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Autismo

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INSTITUTO PEDAGÓGICO DE 
MINAS GERAIS 
 
CURSO DE CAPACITAÇÃO 
Coordenação Pedagógica – IPEMIG 
Em parceria com a FACEL 
 
 
 
AUTISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE 
 
 
 
AUTISMO 
 
O Autismo é uma palavra de origem grega (autós), que significa “por si 
mesmo.” É um termo usado dentro da Psiquiatria para denominar 
comportamentos humanos que se centralizam em si mesmos, voltado para o 
próprio individuo. De acordo com o dicionário médico Stedman (1987, p.18) o 
autismos é desordem neurobiológica, apesar de o mecanismo preciso da 
doença ainda não ser conhecida. A causa psicológica é descartada. Em termos 
clínicos os sintomas podem aparecer desde o nascimento ou surgirem em 
algum momento antes dos 3 anos. 
 
 
http://www.redehumanizasus.net/86774-autismo-e-sindrome-de-asperger-como-compreender-e-agir 
 
Conforme Houaiss (2001), síndrome é o agregado de sinais e sintomas 
associados a uma mesma patologia e que em seu conjunto definem o 
diagnóstico e o quadro clínico de uma condição médica. Em geral, são um 
 
 
conjunto de determinados sintomas, de causa desconhecida ou em estudos, 
que são classificados, geralmente com o nome do cientista que o descreveu ou 
o nome que o cientista lhes atribuir. Uma síndrome não caracteriza 
necessariamente uma só doença, mas um grupo de doenças. 
A definição dada pela Autism Society of American (Associação 
Americana de Autismo) é de o autismo é uma inadequacidade no 
desenvolvimento que se manifesta de maneira grave por toda a vida. É 
incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete 
cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo 
masculino do que no feminino. É encontrado em todo o mundo e em famílias 
de qualquer configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu até agora 
provar qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças, que 
possa causar a doença. 
 
 
http://www.porchlighteducation.org/other-resources/ 
 
Segundo a ASA, os sintomas são causados por disfunções físicas do 
cérebro, verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com 
o indivíduo. Incluem: 
 
 
 Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, 
sociais e linguísticas. 
 Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais 
afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação 
e maneira de manter o corpo. 
 Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas 
específicas do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, 
restrita compreensão de ideias. Uso de palavras sem associação 
com o significado. 
 Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas. 
Respostas não apropriadas a adultos e crianças. Objetos e 
brinquedos não usados de maneira devida. 
 
 
http://todossomosuno.com.mx/portal/index.php/la-importancia-de-crear-conciencia-sobre-el-autismo/ 
 
Transtorno do espectro autista (TEA) – O autismo também conhecido 
como transtorno do espectro autista (TEA) teve sua primeira descrição 
apresentada por Leo Kanner, em 1943, com base em onze casos de crianças 
 
 
que ele acompanhava e que possuíam algumas características em comum: 
incapacidade de se relacionarem com outras pessoas; severos distúrbios de 
linguagem (sendo esta pouco comunicativa) e uma preocupação pelo que é 
imutável (sameness). Esse conjunto de características foi denominado por ele 
de autismo infantil precoce (KANNER, 1943 apud BOSA; CALLIAS, 2000). 
 
 
http://www.blogelian.com.br/um-pouco-sobre-tea-transtornos-do-espectro-do-autismo 
 
 
As crianças com TEA apresentam dificuldades em entender as regras de 
convívio social, a comunicação não verbal, a intencionalidade do outro e o que 
os outros esperam dela. Com essas dificuldades funcionais, o impacto na 
eficiência da comunicação é muito grande, fazendo com que o 
desenvolvimento do cérebro social mantenha-se cada vez mais lento para 
exercer as funções necessárias para a interação social que é a cada momento 
mais e mais complexa conforme a faixa etária. 
 
http://www.correiofrancisquense.com.br/sa%C3%BAde/os-sintomas-que-podem-indicar-que-uma-
crian%C3%A7a-seja-autista-1.1891813 
 
 
Portanto, houve uma atualização na definição dos quadros de Autismo 
Infantil, passando para transtornos de neurodesenvolvimento, ou seja, os 
processos de socialização, comunicação e aprendizado encontram-se 
prejudicados. 
E os prejuízos nos mecanismos biológicos estão relacionados à 
adaptação social levando a emergência de fenótipos 
heterogêneos, associados aos quadros de Transtornos Globais 
do Desenvolvimento (SANTOS, 2013, p. 06). 
 
Além da dificuldade que a criança já carrega consigo por conta do 
transtorno, é na fase escolar que as complicações ficam visíveis, pois será nela 
que será exigida do aluno, atenção, compreensão, entrosamento, 
desenvolvimento, socialização, situações que para uma criança com TEA 
torna-se algo 12 completamente dificultoso, causando em determinados casos, 
ainda mais isolamento deste, se o profissional que trabalhar com esta criança 
não estiver apto para educar uma criança com TEA. 
 
 
http://www.homepsy.com.br/atendimentos/orientacao-treinamento-pais-filhos-autistas 
 
 
 
Porém atualmente, existe diversos recursos escolas e profissionais 
especializados para se trabalhar com a síndrome, são por meio dessas 
pessoas que a criança será estimulada todos os dias, proporcionando seu 
aprendizado e desenvolvimento, com educadores especializados e escolas 
específicas a criança tem possibilidade de aprender e até mesmo se relacionar, 
de acordo com cada caso. 
 
PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS 
 
Em meados da década de 1930, um grupo de crianças chamou a 
atenção pelo comportamento diferente das outras crianças da época. Não 
olhavam nos olhos quando alguém lhes dirigia a palavra, tinham dificuldades 
em se comunicar oral e gestualmente, interessavam por objetos de pouca 
veemência, resistiam ao contato físico, apresentavam oscilações no 
comportamento e agiam como se fossem surdos. 
 
 
 
 
http://todossomosuno.com.mx/portal/index.php/puede-provocar-autismo-la-gripe-en-el-embarazo/ 
Até aquele momento, ninguém se interessara em pesquisar o porquê de 
tais comportamentos, até que surgiu Léo Kanner, médico austríaco residente 
nos EUA, pioneiro nos estudos nessa área e nomeou tal transtorno como 
autismo. No início da década de 1940, Kanner escreveu seu primeiro artigo, 
Distúrbios Autísticos do Comportamento Afetivo, acompanhando cerca de 11 
crianças. 
A partir das pesquisas de Kanner, surgiram vários estudiosos, até 
mesmo cientistas, que vêm comprovando com mais de seis décadas de estudo 
que autismo é um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, uma alteração 
cerebral/comportamental. Mesmo com um período extenso de pesquisas, 
existem muitas incógnitas relacionadas a esse transtorno, até mesmo no 
campo científico. 
Atualmente, estudos na área do autismo ainda são incipientes, assim, a 
cada dia, são descobertos novos casos. 
 
 
 
 
http://www.mundodastribos.com/como-incluir-alunos-autistas.html 
 
Os processos educacionais para crianças autistas em que vemos 
resultados satisfatórios são os de abordagens na área psicopedagógica como, 
por exemplo, o TEACCH (Treatment and Education for Autistic and Related 
Handicaped Communication Children), que permite desenvolver as 
potencialidades dos indivíduos autistas de maneira intensiva, visando atender 
suas necessidades específicas. Acredita-se que esse método contribui para um 
melhor processo de ensino-aprendizagem dos alunos por ser um 
acompanhamento pedagógico focalizado, criando um ambiente seguro, amplo, 
com significado e estruturado. 
Pensando dessa forma, foi iniciada uma intervenção em uma escola que 
atende alunos com necessidades educacionais especiais, localizada na região 
centro-sul de Belo Horizonte, Minas Gerais, com 45 alunos com deficiênciassem restrições. Essa escola oferece aos alunos atendimentos especializados – 
área pedagógica, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Psicologia, Educação 
Física, Artes e Yoga. Possui uma estrutura muita boa em relação a algumas 
 
 
síndromes, como Deficiência Mental, Síndrome de Down, Paralisia Cerebral, 
mas para seus alunos com TID (Transtornos Invasivos do Desenvolvimento) 
não é bem preparada. 
As pessoas com TID, especificamente com autismo, são consideradas 
isoladas. Esse estigma pode ser decorrente da forma de trabalho desenvolvida 
pelas escolas ou até da falta de cuidados e de atenção dos familiares para com 
a criança. 
 
http://lagartavirapupa.com.br/category/mae-especial/ 
POR QUE O AUTISMO É MAIS COMUM EM HOMENS 
Homens são mais vulneráveis a desordens neurológicas como o autismo 
do que mulheres, mas os cientistas ainda não sabem a causa dessa 
discrepância. Uma longa pesquisa publicada no periódico American Journal of 
Human Genetics nesta quinta-feira esboça uma explicação: o “modelo de 
proteção feminino”. De acordo com essa hipótese, mulheres precisam de 
mutações genéticas mais extremas do que homens para o desenvolvimento de 
distúrbios neurológicos. 
 
 
 
 
http://autismoediversidade.blogspot.com.br/ 
 
O gênero já foi adotado como critério de prevalência de transtornos 
neurológicos como autismo e transtorno de déficit de atenção com 
hiperatividade (TDAH). “Mas esse é o primeiro estudo que mostra de forma 
convincente uma diferença molecular entre meninos e meninas relacionada à 
deficiência de desenvolvimento neurológico”, diz o autor da pesquisa, 
Sébastien Jacquemont, do Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça. 
O uso de antidepressivos durante a gravidez pode dobrar o risco do filho 
desenvolver autismo. Essa é a conclusão de um estudo realizado na Califórnia 
e publicado no periódico Archives of General Psychiatry em novembro de 2011, 
que envolveu 298 crianças com distúrbios do espectro do autismo (ASD, na 
sigla em inglês) e 1.507 crianças no grupo de controle. O uso de tais 
medicamentos foi relatado por 6,7% das mães de crianças autistas, contra 
3,3% das mães no grupo de controle. Essa relação é considerada mais forte 
caso os medicamentos sejam utilizados no primeiro trimestre da gravidez. 
 
 
 
 
http://vitaclinica.com.br/blog-da-vita/um-dia-para-conscientizacao-sobre-o-autismo/ 
 
Um estudo preliminar realizado com quase 96.736 crianças nascidas na 
Dinamarca entre 1997 e 2003, publicado em novembro de 2012 na revista 
americana Pediatrics, mostrou que a incidência de gripe ou febre prolongada 
durante a gravidez pode ser um fator de risco para o autismo. 
De acordo com os pesquisadores, as crianças cujas mães tiveram gripe 
durante a gravidez tinham duas vezes mais chances de serem diagnosticadas 
com distúrbios do espectro do autismo (ASD) antes de completarem três anos 
de idade. No caso de febres com duração de uma semana ou mais, o risco 
pode ser até três vezes maior. 
A motivação para a pesquisa surgiu de estudos em animais, que 
indicavam que a ativação do sistema imunológico da mãe durante a gravidez 
poderia afetar o desenvolvimento do cérebro da criança. 
 
TRATAMENTOS CLÍNICOS 
 
 
A primeira forma de tratamento indicada para o autismo, com base na 
teoria psicogênica, foi a psicoterapia para a criança e para os pais. Este 
tratamento apresentava taxas de sucesso extremamente baixas, de forma 30 
que foi gradualmente abandonada, juntamente com a teoria psicogênica, a 
partir dos anos 1970. 
 
 
https://3.bp.blogspot.com/-
Tr3JJTDNEmE/VtGaj_OAqLI/AAAAAAAAAdc/FlwVSw_ECL0/s1600/Dia_autismo_6_aba_autismo_bh_link_psicologia_
belo_horizonte.png 
Nas décadas de 60 e 70, diversos métodos terapêuticos foram 
empregados para o autismo, com base em diferentes premissas teóricas: de 
orientação psicanalítica, com base no condicionamento operante, 
psicofarmacológica, educacional, por psicoterapia com os pais e com 
combinação de diferentes métodos. Ainda assim, não se obtinha muita melhora 
sintomática, na grande maioria dos casos (KANNER, 1971). 
 
 
 
 
http://atividadesparaprofessores.com.br/wp-content/uploads/autismo-e-asperger.jpeg 
 
Terapias aversivas, como emprego de choque elétrico, foram 
empregadas durante os anos 60 e 70 para induzir respostas e comportamentos 
esperados em crianças autistas. Apesar de seu emprego ser debatido desde os 
primeiros anos, estudos realizados naquele período demonstravam que terapia 
com choque elétrico era útil na indução de resposta de generalização 
(provocava resposta de evitar outros comportamentos para os quais o choque 
não havia sido empregado), melhora do comportamento social e resposta 
emocional positiva, mas geralmente as crianças desenvolviam medo do 
aparelho, respostas emocionais negativas e outros comportamentos 
desajustados como resposta ao choque elétrico. Eram indicadas intensidades 
de corrente elétrica que variavam entre 4 a 5 mA, capazes de induzir dor, mas 
não de provocar lesões físicas persistentes ou crises epilépticas, perda da 
consciência ou outras lesões (LICHSTEIN; SCHREIBMAN, 1976). 
Gradativamente, a terapia com choque elétrico foi abandonada para autismo e 
para outras patologias. 
Uma das primeiras formas de tratamento medicamentoso indicado para 
crianças autistas e esquizofrênicas foi o emprego de ácido D-lisérgico, 
conhecido como LSD, uma droga alucinógena considerada atualmente como 
ilícita. Estudos realizados nos anos 60 demonstravam melhora sintomática em 
 
 
relação ao bem-estar físico, contato com o ambiente e com as demais pessoas, 
percepção do ambiente, alimentação e padrões de sono. Estas respostas não 
foram associadas a efeitos tóxicos, efeitos colaterais ou reações emocionais 
negativas (BENDER, 1966). Ainda assim, por motivos óbvios, esta droga foi 
posteriormente abandonada. 
A seguir, com o desenvolvimento da concepção de que o autismo 
poderia estar relacionado com vacinação e, portanto, com intoxicação por 
mercúrio, foram propostos tratamentos com agentes quelantes, que são 
capazes de remover o metal do organismo. Apesar de não se observar 
resultado algum com estes medicamentos, eles ainda estão à venda, podendo 
ser encontrados em diversos sites na internet. 
 
http://www.divertea.com/quienessomos 
Um dos tratamentos que foi indicado posteriormente denominou-se de 
tratamento comportamental do autismo. Nesta forma de tratamento, através de 
punições, na grande maioria dos casos, o terapeuta e os pais da criança 
indicavam qual a forma de comportamento desejado para a criança. Era 
necessário treinamento em ambiente altamente organizado, com emprego de 
horários agendados, controle de estímulos e comportamento condicionado. O 
reforço positivo era geralmente indicado por uso de alimentos, não sendo 
 
 
indicadas recompensas verbais ou afagos. Para crises de perda de 
autocontrole de agressividade, eram empregados quartos isolados, com pouca 
mobília, afastando a criança do fator desencadeante. Como terapia aversiva, 
eram indicados choques elétricos e palmadas. Comportamento por imitação 
não era indicado na maioria dos casos, por se defender dificuldade de obter 
resultados positivos (MARGOLIES, 1977). 
 
 
http://www.udiscovering.org/products/discovering-behavioral-intervention 
 
Posteriormente, diversos tratamentos comportamentais foram 
desenvolvidos, sendo que diversos estão em uso em todo o mundo. Os 
métodos mais divulgados e empregados incluem ABA (do inglês, Applied 
Behavioral Analysis) e TEACH. 
 
PRINCIPAIS PESQUISADORES DO AUTISMO 
 
 
 
Hans Asperger - Hans Asperger nasceu em 18 de fevereiro de 1906, 
em uma fazenda na zona rural próxima à Viena, na Áustria. Ele foi o mais velho 
dos dois filhos do casal. Precocemente, Hans já demonstrou talentos precoces 
para linguagem, sendo que, no primeiro ano da escola já era conhecido por 
citações frequentes do poeta austríacoFranz Grillparzer (1791-1872). Neste 
período, tinha muita dificuldade em fazer amigos e era considerado como 
distante dos colegas. No entanto, no movimento da juventude, na década de 
20, estabeleceu contato com diversos companheiros, que o acompanhariam 
por toda a sua vida. 
Foi-lhe conferido grau médico em 1931 e foi nomeado diretor da estação 
ludo-pedagógica da clínica da Universidade de Viena em 1932. Casou-se em 
1935 e teve cinco filhos. Em 1934, afiliou-se à clínica psiquiátrica em Leipzig. 
Hans Asperger tinha um interesse especial em crianças “psiquicamente 
anormais”. 
Seu artigo original, submetido à publicação em 1943, foi resultado de 
investigação de mais de quatrocentas crianças com “psicopatia autista”. Como 
Hans não viajava muito e todas as suas publicações foram em periódicos em 
alemão, seu nome não era tão conhecido como o de Leo Kanner, que 
descreveu o autismo infantil em 1943. 
Na parte final da Segunda Guerra Mundial, serviu como soldado na 
Croácia. 
Habilitou-se como palestrante na Universidade de Viena em 1944 e se 
tornou diretor da clínica de crianças em 1946. Hans Asperger tornou-se 
professor da clínica para crianças na Universidade – a Universitäts-Kinderklinik 
– em Innsbruck em 1957. A partir de 1962, passou a desempenhar a mesma 
função em Viena. A partir de 1964, ele passou a chefiar a estação médica da 
SOS-Kinderdörfer em Hinterbrühl. 
Asperger foi nomeado professor emérito em 1977. Continuou a trabalhar 
e ministrou a sua última palestra seis dias antes de morrer, em 21 de outubro 
de 1980. 
 
 
A sua lista de publicações inclui 359 itens, a grande maioria relacionada 
com psicopatia autista ou com morte. 
 
 
http://www.spectator.co.uk/2015/09/did-hans-asperger-save-children-from-the-nazis-or-sell-them-out/ 
 
Leo Kanner - Leo Kanner nasceu em 13 de junho de 1894, em Klektow, 
Áustria. Faleceu em 4 de abril de 1981. Tornouse um psiquiatra conhecido 
mundialmente por seu trabalho com autismo. Estudou na Universidade de 
Berlim, iniciando em 1913. Interrompeu seus estudos em decorrência de 
serviço militar obrigatório, para servir no exército austríaco por ocasião da 
Primeira Guerra Mundial. Recebeu seu grau médico em 1921. Posteriormente, 
em 1924, emigrou para os EUA, onde assumiu posto de médico assistente no 
Hospital Estadual de Yankton County, na Dakota do Sul. Foi escolhido para 
desenvolver o primeiro serviço de psiquiatria em um hospital pediátrico, no 
Johns Hopkins, em Baltimore. Tornou-se professor associado de psiquiatria em 
1933. 
 
 
Kanner foi o primeiro médico nos EUA a ser identificado como psiquiatra 
infantil. Seu trabalho original, publicado em 1943, denominado Autistic 
Disturbances of Affective Contact, em conjunto com os trabalhos de Hans 
Asperger, tornou-se a base dos estudos modernos em autismo. 
Posteriormente, em 1957, tornou-se diretor de psiquiatria infantil. Aposentou-se 
em 1959, mas manteve-se ativo até a idade de sua morte, aos 87 anos. 
 
 
http://www.wikiwand.com/en/Leo_Kanner 
 
Andreas Rett - Andreas Rett Foi um pediatra austríaco, nascido em 2 de 
janeiro de 1924, em Fürth, na Bavária, e falecido em 1997. Ele frequentou a 
escola em Innsbruck e iniciou seus estudos médicos na universidade da 
mesma cidade. Seus estudos foram interrompidos em decorrência da Segunda 
Guerra Mundial, quando serviu na marinha alemã. Retomou seus estudos em 
1945, recebendo seu diploma em 1949. A partir de então, iniciou seu 
 
 
treinamento em pediatria. Em 1955, foi nomeado chefe do serviço de crianças 
com deficiência mental em um lar para idosos em Lainz. 
Sua carreira acadêmica iniciou-se em 1967, quando foi indicado como 
palestrante (lecturer) em neurologia e pediatria na Universidade de Viena. Em 
1973, foi promovido como professor associado. A partir de 1967, foi nomeado 
como chefe do Ludwig Boltzmann Institut para pesquisa de crianças com 
anormalidades cerebrais. Publicou mais de 250 artigos científicos. 
 De acordo com a descrição clássica, Rett descreveu originalmente a 
síndrome após a observação de duas meninas que esperavam pelo 
atendimento e que apresentavam a mesma alteração de movimento: 
estereotipias manuais (TEMUDO et al., 2006). 
 
 
https://en.wikipedia.org/wiki/Andreas_Rett 
 
Bruno Bettelheim - Bruno Bettelheim Bruno Bettelheim nasceu em 28 
de agosto de 1903, na Áustria, e faleceu em 13 de março de 1990. Iniciou sua 
formação acadêmica em Viena. Posteriormente, foi mantido cativo em campos 
 
 
de concentração pelos nazistas, no período de 1938 a 1939. Após, Bettelheim 
imigrou para os EUA, onde, a partir de 1944, dirigiu a Escola Ortogênica da 
Universidade de Chicago, uma escola-laboratório para crianças com problemas 
psicológicos e psiquiátricos. Ele suicidou-se após ficar deprimido pela morte de 
sua esposa e após sofrer acidente vascular encefálico. 
 
 
http://kidlit360.com/remembering-day-with-bruno-bettelheim/ 
 
ESTRATÉGIA DE ENSINO 
Os alunos autistas respondem bem aos sistemas organizados. O 
professor deve organizar a sala de aula para efetivamente conseguir ensinar os 
alunos. 
Tais informações, assim como outras, são geralmente feitas por 
"treinadores" de professores e outros profissionais familiarizados com autismo. 
Mas muitas vezes há um mínimo de compreensão de como planejar e utilizar o 
conceito de "estrutura". 
Uma definição obtida através de dicionário é: como a ação de criar ou 
construir - colocando as coisas em um padrão definido de organização. Por 
exemplo: um jardineiro com vontade de ter um bonito jardim deve utilizar a 
organização no planejamento e cultivo de um jardim; sementes e plantas 
 
 
devem ser dispostas dentro de um padrão pré-determinado, prevendo assim as 
necessidades cada planta no que se refere a sombra, sol, água e proximidade 
de outras plantas. 
Utilizando-se de tal organização consegue-se ampliar a força das 
plantas e compensar/evitar suas fraquezas, propiciando seu crescimento de 
forma mais rápida e com maior produção de frutos. Os professores também 
devem organizar o cotidiano da sala-de-aula para que os alunos possam 
otimizar suas habilidades assim como desenvolver aquelas que estão mais 
comprometidas. 
Dificuldades de linguagem receptiva (compreensão das mensagens 
ouvidas) é característica do autismo. Muitas vezes o aluno pode não entender 
a mensagem quando o professor está acreditando que ele esteja entendendo, 
causando assim uma reação de agressividade ou de falta de iniciativa. Pode 
também acontecer que o aluno não possua linguagem suficiente para 
comunicar verbalmente ao professor que está cansado, com calor, com fome, 
entediado ou com vontade de ir embora, exceto através de birras e pirraças. 
 
 
 
 
http://piumhi.apaebrasil.org.br/noticia.phtml/47935/O+ALUNO+AUTISTA+NA+SALA+DE+AULA.html 
 
Ele pode ter uma memória sequencial pobre (memória das sequências 
dos fatos, sons, etc) e não conseguir manter a sequência dos eventos, mesmo 
que os cotidianos, ou não ter certeza quando algo diferente irá acontecer. 
Geralmente ele se sente mais confortável permanecendo em atividades que "já 
tem costume" resistindo assim a aprender as novas. Muitas vezes ele é 
incapaz de se organizar ou impor limites a seu próprio comportamento e não 
tem noção das regras sociais. Isto pode resultar na tentativa de "chamar a 
atenção" dos outros de forma inapropriada ou de preferir ficar isolado. Devido a 
sua dificuldade de relacionamento social ele pode não ter motivação para 
agradar os outros ou não ser sensível a elogios podendo assim parecer que há 
resistência ao aprendizado. 
Muitos autistas são pensadores visuais, não pensam através da 
linguagem. Geralmente, substantivos são as palavras mais fáceis de aprender, 
pois em sua mente ele pode relacionar a palavra a uma figura. Para ensinar 
substantivos a criança precisa escutar você falar a palavra, ver a figura e a 
palavra escrita simultaneamente.O mesmo deve acontecer quando for ensinar 
um verbo: segure um cartão que diz “pular” e você fala “pular” enquanto 
executa o ato de pular. 
 
 
 
 
http://pt.slideshare.net/SimoneHelenDrumond/109-comunicao-alternativa-autismo 
Alguns conceitos tornam-se difíceis de serem apreendidos pela criança 
autista se não for demonstrado de forma concreta. Por exemplo: ao ensinar o 
conceito de para cima / para baixo. Utiliza-se um avião de brinquedo e diz “para 
cima” enquanto faz o movimento de decolagem e “para baixo”, enquanto faz o 
movimento de aterrissagem, dessa forma, a criança autista terá maior 
facilidade para compreender tais conceitos. 
Muitas crianças autistas são boas em desenho, artes e na utilização de 
computadores e se fixam num assunto específico. A melhor maneira de lidar 
com esta fixação é usá-las para motivar os trabalhos da escola. Se a criança 
gosta de trens, leia um livro sobre trens e faça exercícios de matemática 
usando trens. 
Algumas crianças não-verbais não conseguem, ao mesmo tempo, 
processar estímulo verbal e visual. Eles são “mono-canal” (conseguem 
aprender melhor utilizando apena um tipo de estímulo) e apresentam muita 
dificuldade para receber informações de forma visual e auditiva. 
 
 
 
 
http://lagartavirapupa.com.br/muitas-criancas-autistas-nao-verbais-superam-atrasos-severos-de-linguagem/ 
Muitas vezes, crianças mais velhas e não-verbais, conseguem aprender 
melhor através do toque. Pode ser ensinado o significado das letras, permitindo 
que as crianças toquem letras de plástico. Eles podem aprender a rotina diária, 
sentindo alguns objetos, minutos antes da atividade ser executada. Por 
exemplo: quinze minutos antes do almoço, dê uma colher para eles segurarem. 
Alguns autistas apresentam processamento visual deficiente e acham 
mais fácil ler letras impressas na cor preta sobre papel colorido, para diminuir o 
contraste. Tente papel bege claro, azul claro, cinza ou verde claro. Experimente 
com cores diferentes. Evite amarelo brilhante que pode incomodar os olhos dos 
autistas. 
Hipersensibilidade sensorial pode levar, com frequência, a distúrbios de 
comportamentos. A distraibilidade e falta de noção e organização da 
temporalidade podem também causar comportamentos que interferem na 
aprendizagem. 
 
 
 
 
http://lagartavirapupa.com.br/transtorno-de-processamento-sensorial-mais-comum-do-que-se-pensa/ 
Organizar a sala-de-aula ou qualquer outro ambiente de ensino ao nível 
de compreensão do aluno pode diminuir suas dificuldades, resultando assim 
numa otimização do aprendizado. 
 
ASPECTOS LEGAIS 
Em termos de legislação, a educação especial apareceu pela primeira 
vez na LDB 4.024/61. Essa lei garantia, apenas, aos “estabelecimentos de 
ensino público e particulares legalmente autorizada adequada representação 
nos conselhos estaduais e o reconhecimento, para todos os fins, dos estudos 
neles realizados” Vasconcellos (apud JANNUZZI, 1989, p. 19). Para a autora, 
essa lei não se preocupou com a educação popular e, assim, perpetuou a 
continuação das relações sociais vigentes. 
Em 1970 foi a época em que se constitui na grande preocupação em 
defender a educação como fator de aumento de produtividade individual, que 
 
 
beneficiaria o progresso e o desenvolvimento do país. De 70 a 74 foram 
criadas 69 instituições especializadas públicas, entretanto, para a deficiência 
mental surgiram 213 particulares. (JANNUZZI, 1989, p.20). 
 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfYSwAF/ldb 
Outra lei, a LDB 9.394/96, por sua vez, tem sido motivo de muita análise, 
pois reserva um capítulo exclusivo à educação especial. A presença da 
educação especial nessa lei certamente reflete um certo crescimento da área 
em relação à educação geral, nos sistemas de ensino, principalmente nos 
últimos vinte anos. Assim, a educação especial aparece no texto compondo o 
Capítulo V art. 58, entendida como “... a modalidade de educação escolar, 
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos 
portadores de necessidades especiais”. 
Maria de Fátima Pereira Borges (2000) em sua tese defendida acerca do 
autismo diz: 
A criança deficiente tem as mesmas necessidades emocionais que as 
outras crianças. Ela necessita de amor, sem ser sufocada com 
cuidados ou ser sujeita à supertolerância e, acima de tudo, deve ter 
oportunidades para realizações, autocontrole e o direito de alcançar 
um lugar de adulto, independente, na sociedade. (BORGES, 2000) 
 
 
 
O Autismo é um espectro que não ocorre por bloqueios ou razões 
emocionais como insistiam os psicanalistas. Por ser um espectro, torna-se 
ainda uma questão mais incomoda não só para quem diariamente lida com 
estas crianças, mas também para outros técnicos, pela multiplicidade de 
diagnósticos associados. 
A Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, 
realizada pela UNESCO, na Espanha em junho de 1994, ficou conhecida como 
a Declaração de Salamanca6 (1994), e teve como objetivo específico de 
discussão, a atenção educacional aos alunos com necessidades especiais. 
Nela, os países signatários, dos quais o Brasil faz parte, declararam: 
• Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à 
educação e que a elas deve ser dada à oportunidade de obter e 
manter um nível aceitável de conhecimentos; 
• Cada criança tem características, interesses, capacidades e 
necessidades de aprendizagem que lhe são próprias; 
• Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas 
aplicados de modo que tenha em vista toda a gama dessas 
diferentes características e necessidades; 
• As pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter 
acesso às escolas comuns, que deverão integrá-las numa 
pedagogia centralizada na criança, capaz de atender a essas 
necessidades; 
• As escolas comuns, com essa orientação integradora, representam 
o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar 
comunidades acolhedoras, construir uma sociedade integradora e 
dar educação para todos; 
 
A Declaração se dirige a todos os governos, incitando-os a: 
• Dar a mais alta prioridade política e orçamentária à melhoria de seus 
sistemas educativos, para que possam abranger todas as 
crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades 
individuais; 
• Adotar, com força de lei ou com política, o princípio da educação 
integrada, que permita a matrícula de todas as crianças em 
escolas comuns, a menos que haja razões convincentes para o 
contrário; 
• Criar mecanismos descentralizados e participativos, de 
planejamento, supervisão e avaliação do ensino de crianças e 
adultos com necessidades educacionais especiais; 
 
 
• Promover, facilitar a participação de pais, comunidades e 
organizações de pessoas com deficiência, no planejamento e no 
processo de tomada de decisões, para atender a alunos e alunas 
com necessidades educacionais especiais; 
• Assegurar que, num contexto de mudança sistemática, os 
programas de formação do professorado, tanto inicial como 
contínua, estejam voltados para atender às necessidades 
educacionais especiais, nas escolas integradoras. 
 
A legislação brasileira tem pautado neste e em outros documentos 
internacionais para fazer valer a integração social dos educandos com 
necessidades especiais através da escola. 
A Constituição Federal7 1988 em seu art. 3º Inciso IV e Art. 208 inciso 
III, diz que: 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Republica Federativa do 
Brasil: 
[...] 
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante 
a garantia de: 
[...] 
III – atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; 
[...]. 
 
Assim, dispõe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
9.394/96 que define no Art. 59 (Incisos I- III) que: 
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com 
necessidades especiais: 
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização 
específica, para atender às suas necessidades; 
[...] 
III – professores com especialização adequada em nível médio ou 
superior, para atendimento especializado, bem como professores do 
 
 
ensino regular, capacitados para a integração desses educandos nas 
classes comuns; 
[...] 
 
Assim sendo, a escola pode ser de fato um espaço de desenvolvimento 
da competência para crianças autistas, mas ainda é um grande desafio para os 
educadores, por não serem todas as crianças e adolescentes com autismo que 
se adaptam as salas de aula do ensino regular. 
Alguns alunos com autismo têm outras deficiências associadas e se 
adaptam melhor às escolas especiais. Dependendo do comprometimento 
individual de cada um, somente uma equipe pedagógica e médica poderá 
avaliar cada caso. 
No entanto, é preciso resgatar, que os médicos foram os primeiros que 
despertaram para a necessidade de escolarização e inserção social dessa 
clientela que se encontrava misturada nos hospitais psiquiátricos, sem 
distinção de idade, classe social, cor ou sexo, principalmente com caso de 
deficiência mental, abrindo-se espaço na construção de uma nova identidade 
para o paciente. 
A questão da inclusão educacional dos alunos com autismo merece muitas 
reflexões. Plaisance (2004) afirma que inclusão é uma questão ética que 
envolve valores fundamentais, pois a obsessão pela inclusão pode representar 
uma forma de tornar invisíveis as diferenças, e, portanto, um profundo 
desrespeito à identidade. Essa é uma das questões que se deve pensar ao 
planejar a educação dos portadores de necessidades especiais com autismo. 
 
ORGANIZAÇÃ DA ÁREA FÍSICA 
 
A disposição física da sala-de-aula deve ser considerada quando se 
planeja o ensino para alunos autistas. Até a disposição dos móveis da sala 
 
 
pode ajudar ou atrapalhar o funcionamento independente do aluno, o 
reconhecimento e respeito pelas regras e limites. Não se esqueça das 
dificuldades do portador de autismo ao planejar a organização física da sala-
de-aula. 
 
 
http://psico-motricidade.blogspot.com.br/2015/01/autismo-psicomotricidade.html 
Muitos alunos possuem dificuldades de organização pessoal não 
sabendo onde ir e como chegar pelo caminho mais fácil. Devido as dificuldades 
de recepção da linguagem eles geralmente não entendem direções ou regras. 
A organização do meio ambiente lhes dá pistas visuais, que os ajuda a 
entender. Alguns portadores de autismo não altamente distraíveis por qualquer 
"coisa" do ambiente. Os professores precisarão organizar o ambiente para que 
não haja tanta distração. 
Antes de planejar a organização física da sala-de-aula, o professor pode 
querer avaliar o meio ambiente de modo geral. Uma boa organização não será 
tão eficaz se existirem outros problemas. Muitas vezes o professor não tem 
 
 
escolha sobre qual sala lhe será destinada. Mas se houver, há alguns aspectos 
a serem considerados, como: 
 o tamanho da sala, 
 quais as outras salas que estão próximas, 
 número e acesso a pontos de luz, 
 localização do banheiro mais próximo, 
 iluminação, 
 espaço na parede que possa distrair, 
 outros aspectos imóveis. 
 
 
http://www.teresinafm.com.br/prefeitura-convoca-mais-90-professores-aprovados/ 
Alguns aspectos indesejáveis podem ser desprezados ou mesmo serem 
modificados, mas existem algumas situações que podem necessitar uma 
mudança na sala. 
 
 
 
 
http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/pais-de-autistas-vivem-drama-para-manter-filhos-no-ensino-regular-
7992770 
 
Uma sala com muitas saídas não é indicada quando se tem alunos que 
tem hábito de correr. Uma sala para alunos de nível intermediário não pode 
estar localizada no "hall" do Jardim de Infância, pois isto não proporciona 
oportunidade para socialização e pode colocar um estigma nos alunos 
obviamente mais velhos. 
Uma sala muito pequena ou sem espaço adequado para a guarda de 
objetos cria uma atmosfera desconfortável de se ter sempre alguma coisa na 
frente ou de se trabalhar "um em cima do outro". Isto não proporciona uma 
atmosfera relaxante de aprendizado. 
Um aspecto de alta prioridade é a localização do banheiro, os 
professores que estão treinando os alunos a usar o banheiro não querem ter 
que andar grandes distâncias cada vez que o aluno tenha que ir lá. Mesmo 
com alunos independentes no uso de banheiros, o precioso tempo de aula não 
deve ser desperdiçado com longas viagens ao banheiro. 
IMPORTÂNCIA DO APOIO FAMILIAR NA FORMAÇÃO 
ESCOLAR 
 
 
Alguns pais pensam que precisam acompanhar a trajetória escolar de 
seus filhos apenas durante a educação infantil ou até o 5º ano/9 (antiga 4ª 
série). Ao passarem para o 6º ano/9, eles imaginam que seus filhos se tornam 
independentes, que conseguem se organizar sozinhos. Esses pais estão muito 
enganados, o apoio familiar é sempre necessário. É por pensarem assim que 
alguns pais perdem as melhores etapas da vida de seus filhos. 
 
 
http://carlaulliane.com/wp-content/uploads/2016/08/Adapta%C3%A7%C3%B5es-curriculares-para-crian%C3%A7as-
autistas.jpg 
 
Quando chegam no 6º ano/9, as crianças levam um choque, pois a 
quantidade de disciplinas aumenta, os trabalhos de casa e, conseqüentemente, 
as datas das provas podem coincidir, pois não há mais preocupação em 
poupar os alunos de fazerem apenas uma avaliação por dia. Essas crianças 
passam a ser tratadas pelos professores e por seus pais como pessoas 
responsáveis. 
 
 
Alguma vezes, o baixo rendimento escolar de uma criança é resultado 
da falta de acompanhamento familiar. Quando nos referimos ao 
acompanhamento familiar, é importante ressaltar que se deve chamar atenção 
daquelas pessoas mais próximas, pai, mãe, avós, irmãos e até mesmo tios da 
criança. 
Em uma análise de estágios durante um curso, nota-se esses fatos de 
perto. Uma criança com baixo rendimento escolar foi convidada para uma 
conversa com o intuito de se verificar o porquê da falta de interesse pelos 
estudos. No decorrer da conversa, percebe-se que ela não era assistida por 
seus pais, no que se refere respeito aos estudos. Descobrindo assim que sua 
mãe havia lhe abandonado quando ainda era bebê, deixando- a apenas na 
companhia do pai. A mãe só a via nos finais de semana (quando tinha tempo) 
ou nas férias (pois passava alguns dias com ela). 
A criança também relatou que seu pai se casara novamente e que ela 
não se relacionava muito bem com sua madrasta. Diante desse quadro, foi 
sugerido pela escola um acompanhamento psicológico. Nos laudos da 
psicóloga, ficou bem claro que essa situação a afeta profundamente. Para 
completar o histórico da criança, sua mãe teve recentemente um outro bebê, 
porém do sexo masculino. 
 
http://www.maesdepeito.com.br/pais-de-autistas-lidam-com-preconceitos-e-dificuldade-para-achar-escola-ideal/ 
 
 
Com relação às notas da criança, é um caso grave, pois ela corre o risco 
de ser reprovada, caso não haja uma reação imediata. Ela demonstra não 
gostar das aulas, dos trabalhos em grupo e sempre está isolada. 
Após o início das sessões com a psicóloga, o comportamento da criança 
mudou, está mais centrada nas aulas e com muita esperança de ir morar com a 
mãe e conviver com seu novo irmãozinho. 
 
 
http://www.universoautista.com.br/autismo/modules/shop/product_info.php?products_id=101&P
HPSESSID=8099c3b7f34624c7e2a4dd24a589ec12 
 
Apesar dessas mudanças, seu pai foi chamado para uma conversa com 
a coordenadora para analisarem juntos os resultados positivos desse 
acompanhamento. Como não podia comparecer à escola por falta de tempo, 
 
 
ligou para saber qual a pauta da reunião. A coordenadora, para não prejudicar 
mais a criança, passou para ele as boas notícias. Ele se comprometeu 
acompanhar mais de perto sua filha,mas até o final do estágio isso não estava 
acontecendo. 
 
ESTRATÉGIA DE ENSINO 
 
Os alunos autistas respondem bem aos sistemas organizados. O 
professor deve organizar a sala de aula para efetivamente conseguir ensinar os 
alunos. 
Tais informações, assim como outras, são geralmente feitas por 
"treinadores" de professores e outros profissionais familiarizados com autismo. 
Mas muitas vezes há um mínimo de compreensão de como planejar e utilizar o 
conceito de "estrutura". 
Uma definição obtida através de dicionário é: como a ação de criar ou 
construir - colocando as coisas em um padrão definido de organização. Por 
exemplo: um jardineiro com vontade de ter um bonito jardim deve utilizar a 
organização no planejamento e cultivo de um jardim; sementes e plantas 
devem ser dispostas dentro de um padrão pré-determinado, prevendo assim as 
necessidades cada planta no que se refere a sombra, sol, água e proximidade 
de outras plantas. 
Utilizando-se de tal organização consegue-se ampliar a força das 
plantas e compensar/evitar suas fraquezas, propiciando seu crescimento de 
forma mais rápida e com maior produção de frutos. Os professores também 
devem organizar o cotidiano da sala-de-aula para que os alunos possam 
otimizar suas habilidades assim como desenvolver aquelas que estão mais 
comprometidas. 
 
 
 
http://pt.slideshare.net/SimoneHelenDrumond/a-rotina-de-um-autista 
Dificuldades de linguagem receptiva (compreensão das mensagens 
ouvidas) é característica do autismo. Muitas vezes o aluno pode não entender 
a mensagem quando o professor está acreditando que ele esteja entendendo, 
causando assim uma reação de agressividade ou de falta de iniciativa. Pode 
também acontecer que o aluno não possua linguagem suficiente para 
comunicar verbalmente ao professor que está cansado, com calor, com fome, 
entediado ou com vontade de ir embora, exceto através de birras e pirraças. 
Ele pode ter uma memória sequencial pobre (memória das sequências 
dos fatos, sons, etc) e não conseguir manter a sequência dos eventos, mesmo 
que os cotidianos, ou não ter certeza quando algo diferente irá acontecer. 
Geralmente ele se sente mais confortável permanecendo em atividades que "já 
tem costume" resistindo assim a aprender as novas. Muitas vezes ele é 
incapaz de se organizar ou impor limites a seu próprio comportamento e não 
tem noção das regras sociais. Isto pode resultar na tentativa de "chamar a 
atenção" dos outros de forma inapropriada ou de preferir ficar isolado. Devido a 
 
 
sua dificuldade de relacionamento social ele pode não ter motivação para 
agradar os outros ou não ser sensível a elogios podendo assim parecer que há 
resistência ao aprendizado. 
 
 
http://ensinar-aprender.com.br/2014/02/atividades-praticas-de-numerais-e.html 
Muitos autistas são pensadores visuais, não pensam através da 
linguagem. Geralmente, substantivos são as palavras mais fáceis de aprender, 
pois em sua mente ele pode relacionar a palavra a uma figura. Para ensinar 
substantivos a criança precisa escutar você falar a palavra, ver a figura e a 
palavra escrita simultaneamente. O mesmo deve acontecer quando for ensinar 
um verbo: segure um cartão que diz “pular” e você fala “pular” enquanto 
executa o ato de pular. 
Alguns conceitos tornam-se difíceis de serem apreendidos pela criança 
autista se não for demonstrado de forma concreta. Por exemplo: ao ensinar o 
conceito de para cima / para baixo. Utiliza-se um avião de brinquedo e diz “para 
cima” enquanto faz o movimento de decolagem e “para baixo”, enquanto faz o 
movimento de aterrissagem, dessa forma, a criança autista terá maior 
facilidade para compreender tais conceitos. 
 
 
Muitas crianças autistas são boas em desenho, artes e na utilização de 
computadores e se fixam num assunto específico. A melhor maneira de lidar 
com esta fixação é usá-las para motivar os trabalhos da escola. Se a criança 
gosta de trens, leia um livro sobre trens e faça exercícios de matemática 
usando trens. 
 
 
http://universoautismo.blogspot.com.br/2013/11/tintas-comestiveis-receita-caseira-
para.html#.WATwX_krLIU 
 
Algumas crianças não-verbais não conseguem, ao mesmo tempo, 
processar estímulo verbal e visual. Eles são “mono-canal” (conseguem 
aprender melhor utilizando apena um tipo de estímulo) e apresentam muita 
dificuldade para receber informações de forma visual e auditiva. 
 
 
Muitas vezes, crianças mais velhas e não-verbais, conseguem aprender 
melhor através do toque. Pode ser ensinado o significado das letras, permitindo 
que as crianças toquem letras de plástico. Eles podem aprender a rotina diária, 
sentindo alguns objetos, minutos antes da atividade ser executada. Por 
exemplo: quinze minutos antes do almoço, dê uma colher para eles segurarem. 
Alguns autistas apresentam processamento visual deficiente e acham 
mais fácil ler letras impressas na cor preta sobre papel colorido, para diminuir o 
contraste. Tente papel bege claro, azul claro, cinza ou verde claro. Experimente 
com cores diferentes. Evite amarelo brilhante que pode incomodar os olhos dos 
autistas. 
Hipersensibilidade sensorial pode levar, com frequência, a distúrbios de 
comportamentos. A distraibilidade e falta de noção e organização da 
temporalidade podem também causar comportamentos que interferem na 
aprendizagem. 
 
https://tudobemserdiferente.wordpress.com/2013/05/03/rotina-para-autistas-em-casa/ 
 
 
Organizar a sala-de-aula ou qualquer outro ambiente de ensino ao nível 
de compreensão do aluno pode diminuir suas dificuldades, resultando assim 
numa otimização do aprendizado. 
 
ROTINA NO AUTISMO 
 
Uma característica do aluno autista é a necessidade de ter segurança 
em sua rotina diária, para auxiliar nessa necessidade podemos montar a rotina 
semanal utilizando fichas / cartaz organizando a rotina diária/semanal do aluno 
Autista. Utilizar o sistema baseado em figuras ou fotos selecionadas de acordo 
com as necessidades e/ou interesses individuais. Quando o autista estabelece 
a associação entre a atividade e o símbolo facilita tanto a comunicação quanto 
à compreensão. 
 
https://tudobemserdiferente.wordpress.com/2013/05/03/rotina-para-autistas-em-casa/ 
 
 
SUGESTÕES DE JOGOS 
Os jogos constituem um recurso privilegiado para a aprendizagem e, 
quando bem utilizados, ampliam possibilidades de compreensão através de 
experiências significativas. Além disso, os jogos por seu caráter coletivo, 
permitem que alunos autistas troquem informações, façam perguntas e 
explicitem suas idéias e estratégias avançando em seu processo de 
aprendizagem e comunicação. 
 
https://www.cdc.gov/ncbddd/autism/index.html 
Batalha 
 Material: cartas do baralho – de Ás a 10 
 Conteúdo: leitura de números, comparação 
A meta é ganhar mais cartas. Um dos jogadores distribui as cartas: uma 
para cada participante a cada rodada. Na sua vez, cada jogador abre a 
primeira carta de seu monte. Aquele que virar a carta mais alta pega todas as 
cartas apresentadas. Todas as jogadas se repetem da mesma forma até que 
todas as cartas já tenham sido distribuídas. Se abrirem cartas iguais, os 
jogadores que empataram devem virar outra carta e aquele que tirar a maior 
ganha. Pode ser jogado em duplas ou pequenos grupos. 
7 cobras 
 Material: 2 dados, lápis e papel 
 Conteúdo: soma de dados, leitura e grafia de números 
 
 
Escreve-se a seqüência numérica na folha de papel (2 a 12). Na sua vez 
de jogar, o jogador soma os dados e marca com um X o número sorteado. Se a 
soma der 7, o jogador desenha uma cobra no seu papel. Quem marcar todos 
os números primeiro, com o menor número de cobras é o vencedor. Quem 
obter 7 cobras sai do jogo. 
 
 
https://nova-escola-homologacao.s3-sa-east-
1.amazonaws.com/YUqZCnymzUVyVWrvRSsRh8BwUYt2D4QfUFyKuY2eChUGkBYcdUz7p2nZg3Gn/educacao-em-
debate-inclusao-de-autistas-um-direito-que-agora-e-lei-manuela-novais.jpeg 
 
Nunca 10 
 Material:tampinhas de garrafa de cores diferentes ou palitos de sorvete 
coloridos (2, 3 ou 4 cores), 1 ou 2 dados. 
 Conteúdo: soma, noção de unidade, dezena, centena e milhar 
Cada jogador, na sua vez, jogará o dado, soma-se a quantidade e pega-
se a quantidade de palitos sorteadas. Iniciando com uma cor que representará 
 
 
as unidades(verde, por exemplo). Ao se obter 10 palitos verdes (10 unidades) 
troca-se por 1 palito de cor que represente a dezena (azul, por exemplo). A 
centena é vermelha e o milhar amarelo. No final das rodadas combinadas 
efetua-se a soma para saber qual o vencedor. 
 
Jogos diversos: A partir de agora a professora trabalha 2 ou mais 
conceitos juntos. 
 Material: cartelas de cor, forma, espessura e tamanho 
 Conteúdo: noção de cor, forma, tamanho, espessura, contagem, 
quantidade. 
A professora agora levantará 2, 3 ou 4 cartelas e a criança deve procurar 
o bloco correspondente. Ex: a professora pega 3 cartelas: círculo, fino, grande, 
o aluno deverá encontrar a forma correspondente as características 
apresentadas. 
 
Jogos de mímica: (Imagem e Ação, por exemplo): Ao transmitir sem 
palavras sentimentos ou situações, a criança organiza seu pensamento lógico 
e busca compreender causas e conseqüências para melhor se expressar. 
Jogo Can Can / Uno: Atua no raciocínio lógico-matemático, 
reversibilidade de pensamento, trabalhando também sentimentos de 
intolerância à frustração. 
 
Jogo Banco Imobiliário: Neste jogo, assim como é na vida real, a sorte 
é aliada às decisões corretas. Trabalha raciocínio, atenção, pensamento 
lógico... 
 
Jogos de vitória ao acaso (roleta, dados, trilha, pistas a 
percorrer...): Nestes jogos o ganhar e o perder são aleatórios, não 
 
 
dependendo da eficiência dos jogadores. São muito úteis para crianças que 
não aceitam perder. 
 
Jogos de estratégia (damas, trilha, xadrez, gamão, contra-ataque, 
lig-4, Einsten, Senha...): Nestes jogos, é preciso que a criança planeje a 
jogada, faça antecipações de suas próprias jogadas e as do adversário. 
 
Quebra-cabeça: Desenvolve a observação, concentração, percepção 
visual e raciocínio. 
 
Atividades Interativas - Atividades Interativas servem para auxiliar 
crianças e adultos com autismo a interagir e desenvolver suas habilidades 
sociais. 
As metas educacionais de algumas atividades podem ser modificadas 
de acordo com as necessidades de cada pessoa. Por exemplo, no Pega-Pega 
Surpresa, a meta apresentada. 
É o aumento do contato visual, mas poderia ser também a comunicação 
verbal, e o facilitador então solicitaria que a criança, ao invés fazer contato 
visual através dos buracos do lençol, falasse uma palavra ou uma sentença 
para dar continuidade ao pega-pega, de acordo com o estágio de 
desenvolvimento da comunicação verbal da criança. 
 
Sinal Verde para Interação: Depois de um período de isolamento, a 
criança demonstrará estar disponível para uma interação social através de um 
“Sinal Verde”. Há 3 tipos de Sinais Verdes: 
 Contato visual; 
 Comunicação verbal; 
 
 
 Contato físico. 
 
1. Caça ao Quebra-Cabeça 
 Meta: Inspirar um aumento do intervalo de atenção compartilhada. 
 Motivações / Interesses: Figuras, quebra-cabeças e passeios pela sala 
/escola. 
Preparação: Imprima da internet ou desenhe uma versão grande de um 
dos personagens favoritos da criança (Barney, Backyardigans, Mickey, etc.). 
Plastifique com papel contact (para tornar o material mais durável) e corte e 
pedaços para fazer um quebra-cabeça. 
Início da Atividade: Quando a criança oferecer a você um “Sinal Verde 
para Interação”, apresente a atividade pegando uma ou duas peças do quebra 
cabeça. Explique animadamente que figura será formada quando vocês 
pegarem todas as peças. Diga também que a maneira de pegar mais peça será 
ela ir passear pela sala ou pelas dependências da escola com você. Aproveite 
esse momento para lhe apresentar os colegas de classe e pessoas da escola. 
Passeie com a criança pela sala e pegue uma peça por vez, e a leve até 
a mesa para juntar a peça ao quebra cabeça. Se a criança não quiser passear 
com você, procure convidá-la outras vezes quando ela oferecer Sinais Verdes 
até que ela aceite passear. Demonstre para a criança como pode ser divertido 
observar a figura crescer e se tornar o personagem. 
 
 
 
 
http://orig03.deviantart.net/8b34/f/2015/077/3/e/1_by_itami_tamashii-d8m8mxh.png 
 
 2. Pescando as Sentenças 
 Meta: Estimular a utilização de sentenças mais longas. 
 Motivações / Interesses: Atividades físicas (ex: passear de cavalinho, 
balançar, rodar, pular na bola grande, etc.) 
Preparação: Em letras bem grandes, escreva as sentenças que 
descrevem atividades que você acredita que sua criança terá interesse em 
participar. Por exemplo: “Eu quero passear no pátio”, “Eu quero ir à sala de 
leitura”, “Eu quero pular amarelinha”, “Eu brincar com avião”. Escreva quantas 
sentenças você conseguir inventar para ações que você vai oferecer. 
Plastifique as sentenças para que elas possam ser reutilizadas. 
Início da Atividade: Quando sua criança oferecer um Sinal Verde, 
“pesque” uma atividade, leia para ela e a convide para realizá-la juntos. 
Quando sua criança estiver bem motivada dentro da atividade, você pode pedir 
para que ela leia a sentença inteira ou para que repita depois de você. E você 
oferece a ação motivadora. 
 
 
 
3. Conversa com os Dados 
 Meta: Conversação com conteúdo social. 
 Motivação / Interesses: O assunto que sua criança goste de conversar 
(ex: carros, etc.). 
Preparação: Faça dois dados gigantes. Um dado será o dado das 
“situações”, cada face terá uma situação diferente relacionada com a área de 
interesse de sua criança (ex: o carro quebrando, comprando um novo carro, 
etc.). No outro dado, escreva em cada face nomes de pessoas que sua criança 
conhece (ex: membros da família, amigos da escola, professora e o nome da 
criança). 
Início da Atividade: Explique para a criança que neste jogo, cada um tem 
a sua vez para jogar ambos os dados ao mesmo tempo. A combinação entre a 
situação e o nome da pessoa ditará o assunto da conversa. A idéia é conversar 
sobre como aquela pessoa agiria naquela determinada situação. Queremos 
encorajar conversas que tenham o foco em informações pessoais. Se você 
jogar os dados e obtiver a mesma combinação uma segunda vez, jogue o dado 
dos nomes novamente até que você tenha um nome diferente para iniciar a 
conversa. 
 
 
 
 
http://espaber.uspnet.usp.br/espaber/wp-content/uploads/2012/05/compor3-Reprodu%C3%A7%C3%A3o.jpg 
 
Descreva a situação de forma animada, divertida, e bem detalhada. 
Procure adicionar na sua descrição vários interesses da criança. Por exemplo, 
se a criança gosta de humor tipo “pastelão”, inclua na história pessoas 
escorregando ou deixando coisas cair, etc. Estimule a criança a ter a vez dela. 
Auxilie a criança a contar a história o quanto você achar necessário. Quando a 
criança entender bem o mecanismo do jogo e estiver altamente motivada, 
comece a introduzir desafios maiores. Ofereça menos auxílio, fique em silêncio 
e espere que a criança ofereça mais idéias espontaneamente. Se necessário, 
ofereça algumas dicas relativas à personalidade daquela pessoa específica 
(ex: “Você se lembra como o Beto gosta de conversar o tempo todo? O que 
você acha que ele faria se o carro dele quebrasse?”). 
 
4. Invente uma história engraçada para estimular a fala espontânea. 
 
 
Faça uma pilha de cartões com uma palavra ou desenho em cada um, 
as palavras devem estar relacionadas aos interesses do aluno autista. Inclua 
nas fichas, uma que tenha o ponto de interrogação. Inicie então uma história 
utilizando uma cartolina. Inicie a frase e faça uma pausa, pegue um cartão e 
use a palavra para completar a frase. Se você pegar um ponto de interrogação, 
você ou a pessoa podem inventar qualquer palavra para escrever naquele 
ponto dahistória. Quanto mais engraçada e sem sentido a história melhor! 
 
5. O entrevistador! 
Encorajar a conversação através da dramatização de vários 
personagens. 
Leve um gravador para a sala, o aluno deverá entrevistar os diversos 
personagens do desenho ou livro escolhido. Estimule o aluno a entrevistá-lo 
por 3 minutos. 
 
 
 
 
REFERENCIAIS BIBLIOGRAFICAS 
 
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Personalidade. São Paulo: Editor Mackenzie, 2000. 
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prático para pais e profissionais. Rio de Janeiro: Revinter; 1997. pg 3. 
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Autism: a Review. Psychological Bulletin, 77 (84), p. 249-264, 1977. 
MERCADANTE, M. T.; Van der Gaag, R. T.; Schwartzman, J. S. Transtornos 
invasivos do desenvolvimento não-autísticos: síndrome de Rett, transtorno 
desintegrativo da infância e transtornos invasivos do desenvolvimento sem 
outra especificação. Revista Brasileira de Psiquiatria, 28 (supl. 1), p. S12-S20, 
2006. 
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relato de história de Adriana Rocha, 13 anos, autista e sua sabedoria 
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uma atualização para os que atuam na área - do especialista aos pais. Brasília: 
MAS, CORDE, 1993. 
GAUDERER, Christian E. Autismo. 3. ed. São Paulo. 1945. 
FONSECA, Vitor da. Educação especial. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
1) O autismo infantil 
a) tem causa orgânica detectável e apresenta maior ocorrência no 
sexo feminino. 
b) é uma forma de esquisofrenia sem nenhum tipo de associação 
com déficits cognitivos. 
c) é de início precoce na infância, mais precisamente antes dos três 
anos, e tem como etiologia distúrbios psicológicos. 
d) atualmente é considerado uma síndrome comportamental com 
etiologias múltiplas em consequência de um distúrbio de 
desenvolvimento. 
e) surge após os seis anos de idade, comprometendo globalmente a 
área de interação social, sem alterar o aspecto cognitivo. 
 
2) Quais são os principais nomes na história dos autismo: 
a) Andreas Rett 
b) Hans Asperger 
c) Jean-Jacques Rousseau 
d) Leo Kanner 
e) Bruno Bettelheim 
 
3) Para um ambiente de sala de aula com um aluno autista, é importante que 
observe os seguintes aspectos, EXCETO: 
a) o tamanho da sala, 
b) quais as outras salas que estão próximas, 
c) Distância de casa, 
d) localização do banheiro mais próximo, 
e) iluminação, 
 
 
 
4) Qual o tipo de brincadeira NÃO recomendada para estimular o aprendizado 
de uma criança autista: 
a) Caça ao Quebra-Cabeça 
b) Conversa com os Dados 
c) Pique-Pega 
d) Pescando as Sentenças 
 
5) Marque a Incorreta: 
a) O Autismo é uma palavra de origem grega (autós), que significa “por si 
mesmo.” 
b) O autismos é desordem neurobiológica, apesar de o mecanismo preciso 
da doença ainda não ser conhecida. 
c) Em termos clínicos os sintomas podem aparecer desde o nascimento ou 
surgirem em algum momento antes dos 7 anos. 
d) Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais 
comum no sexo masculino do que no feminino. 
 
6) Segundo a ASA, os sintomas são causados por disfunções físicas do 
cérebro, verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com 
o indivíduo. Incluem, Exceto: 
a) Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e 
lingüísticas. 
b) Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas 
são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de 
manter o corpo. 
c) Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas específicas do 
pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão 
de idéias. Uso de palavras sem associação com o significado. 
d) Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas. 
Respostas não apropriadas a adultos e crianças. Objetos e brinquedos 
são usados de maneira devida. 
 
 
 
7) Pode reconhecer o autismo por determinadas características, exceto: 
a) Fala ruim ou ausência de fala. 
b) Grande capacidade para entrosar com crianças da mesma idade. 
c) Apego a objetos diferentes. 
d) Sensibilidade a alguns sons. 
 
8) Em relação ao autismo marque a incorreta: 
a) Homens são mais vulneráveis a desordens neurológicas como o autismo 
do que mulheres. 
b) Mulheres precisam de mutações genéticas menos extremas do que 
homens para o desenvolvimento de distúrbios neurológicos. 
c) O uso de antidepressivos durante a gravidez pode dobrar o risco do filho 
desenvolver autismo. 
d) As crianças cujas mães tiveram gripe durante a gravidez tinham duas 
vezes mais chances de serem diagnosticadas com distúrbios do 
espectro do autismo (ASD) antes de completarem três anos de idade. 
 
9) Sobre Hans Asperger marque a alternativa incorreta: 
a) Asperger nasceu em 18 de fevereiro de 1906, em uma fazenda na zona 
rural próxima à Viena, na Áustria. 
b) Foi nomeado diretor da estação ludo-pedagógica da clínica da 
Universidade de Viena em 1932. 
c) Na parte final da Segunda Guerra Mundial, serviu como soldado na 
Alemanha. 
d) A sua lista de publicações inclui 359 itens, a grande maioria relacionada 
com psicopatia autista ou com morte. 
 
10) Sobre o autismo marque a ERRADA: 
 
 
a) Os professores também devem organizar o cotidiano da sala-de-aula 
para que os alunos possam otimizar suas habilidades assim como 
desenvolver aquelas que estão mais comprometidas. 
b) Dificuldades de linguagem receptiva (compreensão das mensagens 
ouvidas) é característica do autismo. 
c) Ele pode ter uma memória sequencial pobre (memória das sequências 
dos fatos, sons, etc) e não conseguir manter a sequência dos eventos, 
mesmo que os cotidianos, ou não ter certeza quando algo diferente irá 
acontecer. 
d) Devido a sua facilidade de relacionamento social ele pode não ter 
motivação para agradar os outros ou não ser sensível a elogios podendo 
assim parecer que há resistência ao aprendizado.

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