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Questionário Biologia Celular Aluna: Bianca Garcia Sardi Medicina UFES Turma: 107 Questionário Biologia Celular - Aula 1 Aluna: Bianca Garcia Sardi Turma: 107 QAE 1) No que consiste o processo de fixação do tecido? Qual sua importância? Quais os agentes fixadores mais comuns na microscopia óptica? QAE 2) Na coloração H&E quais são os corantes usados? Descreva suas afinidades aos componentes celulares, exemplificando. Preparação de espécimes para exame microscópico: Ao se analisar as estruturas teciduais de um determinado órgão ao microscópio, precisa-se preservar os tecidos, sendo imprescindível a realização do processo de fixação. A fixação é uma das etapas mais importantes da técnica histológica, pois visa interromper o metabolismo celular, estabilizando as estruturas e os componentes bioquímicos intra e extracelulares, preservando e conservando os elementos teciduais, além de permitir a penetração de outras substâncias subsequentes à fixação. Em resumo, os principais objetivos do processo de fixação são: evitar autólise (digestão dos tecidos por enzimas existentes nas próprias células), impedir a atividade e proliferação bacteriana, auxiliar no enrijecimento da célula e aumentar a afinidade celular com os corantes. Os fixadores aldeídos comumente utilizados na microscopia óptica são o formaldeído (formol) e o glutaraldeído. As lâminas para observação precisam ser preparadas, passando por várias etapas, que se dão da seguinte forma: primeiro é feita a fixação, depois a inclusão (infiltração com substâncias que proporcionem às lâminas teciduais uma consistência rígida, normalmente em parafina ou resinas de plástico), em seguida o corte (que pode ser feito por um micrótomo) e então vem o processo de coloração do material, que permite sua visualização no microscópio óptico. As colorações nem sempre são as mesmas, pois temos colorações que facilitam a observação de determinado tecido ou determinado microrganismo. A Hematoxilina – Eosina (H&E ou HE) é uma coloração utilizada na histologia para corar diversos tecidos do nosso organismo. A hematoxilina é um corante básico, e tem, por isso, atração por substâncias ácidas. Essas substâncias ácidas, portanto, são coradas pela hematoxilina, e recebem o nome de basófilas (que fixam corantes básicos). A eosina, ao contrário da hematoxilina, tem caráter ácido, e sendo assim atrai substâncias básicas, conhecidas como acidófilas (que fixam corantes ácidos). A hematoxilina é um corante de cor azul-púrpura, ou seja, o que for observado na lâmina que tenha essa cor, será uma substância de caráter ácido, sendo, portanto, basófila, pois foi atraída pela hematoxilina. E a eosina é um corante vermelho. Sendo assim, tudo aquilo que for observado na lâmina que seja dessa cor, é uma substância básica, e que foi atraída pela eosina que é ácida, sendo então uma substância acidófila. Essa coloração é a mais utilizada em histologia e patologia, mas não é a única, pois nem todas as estruturas podem ser observadas pela HE. Resumindo: Corante Substânciacorada Característica por Afinidade Coloração Exemplos Hematoxilina (básica) Ácida Basófila Azul-púrpura Ao ser observado por microscopia, o núcleo celular se apresenta na coloração azul-púrpura, ou seja, é basófilo. Isso porque o núcleo de uma célula é rico em DNA (Ácido desoxirribonucleico), ou seja, é ácido, e, portanto, é atraído pela hematoxilina (um corante básico). Algumas regiões do citoplasma podem se apresentar azuladas, pois, em algumas regiões há RNA (Ácido ribonucleico), que é corado pela hematoxilina. Eosina (ácida) Básica Acidófila Vermelho O citoplasma da célula possui um caráter mais básico e é, portanto, corado em tonalidades de vermelho pela eosina. Imagem histológica da glândula tireóide, corada por hematoxilina – eosina. Em roxo é possível ver os núcleos das células foliculares. Em rosa está o citoplasma dessas células, vê-se também o colóide (local de armazenamento dos hormônios tireoidianos). Questionário Biologia Celular - Aula 2 Aluna: Bianca Garcia Sardi Turma: 107 QAE 3) Cite e explique 2 fatores que influenciam na permeabilidade seletiva da membrana. QAE 4) Relacione os transportes das diversas classes de compostos (lipídeos, proteínas, íons,carboidratos) pela membrana, assim como o tipo de transporte feito (transporte passivo, ativo, facilitado). Funcionamento e composição da membrana plasmática De acordo com o modelo de mosaico fluido, a membrana plasmática é um mosaico de componentes — principalmente de fosfolipídios, colesterol e proteínas — que se movem livremente e com fluidez no plano da membrana. Ou seja, um diagrama da membrana (como o do abaixo) é apenas um instantâneo de um processo dinâmico em que os fosfolipídios e as proteínas estão continuamente deslizando uns entre os outros. Imagem da membrana plasmática, mostrando a bicamada fosfolipídica com proteínas membranares periféricas e integrais, glicoproteínas (proteínas ligadas a um carboidrato), glicolipídios (lipídios ligados a um carboidrato) e moléculas de colesterol. Os principais componentes da membrana plasmática são os lipídios (fosfolipídios e colesterol), as proteínas e os grupos de carboidratos que estão anexados a alguns lipídios e proteínas. ● Um fosfolipídio é um lipídio composto por glicerol, duas caudas de ácido graxo e uma cabeça com um grupo de cadeias de fosfato. Membranas biológicas normalmente envolvem duas camadas de fosfolipídios com suas caudas apontando para dentro, uma estrutura chamada de camada dupla de fosfolipídio. ● O colesterol, outro lipídio composto por quatro anéis de carbono interligados, é encontrado ao lado dos fosfolipídios no núcleo da membrana. ● As proteínas das membranas podem se estender parcialmente pela membrana plasmática, cruzar a membrana completamente, ou ficar livremente anexadas às superfícies de dentro ou de fora. ● Grupos de carboidrato estão presentes apenas na superfície externa da membrana plasmática e estão anexados a proteínas, formando glicoproteínas, ou lipídios, formando glicolipídios. As proporções de proteínas, lipídios e carboidratos na membrana plasmática variam entre tipos de células diferentes. Contudo, para uma célula humana normal, as proteínas são responsáveis por cerca de 50 por cento da composição da massa, os lipídios (de todos os tipos) são responsáveis por 40 por cento, e os 10 por cento restantes vêm dos carboidratos. Fosfolipídios Os fosfolipídios, dispostos em uma bicamada, compõem o tecido básico da membrana plasmática. Eles são bem adequados a esta função, porque eles são anfifílicos, ou seja, eles têm regiões hidrofílicas e hidrofóbicas. Estrutura química de um fosfolipídio, mostrando a cabeça hidrofílica e as caudas hidrofóbicas. A parte hidrofílica, ou com afinidade por água, de um fosfolipídio é a sua cabeça, a qual possui um grupo fosfato carregado negativamente, além de um pequeno grupo adicional (de diferentes identidades, "R" no diagrama à esquerda), que também pode ser carregado ou polar. A cabeça hidrofílica dos fosfolipídios em uma membrana bicamada é voltada para parte externa, entrando em contato com o fluido aquoso dentro e fora da célula. Como a água é uma molécula polar, ela prontamente forma uma interação eletrostática (baseada em carga) com as cabeças dos fosfolipídios. A parte hidrofóbica, ou "que tem medo de água", de um fosfolipídio consiste em suas cadeias longas e apolares de ácidos graxos. As cadeias de ácidos graxos podem facilmente interagir com outras moléculas apolares, mas não muito bem com a água. Por causa disso, é mais favorável energeticamente para os fosfolipídios colocarem suas cadeias de ácido graxo na parte interna da membrana, onde elas estão protegidas da água ao seu redor. A dupla camada de fosfolipídios formada por essas interações produz uma boa barreira entre o interior e o exterior da célula, porque água e outras substâncias carregadas ou polares não podem cruzar facilmente o núcleo hidrofóbico da membrana. Imagem de uma micela e um lipossoma. Graçasa sua natureza anfifílica, os fosfolipídios não são apenas adequados para formar uma membrana de camada dupla. Na verdade, isso é algo que eles fazem espontaneamente sob as condições certas. Na água ou em soluções aquosas, os fosfolipídios tendem a se organizar com suas caudas hidrofóbicas voltadas umas para as outras e com suas cabeças hidrofílicas voltadas para fora. Se os fosfolipídios tiverem caudas pequenas, eles podem formar uma micela (uma pequena esfera de camada única), ao passo que se eles tiverem caudas grandes, eles podem formar um lipossoma (uma partícula oca com membrana de camada dupla) Proteínas As proteínas são o segundo maior componente das membranas plasmáticas. Há duas categorias principais de proteínas da membrana: integrais e periféricas. Imagem de uma proteína transmembrana de passagem única com uma alfa-hélice transmembranar e uma proteína transmembrana de três passagens com três alfa-hélices transmembranares. As proteínas integrais de membrana são, como seu nome sugere, integradas à membrana: elas têm pelo menos uma região hidrofóbica que as ancora no interior hidrofóbico da bicamada de fosfolípidos. Algumas estão apenas parcialmente ancoradas na membrana, enquanto outras estão inseridas de um lado a outro da membrana e estão expostas nos dois lados As proteínas que se estendem através das duas camadas da membrana são chamadas proteínas transmembranas. As porções de uma proteína integral de membrana localizadas dentro da membrana são hidrofóbicas, enquanto aquelas que são expostas para o fluido extracelular ou para o citoplasma tendem a ser hidrofílicas. As proteínas transmembrana podem atravessar a membrana plasmática apenas uma vez ou podem ter até doze seções diferentes que atravessam a membrana. Um segmento típico que atravessa a membrana consiste de 20 a 25 aminoácidos hidrofóbicos dispostos em uma alfa-hélice, embora nem todas as proteínas transmembrana se encaixem neste modelo. Algumas proteínas integrais de membrana formam um canal que permite que íons ou outras pequenas moléculas passem através da membrana, como mostrado abaixo. Proteínas periféricas de membrana são encontradas no exterior e no interior das superfícies das membranas, conjugadas tanto às proteínas integrais quanto aos fosfolipídios. Ao contrário das proteínas integrais de membrana, proteínas periféricas de membrana não aderem ao interior hidrofóbico da membrana, e tendem a ser mais frouxamente ligadas. Carboidratos Os carboidratos são o terceiro maior componente da membrana plasmática. Em geral, eles são encontrados na superfície externa das células e estão associados às proteínas (formando as glicoproteínas) ou aos lipídios (formando os glicolipídios). Estas cadeias de carboidratos podem consistir em 2-60 unidades de monossacarídeo e podem ser simples ou ramificadas. Juntamente às proteínas de membrana, esses carboidratos formam marcadores celulares distintos, um tipo de identidade molecular que permite que as células se reconheçam. Esses marcadores são muito importantes para o sistema imune, permitindo que células imunitárias diferenciem entre as células do organismo, as quais não devem ser atacadas, e células ou tecidos estranhos, os quais devem ser atacados. Fluidez da membrana A estrutura das caudas de ácidos graxos dos fosfolipídios é fundamental na determinação das propriedades da membrana, e em particular, em quão fluida ela é. Ácidos graxos saturados não têm ligações duplas (são saturadas de hidrogênios), portanto são relativamente retas. Por outro lado, ácidos graxos insaturados contêm uma mais ligações duplas, resultando frequentemente em uma curva ou dobra. (Você pode ver um exemplo de uma cauda insaturada dobrada no diagrama da estrutura do fosfolipídio que aparece anteriormente neste artigo.) As caudas de ácido graxo saturadas e insaturadas se comportam diferentemente de acordo com a temperatura: ● Em temperaturas mais baixas, as caudas retas dos ácidos graxos podem se espremer, criando uma membrana densa e bastante rígida. ● Os fosfolipídios com caudas insaturadas não podem se unir tão firmemente em razão das estruturas encurvadas de suas caudas. Por isso, uma membrana contendo fosfolipídios insaturados vai ficar fluida em temperaturas mais baixas do que uma membrana composta de fosfolipídios saturados . A maior parte das membranas celulares contém uma mistura de fosfolipídios, alguns com duas caudas saturadas (retas) e outros com uma cauda saturada e outra insaturada (dobrada). Muitos organismos—peixes são um exemplo— podem se ajustar fisiologicamente a ambientes frios, alterando a proporção de ácidos graxos insaturados em suas membranas. Para mais informações sobre ácidos graxos saturados e insaturados, veja o artigo sobre lipídios. Além dos fosfolipídios, os animais têm um componente adicional da membrana que ajuda a manter a fluidez. O colesterol , outro tipo de lipídio que está incorporado entre os fosfolipídios da membrana, ajuda a minimizar os efeitos da temperatura na fluidez. Em temperaturas baixas, o colesterol aumenta sua fluidez evitando que os fosfolipídios fiquem firmemente juntos , enquanto em altas temperaturas, ele reduz a fluidez. Desta forma, o colesterol aumenta a amplitude de temperaturas em que uma membrana mantém uma fluidez funcional e saudável. Componentes da membrana plasmática: Componente Localização Fosfolipídios Tecido principal da membrana Colesterol Localizado entre as caudas hidrofóbicas da membrana https://pt.khanacademy.org/science/biology/macromolecules/lipids/a/lipids Proteínas integrais Inseridas na dupla camada de fosfolipídio; podem ou não se estender a ambas as camadas Proteínas periféricas Na superfície interna ou externa da dupla camada de fosfolipídio, mas não incorporadas a seu núcleo hidrofóbico Carboidratos Anexados a proteínas e lipídios no lado extracelular damembrana (formando glicoproteínas e glicolipídios) Fatores que influenciam na permeabilidade seletiva da membrana: ● Gradiente de concentração: determina o fluxo das moléculas: as moléculas/partículas vão se mover do meio mais concentrado para o meio menos concentrado porque existe uma diferença de concentração. ● Lipossolubilidade da molécula/partícula: como a permeabilidade da membrana depende da capacidade das moléculas se dissolverem na bicamada lipídica, quanto maior a solubilidade em lipídios, mais rápida a difusão de uma molécula pela bicamada lipídica. ● Polaridade da molécula: a bicamada lipídica é impermeável a substâncias hidrossolúveis (polares, hidrofílicas) e permeável a substâncias lipossolúveis (apolares, hidrofóbicas). Assim, enquanto moléculas apolares atravessam a membrana com certa facilidade, moléculas polares necessitam de proteínas transportadoras para fazê-lo. ● Temperatura: a difusão aumenta em proporção direta com a temperatura: quanto maior for a temperatura, maior será o movimento térmico (energia cinética) das moléculas e dos íons em solução e mais rápida será a difusão. ● Raio da molécula/partícula: a membrana pode ser centenas a milhões de vezes mais permeável às pequenas moléculas que às grandes. Assim, quanto menor a partícula de soluto, maior a facilidade de permear (atravessar) o meio, o inverso acontecendo com partículas maiores. Como o raio não depende só do tamanho, mas também forma da molécula/partícula, quanto maior o raio, menor será a facilidade para a molécula/partícula se difundir no meio. ● Viscosidade do solvente: quanto maior viscosidade do solvente, mais lenta será a difusão. ● Espessura da membrana: quanto maior espessura, mais lenta será a difusão. ● Colaridade da molécula: a bicamada lipídica é impermeável a substâncias hidrossolúveis (polares, hidrofílicas) e permeável a substâncias lipossolúveis (apolares, hidrofóbicas). Assim, enquanto moléculas apolares atravessam a membrana com certa facilidade, moléculas polares necessitam de proteínas transportadoras para fazê-lo. ● Carga elétrica: os íons são essenciais para a célula, mas como possuem carga elétrica, não atravessam a bicamadalipídica, necessitando de proteínas transportadoras para atravessarem a membrana. ● Área disponível para troca: a difusão é diretamente proporcional à área de superfície da membrana, ou seja, quanto maior a área de superfície, mais rápida será a difusão. ● Número de canais proteicos da membrana: visto que moléculas hidrofílicas (polares) e íons necessitam de proteínas transportadoras para atravessarem a membrana, quanto maior a quantidade de canais para determinado íon ou molécula hidrofílica, mais rápida será a sua difusão pela membrana, pois a velocidade da difusão é diretamente proporcional ao número de canais por unidades de área. Aqui também precisa ser levado em conta o diâmetro da molécula, pois à medida que o diâmetro molecular se aproxima do diâmetro do canal, a resistência aumenta de forma muito acentuada distância a ser percorrida: a difusão é um processo muito eficiente quando as distâncias a serem percorridas são curtas. À medida em que as distâncias aumentam, o tempo para as moléculas se difundirem aumenta bastante. Transportes das diversas classes de compostos (lipídeos, proteínas, íons, carboidratos) pela membrana O transporte de lipídios é feito por difusão simples através da membrana, pois eles são apolares, ou seja, compatíveis com a polaridade da membrana. As proteínas, os íons e os carboidratos, quando estão a favor do gradiente de concentração, são feitos a partir de difusão facilitada, por meio de proteínas de membrana. Quando os compostos estão se movimentando contra o gradiente de concentração a movimentação pela membrana é feita por meio de transporte ativo. Transporte Ativo, Transporte Passivo e Facilitado Determina-se o que é transporte ativo e passivo a partir da observação da permeabilidade de uma membrana. Quando há gasto de energia envolvendo, dizemos que se trata de um transporte ativo. Enquanto isso, quando não há gasto, chamamos de transporte passivo. Os dois tipos de transporte acontecem na membrana plasmática. Essa estrutura tem sua formação delimitada em duas camadas de fosfolipídeos. Através destas camadas mencionadas, notam-se proteínas que cobrem toda essa bicamada. Funcionando, em muitos dos casos, como poros, elas também atuam como receptoras. Assim, a membrana plasmática assume função e capacidade de permitir o que entrará e sairá da célula. Ela garante, portanto, que o meio intracelular tenha uma manutenção adequada e equilíbrio de substâncias. É por causa da manutenção do meio intracelular que o transporte ativo e passivo surgirá. Para garantir que diferentes substâncias adentrem e saiam, este é classificado nos dois grupos supracitados. Transporte Ativo e Passivo: diferenças Cada um dos tipos de transporte, seja ativo ou passivo, apresentará as suas respectivas características. Como já mencionado, o transporte ativo envolve gasto de energia, enquanto o transporte passivo, não. Transporte Passivo O transporte passivo não envolve gasto de energia, pois ocorre a favor do gradiente de concentração. Assim, ele coordena substâncias, direcionando-as de um meio de maior concentração para um de menor concentração. Dessa forma, o transporte passivo pode ser dividido em três diferentes tipos: ● Difusão Simples: As proteínas de transporte precisam ser lipossolúveis. Assim, devem apresentar afinidade aos fosfolipídeos, para que consigam atravessar a bicamada. ● Difusão Facilitada: Ocorre por meio das proteínas denominadas permeases. Elas se ligam a substâncias sem afinidade com os fosfolipídeos. Ao ligarem-se, a difusão é facilitada a favor do gradiente de concentração. ● Osmose: Ocorre quando há a movimentação da água. A osmose ocorre entre dois meios aquosos, onde uma membrana semipermeável os dividirá. A água irá do meio menos concentrado para o mais concentrado, até que haja equilíbrio. Transporte Ativo O transporte ativo proporciona gasto de energia, uma vez que vai contra o gradiente de concentração. Diferentemente do transporte passivo, a movimentação não é espontânea, sendo necessária energia para ativar o ciclo. Assim, o transporte ativo é dividido em: ● Transporte ativo primário: ocorre pela quebra de ATP. Neste momento, há liberação de energia a ser utilizada pelas proteínas de transporte. Elas, então, carregarão moléculas através de um gradiente de concentração contrário. ● Transporte ativo secundário: modifica as concentrações observadas nas moléculas transportadas, dividindo-as em dois lados da membrana. Nisso, esse tipo de transporte ativo movimentará as partículas a partir dos diferentes graus de concentração. Este, inclusive, estabelecido pelo transporte ativo primário. Ou seja, é um transporte que depende de um transporte ativo para ocorrer. ● Endocitose: abrange o transporte de um grande número de moléculas para o meio intracelular. Isso acontece graças ao englobamento de partículas, seja através da fagocitose ou da pinocitose. ● Exocitose: abrange o transporte de um grande número de moléculas para o meio extra-celular. Assim, transporte ativo e passivo abrange formas diferentes de células/moléculas deixarem ou adentrarem as células. De modo bastante básico, estas funções serão responsáveis por manter as células saudáveis e nutridas. Questionário Biologia Celular - Aula 3 Aluna: Bianca Garcia Sardi Turma: 107 QAE 5) Qual dos mecanismos de ação (receptores de membrana ou citosólicos/ nucleares) seria mais rápido? Justifique sua resposta. QAE 6) Explique uma via de sinalização relacionando com uma função celular e uma anormalidade. Mecanismos de ação A velocidade de qualquer resposta sinalizadora depende da natureza das moléculas de sinalização intracelular que executam a resposta da célula-alvo Quando a resposta envolve somente mudanças em proteínas já existentes na célula, ela pode ocorrer muito rapidamente: por exemplo, uma mudança alostérica em um canal iônico controlado por neurotransmissor pode alterar, em milissegundos, o potencial elétrico da membrana plasmática, e as respostas que dependem somente de fosforilação de proteínas podem ocorrer em segundos. Contudo, quando a resposta envolve mudanças na expressão gênica e na síntese de novas proteínas, ela normalmente demora muitos minutos ou horas, não importando o mecanismo de liberação do sinal. O local de ação e o funcionamento desses mecanismos também estabelecem diferentes velocidades de ação. Os mecanismos de ação que agem na membrana (estimuladores não genômicos) não são introduzidos no interior da célula e limitam-se ao contato com as proteínas de membrana (receptores de membrana), isso faz com que sejam mais rápidos em sua ação. Por outro lado, os receptores citosólicos/nucleares recebem estímulos provindos de substâncias que precisam entrar no interior celular para estabelecer uma comunicação efetiva. A partir daí, os receptores genômicos agem no núcleo e realizam os processos de transcrição e tradução, o que “atrasa” seu processo de ação, tornando-os receptores mais lentos que os de membrana. Via de sinalização - Insulina Assim como os GPCRs, os receptores acoplados a enzimas são proteínas transmembranas, com seu domínio de interação com o ligante localizado na superfície externa da membrana plasmática. Seu domínio citosólico, entretanto, em vez de estar associado a uma proteína G trimérica, associa-se diretamente a uma enzima ou tem atividade enzimática intrínseca. Enquanto os GPCRs possuem sete segmentos transmembrana, cada subunidade dos receptores acoplados a enzimas possui apenas um. Diversas proteínas de sinalização extracelular atuam por meio dos receptores tirosinas-quinase (RTKs). Estas incluem proteínas secretadas e ligadas à superfície celular que controlam o comportamento celular nos animais em desenvolvimento e em adultos. A insulina é um hormônio anabólico com efeitos metabólicos potentes. Os eventos que ocorrem após a ligação da insulina são específicos e estritamente regulados. Definir as etapas que levam à especificidade deste sinal representa um desafio para as pesquisas bioquímicas, todavia podem resultar no desenvolvimentode novas abordagens terapêuticas para pacientes que sofrem de estados de resistência à insulina, inclusive o diabetes tipo 2. O receptor de insulina pertence a uma família de receptores de fatores de crescimento que têm atividade tirosina quinase intrínseca. Após a ligação da insulina o receptor sofre autofosforilação em múltiplos resíduos de tirosina. Isto resulta na ativação da quinase do receptor e consequente fosforilação em tirosina de um a família de substratos do receptor de insulina (IRS). De forma similar a outros fatores de crescimento, a insulina usa fosforilação e interações proteína-proteína como ferramentas essenciais para transmitir o sinal. Estas interações proteína-proteína são fundamentais para transmitir o sinal do receptor em direção ao efeito celular final, tais como translocação de vesículas contendo transportadores de glicose (GLUT4) do pool intracelular para a membrana plasmática, ativação da síntese de glicogênio e de proteínas, e transcrição de genes específicos. Resumidamente, a insulina age na proteína tipo alfa, que gera uma mudança conformacional na proteína tipo beta, causando uma fosforilação e liberação do GluT e consequente transporte da glicose para dentro da célula. Ou seja, sua função está relacionada à manutenção do equilíbrio glicêmico no sangue. Alterações nessa via de sinalização da insulina podem estar associadas principalmente à Diabetes Mellitus tipo II, na qual o receptor de insulina tem dificuldade em reconhecer a insulina que tenta entrar na célula, provocando uma "resistência à insulina” no indivíduo, o que eleva o índice de glicose circulante no sangue. A insulina é o hormônio anabólico mais conhecido e é essencial para a manutenção da homeostase de glicose e do crescimento e diferenciação celular. Esse hormônio é secretado pelas células b das ilhotas pancreáticas em resposta ao aumento dos níveis circulantes de glicose e aminoácidos após as refeições. A insulina regula a homeostase de glicose em vários níveis, reduzindo a produção hepática de glicose (via diminuição da gliconeogênese e glicogenólise) e aumentando a captação periférica de glicose, principalmente nos tecidos muscular e adiposo. A insulina também estimula a lipogênese no fígado e nos adipócitos e dá reduz a lipólise, bem como aumenta a síntese e inibe a degradação protéica. Etapas Iniciais da Sinalização Insulínica O Receptor de Insulina A figura 1 mostra um esquema simplificado das etapas de sinalização intracelular desde a ligação da insulina ao seu receptor até a ativação do transporte de glicose. A sinalização intracelular da insulina começa com a sua ligação a um receptor específico de membrana, uma proteína heterotetramérica com atividade quinase, composta por duas subunidades a e duas subunidades b, que atua como uma enzima alostérica na qual a subunidade a inibe a atividade tirosina quinase da subunidade b. A ligação da insulina à subunidade a permite que a subunidade b adquira atividade quinase levando a alteração conformacional e autofosforilação, que aumenta ainda mais a atividade quinase do receptor. Os Substratos do Receptor de Insulina Uma vez ativado, o receptor de insulina fosforila vários substratos protéicos em tirosina. Atualmente, dez substratos do receptor de insulina já foram identificados. Quatro desses pertencem à família dos substratos do receptor de insulina, as proteínas IRS. Outros substratos incluem Shc, Gab-1, p60dok, Cbl, JAK2 e APS. A fosforilação em tirosina das proteínas IRS cria sítios de reconhecimento para moléculas contendo domínios com homologia a Src 2 (SH2). Dentre estas se destaca a fosfatidilinositol 3-quinase (PI 3-quinase). As funções fisiológicas do IRS-1/2 foram recentemente estabelecidas através da produção de camundongos sem os genes que codificam o IRS-1 e IRS-2 (camundongos knockout para IRS-1 e IRS-2). O camundongo que não expressa IRS-1 apresenta resistência à insulina e retardo de crescimento, mas não é hiperglicêmico. Foi demonstrado que o IRS-2 poderia compensar parcialmente a ausência de IRS-1, o que explicaria o fenótipo de resistência à insulina sem hiperglicemia do camundongo knockout de IRS-1. O https://www.scielo.br/img/fbpe/abem/v46n4/12797f1.gif camundongo que não expressa o IRS-2 foi recentemente gerado e apresenta um fenótipo diferente do camundongo sem IRS-1: hiperglicemia acentuada devido a diversas anormalidades na ação da insulina nos tecidos periféricos e a falência da atividade secretória das células b acompanhada de redução significativa da massa de células b pancreáticas. Em contraste, camundongos knockout para o IRS-3 e IRS-4 têm crescimento e metabolismo de glicose quase normal. Inibição da Sinalização do Receptor de Insulina O receptor de insulina, além de ser fosforilado em tirosina, também pode ser fosforilado em serina, o que atenua a transmissão do sinal através da diminuição da capacidade do receptor em se fosforilar em tirosina após estímulo com insulina. Essas fosforilações inibitórias causam feedback negativo na sinalização insulínica e podem provocar resistência à insulina. Estudos recentes indicam que a resistência à insulina induzida pela obesidade pode ser decorrente da ativação seqüencial da proteína quinase C (PKC) e da quinase inibidora do fator nuclear kB (IKkB), entretanto os detalhes dessa via de sinalização ainda não são claros. A ação da insulina também é atenuada por proteínas fosfatases de tirosina, que catalisam a rápida desfosforilação do receptor de insulina e de seus substratos. Várias proteínas fosfatases de tirosina foram identificadas, dentre essas se destaca a PTP1B. Camundongos knockout para PTP1B têm aumento da fosforilação em tirosina do receptor de insulina e das proteínas IRS no músculo, consequentemente apresentam aumento da sensibilidade à insulina. A PI 3-quinase A PI 3-quinase é importante na regulação da mitogênese, diferenciação celular e transporte de glicose estimulado pela insulina. A PI-3 quinase foi originalmente identificada como um dímero composto de uma subunidade catalítica (p110) e uma subunidade regulatória (p85). A ligação dos sítios YMXM e YXXM (onde Y= tirosina, M= metionina e X= qualquer aminoácido) fosforilados das proteínas IRS ao domínio SH2 da subunidade p85 da PI 3 -quinase ativa o domínio catalítico associado. A enzima catalisa fosforilação dos fosfoinositídeos na posição 3 do anel de inositol produzindo fosfatidilinositol-3-fosfato, fosfatidilinositol-3,4-difosfato e fosfatidilinositol-3,4,5-trifosfato (19). Atualmente, a PI 3-quinase é a única molécula intracelular considerada essencial para o transporte de glicose. As proteínas alvo conhecidas dessa enzima são a Akt e as isoformas atípicas da aPKC (z e l), porém a função destas proteínas no transporte de glicose ainda não está bem estabelecida. A Via CAP/Cbl Além da ativação da PI3-quinase, outros sinais também são necessários para que a insulina estimule o transporte de glicose. Essa segunda via envolve a fosforilação do proto oncogene Cbl. Na maioria dos tecidos sensíveis à insulina, Cbl está associado com a proteína adaptadora CAP. Após a fosforilação, o complexo Cbl-CAP migra para a membrana celular e interage com a proteína CrkII, que também está constitutivamente associada com a proteína C3G. A C3G é uma proteína trocadora de nucleotídeos que catalisa a troca de GDP por GTP pela proteína TC10 ativando-a. Uma vez ativada, TC10 causa um segundo sinal para a translocação da proteína GLUT4, em paralelo à ativação da via da PI3-quinase. Cascatas de Fosforilação Estimuladas pela Insulina Semelhante a outros fatores de crescimento, a insulina estimula a mitogen-activated protein (MAP) quinase. Essa via inicia-se com a fosforilação das proteínas IRS e/ou Shc, que interagem com a proteína Grb2. A Grb2 está constitutivamente associada à SOS, proteína que troca GDP por GTP da Ras ativando-a. A ativação da Ras requer a participação da SHP2. Uma vez ativada, Ras estimula a fosforilação em serina da cascata da MAPK que leva à proliferação e diferenciação celulares. O bloqueiofarmacológico dessa via previne a ação da insulina no crescimento celular, mas não tem efeito nas ações metabólicas do hormônio. A insulina aumenta a síntese e bloqueia a degradação de proteínas através da ativação da mTOR. mTOR controla a translação de proteínas diretamente através da fosforilação da p70- ribossomal S6 quinase (p70rsk), que ativa a síntese ribossomal de proteínas através da fosforilação da proteína S6. A mTOR também fosforila a PHAS1, que aumenta a síntese protéica via aumento da translação de proteínas. Regulação da Síntese de Glicogênio A insulina inibe a produção e liberação de glicose no fígado através do bloqueio da gliconeogênese e glicogenólise. A insulina estimula o acúmulo de glicogênio através do aumento do transporte de glicose no músculo e síntese de glicogênio em fígado e músculo. Este último efeito é obtido via desfosforilação da glicogênio-sintetase. Após estímulo com insulina a Akt fosforila e inativa a GSK-3, o que diminui a taxa de fosforilação da glicogênio-sintetase aumentando sua atividade. A insulina também ativa a proteína fosfatase 1, por um processo dependente da PI 3-quinase, que desfosforila a glicogênio sintetase diretamente. Na neoglicogênese, a insulina inibe diretamente a transcrição de genes que codificam a fosfoenolpiruvato carboxiquinase (PEPCK), enzima chave no controle desse processo. O hormônio também diminui a taxa de transcrição do gene que codifica a frutose-1,6-bifosfatase e a glicose 6 fosfatase e aumenta a transcrição de genes de enzimas glicolíticas como a glicoquinase a piruvato quinase. As vias de sinalização que regulam a transcrição desses genes permanecem desconhecidas, mas envolvem a Akt e fatores de transcrição da família forkhead e o coativador do PPAR g, PGC-1. A insulina também altera a quantidade de ácidos graxos livres liberados da gordura visceral. O fluxo direto de ácidos graxos na veia porta para o fígado modula a sensibilidade à insulina nesse órgão regulando a produção de glicose. Regulação da Síntese e Degradação de Lipídeos A homeostase de lipídios em células de vertebrados é regulada por uma família de fatores de transcrição designada SREBP (sterol regulatory element-binding proteins). SREBPs ativam diretamente a expressão de aproximadamente 30 genes que se dedicam à síntese e captação de colesterol, ácido graxo, triglicérides e fosfolípides, assim como a de NADPH um cofator requerido para a síntese dessas moléculas. No fígado, três SREBPs regulam a produção de lipídios. SREBP-1c aumenta preferencialmente a transcrição de genes envolvidos na síntese de ácido graxo, entre eles a acetil CoA carboxilase (ACC), que converte a acetil CoA em malonil CoA e a ácido graxo sintetase (FAS), que converte a malonil CoA em palmitato. Uma ação clássica da insulina é estimular a síntese de ácido graxo no fígado em períodos de excesso de carboidratos. Várias evidências sugerem que esses efeitos da insulina são mediados pelo aumento do SREBP-1c. In vivo, a quantidade total de SREBP-1c em fígado é reduzida pelo jejum, que suprime a secreção de insulina, e aumenta com a realimentação. De forma semelhante, os níveis de mRNA do SREBP-1c diminuem em animais com diabetes induzido por estreptozotocina e aumentam após tratamento com insulina. A hiperexpressão do SREBP-1c, em fígado de animais transgênicos, previne a redução do mRNA das enzimas lipogênicas. Muitos indivíduos com obesidade e resistência à insulina apresentam esteatose hepática. As evidências indicam que a esteatose hepática da resistência à insulina é causada pelo acúmulo de SREBP-1c, que está elevada em resposta aos altos níveis circulantes de insulina. De maneira semelhante, os níveis de SREBP-1c estão elevados no fígado de camundongos ob/ob. Apesar da presença de resistência à insulina nos tecidos periféricos, a insulina continua a ativar a transcrição do SREBP-1c no fígado desses camundongos. O nível elevado de SREBP-1c nuclear aumenta a expressão de genes lipogênicos, a síntese de ácido graxo e o acúmulo de triglicérides. Em adipócitos a insulina também reduz a lipólise através da inibição da lipase hormônio sensível. Esta enzima é ativada pela PKA (proteína quinase A). A insulina inibe a atividade da PKA, ativando a fosfodiesterase AMP cíclico específica (PDE3B), que reduz os níveis de AMP cíclico nos adipócitos. A ativação da PDE3B é dependente e distal da ativação da PI3-quinase e Akt pela insulina. Questionário Biologia Celular - Aula 4 Aluna: Bianca Garcia Sardi Turma: 107 QAE 7) Explique os principais endereçamentos pós-transcricionais das proteínas sintetizadas e direcionadas para as diferentes organelas celulares. QAE 8) Cite 2 funções e uma anormalidade da função dos lisossomos. Principais endereçamentos pós-transcricionais Após a transcrição as proteínas são encaminhadas para a tradução, que pode ser feita em dois locais: nos ribossomos associados aos retículos endoplasmáticos rugosos ou nos ribossomos soltos que estão distribuídos pelo citoplasma (dispersos no citoplasma). As proteínas que são traduzidas nos ribossomos associados ao retículo endoplasmático rugoso entram na cisterna do retículo endoplasmático rugoso onde serão dobradas e modificadas para adquirirem a conformação adequada para realizarem suas funções. Algumas dessas proteínas são glicosiladas, ou seja, sofrem reação de adição de um açúcar nessa cisterna. Essas proteínas traduzidas nos ribossomos associados ao retículo endoplasmático rugoso e processadas na cisterna podem seguir diversos destinos: podem ir para a membrana plasmática, para o complexo de golgi (onde será finalizado seu processamento), para os lisossomos ou ainda podem ser secretadas para o meio extracelular. As proteínas que são traduzidas nos ribossomos dispersos no citoplasma normalmente são mais simples e podem ter alguns destinos: citosol (ex: eritroblasto, células tumorais e embrionárias), núcleo celular, mitocôndrias, peroxissomos ou cloroplastos (em células vegetais). É importante ressaltar que as proteínas provenientes da tradução feita pelos ribossomos dispersos no citoplasma, ou seja, aqueles que não estão associados ao retículo endoplasmático rugoso, não tem como destino final o meio extracelular. Funções e anormalidades do Lisossomo Funções do Lisossomo: A primeira função está relacionada à digestão de partículas intra e extracelulares: ● Heterofagia: processo de digestão de partículas de origem externa à célula. ● Autofagia: reciclagem (renovação) de outras organelas celulares envelhecidas e macromoléculas. A segunda função relaciona-se com a reparação celular: ● Os lisossomos fazem reparos de estruturas celulares, como membranas por exemplo. Anormalidades do Lisossomo: As anormalidades referentes aos lisossomos estão relacionadas principalmente à atividade deficiente ou exacerbada de suas enzimas. Algumas doenças relacionadas aos mecanismos lisossomais, entre elas pode ser citada a doença de pompe: ● Doença de Pompe: glicogenose causada por deficiência na enzima glicosidase lisossômica, o que impossibilita a digestão de glicogênio na célula. ○ Também conhecida como Glicogenose tipo II, a Doença de Pompe se manifesta quando o organismo não produz, ou produz em pequenas quantidades, uma enzima chamada alfa-glicosidase ácida ou GAA, responsável justamente por quebrar o glicogênio e produzir energia. ○ Com o tempo, este açúcar acumulado nas células inicia um processo inflamatório que compromete a musculatura do paciente, causando fraqueza muscular e respiratória. Além dessa, outras doenças relacionadas às enzimas lisossômicas podem ocorrer, como é o caso da síndrome de Hurler, síndrome de Hunter, doença de Gaucher, entre outras. Questionário Biologia Celular - Aula 6 Aluna: Bianca Garcia Sardi Turma: 107 QAE 9) Cite os fatores mitocondriais relacionados com desenvolvimento de doenças. QAE 10) Qual a relação de uso de medicamentos ou alimentos e alterações nas funções mitocôndrias. Fatores mitocondriais relacionados ao desenvolvimento de doenças Os principais fatores mitocondriaisrelacionados ao desenvolvimento de doenças são: ● Estresse oxidativo (excesso de radical livre) ● Falta de energia ● Apoptose Alguns outros fatores ainda podem ser citados, como por exemplo as alterações na esteroidogênese. Relação entre uso de medicamentos ou alimentos e alterações nas funções mitocôndrias Algumas condições e substâncias estão relacionadas a alterações nas funções mitocondriais, são elas: ● Antibióticos ○ De acordo com a teoria endossimbiótica, acredita-se que as mitocôndrias surgiram a partir de organismos procariontes que encontraram abrigo no interior de outras células. ○ Essas duas células estabeleceram uma relação simbiótica, ou seja, a interação entre as duas células gerou benefícios para ambos os envolvidos (teoria endossimbiótica). ○ Enquanto o organismo procarionte (mitocôndria) encontrava proteção, a célula hospedeira (eucarionte) obtinha a energia necessária para a realização de suas atividades. ○ A partir dessa teoria, é possível explicar o motivo de antibióticos inibirem a síntese de proteínas na mitocôndria, já que a estrutura dessa organela assemelha-se em vários pontos com as estruturas bacterianas (procariontes). ● Obesidade ○ Em grande parte dos estudos relacionados à obesidade, o metabolismo energético celular comprometido associa-se à disfunção mitocondrial. Neste contexto, torna-se importante avaliar a função mitocondrial na obesidade, visto que as mitocôndrias são organelas com funções-chave no metabolismo energético. ○ A mitocôndria, tal como noutros tecidos, desempenha um papel importante no tecido adiposo visceral na diferenciação e maturação dos adipócitos no metabolismo energético, e na manutenção do estado redox. ○ Existem alguns trabalhos que sugerem que a expansão excessiva do tecido adiposo visceral, característico de uma situação de obesidade, leva à disfunção mitocondrial no próprio tecido. ○ Um dos possíveis quadros patológicos é quando o tamanho das células adiposas aumenta muito e a irrigação sanguínea não acompanha esse crescimento, o que leva à hipóxia dos tecidos adjacentes. Dessa forma, os macrófagos fazem o papel dos adipócitos “inchados” em pessoas obesas, o que resulta em estresse oxidativo mitocondrial e inflamação do tecido. ● Estresse oxidativo ○ Está relacionado à destruição mitocondrial e à apoptose celular. ● Cafeína ○ Funciona como termogênico, acelerando a velocidade do gasto energético pela estimulação da cadeia de transporte de elétrons. Questionário Biologia Celular - Aula 10 Aluna: Bianca Garcia Sardi Turma: 107 QAE 13) Qual a diferença entre parênquima e estroma. QAE 14) Explique como a MEC participa da função específica de cada tecido. Diferença entre parênquima e estroma Parênquima é o tecido funcional de um órgão, as porções ou estruturas responsáveis pelas funções dos órgãos. Nos pulmões, por exemplo, o parênquima são os alvéolos e os ductos alveolares, já que a função dos pulmões é a troca gasosa. Estroma é a porção responsável pela sustentação e nutrição do órgão. É constituído por tecido conjuntivo que existe em volta e entre as porções secretoras e os dutos. Sua função é dar suporte à glândula, manter unidas suas diferentes partes, conduzir vasos, nervos e ductos excretores e eventualmente recobrir a glândula como um todo formando uma cápsula. Função de cada estrutura da MEC A matriz extracelular (MEC) é uma rede complexa composta por quatro grandes classes de macromoléculas: colágenos, proteoglicanos (PGs), glicosaminoglicanos (GAGs) e glicoproteínas adesivas, que proporcionam um arcabouço físico para a sustentação da estrutura tecidual, determinando a hidratação e consequentemente o volume do tecido, criando espaços para o transporte de moléculas, organização dinâmica e resistência às forças de compressão. Fibras: ● Colágenas ○ Classificação quanto à estrutura e função: ■ Colágenos que formam fibrilas: I, II, III, V, XI ● dão resistência ao tecido; ■ Colágenos que se associam a fibrilas: IX, XII ● ligam fibrilas entre si e a outros componentes da MEC; ■ Colágeno que forma rede: IV ● aderência,filtração; ■ Colágeno de ancoragem: VII ● prende fibras colágenas à lâmina basal. ● Reticulares ○ Formam redes flexíveis e delicadas ao redor de capilares, fibras musculares, nervos, células adiposas e hepatócitos, e servem como uma rede para a sustentação de células ou de grupos células nos órgãos endócrinos e linfáticos. ● Elásticas ○ Fibras delgadas e longas; ○ Propriedade elástica (1.5x), portanto, conferem elasticidade ao tecido. ○ Montadas por elastina: ■ A elastina fornece elasticidade aos tecidos, é uma proteína hidrofóbica (750 aas) rica em prolina e glicina e não é glicosilada. Substância Fundamental: ● Glicosaminoglicanos (polímeros de dissacarídeos) ○ São polissacarídeos longos, negativamente carregados, formados por unidades dissacarídeos que se repetem e que têm a capacidade de se ligar a grande quantidade de água. ○ De modo geral, os glicosaminoglicanos têm a função de transporte molecular e de produção de colágeno através dos fibroblastos e, também podem assumir diversas atividades no organismo, além de oferecer um meio pericelular hidratado. ○ Classificação ■ Ácido hialurônico: tem função lubrificante. Está presente no tecido conjuntivo, cartilagem, derme, cordão umbilical e líquido sinovial (presente nas cavidades articulares). ■ Sulfato de heparano: regula diversas atividades biológicas, dentre elas a de coagulação do sangue. Está no pulmão, vasos sanguíneos e lâmina basal. ■ Sulfatos de condroitina: ligam-se a colágenos, criando redes, mantendo a união e resistência das fibras. ● São os mais abundantes no corpo e podem ser encontrados nas cartilagens, ligamentos, tendões e artéria aorta. ● Proteoglicanos (eixo protéico, com vários glicosaminoglicanos ligados covalentemente) ○ Resistem a forças de compressão; ○ Retardam o movimento de microorganismos e de células tumorais; ○ Facilitam a locomoção de células normais; ○ Formam filtros moleculares. ○ Sinalizadora, com sítios de ligação para moléculas sinalizadoras, com TGF-β; ● Glicoproteínas de Adesão ○ As glicoproteínas adesivas às células têm sítios de ligação para vários componentes da MEC. ○ Atuam como mediadoras da interação entre as células e a matriz extracelular ○ As principais são: ■ Fibronectina; ■ Laminina; ■ Entactina; ■ Tenascina; ■ Condronectina; ■ Osteonectina; Participação da MEC na função específica de cada tecido Tecido Conjuntivo é um tecido de conexão, composto de grande quantidade de matriz extracelular, células e fibras. Suas principais funções são fornecer sustentação e preencher espaços entre os tecidos, além de nutri-los. Existem tipos especiais de tecido conjuntivo, cada um com função específica. Isso varia, principalmente, de acordo com a composição da matriz e do tipo de células presentes. Tipos de Tecido Conjuntivo A classificação dos diferentes tecidos conjuntivos pode ser feita de acordo com o material e o tipo de células que o compõem. A matriz extracelular, que é a substância entre as células, têm consistência variável. Ela pode ser: gelatinosa (tecido conjuntivo frouxo e denso), líquida (sanguíneo), flexível (cartilaginoso) ou rígida (ósseo). Desse modo, pode ser dividido em tecido conjuntivo propriamente dito e em tecidos conjuntivos de propriedades especiais, a saber: adiposo, cartilaginoso, ósseo e sanguíneo. Tecido Conjuntivo Propriamente Dito Esse tecido, como o nome indica, é o típico tecido de ligação. Ele atua na sustentação e preenchimento dos tecidos e, dessa forma, contribui para que fiquem juntos, estruturando os órgãos. Sua matriz extracelular é abundante, composta de uma parte gelatinosa (polissacarídeo hialuronato) e três tipos de fibras proteicas: colágenas, elásticas e reticulares. Existem dois subtipos de tecido conjuntivo propriamente dito, classificados de acordo com a quantidade de matriz presente, são eles: Tecido Conjuntivo Frouxo É constituído de pouca matriz extracelular, com muitas células e poucas fibras. Isso torna o tecidoflexível e pouco resistente às pressões mecânicas. Algumas células são residentes, como os fibroblastos e macrófagos e outras são transitórias, como linfócitos, neutrófilos e eosinófilos. É encontrado pelo corpo todo, envolvendo órgãos. Além disso serve de passagem a vasos sanguíneos, sendo assim importante na nutrição dos tecidos. Tecido Conjuntivo Denso Possui grande quantidade de matriz extracelular, com predominância das fibras colágenas, dispostas sem grande organização. Há poucas células presentes, entre elas os fibroblastos. É encontrado abaixo do epitélio, na derme, conferindo resistência às pressões mecânicas, graças às suas muitas fibras. Também é muito encontrado nos tendões. Tecido Conjuntivo Adiposo É um tipo de tecido conjuntivo de propriedades especiais. Sua função é de reserva energética e também proteção contra o frio e impactos. É constituído de pouca matriz extracelular, com quantidade considerável de fibras reticulares e muitas células especiais, os adipócitos, que acumulam gordura. Tecido Conjuntivo Cartilaginoso É composto por grande quantidade de matriz extracelular, no entanto, ela é mais rígida nesse tecido do que no conjuntivo propriamente dito. Isso ocorre devido à presença de glicosaminoglicanas associadas às proteínas,além de finas fibras colágenas. https://www.todamateria.com.br/macrofagos/ Nas cartilagens, constituídas desse tecido, estão presentes os condrócitos, células que ficam alojadas dentro de lacunas na matriz. Devido à sua consistência especial, o tecido cartilaginoso faz a sustentação de diversas regiões do corpo, mas com certa flexibilidade. Tecido Conjuntivo Ósseo É um tecido mais rígido, presente nos ossos e responsável pela sustentação e movimentação. É composto de abundante matriz extracelular, rica em fibras colágenas e moléculas especiais (proteoglicanas e glicoproteínas). A matriz é calcificada pela deposição de cristais (formados de fosfato de cálcio) sobre as fibras. A célula especial do tecido, o osteócito, fica no interior de lacunas na matriz rígida. É uma célula madura originada dos osteoblastos, células ósseas jovens. Tecido Conjuntivo Sanguíneo É um tecido especial cuja matriz se encontra no estado líquido. Essa substância se chama plasma, nele estão as células sanguíneas: glóbulos vermelhos (hemácias) e glóbulos brancos (leucócitos) e as plaquetas (fragmentos celulares). O tecido hematopoiético ou hematopoiético é responsável pela formação das células sanguíneas e componentes do sangue. Ele está presente na medula óssea, localizada no interior de alguns ossos. Funções Cada tipo de tecido conjuntivo possui tipos específicos de células e sua matriz extracelular contém diferentes moléculas e fibras que determinam sua função. ● Preenche espaços entre os diferentes tecidos e estruturas; ● Participa na nutrição de células de outros tecidos que não possuem vascularização, uma vez que facilita a difusão dos nutrientes, além de gases, entre o sangue e os tecidos; ● Reserva energética nas células adiposas; ● Atua na defesa do organismo através das suas células; ● Produz células sanguíneas na medula óssea. https://www.todamateria.com.br/medula-ossea/
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