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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – UTFPR AUGUSTO CESAR FARIA FELIPE ANDRADE BIU DE FARIAS OS MALES DA INDUÇÃO TERRAPLANISTA LONDRINA 2020 2 AUGUSTO CESAR FARIA FELIPE ANDRADE BIU DE FARIAS OS MALES DA INDUÇÃO TERRAPLANISTA Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de Filosofia da ciência e da tecnologia do Curso de Engenharia Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná como requisito de nota parcial para o segundo semestre da Turma EQ21. Requerido pelo prof. Dr. Tiago Eurico de Lacerda. LONDRINA 2020 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................. Error! Bookmark not defined. 2 PROBLEMAS INDUTIVOS E A ORIGEM TERRAPLANISTA ................................................. 6 2.1 O PENSAMENTO TERRAPLANISTA E A CIÊNCIA ................................................... 11 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 14 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 16 4 1 INTRODUÇÃO Este estudo refere-se ao tema “O programa indutivista da ciência e a crítica ao indutivismo. Método indutivo, empirismo, positivismo lógico e problemas da indução’’. O filósofo Alan Chalmers, em seu livro O que é ciência, afinal? faz críticas às falas do programa indutivista sobre a ciência. Pois, segundo o programa indutivista, deve-se existir um questionamento se a ciência e seu método científico é segura e confiável, já que na grande maioria dos casos é aceita como verdade absoluta pela sociedade. O indutivismo sugere que através de um conceito chamado método indutivo, uma afirmação geral ou universal pode ser obtida após constatar-se um grande número de afirmações particulares. Ou seja, a indução seria um método de estudar a ciência, na qual, baseia-se em experimentos que passaram por diferentes condições e chegaram a mesma resultante, tornando-os assim, uma verdade. Durante séculos o método indutivo foi problematizado principalmente através do Empirismo1, que se fundamenta no princípio de que todas as ideias se originam da experiência sensível. Assim, o conhecimento verdadeiro buscado pela filosofia deve basear-se no conhecimento da natureza, obtido pela física experimental. Além disso, outra problematização seria dada pelo Positivismo lógico2, que restringe todo o conhecimento ao método científico, assim negando quaisquer valores que a metafísica apresentasse, ou seja, apenas verificações empíricas e formais seriam aceitas como formas de conhecimento válido. 1 Escola dentro da filosofia, que acredita que o conhecimento só pode vir através da experiência, por meio dos sentidos. David Hume, um dos maiores estudiosos do empirismo, diz que o conhecimento é fruto das impressões e articulação de ideias. Ele faz uma forte crítica à causalidade e a necessidade, dizendo que o ser humano percebe a causalidade devido ao hábito repetitivo dos fenômenos. 2 O Círculo de Viena teve um papel importante na defesa do empirismo lógico. Com base no critério da verificacionismo proposto por Rudolf Carnap, para que o conhecimento fosse considerado ciência, deveria ter como base o empirismo, e de acordo com o Círculo de Viena e as ideias propostas por Carnap, esse conhecimento deveria ser passível de verificação. 5 Chalmers também comenta sobre a ingenuidade do indutivista que considera o método científico como falho, já que tira toda subjetividade das afirmações particulares, e assim sendo impossível - através do método científico -, colocar as afirmações particulares no mesmo patamar das afirmações universais. A questão da pesquisa será uma associação do tema principal e suas ramificações com uma polêmica enfrentada nos dias de hoje, o Terra Planismo. Utilizando da problematização da indução, os terraplanistas serão estudados como indutivistas contemporâneos, e os problemas que esse tipo de “pseudociência” serão apontados. 6 2 PROBLEMAS INDUTIVOS E A ORIGEM TERRAPLANISTA Durante toda história humana, o terraplanismo foi considerado pela grande maioria esmagadora como uma teoria “arcaica” sobre como é o formato da Terra. Esse pensamento tem sua origem na Grécia antiga, onde se acreditava no formato de tigela invertida sustentada por ar. Poetas gregos como Homero (928 a.C.) e Hesíodo (750 a.C.) acreditavam nessa teoria. Além da poesia, na filosofia temos Anaxímenes (588 a.C.), Anaxágoras (500 a.C.) e Demócrito (160 a.C.). Em contrapartida e em maioria, existiam pensadores do mesmo período que apoiavam a teoria esférica; Pitágoras (570 a.C.), Parmênides (530 a.C.), Empédocles (495 a.C.) e muitos outros. Aristóteles (385 a.C.) procurou evidências para provar a esfericidade da Terra, baseou-se no estudo do movimento dos corpos como o do eclipse lunar. ...a forma curva do eclipse é resultante da interposição da Terra e, portanto, essa deveria ter a superfície curva e forma esférica. Além disso, a partir de observações de algumas estrelas no Egito, na vizinhança de Chipre, que não podiam ser vistas na região norte e vice- versa, mostrava que a Terra não apenas tinha superfície curva, mas que também era uma esfera não muito grande. Ainda, apresentou argumentos que cada porção da Terra tendia para o centro e por compressão formaria uma esfera (ARISTÓTELES, 1922, p. 76). Com isso, Aristóteles apresentava experimentações e argumentos fisicamente provados para se comprovar ainda mais a esfericidade terrestre. Eratóstenes (276 a.C.) foi conhecido por seu trabalho pioneiro na determinação do raio da terra, além da determinação da inclinação do eixo terrestre, provou com dados matemáticos que a terra é esférica. Eratóstenes nasceu em Cirene, Grécia, e morreu em Alexandria, Egito, no terceiro século a.C. Ele era bibliotecário-chefe da famosa Biblioteca de Alexandria, e foi lá que ele encontrou, num velho papiro, indicações de que ao meio-dia de cada 21 de junho na cidade de Assuã(ou Syene, no grego antigo) 800 km ao sul de Alexandria, uma vareta fincada verticalmente no solo não produzia sombra.(COSTA, 2000). 7 A difusão do pensamento terraplanista nas sociedades mais antigas era muito insignificante comparada aos dias de hoje. Mesmo não dispondo de tecnologia e teorias científicas importantes capazes de quebrar o paradigma da terra plana; como a lei da gravitação universal, postulada por Isaac Newton em 1687. Jeffrey B. Russel foi um importante historiador que buscou encontrar a origem e a culpa pela, pequena porém existente, divagação desse pensamento que foi associada ao cristianismo por anos. Em um resumo escrito para a American Scientific Affiliation Conference, Russel diz; “É Preciso estabelecer que, com raríssimas exceções, nenhuma pessoa educada na história da Civilização Ocidental do terceiro século a.C. em diante, acreditava que a terra era plana” (RUSSEL, 1997). Com essa afirmação, Russel assume que estudos feitos na antiguidade já eram suficientes para colocar todo o terraplanismo abaixo. Mas, durante toda história, houveram vários outros acontecimentos que enterraram ainda mais essa crença. Como a chegada de Colombo até as américas (1492 d.C.), ou até mesmo a primeira volta ao globo terrestre feita por Fernão de Magalhães (1519 d.C.). Todo o estudo histórico feito por Russel foi para colocar um fim na crença de que exista alguma relação entre terraplanismo e religião. Alguns antropólogos como Eugenie Scott acreditavam em “teologia extrema bíblico-literalista; onde a terra é plana porque a bíblia diz que é plana,independente do que a ciência nos diz”. Mas, além desse pensamento ser muito bem contestado por Russel, a relação da religião com o terraplanismo não será o objeto de estudo. Mesmo após inúmeras constatações científicas e experimentais, ainda restavam pessoas que acreditavam na terra plana. E com isso, no ano de 1956, o inglês Samuel Shenton fundou a “Sociedade da Terra Plana”. A “Sociedade da Terra Plana”, além de afirmar que o terraplanismo não tem ligação alguma com qualquer divindade, apresentou inúmeras respostas 8 para perguntas com o propósito de refutar o plano terrestre. E com essas afirmações, a sociedade se adequou perfeitamente ao indutivismo em prática. No fórum oficial da “Sociedade da Terra Plana” é possível encontrar com facilidade o método indutivo em sua mais pura funcionalidade. Na aba “experimental evidence”, são listadas várias experimentações que hipoteticamente comprovam a terra plana. Uma delas, a “Experiência de nível do rio Bedford” é bem famosa entre os terraplanistas, e segundo a definição do fórum, cai perfeitamente no método indutivo; Os clássicos experimentos sobre a convexidade da água na Terra planam foram descritos no livro Earth Not a Globe, de Samuel Birley Rowbotham. Rowbotham morava perto de um canal de rio e realizava o experimento várias vezes durante um longo período de tempo. O canal do rio Bedford é um canal artificial que foi selecionado como local mais ideal para os tipos de experimentos realizados devido às passagens estreitas e baixa perturbação da superfície da água. (THE FLAT EARTH SOCIETY, 2019, [Tradução Nossa]). O método indutivo é claramente aplicado nos experimentos do rio, pois é constatado um grande número de afirmações particulares (os experimentos com o canal são feitos durante vários anos), com o intuito de, através dos resultados obtidos, uma afirmação geral ou universal ser confirmada (a teoria da terra plana). Qualquer experimento descrito no “The Flat Earth Society” também cai facilmente numa problematização empírica. Por mais que os dados sejam obtidos através da experiência sensível, David Hume prescreve em meados do século XVIII o problema humeano da indução. Segundo Hume, é importante uma clara distinção de bons e maus hábitos indutivos. Consequentemente, o método indutivo é uma conclusão incerta e tem certo grau de probabilidade de acerto ou não. Em seu livro, Tratado da Natureza Humana (1739) é afirmado que os resultados probabilísticos são totalmente dependentes de hábitos da mente e não tem ligação com a experiência real. Em seu livro, Hume afirma que; Quando a mente, portanto da ideia ou impressão de um objeto para a ideia ou crença de outro, não é determinada pela razão, mas por certos princípios, que associam as ideias desses objetos e os unem na imaginação. (HUME, 2009, p. 121) 9 Em vista disso, Hume assume que a imaginação tem forte ligação com a inferência indutiva, e não a razão. Em seu outro livro, Investigação sobre o entendimento humano (1748), volta a falar dos hábitos da mente; Se não é um argumento que obriga a mente a dar este passo, ela deve estar sendo conduzida por algum outro princípio de igual peso e autoridade, e esse princípio preservará sua influência por todo o tempo em que a natureza humana permanecer a mesma. Descobrir qual é esse princípio pode muito bem recompensar todas as dificuldades da investigação. (HUME, 2004, p. 73) O princípio citado é na verdade o tal hábito criado pela mente. Basicamente, se uma pessoa viu um objeto ou presenciou algum evento que é semelhante ou sequente a algo, a mente acostuma-se a esperar que aconteça uma regularidade semelhante no futuro. Com isso, a indução é vista como algo que tem chance de acontecer já que nossa mente se habituou a esperar resultados que já aconteceram no passado. Assumindo que o problema humeano diz que a indução não tem relação com a razão, e sim com hábitos criados em nossa mente, ainda é possível uma clara associação ao positivismo lógico. Adentrando ao positivismo lógico, existe um conceito chamado princípio da verificação, onde apenas declarações verificáveis através de uma observação direta são significativas. Melhor dizendo, todo conhecimento é restringido à ciência, e ocorre uma negação de todo valor da metafísica enquanto tal. Com isso, associando diretamente com os estudos de Hume, o método indutivo é falho já que é dependente de hábitos que não condizem com a razão e sim com a metafísica, como é o caso do hábito da imaginação descrito anteriormente. Por isso, o livro que descreve os experimentos, Earth Not a Globe, traz a visão do autor que é totalmente duvidosa e parcial nesse assunto, além de negar a validez de visões contrárias e contestações sobre os experimentos. Isto é, existe uma completa subjetividade por parte do autor ao falar sobre os experimentos descritos no livro, já que o próprio é um crente do terraplanismo e 10 usa totalmente da metafísica em suas observações. Deste modo, para Chalmers, Samuel Birley Rowbotham - autor do livro - cai perfeitamente no exemplo do indutivista ingênuo. Chalmers ainda comenta de o problema sobre a observação ser o único e maior recurso indutivista para qualquer tipo de comprovação. Ele aponta que uma parte da nossa visão é influenciada pela nossa atual consciência, que tem forte ligação com nossa formação cultural ou até mesmo nossos conhecimentos mundanos. E com isso, a ideia de um autor terraplanista, com o propósito de validar suas observações através de repetições indutivas, tem de enfrentar mais um problema; sua própria formação atuando contra os princípios do método científico. 11 2.1 O PENSAMENTO TERRAPLANISTA E A CIÊNCIA Para o entendimento acerca da terra planismo é necessário um estudo, mesmo que fantasioso, sobre como funciona o modelo da Terra plana. Tal concepção, começa com a aceitação de que a Terra é envolvida por um domo que abrange sol e lua, além dos continentes e oceanos. Fora isso, o domo isola todo o restante do universo e nada pode sair nem entrar. Os oceanos e continentes não são segurados pela gravidade, como aponta a física newtoniana, mas sim por uma borda de gelo que seria a Antártida. Essa borda de gelo é controlada pelo Tratado da Antártica, que segundo terra planistas, forças militares que são controladas por um complô entre líderes mundiais impedem que qualquer pessoa se aproxime. Nesse viés, a gravidade que é totalmente desacreditada é na verdade uma força misteriosa que puxa a terra para cima com aceleração constante de 9,8 m/s, como se fosse um elevador. Esse não é o único modelo de Terra Plana que se pode encontrar, existem alguns modelos diferentes que já foram descritos, pois esse “conhecimento” vai mudando de pessoa para pessoa conforme esse movimento cresce nas redes sociais. Mas acima de tudo, existe um consenso entre esse grupo de que a Terra globo defendida pela ciência é uma completa mentira. Empresas que divulgam conhecimento astronômicos como fotos da Terra, na verdade fazem parte de uma grande conspiração feita por governos de países e agências espaciais. Existem várias supostas explicações sobre os fenômenos astronômicos e climáticos que acontecem na Terra plana, mas seria um total desserviço tal aprofundamento, assim como qualquer assunto que envolva terraplanismo. Mas mesmo assim, como é possível todo esse movimento ganhar força na era da informação? Mesmo depois de inúmeros cientistas, historiadores, filósofos e entre outros divulgadores de ciência se aprofundarem por anos com o intuito de provar a esfericidade da Terra, ainda assim resta uma parcela de pessoas que desacreditam e divulgam falácias sobre tudo o que a ciência já provou. 12 Mesmo que tanto existam sites que possuem amplos argumentos e embasamentocientífico para se diluir a crença, também existem influenciadores que são capazes de fazer com que esse tipo de desinformação tenha um longo alcance. O próprio “The Flat Earth Society” já é um dos grandes nomes, além de possuir quase 100 mil seguidores e uma conta verificada no Twitter, ele possui um fórum bem movimentado com discussões diárias. Ademais, notórios nomes da cultura pop e do mundo dos esportes contribuem para a divagação dessa crença, a origem dessas celebridades mais influentes é norte americana, local onde o movimento cresceu rapidamente via Youtube. Aqui no Brasil, nosso maior divagador é um youtuber chamado Jota Marthins, que possui um canal chamado “Sem Hipocrisia” com quase 140 mil inscritos. Certamente, os números assustam qualquer um que nunca procurou se informar sobre esse problema que cresce diariamente. No Brasil, um simples canal do Youtube foi capaz de influenciar uma boa parte de todo movimento terraplanista. Segundo pesquisas oficiais do Datafolha, cerca de 11 milhões de brasileiros acreditam que a Terra é plana, essa quantia de pessoas pode não parecer, mas é extraordinariamente problemática. Ainda mais, em meio a crises políticas de ampla divagação de Fake News em que vivemos, isso tudo só tem contribuído cada vez mais na forma em que as pessoas aceitam e repassam qualquer tipo de informação que corre nas redes sociais. O psicólogo e historiador Michael Shermer comenta sobre o negacionismo da ciência por parte dessas pessoas e diz que; o método científico, além de ser o motor que deve mover a humanidade através da ciência, pode chegar a três tipos de verdade: a verdade subjetiva; a verdade subjetiva que pode um dia se tornar objetiva; e a verdade objetiva, inquestionável por ser observável. O terraplanismo, se encaixa na verdade objetiva, pois refuta verdades já discutidas pela ciência, e isso se deve graças ao obscurantismo, na qual um meio informativo traz consigo essa desinformação. 13 Sempre foi um assentimento humano de que as coisas podem ser usadas para o bem ou para o mal, e a internet e toda sua informação de fácil e rápido acesso não fica fora disso. As redes sociais são o principal agente para a formação de não só o obscurantismo no Brasil, mas também ideologias deturpadas e preconceitos. Com tudo, existe um risco eminente de algumas crenças obscurantistas influenciarem até em decisões governamentais, já que existem governos que promovem iniciativas baseadas em desinformação, e assim acabam desamparando todo o progresso de uma nação. Felizmente a civilização humana não está lidando com isso pela primeira vez, já houve desinformação em outras épocas e de outras formas, mesmo que em menor escala. E a melhor solução para toda essa problemática é sempre acreditar na ciência. O papel da ciência é fundamental para a extinção de toda essa balbúrdia, e a busca constante de trazer a verdade para o senso comum é sua principal vertente. Ademais, qualquer tipo de investimento - por parte de um governo - em conscientização e educação, também é necessário. A única verdade que liberta é a ciência, e caso mudanças para se repelir todo tipo de “pseudociência” ou obscurantismo não ocorra, nós estamos fadados a repetir os mesmos erros do passado. 14 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pela observação dos aspectos analisados, é totalmente nítido que existe uma completa associação dos métodos indutivos com toda formulação da teoria terraplanista. Já que fica de fácil entendimento que o uso de todos os processos indutivos é utilizado para uma possível transformação dessa “pseudociência” em uma afirmação universal. Fora isso, também são apontados os problemas da indução cometidos por aqueles que têm maior referência nesse meio. Depois de muito aprofundamento sobre problemas do indutivismo, também é importante salientar que os métodos de questionamento que foram utilizados em relação às afirmações particulares apresentadas têm o objetivo de derrubar qualquer tipo de farsa. Já que na ciência moderna o método científico é utilizado como base para tudo. Ainda, é totalmente necessária uma conscientização, feita por pessoas minimamente mais instruídas no assunto, para a quebra não só do arquétipo de terraplana, mas também de todo esse obscurantismo divagado e presente na atual sociedade. Ou seja, é preciso lutar diariamente contra todo tipo de desinformação que é compartilhado na internet. Além disso, mesmo com todas as falácias divulgadas por terraplanistas, existe um ponto positivo nesse nicho. O ponto é que quando se é criança, apenas é dito a ela que a Terra é esférica e fim. Com isso, nessa idade, não ocorre nenhum questionamento, mas ao passar dos anos algumas pessoas começam a questionar essa afirmação que foi praticamente imposta. E esse papel de se questionar não é ruim, na verdade é um dos pilares da ciência, além de se enquadrar no método do científico. Talvez, se para essas crianças não tivesse sido imposto e sim explicado, existiriam bem menos pessoas acreditando nessa teoria, já que não seria necessário esse questionamento que já foi feito e provado no passado. 15 A sociedade sempre deve crer fielmente na ciência e no seu método científico, já que através disso todo o progresso conhecido foi possível. No ramo acadêmico, utiliza-se com muita frequência o método científico, principalmente no ramo das ciências exatas, como é o caso da Engenharia Química. Toda fundamentação feita por engenheiros químicos utiliza do método científico, onde são feitas observações com fatos e hipóteses que se verificáveis e implicam em mais experimentos com o objetivo de uma provação e por fim uma conclusão. 16 REFERÊNCIAS ARISTÓTELES. On the heavens. Tradução de John Leofric Stocks. At the Clarendon Press, Oxford, 1922. COSTA, José Roberto V. Eratóstenes e a circunferência da Terra. In.: Astronomia no Zênite, jul. 2000. Disponível em: https://www.zenite.nu/eratostenes-e-a-circunferencia-da-terra/ Acesso em: 10 out. 2020. HUME, David. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. Tradução de José Oscar de Almeida Marques. 1. ed. São Paulo: Ed. da Unesp, 2004. HUME, David. Tratado Da Natureza Humana: uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais. Tradução de Déborah Danowski. 2. ed. São Paulo: Ed. da Unesp, 2009. RUSSEL, Jeffrey Burton. The Myth of the of the Flat Earth. In: Christian faculty forum. 4 de Agosto, 1997. Disponível em: http://www.veritas- ucsb.org/library/russell/FlatEarth.html Acesso em: 10 de out. de 2020. THE FLAT EARTH SOCIETY. Experimental Evidence: The Bedford Canal Experiments. In: The Flat Earth Society. Disponível em: https://wiki.tfes.org/Experimental_Evidence Acesso em 12 de Out. de 2020 https://www.zenite.nu/eratostenes-e-a-circunferencia-da-terra/ http://www.veritas-ucsb.org/library/russell/FlatEarth.html http://www.veritas-ucsb.org/library/russell/FlatEarth.html https://wiki.tfes.org/Experimental_Evidence
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