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Resenha dos vídeos- Mito da Periculosidade e as Medidas de Segurança; - Arqueologia da Periculosidade como Medida de Segurança para o Louco Infrator Haroldo Caetano.

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FACULDADE CATÓLICA DE RONDÔNIA
Disciplina: Estágio Básico - Psicologia Social II
Docente: Zeno Germano De Souza Neto
Discente: Raiany de Sousa Aguiar Sodré
Resenha dos vídeos:
- “Mito da Periculosidade e as Medidas de Segurança”;
- “Arqueologia da Periculosidade como Medida de Segurança para o
Louco Infrator – Haroldo Caetano”.
No vídeo “Mito da Periculosidade e as Medidas de Segurança” é narrado – pelo
psicólogo Nasser Haidar Barbosa – a história de três homens na qual o
psicólogo teve a oportunidade de atender.
● Adão foi vítima de violência física e sexual em sua própria casa quando
criança. Após isso, foi levado ao brigo e depois, adotado. A família
adotiva não deu conta de criá-lo e logo passou a viver em situação de
rua, onde cresceu e começou a utilizar drogas. Começou a cometer
alguns crimes e passou alguns anos preso. Após sair, usou todo o
dinheiro da aposentadoria para utilizar drogas, como o crack. Pelo uso
exagerado das substâncias químicas, foi acolhido pelo CAPS.
● Rafael cometeu homicídio após um surto. Matou sua mãe a marteladas
e passou pelo sistema penitenciário. Depois de muito investimento,
tornou-se um violinista.
● Giovani, morador de rua desde criança, tem problemas na família – pai
alcóolatra e órfão de mãe – sofre de deficiência intelectual. Passou por
medidas educativas e por abrigos. Foi internado por 7 anos após
quebrar os vidros do CAPS. Depois de ser abandonado durante uma
greve do Município, volta a danificar outro CAPS.
Os casos do Psicólogo retratam as dificuldades que estas pessoas enfrentam
no seu quotidiano, circunstâncias que as levam a serem rotuladas como
“perigosas”. No entanto, as narrativas mostram como o próprio Estado, que
visa ajudar infratores com ou sem doença mental ou condição cognitiva que
prejudique sua capacidade mental, pode ser perigoso por ser também uma
violação de direitos.
Segundo a psicóloga, as pessoas se recuperam e recuperam suas vidas não
como resultado dos serviços governamentais, mas apesar deles. As três
histórias também devem nos levar a considerar a saúde mental dos
profissionais de saúde que devem atender a esse público dentro das restrições
impostas pelo governo.
A partir das obras expostas, podemos perceber como a sociedade em que
vivemos é construída sobre essa lógica binária de subalternidade, resultando
em um sistema de serviço brutal que explora tanto seus agentes quanto as
pessoas que deveriam se beneficiar dele. Muitas vezes, perde-se a capacidade
de lidar com a subjetividade, com o “outro”, e os direitos humanos são
revogados.
O vídeo “Arqueologia da periculosidade como medida de segurança para o
Louco Infrator” relata sobre como Leonardo Pareja – Promotor de Justiça de
Goiás – faz uma apresentação sobre a história do conceito de periculosidade
no sistema de justiça criminal. Ele mostra como o conceito de periculosidade
surgiu com a Escola Positivista de Direito Penal, ainda no século XIX, com o
surgimento da ciência que acompanhou o Positivismo.
Os estudos científicos de César Lombroso e outros divulgaram a crença de que
é possível identificar um potencial criminoso com base em características
físicas e psicológicas, bem como intervir preventivamente para evitar que esse
indivíduo cometa crimes, crença que fundamenta o princípio da defesa social,
segundo o qual é responsabilidade do Estado.
Apesar das críticas posteriores aos estudos e conclusões de Lombroso, bem
como de outros autores que seguiram seus passos, o conceito de
periculosidade estava firmemente estabelecido tanto no direito penal quanto no
senso comum. Em princípio, valia se aplica a todos os tipos de criminosos;
mas, no Brasil, só se aplica aos infratores desde 1984. Como conceito jurídico,
está sujeito à vontade do legislador, que pode alterá-lo a qualquer momento, o
que confere caráter subordinado à noção de periculosidade. Além disso, se
considerarmos que todos nós somos potencialmente perigosos, ou seja, que
todos temos certas “propiciadoras” ou “estressoras” que não temos, podemos
concluir que todos somos potencialmente perigosos.

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