35 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 39 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 41 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
2 ESCOLA, FAMILIA E COMUNIDADE: UMA RELAÇÃO FUNDAMENTAL 
 
Fonte: sabereduca.com.br 
O ser humano é considerado um ser social e tem a necessidade de estabelecer 
diversas relações, capazes de realizar mudanças na sua originalidade pessoal, tanto 
no nível profissional quanto no nível comportamental; pois ao construir significados 
para se relacionar com seu mundo, depara-se com oposições a todo momento, numa 
tensão entre a cultura pessoal e o mundo social em que está imerso. 
Partindo dessas relações, percepções, reações e sentimentos, o homem, por 
viver em sociedade, é um ser social; sua existência é construída na sua relação com 
o outro. É claro que, para se relacionar com o outro, importante instrumento utilizado 
pelo homem é a linguagem, que possibilita a elaboração e uso dos discursos com 
várias finalidades de comunicação nas mais diversas práticas sociais. 
A linguagem é a arma mais poderosa e mais eficiente que o homem possui. 
É com a palavra que nos comunicamos com o próximo. Uma palavra pode 
agradar, ferir, convencer, estimular, entristecer, instruir, enganar, louvar, 
criticar ou aborrecer as pessoas a quem for dirigida. A linguagem é o 
instrumento essencial das relações humanas. Se ela é tão importante, 
convém cercá-la de todos os cuidados possíveis, isto é, cada um deveria 
aprender a servir-se dela para melhorar as relações entre as pessoas... 
Aprender a se servir da linguagem consiste, também, em saber calar quando 
for preciso, o silêncio é de grande utilidade (WEIL, 2003, apud CUZIN, 2008, 
p. 18). 
 
4 
 
No entanto, o homem comunica através da linguagem oral e escrita, mas 
também através do silêncio, com mensagens não verbais. São as mensagens “não-
verbais” que atingem mais diretamente a alma, o coração, o sentimento das pessoas, 
pois são imbuídas de autenticidade e de espontaneidade. 
As relações interpessoais influenciam a construção da imagem e as formas 
como os indivíduos se comunicam, assim como regulam o comportamento dos 
indivíduos dentro das variadas redes sociais a que pertencem ou nas quais transitam. 
O ser humano se constrói ante o outro, sobretudo pela palavra, mas pode perder-se 
também pela palavra e, para se afirmar enquanto ser de relação, de inter-relações 
pessoais, lhe é exigido constante reavaliação de como está trabalhando a sua 
conversação. 
Assim, a convivência em sociedade, estabelecida através das relações 
interpessoais não representa tarefa fácil para ninguém, mas trata-se de um exercício 
contínuo de aprender e apreender o mundo com e apesar das diferenças. 
[...] [o homem] é sujeito social, histórica e ideologicamente situado, que se 
constitui na interação com o outro. Eu sou na medida que interajo com o outro. 
É o outro que dá a medida do que sou. A identidade se constrói nessa relação 
dinâmica com a alteridade (BRANDÃO et al, 2002 apud ALMEIDA, 2012, 
p.37). 
De igual natureza, o ser humano inicia seu desenvolvimento por intermédio de 
uma rede social constituída de significativos. Na sociedade, os estágios primários 
dessa rede de significativos se constroem, preferencialmente, com a família. É nesse 
contexto que as crenças básicas sobre o mundo social são adquiridas, que as 
experiências vividas ganham significado. Pensar nesse processo de transmissão 
social é considerar a família na ótica de uma teia relacional construída entre as 
gerações. 
Contudo, numa proposição de que as interações sociais são o lugar de 
ocorrência da comunicação, o fato de que elementos próprios como a língua, a cultura, 
a etnia ou outros aspectos dos atores sociais podem influenciar o funcionamento de 
conexões. É ainda preciso levar em consideração que atualmente as redes sociais se 
configuram de formas mais ampla e bastante diferenciada das redes acessadas por 
conta de novos meios de comunicação virtuais, derivados da Internet. As redes se 
formam, também, a partir dos papéis que cada pessoa desempenha. Quanto menor o 
espectro de papéis que uma pessoa desempenha, menor será a sua rede. 
 
5 
 
 
3 AS INTERAÇÕES OCORRIDAS NO CONTEXTO ESCOLAR 
 
Fonte: pixabay.com 
A organização das pessoas em grupo é um processo constante, pois é através 
dela que acontece a evolução pessoal e a estrutura necessária à formação de novas 
bases e identificações. Logo, para que o homem corresponda à vida em sociedade é 
impossível colocar à parte escola, família e comunidade, porque se o indivíduo é 
aluno, filho e cidadão ao mesmo tempo, a tarefa de ensinar não compete apenas à 
escola, porque o aluno aprende também através da família, dos amigos, das pessoas 
que ele considera significativas, dos meios de comunicação, do cotidiano. Sendo 
assim, é preciso que professores, família e sociedade tenham claro que a escola 
precisa contar com o envolvimento de todos. 
A escola, entretanto, é a instituição que fornece o processo de ensino para 
discentes, com o objetivo de formar e desenvolver cada indivíduo em seus aspectos 
cultural, social e cognitivo. Em face de tais condições, o homem tem procurado 
adaptar-se aos seus semelhantes por meio de mais participação e cooperação mútua, 
isto é, cada serhumano produz sua história nas interações, sendo um mecanismo 
bidirecional em que cada relação é singular. 
Certamente a escola, nicho tradicional de socialização de conhecimentos é 
espaço privilegiado para efetivações de mudanças, ao envolver a 
 
6 
 
comunidade nas questões educacionais (NOGUEIRA, 1999, apud 
BEZERRA, 2010, p. 281). 
A mera constatação da estreita correlação entre mundo familiar e mundo 
escolar não basta para mudar o quadro da conversão das desigualdades sociais em 
desigualdades escolares. No mundo familiar as crianças são filhos; no mundo escolar 
são alunos. A passagem de filho a aluno não é uma operação automática e, 
dependendo da distância entre o universo familiar e o escolar, ela pode ser traumática. 
3.1 O cuidar e o educar à luz do RCNEI 
Considerando a socialização e as interações escolares, o vocábulo “escola” vem 
do grego scholé, que significa "ócio" - o mesmo que “lazer” ou “tempo livre”. Tal 
significado advém do conceito de escola na Grécia Antiga, que reunia seus cidadãos 
em seus momentos livres para discutirem sobre filosofia, ideologias e práticas sociais 
do seu cotidiano. Historicamente, o surgimento da Pré-Escola aconteceu a partir do 
século XVII, na Europa (Inglaterra e França), em decorrência das transformações 
sociais, políticas e econômicas. 
Apesar da amplitude do fenômeno educativo, a palavra “educação” carrega há 
muito, nas sociedades complexas, a conotação de educação escolar, à qual se atribui 
alto valor social. A educação bem-sucedida serve de apoio à criatividade e ao 
comportamento produtivo escolar. Muitos pesquisadores consideram o ensino e a 
aprendizagem termos indissociáveis na construção do conhecimento. 
 
Fonte: construirnoticias.com.br 
 
7 
 
 
Todavia, a inclusão da mulher no mercado de trabalho gerou a necessidade de 
instituições educativas para fornecer assistência aos filhos das operárias, cujo modelo 
de trabalho adotado para a criança nas instituições era assistencialista e, para atender 
a esse requisito, não havia preocupação com planejamentos de ensino, objetivos de 
trabalho, metodologias ou avaliações do desenvolvimento infantil. Da mesma forma, 
não era exigida a formação desses educadores, pois, nesta proposta de trabalho, 
esses não passavam de “tutores” da infância, em que o cuidado era destacado em 
detrimento ao “fazer pedagógico”. 
Durante o século XIX, uma nova função passou a ser atribuída à Pré-Escola. 
Nesse momento, já era possível vislumbrar uma tendência educacional, na Alemanha, 
com a criação dos jardins de infância; na metade do século XIX, no entanto, a Pré-
Escola se expandiu para os Estados Unidos e para outras partes do mundo. 
 No Brasil, a Pré-Escola surgiu aproximadamente em 1896, conjugando no 
fazer cotidiano os princípios educativos e assistencialistas. Foi assim até a metade da 
década de 1950 quando a função assistencialista foi aos poucos sendo substituída 
pela função compensatória. 
À vista disso, a escola é um lugar onde as crianças deixam de pertencer 
exclusivamente à família para integrarem-se numa comunidade mais ampla em que 
os indivíduos estão reunidos não por vínculos de parentesco ou afinidade, mas pela 
obrigação de viver em comum. A escola institui, em outras palavras, a coabitação de 
seres diferentes sob a autorização de uma mesma regra. Nesse sentido, a família 
igualmente é considerada essencial para tal desenvolvimento, pois tem, dentre as 
diversas funções, a de proteção e de afeto. 
Falar da inter-relação professor x aluno, é falar de relações humanas. O 
professor em sala não vê os alunos com os mesmos olhos que outro 
professor, e cada um dos alunos veem o professor com um olhar diferente. 
Portanto, a necessidade de cada aluno, o que ele busca no professor e a 
forma como busca é diferente de todo e qualquer outro aluno. 
O exercício do professor em sala, ao ensinar, lida com universos distintos. 
Um dos mais importantes aspectos do cotidiano escolar que está envolvido 
na aprendizagem e tem valor social e emocional para as crianças, é a sua 
relação com o professor. A criança sabe quando este investe nela e tem o 
desejo que ela produza. Assim, se faz necessário que o professor esteja 
preparado para lidar com a individualidade dentro de um grupo, para assim 
perceber, que cada criança no seu jeito de ser, nas suas particularidades, um 
potencial a ser desenvolvido (ZORZIN, 2006, apud CUZIN, 2008, p.27). 
 
8 
 
O ato educativo produz em cada indivíduo singular a humanidade que é 
produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Logo, o ato educativo, 
sendo intencional e concreto, determinará os elementos culturais que deverão ser 
assimilados pelos indivíduos. Falar de ato educativo, entretanto, é falar de paradigmas 
sócio-cultural-científicos de uma determinada sociedade. 
Atualmente, o critério de seleção e organização dos temas apresentados no 
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) configuram um novo 
cenário de trabalho no âmbito das instituições que atendem crianças em idade pré-
escolar. A Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (LDB) estabelece, em 
seu artigo 29, que a Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem por 
finalidade o desenvolvimento integral de crianças de zero a seis anos de idade, em 
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da 
família e da comunidade, oferecida em creches ou entidades equivalentes. 
3.2 Mediação pedagógica: o papel da escola e do professor 
Conforme visto, é importante perceber que o RCNEI não apresenta um estudo 
detalhado de nenhum autor específico. No entanto, em suas diretrizes, fica evidente 
o papel mediador do professor: aquele que planeja, propõe, orienta, desafia, estimula 
e interfere no processo ensino-aprendizagem e, de igual natureza, com o advento da 
teoria sociointeracionista apresentada por Lev Vygotsky, iniciou-se uma nova 
concepção do ensino como sendo um processo social. 
Consequentemente, ocorreu inovação no papel da escola, especificamente do 
professor, que deixa de ser apenas um mero transmissor de conhecimentos 
preestabelecidos nos currículos escolares para se tornar um agente fundamental na 
construção do conhecimento de seus alunos. No segmento da escolaridade, o papel 
do educador é estar atento às habilidades de ordem física, afetiva, ética, estética, de 
relação interpessoal e inserção social, garantindo, assim, uma permanência sadia de 
seus alunos. Entretanto, dentro da escola, o responsável direto pela condução dos 
alunos é o professor, um adulto que também passou por um processo de formação 
para alcançar a condição de profissional da educação. 
A pedagogia é a ciência que tem por objeto de estudo o fenômeno educação, 
em suas variadas e diversas manifestações. A didática é ramo da pedagogia 
que tem por objeto de estudo o ensino em situações institucionalizadas 
 
9 
 
escolares. Tão logo Moreno identificou as propriedades educativas do 
método psicodramático, criou a vertente que denominou Psicodrama 
Aplicado à Educação (PENTEADO, 2005 apud CUZIN, 2008, p.182). 
No entanto, as crianças que chegam à escola são membros-dependentes de 
um núcleo familiar que lhes dá um nome e um lugar no mundo. Os professores, 
conectados ou não com o lugar social deste aluno, têm como principal função garantir 
o direito educacional de cada estudante, guiando-se pelas diretrizes do sistema ou 
estabelecimento de ensino com o qual tem vínculo de trabalho. 
Muitos estudantes, especialmente os mais pobres, percebem intuitivamente o 
que a escola faz por eles. Ela os escolariza para confundir processo com substância. 
Alcançado isto, uma nova lógica entra em jogo: quanto mais longa a escolaridade, 
melhores os resultados; ou então, a graduação leva ao sucesso. O aluno é, desse 
modo, “escolarizado” a confundir ensino com aprendizagem, obtenção de graus com 
educação, diploma com competência,fluência no falar com capacidade de dizer algo 
novo. Sua imaginação é “escolarizada” a aceitar serviço em vez de valor. 
 
 
Fonte: exame.abril.com.br 
Diante disso, é preciso compreender que a tarefa docente tem um papel social 
e político insubstituível, e que no momento atual, embora muitos fatores não 
contribuam para essa compreensão, o professor necessita assumir uma postura 
crítica em relação a sua atuação recuperando a essência do ser “educador”. E para o 
professor entender o real significado de seu trabalho, é necessário que saiba um 
pouco mais sobre sua identidade e a história de sua profissão. 
 
10 
 
O nome de Rousseau está comumente vinculado à mudança na teoria 
educacional, durante o século passado. O seu apelo para o retorno à 
natureza foi, certamente, um estimulante no sentido de uma reavaliação dos 
instintos humanos, mas, apesar disso, a sua fé na orientação do 
desenvolvimento infantil pela natureza foi mais reacionária que progressista. 
Se os instintos humanos forem abandonados à sua Espontaneidade “crua” o 
resultado dos processos não será a Espontaneidade, mas, pelo contrário, o 
produto acabado, organizado. A lei da inércia subjugará o começo 
espontâneo da natureza e tentará aliviá-la de contínuos esforços para o 
estabelecimento e conservação de padrões. (MORENO, 1997, apud CUZIN, 
2008, p. 184). 
 A interação entre escola e família no desenvolvimento das crianças é 
fundamental nos dias atuais. É inegável a importância da participação da família no 
processo no desenvolvimento escolar dos filhos, principalmente no que se refere à 
Educação Infantil, uma fase que necessita um olhar mais atencioso. 
A Educação Infantil passa então a ser alvo de discussões no meio educacional 
e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB: Lei nº 9.394/96) colocou-a 
em pé de igualdade com o Ensino Fundamental e Médio. Contudo, muitas vezes, a 
família tem deixado para a escola a marca de que em casa a criança não tem um 
espaço para ser criança, fato que tem motivado estudiosos a investigar as relações 
entre essas duas instituições - família e escola. 
4 AS INTERAÇÕES OCORRIDAS NO CONTEXTO FAMILIAR 
 
Fonte: pixabay.com 
 
11 
 
A família é uma instituição social constituída de vários indivíduos que interagem 
entre si; ao mesmo tempo estes estão incluídos numa gama social mais complexa, 
que é a sociedade, a qual é formada por várias instituições sociais. Quando a criança 
começa a ser influenciada pelas instituições sociais externas, ela já possui uma 
bagagem interna desenvolvida pela sua família. O significado da família está na 
função de mediadora entre os indivíduos e a sociedade, estes se ajustando e 
adaptando-se mutuamente. 
Penteado (2005) nos fala do processo de socialização da criança: 
No campo da sociologia, dois conceitos referentes ao fenômeno educativo 
destacam-se: o conceito de educação, referente ao fenômeno da educação 
realizada na escola, instituição característica de sociedade industrial e que 
surge, com contornos semelhantes aos que conhecemos hoje, na Revolução 
Francesa; e o conceito de socialização referente ao fenômeno educativo, que 
ocorre de maneira assistemática em todo e qualquer tipo de sociedade, por 
meio das experiências sociais de convivência mais variadas. Através delas 
nos tornamos pertencentes à sociedade, pela aquisição de seus padrões de 
comportamentos e de crenças. Refere-se, pois, a socialização, um processo 
educacional não intencional, vivido pelos agentes sociais de uma sociedade 
sem mesmo ter consciência dele. Trata-se de um processo invisível de 
educação, garantidor da reprodução da vida social. (PENTEADO, 2005, apud 
CUZIN, 2008, p.24). 
O conceito de família encontra-se intimamente ligado ao conceito de uma 
instituição composta por membros específicos, os quais detêm responsabilidades 
particulares e opera como um sistema no qual indivíduos que habitam o mesmo 
espaço físico mantêm uma relação significativa, gerando assim, o cotidiano familiar. 
No entanto, a família não deve ser definida apenas pelo laço consanguíneo, visto que 
a mesma compreende dimensões diversas, dentre elas, dimensões sociais, 
cognitivas, culturais e afetivas; utilizando aqui o conceito amplo de família, no sentido 
de quem exerce as funções de cuidados básicos de higiene, saúde, alimentação, 
orientação e afeto, mesmo sem laços de consanguinidade. 
Como primeira mediadora entre o homem e a cultura, a família constitui a 
unidade dinâmica das relações de cunho afetivo, social e cognitivo que estão imersas 
nas condições materiais, históricas e culturais de um dado grupo social. Sendo assim, 
a família é indispensável à garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos, 
independentemente da estrutura familiar, ou da forma como vêm se estruturando. Ela 
propicia a construção dos laços afetivos e a satisfação das necessidades no 
desenvolvimento da pessoa, desempenhando, ainda, um papel decisivo na 
socialização e na educação. 
 
12 
 
As relações entre pais e filhos costumam suscitar debates apaixonantes e 
apaixonados e, nestes últimos tempos, passaram a focalizar mais 
particularmente a relação de autoridade. No Ocidente, hoje em dia, observa-
se que as mudanças sociais têm levado a um deslocamento nas relações de 
autoridade pais/filhos, de um modelo baseado na imposição e no controle a 
outro fundamentado na participação e na negociação. Embora este fato 
alegre quem vê nele um exemplo democrático de evolução, ele costuma 
assustar aqueles que, pelo contrário, estão convictos de que reforça o 
individualismo e ameaça a civilização democrática (ROUSSEL, 2001 apud 
MONTANDON, 2005, p. 486). 
É no convívio familiar que são absorvidos os primeiros saberes, onde se 
aprofundam os vínculos humanos, uma vez que não é somente o berço da cultura e 
a base da sociedade futura, mas é o centro da vida social. Os pais, conquanto, são 
responsáveis pela sustentação emocional dos filhos, para que estes encontrem 
sucesso inclusive na aprendizagem escolar, orientando-os para lidar com as 
frustrações em relação aos modelos de aprendizagem formal. 
Ainda é no sistema familiar que são expressas as inquietações, as conquistas, 
os medos e as metas pessoais. Para tanto, é necessário preservar a individualidade 
dos seus membros e, ao mesmo tempo, o sentimento coletivo. Isso representa uma 
forma de apoio mútuo em família; sendo a individuação um processo que passa pela 
diferenciação, por uma condição de auto expressão. 
 
Fonte: escoladainteligencia.com.br 
Entrementes, os problemas vividos nas relações familiares vêm acentuando-
se, gradativamente, ao longo da história. Porém, nos últimos anos, as mudanças 
foram significativas. A falta de tempo, os desencontros e a solidão denotam as 
dificuldades dos adultos dentro de suas casas. Parece que a maioria dos seres 
 
13 
 
humanos precisa de bolsos forrados de dinheiro, mas possivelmente sem saúde, e 
principalmente sem familiares à sua volta. A família enquanto um sistema em 
constante transformação, evolui graças à capacidade de buscar a estabilidade e, 
então, recupera-se por meio de reorganizações de suas estruturas sob novas bases, 
ou seja, é um sistema que passa por transformações constantes. 
4.1 Novos arranjos familiares 
Dado que a família está presente em todas as sociedades e é um dos primeiros 
ambientes de socialização do indivíduo, no qual, a denominada “família nuclear” é um 
modelo construído na história da sociedade ocidental, as novas configurações 
familiares têm se tornado um processo natural e consequentemente inevitável. Os 
novos modelos familiares são impetrados baseados não somente na família patriarcal 
ou no casamento tradicional, as novas relações familiares e sua composição estão 
relacionadas ao prazer do ‘estar junto’, que se constitui de uma emoção 
compartilhada, arquitetada no cotidiano, principalmente pelo afeto, em que boa parte 
preza pela boa convivênciae amor entre o grupo familiar. 
 
Fonte: arpenrs.com.br 
O que começa a se destacar nos novos arranjos familiares ou nas atuais “família 
plurais”, é o fato de que o afeto ganha muito mais destaque entre a família moderna 
passando a ser o fator indicador responsável pela união dos indivíduos, deixando 
assim, o “modelo” patriarcal de família em segundo plano. Diante dos avanços obtidos 
 
14 
 
pela sociedade, não se pode mais decretar apenas um modelo de família ou apenas 
uma forma de casamento, visto que o matrimônio ou o tradicional casamento realizado 
na igreja não é sinônimo de família perfeita e muito menos a única forma de se 
estabelecer um laço conjugal e familiar. 
Considerando os novos arranjos familiares implementados pelo avanço da 
sociedade, não se pode mais admitir uma única espécie de família, ou seja, o modelo 
considerado patriarcal visto como o mais conservador, onde se tem no núcleo familiar 
o pai, a mãe e os filhos, não pode mais ser considerado como o único vigente e 
existente. 
4.2 As espécies de famílias 
No decorrer do tempo surgiram diversos modelos e novas constituições familiares, 
onde as inúmeras possibilidades de uniões ganharam espaço e estão cada vez mais 
visíveis surgindo um novo conceito denominado entidade familiar. Dentre alguns, 
estão: 
 Família Matrimonial: 
Ao se falar dos novos modelos de famílias ou dos novos arranjos familiares, 
não se pode deixar de mencionar primeiramente o modelo tradicional ou considerado 
patriarcal que é a família matrimonial. O ordenamento jurídico brasileiro herdou 
diversas peculiaridades do Direito Romano, entre elas esta os traços de um direito 
matrimonial, patriarcal, heterossexual etc. 
Por mais que o conceito de família não necessite que os indivíduos sejam 
casados ou possuam união estável, o casamento continua sendo o alicerce da família 
sendo uma união estável entre o homem e a mulher, com o objetivo de satisfazer-se 
e amparar-se mutuamente, constituindo a família. 
Desde a antiguidade, o requisito da dualidade dos sexos sempre foi essencial 
e existencial para os indivíduos firmarem casamento, sendo que há tempos o 
casamento homossexual seria considerado inexistente. Apesar de o casamento ainda 
ser visto como a união que mais protege e que é incentivada pelo Estado, a realidade 
fática demonstra que existem inúmeras possibilidades de uniões, baseadas 
principalmente no afeto, que merecem a proteção do estado de maneira igualitária. 
 Família Monoparental: 
 
15 
 
Essa composição familiar já era vista na sociedade desde os tempos mais 
remotos onde a sociedade ainda tinha certo preconceito como relação a mãe solteira. 
Contudo o ordenamento jurídico estabelece que a entidade familiar pode ser formada 
por qualquer um dos pais e seus filhos. 
Assim, a escolha por criar um filho sozinho (a), seja por divórcio, seja por uma 
viuvez, ou até mesmo por uma inseminação artificial, independente da forma pela qual 
a família monoparental se origine, sempre será uma família, e por isso, deve ser 
respeitada e protegida pelo Estado. 
 Família Pluriparental: 
A família pluriparental é constituída por uma convivência familiar dos parentes 
colaterais, não importando a igualdade ou diferença do grau de parentesco entre eles. 
Assim é correto afirmar que tios e sobrinhos que convivem em família em um mesmo 
residencial constituem uma família pluriparental. 
Também se encaixam no conceito de pluriparentalidade os vínculos que se 
estabelecem com mais de duas pessoas desempenhando as funções parentais. 
 Família Homoafetiva: 
A família homoafetiva logo de início teve sua aceitação lenta e frágil, 
enfrentando muitos preconceitos por parte dos conservadores e até mesmo 
dificuldades na aceitação por parte da igreja cristã, onde até hoje existe certo 
preconceito do casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
Alvo de muitas discussões os tribunais decretaram entendimento final 
consagrando e afirmando que é possível o casamento entre indivíduos do mesmo 
sexo, o que facilitou e tornou-se cada vez mais visível o casamento homoafetivo. 
Contudo, durante vários anos, a prática homossexual na sociedade moderna era 
considerada como uma doença mental, ou seja, o indivíduo que não se enquadrava 
na família tradicional. 
Não obstante, sendo a família a matriz da aprendizagem humana, a mesma 
detém sentidos e aprendizagens próprias, as quais suscitam modelos de relações 
intrapessoais. Dentro desse contexto, o suporte familiar procede das interações entre 
os membros da família, buscando garantir a ininterrupção e o bem-estar de seus 
membros, desempenhando influência nas emoções e vínculos do indivíduo, bem 
como a constituição de padrões de relações, padrões estes transferidos para os 
demais grupos no qual o indivíduo é inserido. 
 
16 
 
 
5 AS INTERAÇÕES OCORRIDAS NO CONTEXTO COMUNITÁRIO 
 
Fonte: pixabay.com 
As famílias estão inseridas em uma comunidade, localizada em determinado 
território, com seus costumes, valores e histórias de determinado contexto social. 
Houve um tempo em que as relações familiares – incluindo pai, mãe, filhos, parentes, 
agregados, vizinhos, amigos, entre outros – perdiam-se em meio a uma ampla 
comunidade. 
As relações familiares, como a do casal e a dos pais com seus filhos, eram 
permeadas por relações comunitárias, consideradas mais importantes, na maioria das 
vezes. O contexto social traduz a realidade dessa comunidade, por isso é possível 
dizer que ele é constituído pela realidade tal “como é”, pelo tempo cronológico, do 
relógio e do calendário, e pelo geográfico concreto. 
No entanto, o contexto social engloba o mundo o indivíduo vive, como por 
exemplo: a escola, a família, o trabalho. Possui regras e padrões próprios, segundo 
os quais, norteia a conduta humana. 
A comunidade é um grupo local, de tamanho variável, integrado por pessoas 
que ocupam um território geograficamente definido e estão irmanados por uma 
mesma herança cultural e histórica. Geralmente, a comunidade é definida como uma 
unidade constitutiva de uma sociedade mais ampla, mas as sociedades tribais, que 
 
17 
 
podem ser consideradas protótipos de comunidades, representam muitas vezes, 
unidades autossuficientes e soberanas. 
As comunidades variam quanto ao tamanho e à organização, compreendendo 
tipos bem diferentes, podendo ser uma aldeia ou uma grande cidade. Entre esses dois 
extremos observa-se grande número de comunidades intermediárias, onde todas elas 
apresentam qualidades comuns: o habitat definido e instituições sociais 
suficientemente desenvolvidas para satisfazer as necessidades da população. 
Acredita Kurt Lewin que, até certo ponto, o indivíduo tem seus próprios 
objetivos pessoais. Precisa de suficiente espaço de movimento livre no 
interior do grupo para atingir tais objetivos e satisfazer às próprias 
necessidades. Os objetivos do grupo não precisam ser idênticos aos objetivos 
do indivíduo, mas as divergências entre indivíduo e grupo não podem 
ultrapassar determinados limites, além dos quais um rompimento entre 
ambos é inevitável (MINICUCCI, 2002, apud CUZIN, 2008, p.10). 
No entanto, do ponto de vista de uma teoria da emancipação social, interessa 
destacar a apropriação do termo “comunidade”, no início deste novo milênio, como 
espaço de liberdade e de realimentação das utopias, pondo no centro do debate novas 
abordagens sobre a esfera pública. Observa-se o uso frequente do termo 
‘comunidades’, no plural, denotando a diversidade de agrupamentos humanos. 
A comunidade, nesse sentido, é associada à ideia de diversidade de culturas 
e, ao mesmo tempo, poder local – outra categoria ressignificada que saiu da 
concepção tradicional de poder das elites locais para significar força local organizada. 
O poder da comunidade passa a ser visto como a parcela da sociedade civil 
organizada. 
 
Fonte: direitofamiliar.com.br 
 
18 
 
A diferença atual em relação aosanos 80 é que essa comunidade não está 
mais de costas ou contra o Estado; ao contrário, ela é convocada a participar e a 
interagir com os poderes constituídos, e parte de sua força advém dessa interação. 
Portanto, o poder local se exerce no espaço de relação da sociedade civil com a 
sociedade política, num determinado território, categoria esta que se vem impondo no 
lugar de comunidade porque incorpora a dimensão do espaço geográfico, aliada a 
processos de relações sociais; refere-se ao lugar da memória, da história, da cultura 
e do poder, da política, portanto. 
 O território passa a ser visto não apenas como uma categoria geográfica 
espacial, estática como um mapa cartorial, mas também como uma categoria fundante 
e articuladora de práticas políticas, como algo histórico, fruto de relações sociais. O 
território é o suporte de práticas identitárias, está na base dos conflitos e também na 
construção de consensos; configura a base física de sustentação locacional e 
ecológica, juridicamente institucionalizada, do Estado Nacional e, nesse sentido, 
refere-se à soberania de um povo. 
Por conseguinte, em quase toda comunidade atualmente é possível encontrar 
uma escola, então é correto falar que a escola faz parte da comunidade como também 
os membros participantes da equipe desta instituição de ensino fazem parte da 
comunidade escolar, porém, há a necessidade de estimular os pais no tocante à 
participação mais efetiva na vida escolar de seus filhos enquanto componentes da 
comunidade. Através do estudo da relação escola-comunidade também é possível 
discutir indagações acerca: 
Da formação para a cidadania, da possibilidade de promover uma educação 
mais significativa na escola, da solução de problemas de violência e 
vandalismo nas unidades escolares, da permanência das crianças na escola, 
das questões sobre a relação entre educação e trabalho... (NOGUEIRA,1999, 
apud BEZERRA, 2010, p. 282). 
O conjunto de professores, funcionários, coordenadores pedagógicos, diretores 
escolares e familiares configura uma comunidade escolar, que tem funções 
deliberativas sobre vários aspectos do projeto da escola. Quando os educadores são 
oriundos da própria comunidade e permanecem com mesmas características sociais 
de outrora, não se tornando opressores dos alunos, há a possibilidade de uma 
interação positiva entre a comunidade e a escola. O conhecimento da comunidade 
será válido e eficaz contribuindo para o crescimento necessário da população escolar. 
 
19 
 
“muitas vezes os alunos residem num bairro, numa vila, num município, e não 
conhecem o local ou a região. As saídas da escola para estudo têm por 
principal objetivo levar os alunos a conhecerem e se familiarizarem com o 
lugar em que vivem”. Desta forma os alunos poderão aprender os conteúdos 
fazendo uma relação com os aspectos geográficos, políticos, culturais e 
econômicos da sua comunidade. É comum não ocorrer uma relação entre os 
assuntos passados em sala de aula e a realidade do meio social onde eles 
vivem (PILETTI, 2004, apud, SILVA, 2016, p. 4). 
Ainda de acordo com Piletti (2004, p.100), “da mesma forma que a escola, para 
realizar eficazmente seu trabalho, precisa estar na comunidade, esta não pode estar 
ausenta da escola”. Pois, há necessidade de estarem sempre em parceria buscando 
assim usufruir o que a comunidade tem de melhor para beneficiar a instituição de 
ensino tais como, prestação de serviços voluntários auxiliando a equipe pedagógica 
com aulas de culinária, artesanato, informática, contação de história ou até na 
manutenção do espaço físico do prédio para que elas possam ver que é possível 
melhorar a qualidade do ensino. 
Cabe à escola a iniciativa de propostas de interação. A escola, assim como as 
famílias, vem passando por modificações constantes, embora as mudanças ocorridas 
na família aconteçam de forma muito mais rápida. A escola precisa acompanhar e 
aceitar tais mudanças, e a implantação de um mecanismo de representatividade dos 
professores junto aos alunos e comunidade escolar é uma forma de intermediar o 
diálogo e aproximar uns dos outros. 
 
Fonte: pixabay.com 
Partindo de uma ressignificação, a comunidade como base de forças sociais 
organizadas foi um conceito muito presente no Brasil no fim dos anos 70 do século 
 
20 
 
passado, e teve seu ápice na metade da década de 80. A partir de então, ocorreram 
várias mudanças na conjuntura política, tanto nacional, com a redemocratização do 
país, quanto internacional, com a queda do muro de Berlim e a crise dos regimes 
socialistas do leste europeu. Na conjuntura econômica, entretanto, com a estruturação 
e o rápido crescimento da globalização, as mudanças mais significativas foram 
levando à reestruturação produtiva das nações, ao desemprego e às reformas estatais 
orientadas para reequilibrar a crise fiscal, balança de pagamentos etc. 
Tudo isso levou inicialmente a uma revisão da concepção de comunidade como 
força política organizada, nos termos de movimentos e organizações sociais 
reivindicativas e demandatárias de direitos sociais, e ao surgimento de outros 
significados para a comunidade que passou a ser tematizada por vários analistas 
como algo que não se refere mais a um espaço exclusivo da sociedade civil nem a 
um campo aberto ao exercício das políticas públicas estatais, planejadas, 
coordenadas e executadas pela ação governamental. 
Trata-se de um campo multifacetado, constitutivo de uma esfera pública em 
que se articulam diferentes atores que desenvolvem programas sociais, criando redes 
societárias e um novo tipo de associativismo civil comunitário composto de uma 
multiplicidade de agentes e atores sociais, dentre os quais se destacam o chamado 
Terceiro Setor (ONGs, organizações de assistência social, fundações sociais de 
empresas privadas), as universidades – agora vistas como parceiras do 
desenvolvimentismo local –, setores governamentais, algumas alas de sindicatos, 
diferentes fóruns sociais e alguns movimentos sociais remanescentes da década 80 
ou criados nos anos 90. Alguns autores como Putnam (2000) preferem usar o conceito 
de participação cívica – ou comunidades cívicas – associada ao conceito de ‘capital 
social’ e de empowerment no lugar de comunidade apenas (LIN, 2001). 
5.1 Família e comunidade 
A comunidade de pertença não deixava dúvidas quanto ao que fazer. A família 
era a sociedade, confundindo-se com ela. O indivíduo perdia sua visibilidade em meio 
às relações. A hierarquia ditava as regras para as relações familiares, e os conflitos, 
quando surgiam, submetiam-se ao rigor da lei. A desobediência equivalia à exclusão 
 
21 
 
e à falta de proteção, que era o mesmo que ser entregue ao pauperismo e à morte 
(Ariès, 1986; Shorter, 1995). 
Em um momento anterior havia uma concepção particular da família: a 
linhagem. Compreendida como solidariedade estendida a todos os descendentes de 
um mesmo ancestral, a linhagem constituía proteção na ausência do Estado, não 
levando em conta os valores da coabitação e da intimidade. A posição social era 
sustentada pelo patrimônio material, pela herança familiar (Casey, 1992). 
Todos os membros do grupo familiar deviam obediência e respeito ao pai, 
aquele que os deveria proteger, vigiar e corrigir. Nos séculos XVI e XVII, os 
“sentimentos dolorosos” e “maus” eram os predominantes nas relações familiares, e 
não o amor. De acordo com Antoine de Blanchard (apud Flandrin, 1995), eram vários 
os sentimentos “maus”, como: inveja, ciúme, aversão, ódio, desejo de morte etc. A 
moral caracterizava-se mais pelo pecado do que pelo amor. Na Europa, no fim do 
século XVII e início do XVIII, ocorreu uma mudança marcante no lugar da criança e 
da família (Ariès, 1986). A afeição tornou-se necessária entre os cônjuges, e entre os 
pais e os filhos. 
Na antiga mentalidade, o pai tinha todo poder sobre os filhos, como o senhor 
sobre os seus escravos; eles pertenciam-lhe em propriedadeplena, porque 
os fizera; ele nada lhes devia. Na nossa mentalidade contemporânea, pelo 
contrário, o fato de os ter feito confere-lhe mais deveres do que direitos para 
com eles. Eis uma viragem fundamental dos princípios da moral familiar 
(FLANDRIN, 1995, apud PONCIANO, 2003, p. 60). 
O “sentimento de família” nasceu simultaneamente com o “sentimento de 
infância”: com o objetivo de melhor cuidar de suas crianças, a família recolheu-se da 
rua, da praça, da vida coletiva, em que antes se encontrava, para a intimidade, 
fazendo desaparecer a antiga sociabilidade. Paulatinamente, através dos séculos, o 
valor social da linhagem transferiu-se para a família conjugal. Quando essa passagem 
se consolidou, a família tornou-se a “célula social”, a “base dos Estados”. 
A família afastou-se, assim, cada vez mais da linhagem, da integridade do 
patrimônio, prevalecendo a “reunião incomparável dos pais e dos filhos”, firmando o 
modelo nuclear. Passou-se a privilegiar e marcar as semelhanças físicas entre pais e 
filhos, inclusive nas situações de adoção. A criança tornou-se a “imagem viva de seus 
pais” e a família assumiu uma função moral e espiritual. Os pais tornaram-se 
responsáveis pela criação de seus filhos, mudando a concepção de educação (Ariès, 
1986). 
 
22 
 
Quanto à relação conjugal, o casal moderno pauta-se pelo comportamento 
expressivo, enquanto o casal tradicional achava-se limitado aos seus papéis, sem 
“procurar saber se eram felizes”. A partir do século XVIII, porém, os jovens começaram 
a considerar os sentimentos para a escolha do cônjuge, desvalorizando aspectos 
exteriores como propriedade e desejo dos pais. Esta, para Shorter (1995), foi a 
primeira revolução sexual. O casamento por amor só foi defendido abertamente no 
século XIX, quando o essencial do capital herdado passou a ser o capital cultural: as 
transformações econômicas, advindas da Revolução Industrial, permitiram as 
condições materiais necessárias para uma liberação da escolha conjugal, que não 
ameaçava mais o patrimônio familiar. 
Shorter (1995) estuda o que chamou de um “surto de sentimento”, ocorrido 
desde o século XVIII, fazendo desaparecer a família tradicional. Este surto 
desenvolveu-se em três áreas: primeiramente no namoro, caracterizado pela busca 
de felicidade e desenvolvimento individual; depois na relação mãe-bebê, que passou 
a se caracterizar pelo bem-estar do bebê acima de tudo; e por último na mudança da 
relação entre a família e a comunidade circundante, na qual os laços entre os 
membros da família reforçaram-se, caracterizando a “domesticidade”. 
A família na modernidade, além de ser o lugar privilegiado para o domínio da 
intimidade, é também o agente ao qual a sociedade confia a tarefa da transmissão da 
cultura, consolidando-a na personalidade. Para realizar sua tarefa a família conta com 
duas fontes de tensão: uma originada da nova relação com a infância, e a outra de 
uma transformação no papel da mulher. As crianças, que ocuparam um lugar central 
nessa família, são da responsabilidade dos pais, gerando sobrecarga para estes 
devido ao seu isolamento da comunidade. 
A mulher, ao mesmo tempo “degradada e exaltada” nesse novo sistema familiar 
(Donzelot, 1986), precisava ser “educada” para criar seus filhos, precisava ser 
companheira de seu marido e executar as tarefas domésticas. Ao domesticar a mulher 
provocou-se uma “desordem geral”. Logo, surgiram aspirações ao crescimento 
pessoal, o feminismo. A estas aspirações a união conjugal e a família não podiam 
mais satisfazer, gerando uma crise do casamento no final do século XIX. Estas 
tensões no interior da família levaram-na à busca dos especialistas, que consideravam 
os pais inaptos e necessitados de suas informações. Os atos mais íntimos passaram 
a ter uma publicidade sem precedentes. 
 
23 
 
Pode-se estabelecer uma relação entre a vida familiar, baseada na intimidade, 
e a noção de democracia. Hoje, pela crescente democratização das relações, a 
intimidade é definida pela via do “relacionamento puro”, isto é, nada externo – seja a 
comunidade ou patrimônio familiar, dentre outras possibilidades – pode determinar o 
início ou continuidade de um relacionamento. O amor, vinculado ao direito de escolha, 
permitiu a contaminação da família pelos valores democráticos. A diversidade 
estendeu-se ao casal, aos pais e filhos, aos parentes e amigos, gerando uma 
multiplicação de novas relações. Nessa nova configuração, as relações familiares 
baseiam-se na intimidade, na comunicação livre e aberta, pautando-se no diálogo e 
na democracia. Desse modo, novos caminhos são indicados, caracterizando o que 
pode ser chamado de pós-modernidade. 
5.2 Escola e comunidade 
A educação não é entendida apenas como aprendizado de conhecimentos. O 
processo de aprendizagem na escola não pode deixar de contemplar o meio em que 
o educando se insere: sua vida comunitária e familiar, características econômicas, 
sociais, culturais, entre outros aspectos. 
Por isso, comunidade e escola precisam criar através da educação, uma força 
para superar as suas dificuldades, construindo uma identidade própria e coletiva, 
atuando juntas como agentes facilitadores do desenvolvimento pleno do educando. O 
educador comprometido transmite seus conhecimentos e assume um trabalho lado a 
lado com os alunos e a comunidade, contribuindo através desse seu ato para o 
desenvolvimento de habilidade dos educandos, os quais participam mais ativamente 
e desenvolvem melhor o seu cognitivo. 
As escolas fazem parte de um sistema ou rede de ensino, sob coordenação da 
Secretaria Municipal de Educação, que compartilha um mesmo marco regulatório 
(leis, decretos, atos normativos do Conselho Nacional de Educação etc.) com as 
Secretarias de Estado e o Ministério da Educação. A essas relações denominaremos 
contexto institucional. 
A escola foi criada para servir a sociedade e assim, prestar contas do seu 
trabalho, de como faz e como conduz a aprendizagem das crianças. Para 
tanto, necessita criar mecanismos para que a família acompanhe a vida 
escolar de seus filhos. (FREITAS, 2011 apud SOUZA, 2013, p. 6). 
 
24 
 
De todos os equipamentos do Estado, a escola é o que tem o mais amplo 
contato contínuo e frequente com os sujeitos destes direitos, daí sua responsabilidade 
de atuar junto a outros atores da rede de proteção social. Isso não significa mudar o 
papel da escola e transformá-la em instituição assistencialista, mas sim dar relevo a 
seu papel de ator fundamental – embora não exclusivo – na realização do direito da 
criança e do adolescente à educação. 
No movimento histórico apresentado anteriormente, vimos que houve 
transferência de parte das funções educativas da esfera familiar para a estatal. Nesse 
deslocamento, ao mesmo tempo em que o saber familiar, sobretudo das famílias 
pobres, foi desqualificado, ocorreu a profissionalização das funções educativas, 
reorganizando a interseção de funções e responsabilidades entre as famílias e as 
escolas. 
É importante ressaltar que ainda hoje mães, pais e os demais agentes 
escolares se encontram em condições bastante distintas dentro do processo 
educativo. Como instituição do Estado encarregada legalmente de conduzir a 
educação formal, a escola, por meio de seus profissionais, tem a prerrogativa de 
distribuir os diplomas que certificam o domínio de conteúdos considerados 
socialmente relevantes. Esses certificados são pré-requisitos para estudos futuros e 
credenciais importantes no acesso das pessoas às diferentes posições de trabalho na 
sociedade. 
 
Fonte: pixabay.com 
 
25 
 
Essas duas instituições, que deveriam manter um espaço de interseção por 
estarem incumbidas da formação de um mesmo sujeito, podem, dependendo das 
circunstâncias, se distanciar até chegar a uma cisão. Normalmente, quando o aluno 
aprende, tira boas notas e se comporta adequadamente, mães, pais e professores se 
sentem como agentescomplementares, corresponsáveis pelo sucesso. Todos 
compartilham os louros daquela vitória. Mas, quando os alunos ficam indisciplinados 
ou têm baixo rendimento escolar, começam as disputas em torno da divisão de 
responsabilidades pelo insucesso. 
Nessa perspectiva, praticamente todas as escolas e redes de ensino fazem 
reuniões de pais e promovem debates sobre as mudanças sociais que afetam as 
crianças, jovens e consequentemente escolas e famílias. Nessas ocasiões 
apresentam seus projetos pedagógicos, falam de seus planos e convidam 
palestrantes para esclarecer sobre o perigo do envolvimento com drogas, o risco de 
uma gravidez precoce, a dificuldade de impor limites e manter a autoridade do adulto 
etc. 
Às vezes, as reuniões são organizadas de forma mais lúdica, com técnicas de 
dinâmica de grupo para que as pessoas se sintam mais acolhidas. Mas, na medida 
em que a escola defende seu lugar de protagonista e abre poucos canais de escuta 
sobre o que os pais têm a dizer, esse acolhimento fica num nível muito superficial. 
A ideia de educar as famílias costuma ter por base a suposição de que elas são 
omissas em relação à criação de seus filhos. Essa “omissão parental” que alguns 
autores nomeiam como um mito, aparece reiteradamente no discurso dos educadores 
como uma das principais causas dos problemas escolares. Esse tipo de explicação 
incorre numa inversão perigosa de responsabilidades: uma coisa é valorizar a 
participação dos pais na vida escolar dos filhos; outra é apontar como principal 
problema da educação escolar a falta de participação das famílias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
6 A PSICOLOGIA PRESENTE NAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES 
 
Fonte: diariodorio.com 
A história da Psicologia como ciência percorre longo caminho, nascendo na 
filosofia como pensamento das primeiras indagações do ser humano em relação ao 
mundo, à natureza e à singularidade com os outros animais. 
Coadunando-se com esse compromisso, a Psicologia Escolar, em especial, 
tem como objetivo principal a mediação dos processos de aprendizagem e de 
desenvolvimento, seja ele individual, coletivo ou institucional. 
As intervenções psicológicas que ocorrem no contexto educativo têm como 
meta contribuir para o desenvolvimento das potencialidades dos sujeitos e, nesta 
perspectiva, a noção de sucesso acadêmico que orienta a prática em Psicologia 
Escolar não mais se sustenta na superação de problemas e dificuldades encontrados 
no percurso formativo; pelo contrário, pressupõe o incentivo ao desenvolvimento das 
inúmeras potencialidades dos sujeitos. 
Do ponto de vista da atuação em Psicologia Escolar, trabalhar em prol da 
promoção do sucesso requer mudanças na ênfase preponderante sobre o indivíduo e 
suas limitações que, por muito tempo, caracterizou as intervenções da área, pois 
conforme bem lembra Machado (2000), “não existem causas individuais para os 
fenômenos da vida, pois eles não são individuais, não são de ninguém. Assim sendo, 
 
27 
 
o sucesso acadêmico e o insucesso são compreendidos a partir da integração de 
diferentes fatores - relacionais, institucionais, sociais, políticos e ideológicos -, para 
além dos aspectos individuais. 
Uma alternativa que deve ser debatida é o investimento no aluno, através de 
bolsas ou outras formas viáveis de financiamento ao aluno. Outro aspecto importante 
para atender a nova demanda é intensificar a diversificação da oferta do ensino 
superior, não apenas a tradicional oferta de bacharelado e licenciatura, mas também 
investir em cursos tecnológicos, vocacionais, de curta duração, atendendo demandas 
imediatas e necessárias do mercado de trabalho. 
Os desafios dos psicólogos escolares são tão concretos como a concretude dos 
problemas que assolam as instituições escolares do País. Há que se superar, assim, 
a necessidade de uma formação política e ideológica, que dê embasamentos para 
uma ação profissional crítica e construtora da realidade brasileira, contrapondo-se, 
efetivamente, a uma política educacional segmentada, massificante e dominadora, 
que há muito direciona as escolas. 
A ressignificação da atuação da Psicologia Escolar passa pela apropriação de 
referenciais teóricos e práticos que reafirmem os processos interativos conscientes e 
inconscientes, constitutivos dos sujeitos em processo de ensino-aprendizagem, 
dentro de uma perspectiva dinâmica e sócio histórica. A construção da nova 
identidade do psicólogo escolar depende, ainda, de uma compreensão de respeito e 
afirmação às diferenças, garantindo o desenvolvimento do papel de agente social 
transformador da realidade escolar. 
 
Fonte: pixabay.com 
 
28 
 
Ser psicólogo escolar no Brasil é conhecer as necessidades psicológicas de 
todos os sujeitos envolvidos, independentemente de classes sociais, capacidades 
físicas ou mentais, em situações de risco ou situações abastadas, "é defender os 
direitos ao atendimento de suas necessidades e à promoção de seu desenvolvimento, 
sem discriminação ou intolerância de qualquer tipo ou grau. 
A Psicologia deve buscar romper com a cumplicidade que tem caracterizado sua 
relação com a Educação, para se apresentar como um conhecimento científico capaz 
de demonstrar e compreender a dimensão subjetiva da experiência vivida na escola 
pelas camadas marginalizadas. Porém, para a Psicologia assumir este novo modelo 
precisa superar a visão naturalizante do desenvolvimento humano, a compreensão do 
fenômeno psicológico como abstrato e com características universais. 
6.1 A construção da aprendizagem 
É unanimidade entre alguns pesquisadores e profissionais da área da 
Psicologia Escolar, a necessidade de se repensar ações e práticas profissionais mais 
comprometidas com a transformação social dos interesses da maioria da população. 
As questões dos psicólogos escolares mostram-se controversas na mesma 
intensidade que os problemas decorrentes, incidentes ou relacionados às instituições 
escolares mostram-se complexos. E este sim é o desafio a ser superado, uma 
formação política e ideológica, somada a uma prática profissional crítica e construtora 
da realidade brasileira, com o compromisso da compreensão da diversidade humana 
para o desenvolvimento de uma sociedade mais democrática. 
Portanto, a aprendizagem é um processo dinâmico e interativo do indivíduo 
com o mundo que o cerca, garantindo-lhe a apropriação de conhecimentos e 
estratégias adaptativas a partir de suas iniciativas e interesses e dos estímulos que 
recebe de seu meio social. Entretanto, o ser humano aprende valores de acordo com 
as diferentes culturas, aprende a ter sentimentos a partir da relação com o outro e 
aprende conhecimentos científicos construídos ao longo da história da humanidade. 
A comunicação e a interação familiar positiva estão intrinsecamente ligadas ao 
melhor desempenho acadêmico, uma vez que propiciam desenvolvimento adequado 
dos aspectos emocionais, cognitivos e comportamentais. Tal desenvolvimento 
acontece, pois, a família é o suporte da criança, possibilitando também o 
 
29 
 
desenvolvimento de suas habilidades sociais e cognitivas, auxiliando em seu 
desempenho acadêmico. Em suma, o apoio e o suporte familiar contribuem para um 
rendimento satisfatório da criança em seu ambiente escolar. 
A Psicologia é marcada por várias perspectivas teóricas, em constante 
oposição. E “desde seu nascimento oficial como ciência independente, vive, 
ao lado de outras ciências humanas, uma crise permanente. Essa crise se 
caracteriza pela extraordinária diversidade de posturas metodológicas e 
teóricas em persistente e irredutível oposição” (FIGUEIREDO, 2008, apud 
PERES, 2017, p. 21). 
Nos estudos da Psicologia do Desenvolvimento, particularmente a perspectiva 
histórico-cultural tem interesse em entender os significados produzidos pelas pessoas 
em seus contextos interacionais (Mieto, 2010; Zanella, 2004; Amorim & Rossetti-
Ferreira, 2008). Para compreender oser humano em sua historicidade, é importante 
situá-lo nas suas experiências e em suas ações que se concretizam exclusivamente 
por meio da participação em sistemas simbólicos da cultura. 
 
 
Fonte: pixabay.com 
Salgado e Ferreira (2012) argumentam que a mente humana e a relação 
dialógica são consideradas como inseparáveis, ou seja, uma não pode existir 
inteiramente sem a outra. Nesse sentido, na ontogênese, a criança e o jovem são aqui 
vistos como sendo “guiados” no seu desenvolvimento mental pelos adultos ou outros 
mais experientes a partir da relação dialógica. Da mesma forma, filogeneticamente, 
importante ressaltar que o processo social marca definitivamente o processo de 
 
30 
 
evolução e ambos influenciam diretamente na constituição dos processos mentais 
entrelaçados pela mediação semiótica e cultural. 
Para Valsiner (2012), o desenvolvimento humano é permeado pela mediação 
semiótica e cultural. O ser humano, em processos dinâmicos com o outro na cultura, 
cria maneiras de se incluir no mundo, a partir das histórias singular e coletiva. Sendo 
assim, o desenvolvimento humano não pode ser justificado, apenas, por fatores 
biológicos; ele ocorre por meio de múltiplas formas e ações que se constituem ao 
longo da vida do sujeito. 
“pode se tornar ciência na medida em que aceita completamente a 
centralidade da experiência humana vivida dentro de seus contextos sociais 
em toda singularidade” (VALSINER, 2012, apud PERES, 2017, p. 25). 
Logo, a constituição psicológica, social e cultural do humano demanda a 
compreensão de signos e significados na perspectiva dialógica. Assim, no 
desenvolvimento humano, eles são o meio pelo qual se apreende o contexto social e 
cultural. 
6.2 As dificuldades de aprendizagem 
A dificuldade de aprendizagem do indivíduo, especialmente quando criança ou 
adolescente, pode não ser mais do que uma forma encontrada de manifestar a falta, 
a precariedade dos vínculos familiares, nesse sentido, educar não é uma tarefa tão 
simples, como pode parecer. Educar vai muito além de prover os meios para a criança 
vir ao mundo e ser mantida nele, é um processo e, dentro desse estamos inseridos, 
enquanto família e escola, pois as crianças aprendem de acordo com o que vivenciam 
com seus modelos de identificação. 
Em relação ao contexto escolar, ao processo de aprendizagem, bem como as 
dificuldades encontradas nesse processo, estão interligadas as questões de 
supervisão, organização, interação e disponibilidade de recursos ambientais. No que 
diz respeito à concepção da escrita, por exemplo, a mesma encontra-se relacionada 
aos recursos ambientais oferecidos ao indivíduo, ou seja, a presença de estímulos 
que favoreçam a linguagem oral, os conceitos lógicos e o desenvolvimento da 
simbolização, estímulos estes oferecidos por meio do suporte social e familiar do 
indivíduo. 
 
31 
 
 Enquanto as dificuldades de aprendizagem encontram-se relacionadas à 
estruturação do tempo do indivíduo em casa, a interação com os pais e a presença 
de situações diversas, ou seja, condições psicossociais, interferem diretamente na 
integração entre indivíduo e escola, é ainda a percepção positiva em relação ao 
suporte recebido pelo indivíduo que tende a favorecer a resolução das dificuldades de 
aprendizagens, bem como de comportamento, salientando a necessidade da 
integração entre família e escola, assim como os demais suportes sociais oferecidos 
ao indivíduo. 
Para aprender é necessário perceber, compreender, analisar, armazenar, 
chamar, elaborar e exprimir informação; concomitantemente torna-se 
indispensável avaliar e observar quais as áreas fortes e fracas do indivíduo 
nas seguintes funções do processamento: atenção, percepção (visual, 
auditiva, tátilquinestésica), memória (curto, médio e longo prazo), planificação 
e psicomotricidade (FONSECA, 1995, apud ALMEIDA, 2012, p. 115). 
Na escola e na vida familiar, cada um apresenta formas diferentes de aprender 
e em tempos diferentes. Devemos lembrar que os comportamentos são distintos de 
pessoa para pessoa, porém cada um apresenta motivos para o seu modo de ser. 
Precisamos compreender cada sujeito e fornecer os meios necessários ao 
desenvolvimento de cada um. Isso é uma tarefa complexa. 
 
Fonte: pixabay.com 
Muitos pais não impõem limites e permitem que os filhos tenham uma vivência 
social permissiva. Esses, possivelmente, apresentarão conflitos comportamentais, 
deixando de considerar a importância dos conteúdos escolares, pois não acreditam 
em sua capacidade de aprender. No entanto, o motivo é a falta de limites, a 
 
32 
 
intolerância às regras a que ficam submetidos nos relacionamentos com colegas e 
professores. Esse sujeito não foi educado para tolerar a realidade e as frustrações 
impostas na vida social. 
Alguns estudantes mais retraídos, e com dificuldade de aceitação no grupo, 
acabam se refugiando em seus saberes pessoais, mostram inibição cognitiva, 
resistência em mudar e não aprendem os conteúdos escolares. Como não possuem 
uma organização intelectual e afetiva delimitadas com parâmetros externos, ao 
exporem suas ideias ao grupo, são ridicularizados e, como não sabem lidar com a 
frustração, ou mesmo não possuem uma argumentação para defenderem seus pontos 
de vista, acabam partindo para atos de agressão, a ação predomina sobre o 
pensamento. Esses, na grande maioria, arrependem-se de seus atos, porém a 
impulsividade do comportamento domina a lógica, a objetividade. 
O adulto, no caso os pais, têm o dever de orientar os filhos a desenvolver 
hábitos frente aos estudos. A tarefa de educar não cabe somente à escola, embora 
também seja um dos seus papéis. A participação da família na escola é fundamental 
para o bom desempenho escolar. 
É preciso ter claro o que entendemos por participar. Muitos podem ser os 
significados dessa palavra. Acreditamos ser necessário conhecer as razões pelas 
quais as famílias não têm correspondido ao que educadores esperam com respeito a 
sua participação na escola. 
6.3 O público infantil nas escolas brasileiras 
O trabalho na Educação Infantil explora diversos e múltiplos espaços de 
elaboração de conhecimentos de diferentes linguagens, a construção da identidade, 
os processos de socialização e o desenvolvimento da autonomia das crianças, 
propiciando, por sua vez, o aprendizado considerado essencial. Com tal característica, 
o RCNEI apresenta alguns princípios nos quais se referem ao atendimento das 
crianças da Educação Infantil como: 
Respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas 
diferenças individuais, sociais, étnicas, religiosas e etc. 
O direito das crianças a brincar como forma particular de expressão, 
pensamento, interação e comunicação infantil; 
O acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis ampliando o 
desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à 
interação social, ao pensamento, à ética e a estética; 
 
33 
 
A socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais 
diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma; 
O atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao 
desenvolvimento de sua identidade; 
(RCNEI, 1998 apud COSTA, 2015, p. 266). 
O RCNEI orienta que o fazer diário da escola infantil oportuniza as atividades 
que favoreçam o envolvimento da criança em brincadeiras, principalmente as que 
promovam a criação de situações imaginárias, com uma nítida função pedagógica, 
ultrapassando a ação empírica, como também, as atividades espontaneístas. 
Atualmente, considera-se a infância como a fase mais importante da vida dos 
indivíduos, tendo em vista que é nesse período que a criança começa a desenvolver 
seus aspectos cognitivos, biológicos e psicossociais. Durante esse desenvolvimento, 
não são levadas em conta apenas questões biológicas, mas também as condições do 
ambiente em que a criança está inserida.Fonte: bebe.abril.com.br 
Nesse sentido, o processo ensino-aprendizagem tem sido caracterizado de 
diferentes formas, ora procura dar ênfase à figura do professor como detentor do 
saber, responsável pela transmissão do conhecimento, ora vem destacar o papel do 
aluno como sujeito aprendiz, construtor de seu conhecimento. Por seguirem trajetórias 
paralelas, as pesquisas sobre o “como se ensina” e o “como se aprende” demonstram 
que hoje não existe uma forma única para compreender esse processo. 
As fases do desenvolvimento da criança são estudadas por vários autores com 
abordagens diferentes. Vygotsky denominou que, no processo de aprendizagem, a 
 
34 
 
interação é constante e acontece por meio do desenvolvimento real, desenvolvimento 
potencial e zona de desenvolvimento proximal. 
O desenvolvimento não é dividido em estágios para Vygotsky, ele denominou 
os níveis de desenvolvimento, chamados de real e potencial. O nível de 
desenvolvimento real é tudo aquilo que a criança já aprendeu e é capaz de 
desempenhar sozinha. Enquanto que o nível de desenvolvimento potencial 
corresponde ao que a criança ainda irá aprender e desenvolver, isto é, a partir disso, 
entende-se a importância de compreender a infância para estudar os processos da 
aprendizagem. 
Com a institucionalização da escola, o conceito de infância começa lentamente 
a ser alterado, pois, a partir do desenvolvimento de uma pedagogia para as crianças, 
é possível falar em uma construção social da infância, que se concretiza pelo 
estabelecimento de valores morais e expectativas de conduta para ela; cujo 
crescimento é um desdobrar-se dentro de processos biológicos, sociais, intelectuais, 
psicológicos e emocionais. 
6.4 O público adolescente nas escolas brasileiras 
Embora juventude e adolescência tenham origens discursivas diversas e 
derivem das ciências sociais e humanas, respectivamente, os dois termos são usados 
indiscriminadamente na literatura contemporânea para referir-se às experiências 
concernentes a essa categoria ao mesmo tempo social e psicológica. 
A adolescência é um período de transição da fase infantil para a idade adulta, 
no qual ocorrem mudanças de ordem física, cognitiva, emocional e social. Nesta fase, 
os adolescentes passam pelo processo de construção de identidade, que acontece 
em interação com a comunidade, podendo influenciar de forma positiva ou negativa o 
seu desenvolvimento. Durante esse período, os adolescentes deveriam estar 
inseridos em contextos (exemplo: família, escola e instituições sociais) que garantam 
a proteção de seus direitos fundamentais, porque teriam suas necessidades físicas, 
sociais e emocionais supridas, além de vivenciar experiências positivas que 
oportunizassem maiores expectativas de sucesso. 
Dessa forma, a adolescência foi objeto de estudo da Pedagogia e da 
Psicologia, e passou a ser considerada uma etapa evolutiva dentro de um processo 
 
35 
 
de amadurecimento do indivíduo, processo pelo qual a escola deveria se 
responsabilizar através da coação, vigilância e prolongamento da infância. 
 
Fonte: pixabay.com 
Se a construção da adolescência veio no bojo de um projeto de 
institucionalização do curso da vida, o processo de teenagização da cultura estaria 
promovendo sua desinstitucionalização, tornando a adolescência cada vez mais 
estilizada e menos vinculada às limitações de idade. Tal idealização da adolescência 
na experiência subjetiva contemporânea estaria sendo facilitada por um cenário 
cultural pós-moderno, regido pela lógica do consumo e pelo culto à liberdade. 
Assim, essa nova idéia de evolução – que veio nortear igualmente a percepção 
de homem e realidade social – trouxe como consequência a segregação da infância 
e da adolescência do mundo dos adultos, que passou a confiná-las a espaços 
adequados aos seus graus de maturidade e a vigiá-las contra desvios que 
comprometessem seu desenvolvimento, como os desvios da sexualidade, outra 
preocupação do discurso científico. 
6.5 O público adulto nas escolas brasileiras 
Nas últimas décadas, fenômenos relacionados a transformações no contexto 
social, político e educacional (entre eles, o prolongamento da escolaridade e a 
elevação das taxas de desemprego, especialmente entre os jovens), a mudanças no 
campo da sociologia com a recomposição da problemática das desigualdades de 
https://pixabay.com/
 
36 
 
escolarização entre classes sociais como também a uma renovação nas pesquisas, 
contribuíram para que os estudantes ocupassem um novo lugar nos estudos 
sociológicos em educação. 
Dessa renovação, destacam-se estudos voltados para os processos escolares, 
envolvendo, entre outras questões, as estratégias familiares de escolarização, as 
variações nas configurações escolares entre grupos sociais e no interior de um 
mesmo grupo. Danyluk (2001) relata que o adulto escolarizado é um sujeito culto, no 
sentido objetivo da cultura, porque consegue sobreviver na sociedade na qual está 
inserido. Aquilo que desconhece, talvez seja o que até então, não teve 
necessidade ou oportunidade de aprender. As pessoas que não sabem ler nem 
escrever, já atuam em seus mundos como educados, ainda que não de forma 
escolarizada. 
O adulto traz consigo os saberes de suas vivências, embora dúvidas e medos o 
acompanhem, e deixam à vista um ser cheio de vida e experiência existencial. Para 
DeAquino (2007), a andragogia apresenta-se atualmente, como uma alternativa 
à pedagogia clássica e refere-se à educação centrada no aprendiz, para jovens e 
adultos, isto é, muito além das notas, os alunos maduros anseiam ver como a 
realidade acadêmica concorrerá de fato para que sua realidade pessoal seja dinâmica, 
produtiva. 
Para muitos jovens adultos, o fim de um curso universitário significa a promessa 
de uma nova fase de vida, marcada pelo início do exercício da profissão escolhida. 
No entanto, um dos principais problemas com os quais os recém-formados se 
deparam é a dificuldade de ingressar no mercado de trabalho de suas profissões. Se 
há algumas décadas o diploma universitário era garantia para emprego bem 
remunerado ou boa colocação no mercado de profissionais autônomos, hoje a 
realidade é diferente. Há uma nítida redução no número de empregos oferecidos e 
inovações tecnológicas transformaram profundamente o campo das ocupações 
profissionais. 
Contudo, a responsabilidade por desenvolver as competências que 
possibilitarão atender a essa demanda do mercado de trabalho tem ficado a cargo do 
indivíduo, que é visto como responsável tanto pelo seu sucesso quanto pelo seu 
fracasso. Enfim, a conquista de um espaço no mercado não depende apenas de um 
 
37 
 
diploma, mas também de características pessoais, competências específicas, redes 
de relações e capacidade de ajustar-se a diferentes demandas de trabalho. 
 
 
Fonte: g1.globo.com 
A garantia de acesso à educação superior precisa se fundamentar, portanto, a 
partir de uma equitativa igualdade de oportunidades a todos os membros da 
população que desejam e tenham condições de cursar este nível de ensino. Cabe 
questionar se as políticas de inclusão social no ensino superior, no Brasil, podem ser 
consideradas políticas de redistribuição de oportunidades. 
A grande discussão hoje existente nos meios universitários e de educação 
continuada é se a pedagogia é uma forma adequada para o ensino e 
aprendizagem de adultos ou se a andragogia, uma abordagem que considera 
a postura crítica e a necessidade da experimentação, seria capaz de trazer 
resultados melhores para esse grupo particular de aprendizes. Nosso 
entendimento é de que existe um contínuo, no qual a pedagogia, 
também conhecida como aprendizagem direcionada, posiciona-se em uma 
extremidade, enquanto a andragogia (aprendizagem facilitada) encontra-se 
em outra. De modo a se ter eficácia e eficiência no processo de 
aprendizagem, é necessário queprofessores e organizações educacionais 
sejam capazes de se mover ao longo desse intervalo e encontrar a 
combinação correta entre as duas abordagens. (DEAQUINO, 2007 apud 
CARVALHO, 2010, p. 83). 
À Educação Superior têm sido atribuídas expectativas crescentes quanto ao 
desenvolvimento social, econômico e cultural das nações, sendo-lhe destinada a 
responsabilidade por possibilitar uma formação profissional de qualidade pautada em 
forte compromisso ético e social. Mais do que eliminar obstáculos à apropriação do 
conhecimento científico que resultem em rendimento satisfatório nas avaliações 
 
38 
 
formais de aprendizagem, as IES têm reconhecido a necessidade de favorecer o 
desenvolvimento de competências variadas que levem as pessoas a terem sucesso 
na vida, numa ampla perspectiva. 
 Os serviços de apoio psicológico existentes nas Instituições de Educação 
Superior têm buscado contribuir para uma formação que atenda à necessidade de 
preparar profissionais competentes e, também, conscientes de seu papel 
transformador diante da realidade em que vivem. 
 
Fonte: pixabay.com 
Levando em consideração a multiplicidade de fatores –individuais, institucionais, 
ideológicos, político-sociais, entre outros –implicados nos processos educativos, os 
psicólogos escolares implicados nesses serviços têm orientado a sua intervenção 
para a conscientização dos agentes educacionais acerca de seus papéis e 
responsabilidades na construção de uma cultura de sucesso. 
Conforme ressalta Goergen (2008), as Instituições de Educação Superior (IES) 
estão “encarregadas de gerar e difundir os conhecimentos e formar profissionais 
cidadãos capazes de liderar, nos campos de sua atuação, o processo de 
transformação social”. O sentido da preparação profissional no âmbito da Educação 
Superior é, então, o de formar profissionais suficientemente competentes, criativos e 
inventivos que tenham condições de analisar criticamente a engrenagem sócio 
econômica, questioná-la e, se julgarem apropriado, tentar transformá-la. 
Nesse sentido, a função da Educação Superior não se restringe ao tempo 
curricular e ao espaço físico da universidade, muito pelo contrário, estende-se ao 
 
39 
 
longo da vida das pessoas e nos diferentes contextos que participam. Sendo o 
compromisso fundamental da Educação Superior produzir conhecimento e formar 
profissionais e cidadãos, ela tem o desafio de equilibrar duas dimensões da formação 
- a competência técnica e a consciência ética -, de maneira a contribuir para o pleno 
desenvolvimento dos estudantes, sua preparação para o exercício da cidadania e 
qualificação para o trabalho. 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O homem tem uma tendência inata para viver em uma sociedade constituída por 
seus semelhantes, recebendo dela o amparo de que necessita e utilizando-a para 
desenvolver suas capacidades; por isso se diz que o homem é um ser social. 
Os grupos sociais podem surgir naturalmente em determinadas ocasiões, sendo 
possível observar nesses grupos a existência de líderes e também de elementos não 
aceitos. Entretanto, para se ter um controle das inter-relações existentes no grupo, 
torna-se necessário o uso de uma técnica e essa técnica deverá mostrar como se 
formam os grupos, se existem ou não subgrupos fechados e como se relacionam, 
como se escolhem e em função de que são feitas as escolhas. 
Cada sociedade possui determinado ideal de homem. É este ideal perpassa o 
polo da educação que lhe é própria e que pode servir para definir da mesma forma a 
sua organização moral, política e religiosa. Uma das tarefas mais importantes do 
homem, enquanto indivíduo que vive em sociedade, com capacidade para sentir, 
pensar e agir, é a de primeiro melhorar a si próprio e consequentemente o (s) grupo 
(s) em que esteja inserido. 
Se no âmbito educacional é necessário buscar novos conhecimentos sobre as 
teorias do desenvolvimento e da aprendizagem para melhor exercer a função docente, 
também se faz cada vez mais importante dilatar a compreensão sobre as novas 
formas de ser e de estar nas famílias e nos diferentes espaços da sociedade atual. 
Numa sociedade multicultural, altamente competitiva, exigente e seletiva como a 
atual, que evolui continuamente de forma dinâmica, e na qual se inscreve a ação 
educativa, construída por influência de contextos vários, cabe à escola a 
responsabilidade de se multiplicar em estratégias e ações, reinventando-se 
 
40 
 
permanentemente para ajudar os alunos a desenvolver competências essenciais com 
vista à sua promoção pessoal, social e profissional. 
Nesse cenário onde cada indivíduo integrante de grupo(s) tece de maneira 
personalizada o papel a ser desempenhado, desenvolve as relações interpessoais, 
pois desde o nascimento, constrói a sua história de vida: a história da escolha do nome 
que o identifica, a história da família – árvore genealógica, a história da comunidade 
e outras histórias que vão se tecendo e se alinhavando com a história antes individual 
e assim, num sentido mais amplo, tem-se a história da origem humana, do seu 
desenvolvimento e de sua evolução. 
No mundo contemporâneo, a velocidade das mudanças tem sido expressiva, o 
que significa mudanças nos valores da família, gerando uma infinidade de novos 
paradigmas para o ser humano. Conquanto, guiado pelo sistema social e pelas 
demandas de ordem biológica, o homem possui necessidade de segurança, afeto, 
aprovação social, prestígio e autorrealização, cuja análise da humanização, da ética 
e do relacionamento interpessoal permite perceber facilmente os pontos de contato 
entre a escola, a família e a comunidade, numa necessidade imperiosa de ser 
respeitada a dignidade de todas as pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
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