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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/338035338 Análise dos Modos de Falhas e Efeitos de Gerador a Diesel em Complexo Hospitalar de Grande Porte, utilizando FMEA Thesis · June 2019 DOI: 10.13140/RG.2.2.30752.33283 CITATIONS 0 READS 1,029 2 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Trabalhos de Conclusão de Curso -TCC - 2019 View project Trabalhos de Conclusão de Curso -TCC - 2018 View project André Luís da Silva Pinheiro Federal University of Rio de Janeiro 83 PUBLICATIONS 20 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by André Luís da Silva Pinheiro on 19 December 2019. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/338035338_Analise_dos_Modos_de_Falhas_e_Efeitos_de_Gerador_a_Diesel_em_Complexo_Hospitalar_de_Grande_Porte_utilizando_FMEA?enrichId=rgreq-6c15ba0a46ee240dac6e64bbb1858f51-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODAzNTMzODtBUzo4Mzc2NjU5MTQwOTc2NjVAMTU3NjcyNjUyNTc3OA%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/338035338_Analise_dos_Modos_de_Falhas_e_Efeitos_de_Gerador_a_Diesel_em_Complexo_Hospitalar_de_Grande_Porte_utilizando_FMEA?enrichId=rgreq-6c15ba0a46ee240dac6e64bbb1858f51-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODAzNTMzODtBUzo4Mzc2NjU5MTQwOTc2NjVAMTU3NjcyNjUyNTc3OA%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Trabalhos-de-Conclusao-de-Curso-TCC-2019?enrichId=rgreq-6c15ba0a46ee240dac6e64bbb1858f51-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODAzNTMzODtBUzo4Mzc2NjU5MTQwOTc2NjVAMTU3NjcyNjUyNTc3OA%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Trabalhos-de-Conclusao-de-Curso-TCC-2018?enrichId=rgreq-6c15ba0a46ee240dac6e64bbb1858f51-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODAzNTMzODtBUzo4Mzc2NjU5MTQwOTc2NjVAMTU3NjcyNjUyNTc3OA%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-6c15ba0a46ee240dac6e64bbb1858f51-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODAzNTMzODtBUzo4Mzc2NjU5MTQwOTc2NjVAMTU3NjcyNjUyNTc3OA%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Andre-Pinheiro-15?enrichId=rgreq-6c15ba0a46ee240dac6e64bbb1858f51-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODAzNTMzODtBUzo4Mzc2NjU5MTQwOTc2NjVAMTU3NjcyNjUyNTc3OA%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Andre-Pinheiro-15?enrichId=rgreq-6c15ba0a46ee240dac6e64bbb1858f51-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODAzNTMzODtBUzo4Mzc2NjU5MTQwOTc2NjVAMTU3NjcyNjUyNTc3OA%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Federal-University-of-Rio-de-Janeiro2?enrichId=rgreq-6c15ba0a46ee240dac6e64bbb1858f51-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODAzNTMzODtBUzo4Mzc2NjU5MTQwOTc2NjVAMTU3NjcyNjUyNTc3OA%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Andre-Pinheiro-15?enrichId=rgreq-6c15ba0a46ee240dac6e64bbb1858f51-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODAzNTMzODtBUzo4Mzc2NjU5MTQwOTc2NjVAMTU3NjcyNjUyNTc3OA%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Andre-Pinheiro-15?enrichId=rgreq-6c15ba0a46ee240dac6e64bbb1858f51-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzODAzNTMzODtBUzo4Mzc2NjU5MTQwOTc2NjVAMTU3NjcyNjUyNTc3OA%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANÁLISE DOS MODOS DE FALHAS E EFEITOS DE GERADOR A DIESEL EM COMPLEXO HOSPITALAR DE GRANDE PORTE, UTILIZANDO FMEA Bruno Carneiro da Silva Santos Rio de Janeiro JUNHO/ 2019 CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANÁLISE DOS MODOS DE FALHAS E EFEITOS DE GERADOR A DIESEL EM COMPLEXO HOSPITALAR DE GRANDE PORTE, UTILIZANDO FMEA Bruno Carneiro da Silva Santos Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica. Orientador: André Luís da Silva Pinheiro Rio de Janeiro JUNHO/ 2019 CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANÁLISE DOS MODOS DE FALHAS E EFEITOS DE GERADOR A DIESEL EM COMPLEXO HOSPITALAR DE GRANDE PORTE, UTILIZANDO FMEA Bruno Carneiro da Silva Santos APROVADO EM: _________________________ BANCA EXAMINADORA: _______________________________________ André Luís da Silva Pinheiro, D.Sc. - Orientador _______________________________________ Antônio José Dias da Silva, M.Sc. _______________________________________ Júlio Guilherme Gerlach Gutterres, M.Sc. Rio de Janeiro JUNHO/ 2019 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre me motivam e dão apoio incondicional. E minha esposa, que sempre me incentiva a seguir em frente e nunca desistir. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por me dar saúde, condições financeiras e o suspiro de vida de cada dia para contemplar suas maravilhas e realizar meus sonhos, mesmo sem merecer, também agradeço aos amigos e profissionais da área que contribuíram com material de pesquisa e experiência para o meu aprendizado, aos professores pela dedicação e esforço para uma formação com ensino de qualidade, ao meu orientador do TCC com suas orientações para obter um trabalho de excelência e qualidade, aos meus familiares que me apoiam em tempo integral sendo meu porto seguro com suporte psicológico, financeiro e acima de tudo com suas orações e afeto. SANTOS, Bruno Carneiro da Silva. Análise dos Modos de Falhas e Efeitos de Gerador a Diesel em Complexo Hospitalar de Grande Porte, utilizando FMEA. 2019. 74 p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, 2019. RESUMO Em um complexo hospitalar, a energia elétrica de emergência desempenha um papel fundamental, onde uma falha pode acarretar um desastre como o óbito de um ou mais pacientes. Este trabalho apresenta uma análise visando a implementação de uma técnica denominada (FMEA), cuja aplicação permite a visualização dos modos de falhas, causas e efeitos de determinado equipamento. Com estas informações será possível tomar decisões assertivas que atuem no foco do problema, eliminando ou mitigando falhas e seus efeitos, evitando assim as paradas não planejadas do gerador a diesel quando o mesmo for solicitado. Palavras-chave: Energia elétrica de emergência, Gerador a diesel, Modos de falhas, FMEA. SANTOS, Bruno Carneiro da Silva. Analysis of failure modes and effects of diesel generator in large hospital complex, using FMEA. 2019. 74 p Monograph (Graduation in Electrical Engineering) – Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, 2019. ABSTRACT In a hospital complex, emergency electrical power plays a key role, where failure can lead to disaster as the death of one or more patients. This work presents an analysis aimed at the implementation of a technique called (FMEA), whose application allows the visualization of failure modes, causes and effects of certain equipment. With this information it will be possible to make assertive decisions that focus on the problem, eliminating or mitigating faults and their effects, thus avoiding unplanned downtime when requested. Keywords: Emergency Electrical Power, Diesel Generator, Failure Modes. .LISTA DE FIGURAS Figura 1- Complexo Americas Medical City ............................................................................. 9 Figura 2- SubestaçãoPrincipal Blindada 13800V ...................................................................... 9 Figura 3- Diagrama unifilar da Subestação Principal ............................................................... 10 Figura 4- Diagrama unifilar da Subestação Principal ............................................................... 10 Figura 5- Subestação Secundária alimentadora do hospital Samaritano .................................. 12 Figura 6- Diagrama unifilar da Subestação alimentadora do hospital Samaritano .................. 13 Figura 7- Transformadores ....................................................................................................... 14 Figura 8- Subestação Secundária alimentadora do hospital Vitória ......................................... 14 Figura 9- Diagrama unifilar da Subestação alimentadora do hospital Vitória ......................... 15 Figura 10- Transformadores ..................................................................................................... 16 Figura 11- Motor de Indução .................................................................................................... 17 Figura 12- Bombas de recalque de óleo diesel para os geradores ............................................ 18 Figura 13- Bombas de 75HP, 3560RPM, Trifásicas, responsáveis pelo sistema de combate a incêndio. ........................................................................................................................... 18 Figura 14- Módulos compressores de ar comprimido medicinal ............................................. 20 Figura 15- Vista interna do módulo de ar comprimido medicinal ........................................... 20 Figura 16- Central de vácuo hospitalar..................................................................................... 21 Figura 17- UPS ......................................................................................................................... 22 Figura 18- Esquema It Médico ................................................................................................. 25 Figura 19- Transformadores de Separação ............................................................................... 26 Figura 20- painel elétrico do sistema it médico ........................................................................ 26 Figura 21- Chillers .................................................................................................................... 27 Figura 22- Bombas de água gelada acionadas por inversores de frequência ........................... 28 Figura 23- Inversores de Frequência instalados na CAG ......................................................... 29 Figura 24- Gerador que alimenta o hospital Samaritano .......................................................... 30 Figura 25- Gerador que alimenta o hospital Vitória ................................................................. 30 Figura 26 - Relacionamento entre os vários tipos de FMEAs .................................................. 35 Figura 27- Relação entre a ocorrência e a detecção com as causas e os modos de falha ......... 38 Figura 28- Posição das colunas no formulário de FMEA ........................................................ 38 Figura 29- Formulário de FMEA.............................................................................................. 40 Figura 36- Os benefícios do FMEA ......................................................................................... 48 Figura 37- Motor MTU............................................................................................................. 49 Figura 38- Sensores e atuadores ............................................................................................... 52 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Escala de Severidade ................................................................................................ 43 Tabela 2- Escala de avaliação da ocorrência ............................................................................ 44 Tabela 3- Escala de ocorrência com percentual ....................................................................... 45 Tabela 4- Escala de detecção .................................................................................................... 46 Tabela 5- Escala de detecção refletindo os controles e sistemas da organização ..................... 46 Tabela 6- Formulário de FMEA simplificado .......................................................................... 47 Tabela 7- Lista de componentes ............................................................................................... 50 Tabela 8- Lista de componentes de sensores e atuadores ........................................................ 52 Tabela 9- Análise estatística dos índices de ocorrência ........................................................... 60 Tabela 10- Análise estatística dos índices de detecção ............................................................ 62 Tabela 11- Análise estatística dos índices de severidade ......................................................... 63 Tabela 12- Análise do FMEA ................................................................................................... 65 Tabela 13- Classificação dos modos de falhas ......................................................................... 70 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1 1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................. 1 1.2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................... 1 1.3. HIPÓTESE ........................................................................................................... 2 1.4. OBJETIVOS ........................................................................................................ 3 1.5. MOTIVAÇÃO ..................................................................................................... 3 1.6. TRABALHOS RELACIONADOS E CONTEXTUALIZAÇÃO ....................... 4 1.7. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ................................................................... 5 1.8. METODOLOGIA ................................................................................................ 6 1.9. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO............................................................................ 7 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 8 2.1. AMERICAS MEDICAL CITY............................................................................ 8 2.2. TIPOS DE SUBESTAÇÃO ............................................................................... 11 2.3. RELÉS DE PROTEÇÃO ................................................................................... 11 2.4. MOTORES DE INDUÇÃO ............................................................................... 16 2.5. MÓDULOS DE AR COMPRIMIDO MEDICINAL ......................................... 19 2.6. MÓDULOS DE VÁCUO MEDICINAL ........................................................... 20 2.7. UPS (UNINTERRUPTIBLE POWER SUPPLY) ............................................. 21 2.8. SISTEMA IT MÉDICO ..................................................................................... 22 2.8.1. LOCAIS MÉDICOS DE GRUPO 2 ............................................................ 23 2.8.2. NORMAS RELACIONADAS ................................................................... 23 2.8.3. RISCOS ELÉTRICOS EM LOCAIS DE GRUPO 2 .................................. 24 2.8.4. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM LOCAIS MÉDICOS DE GRUPO 2 24 2.8.5. TRANSFORMADOR DE SEPARAÇÃO: ISOLAMENTO ...................... 25 2.9. CAG (Central de Água Gelada) .........................................................................26 2.9.1. TORRES DE RESFRIAMENTO ................................................................ 26 2.9.2. UNIDADE REFRIGERADORA (CHILLER) ............................................ 27 2.9.3. FANCOIL (AR CONDICIONADO CENTRAL) ....................................... 27 2.10. INVERSOR DE FREQUÊNCIA ..................................................................... 28 2.11. GERADORES DE ENERGIA ELÉTRICA A DIESEL .................................. 29 3. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 31 3.1. DEFINIÇÕES DO FMEA.................................................................................. 31 3.2. TIPOS DE FMEA .............................................................................................. 34 3.3. PLANEJANDO O FMEA .................................................................................. 35 3.4. O FORMULÁRIO DO FMEA........................................................................... 39 3.5. BENEFÍCIOS OBTIDOS COM O FMEA ........................................................ 47 4. ANÁLISE FMEA ..................................................................................................... 49 4.1. ANÁLISE DOS MODOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS NO GERADOR A DIESEL ................................................................................................................................. 49 4.1.1. APRESENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO ................................................. 49 4.1.2. CONSTRUINDO O FMEA ........................................................................ 53 4.2. ANÁLISE ESTATÍSTICA DO FMEA ............................................................. 59 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 70 5.1. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ............................................... 72 1 1. INTRODUÇÃO 1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA Segundo (COUTINHO, 2013), o sistema de energia elétrica é a principal e mais importante faciliteis em um Hospital, sendo responsável em manter em pleno funcionamento todos os sistemas e equipamentos que suportam os processos de negócios, procedimentos clínicos e assistenciais da instituição. Diversos equipamentos dependem dessa energia e são fonte de vida: centrais de ar comprimido e oxigênio medicinal, bombas de infusão, lâmpadas cirúrgicas, aparelhos de suporte ventilatório e outros diversos, sendo assim, as instalações elétricas de um Hospital são as mais complexas de se projetar, comparadas a qualquer outro tipo de empreendimento, pois tudo que se pensa em infraestrutura e tecnologia é aplicável e utilizado nas organizações hospitalares. De acordo com (CASTELLARI, 2011), uma breve falta de energia pode colocar em risco a saúde dos pacientes ou prejudicar o sucesso de uma terapia ou de um diagnóstico como: a possibilidade do paciente de reagir a possíveis riscos está reduzida ou eliminada; suporte ou substituição temporária de funções do corpo por dispositivo eletro médicos; interferências elétricas e magnéticas, como, por exemplo, do sistema de força (por meio de harmônicas), podem expor os pacientes a riscos, influenciar o funcionamento de dispositivos eletro médicos ou até causar diagnósticos e exames falsos; Cirurgias não podem ser interrompidas ou repetidas; entre outras situações. Caso haja uma interrupção do fornecimento de energia elétrica pela concessionária, é fundamental que o sistema de emergência seja acionado automaticamente para suprir toda a carga elétrica que o prédio necessita em até 15 segundos de acordo com as normas aplicáveis. Conforme o catálogo (WEG), a característica principal de um gerador elétrico é transformar energia mecânica em elétrica, funcionando a partir da movimentação de um eixo central, impulsionada pelo processo da queima do combustível. A energia mecânica resultante desse movimento é transformada em energia elétrica pela ação de um dispositivo chamado alternador. Um campo magnético é gerado pela velocidade de rotação do eixo central, que cria tensão em terminais condutores que transmitem a circulação de correntes elétricas. Sendo um equipamento que possui tanto partes elétricas quanto mecânicas, agrega uma manutenção complexa e especializada, fora a criticidade do ambiente hospitalar que já foi citada, a utilização de métodos preventivos para aperfeiçoar o bom funcionamento é fundamental. 2 1.2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA No Brasil a norma mais utilizada para instalações elétricas é a (NBR 5410), a mesma rege as condições para o funcionamento usual e seguro das instalações em baixa tensão. Para instalações elétricas hospitalares existe a norma (NBR 13534) que trata a respeito das instalações elétricas para estabelecimentos assistenciais de saúde, visando garantir a segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde. Dentre suas diretrizes há a obrigatoriedade do estabelecimento possuir uma fonte de energia elétrica de emergência para assegurar a continuidade do funcionamento da unidade. Segundo (CASTELLARI, 2011), nos EAS (Estabelecimentos Assistenciais de Saúde) existem diversos equipamentos eletroeletrônicos de vital importância na sustentação de vida dos pacientes, quer por ação terapêutica quer pelo monitoramento de parâmetros fisiológicos. Outro fato a ser considerado diz respeito à classificação da norma ABNT NBR 5410 quanto à fuga de pessoas em situações de emergência, enquadrando essas instalações como BD 4 (fuga longa e incômoda). Em razão das questões anteriormente descritas, estas instalações requerem um sistema de alimentação de emergência capaz de fornecer energia elétrica no caso de interrupções por parte da companhia de distribuição ou quedas superiores a 10% do valor nominal, por um tempo superior a 3 s. Tendo em vista a criticidade e importância que o gerador de energia elétrica a diesel do hospital sempre funcione quando necessário, a manutenção preventiva é um fator essencial. De acordo com (OLIVEIRA, 2017), a manutenção preventiva é a que realiza trabalhos periódicos com a intenção de prevenir ou inibir potenciais problemas no gerador, evitando assim falhas no sistema. Outro ponto importante é que uma manutenção efetiva aumenta a vida útil do equipamento, melhorando o custo benefício do seu investimento e consequentemente o seu lucro. 1.3. HIPÓTESE De acordo com o que já foi descrito em relação a criticidade do sistema de energia elétrica de emergência através de gerador a diesel em uma unidade hospitalar, a análise baseia-se na aplicação da ferramenta FMEA no equipamento em questão. De acordo com a ABNT (5462), FMEA é um método qualitativo da análise de confiabilidade que envolve o 3 estudo dos modos de panes que podem existir para cada subitem, componentes ou peças, e a determinação de cada um dos efeitos de cada um dos modos de panes sobre os outros componentes, subitens ou sistemas e sobre a função que se pretende de cada item. Segundo a conceituação de (GIL, 1991), podemos classificar o estudo de caso como uma pesquisa descritiva, exploratória, bibliográfica e documental. Resultando na elaboração de procedimentos, apresentação de tabelas e fluxogramas indicadores dos resultados obtidos. 1.4. OBJETIVOS Segundo (SEIXAS, 2014), o FMEA é um método que analisa sistematicamente todos os possíveis modos potenciais de falha, identificando os efeitos resultantes de tais falhas que incidem sobre o sistema. O intuito do trabalho é desenvolver uma análise dos modos de falhas e efeitos de um gerador a diesel do hospital das Américas Medical City fazendo uso deste método, visando identificar potenciais falhas e determinar seus efeitos durante a operação. Através da análise de toda documentação técnica disponível do equipamento, da experiência profissional do dia-a-dia e relatório de falhas anteriores,será levantando um conjunto de informações que serão utilizadas para sugerir melhorias nos procedimentos de manutenção preventiva atual, indicarem ações para possíveis não conformidades encontradas e proporcionar uma redução nos custos voltados para a manutenção do equipamento. De acordo com (PEREIRA, 2003), não basta assegurar a disponibilidade de um grupo gerador, a confiabilidade do sistema deve ser considerada fator preponderante no suprimento de energia para cargas de missão crítica. 1.5. MOTIVAÇÃO Segundo (FERNANDES, 2017), a rede elétrica de um ambiente hospitalar é classificado de acordo com sua proveniência. Existe a rede elétrica normal, utilizada em aplicações de baixa criticidade como iluminação e tomadas de uso geral. A rede elétrica de emergência, que alimentam as cargas críticas como tomadas de equipamentos biomédicos, iluminação de suporte, sistema de rede e outros. E também a rede elétrica ininterrupta, onde são instaladas unidades UPS (Uninterruptible Power Supply) que são sistemas que fazem uso de bancos de baterias autônomos para manter a alimentação elétrica mesmo quando ocorre a 4 interrupção pela concessionária. São utilizados em setores críticos como centro cirúrgico, salas de emergência, etc. Não é algo anormal ver uma notícia em qualquer meio de comunicação a respeito de acidentes e tragédias ocorridas em hospitais por motivo de falta de energia elétrica. De acordo com a (CORRÊA, 2004), no Hospital Municipal de Cuiabá, faleceram 3 pessoas que estavam na UTI (unidade de terapia intensiva) devido a falta de energia elétrica, a direção do hospital confirmou uma pane elétrica e falha no gerador deixando o hospital 30 minutos sem energia elétrica. Segundo (SIQUEIRA, 2013), médicos do Hospital da Mulher, de Araçatuba, tiveram de usar a luz de telefone celular para iluminar uma cirurgia de laqueadura. A energia elétrica do hospital acabou e uma falha no gerador, no início da cirurgia, impediu que o procedimento fosse realizado normalmente. Tendo em vista a criticidade da instalação, faz-se necessário possuir uma fonte de energia elétrica de emergência confiável. Segundo (BAGGINI, BURATTI e GRANZIERO), a redundância é um método útil para o aumento da disponibilidade e aperfeiçoar o equilíbrio entre a excelência operacional e eficácia financeira. Circuitos alternativos, equipamentos e componentes são instalados de forma que, no caso de uma ou mais falhas, a funcionalidade é preservada. Quando a rede primária não pode mais fornecer seu serviço, a fonte alternativa entra em operação. 1.6. TRABALHOS RELACIONADOS E CONTEXTUALIZAÇÃO O Gerador Diesel faz parte do sistema elétrico de emergência da usina. Ocorrendo uma perturbação no fornecimento de energia para o sistema auxiliar, ou seja, queda na rede elétrica externa (blackout), acarretará no acionamento do sistema elétrico de emergência, onde o gerador Diesel está sempre de prontidão. Os Geradores Diesel de emergência tem a função de suprir os barramentos de segurança e os equipamentos a eles conectados para que ocorra o desligamento seguro da usina. Análise de Modos e Efeito da Falha, FMEA (Failure Mode and Effect Analysis), é uma técnica de análise usada para identificar potenciais falhas, determinar seus efeitos durante a operação do sistema a ser analisado e identificar ações antecipadas que solucionem essas falhas. Junto à FMEA, utiliza-se o conceito de RPN (Risk Priority Number), que quantifica essa análise, priorizando e classificando as ações a serem adotadas (JR, LAPA e SALDANHA, 2005). 5 No setor elétrico, a qualidade em seus sistemas é de extrema importância, pois este setor trabalha de forma interligada, em que a ocorrência de problemas em uma unidade geradora, interfere no sistema de transmissão e, consequentemente, no cliente final. Este trabalho tem por objetivo a utilização do FMEA (Análise dos Modos de Falha e Efeitos), como uma ferramenta para análise das ocorrências de falhas e aumento da confiabilidade de um sistema numa usina termelétrica. O sistema escolhido na usina termelétrica para execução do FMEA é o de proteção contra incêndio do turbo-gerador. A metodologia utilizada no desenvolvimento deste trabalho está na formação de uma equipe multidisciplinar para a realização de brainstormings (tempestade de ideias), mapeamento das causas e efeitos das falhas e utilização de ferramentas de construção e discussão do FMEA. Os resultados mostraram-se eficientes no dia a dia sendo importantes no aspecto cognitivo dos empresários e funcionários (FERREIRA, OLIVEIRA, et al., 2010). 1.7. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA De acordo com o site (http://www.americasmedicalcity.com.br), o complexo é uma cidade médica cuidadosamente planejada par atender a todas as necessidades de pacientes e médicos em um só lugar. Com conceito pioneiro e inovador em vários aspectos, o complexo possui 72000m² de área construída, incorpora o hospital Samaritano e o hospital Vitória, num total de 494 leitos, 16 salas cirúrgicas e 11 leitos day hospital. Entre os destaques estão o Centro de Cirurgia Robótica e duas salas híbridas para procedimentos minimamente invasivos. O paciente também conta com um Centro de Diagnóstico para a realização de exames laboratoriais e de imagem e um Centro de Oncologia completo. Segundo (CAMPOS, 2013), em sua dissertação, com relação ao comportamento energético dos edifícios hospitalares em geral no Brasil, é considerado que 20% a 30% do consumo de energia elétrica podemos ser atribuídos à iluminação artificial e outras grandes quantidades são voltadas para atividades como aquecimento, esterilização e funcionamentos de máquinas (VIANNA e GONÇALVES, 2011). Como máquinas de climatização e controle de humidade, elevadores, compressores de ar comprimido, diversas bombas trifásicas, equipamentos biomédicos, etc. Todos eles dependendo impreterivelmente de um fornecimento de energia elétrica de maneira ininterrupta para que não ocorram danos à vida humana. 6 De acordo com (RAMOS e JÚNIOR, 2009), os hospitais e ambientes similares devem dispor de fonte de energia elétrica de segurança para o caso de falha no sistema de alimentação normal, capaz de alimentar por um período de tempo especificado, tendo como objetivo garantir a continuidade dos serviços essenciais à preservação da vida e da segurança. Sendo assim, este estudo de caso é de vital importância, pois tem o intuito de minimizar ou até mesmo eliminar a ocorrência de falhas do grupo gerador utilizando a técnica FMEA, que segundo (FILHO, 2006), é um procedimento utilizado para efetuar uma análise de como uma máquina ou sistema pode falhar, e enumera todas as possibilidades de falhas e todos os graus de reações adversas que podem resultar de tais falhas assim analisadas. 1.8. METODOLOGIA A primeira parte deste trabalho será realizar um estudo de caso adotando a metodologia descritiva e exploratória, realizando consulta ao engenheiro responsável pela Engenharia de Manutenção do hospital Alexandre de Alexandria, analisando juntos o acervo de documentação técnica e bibliografia específica do equipamento. Segundo (GIL, 1991), pesquisa é considerada o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas propostos. Comungam também dessa ideia (MARCONI e LAKATOS, 2003), que a definem como uma atividade voltada a buscas de respostas e à solução de problemas para questões propostas, através da utilização de métodos científicos. Em seguida, será realizado o planejamento do FMEA com base na análise das informações obtidas, coleta de dados em relação ao funcionamento do equipamento funcionando em vazio e em carga. Permitindo assim obter estatísticas e resultados para alimentar os fluxogramas e as tabelas demonstrativas. Segundo o FMEA (AIAG, 2008), essa análise tem como objetivo específico conseguir um aumentode confiabilidade, de qualidade e de segurança, tanto do equipamento, quanto do processo ao qual está inserido. Por fim, serão elaboradas propostas e alternativas para melhorar o sistema de manutenção preventiva tradicional realizada no equipamento. 7 1.9. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO Este estudo de caso esta estruturado em cinco capítulos. O primeiro capítulo aborda o projeto, contextualiza em relação a apresentação do problema, exalta a importância do trabalho desenvolvido e esclarece os objetivos gerais e específicos. O segundo capítulo apresenta toda a fundamentação teórica na qual é baseada o projeto, cita os sistemas, máquinas e equipamentos mais importantes para o funcionamento do hospital em relação a instalação elétrica. Procedendo com a revisão sobre os tópicos fundamentais para desenvolvimento desse estudo. O terceiro capítulo será exposto o que é a técnica FMEA explicando sua importância e benefícios na engenharia e nesse caso em específico. Detalhará os tipos de implementação do método e todo o planejamento para execução do projeto. O quarto capítulo denota e aborda os resultados obtidos de todas as análises e discussão dos resultados. E finalmente, o quinto capítulo envolve as considerações finais e trabalhos posteriores. 8 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. AMERICAS MEDICAL CITY O Américas Medical City, localizado na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro é um complexo hospitalar, como mostra a Figura 1, que tem como definição uma cidade médica cuidadosamente planejada e projetada para atender a todas as necessidades de pacientes e médicos em um só lugar. Modelo de solução integrada para a saúde com atendimento de todas as demandas em prevenção, diagnóstico, tratamento clínico ou cirúrgico e reabilitação. Um conceito pioneiro e inovador em vários aspectos: no tamanho e na modernidade de suas instalações, no tratamento de excelência oferecido aos pacientes, nas tecnologias de última geração empregadas, na filosofia de como se relacionar com os médicos e no conceito de sustentabilidade que orientou todo o projeto. A seguir será mostrado, através de figuras, do ponto de vista das instalações, as principais máquinas e sistemas do hospital Samaritano e Vitória que integram o complexo e que necessitam impreterivelmente da alimentação de energia elétrica de forma ininterrupta, exaltando a importância da análise que será realizada. Em consulta ao site gerenciador dos projetos, a empresa conta com: 1 Subestação Principal de 13,8kV / 500kVA (Figura 2). 1 Subestação Secundária do hospital Samaritano (Figura 5). 1 Subestação Secundária do hospital Vitória (Figura 8). Bombas de recalque de diesel para os geradores (Figura 12). Bombas de incêndio (Figura 13). 2 Módulos integrados de compressores de ar comprimido (Figura 14 e Figura 15). 2 Módulos integrados de vácuo medicinal (Figura 16). 2 Unidades UPS (Figura 17). Sistema IT Médico nas salas cirúrgicas (Figura 18, Figura 19 e Figura 20) CAG (Figura 21 e Figura 22). Inversores de frequência (Figura 23). 5 Geradores de energia elétrica a diesel (Figura 24 e Figura 25). 9 Figura 1- Complexo Américas Medical City Fonte: Adaptado de (http://www.americasmedicalcity.com.br) acessado em 27/06/2018 Figura 2- Subestação Principal Blindada 13800 v De acordo com (JÚNIOR, 2007), os diagramas unifilares são a representação gráfica dos componentes elétricos e as suas relações funcionais e contêm apenas os componentes principais dos circuitos, representados por uma linha. Estes diagramas devem estar acompanhados de dados e especificações das medidas de proteção instaladas, especialmente do sistema de aterramento elétrico, elemento de fundamental importância à segurança de trabalhadores e usuários e dos demais equipamentos e dispositivos de proteção que integram a instalação elétrica, tais como fusíveis, disjuntores, chaves e outros componentes associados à proteção. A seguir serão apresentados através da Figura 3 e Figura 4 os diagramas referentes a configuração montada na subestação principal do hospital. 10 Figura 3- Diagrama unifilar da Subestação Principal Fonte: Adaptado de (AMERICAS), acessado em 29/06/2018. Figura 4- Diagrama unifilar da Subestação Principal Fonte: Adaptado de (AMERICAS), acessado em 29/06/2018. 11 2.2. TIPOS DE SUBESTAÇÃO Conforme (LIGHT, 2016), as subestações são classificadas quanto a sua função: Transformadora: são aquelas que transformam os níveis de tensão, aumentando-os ou reduzindo-os. Podem ser divididas em dois tipos Abaixadora: normalmente são localizadas próximas ao centro de carga, pois reduzem os valores de tensão para atender a distribuição; Elevadora: normalmente são localizadas próximas à geração, pois elevam os valores de tensão para serem transmitidos ao longo das linhas, visto a vantagem econômica de se realizar a transmissão em alta tensão. Secionadora ou de manobra: são aquelas que seccionam ou manobram circuitos elétricos, com a função de isolar uma parte do sistema para manutenção de linhas, evitar a propagação do defeito ou controlar o fluxo de potência. Quanto à sua tensão de operação: Baixa tensão: possuem níveis de tensão inferiores a 1 kV; Média tensão: possuem níveis de tensão entre 1 e 34,5 kV; Alta tensão: possuem níveis de tensão entre 34,5 e 230 kV; Neste contexto temos uma subestação consumidora (Recon light MT, 2016) se trata de uma instalação elétrica com a qual e efetivado a chegada de energia elétrica de media tensão, e tendo funções de manobras, medição, proteção e transformação, esta recebe 138kv e transforma 13,8 kv, conforme figura 3. Também há instalados no porto 5 subestações auxiliares e ou secundarias, estas são responsáveis pelo fornecimento de energia para os equipamentos instalados, neste tipo de configuração essas recebem 13,8kv e transforma para 0,48kv. 2.3. RELÉS DE PROTEÇÃO (FILHO, 2017) Para elaborar um esquema completo em uma instalação elétrica industrial, temos que seguir várias etapas, desde o estabelecimento de uma proteção, tendo a finalidade de selecionar os respectivos dispositivos de atuação, ate a determinação e calibrações de valores adequados para atuação. Uma das principais funções de um dispositivo de proteção e garantir a seletividade e a coordenação para retiradas das cargas. 12 A Figura 5 e Figura 6 mostram respectivamente a Subestação Secundária blindada que recebe a alta tensão e o diagrama unifilar da distribuição para os transformadores e subsequentemente para as cargas do hospital Samaritano. Figura 5- Subestação Secundária alimentadora do hospital Samaritano 13 Figura 6- Diagrama unifilar da Subestação alimentadora do hospital Samaritano Fonte: Adaptado de (AMERICAS), acessado em 29/06/2018. A Figura 7 mostra os transformadores que alimentam as cargas do hospital Samaritano. São do tipo a seco, potência 1500kva trifásicos, TP= 13,8-13,2-12,9-12,6-12kv, TS= 0,38/0,22Kv, Z=6%, IP= 00 (em baia) e fator K=8. 14 Figura 7- Transformadores A Figura 8 e Figura 9 mostram respectivamente a Subestação Secundária blindada que recebe a alta tensão e o diagrama unifilar da distribuição para os transformadores e subsequentemente para as cargas do hospital Vitória. Figura 8- Subestação Secundária alimentadora do hospital Vitória 15 Figura 9- Diagrama unifilar da Subestação alimentadora do hospital Vitória Fonte: Adaptado de (AMERICAS), acessado em 29/06/2018. A Figura 10 mostra os transformadores que alimentam as cargas do hospital Vitória. São do tipo a seco, potência 2000Kva, trifásicos, TP= 13,8-13,2-12,9-12,6-12kv, TS= 0,38/0,22Kv, Z=6%, IP= 00 (em baia) e fator K=8. 16 Figura10- Transformadores 2.4. MOTORES DE INDUÇÃO A (WEG), define o motor elétrico como uma maquina que transforma energia elétrica em energia mecânica. Existem dois tipos de motores, o que é alimentado por corrente contínua e o que é alimentado por corrente alternada. O motor de corrente alternada é dividido em duas categorias, síncrono e de indução. (SILVEIRA e MARQUES, 2012) relatam que os motores elétricos de indução são usados em diversos equipamentos podendo ter diversas dimensões: desde os pequenos eletrodomésticos até grandes maquinários exigindo alta potência e a (WEG) afirma que o motor de indução é o mais usado dentre todos os motores devido às vantagens da utilização de energia elétrica “A invenção do primeiro motor de indução aconteceu no verão de 1883 em Estrasburgo (França) pelo cientista e inventor sérvio-americano Nikola Tesla (1856-1946). A patente do seu primeiro motor de indução aconteceu em 1888” (SILVEIRA e MARQUES, 2012). A (WEG) informa que o motor de indução tem como principal característica a velocidade constante, tendo uma pequena variação com a carga mecânica aplicada ao eixo. A outra vantagem é devido a sua simplicidade, robustez e baixo custo, se adequando á praticamente todos os tipos de máquinas acionadas. Outra aplicação é a possibilidade de se controlar a sua velocidade com o auxílio de inversores de frequência. 17 A Figura 11 representa a composição de um motor de indução trifásico. Figura 11- Motor de Indução Fonte: Adaptado de (WEG), acessado em 30/06/2018. Estator: Carcaça (1) - é a estrutura suporte do conjunto de construção robusta em ferro fundido, aço ou alumínio injetado, resistente à corrosão e normalmente com aletas. Núcleo de chapas (2) - as chapas são de aço magnético. Enrolamento trifásico (8) - três conjuntos iguais de bobinas, uma para cada fase, formando um sistema trifásico equilibrado ligado à rede trifásica de alimentação. Rotor: Eixo (7) - transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor. Núcleo de chapas (3) - as chapas possuem as mesmas características das chapas do estator. Barras e anéis de curto-circuito (12) - são de alumínio injetado sob pressão numa única peça. Outras partes do motor de indução trifásico: Tampa (4) Ventilador (5) Tampa defletora (6) Caixa de ligação (9) 18 Terminais (10) Rolamentos (11) Dentre os diversos motores de indução instalada no complexo hospitalar, responsáveis pelo funcionamento de vários sistemas como recalque de água potável, recalque de água de reuso, bombas de pressurização, bombas do sistema de água quente, elevatórias de esgoto. Irei apresentar na Figura 12 e Figura 13 sistemas fundamentais como respectivamente, recalque de óleo diesel para os geradores em caso de falta de energia elétrica e as bombas do sistema de incêndio, que são acionadas caso haja um sinistro. Figura 12- Bombas de recalque de óleo diesel para os geradores Figura 13- Bombas de 75HP, 3560RPM, Trifásicas, responsáveis pelo sistema de combate a incêndio. 19 2.5. MÓDULOS DE AR COMPRIMIDO MEDICINAL Segundo (BRITO, 2018), em artigo para a revista Infra, o ar medicinal sintético é obtido pela mistura de O2 com N2 armazenados no estado líquido. O ar comprimido é produzido pelo compressor e existem diversas tecnologias para este processo. No Brasil, embora o equipamento mais difundido nos hospitais seja os compressores alternativos (pistão), encontramos outros modelos como os de parafuso, utilizados quando é necessária uma grande produção. No ambiente hospitalar, o uso do ar comprimido pode ser observado em duas aplicações básicas: • Aplicação medicinal: o ar comprimido deve ser produzido para fins de inalação de substâncias medicamentosas, suporte ventilatório a pacientes críticos e anestesia respiratória. Esse ar para fins medicinais deve apresentar características especiais em termos de pureza. Essa necessidade é justificada por seu uso direto em pacientes debilitados que necessitam de aparelhos de suporte ventilatório – Resolução da Diretoria Colegiada, RDC 50 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa. • Aplicação industrial hospitalar: a qualidade requerida para o ar produzido nesse caso é inferior e normalmente é ditada pelas características de projeto de cada equipamento como os de lavanderia, os de termo desinfecção, esterilização de materiais etc. Pode-se ressaltar que ao utilizar oxigênio como forma de substituir o ar comprimido em sistemas pneumáticos, como no movimento do fole de equipamentos de anestesia, normalmente representa um custo adicional, desnecessário para os hospitais. Os módulos de ar comprimido medicinal instalados no hospital estão representados na Figura 14, vista externa, e Figura 15, vista interna. 20 Figura 14- Módulos compressores de ar comprimido medicinal Figura 15- Vista interna do módulo de ar comprimido medicinal 2.6. MÓDULOS DE VÁCUO MEDICINAL A (VACUOLO) informa que uma central de vácuo hospitalar é um produto muito importante, por isso, deve estar de acordo com a norma da agência de vigilância sanitária. Basicamente, sua utilização inclui a absorção de elementos líquidos ou escória mole e é muito útil em setores hospitalares, em especial centros cirúrgicos. Uma central de vácuo hospitalar é um dos itens que são fundamentais para garantir a higiene do ambiente hospitalar, pois com a aplicação de uma central de vácuo hospitalar as substancias que podem contaminar são sugadas e depositadas em um reservatório, evitando 21 que a contaminação possa atingir os pacientes e todos os que circulam no ambiente. O desempenho desse equipamento depende muito de uma manutenção preventiva, por isso, é essencial que exista uma inspeção regularmente, para garantir o funcionamento de forma correta e contínua. Toda central de vácuo hospitalar como na Figura 16, precisa apresentar um painel de controle, horímetro, manômetro e vacuômetro. Pode ser monitorada pelo sistema e adaptada pela escolha de quem irá controlá-la. Algumas atividades são exercidas pela central de vácuo hospitalar como: Administrar procedimentos. Obter referência de dados para as avaliações. Monitorar os níveis de manutenção necessária, sempre posicionando a situação do estado que o equipamento de central de vácuo hospitalar está. Permite a modificação do status para a manutenção e operações. Figura 16- Central de vácuo hospitalar 2.7. UPS (UNINTERRUPTIBLE POWER SUPPLY) UPS é um sistema de alimentação secundário de energia elétrica que entra em ação, alimentando os dispositivos a ele ligados, quando há interrupção no fornecimento de energia primária. Sua alimentação é provida por uma bateria, que fica sendo carregada enquanto a rede elétrica está funcionando corretamente. O nobreak, além de proteger os aparelhos em casos de quedas energia, serve para conter: 22 - Sobtensão ou sobre tensão na rede elétrica; - Sobrecarga; - Descarga das baterias; - Curto circuito nas saídas; - Picos de tensão; - Também fornece uma energia limpa e ininterrupta. O tempo de autonomia de um nobreak pode variar de acordo com a carga conectada ao nobreak. A Figura 17 mostra o modelo de unidades UPS instaladas em ambos os blocos do complexo. Figura 17- UPS 2.8. SISTEMA IT MÉDICO A (BENDER) informa que o Sistema IT Médico é o único capaz de prever falhas elétricas antes que estas sejam capazes de danificar equipamentos eletro médicos ou de causar acidentes a pacientes e equipe médica. Para as instalações elétricas em locais médicos do Grupo 2 há exigências específicas a serem seguidas, pois são nestes ambientes que pacientes e equipe médica estão em contato direto com equipamentos eletro médicos para, por exemplo, procedimentos intracardíacos, cirúrgicos e de sustentação devida. 23 2.8.1. Locais médicos de grupo 2 De acordo com a RDC 50/20 os locais médicos do Grupo 2 são: Urgência (alta complexidade) e Emergência: Sala de procedimentos invasivos, de emergências (poli traumatismo, parada cardíaca) Internação intensiva (UTI): Áreas e quartos de pacientes Posto de enfermagem: se tiver central de monitoração do mesmo tipo dos locais dos pacientes para evitar interferências; Imagenologia: Hemodinâmica Centro cirúrgico: Sala de indução anestésica (principalmente se forem utilizados gases anestésicos inflamáveis) Salas de cirurgia (não importando o porte) Sala de recuperação pós-anestésica (se possuir equipamento de sustentação de vida) Centro obstétrico cirúrgico: Sala de parto cirúrgico Nestes ambientes, o local onde se encontra o paciente deve ser provido de instalação elétrica diferenciada das demais e com sistema de monitoramento e sinalização que permita à equipe médica ser informada quanto às suas condições de segurança elétrica. 2.8.2. Normas relacionadas É possível verificar a exigência da instalação do Sistema IT Médico, nas seguintes normas: RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002 – Dispõe acerca do regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS). RDC nº 51, de 6 de outubro de 2011 – Dispõe acerca dos requisitos mínimos para a análise, avaliação e aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos de saúde no Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e dá outras providências. 24 ABNT NBR 13534:2008 – Instalações elétricas de baixa tensão – Requisitos específicos para instalação em estabelecimentos assistenciais de saúde. 2.8.3. Riscos elétricos em locais de grupo 2 Sem a presença do Sistema IT Médico, uma corrente de fuga à terra ou à massa possa causar: Micro choque (em procedimentos intracardíacos podem ser fatais); Choque elétrico; Queimaduras; Paradas intempestivas de equipamentos eletro médicos e de sustentação da vida de pacientes, por exemplo, aqueles internados em UTIs; Desligamentos intempestivos dos disjuntores que alimentam os equipamentos eletro médicos de sustentação e monitoração de vida nos ambientes Grupo 2. Se por um lado uma sala cirúrgica ou uma UTI são os ambientes mais sofisticados em termos de equipamentos médicos, a presença de gases medicinais, soluções fisiológicas, sangue e saneantes expõe suas instalações elétricas e equipamentos a uma invisível, agressiva e progressiva degradação do isolamento elétrico de seus componentes. Adicione-se a isto o fato de que nestes locais o paciente pode estar sedado, sem controle de suas reações instintivas ou sem a pele, sua maior proteção natural contra choque elétrico. Uma falta de isolamento nestes locais, sem uma instalação correta, permite que uma corrente de fuga passeie livremente até encontrar sua vítima, que pode ser um paciente ou um membro da equipe médica, provocando a interrupção de procedimentos, lesões com graves sequelas ou até a morte. 2.8.4. Instalações elétricas em locais médicos de grupo 2 Em locais médicos classificados como Grupo 2, ambiente do paciente, a ABNT NBR 13534:2008 exige a adoção de esquema de aterramento IT. Exceções a essa regra são os circuitos de alimentação de mesas cirúrgicas, equipamentos de raios-X, equipamentos de grande porte (> 5kVA) ou elétricos não associados à sustentação da vida, os quais deverão ser ligados no sistema comum e protegidos por DR. 25 No esquema de aterramento IT não existe qualquer ponto da alimentação aterrado, nem mesmo o neutro, como visto na Figura 18. O aterramento tem a concepção técnica de isolar as partes vivas da terra gerando um fornecimento de energia isolado para os equipamentos eletro médicos. Esse aterramento isolado garante que uma primeira falta à terra ou à massa seja de baixa intensidade e, assim, incapaz de gerar implicações para pacientes, equipe médica ou equipamentos. A norma exige ao menos um Sistema IT Médico exclusivo para cada conjunto de locais destinados à mesma função, como visto na Figura 20. Por questões de segurança, recomenda-se um Sistema IT Médico para cada sala cirúrgica, a fim de viabilizar a localização da falha. Já em UTI, o número de leitos supervisionados por cada Sistema IT Médico dependerá o limite de potência do Transformador de Separação, que em nenhuma hipótese poderá exceder 10 kVA. Figura 18- Esquema It Médico Fonte: Adaptado de (BENDER), acessado em 28/06/2018 2.8.5. Transformador de separação: isolamento Um nível máximo de segurança é exigido em relação ao isolamento do paciente em procedimentos cirúrgicos e de sustentação de vida. O mesmo se aplica em relação à qualidade da energia dos equipamentos a este conectados. Para garantir um aterramento IT, é necessário 1 transformador de separação para alimentar, com energia isolada da terra, os equipamentos de 1 local médico, como visto na Figura 19. Isso significa que o transformador isola a alimentação desses equipamentos de 26 todos os outros circuitos do estabelecimento de saúde e de todos os outros circuitos do próprio local para os quais não é exigido um aterramento diferenciado. Figura 19- Transformadores de Separação Figura 20- painel elétrico do sistema it médico 2.9. CAG (Central de Água Gelada) Segundo (CONCEIÇÃO e GONÇALVES, 2014), a CAG é composta por basicamente três componentes: Unidade Refrigeradora, Torre de Resfriamento e Fancoils. 2.9.1. Torres de resfriamento Um aparelho que opera com contato direto entre um gás e um líquido. São usadas para produzir o contato direto entre a água quente proveniente dos sistemas de 27 resfriamento do processo com o ar, objetivando o resfriamento da água para que ela possa ser novamente usada no processo. 2.9.2. Unidade refrigeradora (chiller) É uma máquina frigorífica utilizada para remover calor da água. Esse tipo de equipamento é utilizado no resfriamento de água e ar em processos industriais. Também é utilizado em grandes estruturas de construção como Shoppings, grandes lojas, Supermercados, Centros Comerciais, Edifícios. 2.9.3. Fancoil (ar condicionado central) Trata-se de um módulo (caixa) que comporta em seu interior uma serpentina de cobre/alumínio onde circula água gelada, um ventilador provido de motor e correias que tem a função de captar o ar do ambiente, passar este ar por um sistema de filtros, e após, pela serpentina onde será refrigerado e devolver através do insuflamento ao mesmo ambiente já refrigerado e filtrado, como mostrado na Figura 21. Assemelha-se com qualquer equipamento de ar condicionado normal, porém o Fan Coil utiliza como meio de refrigeração secundária a água gelada por meio de bombas como mostrado na Figura 22, enquanto os condicionadores normais utilizam o gás refrigerante para resfriar diretamente a serpentina. Figura 21- Chillers 28 Figura 22- Bombas de água gelada acionadas por inversores de frequência 2.10. INVERSOR DE FREQUÊNCIA Segundo (JUNIOR, 2015), após a invenção dos motores elétricos, os projetistas tiveram que remodelar os tipos de controle dos mesmos, em destaque foi a técnica de variação de velocidade. Nos dias atuais, a técnica mais eficaz para controle de velocidade é através dos inversores de frequência. Atualmente, o mercado traz diversos modelos, níveis de tensão (baixa e alta), os principais fabricantes são: Siemens, Weg, Yaskawa, Allen Bradley e a ABB, entre outras. O inversor de frequência basicamente transforma a tensão de entrada (corrente alternada) podendo ser da rede ou de um barramento interno em corrente contínua, e depois transformar novamente em corrente alternada, “mas agora com um sinal modulado, onde é possível alterar tanto a amplitudecomo a frequência deste sinal de saída” (JUNIOR, 2015). Em descrição a (FRANCHI, 2009), é utilizado mais especificadamente para controlar a rotação de um motor de indução, isto é, através do controle de transistores de potencia que são chaveadas em alta velocidade de uma tensão de corrente continua, modificando o valor “rms” e o período e por consequência haverá a variação de frequência na saída (tensão alternada). A Figura 23 demonstra o esquema elétrico do inversor de frequência: 29 Figura 23- Inversores de Frequência instalados na CAG 2.11. GERADORES DE ENERGIA ELÉTRICA A DIESEL Por fim, falaremos dos equipamentos alvos do estudo de caso, os grupos motor gerador do complexo hospitalar Américas Medical City. Equipamentos que convertem a energia mecânica em energia elétrica, baseado no fenômeno da indução eletromagnética o dínamo gerador de corrente contínua, funciona convertendo a tal energia mecânica contida na rotação do eixo em intensidade de um campo magnético produzido por um imã, o girar do rotor induz uma tensão nos terminais dos enrolamentos, onde conectados a cargas levam a circulação de correntes elétricas. O hospital Samaritano, possui 2 geradores vistos na Figura 24 para suprir a carga necessária em caso de falta no fornecimento de energia elétrica, e possuem as seguintes descrições: MOTOR: CUMMINS MODELO: KTA50_G9 POTÊNCIA: 1941Kva 380V/60HZ 30 Figura 24- Gerador que alimenta o hospital Samaritano O hospital Vitória possui 3 geradores visto na Figura 25 para suprir a carga necessária em caso de falta do fornecimento de energia elétrica, e possuem as seguintes descrições: MOTOR: MTU MODELO: 16V2000G85 POTÊNCIA: 1260Kva 380V/ 60HZ/24V Figura 25- Gerador que alimenta o hospital Vitória 31 3. REVISÃO DA LITERATURA Neste capítulo será apresentado estudo bibliográfico sobre o FMEA, tendo como tópicos as definições do tema, o método de implantação, as etapas e aplicações, as ferramentas de apoio e o respectivo formulário. 3.1. DEFINIÇÕES DO FMEA A Associação Brasileira de Norma Técnicas (ABNT), na norma (5462) define o FMEA como um método qualitativo de análise de confiabilidade que envolve o estudo dos modos de panes que podem existir para cada subitem, componentes ou peças, e a determinação de cada um dos efeitos de cada um dos modos de pane sobre os outros componentes, subitens ou sistemas e sobre a função que se pretende de cada item. Vale ressaltar que a definição da ABNT adota a palavra pane no lugar de falha, porém, a sigla FMEA representa as iniciais de Failure Modes and Effects Analysis, que traduzindo para o português fica: Análise dos Modos de Falhas e seus Efeitos. Para a utilização da ferramenta é necessário ter conhecimento de alguns conceitos, tais como: Função – Segundo o dicionário Michaelis, também pode ser chamada de finalidade. Para complementar esta definição, (FILHO, 2006) diz que função é a finalidade para qual um dispositivo, um equipamento, um sistema ou uma instalação foi desenhada ou montada. A função é muito importante para o entendimento global do processo de FMEA e, geralmente se utiliza de verbos no infinitivo para descrever as funções, como por exemplo: Transportar, lubrificar, posicionar, reter, selar, proteger, operar, ventilar, etc.. Modo de falha – É a forma como o evento falha pode ocorrer, causada por um evento simples. Conforme (FILHO, 2006) trata-se da maneira pela qual a falha se apresenta, deixando de desempenhar a função pela qual foi projetada. Um equipamento, sistema, subsistema, conjunto, subconjunto, componente ou item pode falhar de diversas maneiras, e, a cada uma dessas maneiras chamamos de modo de falha. Para identificar um modo de falha, deve ser feita a seguinte pergunta: “Como pode falhar?”. 32 Efeito da Falha – É a consequência da falha, ou seja, o que acontece quando ocorre uma falha. (SEIXAS, 2014) Propõe duas formas de se visualizar uma falha, na primeira delas a falha é considerado um evento isolado e não afeta qualquer coisa, sendo nomeada de falha de nível local; a segunda forma, nomeada de falha de nível global, é aquela que afeta outras funções ou níveis, onde ocorre o chamado “efeito dominó”. Na identificação dos efeitos, deve-se perguntar: O que pode acontecer com o desenvolvimento deste modo de falha? O que isto causa no sistema? O que o cliente vê? Quais os danos que isso pode causar ao ambiente? Causa da falha – Pode ser chamado de origem da falha. (FILHO, 2006) Afirma que é o meio pelo qual um elemento particular de um processo ou de um projeto resulta em um modo de falha. Assim, pode-se concluir que não existe efeito sem uma causa. Severidade – (FILHO, 2006) diz que é uma graduação utilizada para classificar as consequências de um modo de falha, a partir dela consegue-se definir se um modo de falha é mais grave do que outro. Ocorrência – É uma graduação utilizada no FMEA, que define, no estudo, a frequência com que um modo de falha pode ocorrer. Definição usada por (FILHO, 2006). Detecção – Segundo (FILHO, 2006), é uma graduação utilizada no FMEA para classificar as falhas quanto à sua facilidade de ser detectada. NPR – Número de prioridade de risco ou RPN (Risk Priority Number). Trata-se do produto entre a severidade (S), a ocorrência (O) e a detecção (D), podendo ser escrita da seguinte maneira: NPR = SxOxD (FILHO, 2006) Diz que é o número atribuído a cada tipo de modo de falha, durante a análise de FMEA. Este número serve para classificar os modos de falhas, sendo que, os modos de falhas que tiverem o maior NPR serão considerados como prioridades para a avaliação e proposição das ações corretivas. 33 O FMEA trata-se de uma técnica qualitativa, que segundo (PALADY, 1997), oferece três funções distintas: - Ferramenta para prognóstico de problemas: Como ferramenta é considerada uma das técnicas de baixo risco mais eficientes para uso na prevenção de problemas e identificação das soluções mais eficazes em termos de custos, a fim de prevenir estes problemas. - Procedimento para desenvolvimento e execução de projetos, processos ou serviços, novos ou revisados: oferece uma abordagem estruturada que serve para avaliar, conduzir e atualizar o desenvolvimento dos projetos e processos em todas as disciplinas da organização. - Diário do projeto, processo ou serviço: Se inicia na concepção do projeto, processo ou serviço, e se mantém durante todo o ciclo de vida do produto, sendo que, todas as alterações feitas que acarretem na alteração da confiabilidade ou qualidade do produto deverão ser avaliadas e documentadas no FMEA. A metodologia proporciona a identificação dos modos de falhas conhecidos e potenciais, e também as causas e efeitos de cada modo de falha. Com isso, é possível priorizar qual o modo de falha possui maior risco para a instalação e para os clientes, dessa forma, pode se atuar de maneira a eliminar as falhas ou mitigar os seus efeitos, evitando que falhas e erros cheguem até o usuário final. Tratando-se de equipamento, é válido ressaltar que as informações geradas por este estudo podem fornecer maior conhecimento a respeito das falhas, facilitando na abordagem e escolha do tipo de manutenção (preditiva, preventiva e corretiva) a ser adotada, garantindo maior disponibilidade do equipamento. (PALADY, 1997) Cita alguns benefícios do desenvolvimento e manutenção do FMEA: - Economiza nos custos e no tempo de desenvolvimento. - Serve como guia para o planejamento de testes mais eficientes. - Ajuda a desenvolver sistemas eficazes de manutenção preventiva. - Fornece ideias para testes incorporados ao projeto. - Reduz eventos não previstos durante o planejamento de um processo. - Fornece uma referência rápida para resolução de problemas. - Reduz mudanças deengenharia. - Aumenta a satisfação do cliente. - Serve como chave para acompanhar o projeto e atualizá-lo em toda a organização. - Reduz controles de custo desnecessários no processo. - Identifica as preocupações de segurança a serem abordadas. 34 - Salvaguarda a repetição dos mesmos erros no futuro. - Captura e mantém o conhecimento do produto e do processo na organização 3.2. TIPOS DE FMEA A literatura apresenta vários exemplos e recomendações de aplicação de FMEA em diversos setores, porém, essas recomendações não entram em consenso. Alguns autores como (PALADY, 1997), consideram apenas dois tipos de FMEA: o de processo e o de projeto, pois, para eles, os outros tipos de FMEA apresentados por outros autores são variações destes dois tipos originais. Neste texto serão apresentados quatro tipos de FMEA, conforme classificação de Stamatis (SAKURADA, 2001) - FMEA de Projeto: Tem como foco os modos potenciais de falhas causados pelas deficiências do projeto. É utilizado para analisar os produtos antes que eles sejam liberados para a manufatura. - FMEA de Processo: Objetiva analisar os modos de falhas causados pelas deficiências do processo ou montagem. É usado para analisar os processos de manufatura e montagem. - FMEA de Sistema: É usado para analisar sistemas e subsistemas nas fases iniciais de concepção e projeto. Esse tipo de FMEA enfoca os modos potenciais de falha entre as funções do sistema, causadas por algumas deficiências do sistema. Ele inclui a interação entre os sistemas e os elementos do sistema. - FMEA de Serviço: Enfoca os modos de falhas causados pelas deficiências do sistema ou processo (tarefas, erros, enganos). É usado para analisar serviços antes que eles alcancem o cliente. As aplicações interagem entre si, na Figura 26, pode ser visto com maior clareza: 35 Figura 26 - Relacionamento entre os vários tipos de FMEAs Fonte: Adaptado de Stamatis (SAKURADA, 2001), acessado em 05/03/2019. Fazendo uma análise da Figura 26 é possível entender que as causas geradas pelo FMEA de sistema tornam-se os modos de falha no projeto, que geram suas próprias causas, e finalmente se tornam em modos de falhas do FMEA de processo e serviço. O fato dos efeitos permanecerem os mesmos em cada tipo de FMEA leva a concluir que a análise está sendo feita com foco no mesmo usuário, ou seja, o cliente final. 3.3. PLANEJANDO O FMEA A falta de planejamento é um dos erros mais comuns no processo da implantação de um FMEA. É muito comum a equipe começar a elaborar o formulário de FMEA pelas funções mais óbvias e pelos modos de falhas já conhecidos, listando suas causas e efeitos e tentando passar diretamente para as ações recomendadas, no entanto, agir dessa maneira, sem uma análise mais apurada pode limitar a utilidade dessa ferramenta, adicionando custos desnecessários e podendo gerar confusões. 36 (PALADY, 1997) lista em forma de perguntas alguns problemas relacionados ao desenvolvimento do FMEA sem um planejamento adequado: 1- Quem deve participar? 2- Quem deve ser o responsável pelo FMEA? 3- Devemos avaliar o sistema, o subsistema ou os componentes individuais (de cima para baixo) ou devemos começar com os componentes (de baixo para cima)? 4- Devemos considerar isso como um modo de falha? 5- Esse é o modo de falha, defeito ou a causa? 6- Devemos classificar a ocorrência e a detecção do modo de falha ou devemos classificar a ocorrência e a detecção da causa? 7- Que classificação deve ser atribuída às escalas? 8- Devemos elaborar o FMEA avaliando cada modo de falha da esquerda para a direita ou é mais vantajoso construir inteiramente cada coluna antes de passar à coluna seguinte? O Planejamento é algo que toma tempo, e pode tornar o início um pouco mais lento, porém, irá aumentar as chances de uma conclusão bem sucedida e aumentar a eficácia do FMEA. (SEIXAS, 2014) e (PALADY, 1997) afirmam que o FMEA deve ser conduzido por uma equipe e não de forma individual. No entanto, ambos concordam que a equipe precisa de um líder, mas não uma pessoa que detenha a “palavra final”, e sim um facilitador, uma pessoa responsável pela duração, orçamento e eficácia do FMEA, além de ser o responsável por organizar e facilitar as reuniões e assegurar que a equipe tenha os recursos necessários para a conclusão do processo dentro do prazo estipulado. A equipe deve ser multidisciplinar, sendo ideal que a equipe seja formada de acordo com o tipo de trabalho a ser conduzido, tendo como membros representantes diretos das áreas que serão impactadas pelo projeto do FMEA. Como exemplo, uma equipe pode ser formada pelas seguintes áreas: operação, manutenção, engenharia, materiais, projeto, segurança e qualidade. Quanto maior a multidisciplinaridade da equipe, melhor será o resultado obtido, pois os membros menos familiarizados com determinados produtos e serviços podem fornecer ideias imparciais e objetivas com um ponto de vista diferenciado, apontando situações que na maioria dos casos os membros mais familiarizados não percebem, dessa forma, contribuindo para um melhor resultado final. Outro ponto importante a ser observado é a maneira que o FMEA deve ser desenvolvido. Existem duas maneiras: 37 - top-down (de cima para baixo): A análise se inicia no nível de sistema e depois se estende para os subsistemas e finalmente para os componentes. - bottom-up (de baixo para cima): A análise se inicia no nível dos componentes, que serve como imput para os FMEAS dos níveis de subsistema e se juntam para formar o FMEA do nível de sistema. De acordo com (PALADY, 1997) a abordagem top-down pode não ser tão prática quando se trata de sistemas grandes e complexos. No entanto, o autor sugere a consideração de três requisitos para a escolha da abordagem ideal, tais como: ração do programa, custo do programa e disponibilidade do pessoal. Até aqui foram respondidas as 3 primeiras perguntas relacionadas no início do tópico. Em resposta à quarta pergunta (PALADY, 1997) não recomenda a consideração de todos os modos de falhas, pois, o autor afirma que a observação de todos os modos de falhas aceitáveis aumentará a duração e o custo da análise, sem gerar nenhuma contribuição real. (PALADY, 1997) diz que “Se a equipe decidir que um modo de falha, embora fisicamente possível, não é prático, essa falha não deve ser incluída no formulário do FMEA”. No entanto, o autor enfatiza que se algum membro da equipe insistir muito em determinado modo de falha, o mesmo deve ser incluído no formulário do FMEA, com o intuito de preservar a dinâmica da equipe, além do mais, conforme evolução da equipe do FMEA se tornará fácil de identificar se aquele modo de falha realmente é desnecessário. Um fato muito comum na hora de listar os modos de falhas é o questionamento da equipe se esse é realmente o modo de falha, se não poderia ser o efeito, ou uma possível causa. Isso gera discussão e levanta dúvidas na equipe. Uma recomendação fornecida por (PALADY, 1997) é a de se escrever o modo de falha como uma expressão negativa da função. Essa recomendação pode ser usada em consenso pela equipe no caso de dúvida ou dificuldade para listar o modo de falha, por exemplo: função: aquecer; modo de falha: não está aquecendo. Dessa maneira fica respondida à quinta pergunta exibida no início do tópico. A sexta pergunta traz um questionamento que se não for acordado previamente entre a equipe do FMEA, durante a fase de planejamento, pode gerar discussões durante a execução da análise, e impactar na duração do projeto. Existem duas abordagens possíveis para se classificar a ocorrência e a detecção; uma delas classifica a ocorrência e a detecção do modo de falha, e na outra maneira, classifica a ocorrência e a detecção da causa. (PALADY, 1997) afirma que ambos os caminhos levam a mesma resposta, porém, ressalta quea classificação da ocorrência e detecção da causa é mais direta e que os formulários mais recentes já incluem 38 cada escala exatamente atrás da coluna correspondente. Quando a análise da ocorrência e detecção se refere ao modo de falha, as colunas aparecem juntas após o modo de falha, efeito e causa, conforme a Figura 27 e Figura 28. Figura 27- Relação entre a ocorrência e a detecção com as causas e os modos de falha Fonte: Adaptado de (PALADY, 1997), acessado em 05/03/2019. Figura 28- Posição das colunas no formulário de FMEA Fonte: Adaptado de (PALADY, 1997), acessado em 05/03/2019. 39 Como resposta à sétima questão PALADY (1997) incentiva que se faça o ajuste das escalas de classificação e a elaboração das definições de forma bem específica para cada um dos valores das escalas antes do desenvolvimento do FMEA, pois isso economizará tempo no desenvolvimento e aumentará a precisão da classificação que cada membro da equipe fará. Além disso, o autor cita o que cada escala deve refletir: - Ocorrência: A qualidade dos produtos. - Severidade: A natureza dos produtos. - Detecção: As políticas operacionais e procedimentos padrão. A oitava questão mostra uma dúvida quanto ao preenchimento do formulário do FMEA. Durante a realização do FMEA o ideal é que seja feito o desenvolvimento de cada coluna independentemente. Palady (1997, p.32) diz que “um grande problema enfrentado por todos os membros da equipe é a perda do foco na tarefa específica abordada no FMEA”. Um fato muito comum durante a tarefa de preencher dos modos de falhas é discutir rapidamente sobre outras colunas do FMEA, fazendo questionamentos que só deverão ser feitos em outra tarefa do FMEA, num momento diferente, o que gera perda de tempo e acarreta em atraso na execução da tarefa. Todos os assuntos abordados nesse tópico convergem no caminho para um bom planejamento do FMEA, que serve como bússola para orientar o líder e os membros da equipe na construção do FMEA, dessa maneira, garantindo a eficácia do processo. 3.4. O FORMULÁRIO DO FMEA Antes de iniciar a elaboração do FMEA é necessário saber como funciona o formulário do FMEA. Existem vários formatos ou versões deste formulário, porém, neste tópico serão apresentados alguns modelos de formulários e será explicado como funciona cada parte do formulário. Na Figura 29 exibida a seguir, será apresentado um modelo de formulário extraído da dissertação de mestrado de (SAKURADA, 2001), onde os campos já possuem uma numeração de referência e uma breve explicação do significado de cada campo. 41 Página e datas (3): Número da página data de início (dia/mês/ano) das reuniões para o desenvolvimento do FMEA e data atual Componente (4): Nome dos componentes do sistema. Geralmente, pode ser atribuída junto com o nome do componente alguma codificação que facilite à sua identificação. Função (5): local onde se escreve a intenção, propósito, meta ou objetivo do componente. A função deve ser escrita de forma concisa e fácil de entender, usando-se termos específicos, preferencialmente com um verbo e um substantivo. Modo potencial de falha (6): O problema, a preocupação, pode ser resumido como a perda da função, uma falha específica. Vale ressaltar que pode existir mais de um modo de falha para cada função. Efeitos potenciais de falha (7): Sãos as consequências que surgem no sistema causado pelos modos de falha. Eles devem ser identificados, avaliados e registrados para cada modo de falha. As consequências podem para o sistema, produto, cliente ou para as normas governamentais. Devem-se descrever os efeitos em termos do que o usuário pode perceber ou sentir. O usuário pode ser um cliente interno ou externo. Severidade do efeito (8): É o índice que indica o quão grave é o efeito da falha. Há uma correlação direta entre a severidade e o efeito da falha, de modo que, quanto mais grave e crítico é o efeito da falha, maior será o valor do índice de severidade. Causas potenciais da falha (9): É onde se descreve a causa geradora do modo de falha. Ocorrência (10): Trata-se do índice que indica a frequência com que a falha pode ocorrer. Neste caso, a correlação é diretamente proporcional, ou seja, quanto maior o número de ocorrências desta falha, maior será o valor do índice de ocorrência. Controles Atuais (11): Um método (procedimento), teste, revisão de projeto ou uma análise de engenharia. Eles podem ser muito simples, como por exemplo: Brainstorming, ou bastante técnicos e avançados, como por exemplo: método dos elementos finitos, simulação computacional e testes de laboratórios. O objetivo do método de detecção é identificar e eliminar as falhas antes que estas atinjam os clientes (externos ou internos). Detecção (12): É um índice que indica a probabilidade de que os sistemas de controle detectem a falha (causa ou modo de falha) antes que esta atinja os clientes (internos ou externos). A escala funciona da seguinte maneira: quanto mais fácil de ser detectado, menor será o valor atribuído ao índice de detecção. Número de prioridade de risco (NPR) ou RiskPriorityNumber (RPN) (13): Serve para definir a prioridade do modo de falha. É usado para ordenar (classificar) as deficiências do 42 sistema. Trata-se da resultante do produto dos índices de severidade, ocorrência e detecção. RPN = S x O x D Ações recomendadas (14): Nenhum FMEA deve ser feito sem nenhuma ação recomendada. A ação recomendada pode ser uma ação específica ou pode ser um estudo mais adiante. A ideia das ações recomendadas é diminuir os índices de severidade, ocorrência e detecção. Responsabilidade e data de conclusão limite (15): Devem-se eleger os responsáveis para as tomadas de ações e definir prazos para a entrega dessas ações. Ações tomadas (16): Só porque algo foi recomendado, não significa que algo foi feito. É imperativo que alguém siga as recomendações para determinar se elas foram direcionadas adequadamente, e/ou se é necessário fazer atualizações nestas ações. Note que o FMEA é um documento vivo, e como tal, alguém deve ser responsável por atualizá-lo. Depois que as ações fossem tomadas, uma breve descrição da ação deveria ser feita. Número de prioridade de risco revisado (17): Depois das ações estarem incorporadas no sistema, a equipe FMEA deveria reavaliar as consequências da severidade, ocorrência e detecção. Os resultados deveriam ser revisados pelo time de FMEA e um novo RPN calculado e as falhas serem ordenadas. Este processo é repetido até o time de FMEA decidir que todas as informações relevantes foram cobertas. Se nenhuma ação for tomada, então estas colunas permanecerão em branco. A seguir serão apresentadas as escalas de avaliação da severidade, ocorrência e detecção. Estas escalas são modelos propostos que podem servir de guia para a implantação do FMEA. Nos exemplos apresentados neste trabalho as escalas são graduadas de 1 a 10, no entanto, existem outros modelos de escalas com variações na sua graduação. O importante é que as graduações e as descrições reflitam a realidade da empresa onde está sendo implantando o FMEA, contendo informações claras e que permitam aos membros da equipe de FMEA avaliar e atribuir os valores corretos para a severidade, ocorrência e detecção. A Tabela 1 exibe a descrição da escala de severidade. (PALADY, 1997) Afirma que um valor alto na coluna de severidade sugere duas coisas: - A segurança dos clientes corre risco. - O custo da falha será extremamente alto a ponto de ameaçar o bem-estar financeiro da organização. 43 Tabela 1- Escala de Severidade DESCRIÇÃO DA ESCALA DE SEVERIDADE GRAU Efeito não percebido pelo cliente 1 Efeito bastante insignificante, percebido pelo cliente; entretanto, não faz com que o cliente procure o serviço. 2 Efeito insignificante, que perturba o cliente, mas não faz comque procure o serviço. 3 Efeito bastante insignificante, mas perturba o cliente, fazendo com que procure o serviço. 4 Efeito menor, inconveniente para o cliente; entretanto, não faz com que o cliente procure o serviço. 5 Efeito menor, inconveniente para o cliente, fazendo com que o cliente procure o serviço. 6 Efeito moderado, que prejudica o desempenho do projeto levando a uma falha grave ou uma falha que pode impedir a execução das funções do projeto. 7 Efeito significativo, resultando em falha grave; entretanto, não coloca a segurança do cliente em risco e não resulta em custo significativo da falha. 8 Efeito crítico que provoca a insatisfação do cliente, interrompe as funções do projeto, gera custo significativo da falha e impõe um leve risco de segurança (não ameaça a vida nem provoca incapacidade permanente) ao cliente. 9 Perigoso, ameaça a vida o pode provocar incapacidade permanente ou outro custo significativo de falha que coloca em risco a continuidade operacional da organização. 10 Fonte: Adaptado de (PALADY, 1997), acessado em 06/03/2019. A próxima figura apresenta a escala de avaliação da ocorrência. Vale ressaltar que existem duas abordagens para a avaliação da ocorrência, para exemplificar melhor (PALADY, 1997) faz duas perguntas: 44 1- Com que frequência o modo de falha ocorrerá? 2- Com que frequência a causa do modo de falha ocorrerá? Diante desses questionamentos é possível concluir que existem dois tipos de análise de ocorrência, onde, uma se refere ao modo de falha e outra se refere à causa. Essa distinção das duas abordagens deve ser compreendida pelos membros da equipe sendo que antes do início do FMEA a equipe deve chegar a um acordo e definir qual abordagem será adotada. No entanto a Tabela 2 apresenta uma escala extremamente genérica, que segundo (PALADY, 1997) pode representar uma limitação no desenvolvimento do FMEA, pois, é muito comum que membros da equipe ficam discutindo a diferença de um índice de ocorrência 2, 3 ou 4. Com isso, os membros da equipe têm interpretações equivocadas em algumas descrições, que acarretam em uma análise não muito eficaz. Devido a isso, (PALADY, 1997) recomenda que se desenvolva uma escala específica que se adeque a realidade da empresa onde o FMEA está sendo implantado. Como exemplo, a Tabela 3 apresenta a mesma escala com uma coluna de percentual que ajuda na hora de avaliar a ocorrência. Para montar esta escala o autor utilizou dados históricos de reclamações dos clientes, além do apoio de ferramentas estatísticas para distribuir os valores pelos graus da escala, com o intuito de facilitar a avaliação dos membros da equipe. Tabela 2- Escala de avaliação da ocorrência Escala de Avaliação de Ocorrência Grau Extremamente remoto, altamente improvável 1 Remoto, improvável 2 Pequena chance de ocorrência 3 Pequeno número de ocorrências 4 Espera-se um número ocasional de falhas 5 Ocorrência moderada 6 Ocorrência frequente 7 Ocorrência elevada 8 Ocorrência muito elevada 9 Ocorrência certa 10 Fonte: Adaptado de (PALADY, 1997), acessado em 06/03/2019 45 Tabela 3- Escala de ocorrência com percentual Escala de Ocorrência Percentual Grau Extremamente remoto, altamente improvável Menos de 0,01% 1 Remoto, improvável 0,011 – 0,20 2 Pequena chance de ocorrência 0,210 – 0,60 3 Pequeno número de ocorrências 0,610 – 2,00 4 Espera-se um número ocasional de falhas 2,001 – 5,00 5 Ocorrência moderada 5,001 – 10,00 6 Ocorrência frequente 10,001 – 15,00 7 Ocorrência elevada 15,001 – 20,00 8 Ocorrência muito elevada 20,001 – 25,00 9 Ocorrência certa Mais de 25% 10 Fonte: Adaptado de (PALADY, 1997), acessado em 06/03/2019. De acordo com (PALADY, 1997), algumas dúvidas surgem na hora de avaliar a detecção, algumas pessoas se perguntam: “Um valor mais alto significa que a detecção é melhor ou pior?”. Na verdade esta escala é inversamente proporcional, de forma que: quanto maior o grau de detecção, a chance de detectar os problemas diminui. A escala de detecção será exibida a seguir, na Tabela 4. Outra coisa muito importante falada por (PALADY, 1997) é que a escala de detecção deve refletir os controles e sistemas da organização, além do nível de maturidade de seus sistemas de qualidade e confiabilidade. Além disso, existem quatro critérios que devem ser considerados quando se estabelece a escala de graduação de detecção e quando se avalia realmente a detecção para cada modo de falha ou causa. São estes: - Se a verificação do modo de falha / causa é barata, atribua um valor menor. - Se o modo de falha / causa é óbvio, atribua um valor menor. - Se a verificação do modo de falha / causa é fácil, atribua um valor menor. - Se a verificação do modo de falha / causa é conveniente, atribua um valor menor. A Tabela 5 apresenta outra escala de detecção, cujo formato já permite avaliar os controles e sistemas da organização. 46 Tabela 4- Escala de detecção Escala de Detecção Grau É quase certo que será detectado 1 Probabilidade muito alta de detecção 2 Alta probabilidade de detecção 3 Chance moderada de detecção 4 Chance média de detecção 5 Alguma probabilidade de detecção 6 Baixa probabilidade de detecção 7 Probabilidade muito baixa de detecção 8 Probabilidade remota de detecção 9 Detecção quase impossível 10 Fonte: Adaptado de (PALADY, 1997), acessado em 06/03/2019. Tabela 5- Escala de detecção refletindo os controles e sistemas da organização Escala de Detecção Grau Sistema de revisão de projeto bastante eficaz, programas amadurecidos de qualidade e confiabilidade, controles de processo estado da arte. 1 Revisões de projetos eficazes, implementação de programas de qualidade e confiabilidade, controles de processo altamente automatizados. 2 Ênfase nas revisões de projeto, programas de qualidade totalmente desenvolvidos e implementados, treinamento em andamento e implementação parcial de programas de confiabilidade, processo automatizado para a maioria das operações. 3 Programa de qualidade em vigor, conscientização da confiabilidade, sem um programa formal, revisões de projetos parcialmente implementadas, um mix de controles de processo automatizados e com intervenção humana. 4 Programas de qualidade desenvolvidos mas ainda não totalmente implementados, ausência de revisão formal de projeto, alguns controles de processo automatizados, dependendo da adesão aos procedimentos operacionais 5 Implementação dos estágios iniciais do programa de qualidade, poucos controles de processo automatizados, implementação parcial de procedimentos operacionais. 6 Implementação parcial de métodos de qualidade, planos de inspeção de amostras e auditorias aleatórias, 100% de inspeção. 7 Totalmente dependente da auto inspeção do operador com inspeção periódica do controle de qualidade, 8 47 métodos de qualidade não implementados, ausência de procedimentos formais. Totalmente reativo aos problemas identificados durante a fabricação, ausência de programas formais, alguma conscientização da qualidade do produto. 9 Ausência de sistemas implementados, nenhuma conscientização da qualidade, definição inconsciente da qualidade do produto, baseada em julgamento individual. 10 Fonte: Adaptado de (PALADY, 1997), acessado em 06/03/2019. A seguir, na Tabela 6, é apresentado um modelo de FMEA simplificado e já preenchido. Tabela 6- Formulário de FMEA simplificado Fonte: http://citisystems.com.br/wp-content/uploads/2012/08/fmea-formulario-exemplo.png, acessado em 07/03/2019. 3.5. BENEFÍCIOS OBTIDOS COM O FMEA Segundo afirmação de PALADY (1997), a implantação do FMEA exige um custo inicial da organização, pois, demanda tempo dos membros da equipe para participação das reuniões. No entanto, esse custo inicial pode ser encarado como um investimento, caso o FMEA seja realizadocom eficácia. Dessa forma, o retorno do investimento será percebido 48 pela organização na forma de redução dos custos de falhas, além disso, os benefícios se estendem até o cliente final. A Figura 36 a seguir apresenta os benefícios da implantação do FMEA por cada tipo de FMEA. Figura 30- Os benefícios do FMEA Fonte: Adaptado de (SAKURADA, 2001), acessado em 07/03/2019. 49 4. ANÁLISE FMEA Neste capítulo será apresentada análise relacionada ao FMEA aplicado a um gerador alimentado a diesel. Além disso, serão descritas as etapas do processo de execução do FMEA. 4.1. ANÁLISE DOS MODOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS NO GERADOR A DIESEL 4.1.1. Apresentação do equipamento O equipamento selecionado é o gerador a diesel com motor MTU, modelo 16V2000G85, potência de 1260Kva 380V/ 60HZ/24V. Representado na Figura 37 com os principais componentes do sistema indicados. Figura 31- Motor MTU Fonte: adaptado de www.mtu-online.com, acessado em 07/04/2019. 50 A Tabela 7 apresenta a lista de componentes da figura anterior. Tabela 7- Lista de componentes ITEM COMPONENTE 1 Filtro de ar 2 Separador de óleo 3 Saída de ar 4 Comando do motor 5 Filtro de combustível 6 Unidade de ventilador 7 Trocador de calor de óleo 8 Filtro de óleo 9 Bomba de refrigeração 10 Sistema de combustível de baixa pressão 11 Turbo-compressor de escape 12 Bandeja de óleo 13 Sistema de escape 14 Coletor de ar 15 Cabeçote 16 Carcaça do volante 17 Suporte do motor 18 Respiro do cárter Segundo (PEREIRA), os grupos diesel/geradores trabalham sem a supervisão constante de operadores, fornecendo energia elétrica aos consumidores e automaticamente corrigindo a tensão e a frequência fornecidas. A pressão do óleo lubrificante, a temperatura da água de refrigeração regulada pelas válvulas reguladora de pressão e termostática. Caso ocorra uma deficiência de funcionamento nos sistemas de lubrificação ou de refrigeração, o motor a diesel sofrerá sérias avarias antes que seja possível uma intervenção do técnico. Para prevenir estas falhas, os motores dieses aplicados em geradores são dotados de sistemas de proteção como: 51 Pressostato do óleo lubrificante: Responsável por comandar a parada do motor quando a pressão do óleo lubrificante cai abaixo de um valor predeterminado. Em determinadas aplicações, utilizam-se dois pressostatos, sendo um para alarme, quando a pressão do óleo atinge determinado valor e o outro para comandar a parada, calibrado para um valor imediatamente abaixo; Termostato para a água de refrigeração: Com função idêntica a anterior onde os sensores atuam quando a temperatura do meio refrigerante ultrapassa valores predeterminados; Sensor de nível do líquido de refrigeração: Na maioria dos casos utilizada para acionar um dispositivo de alarme, indicando a necessidade de completar o nível do sistema de refrigeração; Sensor de ruptura da correia: Em certas aplicações é exigido que a parada do motor diesel seja comandada antes da temperatura da água se elevar, no caso de ruptura da correia da bomba d`água; Sensores de tensão da rede e do grupo: Atuam como no caso dos sensores de frequência, comandando a partida e parada, conforme o caso. 52 A Figura 38 ilustrará o motor do ponto de vista dos sensores e atuadores. Figura 32- Sensores e atuadores Fonte: adaptado de www.mtu-online.com, acessado em 07/04/2019. A Tabela 8 apresenta a lista de componentes da ilustração anterior. Tabela 8- Lista de componentes de sensores e atuadores ITEM MONITORAMENTO DE 1 Temperatura do óleo 2 Pressão do óleo 3 Temperatura do ar de sobre alimentação 4 Pressão do ar de sobre alimentação 5 Rotação da árvore de comando de válvulas 6 Rotação da árvore de manivelas 7 Temperatura do fluido de arrefecimento 8 Temperatura do combustível 53 4.1.2. Construindo o fmea A equipe foi formada por um técnico em mecânica, um técnico em eletrotécnica e um engenheiro de produção. Onde inicialmente foram apresentados os conceitos do FMEA e em reuniões posteriores explorando o acervo técnico disponível, foram avaliados os componentes que entrarão no estudo e subsequentemente seus modos de falha e efeitos no sistema. A equipe avaliou e classificou os respectivos modos de falhas quanto a severidade, ocorrência e detecção. Baseados nas seguintes premissas: - A severidade está relacionada com o efeito da falha. - A ocorrência e detecção estão relacionadas com o modo de falha. A seguir será apresentado todos os componentes principais para o funcionamento do grupo motor gerador, indicando sua função e as possíveis falhas. Motor de arranque Segundo (VILANOVA, 2015), o motor de partida ou motor de arranque, como também é conhecido, tem o objetivo de colocar em funcionamento o motor de combustão de um gerador, que não possui força própria para começar a girar. Ele é acionado eletricamente com ajuda da bateria, transformando a energia elétrica em energia mecânica, impulsionando o motor para a partida e garantindo um torque inicial elevado, já que neste momento existe resistência ao movimento, por causa da compressão e atrito do pistão, biela, árvore de manivelas, mancais, viscosidade do óleo e temperatura do motor. As resistências são ainda maiores quando o motor está frio. É formado, basicamente, por uma carcaça de aço em formato cilíndrico, com mancais nas extremidades que apoiam o induzido – um conjunto de lâminas cilíndricas que giram e têm ranhuras axiais. No mancal, do lado do coletor, está localizado o porta-escovas. As escovas são tensionadas por molas especiais contra os coletores do induzido, transmitindo a corrente elétrica. Na parte externa do mancal está o pinhão, empurrado por um garfo ao comando da chave magnética. Modos de falhas identificados: M1- Falha na alimentação do motor de arranque. M2- Desgaste nas escovas do motor de arranque. 54 Cabeçote do motor De acordo com (PEREIRA), o cabeçote do motor tem a função de fechar a parte superior do bloco de cilindros e consiste numa plataforma perfeitamente lisa que se ajusta ao bloco de metal oferecendo resistência às explosões. Modos de falhas identificados: M3- Deformação no cabeçote. M4- Junta do cabeçote danificada. Bomba de combustível Segundo (PEREIRA), a bomba de injeção do combustível diesel é controlada por uma bomba de pistões responsável pela pressão e dosagem para cada cilindro, nos tempos corretos. O comando dos injetores é realizado por válvulas magnéticas presentes na cabeça dos mesmos. Proporcionando a vantagem de um menor ruído de funcionamento, arranque a frio e uma clara melhoria na diminuição da poluição e consumo. Modos de falhas identificados: M5- Queima da bomba de combustível. M6- Dano nos bicos injetores da bomba de combustível. Turbo compressor De acordo com (PEREIRA), o turbo compressor nos motores a diesel tem a função de elevar a pressão do ar no coletor de admissão acima da pressão atmosférica fazendo com que, no mesmo volume, seja possível depositar mais massa de ar, e consequentemente possibilitar que uma maior quantidade de combustível seja injetada, resultando em mais potência para o motor e proporcionar mais pressão de compressão no interior do cilindro. Modos de falhas identificados: M7- Desgaste no turbo compressor. Inter cooler 55 Ainda segundo (PEREIRA), o Inter cooler tem a função de resfriar o ar proveniente do turbo, aumentando sua massa através do aumento das moléculas de oxigênio. Isso possibilita a melhor queima do combustível e diminui o índice de poluentes na atmosfera. Modos de falhas identificados: M8- Vazamento nas mangueiras do Inter cooler. Sistema de escape Segunda a empresa (ENERGIA, 2018), a função do sistema de escape em umgrupo gerador é conduzir com segurança os gases de escape do motor para fora do edifício e dispersar a fumaça, a fuligem e isolar o ruído do escape de pessoas e edifícios. O sistema deve ser projetado para minimizar a contrapressão no motor. A restrição excessiva ao escape resultará no aumento no consumo de combustível, temperaturas anormais causando falhas e excesso de fumaça preta. Modos de falhas identificados: M9- Avarias no sistema de escape. USCA (Unidade de Supervisão de Corrente Alternada) Segundo (LIMA, 2012), a Unidade de Supervisão de Corrente Alternada (USCA) é um módulo microprocessado, o qual tem a função de monitorar os sinais enviados pelos sensores do motor estacionário, as anomalias da rede elétrica e controlar a partida e parada do grupo gerador tanto em modo manual como em modo automático. Possui uma interface IHM ( Interface Homem – Máquina ) com display de cristal líquido que permite ao operador do equipamento visualizar parâmetros de tensão ( V ) de fase e de linha, frequência ( Hz ), corrente das fases ( A ), potência ativa ( KW ), reativa ( KVAr ) e aparente ( KVA ), fator de potência, pressão de óleo lubrificante, rotações por minuto do motor ( RPM ), energia ativa ( Kwh ) e reativa ( KVAr ), temperatura da água de arrefecimento ( º C ), números de partidas, tempo de funcionamento , tempo para manutenção, tensão na bateria do motor ( V ) , proteções ( ANSI ) bem como códigos de erro se o GMG vier a apresentar alguma falha. Modos de falhas identificados: M10- Queima da placa eletrônica da USCA. 56 M11- Falha na alimentação da USCA. Sensor de temperatura do óleo Responsável por realizar a medição da temperatura do óleo do motor, enviando as informações de leitura para a USCA. Modos de falhas identificados: M12- Mau contato no sensor de temperatura de óleo. M13- Sensor de temperatura de óleo danificado. Resistência do pré-aquecimento De acordo com a empresa (INTERPOWER, 2012), o sistema de pré-aquecimento dos motores aquecem a água do circuito de refrigeração pelo principio de convecção, tomando a agua mais fria da parte inferior do bloco do motor e descarregando aquecida na parte superior do bloco. A temperatura da água é controlada por um termostato em um valor pré- determinado, normalmente entre 40 e 50 graus Celsius. O pré aquecimento de água deve ser instalado em todos os grupos geradores de Emergência/Stand-by para permitir a rápida aplicação de carga após a partida do Grupo Gerador. A resistência de pré-aquecimento pode ser monofásica ou trifásica, dependendo de sua potencia, que está na ordem de 1 a 9 KW, em função do tamanho do motor diesel. Modos de falhas identificados: M14- Rompimento da resistência do pré-aquecimento. Sensor de pressão do óleo Segundo (LIMA, 2012), sua função é evitar que o motor opere com baixa pressão de óleo e consequentemente venha a fundir por falta de lubrificação no sistema. Este sensor possui apenas um terminal para conexão de cabo, porém ao contrário do sensor de temperatura, possui um contato NF (normalmente fechado). Enquanto o motor está inoperante, a pressão na galeria de óleo é baixa e o contato NF do sensor está fechado. Como o sensor está fixado ao bloco do motor e este aterrado, o mesmo manda constantemente um sinal negativo à USCA. 57 Ao entrar em operação, a pressão interna na galeria de óleo do motor aumenta e quando atinge o valor de trabalho do sensor, o contato NF se abre, o sinal negativo é retirado e a USCA identifica que a pressão na galeria de óleo está normal. Porém se o motor entrar em operação e a pressão de óleo não forem atingidos dentro do tempo parametrizado na USCA, o mesmo é desligado e gerado um código de erro referente à baixa pressão de óleo. Modos de falhas identificados: M15- Mau contato no sensor de pressão do óleo. M16- Sensor de pressão de óleo danificado. Sensor de temperatura do combustível Responsável por realizar a medição da temperatura do combustível, enviando as informações de leitura para a USCA. Modos de falhas identificados: M17- Mau contato no sensor de temperatura de combustível. M18- Sensor de temperatura de combustível danificado. Pick up magnético De acordo com (LIMA, 2012), o controle constante da rotação é realizado através de um sensor de relutância magnético denominado (pick-up) instalado no bloco do motor, o qual através dos dentes da cremalheira tem a função de gerar os pulsos (PWM) que servirão de referência ao módulo micro processado (USCA) para estabilizar a rotação em 1800 RPM. O circuito de controle de rotação trabalha em malha fechada. À medida que é acrescentada carga no equipamento, há uma tendência na diminuição da velocidade do motor. Com a diminuição da velocidade há um maior intervalo de tempo entre os pulsos gerados pelo sensor. O módulo micro processado (USCA) identifica a alteração no PWM e manda um comando para atuar diretamente na entrada de diesel, através do acionamento de um solenoide ou do regulador eletrônico de velocidade (servo mecanismo), que por sua vez estão interligados ao braço atuador da bomba injetora (motor mecânico) ou ao sistema de injeção 58 eletrônica (motor eletrônico). Com um maior fluxo de diesel o motor aumenta a rotação, o intervalo dos pulsos gerados pelo sensor diminuem, a USCA percebe novamente a alteração na largura de pulso e corrige a rotação. Modos de falhas identificados: M19- Quebra do pick up magnético Sensor de nível de fluido de arrefecimento Segundo (LIMA, 2012), sua função é evitar o baixo nível de água, impedindo o superaquecimento do equipamento. O seu princípio de funcionamento é praticamente o mesmo do sensor de temperatura. Possui uma haste com boia e dois terminais que também correspondem a um contato NA. Enquanto o radiador está com o nível de fluido correto a boia se mantém na parte superior da haste do sensor e os contatos permanecem abertos, mas se o líquido de arrefecimento baixar, a boia desloca-se para a parte inferior da haste fechando os contatos. Com os contatos fechados é enviado à USCA um sinal negativo, a mesma identifica a mudança de nível de tensão no seu terminal correspondente, desliga o equipamento e gera um código de erro correspondente à baixo nível de água no radiador. Modos de falhas identificados: M20- Mau contato no sensor de nível de fluido de arrefecimento. M21- Sensor de nível de fluido de arrefecimento danificado. AVR (Regulador de tensão) De acordo com a empresa (GERADORES, 2014), o AVR trata-se de um Sistema Eletrônico que compensa automaticamente as variações de tensão de saída do Gerador quando houver alteração de carga. Os reguladores de tensão para geradores são extremamente importantes para o funcionamento adequado do alternador (gerador solteiro). Trata-se de um dispositivo eletrônico formado por semicondutores que são responsáveis pela manutenção da tensão de saída do circuito elétrico pelo gerador de energia. A função dos reguladores de tensão para gerador solteiro (alternador) é manter estabilizada a tensão que o gerador produz de acordo 59 com os limites da bateria e do sistema elétrico que o alimenta. O AVR (Regulador automático de voltagem - tensão) mantém a tensão de saída mesmo com a existência de variação. Modos de falhas identificados: M22- Queima da placa eletrônica do AVR (Regulador de tensão) Carregador de baterias Segundo a empresa (MONTAGENS), o carregador de bateria para grupo gerador tem função essencial no funcionamento dos geradores, pois ele é responsável por carregar a bateria do sistema e avisar de possíveis falhas que possam acontecer. Ele é acionado sempre que a tensão começa a diminuir, e isso faz com que o trabalho do equipamento seja contínuo. Modos de falhas identificados: M23- Queima da placa eletrônica do carregador de baterias 4.2. ANÁLISE ESTATÍSTICA DO FMEA As Tabela9, Tabela 10 e Tabela 11 a seguir apresentam a análise estatística realizada com base nos valores indicados pelos participantes para os itens de severidade, ocorrência e detecção. Os cálculos utilizados para a análise dos índices de severidade, ocorrência e detecção foram os seguintes: - Média. - Moda. -. Desvio padrão. - Coeficiente de variação, representado por: C VAR. Além destes, foi calculado o coeficiente de variação médio, representado por: CVM, sendo ele nada mais do que a média dos valores de C VAR. 60 Tabela 9- Análise estatística dos índices de ocorrência Cod Modo de falha OCORRÊNCIA Média Moda Desvio Padrão C. Var M1 Falha na alimentação do motor de arranque 5 5 4 4,66 5 0,5773503 12,00% M2 Desgaste nas escovas do motor de arranque 5 4 4 4,66 4 0,5773503 12,00% M3 Deformação do cabeçote 4 3 3 3,33 3 0,5773503 17,00% M4 Junta do cabeçote danificada 6 4 4 4,66 4 1,1547005 25,00% M5 Queima da bomba de combustível 6 5 5 5,33 5 0,5773503 11,00% M6 Dano nos bicos injetores da bomba de combustível 6 5 5 5,33 5 0,5773503 11,00% M7 Desgaste no turbocompressor 3 3 3 3 3 0 0,00% M8 Vazamento nas mangueiras do intercooler 7 6 6 6,33 6 0,5773503 9,00% M9 Avarias no sistema de escape 3 3 4 3,33 3 0,5773503 17,00% M10 Queima da placa eletrônica da USCA 6 4 4 4,66 4 1,1547005 25,00% M11 Falha na alimentação da USCA 6 4 4 4,66 4 1,1547005 25,00% M12 Mau contato no sensor de temperatura do óleo 7 6 6 6,33 6 0,5773503 9,00% M13 Sensor de temperatura do óleo danificado 7 5 5 5,66 5 1,1547005 20,00% M14 Rompimento da resistência do pré-aquecimento 6 6 5 5,66 6 0,5773503 10,00% M15 Mau contato no sensor de pressão do óleo 7 6 6 6,33 6 0,5773503 9,00% M16 Sensor de pressão do óleo danificado 7 5 5 5,66 5 1,1547005 20,00% M17 Mau contato no sensor de 7 6 6 6,33 6 0,5773503 9,00% 61 temperatura de combustível M18 Sensor de temperatura de combustível danificado 7 5 5 5,66 5 1,1547005 20,00% M19 Quebra do pick up magnético 3 3 2 2,66 3 0,5773503 22,00% M20 Mau contato no sensor de nível de fluido de arrefecimento 5 7 7 6,33 7 1,1547005 18,00% M21 Sensor de nível de fluido de arrefecimento danificado 7 6 6 6,33 6 0,5773503 9,00% M22 Queima da placa eletrônica do AVR (regulador de tensão) 2 2 3 2,33 2 0,5773503 25,00% M23 Queima da placa eletrônica do carregador de baterias 4 3 3 3,33 3 0,5773503 17,00% . Coeficiente Variação médio = 17,00% Baseado na análise da figura anterior é possível perceber que os valores podem ser considerados homogêneos, havendo uma pequena divergência nos valores atribuídos pelos profissionais envolvidos no estudo. Analisando o coeficiente de variação médio igual a 17% e o desvio padrão variando de zero a 1,1 nos modos de falha. Essa divergência já era prevista, pois apenas um dos 3 profissionais trabalha especificamente com grupos geradores, e nesse índice de ocorrência vale muito a vivência de campo na manutenção para uma avaliação precisa. Podemos avaliar também que os modos de falha mais divergentes em relação ao desvio padrão foram os M4, M10, M11, M13, M16, M18 e M20, tendo também o M7 como o mais homogêneo. O modo de falha indicado com o maior valor de ocorrência foi o M20, pois possui o maior valor de moda. 62 Tabela 10- Análise estatística dos índices de detecção Cod Modo de Falha DETECÇÃO Média Moda Desvio Padrão C. Var M1 Falha na alimentação do motor de arranque 3 3 4 3,33 3 0,5773503 17,00% M2 Desgaste nas escovas do motor de arranque 7 8 8 7,66 8 0,5773503 7,50% M3 Deformação do cabeçote 8 7 8 7,66 8 0,5773503 7,50% M4 Junta do cabeçote danificada 8 6 8 7,33 8 1,1547005 16,00% M5 Queima da bomba de combustível 1 3 3 2,33 3 1,1547005 49,50% M6 Dano nos bicos injetores da bomba de combustível 4 3 4 3,66 4 0,5773503 16,00% M7 Desgaste no turbo compressor 7 5 7 6,33 7 1,1547005 18,00% M8 Vazamento nas mangueiras do Inter cooler 3 2 3 2,66 3 0,5773503 22,00% M9 Avarias no sistema de escape 4 2 4 3,33 4 1,1547005 34,50% M10 Queima da placa eletrônica da USCA 1 1 1 1 1 0 0,00% M11 Falha na alimentação da USCA 1 1 1 1 1 0 0,00% M12 Mau contato no sensor de temperatura do óleo 3 3 3 3 3 0 0,00% M13 Sensor de temperatura do óleo danificado 3 3 4 3,33 3 0,5773503 17,00% M14 Rompimento da resistência do pré-aquecimento 2 1 2 1,66 2 0,5773503 35,00% M15 Mau contato no sensor de pressão do óleo 3 3 5 3,66 3 1,1547005 31,50% M16 Sensor de pressão do óleo danificado 3 3 4 3,33 3 0,5773503 17,00% M17 Mau contato no sensor de temperatura de combustível 3 2 3 2,66 3 0,5773503 22,00% M18 Sensor de temperatura de 3 2 3 2,66 3 0,5773503 22,00% 63 combustível danificado M19 Quebra do pick up magnético 8 7 8 7,66 8 0,5773503 7,50% M20 Mau contato no sensor de nível de fluido de arrefecimento 2 2 3 2,33 2 0,5773503 25,00% M21 Sensor de nível de fluido de arrefecimento danificado 1 2 2 1,66 2 0,5773503 35,00% M22 Queima da placa eletrônica do AVR (regulador de tensão) 5 3 3 3,66 3 1,1547005 31,50% M23 Queima da placa eletrônica do carregador de baterias 1 2 2 1,66 2 0,5773503 35,00% Coeficiente Variação Médio = 18,00% Analisando a classificação dos graus de detecção, os dados se assemelham com o índice anterior, tendo 1% a mais de divergência. Nesse índice isso também já era previsto pelos mesmos motivos já mencionados. Coeficiente de variação médio de 18% e um desvio padrão também de 0 a 1,1 nos modos de falha. Avaliando os modos de falha mais divergentes em relação ao desvio padrão temos os M4, M5, M7, M9, M15 e M22, tendo os M10, M11 e M12 como os mais homogêneos. Os dados revelam também que os modos de falhas mais difíceis de serem detectados são os M2, M3, M4 e M19, que possuem os maiores valores de moda. Tabela 11- Análise estatística dos índices de severidade Cod Modo de Falha SEVERIDADE Média Moda Desvio Padrão C. Var M1 Falha na alimentação do motor de arranque 10 9 9 9,33 9 0,5773503 6,00% M2 Desgaste nas escovas do motor de arranque 8 8 7 7,66 8 0,5773503 7,50% M3 Deformação do cabeçote 6 6 6 6 6 0 0,00% M4 Junta do cabeçote danificada 8 7 7 7,33 7 0,5773503 8,00% 64 M5 Queima da bomba de combustível 9 8 9 8,66 9 0,5773503 6,50% M6 Dano nos bicos injetores da bomba de combustível 9 8 8 8,33 8 0,5773503 7,00% M7 Desgaste no turbo compressor 7 6 6 6,33 6 0,5773503 9,00% M8 Vazamento nas mangueiras do Inter cooler 5 5 6 5,33 5 0,5773503 11,00% M9 Avarias no sistema de escape 5 6 6 5,66 6 0,5773503 10,00% M10 Queima da placa eletrônica da USCA 10 10 10 10 10 0 0,00% M11 Falha na alimentação da USCA 10 10 10 10 10 0 0,00% M12 Mau contato no sensor de temperatura do óleo 6 6 6 6 6 0 0,00% M13 Sensor de temperatura do óleo danificado 6 6 6 6 6 0 0,00% M14 Rompimento da resistência do pré-aquecimento 7 6 6 6,33 6 0,5773503 9,00% M15 Mau contato no sensor de pressão do óleo 6 7 7 6,66 7 0,5773503 8,50% M16 Sensor de pressão do óleo danificado 6 7 7 6,66 7 0,5773503 8,50% M17 Mau contato no sensor de temperatura de combustível 6 6 6 6 6 0 0,00% M18 Sensor de temperatura de combustível danificado 6 6 6 6 6 0 0,00% M19 Quebra do pick up magnético 8 9 9 8,66 9 0,5773503 6,50% M20 Mau contato no sensor de nível de fluido de arrefecimento 7 7 8 7,33 7 0,5773503 8,00% M21 Sensor de nível de fluido de arrefecimento danificado 7 8 8 7,66 8 0,5773503 7,50% M22 Queima da placa eletrônica do AVR (regulador de tensão) 10 10 10 10 10 0 0,00% 65 M23 Queima da placa eletrônica do carregador de baterias 10 10 10 10 10 0 0,00% Coeficiente de Variação Médio = 6,50% Com a análise da classificação dos índices de severidade observa-se que as notas atribuídas foram as mais homogêneas dostrês, pois seu coeficiente de variação médio foi igual a 6,5%. Isso indica conhecimento e um senso comum dos três integrantes do estudo em relação às consequências de cada modo de falha. Diversos modos de falhas tiveram o desvio padrão igual a zero, são eles: M3, M10, M11, M12, M13, M17, M18, M22 e M23. Os modos de falhas identificados com os maiores índices foram os M10, M11, M22 e M23, pois possuem maiores valores de moda. Isso pode ser explicado, pois são falhas em componentes eletrônicos, que possui valor financeiro elevado, quase nunca há a prevenção da aquisição de peças reservas e que são primordiais para o funcionamento do grupo motor gerador. A seguir serão apresentados os resultados obtidos, ou seja, o que foi identificado pela equipe como: modos de falhas, funções, efeitos, causas, graus de severidade, ocorrência e detecção, além dos respectivos RPN´s indicados para o equipamento escolhido como objeto de estudo. Tabela 12- Análise do FMEA Component e Função Modo de Falha Efeito Causa S O D RP N Motor de arranque Alimentado pelas baterias, é responsável por fornecer o torque inicial para partida do Falha da alimentação Falha na partida do gerador Baterias ruins, com necessidade de troca 9 5 3 135 Desgaste das escovas Falha na partida do gerador Utilização por longos 8 4 8 256 66 motor. períodos Cabeçote Plataforma perfeitamente fresa que se ajusta ao bloco metal a fim de oferecer resistência às explosões. Deformação Perda de pressão do motor gerador Funcionamento por longos períodos com nível de líquido de arrefecimento baixo 6 3 8 144 Junta danificada Vazamento do líquido de arrefecimento Erro na montagem 7 4 8 224 Bomba de combustível Fornecer pressão através de uma rampa comum a todos os injetores Queima da bomba Falha na partida do gerador Utilização por longos períodos 9 5 3 135 Danos nos bicos injetores Falha na partida do gerador Biodiesel parado no reservatório por períodos relativamente longos 8 5 4 160 Turbo compressor Equipamento que aproveita os gases de escape para injetar ar nos cilindros Desgaste Perda de rendimento do motor gerador Falta de manutenção nos filtros de óleo, ar e combustível 6 3 7 126 Inter cooler Diminuir a temperatura do ar comprimido, tal como um radiador de um veículo Vazamento nas mangueiras Perda de rendimento do motor gerador Oxidação 5 6 3 90 Sistema de escape Conduzir com segurança os gases de escape do motor para fora do edifício, dispersando a fumaça, fuligem e isolando Avarias Perda de rendimento do motor gerador Entrada de água, condensados corrosivos na tubulação ou juntas de dilatação mal dimensionadas 6 3 4 72 67 ruídos. USCA Sistema de controle inteligente concebido dentro de uma lógica prediditiva, padronizada, de protocolo aberto, que monitora a demanda e consumo da instalação, garantindo a máxima eficiência do sistema Queima da placa ou de componente s eletrônicos Falha na partida do gerador, impossibilitand o o acionamento nem mesmo em manual Sobretensão elétrica, mal contato ou aquecimento nos componentes eletrônicos 1 0 4 1 40 Falha da alimentação Falha na partida do gerador Bateria que alimenta a placa ruim, com necessidade de troca 1 0 4 1 40 Sensor de temperatura do óleo Realizar a leitura enviando o sinal de informação para a USCA Mal contato Alarme na IHM da USCA Surgimento de substãncias nos contatos do sensor que impedem seu funcionamento 6 6 3 108 Danificado Alarme na IHM da USCA Utilização por longos períodos 6 5 3 90 Resistência do pré aquecimento Manter o bloco do motor aquecido, minimizando o tempo de resposta. Rompimento Falha ou mal funcionamento na partida Utilização por longos períodos 6 6 2 72 Sensor de pressão do óleo Evitar que o motor opere com baixa pressão e venha a fundir por falta Mal contato Parada do gerador Cabo mal conectado ou oxidação nos contatos 7 6 3 126 Danificado Parada do Utilização por 7 5 3 105 68 de lubrificação. gerador longos períodos Sensor de temperatura do combustível Realizar a leitura enviando o sinal de informação para a USCA Mal contato Alarme na IHM da USCA Surgimento de substâncias nos contatos do sensor que impedem seu funcionamento 6 6 3 108 Danificado Alarme na IHM da USCA Utilização por longos períodos 6 5 3 90 Pick up magnético Gera impulsos que servem de referência ao módulo para estabilizar a rotação do motor em 1800RPM Quebrado Falha na partida do gerador Erro na montagem 9 3 8 216 Sensor de nível de fluido de arrefecimento Envia informação para o módulo do nível de fluido de arrefecimento. Mal contato Falha na partida do gerador Surgimento de oxidação nos contatos, impedindo seu funcionamento . 7 7 2 98 Danificado Falha na partida do gerador Utilização por longos períodos 8 6 2 96 AVR (regulador de tensão) Sistema eletrônico que compensa automaticament e as variações de tensão de saída do gerador quando há alteração de carga. Queima da placa ou de componente s eletrônicos Falha na partida do gerador Sobre tensão elétrica, mal contato ou aquecimento nos componentes eletrônicos 1 0 2 3 60 Carregador das Carregar a Queima da Falha na partida Sobretensão 1 3 2 60 69 baterias bateria do sistema e comunicar possíveis falhas. placa ou de componente s eletrônicos do gerador elétrica, mal contato ou aquecimento nos componentes eletrônicos 0 70 5. CONCLUSÃO Conforme informado nos capítulos anteriores, um complexo hospitalar demanda um fornecimento de energia de forma ininterrupta, onde uma falha de minutos pode acarretar em óbito ou agravamento da situação de um paciente. Com a implementação desse estudo de caso na rotina de manutenção preventiva dos grupos motores geradores já existentes, pode-se claramente antecipar uma possível falha de componentes e peças, realizando uma investigação mais minuciosa no equipamento e respaldando a gestão da manutenção para a aprovação de compra de peças que são demasiadamente importantes para o perfeito funcionamento dos grupos. Na Tabela 13 a seguir serão mostrados os resultados em ordem decrescentes dos modos de falhas de acordo com suas prioridades de risco (RPN). Tabela 13- Classificação dos modos de falhas CÓDIGO MODO DE FALHA RPN M2 DESGASTE DAS ESCOVAS DO MOTOR DE ARRANQUE 256 M4 JUNTA DO CABEÇOTE DANIFICADA 224 M19 PICK UP MAGNÉTICO QUEBRADO 216 M6 DANO NOS BICOS INJETORES DA BOMBA DE COMBUSTÍVEL 160 M3 DEFORMAÇÃO DO CABEÇOTE 144 M1 FALHA DA ALIMENTAÇÃO DO MOTOR DE ARRANQUE 135 M5 QUEIMA DA BOMBA DE COMBUSTÍVEL 135 M7 DESGASTE NO TURBOCOMPRESSOR 126 M15 MAL CONTATO NO SENSOR DE PRESSÃO DE ÓLEO 126 M12 MAL CONTATO NO SENSOR DE TEMPERATURA DO ÓLEO 108 M17 MAL CONTATO NO SENSOR DE TEMPERATURA DO COMBUSTÍVEL 108 M16 SENSOR DE PRESSÃO DO ÓLEO DANIFICADO 105 M20 MAL CONTATO NO SENSOR DO NÍVEL DE FLUIDO DE ARREFECIMENTO 98 M21 SENSOR DE NÍVEL DE FLUIDO DE ARREFECIMENTO DANIFICADO 96 M8 VAZAMENTO NAS MANGUEIRAS DO INTERCOOLER 90 M18 SENSOR DE TEMPERATURA DO ÓLEO DANIFICADO 90 M14 ROMPIMENTO DA RESISTÊNCIA DO PRÉ AQUECIMENTO 72 M9 AVARIAS NO SISTEMA DE ESCAPE 72 71 M22 QUEIMA DA PLACA ELETRÔNICA DO AVR 60 M23 QUEIMA DA PLACA ELETRÔNICA DO CARREGADOR DE BATERIAS 60 M10 QUEIMA DA PLACA ELETRÔNICA DA USCA 40 M11 FALHA DA ALIMENTAÇÃO DA USCA 40 Dentre os RPN com índices mais críticos,destacam-se as falhas no motor de arranque e bomba de combustível como as que demandam uma atenção maior. Proporcionando respaldo para realizar orçamento e manter peças de substituição em estoque para minimizar o tempo de parada do grupo no caso da falha em um desses componentes. Vale ressaltar também os modos de falhas M10, M11, M22 e M23, que mesmo recebendo os menores índices de RPN, receberam os valores mais altos no quesito severidade, pois no caso de falha o grupo não funciona de maneira nenhuma. São equipamentos eletrônicos onde não há manutenção preventiva, possuem preços relativamente elevados e muitas vezes pode ter uma logística de aquisição demorada. Nota-se também que em 13 modos de falhas dos 23 levantados no estudo, acarreta na falha da partida ou parada inesperada do grupo motor gerador. Muitas dessas falhas que receberam índices de RPN intermediários são sensores, que possuem um baixo valor no mercado e que vale muito a pena realizar a aquisição e manter em estoque, possibilitando uma ação mais rápida e eficiente do técnico, minimizando ao máximo o tempo que o grupo ficará inoperante em caso de uma dessas falhas. Em consulta a administração e equipe do financeiro do hospital das Américas, o faturamento mensal do hospital é em média R$40 milhões, aonde uma parcela significativa vem das atividades do centro cirúrgico. Num cenário onde os geradores por algum motivo técnico estejam inoperantes, o gestor da Engenharia de Manutenção deverá informar a diretoria do hospital, tendo como consequência certa o cancelamento do quadro cirúrgico, pois é o procedimento padrão nesse tipo de situação. Logo, a aplicação do FMEA nesse estudo de caso é de suma importância e válida, pois além de proteger as vidas humanas, faz com que o plano de negócio do empreendimento flua constante e não prejudique o rendimento mensal planejado pela diretoria. 72 5.1. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS Primeiramente é aconselhável que o estudo que foi elaborado seja atualizado em período pré-estabelecido. Como sugestão de trabalhos futuros é a divulgação e aplicação do método FMEA em outros equipamentos do hospital, podendo inclusive propagar a iniciativa em outros hospitais da rede. 73 BIBLIOGRAFIA 13534, A. N. Instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de saúde. [S.l.]: [s.n.], 2008. 5410, N. Instalações elétricas de baixa tensão. [S.l.]: [s.n.], 2008. 5462, A. N. Confiabilidade e Mantenabilidade. [S.l.]: [s.n.], 1993. AIAG. Potential Failure Mode and Effects Analysis (FMEA). Fourth Edition. ed. [S.l.]: [s.n.], 2008. AMERICAS. bmc.hamericas.brz.net. hamericas. 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