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Universidade Estadual de Santa Cruz Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas - DCET Engenharia Química Ramon Jesus Moreira dos Santos Equilíbrio químico - Caracterização do estado de equilíbrio de sistemas químicos e verificação experimental do princípio de Le Chatelier Ilhéus-Bahia 03 de Maio de 2021 Ramon Jesus Moreira dos Santos Equilíbrio químico - Caracterização do estado de equilíbrio de sistemas químicos e verificação experimental do princípio de Le Chatelier Relatório apresentado como parte dos critérios de avaliação da disciplina CET835–QUÍMICA GERAL II. Turma P09. Dia da execução do experimento: 07/01/2020. Professora: Miriam Sanae Tokumoto Ilhéus-Bahia 03 de Maio de 2021 Sumário 1 RESUMO 2 2 OBJETIVO 3 3 INTRODUÇÃO 3 3.1 História . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3.2 Equilíbrio Químico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3.3 Reversibilidade das reações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 3.4 Deslocamentos do equilíbrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3.4.1 Concentração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3.4.2 Pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3.4.3 Temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 4 MATERIAIS E METÓDOS 6 4.1 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 4.2 Metódos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 4.2.1 Experimento 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 4.2.2 Experimento 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 4.2.3 Experimento 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 8 5.1 Experimento 1 - Observação da reversibilidade das reações . . . . . . . . . . . 8 5.2 Experimento 2 - Efeito da concentração e da temperatura no deslocamento do equilíbrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 5.3 Experimento 3 - Caraterização do estado de equilíbrio do sistema . . . . . . . . 10 6 CONCLUSÃO 12 REFERÊNCIAS 13 1 1 RESUMO Essa prática teve como intuito ratificar a autenticidade de teorias pertinentes ao equilíbrio químico envolvendo o princípio de Le Chatelier, utilizou-se de soluções químicas e interações características relacionando as mesmas, obtendo-se por fim êxito em relação a proposta inicial. 2 2 OBJETIVO Estudar por meio dos dos experimentos sugeridos, os deslocamentos do equilíbrio químico em função da temperatura e da concentração dos reagentes e produtos, com intuito de constatar os princípios de Le Chatelier trabalhados em sala de aula de maneira teórica. 3 INTRODUÇÃO 3.1 História No começo do século XX havia a expectativa para o acontecimento da Primeira Guerra Mundial a qualquer momento. Nesse sentido, se tratando de armamento militar, os compostos de nitrogênio tinha uma importância fundamental, pois eram utilizados para fabricar explosivos, além do seu uso na agricultura. Dessa maneira, como existia uma escassa fonte desses nitratos somado aos seus diferentes e importantes tipos de uso, fez com o que os cientistas da epóca procu- rassem uma maneira econômica para fixar o nitrogênio atmosférico, visto que há em abundância, para poder assim combinar com outros elementos e obter os compostos necessários.(Atkins, 2012) Os alemães, Fritz Haber e Carl Bosh, descobriram uma maneira de suprir essas deficiên- cias. Assim, isso propiciou ao exército e a agricultura alemã uma excelente fonte de fertilizantes e explosivos.(Atkins, 2012) Em se tratando do processo, Haber e Bosh encontraram dificuldades para produzir esses compostos, pois nesta produção as reações não iam até o fim e aparentavam parar após consumirem uma certa quantidade de reagentes. Com isso, eles perceberam que a reação estava atingindo um determinado equilíbrio químico, onde não existia mais tendência a mudar a composição da mistura da reação. Logo, essa dupla de cientistas tiveram que compreender como a reação se aproximava do equilíbrio para então alcança-lo. Este procedimento ficou conhecido como o processo de Haber-Bosh, e é o principal metódo até os dias atuais para produzir amônia e retirar nitrogênio da atmosfera.(Atkins, 2012) 3.2 Equilíbrio Químico O equílibrio químico pode ser definido como um estágio da reação ao qual a concentração se torna constante. Nesse sentido, há um balanceamento na quantidade de reagente e produto, pois as reações ocorrem no sentido direto e inverso, ou seja, produto se transformando em reagente e reagente se decompondo em produto. Dessa forma, quando a reação atinge seu equilíbrio químico, as reações direta e inversa continuam a ocorrer, mas os reagentes e produtos 3 estão sendo consumidos e recuperados com a mesma velocidade. Deste modo, a composição da mistura permanece constante. Nesse sentido, uma consequência disso é que a reação só pode chegar ao equílibrio quando ocorrer em um sistema isolado, visto que é necessário manter as concentrações constantes. (Atkins, 2012) 3.3 Reversibilidade das reações A reversibilidade das reações químicas ocorrerá quando a reação atingir um estado de equilíbrio dinâmico no qual a velocidade das reações direta e inversa é a mesma e não há mudança de composição. (Atkins, 2012) Reações explosivas aparentemente param em um estágio inicial, a exemplo da reação propiciada por Haber para a fixação de nitrogênio com hidrogênio, segue a reação abaixo(Atkins, 2012) N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g) {1} Inicialmente, a reação produz amônia rápido, porem começa a parar, e mesmo que seja esperado um longo tempo, não ocorrera formação de produto. A reação atingiu o equilíbrio. (Atkins, 2012) Analogamente ocorre as mudanças de fases, as reações químicas tendem a um equilíbrio dinâmico no qual não há mudança de composição, mas as reações direta e inversa continuam a ocorrer, com a mesma velocidade. (Atkins, 2012) 2 NH3 (g) N2 (g) + 3 H2 (g) {2} Com isso, o que realmente acontece é que quando a reação aparentemente para, isso se deve ao fato de que a velocidade da reação inversa aumenta conforme mais amônia se forma. Neste sentido, no equlibrio a amônia se decompõe rapidamente logo após ser formada. Este estado de transições dinâmicos são indicados por “arpões”, que representam o equilíbrio. (Atkins, 2012) 2 NH3 (g) N2 (g) + 3 H2 (g) {3} E após muitos experimentos, os cientistas Cato Guldberg e Peter Waage, através de equações matemáticas, puderam comprovar que cada reação contêm uma constante característica da mistura, à uma determinada temperatura, essa constante ficou conhecida como constante de equilíbrio da reação. Seguindo a lei de ação das massas que resume todo esse trabalho foi possível afirmar que: no equilíbrio, a composição da mistura da reação pode ser expressa em termos de uma constante de equilíbrio e que, para qualquer reação entre gases que podem ser considerados como ideais. (Atkins, 2012) 4 Temos que por definição do (Atkins,2012): "A composição de uma mistura de reação no equilíbrio é descrita pela constante de equílibrio, que é igual às atividades dos produtos(elevadas as potências iguais aos coeficientes estequiométricos da reação química balanceada) divididas pelas atividades dos reagentes(elevada a potências iguais a seus coeficientes estequiométricos)". Dada uma equação química genérica teremos que "K"será: aA (g) + bB (g) cC (g) + dD (g) {4} K = [C]c[D]d [A]a[B]b (1) 3.4 Deslocamentos do equilíbrio Se uma reação entra em equilíbrio, ela tende a ficar em equilíbrio pra sempre. Ou seja, tomando como exemplo a formação da amônia ao colocar o H2 e o N2 para formar o NH3, não adiantaria esperar uma elevada quantidade de tempo para ver se o rendimento iria aumentar, pois a quantidade máxima de NH3 formada é aquela no equilíbrio. Nesse sentido as concentrações só serão alteradas ao peturbar o equilíbrio.(Atkins, 2012) Peloprincípio de Le Chatelier temos que segundo o (Atkins, 2012) :"Quando uma perturbação exterior é aplicada a um sistema em equilíbrio dinâmico, ele tende a se ajustar para reduzir ao mínimo o efeito da perturbação". Dessa forma pode-se perturbar o sistema pelas seguintes maneiras: concentração, pressão e temperatura. 3.4.1 Concentração Trata-se de um conceito simples de entender, uma vez que, ao se desejar aumentar a quantidade de produto formado basta aumentar a quantidade de reagente, pois dessa maneira o equilíbrio irá se deslocar a fim de consumir essa maior parcela de reagente, consequentemente formando mais produto. O inverso também é um fato, pois ao se alocar excesso de produto no meio, o equilíbrio vai se deslocar para consumir esse produto. (Russell, 1994) ^[Reagentes] = ^[Produtos] 3.4.2 Pressão Ao aumentar a pressão do sistema o equílibrio irá se deslocar no sentido que tem menos mol gasosos. Ao diminuir a pressão, mais mol gasosos serão formados. É uma tentativa do sistema retornar ao seu estado de equilíbrio. (Russell, 1994) 5 ↑ P = _[gases] _P = ↑ [gases] 3.4.3 Temperatura Sempre que a temperatura aumenta, a energia cinética das moléculas aumenta e os choques entre elas tornam-se mais intensos. Isso faz com que a velocidade de qualquer reação aumente. Como há duas reações ocorrendo no estado de equilíbrio, as velocidades das duas irão aumentar. No entanto, as velocidades das duas reações presentes no estado de equilíbrio não aumentam em proporções iguais. Assim, as velocidades das duas reações tornam-se diferentes entre si e a partir disso o equilíbrio é deslocado. Ao aumentar a temperatura, favorece-se o sentido endotérmico. O abaixamento da temperatura favorece o sentido exotérmico, é como se o equilíbrio estivesse tentando"reaquecer"o meio.(Russell, 1994) 4 MATERIAIS E METÓDOS 4.1 Materiais • Balança analítica • Almofariz • Cadinho • Chapa de aquecimento • Tela de amianto • Tubos de ensaio • Sulfato de cobre penta hidratado (CuSO4. 5H2O) • Solução hidroalcoólica de CoCl2 • Pipeta graduda • Conta gotas • Solução de dicromato de potássio (K2Cr2O7) a 0,1 mol/L • Solução de cromato de potássio (K2CrO4) a 0,1 mol/L • Solução de NaOH a 1 mol/L 6 • Solução de HCl a 1 mol/L • Solução de NaCl a 1 mol/L • Solução de BaCl2 a 1 mol/ L 4.2 Metódos 4.2.1 Experimento 1 Inicialmente foi-se pesada uma quantia aproximada de 1g de sulfato de cobre penta hidratado e sua massa triturada em um almofariz e seu conteúdo transferido para um cadinho. O material foi aquecido até a cor azul desaparecer, e foi posteriormente retirado para resfriar sobre uma tela de amianto. Em sequência, após estar em uma temperatura ambiente foi adicionado o volume aproximado de 1 mL de água destilada. 4.2.2 Experimento 2 O experimento ocorreu com a separação de 4 tubos de ensaio que foram enumerados de 1 a 4. No primeiro tubo foi adicionado o volume de 2 mL de uma solução hidroalcoólica de CoCl2 e posteriormente separado os tubos dos demais. Com o segundo tubo, foi adicionado 10 mL de uma solução hidroalcoólica e com uma pipeta graduada, foi adicionado 12 gotas de água destilada, quantidade suficiente para alterar a cor da solução do tubo de ensaio. Foi separado uma quantidade de 2 mL do conteúdo do tubo 2 e o restante foi levado para aquecimento em banho maria até que sua cor fosse alterada. Após a alteração da cor, 2 mL dessa solução foi separado em um outro tubo de ensaio, e o restante da solução que estava em aquecimento foi resfriada em água de torneira até que sua cor fosse novamente alterada. 4.2.3 Experimento 3 Inicialmente foi separado 6 tubos de ensaio que foram enumerados e adicionado a cada um deles o volume de 2 mL de dicromato de potássio. Posteriormente foram separados mais 4 tubos de ensaio que foram enumerados e preenchidos com 2 mL de uma solução de cromato de potássio 0,1 mol/L. Assim o experimento foi realizado seguindo os seguintes passos: (a) 1 mL de NaOH 1 mol/L foi adicionado a um tubo de ensaio contendo a solução de dicromato e marcado com a letra A (b) A mesma quantidade de NaOH do item anterior foi adicionado em outro tubo contendo cromato de potássio e este foi marcado com a letra B. (c) No tubo C, contendo íon dicromato foi adicionado 1 mL de HCl 1 mol/L 7 (d) E em seguida a mesma quantia do item anterior foi aplicada a outro tubo contendo o íon cromato, no caso o tubo D. (e) No tubo de ensaio E, também contendo o íon dicromato, foi adicionado 0,5 mL de NaOH 1 mol/L, que após agitado foi adicionado 1 mL de HCl 1 mol/L. (f) No tubo de ensaio F, que continha o íon dicromato, foi adicionado 0,5 mL de HCl 1 mol/L, e após seu conteúdo ser agitado, foi acrescentado 1 mL de NaOH 1 mol/L. (g) No tubo G onde havia o íon dicromato, foi adicionado 1 mL de uma solução de NaCl 1 mol/L (h) O mesmo processo do item anterior foi realizado em outro tubo de ensaio H contendo cromato de potássio. (i) Finalizando o experimento, 5 gotas de BaCl2 foram adicionados a um tubo I contendo o íon dicromato. (j) o mesmo processo foi repetido em outro tubo J que continha o íon cromato. Todos os resultados e alterações foram anotadas e suas análises feitas no tópico de resultados e discussões. 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 Experimento 1 - Observação da reversibilidade das reações Neste procedimento, após aquecer o sulfato de cobre penta hidratado no estado sólido (CuSO4. 5H2O) que possui coloração azul, notou uma redução na massa do composto e houve uma mudança na coloração, o mesmo ficou branco decorrente da desidratação sofrida pelo composto ao ser aquecido, que perdeu moléculas de água que o circundavam ao receber energia na forma de calor. Através dos princípios de Le Chatelier, é possível afirmar que o CuSO4. 5H2O estava em um estado de equilíbrio com as moléculas de água que o rodeavam. Com isso, fornecendo calor ao sistema, o sulfato de cobre se manteve sólido e as moléculas se desprenderam na forma de vapor. Logo, o equilíbrio da reação se deslocou para um sentido que produz uma mudança endotérmica favorecendo a formação de produto, pois o sistema absorveu calor para ser alterado.(Atkins, 2012) Após o seu resfriamento e com a adição de água, notou se um grande aquecimento do mesmo, caracterizando a reação como exotérmica (liberação de calor), acompanhada de um retorno a cor azul, derivado da reidratação do sulfato de cobre, segue a equação abaixo: 8 CuSO4 · 5 H2O (aq) CuSO4 (s) + 5 H2O (g) {5} AZUL CINZA A priori, é notável que neste experimento as reações de desidratação e reidratação são processos facilmente reversíveis, bastando apenas fornecer calor para a reação sofrer uma mudança endotérmica, e adicionar água para a reação ocorrer como uma alteração exotérmica. 5.2 Experimento 2 - Efeito da concentração e da temperatura no desloca- mento do equilíbrio Co(H2O)4Cl2 (aq) + 2 H2O (l) Co(H2O)6 2+ (aq) + 2 Cl– (aq) {6} AZUL ROSA Trata-se de uma reação reversível, que pode acontecer nos dois sentidos, e encontra-se em equilíbrio químico,por conta disso possui então dois sentidos um endotérmico, o qual absorve calor, e um exotérmico, liberando calor, sendo assim, se ocorrer uma mudança na temperatura desse sistema, o equilíbrio será deslocado. O princípio de Le Chatelier diz que quando um sistema químico em equilíbrio é imposto a uma perturbação externa, esse equilíbrio desloca-se a fim de minimizar os efeitos provocados pela tal perturbação. De maneira que, se a mudança advir de uma variação da temperatura temos que um aumento da mesma implicará em mais energia disponível para a reação, consequente- mente haverá um favorecimento de reações do tipo endotérmicas, seguindo essa lógica, com a diminuição da temperatura do sistema, reações exotérmicas passam a ser favorecidas, e a depender do sistema teremos então um favorecimento em relação aos produtos ou aos reagentes. Além da perturbação pela mudança da temperatura, o equilíbrio pode sofrer um des- locamento devido a mudança da concentração em um sistema químico, de modo que, se sua diminuição ocorrerem um produto ou ocorrer um aumento da mesma em relação a um reagente a reação direta será favorecida enquanto que, se ocorrer um aumento na concentração dos produ- tos ou então uma diminuição na concentração do reagentes a reação inversa que passará a ser favorecida. Nesse experimento foi possível notar que: 1. O tubo 1 permaneceu com tom azul, não houve deslocamento do equilíbrio. 2. No tubo 2 ao adicionar 12 gotas de água destilada na substância de tom azulado, a mesma passou a possuir um tom lilás seguido de um tom rósea e após adição de mais 2 gotas de 9 água obteve-se então uma coloração avermelhada. Nesse caso o equilíbrio foi deslocado para direita, pois a concentração de Co(H2O)4Cl2 foi aumentada. 3. O tubo 3 permaneceu rósea claro, sem deslocamento do equilíbrio, pois é 2 mL do tubo 2. 4. Os 2 mL da solução do tubo 2, que foi aquecida, ao ser depositada no tubo 4 a mesma apresentou coloração azul. O sistema consumiu o calor e se deslocou para a esquerda, sendo este o sentido endotérmico. A solução foi comparada com o tubo 3 para verificar os principío de Le Chatelier. 5. A substância do tubo de comparação ao 3 que estava aquecida no tubo 4, ao ser resfriada apresentou cor rosa, logo o resfriamento favoreceu o sentido exótermico. Sendo assim foi possível analisar que o aquecimento da solução deslocou o equilíbrio para a esquerda, possibilitando então a formação de um tom azul e o resfriamento da solução deslocou o equilíbrio para direta favorecendo a cor rósea. Demonstrando assim que a mudança da temperatura e concentração influencia em uma reação química. 5.3 Experimento 3 - Caraterização do estado de equilíbrio do sistema 2 CrO4 2– (aq) + 2 H+ (aq) Cr2O7 2– (aq) + H2O (l) {7} AMARELO LARANJA Em seus respectivos estados de equilíbrio, a solução aquosa do cromato de potássio (K2CrO4) possui coloração amarelada, enquanto o dicromato de potássio (K2Cr2O7) é alaranjada. Sendo o cromato uma solução mais básica, enquanto o dicromato ácida. Logo, o que irá determinar a cor da solução no sistema será a quantidade de pH difuso no meio. Tubos A e B- O tubo que continha o dicromato de potássio teve sua coloração alaranjada alterada para um amarelo alcalino após ser adicionada a quantidade de1 mL de NaOH 1mol/L. Esta alteração pode ser explicada pelo princípio de Le Chatelier, segundo o qual por haver uma perturbação no equilíbrio químico do dicromato, deslocando-o para o sentido do cromato devido a presença de hidroxilas, causando a formação de CrO4−2, e tendo como resultado final a alteração da coloração inicial. Já no tubo B a coloração do íon cromato continuou amarela mesmo depois da adição de NaOH. Como o hidróxido de sódio é uma base forte, quando adicionado em uma solução ele sofre uma dissociação na qual libera muitos cátions Na+ e ânions hidróxido OH− no sistema. Estes ânions possuem afinidade com os íons H+ presentes no equilíbrio, interação esta que quando ocorre, forma água como na seguinte equação: H+ (aq) + OH– (aq) H2O (l) {8} 10 Como os íons H+ são consumidos pelos ânions OH−, ocorre a prevalência da coloração amarela. Tubos C e D- Com a solução de dicromato ocorre algo um pouco semelhante ao que aconteceu no tubo B, a cor da solução de dicromato que é alaranjada permaneceu da mesma forma mesmo após a adição da solução de HCl, isso se deve ao fato do HCl ser um ácido forte que quando adicionado em uma outra solução, sofre ionização e gera muitos cátions hidrônio H+ e cloreto Cl−. Com o tubo D que continha o íon cromato, a solução também teve sua cor alterada, saindo de um amarelo alcalino para uma coloração de espectro alaranjado. Tomando como base outra vez o princípio de Le Chatelier, após a adição do HCl (íons H+) o equilíbrio teve seu deslocamento alterado para a direita, sentido do dicromato e devido a um aumento da sua concentração hidrogeniônica, formando assim Cr2O2−7 Tubos E e F- Ao acrescentar NaOH no íon dicromato o equilíbrio da reação é deslocado para os reagentes, no caso para esquerda, sendo constatado pela alteração da cor do laranja para o amarelo, isto deve-se ao fato de que o NaOH é uma base e por conta disto, a concentração de OH− na reação aumenta, deslocando assim o equilíbrio. Ao adicionar HCl nesta mesma solução, observou-se que a coloração retornou para o alaranjado. Assim, percebe-se que quando há maior quantidade de OH−, a reação ocorre favorecendo a formação do íon cromato e em caso oposto, quando há maior quantidade de H+, a reação ocorre favorecendo o íon dicromato. Isto é perceptível ao adicionar HCl no íon dicromato e nada se altera a reação continua com tom alaranjado, no entanto ao adicionar NaOH o equilíbrio da reação se desloca para esquerda, mudando assim para o tom amarelo. Tubos G e H- A adição do cloreto de sódio no íon dicromato, não alterou a coloração alaranjada, visto que NaCl é um sal que é formado por uma base forte(NaOH) e um ácido forte(HCl), dessa maneira o equilíbrio não se altera, permanecendo assim a cor alaranjada do íon dicromato. A mesma lógica segue para a adição de NaCl no íon cromato, permanecendo assim com a sua coloração amarela. Tubos I e J- Notou-se na solução do íon dicromato com o cloreto de bário, que houve a formação do dicromato de bário que é solúvel. Ba2+ (aq) + Cr2O4 2– (aq) BaCr2O4 (aq) {9} Já na solução do íon cromato com o cloreto de bário, houve a formação de um precipitado insolúvel, o cromato de bário, que teve uma coloração de amarelo fosco. Ba2+ (aq) + CrO4 2– (aq) BaCrO4 (s) {10} 11 6 CONCLUSÃO Através dos procedimentos experimentais tornou se possível obter na prática os resultados previstos na teoria, também foi possível identificar formas de perturbar um sistema químico a fim de deslocar o equilíbrio do mesmo comprovando assim que o estado de equilíbrio é algo dinâmico e que as reações não cessam, permanecendo a fim de manter o equilíbrio, e ao ocorrer uma perturbação que afeta o sistema, o mesmo se reorganiza a fim de estabelecer novamente o equilíbrio químico comprovando assim o princípio de Le Chatelier. 12 Referências Atkins, P.;Loretta, J. (2012). Princípios de química : questionando a vida moderna e o meio ambiente. Bookman, Porto Alegre. Russell, J. (1994). Química geral. Makron Books, São Paulo. 13
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