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HISTÓRIA DO TELEJORNALISMO NO BRASIL E NO MUNDO

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HISTÓRIA DO TELEJORNALISMO 
 
No Mundo 
 
O primeiro transmissor televisual de notícias foi o cinema, tendo sua primeira 
produção em 1909 por empenho da Casa Lumiére, produtora de filmes que investiu na 
idéia de apresentar antes da produção cinematográfica, importantes acontecimentos 
históricos ligados a política e cenas indiscretas de todo o mundo. Usava o seu poder 
de imagem para trazer para a sociedade informações cotidianas, como ações 
coloquiais de cunho profissional, hábitos da sociedade e acontecimentos políticos. Os 
cinejornais, como eram chamados, tinham como principal característica a 
periodicidade e a multiplicidade no que diz respeito a informação de interesse da 
população, tendo a sua atuação abrandada a partir do surgimento da televisão que 
oferecia a notícia imediata (VIANNA, 2003). 
Em aspecto mundial como explica Coutinho (2003, p. 63), o passo primordial 
para a modificação no modo de transmitir notícias, “considerado uma espécie de 
acontecimentos midiático”; foi na chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969, 
quando todas as emissoras do mundo fizeram simultaneamente a transmissão do 
acontecimento, trazendo a credibilidade necessária ao telejornalismo, bem como um 
maior empenho com a veiculação de notícias, levando assim, “a proporcionar aos 
telespectadores distintos gêneros, como: crônica, notícia, reportagem e entrevista”. 
Porém antes disso, alguns países já apresentavam o avanço jornalístico 
ganhando mais ênfase entre as décadas de cinquenta e sessenta, como a Bélgica, a 
França, a Espanha, a Itália e o Chile (COUTINHO, 2003). 
A princípio, o telejornalismo inspirou-se no formato do radialismo, 
apresentando as primeiras notícias de forma impessoal e passiva, ou seja, as notícias 
eram lidas na frente das câmeras de maneira a apenas informar sem que houvesse 
uma interação do apresentador com esta ou imagens que ilustrasse o que estava 
sendo transmitido. Algum tempo depois a maneira de apresentar o telejornal ao público 
ganhou inovações com o surgimento de imagens, em princípio sem som, onde a notícia 
podia ser visualizada, continuando assim um desenvolvimento constante até as 
transmissões via satélite. Hoje, a velocidade na divulgação da informação e a maneira 
comprometida como esta é exposta para a sociedade, faz do telejornalismo um 
elemento influenciador, principalmente na história e na maneira de envolver o público 
tornando-se um referencial na vida diária da sociedade (COUTINHO, 2003). 
No conceito de telejornal Fiske, (apud MACHADO 2000, p.104) define como: 
“uma montagem de vozes, muitas delas contraditórias, com estrutura narrativa 
insuficiente para ditar a qual voz nós devemos prestar mais atenção, ou qual delas 
deve ser usada como moldura para, através dela, entender o resto” (FISKE, apud 
MACHADO 2000. p.104). 
Dessa forma, observamos que o telejornalismo veio caminhando a passos 
lentos, porém sólidos estabilizando-se de maneira a ser considerado um dos principais 
e mais requisitados meios de informações, visto que apresenta características 
marcantes como o imediatismo, a possibilidade de conectar-se ao mesmo tempo com 
informações de todo mundo, a acessibilidade à população e o oferecimento da notícia 
veiculada com imagem e som. 
 
No Brasil 
 
O “primeiro telejornal brasileiro”, chamado “Imagens do Dia”, aconteceu dois 
dias após a inauguração da primeira emissora de TV, “a extinta TV Tupi, canal 6, 
sediada em São Paulo, no dia 18 de setembro de 1950”. Com precárias condições, sua 
linguagem e seu formato se diferenciava dos seus sucessores atuais, o jornal possuía 
uma mesma pessoa como produtor, redator e locutor, consistia em produzir notícias 
longas e detalhistas narradas sem um apresentador, nos modelos do rádio e imagens 
em preto e branco sem nenhum som (PATERNOSTRO, 1999, p.35). 
Nessa época, tendo como Presidente Getúlio Vargas, o Brasil se 
desenvolvia de forma vertical nas áreas econômica, social e política possibilitando sem 
restrições o desenvolvimento da TV e a estabilização do telejornalismo brasileiro. 
Pouco mais de um ano foi criado, ainda pela TV Tupi de São Paulo, o 
segundo telejornal, o “Telenotícias Panair”, seguido pelo “Repórter Esso”, considerado 
o mais importante da época e transmitido pela Tv Tupi do Rio de Janeiro, o único que 
apresentava notícias nacionais e internacionais, vindo a ser transmitido 
simultaneamente alguns meses depois também pela TV Tupi de São Paulo (BISTANE; 
BACELLAR, 2005). 
No entanto, a precariedade dos telejornais era enorme, visto que, a 
tecnologia televisiva ainda engatinhava para o Brasil e a falta de profissionais 
habilitados na área era eminente. Priolli (apud REZENDE, 2000, p. 106) explica que 
os telejornais transmitiam mais notícias lidas que imagens devido a dificuldade em 
produzi-las e a apresentação de todos eram iguais, “cortina de fundo, uma mesa e uma 
cartela com o nome do patrocinador”. 
No início da década de 60, o telejornalismo começou a ganhar força em seu 
desenvolvimento, devido o investimento na estrutura da TV, como a chegada do 
videoteipe para registrar um grande acontecimento no país, a inauguração da cidade 
de Brasília, considerada por Rezende (2000, p. 107), como a “fase de criatividade e 
expansão intelectual”. Com novos recursos, o comércio começou a se interessar pela 
divulgação de marcas, serviços e produtos, desencadeando, devido às verbas 
publicitárias, a concorrência e a disputa pela audiência. 
Surgiram assim, novos telejornais apresentados por outras emissoras de TV, 
como o “Jornal da Vanguarda” da TV Excelsior, dando oportunidade para que novos 
profissionais, desta vez não só radialistas, como Luís Jatobá e Cid Moreira, mas 
também produtores e cronistas que trabalhavam nos jornais impressos, como Villas-
Bôas Correia e Millor Fernandes pudessem apresentar as notícias. “A qualidade 
jornalística desse noticiário causou um impacto enorme pela originalidade de sua 
estrutura e forma de apresentação distinta de todos os demais informativos” 
(REZENDE, 2000, p.107). 
O crescimento expansivo, no entanto encontra sua época de paralisação 
após o Golpe Militar de 1964, findou-se o Jornal de Vanguarda pela própria equipe e 
os telejornais dispensaram a participação dos jornalistas voltando a ser apresentados 
pelos locutores. Toda a tecnologia que chegava era direcionada para as novelas e 
programas de auditório deixando o telejornalismo estagnado. Esse acontecimento se 
deu principalmente pela falta de estilo próprio, ou seja, as notícias, escolhidas de 
acordo com o que devesse interessar ou não ao público apresentou uma fragmentação 
de seus conteúdos com modelos padronizados e detalhes definidos para cada fato 
(PATERNOSTRO, 1999). 
Essa baixa no telejornalismo brasileiro durou seis anos e no início da década 
de 70 uma nova fase começou em decorrência de dois grandes acontecimentos: a 
estréia do “Jornal Nacional”, emitido pela Rede Globo, ficando no lugar do “Repórter 
Esso” da Rede Tupi e a inauguração da Embratel (Empresa Brasileira de 
Telecomunicações), sendo esta última, um marco fundamental na interligação da 
comunicação no país através de “linhas básicas de microondas [...] e utilização de 
satélites de telecomunicações, o Intelsat”, oferecendo assim “a estrutura para as redes 
nacionais de televisão” (PATERNOSTRO, 1999, p. 31). 
A princípio, o Jornal Nacional, com produção na cidade do Rio de Janeiro, 
“era transmitido simultaneamente, ao vivo, para São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, 
Porto Alegre e Brasília, tornando-se o primeiro noticiário em rede Nacional por quase 
um ano”. Ele foi o precursor no que diz respeito a apresentações em cores e também 
a notícias internacionais via satélite em tempo real (REZENDE, 2000, p. 109). 
Devido o espaço ganho pelo Jornal Nacional, outras emissoras de TV 
começaram a apostar novamente no telejornal, dessa vez em um novo modelo e 
utilizando recursos tecnológicosinovadores. A TV Bandeirantes criou o jornal 
“Titulares da Notícia” simultaneamente com a TV Tupi e o jornal “Rede Nacional de 
Notícias” e a TV Cultura e o telejornal “A Hora da Notícia” que eram “transmitidos ao 
vivo para várias capitais do país”. Este último incidindo em uma nova habilidade de 
fazer telejornalismo no Brasil, ou seja, priorizava as dificuldades acontecidas nas 
comunidades com depoimentos populares fazendo com que o telespectador se 
identificasse ainda mais com o que estava assistindo. Essa nova política de fazer 
telejornal influenciou outras emissoras, sendo a TV Bandeirantes com o telejornal 
“Titulares da Notícia” a primeira a aderir a inovação. O papel do repórter ganhou mais 
valor, pois este deixou de ser um transmissor de informação para interagir com a 
notícia e o público (BISTANE; BACELLAR, 2005). 
Não só o telejornalismo mais toda a programação televisiva ganhou espaço na 
década de 70, em especial a Rede Globo que apostou quantias altas no aperfeiçoamento 
da qualidade das produções, criando assim o chamado “padrão Globo de qualidade” 
(PIGNATARI, 1984). 
Porém, como afirma Pignatari (1984, p. 54), 
 
Claro que não foi a Globo que criou o telejornalismo, mas foi ela que eliminou o 
improviso, impôs uma duração rígida no noticiário, copidescou não só o texto como 
a entonação e o visual dos locutores, montou um cenário adequado, deu ritmo à 
notícia, articulando com excelente “timing” texto e imagem, com a Globo 
começamos a assistir a esta coisa quase impossível: os programas entrarem no ar 
na hora certa. 
 
Assim, para marcar essa nova fase do telejornalismo, em 1973, a Rede Globo 
criou o “Fantástico”, um programa que unia jornalismo e entretenimento, no entanto, ainda 
era o Jornal Nacional a grande preocupação da emissora. Manter o padrão e a audiência 
era fundamental para isso apostava no visual, na maneira de transmitir as informações 
deixando o conteúdo a desejar, principalmente na área política, onde evitava se envolver. 
“Sobre política, a televisão foi omissa ou como querem os produtores de seus noticiários 
obrigados a ficar omissa, reservando os seus horários mais nobres para as telenovelas e o 
riso dos shows milionários”. (MAIA apud REZENDE, 2000, p. 115). 
Nos últimos meses de vida, no início da década de 80, a TV Tupi transformou o 
programa semanal “Abertura” em um espaço destinado aos exilados que retornam ao 
Brasil, mas finda as apresentações juntamente com a falência da empresa. Dias após a TV 
Bandeirantes estreia o “Canal Livre” com a mesma linha de desenvolvimento (REZENDE, 
2000). 
A Rede Globo apostou então em novos telejornais, mantendo os antigos, como: 
“Jornal Hoje”, “Jornal da Globo”, “Bom Dia São Paulo”, “Bom dia Brasil”, “Globo Repórter”, 
“Globo Rural”, “Tv Mulher” e “Globo em Revista”, seguida das outras emissoras, 
destacando-se: “Vox Populi”, da TV Cultura, “Encontro com a Imprensa”, da TV 
Bandeirantes, “Diário Nacional”, da TV Record, contribuindo para que os jornalistas 
voltassem a ocupar sua posição inicial nos telejornais (BISTANE; BACELLAR, 2005). 
Com a concorrência da venda dos canais da TV Tupi surgiram duas novas 
emissoras de TV, a Rede Manchete, do grupo Bloch e o Sistema Brasileiro de Televisão 
(SBT), do empresário e radialista Silvio Santos. A primeira estreando com “O Jornal da 
Manchete”, repleto de ideias novas e audaciosas no telejornalismo e a segunda com o 
“Telejornal Brasil” (TJ Brasil), modelo inovador onde é “o jornalista que dirige, apresenta e 
comenta as notícias do jornal”. Outros jornais foram criados no SBT, como: “Cidade 4”, “24 
Horas”, “Noticentro”, “Últimas Notícias”, porém todos sem sucesso devido a falta de 
comprometimento com a verdade política, já que o empresário Silvio Santos mantinha 
cumplicidade com o poder dominante, ato já realizado pela Rede Globo. Nasce o “Jornal 
da Bandeirantes” da TV Bandeirantes e o “Jornal da Cultura”, da TV Cultura de São Paulo 
(PATERNOSTRO, 1999, p. 37). 
Em 1989, na época das Diretas Já, onde campanhas eram feitas para que o voto 
eleitoral partisse da população em geral o jornalismo brasileiro voltou a ser atalhado pela 
censura, no entanto, após a conquista do voto popular para escolha da Presidência da 
República, o telejornalismo ganha força com as primeiras campanhas presidenciais 
(REZENDE, 2000). 
Ganhando força, a Central de Jornalismo da Rede Globo trocou de diretor. 
Alberico Souza Cruz se impõem em modificar o jornalismo de estúdio por um jornalismo de 
rua, com reportagens em tempo real e cobertura externa intensiva, entanto o SBT, segundo 
lugar em audiência, estreia o programa “Aqui Agora” com influências da linguagem 
radiofônica, um jornalismo de foco violento e real, mostrando os acontecimentos policiais 
sem censura (REZENDE, 2000). 
Com a chegada da década de 90 o telejornalismo ganhou novas proporções e a 
necessidade de trocar os apresentadores-locutores pelos apresentadores-jornalistas, no 
entanto, continuando com as mesmas atuações melodramáticas da notícia. Estrearam o 
“Jornal da Record” e o “Passando a Limpo” ambos da Rede Record e chegando quase ao 
final da década o jornalismo deu um salto quantitativo, descrito por Hoineff (apud 
REZENDE, 2000, p. 137) como: 
[...] uma razoável demonstração da liberdade das amarras oficiais, expandiu seu 
universo temático, encontrou novas formas de tratamento e ganhou até sopros de 
independência em relação ao empresariado do setor, o que até há pouco tempo era 
um privilégio parcial de poucos jornais no país, ainda que uma prática relativamente 
comum nos EUA e na Europa. 
 
Era chegada a hora de apostar nos canais fechados por assinatura, a Rede 
Globo criou o “Globo News” e algum tempo depois a TV Record fez o mesmo, criando o 
“Record News”, ambos com jornalismo aprofundado e verídico, driblando as limitações 
impostas pela TV aberta que começou a cair de audiência, prejudicando em primeira 
instância o “Jornal Nacional”, que de acordo com Dines (apud REZENDE, 2000, p. 140), 
essa “queda da audiência do Jornal Nacional demonstra sinais da modernidade”. Outros 
telejornais sofreram modificações como o “Jornal da Band” e o “TJ Brasil” que foi extinto 
dando lugar ao Jornal do SBT – Telenotícias CBS, após acordo da emissora com a rede de 
TV norte-americana CBS. 
A virada do século foi marcada com uma concorrência acirrada entre as 
emissoras de TV e os telejornais. Novos modelos foram implantados e novos telejornais 
com linhas distintas foram criados. A interatividade tomou conta da TV, não só nos 
programas jornalísticos como de qualquer outro gênero. Agora a concorrência só cresce e 
inovações são testadas. O telejornalismo de informação também entretém, assim como o 
entretenimento informa. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BISTANE, Luciana; BACELLAR, Luciane. Jornalismo de TV. São Paulo: Contexto, 2005. 
 
COUTINHO, Iluska Maria da Silva. Dramaturgia no telejornalismo: a estrutura narrativa 
das notícias em TV. Tese (Doutorado) São Bernardo do Campo: UMESP, 2003. 
 
MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. São Paulo: SENAC, 2003. 
 
PATERNOSTRO, V. I. O Texto na TV – Manual de Telejornalismo. Rio de Janeiro: 
Campus, 1999. 
 
PIGNATARI, Décio. Signagem da televisão. São Paulo: Brasiliense, 1984 
 
REZENDE, Guilherme Jorge de. Telejornalismo no Brasil: um perfil editorial. São Paulo: 
Summus, 2000. 
 
VIANNA, Ruth Penha Alves. Mídia Brasileira: 2 séculos de história. 2003. Disponível em: 
http://www.eca.usp.br/prof/josemarques/arquivos/artigos_006.htm Acesso em:

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