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CRIMES QUALIFICADOS PELO RESULTADO

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É aquele em que o legislador, após descrever uma conduta típica, com todos os
seus elementos, acrescenta-lhe um resultado, cuja ocorrência acarreta um
agravamento da sanção penal.
O crime qualificado pelo resultado possui duas etapas: 
I. prática de um crime completo, com todos os seus elementos (fato
antecedente); 
II. produção de um resultado agravador, além daquele que seria necessário
para a consumação (fato consequente). Na primeira parte, há um crime perfeito
e acabado, praticado a título de dolo ou culpa, ao passo que, na segunda, um
resultado agravador produzido dolosa ou culposamente acaba por tipificar um
delito mais grave.
O crime qualificado pelo resultado é um único delito, que resulta da fusão de
duas ou mais infrações autônomas. Trata-se de crime complexo, portanto.
Espécies de crimes qualificados pelo resultado
O crime qualificado pelo resultado é gênero, do qual o preterdoloso é apenas
uma de suas espécies.
Nexo entre conduta e resultado agravador
Não basta a existência de nexo causal entre a conduta e o resultado, pois, sem
o nexo normativo, o agente não responde pelo excesso não querido. Vale dizer,
se o resultado não puder ser atribuído ao agente, ao menos culposamente, não
lhe será imputado.
1. Dolo no antecedente e dolo no consequente: Nesse caso, temos uma conduta
dolosa e um resultado agravador também doloso. O agente quer produzir tanto a
conduta como o resultado agravador
2. Culpa no antecedente e culpa no consequente: O agente pratica uma
conduta culposamente e, além desse resultado culposo, acaba produzindo outros,
também a título de culpa.
3. Culpa no antecedente e dolo no consequente: O agente, após produzir um
resultado por imprudência, negligência ou imperícia, realiza uma conduta dolosa
agravadora.
4. Dolo no antecedente e culpa no consequente: Conduta dolosa e resultado
agravador culposo (preterdoloso). O agente quer praticar um crime, mas acaba
excedendo-se e produzindo culposamente um resultado mais gravoso do que o
desejado.
Mércya B. Feitoza
CRIMES QUALIFICADOS
PELO RESULTADO
Componentes do crime preterdoloso
O crime preterdoloso compõe-se de um comportamento anterior doloso (fato
antecedente) e um resultado agravador culposo (fato consequente). Há,
portanto, dolo no antecedente e culpa no consequente.
Tentativa no crime preterdoloso
É impossível, já que o resultado agravador não era desejado, e não se pode
tentar produzir um evento que não era querido.
Destarte tal fato, há quem diga ser possível sustentar que existe uma exceção à
regra de que o crime preterdoloso não admite tentativa. Trata-se do aborto
qualificado pela morte ou lesão grave da gestante (CP, art. 127), em que o feto
sobrevive, mas a mãe morre ou sofre lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima. Neste caso, seria, em tese, possível admitir uma tentativa de crime
preterdoloso, pois o aborto ficou na esfera tentada, tendo ocorrido o resultado
agravador culposo.
Entretanto, no crime qualificado pelo resultado em que houver dolo no
antecedente e dolo no consequente, será possível a tentativa, pois o resultado
agravador também era visado.
Latrocínio
Não é necessariamente preterdoloso, já que a morte pode resultar de dolo
(ladrão, depois de roubar, atira para matar), havendo este tanto no
antecedente como no consequente. Quando a morte for acidental (culposa),
porém, o latrocínio será preterdoloso, caso em que a tentativa não será possível.
Lesões corporais de natureza grave ou gravíssima
Trata-se de crime qualificado pelo resultado, mas não necessariamente
preterdoloso, do mesmo modo que o latrocínio.
Tentativa na lesão corporal grave ou gravíssima
Quando o resultado agravador for querido, é possível a tentativa
Quando se tratar de crime preterdoloso, como na hipótese da lesão dolosa
agravada pelo abortamento culposo, a tentativa será inadmissível
Mércya B. Feitoza

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