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Televisão No Brasil Década de 1980

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Década de 1980[editar | editar código-fonte]
Sede do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) em Osasco, São Paulo.
Em 1980, o governo declarou peremptas as concessões de sete emissoras da Rede Tupi, inclusive as cabeças de rede em São Paulo e Rio de Janeiro, provocando o fim da mais tradicional emissora de TV do país. Os empresários Sílvio Santos e Adolpho Bloch ganharam as concessões dos canais de televisão vagos com o fim das TVs Tupi e Excelsior, após vencerem a concorrência pública aberta em 23 de julho de 1980, da qual também participaram os grupos Abril, Capital, Visão e Jornal do Brasil.[4]
Sílvio Santos lançou o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), em 1981, de programação eminentemente popularesca, cujo carro-chefe durante vários anos foi o programa de auditório dominical apresentado pelo próprio Sílvio Santos. Em 1983, surgiu a Rede Manchete, de propriedade de Bloch, voltada para o público de maior escolaridade e renda.
Em 1981, a Rede Globo ganhou pela primeira vez o Prêmio Emmy Internacional, na categoria Popular Arts, com o especial infantil Vinícius para Criança - A Arca de Noé.[5] No ano seguinte, a emissora recebeu novamente o prêmio, desta vez com o especial Morte e Vida Severina, baseado na obra de João Cabral de Melo Neto.[6]
Em 7 de julho de 1983, durante uma greve nacional de trabalhadores, a TV Bandeirantes teve seus transmissores lacrados por 15 horas. A emissora havia veiculado notícias sobre a greve, o que era proibido pelo governo militar.[7] No início de 1984, a Rede Globo evitou transmitir os comícios do movimento Diretas Já, que pedia o restabelecimento das eleições diretas para presidente da República. O boicote da Rede Globo, que teria sofrido pressão por parte dos militares para não noticiar os comícios,[8] [9] fez com que parte de sua audiência migrasse para os telejornais de outras emissoras. Somente a partir de abril daquele ano, sob pressão da opinião pública, a Globo passou a veicular os comícios em rede nacional.
O fim do regime militar e a promulgação da Constituição de 1988 significaram o fim da censura à imprensa e aos programas de televisão. Roque Santeiro, novela de Dias Gomes, cuja exibição havia sido vetada pelo governo militar na década de 1970, pôde, enfim, ser apresentada pela Rede Globo em 1985, tornando-se um dos maiores fenômenos de audiência do gênero no país.
Levantamento feito pela Federação Nacional dos Jornalistas demonstra que até março de 1979 havia 1.483 emissoras de rádio e TV no Brasil. Durante o governo de José Sarney, entre 1985 e 1990, foram distribuídas 1.091 concessões de rádio e TV, sendo que 257 foram no mês que antecedeu a promulgação da Constituição. Daquele total, 165 beneficiaram 91 parlamentares, 90% dos quais votariam a favor do mandato presidencial de cinco anos, defendido por Sarney, durante a Assembleia Nacional Constituinte.[10]Com isso, grande parte das novas emissoras de televisão do Brasil viria a ser controlada por grupos oligárquicos regionais.
A Rede Globo foi acusada de ter ajudado a eleger o candidato Fernando Collor de Mello na eleição de 1989, especialmente por meio da edição manipulada de trechos do último debate entre Collor e seu adversário Luís Inácio Lula da Silva. A edição polêmica foi apresentada no Jornal Nacional, na véspera da votação e num momento em que não poderia haver mais propaganda partidária na TV.[11] [12]
Também em 1989, a TV Record de São Paulo, cujas ações até então pertenciam ao Grupo Silvio Santos e ao Grupo Paulo Machado de Carvalho, foi vendida ao empresário-bispo Edir Macedo.

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