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Ana Paula Coutinho ATM 23 Clínica médica Etiologias da cirrose O termo Cirrose Hepática não se refere apenas ao surgimento de fibrose hepática. Na verdade, para haver cirrose, é necessário um profundo remodelamento da citoarquitetura do parênquima hepático, além é claro, da presença de extensa fibrose tecidual. O espaço de Disse representa o interstício lobular, e contém as células mais importantes para a gênese da cirrose hepática – as células estreladas ou células de Ito. As células estreladas normalmente são “quiescentes” (isto é, apresentam pouca atividade metabólica) e têm a função primordial de armazenar vitamina A. Entretanto, na presença de certos estímulos (ex.: atividade necro inflamatória crônica no parênquima) podem se transformar em células altamente capazes de sintetizar matriz extracelular (em particular colágeno tipo I e III). Essa transformação é induzida por efeitos parácrinos de citocinas pró-inflamatórias, secretadas pelas células de Kupffer ativadas e outras células do sistema imunológico A deposição de fibras colágenas no espaço de Disse leva ao fenômeno de capilarização dos sinusoides, onde uma camada de colágeno, pouco permeável, oblitera as fenestras e impede o contato entre os hepatócitos e as substâncias oriundas do sangue, inclusive fazendo desaparecer as microvilosidades na membrana hepatocitária (o que reflete a diminuição na captação celular). Com isso, a capacidade de metabolização hepática – bem como a secreção, no sangue, de macromoléculas produzidas pelos hepatócitos – vai se tornando progressivamente comprometida... A capilarização dos sinusoides também diminui seu calibre, o que aumenta a resistência vascular intra-hepática (fator crucial na gênese da hipertensão portal) ATENÇÃO: os achados clínicos da cirrose hepática não são específicos de nenhuma etiologia, exceção feita aos seguintes sinais, que são sugestivos de etiologia alcoólica: • Intumescimento de parótidas; • Contratura palmar de Dupuytren; • Neuropatia; • Pancreatite crônica associada. Ana Paula Coutinho ATM 23 Exames laboratoriais Embora as alterações laboratoriais possam variar de acordo com a etiologia da cirrose hepática, existem certas anormalidades que sugerem a presença desta condição, independentemente da causa subjacente: • AMINOTRANSFERASES Na cirrose inativa (ou seja, sem atividade inflamatória), as aminotransferases podem estar completamente normais. Logo, é importante compreender que as aminotransferases não possuem acurácia suficiente para estimar a gravidade da doença hepática! Quando aumentadas, sugerem atividade inflamatória no parênquima. Numa hepatopatia sem cirrose, os níveis de ALT (TGP) costumam ser maiores que os de AST (TGO), dando uma relação ALT/AST > 1. A partir do momento em que a cirrose se instala, é típica uma inversão desse padrão, com o paciente apresentando ALT/AST < 1. Exceção deve ser feita aos casos de doença hepática alcoólica – neste contexto, a relação ALT/AST costuma ser < 1 mesmo nas fases pré-cirróticas • FOSFATASE ALCALINA E GAMA-GLUTAMIL TRANSPEPTIDASE (gama-GT) Elevam-se de maneira mais significativa nas hepatopatias Colestáticas Logo, diante da suspeita de cirrose hepática, o encontro de elevados níveis de FAL e GGT sugere etiologias como cirrose biliar primária e colangite esclerosante. • BILIRRUBINAS A hiperbilirrubinemia é um fator de mau prognóstico na cirrose hepática, ocorrendo principalmente à custa da fração direta. Na cirrose biliar primária, por exemplo, bilirrubina total superior a 10 mg/dl indica a necessidade de transplante ortotópico de fígado • HIPOALBUMINEMIA Denota insuficiência crônica de síntese hepatocelular. O deficit de síntese costuma se associar à desnutrição proteicocalórica, comum no paciente cirrótico, o que piora ainda mais a hipoalbuminemia. Isto é particularmente frequente nos etilistas crônicos portadores de cirrose alcoólica.. • Alargamento do tempo de protrombina e diminuição da atividade de protrombina Considerando que o fígado é a principal sede da síntese de fatores de coagulação, incluindo a síntese dos fatores vitamina K-dependentes (II, VII, IX e X), fica fácil entender que uma redução significativa da função hepática resulta em coagulopatia (tendência hemorrágica) • SÓDIO SÉRICO A hiponatremia é um marcador de péssimo prognóstico na cirrose avançada com ascite. Seu mecanismo é a incapacidade de excretar Etiologia – Qual é a Causa da Cirrose Podemos agrupar as principais causas de cirrose hepática em OITO grandes grupos. • Vírus Hepatotrópicos; • Álcool; • Drogas; • Hepatopatias Autoimunes; • Doenças Metabólicas; • Hepatopatias Colestáticas; • Doenças da Infância; • Cirrose Criptogênica (Idiopática) Hepatite B Segundo dados nacionais de prevalência, cerca de 43% dos casos relatados de cirrose hepática estão associados à hepatite crônica C, de maneira isolada ou em conjunto com hepatite crônica B ou doença hepática alcoólica. Além disso, 37% dos pacientes possui história de etilismo, com ou sem associação às hepatites crônicas virais. Com base nestes dados, estima-se que a hepatite C crônica e a doença hepática alcoólica sejam responsáveis por cerca de 80% dos casos de cirrose no Brasil! Ana Paula Coutinho ATM 23 • Vírus: HBV (DNA) – família Hepadnaviridae • Transmissão: parenteral, vertical, sexual • Período de incubação: 30 a 180 dias • Vacina: 3 doses • 95% produzirão os anticorpos→produção de anti- HBS (proteção contra a hepatite ~ 100% quando anti- hbs maior que 10) • O HBsAg positivo indica a presença do vírus B no organismo, sendo o principal elemento sorológico para o diagnóstico da hepatite B. • O surgimento do anti-HBs é seguido pelo desaparecimento do HBsAg no sangue, tradicionalmente indicando a cura da hepatite B (e aquisição de imunidade duradoura) • O antígeno “c” (HBcAg) não é detectado no sangue, pois faz parte da estrutura interna do vírus B e não é secretado. • O anti-HBc é o principal marcador da infecção =pelo vírus B (ativa ou curada). Este anticorpo não é neutralizante, e a sua presença não indica a cura da infecção. • HBeAg→ proteína viral associada a replicação e alta infectividade EPIDEMIOLOGIA • No Brasil, a faixa etária mais acometida pela hepatite B vai dos 20 aos 69 anos, o que é condizente com a principal via de transmissão Da doença (sexual) • Predomínio no sexo masculino Transmissão • Vertical; (intrauterina ou perinatal (95%)) • Horizontal; (a infecção da criança ocorre no período pós-natal, pelo contato diário com adultos ou mesmo outras crianças infectadas) • Sexual; • Percutânea; • Hemotransfusão; • Transplante de órgãos. HISTORIA NATURAL DE INFECÇÃO PELO HBV O período de incubação da hepatite B costuma ser de 30-180 dias (média de 4-6 semanas), podendo variar em função do tamanho do inóculo viral recebido durante o contágio. Quando se iniciam os primeiros sinais e sintomas da hepatite B, dois importantes eventos costumam ser evidentes: o aumento das aminotransferases e o aparecimento do anticorpo contra o antígeno do core, o anti-HBc (lembrar que o antígeno “c” não é detectado no soro). Inicia-se, então, a fase prodrômica, que costuma durar entre 1 a 2 semanas O anti-HBc IgM aparece no soro logo após o HBsAg (1-2 semanas), juntamente com os sintomas da hepatite. Este anticorpo permanece positivo por 4-5 meses. Em conjunto com o HBsAg, compõe os dois marcadores sorológicos mais importantes para o diagnóstico de hepatite B aguda. O anti-HBc IgG aparece pouco tempo depois do IgM, permanecendopositivo indefinidamente, mesmo que ocorra cura (cicatriz sorológica) ou cronificação da doença. Com o surgimento do anticorpo contra o antígeno de superfície – anti-HBs –, inicia-se a fase de convalescência, marcada pela queda progressiva das aminotransferases e redução da icterícia e dos sintomas sistêmicos. Este anticorpo surge em média 1-2 meses após o início dos sintomas, logo depois ou algumas semanas depois da negativação do HBsAg. Tal período é chamado de “janela imunológica”, justificando um diminuto grupo de pacientes com hepatite B aguda HBsAg negativo A melhora do quadro agudo da hepatite B e a evolução para a cura dependem fundamentalmente da capacidade do indivíduo em produzir de forma satisfatória o anti-HBs. Se não houver a produção deste anticorpo dentro de seis meses, o paciente se torna portador assintomático ou desenvolve hepatite B crônica – em outras palavras, a presença do HBsAg por mais de seis meses significa cronificação da infecção. Marcadores da Hepatite B • HBsAg • Anti-HBs • HBcAg • Anti-HBc IgM • Anti-HBc IgG • HBeAg • Anti-HBe • HBV-DNA HBsAg Ana Paula Coutinho ATM 23 •antígeno de superfície do HBV •É o marco da infecção pelo HBV •Detectado a partir de 1 a 10 semanas após exposição •Eliminado dentro de 4 a 6 meses pelos pacientes que se recuperam •Persistente nas formas crônicas Anti-HBs •É o anticorpo contra o antígeno de superfície •É um anticorpo neutralizante que oferece imunidade protetora contra o HBV •Marca a cura da hepatite B, juntamente como desaparecimento do HBsAg •Adquirido através da vacina ou contato prévio HBcAg •Antígeno central do HBV (core) •É um antígeno intracelular, não consegue dosar no sangue Anti-HBc IgM •Primeiro anticorpo a ser identificado após a infecção por HBV •(1mês após o HBsAg) •Presente em altas titulações na fase aguda da infecção. •Diminui na fase de recuperação ou nos casos que evoluem para infecção crônica •Pode aumentar nas fases de exacerbação da hepatite crônica Pode pedir após ter uma anti hbv positivo , não adianta pedir se tiver um anti hbv negativo Anti-HBc IgG •Aumenta na fase de recuperação, à medida em que diminuem as titulações de Anti-HBc IgM •Demonstra contato anterior com o vírus(vacina) HBeAg •Indicativo de replicação viral e infectividade •Surge no período de incubação •Presença associada à detecção do HBV-DNA •É rapidamente eliminado na fase aguda, antes do desaparecimento do HBsAg •Sua persistência por mais de 6 meses indica tendência à cronicidade Cepas mutantes: •Mutação pontual na região pré-core: •Bloqueia a transcrição do HBeAg (pode haver HBV-DNA na ausência de HBeAg) Anti-HBe •Ocorre conversão do HBeAg para anti-Hbe •Associa-se ao desaparecimento do HBV-DNA •Indica a interrupção da replicação viral Dura menos de 6 meses, se tem uma infecção surge o vhb- dna,hbsag,hbeag , inicialmente tbm surge o anti hbc igm , e depois que o igm desaparece surge o igg que vai se manter pra sempre ;hbsag ficara negativo , surge o anti-hbe , e vai surgir antihbs depois que o hbsag negativar , sendo então um pc curado Crônica→ persistência do hbs ag por mais de 6 meses , tendo risco de evoluir para cirrose e carcinoma • Se eu tenho hbs ag→ tem antígeno de superfície , pode estar em aguda ou crônica , isso o tempo vai dizer • Hbeag tem replicação /multiplicação HBsAg+ > 6meses ALT Resposta celular e humoral Presentes, porém insuficientes Lesão hepática crônica Cirrose CHC Diagnóstico Ana Paula Coutinho ATM 23 RISCO DE CIRROSE E CHC NOS PACIENTES COM HBV • Consumo de álcool e fumo • Sexo masculino • Extremos de idade • HF de CHC • Contrato com carcinógenos tais como aflatoxinas. Objetivos do tratamento: • Diminuir ou cessar a replicação viral • Induzir: portados inativo (persa do HBeAg/ soroconversão anti-HBe) • Erradicar a infecção • Perda do HBsAg • Normalizar as enzimas e histologia • Diminuir a inflamação e fibrose. • Prevenção das complicações tardias Indicações tratamento: • Pacientes HBeAg positivo: ALT > 2X LSN Pacientes >30 anos • Pacientes HBeAg negativo HBV-DNA >IGUAL 2000 UI/Ml e ALT .2x LSN Considerar elastografia ou biópsia em alguns casos Outras indicações: • Independente de HBeAg, HBV-DNA ou ALT ✓ HF de hepattocarcionoma ✓ Co-infecção HBC/HIV ou HBV/HCV ✓ Hepatite aguda grave (coagulopatia, icterícia) ✓ CIRROSE ou insuf hepática ✓ Paciente com manifestações extra-hepáticas (vasculite, glomerulonefrite) ✓ METAVIR A >igual a 2 ou F > igual a 2 na biópsia ou elastografia >7; Hepatite c • HCV- RNA vírus- família Flaviviridae • No Brasil a média de idade do diagnostico é de 46,3 anos • Predomínio no sexo masculino • Os homens que tendem a se infectar numa idade mais precoce. • a cirrose afeta cerca de 1/3 dos portadores crônicos do HCV, manifestando-se décadas após o contágio. EVOLUÇÃO DA INFECÇÃO: Modos de transmissão: • através de contrato com sangue contaminado Interpretação dos Marcadores Sorológicos da Hepatite B HBsAg HBeAg Anti- HBcIgM Anti- HBc Anti- HBe Anti- HBs Interpretação + - - - - - Fase de incubação + + + + - - Fase Aguda + + - + - - Portador com replicação viral + - - + + - Portador sem replicação viral* - - - + - - Provável cicatriz sorológica - - - + + + Imunidade pós Hep B - - - + + Imunidade pós Hep B - - - - - + Imunidade pós vacina da Hep B - - - - - - Ausência de contato prévio Hepatite B crônica Imunizar todos os contatos familiares com vacina para hepatite A. Ana Paula Coutinho ATM 23 • hemotransfusão • doação de órgãos • a contaminação pelas vias sexual e perinatal é menos comum • A presença de uma DST (com destaque para a infecção pelo HIV) é considerada um importante facilitador da transmissão sexual do HCV. • Hepatite C na mãe NÃO contraindica o aleitamento materno, porém, caso apareçam fissuras no mamilo, recomenda-se que o aleitamento seja suspenso (risco de exposição de mucosas do recém-nascido ao sangue materno). O aleitamento deve ser evitado se a mulher estiver em uso do tratamento antiviral específico. • A principal forma identificável de transmissão do HCV na atualidade é o uso de drogas injetáveis. • Confecção de tatuagens e piercing, ou realização de procedimentos médicos-odontológicos (incluindo acupuntura), sem obediência às normas de biossegurança. • Compartilhamento de objetos de uso pessoal, como escovas de dente, barbeadores, depiladores e instrumentos de manicure/ pedicure sem esterilização adequada. Manifestações clinicas Os sintomas da hepatite C aguda costumam surgir no período entre 6 a 12 semanas após a exposição, porém, menos de 20% dos infectados se tornam sintomáticos na fase aguda • A evolução para falência hepática fulminante é raríssima... Acredita-se que o HCV não seja capaz de lesar diretamente o parênquima hepático e, à semelhança das hepatites A e B, a lesão hepatocelular seria justificada pela agressão perpetrada pelo próprio sistema imune do hospedeiro • As aminotransferases começam a se elevar entre 2 a 8 semanas após a exposição, antes mesmo do surgimento de sintomas. Principalmente a ALT (TGP) pode atingir valores 25-100x acima do limite superior da normalidade, • O HCV-RNA costuma ser detectado no sangue do paciente a partir da segunda semana após a exposição • Os anticorpos anti-HCV são positivosno soro de 80% dos indivíduos sintomáticos no momento em que os sintomas aparecem, mas nos 20% restantes o diagnóstico só pode ser estabelecido nesta fase através da pesquisa do HCV- RNA SINTOMAS PODEM INCLUIR: • Febre • Fadiga • Perda de apetite • Náuseas • Vômitos • Dor abdominal • Urina escura • Hipocolia • Icterícia • Dor articular MANIFESTAÇÕES EXTRAHEPÁTICAS • Artralgias • Parestesias • Mialgias • Prurido • Síndrome Sicca • Síndrome nefrótica • Anemia aplástica • Derrame pleural • Vasculites MARCADORES SOROLÓGICOS DA HEPATITE C •HCV-RNA:identificável (por PCR) simultaneamente à elevação das transaminases→ diagnostico confirmatório •Anti-HCV: anticorpo neutralizante→ Não confere imunidade efetiva para infecções subseqüentes por HCV Infecção aguda com cura: Infecção aguda tem que durar menos de 6 meses, aumento das aminotransfererases e sintomas, mas dentro de 6 meses teve negativação do antihcv e normalização das aminotransferases; Ana Paula Coutinho ATM 23 PASSOS PARA O TRATAMENTO • Confirmação Diagnóstica • Genotipagem • Conhecer o paciente(saber se é cirrótico) • Estadiamento da fibrose • Outros tratamentos prévios • Arsenal terapêutico disponível O tratamento da hepatite C crônica está indicado para todos os pacientes, independentemente do estágio de fibrose hepática Alvos de ação de novas drogas Temos os inibidores das proteases, inibidores de polimerase, depende do local de estrutura onde agem no vírus OBJETIVO DO TRATAMENTO: • Principal: resposta virológica sustentada: carga viral detectável (12 ou 24 semanas após o fim do tto, dependendo do tempo do tto oferecido). • Aumentar a qualidade e a expectativa de vida do paciente • Diminuir a incidência de complicações da Doeça hepática crônica. • Reduzir a transmissão do HCV • Evitar a progressão para a cirrose, carcinoma hepatocelular e óbito. • O paciente com hepatite C deve ser imunizado para as hepatites A e B. • Evitar a ingestão de álcool. COMPARAÇÃO ENTRE TRATAMENTO COM INTERFERON E DAAS TRATAMENTO BASEADO NO GENÓTIPO DE ACORDO COM O SUBTIPO: Diagnóstico Hepatite C crônica • Anti hcv reagente por mais de seis meses e • Confirmação diagnóstica comHCV-RNA detectável (positivo) Depois dos 6 meses o RNA persiste, antihcv permanece pra sempre positivo e as aminotransferases podem subir e descer, o corpo fica mais tolerante ao vírus pq é crônica Ana Paula Coutinho ATM 23 Hepatite D • Vírus RNA defectivo que necessita da função do vírus B para a sua sobrevivência e disseminação • Os virions do HDV necessitam do envelope sintetizado pelo HBV para terem sua formação completa. FORMAS DE INFECÇÃO: • Coinfecção: infecção simultânea com o HBV (hepatite aguda B+D) • Superinfecção: infecção em alguém cronicamente infectado pelo HBV Hepatite E • o HEV é um RNA-vírus. Por fim, casos de hepatite E crônica já foram bem caracterizados na forma “autóctone” da doença!!! Isso acontece de modo quase que exclusivo em pacientes imunocomprometidos, como portadores da Aids, receptores de transplante de órgão sólido e usuários de drogas imunossupressoras (ex.: quimioterápicos antineoplásicos). Nestes indivíduos observa-se persistência a longo prazo de altos títulos de HEV- -RNA no plasma e nas fezes, e muitos evoluem com alterações fibróticas crônicas no parênquima hepático, podendo chegar à cirrotização Doença hepática alcóolica O álcool pode causar três tipos de lesão no fígado: (1) esteatose assintomática (“fígado gorduroso”); (2) esteato-hepatite aguda (“hepatite alcoólica”); (3) cirrose alcoólica (cirrose de Laennec) Patogênese O principal determinante do surgimento de DHA é a quantidade de álcool ingerida. Em homens, as formas graves da doença em geral só aparecem quando o consumo é > 80 g/dia por mais de 10 anos, ao passo que, nas mulheres, este limiar é um pouco mais baixo: > 30-40 g/dia por mais de 10 anos • As hepatites virais crônicas (B e C), bem como a presença de obesidade e outras hepatopatias (ex.: hemocromatose), representam os principais amplificadores do risco!!! • A desnutrição (com deficiência de calorias e múltiplas vitaminas) é outra comorbidade que potencializa o dano hepático alcoólico por mecanismos pouco compreendidos • Fatores genéticos também parecem exacerbar o risco A interrupção do consumo em qualquer momento reduz risco de progressão da doença e ocorrência de complicações! Álcool e risco para cirrose Risco e desenvolver cirrose aumenta coma ingestão de 10 anos ou mais 60-80g /dia álcool para homens 20-g/dia álcool para mulher(tem menos tolerância ao álcool pq tem diminuição da capacidade de metabolização do álcool por ter menos da enzima álcool desidrogenase CAGE •(1) Você já pensou em largar a bebida? •(2) ficou aborrecido quando outras pessoas criticaram o seu hábito de beber? •(3) se sentiu mal ou culpado pelo fato de beber? A DHA evolui através de três estágios sucessivos: esteatose, esteato-hepatite e cirrose. Ana Paula Coutinho ATM 23 •(4) bebeu pela manhã para ficar mais calmo ou se livrar de uma ressaca (abrir os olhos?). •A presença de 2 respostas afirmativas sugerem uma indicação positiva de dependência de álcool. •Teste preciso diagnóstico ambulatorial dependentes de álcool PATOLOGIA Esteatose hepática: Devido à hipóxia celular gerada na metabolização do etanol, os ácidos graxos não conseguem ser oxidados pelas mitocôndrias e acabam se acumulando no citoplasma do hepatócito, onde formam gotículas de gordura. • Costuma ser macrovesicular Esteato-hepatite Dizemos que a esteatose hepática está sendo complicada por um quadro de “hepatite alcoólica” sobreposta quando todas as alterações a seguir forem notadas na biópsia hepática: 1- Necrose Hepatocitária; 2- Infiltrado Neutrofílico; 3- Distribuição Perivenular (central) do Infiltrado; 4- Corpúsculos de Mallory.* (podem ou não serem obrigatórios para o diagnostico) Cirrose hepática Assim como acontece em outras formas de cirrose, na etiologia alcoólica a deposição de colágeno no parênquima hepático é mediada pelas células estreladas perissinusoidais, ou células de Ito, que fisiologicamente servem como armazenadoras de vitamina A, mas, quando o fígado é exposto a insultos necroinflamatórios persistentes ou repetitivos, podem ser ativadas e conduzir à cirrotização Achados Laboratoriais Doença Alcoólica •TGO > 2-6x LSN na Hepatite Alcoólica grave •TGO/TGP > 2 sugestiva de Doença Alcoólica (90%) •TGO/TGP > 3 mais sugestiva de Doença Alcoólica (96%) Pq a TGO esta 80% dentro das mitocôndrias, mas tbm é encontrada nos músculos e outros órgãos, como o alcool causa uma lesao mitocondrial , entao se tem a tgo mais acima que a tgp , quanto mais grave maior o tgo Definição e diagnóstico CLÍNICA DEFINIÇÃO–>Icterícia recente ± outros sinais de descompensação hepática (ascite,EPS) em pacientes com consumo abusivo de álcool Sinal principal: icterícia progressiva, geralmente associada a febre, cansaço, perda de peso e desnutrição. HISTOLOGIA –Esteatohepatite LABORATÓRIO –Neutrofilia –Hiperbilirrubinemia –AST >2 x LSN(limite superior da normalidade) e AST/ALT > 1.5–2.0 –Grave:prolongamento TP, hipoalbuminemia, e plaquetopenia (devido ao efeito mielotóxico do álcool e/ou a um hiperesplenismo secundário à hipertensão portal “transitória”. relação AST/ALT > 2 (sempre)Ana Paula Coutinho ATM 23 Maddrey DF→ primeiro escore e muito usado > 32 grave e indicação de tto MELD→ escore>20 : alto risco mortalidade em 90 dias GAHS: Score ≥9 + mDF ≥32: prognóstico ruim e benefício em uso de corticoides Lille: Escore is 0-1; escore of ≥0.45 indica a não resposta aos corticoides Tratamento programa multidisciplinar de tratamento do alcoolismo: (1) naltrexone, (2) acamprosato (3) baclofeno. A abstinência reverte a esteatose hepática e a esteatohepatite, podendo reverter também a cirrose alcoólica (fibrose) em suas fases iniciais. Doença hepática gordurosa não alcoólica. •Principal causa de hepatopatia crônica no mundo •Estados Unidos: segunda causa de transplante hepático •Estimativas de ser a primeira causa em 10 anos Excluir: • Consumo excessivo de álcool. (20g/dia mulheres e 30 g /dia homens • Infecção viral • Causas secundárias • De forma geral não se faz por biopsia nem por RM , mas por ultrassom , quando já tem uma quantidade de esteatose maior que isso.(mais do que 5% com esteatose) Esteatose simples: • Esteatose hepática • Sem lesão hepatocelular • Raramente fibrose • Baixo risco de progressão para cirrose e insuf hepática Esteatose não alcoólica • Lesão hepatocelular, com balonização dos hepatócitos e infiltrado inflamatório • Fibrose presente ou ausente • Maior taxa de progressão da fibrose, cirrose e CHC • Diagnóstico definitivo: biopsia hepática. DHGNA: Condições relacionadas: • Manifestação hepática da síndrome metabólica Avaliação da Gravidade da Hepatite Alcoólica • Diferentes modelos prognósticos com objetivo de identificar pacientes de alto risco e morte • Escore Lille: avalia resposta ao tto com corticóide Score Bilirubin PT/INR Creatinine/urea Leucocytes Age Albumin Change in bilirubin (Day 0 to 7) Maddrey DF* + + – – – – – MELD + + + – – – – GAHS + + + + + – – ABIC + + + – + + – Lille + + + – + + + DHGNA: espectros clinicopatológicos Esteatose Simples x Esteatohepatite não alcoólica Ana Paula Coutinho ATM 23 • o problema fundamental desses doentes, é a RESISTÊNCIA À INSULINA! Podemos separar a EHNA em duas etapas: (1) Acúmulo de gordura dentro da célula; (2) Desenvolvimento de inflamação. Esteatose é o resultado de um desequilíbrio entre a ENTRADA e a SAÍDA de lipídios no fígado! A preponderância da ENTRADA em relação à SAÍDA poderia ser explicada somente pela Resistência Insulínica • Aumento na captação hepática de lipídios; • Diminuição da betaoxidação. Então, tanto a causa (desbalanço entre TNF-alfa e adiponectina) quanto a consequência (resistência insulínica) concorrem para o desenvolvimento do acúmulo hepatocelular de lipídios, a Esteatose Hepática!!! - Desenvolvimento de inflamação Ácidos graxos em excesso são verdadeiras toxinas! A sobrecarga do citoplasma hepatocitário é capaz de ativar alguns sistemas enzimáticos, como a via da IKK-beta (Inhibitor Kappa-Kinase beta), que fosforila e ativa o fator de transcrição NFkB, que por sua vez se dirige ao núcleo e induz a célula a sintetizar TNF-alfa e Interleucina-6. O TNF-alfa em altos níveis dentro do fígado exerce uma série de efeitoslocais... O mais importante deles é a disfunção da mitocôndria, que em vez de oxidar os ácidos graxos (betaoxidação), começa a fazer a peroxidação destas substâncias. Ácidos graxos peroxidados são poderosas Espécies Reativas de Oxigênio (ERO)!!! São estas ERO que promovem o estresse oxidativo responsável pelo desenvolvimento de Esteato-Hepatite OUTRAS CAUSAS NÃO RELACIONADAS À SINDROME METABÓLICA: DHGNA e Obesidade Mórbida • Obesidade mórbida (OM) = IMC ≥ 40 Kg/m2 • Grande associação entre DHGNA e OM • Pacientes submetidos à CB: • DHGNA 65% a 90% • EHNA 15% a 70% (média 30%) • Cirrose 1% a 4% DHGNA: Mortalidade • Aumento da mortalidade geral • DCV • Neoplasias • Doenças hepáticas Em primeiro lugar, vamos relembrar os critérios diagnósticos dessa síndrome: São necessários três ou mais dos seguintes fatores: 1 - Glicemia de jejum > 100 mg/dl ou tratamento hipoglicemiante; 2 - HDL < 40 mg/dl (homens) ou < 50 mg/dl (mulheres) ou tratamento para HDL baixo; 3 - Triglicerídeos > 150 mg/dl ou tratamento para triglicerídeo alto; 4 - Obesidade central: cintura > 102 cm (homens) ou > 88 cm (mulheres); 5 - PA > 130 x 85 mmHg ou tratamento para HAS. Ana Paula Coutinho ATM 23 • Presença de fibrose : Preditor mais importante DHGNA: DIAGNÓSTICO DA ESTEATOSE HEPÁTICA • História clínica e • Métodos que permitem avaliar a presença (quantificação) de esteatose. • Invasivo: biópsia hepática • Não invasivo: • Imagem: (us, ct): sensibilidade limitada (esteatose moderada e grave). US mais indicado pelo custo e segurança. • Mascadores de estresse oxidativo: níveis plasmáticos de vit E, glutation peroxidase. • •Marcadores de inflamação: dosagens séricas de citocinas (TNF-alfa, adiponectinas; • •Marcadores de apoptose • •Todos sob investigação • •Inviáveis para a maioria dos centros • DHGNA: Diagnóstico da Fibrose Hepática •Biópsia Hepática (padrão – ouro) •Métodos não invasivos •Laboratoriais •Imagem • DHGNA: Avaliação Métodos Não invasivos Laboratoriais Acompanhamento do paciente • Para acompanhar os pc a gente vai estadiar dependendo do grau de fibrose, pq os ttos que existem para DHGNA nenhum é bom nem especifico para ela, mas eles são baseados nos pc com doença mais avançada • Primeiro: chegou um pc com esteatose-exame de imagem com esteatose-, tem fator de risco(obesidade, dm , síndrome metabólica), tem alteração de aminotransferases(sim ou não), excluir causas secundárias e consumo de álcool→ então esse pc tem DHGNA→o que fazer?excluir que ele tenha fibrose avançada → pq se ele tiver fibrose avançada pode ser que esteja candidato ao tto medicamentoso→ pois de forma geral todos os pc com DHGNA vão ter um tto prescrito comportamental • A gente calcula dois scores NAFLD e FIB-4, se eles derem baixo risco , ele terá baixo risco de fibrose então não necessita de nenhum método invasivo,so medidas comportamentais • Mas se o score der risco intermediário , bom os laboratóriais que esse pc pode ter um f3 ou f4 , fazer um método melhor , lançando mão de elastografia por exemplo, se ela der alto risco se parte para biopsia hepática , pq a biopsia vê a inflamação e o grau de fibrose (se faz isso para graduar pq mais de 25% das pessoas tem DHGNA e n da para fazer biopsia em todas) TRATAMENTO IMPORTANTE: • A DHGNA não é uma doença restrita ao fígado, mas uma das faces de uma patologia sistêmica com alta morbidade a longo prazo. • O tratamente é de difícil aderência, multifacetado e por toda a vida. • Evitar fast food e frutose, preferir a dieta do mediterrâneo • Perda de 7 a 10% do peso corporal • Atividade física (aeróbica + força) 5 x na semana x 50 minutos. • Foco na redução do RCV: manter hb glicada <7, TAG <180 e LDL < 130 • Drogas especificas em situações especiais (F2,F3,F4?) Ana Paula Coutinho ATM 23 Tratamento farmacológico • Pacientes com EHNA e particularmente naqueles com FIBROSE significativa > IGUAL F2 • Considerar tratar pctes com fibrose inicial e fatores de risco. Idade >50 anos, DM, SM, ALT (AUMENTAD) !! Chegou pc com uma possível hepatopatia crônica, o que eu preciso pensar? Quais são as causas principais,já fez sorologias para investigar vírus b e c, se ele tem fator para doença gordura, quais marcadores podem ajudar com o grau da fibrose; quando tiver com o cirrótico, como acompanha-lo, qual o prognostico dele
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