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Resenha Crítica - Trabalho de Psicologia Social II

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CAMPUS SANTA CRUZ 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
IRACEMA SOARES BATISTA DOS SANT 
 MAT.:201802049169 
TURMA: 1004 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RIO DE JANEIRO 
SETEMBRO 
IRACEMA S. B. DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade 
apresentada ao Curso de Psicologia 
 da Universidade Estácio de Sá – UNESA, como requisito 
para obtenção de nota na disciplina 
Psicologia Escolar- Sob a orientação 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
 SETEMBRO DE 2020 
 RESENHA CRÍTICA 
PSICOLOGIA E POLÍTICA 
A PRODUÇÃO DE VERDADES COMPETENTES 
CECÍLIA Mª B. COIMBRA 
Este artigo se propõe a pensar como vem sendo produzida a dicotomia Psicologia e Política em cima, 
principalmente, de um viés: o da produção de verdades. Inicialmente, levantam-se questões relativas 
à construção dos objetos, sujeitos e saberes que estão no mundo, não como se tivessem uma 
natureza, uma essência, mas enquanto produções históricas advindas das diferentes práticas sociais. 
Para isto, recorre-se à M. Foucault e sua concepção de História. A seguir, ainda em cima das 
contribuições de M. Foucault e de A. Gorz aponta-se uma das gêneses dos chamados especialismos 
técnico-científicos através da divisão social do trabalho no mundo capitalístico, a produção dos 
“saberes dominantes” e “dominados” e os efeitos em termos de produção de subjetividades daí 
advindos. Finalizando, são pontuadas algumas questões relativas às práticas dos profissionais “psi”, 
enfatizando-se a superação dos binarismos, das dicotomias tão presentes em nosso mundo, como a 
que encontramos entre Psicologia e Política, por exemplo. 
 Palavras-Chaves: Verdade – Especialismos – Produção de Suibjetividade 
A o trazer do texto do texto original esse resumo, o faço para dar reforço a voz da autora, que traz 
consigo verdades difíceis de ouvir nos dias de hoje, ao trazer contribuições de Focault e de A.Gorz, 
torna o texto mais rico no conhecimento, mais informados e abrem o nosso entendimento para 
“verdades” que estão sendo faladas não é de hoje , por pessoas competentes, o que faz com que, 
devamos dar a estes a atenção devida, ao menos, senão na mudança, na leitura das palavras aqui 
contidas! 
“(...) o intelectual não é, portanto, “o portador de valores universais”; ele é alguém que ocupa uma posição específica, 
mas cuja especificidade está ligada às funções gerais do dispositivo de verdade em nossas sociedades. Em outras 
palavras, o intelectual tem uma tripla especificidade: a especificidade de sua posição de classe (...); a especificidade de 
suas condições de vida e de trabalho, ligadas a sua condição de intelectual (...); finalmente, a especificidade da verdade 
nas sociedades contemporâneas. É então que sua posição pode adquirir uma significação geral, que seu combate local ou 
específico acarreta efeitos, tem implicações que não são somente profissionais ou setoriais. Ele funciona ou luta ao nível 
geral deste regime de verdade, que é tão essencial para as estruturas e para o funcionamento de nossa sociedade. Há um 
combate “pela verdade” ou, ao menos, “em torno da verdade” (...)” (FOUCAULT. M. ,1988: 13) 
Em cima do texto destacado dos escritos de Focault, ela vai iniciar o seu discurso, destacando o 
conceito de Psicologia e Política e da dicotomia entre ambos. 
É um impacto para nós enquanto estudantes de psicologia, pois ela aborda um tema que vem na 
contra mão de toda estrutura de conhecimento que nós é ofertado, é um choque inicial, seguido de 
de estranheza, pois estamos sendo preparados para atuar em uma profissão que é potência para a 
mudança, mas, ainda somos agentes construídos e constituídos apenas de fala. 
Novamente, recorrendo a Foucault (1988), percebemos que os saberes, compreendidos como 
materialidade, práticas e acontecimentos, são dispositivos políticos articulados com as estruturas 
sociais. Na construção da fala aqui descrita, ela nos afeta. É de uma clareza essa fala, pois ela é muito 
atual, hoje ainda os saberes são “dispositivos políticos articulados com as estruturas sociais”, há uma 
verdade tão lúcida nessas palavras que seria imperdoável não destacá-la, e não vê-la. 
 “ os conhecimentos inscrevem-se nas condições políticas, que são aquelas onde se formam o sujeito 
e os diferentes domínios de saber. As chamadas ciências e técnicas trazem, com isso, claramente as 
marcas das relações capitalísticas de produção e da divisão capitalística que separa radicalmente 
trabalho intelectual e manual, negando e impedindo que os trabalhadores continuem produzindo 
saberes e se tornem capazes de determinar o uso que será feito deles”. 
A autora, vai fazer através de uma viagem no túnel do tempo entender século XVIII, nos dar uma 
visão de como as perdas de posições ocorrem, vai nos clarificar e mostrar a introjeção do domínio 
científico, a chamada teoria dita “científica” e de como as palavras fragmentação, fiscalização, 
hierarquização, disciplinarização, posicionando “os técnicos” como protagonistas em uma história 
que pode até ter sido através do domínio , legitimada por eles, mas que não fora escrita por eles. 
Aqui há que lembrar como a concentração dos operários nas fábricas e sua separação em tarefas 
especializadas, em meados do século XVIII, deu-se para que o capital pudesse exercer um melhor 
controle sobre o processo de produção. Posteriormente, com Taylor e Ford, este processo de 
fragmentação, fiscalização, hierarquização e disciplinarização atingiu seu apogeu, legitimado por uma 
teoria dita “científica”: a administração científica do trabalho. Assim, para que houvesse um melhor 
controle do processo de produção pelo capital, foi necessário que o trabalhador perdesse não 
somente a propriedade dos meios de produção (seus instrumentos de trabalho), mas também que 
houvesse um maior controle sobre o funcionamento desses meios. Entraram em cena os técnicos 
que, segundo Gorz (1980: 83), constituem 
“(...) um pessoal que, tecnicamente, a fábrica poderia dispensar, mas cuja função política consiste em perpetuar a 
dependência dos operários, sua subordinação, sua separação dos meios e do processo de produção. A função da 
hierarquia na fábrica, em última análise, é subtrair ao controle operário as condições e as modalidades do 
funcionamento das máquinas, tornando a função de controle uma função separada. Somente desse modo, os meios e o 
processo de produção podem apresentar-se como potência estranha, tornada autônoma, exigindo submissão dos 
trabalhadores.” 
Jamais havia olhado para essa parte da histórica com tamanha estranheza, sim, determinados fatos 
nos passam despercebidos se vierem embutidos e escondidos como fatos históricos, minha atenção 
foi despertada para tantas outras questões, aqui o tema : “Especialistas, Saberes Dominantes e 
Dominados” certamente se aplica, uma “potência estranha”, se apossa de um ambiente que não lhe 
é comum e o domina, sem se importar nem mesmo com a sua opinião e o domina. 
Com isso, os operários ficam reduzidos a executar tarefas monótonas, isoladas entre si, das quais não vêem o sentido, 
passando a lidar com os instrumentos de trabalho e com os resultados da produção social como forças desconhecidas que 
escapam ao seu controle e os subjugam ( Cecília Coimbra) 
A segunda função das instituições de seqüestro é a de controlar os corpos, “fazendo com que o corpo 
dos homens se torne força de trabalho” (FOUCAULT, M. 1996: 119). 
E a terceira função – a que nos interessa mais diretamente para que possamos entender melhor a 
questão da produção de verdades – é o seqüestro do saber dos sujeitos. Foucault (1996) chama a 
isto de “poder epistemológico”, a função de extrair os saberes produzidos por certas práticas. 
Chama a atençãopara o saber/poder seqüestrado do operário, e os demais saberes expropriados do 
louco, do escolar, etc. No primeiro, como já afirmou Gorz (1980), pouco a pouco o trabalho do 
operário é assumido através de certo saber da produtividade ou um certo saber técnico da produção. 
“Vemos, portanto, como se forma um saber extraído dos próprios indivíduos, a partir do seu próprio 
comportamento” (Idem: 121). 
Aqui a autora, vai aos pouco nos situando indicando o caminho desenhado ao longo do texto, pois 
por direcionamento do tema, está nos comunicando a forma como entende toda essa temática e 
reage. Escrever este texto é uma reação, que tem a intenção de provocar o debate e trazer o 
entendimento para essa questão que tem atravessado os tempos, que tem percorrido um longo 
caminho, que é atual, que nos afeta e quem sabe possa também nos despertar. 
 Há, entretanto, um segundo saber/poder que nasce da observação dos sujeitos, “da sua 
classificação, do registro e da análise dos seus comportamentos, da sua comparação”. Ao lado 
daquele primeiro saber/poder chamado de “tecnológico”, há outro: o de observação. Saber de certa 
forma clínica, do tipo da psiquiatria, da psicologia, da psico-sociologia, da criminologia, etc. Assim, 
são extraídos dos próprios sujeitos seus saberes, produzidos por eles em suas práticas, e este 
conhecimento será retranscrito e acumulado segundo novas normas. “O saber psiquiátrico se 
formou a partir de um campo de observação exercida prática e exclusivamente pelos médicos 
enquanto detinham o poder no interior de um campo institucional fechado que era o asilo, o hospital 
psiquiátrico. Do mesmo modo, a pedagogia se formou a partir das próprias adaptações da criança às 
tarefas escolares, adaptações observadas e extraídas do seu comportamento para tornarem-se 
Ainda sobre o assunto consultar GORZ, A. Crítica Da divisão Social do Trabalho – SP, Martins Fontes, 
1980. 7 em seguida leis de funcionamento das instituições e forma de poder exercido sobre a 
criança”(FOUCAULT, M. 1996: 122). 
Nos trechos descritos acima a autora, chama a nossa atenção para o controle dos corpos”, controle 
dos métodos de observação, controle das análises do comportamentos...fazendo com que os 
homens se tornem força de trabalho, chama a atenção para o saber/poder sequestrado do operário, 
e os demais saberes expropriados do louco, do escolar, etc. 
São, sequestros que são denunciados ao longo do tempo, e quem é que não os escuta, quem é que 
não registra essa ocorrência e torna a busca, a procura, a denúncia legítima? A quem não interessa 
ouvir essa voz, o tinir desse sino, o barulho dessas palavras que trazem consigo a força de reagir a 
essas questões e chamar a atenção para uma situação que é real, pouco discutida, mas é real. 
Se entendermos Psicologia, assim como Política, não em cima desses modelos hegemônicos pelos 
quais nos guiamos, mas como produções históricas, como territórios não separados, mas que se 
complementam e se atravessam constantemente, poderemos encarar nossas práticas não como 
neutras, mas como implicadas no e com o mundo. Aqui, é importante para nós a noção de 
implicação, ferramenta advinda da análise institucional francesa, que vai se opor à posição neutro-
positivista e nos vai trazer a figura do “intelectual implicado”. 
Este, além de analisar suas contra-transferências, as implicações de suas pertenças e referências 
institucionais, coloca em análise o lugar que ocupa na divisão social do trabalho, do qual é um dos 
legitimadores. Portanto, analisa o lugar que ocupa nas relações sociais em geral e não apenas no 
âmbito da intervenção que esteja realizando; os diferentes lugares que ocupa no cotidiano e em 
outros locais de sua vida profissional; em suma, na História. 
É como afirma Lourau (1977:.88) “Estar implicado (realizar ou aceitar a análise de minhas próprias 
implicações) é, ao fim de tudo, admitir que eu sou objetivado por aquilo que pretendo objetivar: 
fenômenos, acontecimentos, grupos, idéias, etc. Com o saber científico anulo o saber das mulheres, 
das crianças, dos loucos - o saber social, cada vez mais reprimido como culpado e inferior” (grifos 
meus). 
Ainda segundo Lourau (1977), trata-se de encontrar formas de analisar nossas implicações para que, 
em cada situação, possamos nos situar nas relações de classe, nas redes de poder, em vez de nos 
fixarmos, nos cristalizarmos numa posição que chamamos de “científica”. Assim, se entendemos os 
objetos, saberes e sujeitos como produções históricas, advindos das práticas sociais; se aceitamos 
que os especialismos técnico-científicos surgidos da divisão social do trabalho no mundo capitalístico 
têm tido como função a produção de verdades absolutas e universais e a desqualificação de muitos 
outros saberes que se encontram neste mesmo mundo; se achamos importante em nossas práticas 
cotidianas a análise de nossas implicações, assinalando o que nos atravessa, nos constitui e nos 
produz, e o que constituímos e produzimos com essas mesmas práticas, negaremos os binarismos, as 
dicotomias, as exclusões. Se estas ferramentas são por nós utilizadas, não oporemos teoria/prática, 
saber/poder, indivíduo/sociedade, macro/micro, interior/exterior, Psicologia/Política, etc e sim os 
comporemos, os juntaremos. Eles não se excluem, não se separam; ao contrário, atravessam-se e 
estão em contínua troca, revezando-se infinitamente. 
Finalizo aqui, minha crítica em concordância com o texto, agradecendo a autora desse artigo, Cecília 
Coimbra, pela oportunidade de ao ler este texto, analisar de qual lugar é a nossa fala enquanto 
estudantes de psicologia, futuros representantes e profissionais nessa área, analisar o lugar que 
ocupo, entendendo que fazemos parte da História, que estamos implicados, afetados e como diz: 
minha professora lindona Flavianny, uma das minhas fontes inpiradoras, muito de sua fala está 
expressa palavras aqui escrita, demonstrando assim o quanto absorvemos de seus ensinamentos e 
o quanto nos espelhamos e somos atravessados por sua forma de compartilhar conhecimento com a 
responsabilidade de devolução. É dela a fala provocativa com a qual finalizo essa resenha! 
“ Ao sermos afetados, devemos tomar um a atitude e afetar de volta” 
GRATIDÃO!

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