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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
 
Aline Rodrigues Bianchi Guinao 
Ana Daniele Leão Batista 
Maria Fernanda Silva Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA MODALIDADE ONLINE EM TEMPOS DE 
PANDEMIA: A DIFICULDADE NO ENSINO À CRIANÇA COM 
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISMO 
 
 
 
 
 
 
Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso – vídeo: https://youtu.be/FF6G_ejieJs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lins - SP 
2021
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
 
Aline Rodrigues Bianchi Guinao 
Ana Daniele Leão Batista 
Maria Fernanda Silva Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA MODALIDADE ONLINE EM TEMPOS DE 
PANDEMIA: A DIFICULDADE NO ENSINO À CRIANÇA COM 
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISMO 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso realizado para obtenção 
de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Virtual 
Do Estado De São Paulo (Univesp), Lins – São Paulo, 
sob orientação do professor Agenor Lucas Pereira De 
Mello 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lins - SP 
2021 
 
GUINAO, Aline Rodrigues Bianchi; BATISTA, Ana Daniele Leão; SANTOS, Maria 
Fernanda Silva. Educação Especial na modalidade online em tempos de pandemia: A 
dificuldade no ensino à criança com transtorno do espectro autismo. 15f. Trabalho de 
Conclusão de Curso – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Orientador: Agenor 
Lucas Pereira de Mello. Polo de Lins, 2021. 
 
 
RESUMO 
 
O Transtorno do Espectro Autismo (TEA) é um transtorno no desenvolvimento 
neurológico que tem início nos primeiros anos até o fim da vida. Suas características 
segundo o American Psychiatric Association (2014) são dificuldades persistentes na 
comunicação, interação social, além de apresentar comportamentos repetitivos e 
estereotipados, os quais fazem com que seu repertório comportamental seja reduzido e/ou 
inadequado. Quando associado à educação, o TEA apresenta um cenário desafiador para os 
profissionais que irão conhecer e trabalhar o desenvolvimento da criança. Devido a 
pandemia mundial por COVID-19, esse então cenário teve mais um fator a ser considerado: 
o distanciamento social e todas as normas de segurança impostas. Esse trabalho tem por 
objetivo, através de revisão bibliográfica, estudar e entender essa realidade atual. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Transtorno do Espectro Autista. Pandemia do Covid-19. Educação 
Especial. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4 
 A PANDEMIA MUNDIAL ................................................................................................... 5 
 BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEA ........................................................................ 6 
 EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM TEA ............................................................................. 7 
 EDUCAÇÃO TEMPOS DE PANDEMIA – AS DIFICULDADES NO ENSINO DA 
CRIANÇA COM TEA ............................................................................................................... 8 
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 13 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 14 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento 
que se inicia nos primeiros anos de vida. De acordo com a American Psychiatric Association 
(2014), os critérios diagnósticos incluem dificuldades persistentes na comunicação, interação 
social, além da presença de comportamentos repetitivos e estereotipados, os quais fazem com 
que a sua escolaridade seja comprometida visto as suas limitações. 
Descoberto no final do ano de 2019, o vírus denominado Covid-19 tem provocado 
situações comparadas a situações de guerra, instaurando caos em muitos países. Além disso, 
considerado como uma das principais medidas de contenção, o distanciamento social têm 
causado problemas na saúde física, transtornos de natureza psicológica, além de um impacto 
direto na economia. 
Esse momento distanciamento social ressaltou a desigualdade social e econômica 
presentes em nosso país, uma vez que as aulas foram suspensas, sendo adotado as aulas 
onlines de forma a suprir o aprendizado, onde nem todas as crianças têm acesso a uma 
internet e/ou a um equipamento de qualidade. Nesse contexto, além das crianças “ditas 
normais”, as que dependem da educação especial também sentiram o impacto dessa mudança 
em suas rotinas. 
Ao falar especificamente de crianças com TEA, essas levam um tempo 
consideravelmente maior para processar mudanças de rotinas e informações, as quais, muitas 
vezes, são demoradas e há necessidade de suporte para o seu entendimento, sendo muitos os 
desafios para os cuidadores e professores para o ensino a esses indivíduos. 
Diante disso, o presente trabalho visa investigar e conhecer as dificuldades de 
aprendizagem da criança com TEA, decorrentes de suas particularidades e dos déficits 
comportamentais característicos do transtorno. Ainda, objetiva-se compreender como o 
quadro da pandemia presente no mundo a mais de um ano afetou o trabalho pedagógico 
dessas crianças, assim como quais alternativas podem ser adotadas para uma educação 
especial na modalidade online. 
 O tema é de extrema importância, visto que as crianças com TEA já apresentam 
dificuldades quando inseridas nas aulas presenciais, além de apresentarem sofrimento intenso 
com alterações em sua rotina. Ainda, trata-se de um tema de pouca literatura publicada, 
motivo pelo qual, a pesquisa pode auxiliar professores com as estratégias encontradas para a 
educação desse público. 
Para isso, a metodologia utilizada será a revisão bibliográfica, utilizando para tanto o 
5 
 
acervo disponível na Univesp e artigos científicos publicados em Revistas Científicas, 
disponíveis no Google Acadêmico. 
 
 A PANDEMIA MUNDIAL 
 
No final do ano de 2019 houveram as primeiras menções de casos do novo 
Coronavírus. A família coronavírus na realidade é bem comum e até o ano de 2019 suas 
variantes MERS-CoV e SARS-CoV afetavam apenas animais como camelos, gado, 
morcegos, entre outros mamíferos. O novo SARS-CoV-2 foi encontrado pela primeira vez em 
Wuhan na China e desde então, disseminado para o mundo de pessoa para pessoa. 
Os sintomas variam de nada, que são aqueles denominados assintomáticos até 
insuficiência pulmonar que pode levar à morte. Apenas 20% dos casos são graves, 
apresentando maior periculosidade na classe idosa e pessoas com doenças crônicas sendo elas 
pressão alta, obesidade, asma e entre outras. O alto contágio da doença e o fato de não ser 
possível saber como cada organismo pode reagir ao contato gerou grande caos mundial. 
Diversas medidas de contenção foram tomadas como o uso contínuo de álcool 70% 
nas mãos, limpeza constante com o uso de bactericidas em superfícies de constante contato 
coletivo, máscaras faciais, mas principalmente o distanciamento social que trouxeram uma 
sequência de outras complicações e agravantes em doenças físicas, aumento no índice de 
obesidade e sedentarismo, bem como transtornos psicológicos. Os eventos foram cancelados, 
as lojas fecharam, instaurando um quadro de crise econômica, e por fim, as escolas também 
fecharam, permanecem desta forma desde então, fato este que gerou o tema do artigo. 
No início de 2021, houve uma leve melhora nos quadros e relaxamento nas medidas 
de distanciamento, onde algumas escolas arriscaram a volta uma vez que as crianças eram 
entendidas como assintomáticas. Entretanto, em dois meses variantes anuais do vírus 
apareceram, agora cada uma com o nome do seu país de origem, sendo a variante brasileira 
um das mais agressivas, apresentando um aumento nos casos entreas crianças e por vezes, 
casos fatais. 
As pesquisas contabilizadas por fontes do governo estadual apontaram 12.534.688 
casos até o dia 28 de Março de 2021, sendo 312.206 fatais. Tais dados levaram mais uma vez 
a adoção de medidas mais restritas para a segurança da população e fechamento das poucas 
escolas que tinham retomado as aulas presenciais. Até o período de desenvolvimento deste 
artigo, falava-se a respeito da terceira onda com a variante indiana. 
 
6 
 
 BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEA 
 
Segunda a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2017 apud DIAS, 
SANTOS, ABREU, 2021), uma em cada 160 crianças têm TEA. Entretanto, outras pesquisas 
demonstram que o número de crianças diagnosticadas tenha aumentado consideravelmente de 
maneira global, mesmo que em países menos desenvolvidos, sua incidência seja 
desconhecida. 
Tem se percebido que nos últimos tempos o TEA tenha ganho notória divulgação na 
mídia, mas seus estudos se iniciaram em meados de 1943 com o psiquiatra Leo Kanner, que o 
descreveu a princípio como um distúrbio que se associava a esquizofrenia, o denominando 
como “distúrbio autístico do contato afetivo”, no qual o autismo severo era visto com a 
presença de obsessividade, estereotipias e ecolalias. Posteriormente, Kanner descreve o 
quadro como uma “psicose”, sem embasamento científico para tanto. Apenas em 1997, Ritvo 
o descreveu como um déficit cognitivo e como um distúrbio do desenvolvimento (DIAS; 
SANTOS; ABREU, 2021). 
De acordo com Paula e Peixoto, 2019, p. 3, o autismo: 
 
É caracterizado por problemas na comunicação, na socialização e no 
comportamento, geralmente diagnosticado entre 2 e 3 anos de idade. O autismo é 
um distúrbio do comportamento que consiste em uma tríade de dificuldades, são 
elas: dificuldade de comunicação, dificuldade de sociabilização e dificuldade no uso 
da imaginação. 
 
 As definições do TEA foram se ajustando ao longo dos anos. Atualmente, o Manual 
de Diagnósticos e Estatísticos da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5) o denominou 
em Transtorno do Espectro Autista, pois o termo “espectro” traz a ideia de variação entre seus 
graus e a forma como se manifesta em cada indivíduo. De acordo com o DSM-V (APA, 2014, 
p. 31), o indivíduo apresenta: 
 
[...] déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos 
contextos, incluindo déficits na reciprocidade social, em comportamentos não 
verbais de comunicação usados para interação social e em habilidades para 
desenvolver, manter e compreender relacionamentos. Além dos déficits na 
comunicação social, o diagnóstico do transtorno do espectro autista requer a 
presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou 
atividades. 
 
Já no Brasil, a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à 
Saúde (CID-10), organiza e classifica os diferentes tipos de autismo, o denominando como 
Transtorno Global do Desenvolvimentos, o separando em: Autismo Infantil, Autismo atípico 
7 
 
e Síndrome de Asperger (EVÊNCIO, 2010). 
Pesquisas demonstram a importância em identificar os sinais nos primeiros anos de 
vida, que chamem atenção a um desenvolvimento “atípico” do desenvolvimento, para que um 
tratamento precoce seja iniciado. Frente a isso, é de fundamental importância que as crianças 
acometidas com TEA tenham relações com seus pares para minimizar os comprometimentos 
em sua interação social. Essas interações ocorreram, principalmente, na educação infantil, 
onde serão estimuladas suas habilidades sociais, motivo pelo qual, torna-se essencial uma 
educação inclusiva de qualidade (DIAS; SANTOS; ABREU, 2021). Tal fato é corroborado 
pelos estudos de Evêncio (2020, p. 5), que expõe que “dentre as estratégias do rastreio 
diagnóstico do TEA, a escolarização representa um meio essencial de intervenção e 
estimulação do desenvolvimento de habilidades sócio cognitivas”. 
 
 EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM TEA 
 
A Educação da criança com TEA sempre teve caráter desafiador, sendo os séculos 
XVII e XIX os percursores do reconhecimento dessa realidade, após a mudança do termo 
utilizado (“idiota”) para identificar a criança nessa qualidade. Atualmente, o Ministério da 
Educação tem dado direito e favorecimento ao acesso e à permanência dessa criança na 
escola. 
A história para garantir os direitos a inclusão da criança com TEA, é na realidade uma 
longa jornada, com a estimativa de aproximadamente 70 milhões de pessoas no mundo 
vivendo nessa realidade, sendo 2 milhões destas no Brasil. A criança com TEA têm 
problemas nas questões de socialização, comportamento e linguagem por isso, o tratamento 
da síndrome não se dá por meio de um profissional apenas, mas sim um conjunto, fazendo 
necessária a união de equipes multidisciplinares compostas de fonoaudiólogos, psicólogos, 
terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, neuropediatra, pediatras e enfermeiras para o 
atendimento dessas crianças. 
Existem diversos programas de inclusão disponíveis pelo Ministério da Educação que 
tem buscado proporcionar os direitos à criança com TEA, uma vez que essa criança deve ter 
acesso a educação formal, matrícula e de receber apoio especializado, independente das 
dificuldades. É no ambiente escolar que essa criança tem a experiência e preparação para a 
vida em sociedade. 
 
O professor atua como mediador, como facilitador do processo de ensino 
aprendizagem. A prática ativa do professor permite que o aluno com TEA seja 
8 
 
respeitado, incluído, valorizado. Permite ainda que este desenvolva habilidades e sua 
autonomia, diminuindo as dificuldades e o preconceito dentro da sala de aula 
(PAULA e PEIXOTO. 2019. p. 3). 
 
Quando fala-se em escola, a educação dessa criança vai além da presença em sala de 
aula, pois deve ser objetivado sua aprendizagem, o desenvolvimento de suas habilidades, 
superação dos limites e suas potencialidades, e, para o alcance desses objetivos são 
necessárias adequações nessa inclusão. Essa criança deve dispor de momentos de interação 
social, desenvolvimento das questões cognitivas, comunicação e outras habilidades que são 
possíveis no ambiente escolar favorável e estruturado à sua realidade. A inclusão no ambiente 
escolar é fator crucial para que a realidade da criança especial seja parte do cotidiano da 
sociedade de forma a tratar o preconceito. Ainda, esse espaço é responsável pelo 
desenvolvimento do conhecimento pedagógico, bem como, sociocultural, sendo de 
fundamental importância na inclusão dos direitos de todos. 
O atendimento à criança em sala de aula, em alguns programas, são compostos de um 
profissional exclusivo para seu acompanhamento, pois a síndrome é apresentada em três 
diferentes graus que se apresentam nas formas leve, moderado e severo, onde cada criança 
possui particularidades que devem ser respeitadas. Mas nem todas as escolas funcionam dessa 
maneira. Há uma série de dificuldades no ensino da criança com TEA, e estar em sala de aula 
não garante, necessariamente, a inclusão uma vez que o aspecto da comunicação desse aluno 
é apenas um dos pontos dificultadores. Ou seja, trata-se também da dificuldade de 
compreensão, momento de hostilidade que pode ser vivido pela criança, insegurança por parte 
do profissional que deve estar constantemente em atualização de seus métodos. 
O ensino a criança com TEA passa por muitos desafios, mas há muitas maneiras de 
tornar esse ensino eficaz e de qualidade, onde quando relacionado a mediação pedagógica, o 
processo de ensino aprendizagem desse aluno contempla uma criteriosa formação de 
conceitos e ações pedagógicas. 
Sendo assim, o ensino a criança com TEA é desafiador e detalhista mas de 
fundamental importância não apenas para o desenvolvimento da criança mas da sociedade 
como um todo que passa a ver os direitos e diferenças como cotidiano. 
 
 EDUCAÇÃO TEMPOS DE PANDEMIA –AS DIFICULDADES NO ENSINO DA 
CRIANÇA COM TEA 
 
A educação inclusiva tem sido tema de pesquisas e debates durante muitos anos. No 
9 
 
início de março de 2020, com o advento da pandemia por COVID- 19 esse tema se mostrou 
ainda mais desafiador, pois o quadro de isolamento social instalado no mundo inteiro se fez 
necessário a fim de manter a população segura. O tema deste trabalho enfoca em como essa 
educação tem ocorrido na realidade de crianças com Transtorno do Espectro Autismo. 
As dificuldades até então apresentadas em sala de aula ocorriam em virtude das 
características da síndrome. A grande questão até então era como incluir essa criança em sala 
de aula uma vez que o grau de severidade é fator determinante no modus operandi na relação 
aluno-professor e aluno-tutor. 
O cenário de isolamento social trouxe uma nova questão ante as dificuldades dessa 
interação já que os procedimentos a partir de então se deram de forma remota via sistemas 
educacionais proporcionados pelas instituições de ensino e governo, bem como atividades e 
recomendações via whatsapp e outros meios de comunicação rápida disponíveis em forma 
online. Como ensinar a criança com TEA as questões sociais inclusivas e de desenvolvimento 
que são suas por direito por meio remoto? E como fazer essa educação acessível e possível de 
ser devolvida em conjunto com as famílias? 
 Várias estratégias precisaram ser formadas de forma rápida e eficaz para dar 
continuidade às atividades educacionais que foram interrompidas repentinamente ainda no 
início do ano letivo de 2020. Respeitando as características repetitivas e/ou sistemáticas do 
TEA, manter a rotina foi a primeira medida sugerida pelos profissionais e adotada pelas 
famílias por diversos motivos, sendo para respeitar a condição da síndrome uma vez que 
pequenas mudanças do dia a dia tem a grande probabilidade de gerar desconforto e/ou até 
sofrimento as crianças nessa realidade (Brasil, 2015; Machado, 2019), ou para a incerteza do 
tempo de duração do isolamento social, uma volta repentina possivelmente geraria 
desconforto, e, quando, vindo de uma rotina bem estabilizada mesmo que em casa, esse 
desconforto seria, muito provavelmente, amenizado. Mas essa medida também se mostrou 
desafiadora uma vez que a convivência dentro das casas em tempo integral também se 
mostrou difícil mediante a convivência rotineira e afetiva em família, bem como o marasmo 
gerado pela falta de atividade diária. 
 Evêncio (2020) desenvolveu uma pesquisa com profissionais especializados, os quais 
evidenciaram que o isolamento e distanciamento social, assim como a ausência do 
atendimento presencial se tornaram gatilhos emocionais para as crianças com TEA, que 
resultaram em uma dificuldade de aprendizagem nessas crianças. Ocorre que a mudança 
brusca de rotina fez com que as crianças autistas ficassem “desorganizadas” mental, o que 
provocaria tal dificuldade, sendo que é necessário que a família estimule suas habilidades para 
10 
 
que seu aprendizado não seja comprometido. 
 Para isso, as famílias podem adequar o ensino em casa, estabelecendo para isso 
horários parecidos com que tinha quando frequentava a escola. Visto a flexibilização de suas 
atividades, é necessário que os pais também estabeleçam um objetivo educacional como meta 
por dia (NUNES, 2020). 
 Ainda, de acordo com Brito et al. (2020, p. 2): 
 
Portanto, recomenda-se seguir, dentro do possível, a maior parte da rotina que a 
criança já vivenciava antes, mantendo-se os horários habituais de acordar, das 
refeições, de tomar banho, de usar o banheiro, de dormir e outros. Ao mesmo tempo, 
é necessário preparar cuidadosamente a criança ou o adolescente autista para as 
mudanças inevitáveis. 
 
Outra possibilidade é a criação de quadros contendo planejamento de todas as 
atividades do dia, que também podem conter imagens, como fotos e desenhos, de acordo com 
o entendimento da criança, que mostrem a ordem de suas tarefas. Essa previsibilidade traz 
conforto à criança reduzindo, consequentemente, seu estresse (BRITO, 2020). 
Fernandes et al. (2021) colocaram em Desafios cotidianos e possibilidades de cuidado 
com crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frente à COVID-19 a 
rotina como um elemento protetivo para a criança com TEA. 
 
...considerando a sobrecarga emocional e de tarefas que as famílias estão 
enfrentando, o intuito não é criar novas demandas que poderiam sobrepesar 
ainda mais o cotidiano destas, mas, sim, amenizar as possíveis dificuldades e 
sofrimento que possam surgir devido a essa questão (FERNANDES, et al., 
2021, p. 6). 
 
A Lei Federal nº 13.146 de Inclusão da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015) 
ressalta que cada criança com deficiência tem que ter um Plano Pedagógico Individual (PPI), 
o qual contempla todos os objetivos de ensino da escola, de acordo com a faixa etária. Ter 
acesso a esse planejamento a ser realizado com o filho, pode auxiliar na construção da rotina 
de estudos do filho em casa. Entretanto Nunes (2020) destaca que a maioria das escolas não 
possui tal plano, sendo essa fragilidade evidenciada durante a pandemia. 
Outro ponto abordado foi a questão de como estresse gerado pelo isolamento social, o 
“confinamento domiciliar” necessário para segurança, gerou aumento na ansiedade e 
comportamentos agressivos e autolesivos. Apesar de não recomendado para a maioria da 
população, quando esses momentos se tornaram reais, foi sugerido passeios em lugares 
abertos e de pouca movimentação para caminhar e explorar ambientes diferentes do de casa. 
Essa recomendação trouxe, então, outras questões dificultosas como por exemplo, o uso da 
11 
 
máscara que se tornou elemento essencial no combate ao COVID-19. 
Em determinados casos, o uso é, de fato, inviável. Obrigar o uso pode provocar 
intenso sofrimento e crises e, nesse caso, é importante que os demais cuidados e medidas de 
controle e proteção sejam intensificados (Sociedade Brasileira de Pediatria, 2020), 
considerando o grau da síndrome (leve, moderado ou severo), por motivos de 
comprometimento intelectual ou sensibilidade sensorial, ou outro, impossibilitou o uso da 
máscara. Por esse motivo, em 02 de Julho de 2020, foi sancionada no Brasil a Lei Federal n° 
14.019, que dispensa o uso de máscara a pessoas com TEA e outras deficiências que impeçam 
o uso da forma adequada (Brasil, 2020). 
Porém o uso, quando uma possibilidade, pode ser adotado de forma mais branda, ou 
menos desconfortável, preferindo o uso de máscaras mais leves, seja com tecidos mais 
maleáveis ou diferentes amarrações e elásticos mais largos. 
Outra possibilidade para amenizar o estresse e a ansiedade causada pelo isolamento 
social é a utilização de atividades com foco em gasto energético ao mesmo tempo que há o 
estímulo das capacidades cognitivas, como por exemplo solicitar que a criança ajude a 
organizar a mesa para refeição, pedindo que coloque os utensílios necessários na quantidade 
proporcional às pessoas que vivem na casa. Tal atividade objetiva estimular sua capacidade de 
pensar, diferenciar, decidir e escolher os utensílios necessários, além de estimular a sua 
organização. Nessa atividade, seu gasto energético ocorre através dos movimentos necessários 
para executar a atividade (EVÊNCIO, 2020). 
Além dessa atividade, é possível trabalhar com balões, canudos, bolinhas de papéis, as 
quais irão estimular sua motricidade orofacial, através do enchimento dos balões, sua 
coordenação viso-motora e equilíbrio ao tentar jogar o balão em uma brincadeira, e sua 
coordenação motora fina através do amassar bolinhas de papéis. Em todas essas atividades, a 
criança irá se movimentar, o que também desencadeará gasto energético, além de tornar a 
atividade lúdica e mais prazerosa (EVÊNCIO, 2020). 
Uma matéria do portal G1, de 23 de Maio de 2021, foi redigida apresentando essas 
questões com depoimentos de momentoreais das famílias que se encontram nessa situação. 
 
“A pandemia piorou tudo, porque minha filha ficou sem escola, sem rotina, sem 
terapia. Sumiu tudo da vida dela. Tentei dar atividades em casa, mas ela começava a 
se agredir. Por causa da automutilação, ficou mais de uma semana internada”, conta 
Vanda Paiva, mãe de Sara, de 21 anos. (Tenente, Luiza. G1. 2021.) 
 
Diversos relatos semelhantes ao de Vanda e Sara estão disponíveis na matéria, os 
episódios de autolesão e agressividade trouxeram ainda o que as famílias definiram como um 
12 
 
retrocesso. As atividades recebidas via remoto são, em sua maioria, trabalhadas com 
ludicidade e de difícil compreensão para crianças com TEA, somado ao fator no qual as 
famílias ainda precisam conciliar a educação com seus trabalhos, manter as rotinas escolares 
se tornou ainda mais difícil. Algumas famílias, aquelas com possibilidades financeiras para 
tal, viram como uma possível solução contratar um pedagogo. 
Nesse contexto, é importante “respeitar o limite da criança autista no tocante às 
atividades da escola. Não adianta os pais forçarem a criança a responder as tarefas, se as 
mesmas não estão conseguindo” (EVÊNCIO, 2020). Ou seja, ao tentar pressionar a criança a 
cumprir as tarefas propostas, essa pode apresentar o comportamento agressivo mencionado 
acima. 
Tal ponto é corroborado por Brito (2020), o qual expõe que deve ser evitada rigidez e 
cobranças exageradas. Também, sugere que o acompanhamento deve ocorrer 
preferencialmente no mesmo horário em que a criança frequentava a escola, os vestir com o 
uniforme da escola, preparar a merenda e fazer uma pausa do recreio, de forma que sejam 
mantidos seus hábitos anteriores à pandemia. 
Nessa organização de rotina, também é importante que seja planejado o momento de 
brincar, de interagir, além do estudar, onde os pais devem conversar com a criança sobre 
assuntos diversos para essa se distraia e também haja o fortalecimento do vínculo afetivo para 
que possam esclarecer para a criança o momento pandêmico atual, de forma que ela 
compreenda os motivos de seu estudo estar sendo realizado remotamente (EVÊNCIO, 2020). 
Além disso, é fundamental que a criança continue seus atendimentos terapêuticos com 
os fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, etc, mesmo que videochamadas, na 
mesma intensidade que ocorriam antes da pandemia, de forma que não a criança não perca as 
habilidades adquiridas (BRITO, 2020). 
 
 
13 
 
CONCLUSÃO 
 
O Transtorno do Espectro Autista por si só traz grandes comprometimentos à criança, 
que apresenta dificuldades em sua comunicação, interação social e consequentemente a 
aprendizagem. 
 Visto que o cenário pandêmico é atual, ainda é carente o referencial teórico que trate 
sobre as dificuldades encontradas na Educação Especial especificamente ao ensino da criança 
com TEA. Entretanto, os estudos encontrados são unânimes ao relatarem sobre a sobrecarga 
emocional que a mudança da rotina causou nas crianças, professores, pais e cuidadores. 
 A educação da criança com TEA também foi desafiadora, visto os comprometimentos 
do transtorno. Nela, o professor atua como mediador e facilitador no processo de ensino e 
aprendizagem, permitindo que a criança seja respeitada, incluída e valorizada, desenvolvendo 
suas habilidades e autonomia. O cenário pandêmico fez com que a interação se tornasse 
reduzida, impactando diretamente no seu aprendizado. 
Nesse contexto, ao ser imposta a uma rotina diferente, percebeu-se que as criança com 
TEA têm se mostrado agressivas, ansiosas e com sérias dificuldades em acompanhar as 
atividades que têm sido propostas de forma online, mostrando um retrocesso em habilidades 
já aprendidas, além de serem impossibilitadas a interação social que poderia reduzir os seus 
comprometimentos sociais. 
 A solução, embora pareça simples, também esbarra em problemas. Para que sejam 
amenizados as dificuldades encontradas, é necessário que seja estruturada a rotina da criança, 
de forma que seja parecida a que tinha nas aulas presenciais, mas os pais muitas vezes, visto a 
sua própria rotina, não conseguem acompanhar tão intensamente e/ou desprender o tempo 
necessário para que essa criança consiga realizar as atividades que estão sendo propostas. 
A família, mesmo em um cenário não pandêmico, é de fundamental importância para a 
educação dessa criança. Entretanto, estas também foram sobrecarregadas pela suspensão das 
aulas, pelo impacto direto em suas rotinas. Nesse contexto, além da atenção à criança, 
também se faz necessário atenção à família, de forma que esta seja orientada a melhor 
abordagem a essa criança, a qual deve ter seus limites respeitados, de forma que se sintam 
menos pressionadas e consequentemente menos agressivas e ansiosas. 
O presente trabalho foi de extrema importância, pois destacou o quanto, mesmo no 
cenário pandêmico, a família é base para a aprendizagem e manutenção das habilidades 
aprendidas pela criança com TEA. Embora seja difícil, a estruturação da rotina é o caminho 
chave para redução dos comprometimentos causados pela suspensão das aulas presenciais. 
14 
 
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agressividade.ghtml

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