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TCC 2 - ESTUDO DE CASO docx

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FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
UTILIZAÇÃO DAS NORMAS TÉCNICAS PARA ANÁLISE DE RISCOS
ELÉTRICOS EM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE: Estudo
de caso em uma instalação residencial em Vitória da Conquista - BA
Vitória da Conquista – BA
Novembro, 2021
Ruan Patrick Santos Silva
Vanessa França Leal
UTILIZAÇÃO DAS NORMAS TÉCNICAS PARA ANÁLISE DE RISCOS
ELÉTRICOS EM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE: Estudo
de caso em uma instalação residencial em Vitória da Conquista - BA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
à Faculdade Independente do Nordeste –
FAINOR como requisito para avaliação final e
obtenção de grau de Bacharel em Engenharia
Elétrica.
Orientador: Esp. Danilo Brito Almeida
Vitória da Conquista – BA
Novembro, 2021
1. INTRODUÇÃO
Com o crescimento acelerado da tecnologia, a energia elétrica tornou-se
um item indispensável no cotidiano da sociedade. Sabe-se que a energia
elétrica provém das usinas hidrelétricas, e outras fontes que causam impactos
ao meio ambiente devido ao complexo de suas construções e a emissão de
poluentes, como nas termelétricas, por exemplo. Com isso, busca-se fontes de
geração de energia que não gere crises ambientais, como a energia solar
fotovoltaica. A energia solar fotovoltaica possui diversas vantagens, tanto
ambientais por ser uma fonte de energia renovável e infinita que diminui as
taxas de carbono, quanto econômicas, já que possui baixa manutenção e alta
durabilidade possuindo uma vida útil longa, e claro, diminui os gastos com a
conta de energia. Com isso, a procura por esse tipo de serviço vem
aumentando cada vez mais nos últimos anos e consequentemente está
surgindo novas empresas do segmento de pequeno a médio porte. De acordo
com o Portal Solar (2021) o Brasil já conta com mais de 20 mil empresas no
ramo, e até o final deste ano poderá ter até 5,4 mil novas companhias, tendo
um aumento de 27%.
Visto que é uma área recente no mercado, é de extrema importância
buscar e estudar formas de melhorar a segurança dos usuários dessa
tecnologia e também dos profissionais que estão expostos a vários riscos no
dia-a-dia do trabalho, durante a instalação e manutenção do sistema
Sabe-se que os sistemas fotovoltaicos possuem tensões e correntes
contínuas elevadas que são consideradas perigosas, desde a microgeração
(carga instalada de até 75 kW) até a minigeração distribuída (maior que 75 kW
e menor de 5 MW). Sendo assim, é preciso que sejam tomados alguns
cuidados importantes durante a instalação e manutenção desses sistemas.
Os sistemas fotovoltaicos são instalados e mantidos em áreas externas,
e dessa forma ficam expostos ao meio ambiente, ficando vulneráveis a
condições climáticas que podem causar falhas e distúrbios. A implementação
de modelos de aterramento, equipotencialização e a instalação de dispositivos
de proteção podem reduzir os riscos presentes nesses sistemas, evitando
assim acidentes como choques elétricos e incêndios.
Dessa forma, faz-se necessário a utilização de normas técnicas como a
NBR-5410, NBR 16690, NR 10, entre outras que estabelecem condições
mínimas de segurança tanto para a realização do serviço de instalação quanto
para os consumidores do sistema, dessa forma mantendo a saúde e
integridade física e dos bens de todos presentes em uma instalação
fotovoltaica. O objetivo deste trabalho é analisar os riscos elétricos
presentes em uma instalação fotovoltaica e com isso buscar métodos e
soluções que minimizem esses riscos através da utilização das normas
técnicas vigentes que garantem maior segurança e qualidade de vida para os
colaboradores e usuários.
1.1. Problema
Em uma instalação de um sistema fotovoltaico, tanto instaladores quanto
os utilizadores do sistema estão submetidos a diversos riscos envolvendo
eletricidade, como choques elétricos, arcos elétricos e descargas atmosféricas,
podendo gerar acidentes que podem causar ferimentos graves e até mesmo
levar ao óbito.
1.2. Hipótese
As normas regulamentadoras vigentes são responsáveis por exigir
condições mínimas de segurança, onde fornecem orientações e
recomendações para que não ocorra nenhum tipo de falha no sistema
fotovoltaico que possa causar acidentes graves. Com isso, a aplicação das
normas garante tanto para o colaborador quanto para o usuário uma
integridade física e maior qualidade de vida.
1.3. Objetivo Geral
O presente trabalho tem como objetivo principal utilizar as normas
técnicas vigentes para análise de riscos elétricos existentes durante uma
instalação de sistema fotovoltaico.
1.3.1. Objetivos Específicos
● Realizar uma inspeção visual durante a instalação do sistema;
● Aplicar medidas de controle e proteção para a equipe de instalação;
● Apresentar soluções e melhorias a fim de minimizar riscos e garantir
segurança aos colaboradores e usuários.
1.4. Justificativa
A utilização de sistemas fotovoltaicos, que tem a finalidade de
transformar energia solar em elétrica, vem crescendo cada vez mais, isso é
devido a grandes pontos positivos, entre elas o baixo impacto ambiental, a
flexibilidade de utilização e facilidade de construção e de operação. (VIAN,
2021)
A energia solar fotovoltaica é uma área que começou a crescer
recentemente no mercado e com isso há poucos estudos em relação a
aplicação das normas. Mesmo sendo uma instalação simples é preciso que
seja realizada com atenção para garantir segurança e maior integridade física
para os envolvidos nesta área.
De acordo com o Anuário Estatístico de Acidentes de origem elétrica
2021 – ano base 2020 elaborado pela Abracopel – Associação Brasileira de
Conscientização para os Perigos da Eletricidade - foi registrado 764 mortes de
origem elétrica, desse total sendo 691 apenas por choque elétrico, 26 por
sobrecarga e 47 causadas por descarga atmosférica.
A segurança em qualquer local, seja para moradia, trabalho ou lazer, é
de extrema necessidade, caso contrário, pode custar vidas. Sabe-se que
muitas vezes as empresas, ou por falta de conhecimento ou negligência,
acabam ignorando questões de segurança por acharem que geram mais
custos e dão menos “liberdade” no serviço.
2. ESTADO DA ARTE
Com o objetivo de identificar falhas e orientar os profissionais de
instalações elétricas sobre a necessidade de medidas de prevenção em
instalações de sistemas fotovoltaicos, o autor Deus (2016), através de sua
pesquisa, levantou diversos aspectos de extrema relevância, relacionados a
segurança quanto à instalações de sistemas fotovoltaicos, focando nas normas
regulamentadoras nº 10 e 35, relacionadas a trabalho com eletricidade e altura,
evidenciando muitos fatores de risco.
Kurata (2016) após estudos, salienta a importância da segurança, e
através da implantação de uma análise preliminar de risco, os trabalhadores
em eletricidade conseguem apontar soluções com mais facilidade, além de
analisar rotinas e procedimentos, para que consigam minimizar os riscos e
garantir cada vez mais a integridade física do trabalhador.
Através das informações adquiridas e análise de dados fornecidos pelo
ministério do trabalho, Kurata chega a conclusão que a utilização de uma
análise preliminar de risco cria procedimentos de trabalho mais claramente
definidos, o que melhor representa uma melhor aplicação das normas e leis,
além de uma economia a empresa, e ao próprio empregado, quando analisado
a possibilidade de afastamentos por acidentes.
A fim de verificar o nível de conhecimento de vistoriadores que realizam
inspeção visual em instalações elétricas de baixa tensão e se há alguma
dúvida em relação ao procedimento que é realizado, os autores Winck, Silva e
Lucion (2019), elaboraram um questionário que foi aplicado ao Corpo de
Bombeiros. Além do questionário, os autores fizeram um levantamento
quantitativo em relação aos incêndios em edificações de baixa tensão, causado
por falhas elétricas.
Em relação ao questionário aplicado, os autores puderam concluir que
apenas 17% dos vistoriadoresque realizam as inspeções visuais em
instalações elétricas, utilizam a norma da ABNT NBR 5410, como parâmetro
técnico, e 67% afirmam ter dificuldades para realizar as inspeções. A partir do
levantamento quantitativo, também foi mostrado que 21% das causas de
incêndio, são por falhas nas instalações elétricas.
Com o trabalho desse autor é perceptível que até mesmo em
corporações, que são responsáveis pela segurança pública, há uma falta de
conhecimento no que diz respeito às instalações elétricas. E com isso, mesmo
realizando as inspeções elétricas, deixam passar informações importantes que
podem gerar acidentes e custar vidas.
GÓIS (2020), através de um levantamento bibliográfico focado na norma
regulamentadora nº 6, elaborou um formulário aplicado em construções civis
para a verificação do cumprimento da norma. Segundo a autora, em cerca de
73% dos empregadores da construção civil do município de Caicó, no Rio
Grande do Norte, não fiscalizam as obras a fim de garantir a utilização correta
dos EPI’s, o que pode levar a um grande aumento no número de acidentados.
Através desse levantamento de dados por uma pesquisa de campo,
GÓIS chega a conclusão que a utilização do EPI em muitos casos é vista
apenas como uma obrigação, e que mais de 66% dos trabalhadores
pesquisados não possuíam nenhum tipo de treinamento relacionado às normas
regulamentadoras.
Por fim, Silva (2016) enfatiza a importância da aplicação de
conhecimentos sobre proteção de sistemas elétricos nas principais situações
de risco, uma vez que a maioria das ocorrências de acidentes são por causa de
fiação desencapada, partes energizadas expostas e sem barreiras de proteção.
Além disso, ocorrem danos materiais que são provocados por incêndios
iniciados em condições de sobrecargas, curtos-circuitos ou instalações mal
executadas e sem a proteção adequada.
Com isso sabe-se da necessidade da execução de sistemas eficientes
de proteção para evitar ou, no mínimo, amenizar a possibilidade de acidentes
como choques elétricos e incêndios, decorrente de curtos-circuitos, sobrecarga
e descargas atmosféricas. O autor elabora um manual que tem como
finalidade orientar e auxiliar a elaboração de projetos, usando técnicas
adequadas de aterramento e proteção, tudo dentro das normas estabelecidas.
3. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
3.1. Conceitos de Eletricidade
Uma das formas de energia mais utilizadas em todo o mundo é a
energia elétrica. Ela é facilmente transportada dos locais de geração até os
consumidores finais e também pode ser transformada através de outras fontes
de energia, como solar, térmica e mecânica. Esse item se tornou indispensável
para a sociedade, além de trazer benefícios para o desenvolvimento
socioeconômico, pois está presente desde as mais simples atividades
cotidianas domésticas até os complexos processos industriais. (GOUVEIA,
2015).
Segundo Bassetto et al. (2017) a eletricidade basicamente é um
conjunto de fenômenos naturais. No entanto, a eletricidade não é perceptível a
visão humana, dessa forma, as pessoas a todo momento estão expostas a
situações de riscos de acidentes que muitas vezes são ignorados ou
subestimadas e que comprometem a saúde e segurança das pessoas que a
ela estejam presentes.
3.1.1. Tensão Elétrica
A Tensão Elétrica (V) é a diferença de potencial elétrico (d.d.p) existente
entre dois pontos ligados e essa diferença faz com que as cargas elétricas
entre em movimento no percurso do condutor. (SANTOS, 2011)
Para que seja quantificado o valor entre a diferença de potencial, é
utilizado a unidade de medida Volts (V), Essa unidade específica quanto de
energia é armazenada quando uma certa carga está sendo transportada de um
polo negativo a um polo positivo. (FOWLER, 2013).
Sadiku (2013) explica que a tensão Vab existente entre os pontos “a” e “b”
de um circuito elétrico é a energia fundamental para deslocamento da carga do
ponto “a” até o ponto “b”, sendo expressada matematicamente da seguinte
maneira:
𝑉𝑎𝑏≜ 𝑑𝑤𝑑𝑞
onde w =Energia produzida em Joules (J); q = Carga elétrica em
Coulomb (C).
A tensão pode ser definida em tensão contínua (CC), onde ela se
permanece constante, e tensão alternada (CA), onde ela se varia de forma
senoidal durante um determinado tempo. (SILVA, 2015).
3.1.2. Corrente Elétrica
A corrente elétrica (I) é a quantidade de carga elétrica que se desloca
para uma determinada direção e sentido, devido a aplicação de uma tensão
elétrica em um condutor em um intervalo de tempo. (KERSCHBAUMER, 2018)
𝑖≜ 𝑑𝑞𝑑𝑡
Sendo: i = Corrente elétrica medida em Ampéres (A); q = Carga elétrica
em Coulomb (C); t = tempo em segundos (s).
O sentido da corrente é convencionado como o deslocamento das
cargas livres positivas do condutor. É chamada corrente convencional a
corrente de cargas positivas num condutor metálico, enquanto a corrente real é
a corrente das cargas livres negativas, isto é, dos elétrons. (SILVA FILHO,
2007).
Da mesma forma que a Tensão, é definida em corrente contínua (CC),
em que a corrente não se altera de acordo com o tempo, permanecendo
constante e também em corrente alternada (CA), onde a corrente varia em um
determinado tempo, formando uma onda senoidal. (SADIKU, 2013).
Figura 1: Corrente contínua (CC)
Fonte: SADIKU, 2013.
Figura 2: Corrente alternada (CA)
Fonte: SADIKU, 2013.
3.1.3. Potência Elétrica
A potência elétrica é o nível da velocidade que se é gasto ou produzido
energia em um intervalo de tempo. Pode ser expressado pela equação:
𝑃 = 𝑉. 𝐼 
Ou seja, a potência é determinada pelo produto da tensão e da corrente
presente no elemento. para saber se a potência ela está sendo absorvida ou
produzida basta identificar qual o sentido da corrente e a polaridade da tensão,
chamado de convenção de sinal passivo. se a corrente entra pelo terminal
positivo: p = +v.i. Sendo assim a potência é positiva e está sendo absorvida
pelo componente. Já se a corrente entrar pelo terminal negativo, a potência
será negativa e está sendo fornecida, já que p = -v.i. (SADIKU, 2013)
3.2. SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
Os sistemas fotovoltaicos podem ser divididos em sistemas isolados,
híbridos ou conectados à rede, conhecido também como sistema on-grid. Os
Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede (SFCR) a energia produzida é
injetada na rede de distribuição de forma instantânea, dessa forma, não há
armazenamento de energia. (BARROS, 2011)
Figura: Esquema de um SFCR
Fonte: Castro, 2002
Residências, comércios e indústrias podem gerar sua própria energia
através da geração descentralizada ou centralizada. Na geração
descentralizada o sistema é conectado diretamente na unidade que será
consumida a energia produzida, que abastecerá as cargas presente no local.
Esse tipo de geração é mais utilizado para casas e estabelecimentos
comerciais. (KURATA, 2016)
Figura: Sistema de geração descentralizada
Fonte: Incentive Solar
Já a geração centralizada, consiste em gerar remotamente a fim de
abastecer mais de uma unidade, sendo injetada energia para a rede de
distribuição e distribuir os créditos gerados para os proprietários que dividem o
uso do sistema. (KURATA, 2016)
Figura: Sistema de geração centralizada
Fonte: Portal Solar
Para realizar a instalação de um SFCR é necessário
equipamentos como módulos fotovoltaicos, inversor solar de onda
senoidal de alta eficiência e vida longa, acessório para auxiliar a
estrutura, cabos elétricos, conectores, componentes de proteção, e em
algumas situações é necessário o uso de transformadores. (BALFOUR,
2016)
3.3. COMPONENTES DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO
À REDE
3.3.1. Módulos fotovoltaicos
Os módulos fotovoltaicos são compostos por células fotovoltaicas
agrupadas em série e paralelo, transformando energia solar em energia
elétrica. Esse agrupamento é necessário porque a potência máxima de uma
única célula fotovoltaica não excede 2 W, não sendo suficiente para operar na
maioria das aplicações. A potência dos módulos é determinada pela potênciade pico expressa em Watt-pico (Wp), (CASTRO, 2002)
Figura: Módulo fotovoltaico
Fonte: NeoSolar
3.3.2. Estrutura para suporte
A estrutura tem a finalidade de suportar os módulos e mantê-los no
ângulo e posição para não comprometer a geração de energia. Uma estrutura
mal dimensionada pode reduzir os investimentos na tecnologia limpa da
energia solar e causar prejuízos não só financeiros como ambientais.
Figura: Estrutura para suporte do sistema fotovoltaico
Fonte: DGTEC
De acordo com Araújo (2016) em caso de telhados, é preciso que seja
analisado qual será o tipo de telha ou madeira que será fixado os módulos. Nas
instalações que possui plano horizontal é verificado a altura mínima e também
as cargas de vento que adicionam um esforço mecânico aos suportes e
ancoragens.
3.3.3. Inversor
A rede de distribuição gera energia em corrente alternada (CA), porém o
sistema fotovoltaico gera em corrente contínua (CC), com isso é necessário a
atuação de um inversor para que seja ajustado a frequência e tensão do
sistema de acordo com a rede que está conectado. (KURATA, 2016)
Figura: Inversor
Fonte: Sofar Solar
Esse tipo de inversor é denominado de grid-tie, e tem como função
transportar a energia que foi produzida diretamente para o quadro de
distribuição do local. Além da conversão CC/CA, o inversor também faz a
desconexão automática ou manual da rede, registra dados operacionais e
possui proteção CA e CC, como anti-ilhamento, sobrecarga e sobretensão.
(BARROS, 2011)
3.3.4. Condutores Elétricos
Os condutores ou cabos elétricos são indispensáveis em um sistema
fotovoltaico e possui um grande papel para obter uma maior confiabilidade de
um sistema FV. Eles são responsáveis por deslocar a energia produzida pelo
sistema até a conexão da rede de distribuição. (KURATA, 2016)
Figura: Condutores elétricos
Fonte: Canal Solar
As tensões em corrente contínua podem chegar em até 1000V isso
ocorre devido a função da janela de operação do inversor FV, os condutores
devem possuir isolação adequada, para evitar fugas de corrente elétrica. As
bitolas dos condutores variam de acordo com a quantidade de módulos,
distância das instalações, sendo devidamente dimensionados. (NASCIMENTO,
2013)
3.3.5. String Box
A NBR 5410 – Norma Brasileira de Instalações Elétricas de Baixa
Tensão – diz que toda instalação elétrica é necessária que possua condições
mínimas para que não haja falhas no seu funcionamento e assim garantindo a
segurança tanto das pessoas quanto dos animais, e também garante a
preservação dos bens.
A norma brasileira de instalações elétricas de baixa tensão – NBR 5410
– e a norma brasileira sobre sistemas fotovoltaicos – NBR 16690 –
preveem que as instalações devem ter como características básicas a
proteção contra choque elétrico do usuário, proteção contra efeitos
térmicos e incêndios, proteção contra sobrecorrente, proteção contra
sobretensão e capacidade de seccionamento. Os sistemas
fotovoltaicos estão inclusos na cobertura das normas, portanto devem
seguir os mesmos princípios básicos. (VINTURINI, 2019)
O string-box é um quadro de proteção e isolamento do sistema
fotovoltaico, cuja função é proteger o componente CC dos sistemas conectados
à rede. Os principais itens da string box são:
● Dispositivo seccionador – podendo ser implementado com chave
seccionadora ou disjuntor;
● Dispositivo de proteção contra sobretensão – DPS;
● Dispositivo de proteção contra sobrecorrente – disjuntor ou fusível
3.4. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
3.4.1. Chave Seccionadora
A NR 10 estabelece que um trabalho para que seja realizado de forma
segura, é preciso que o circuito seja desenergizado. Para isso pode ser usado
um dispositivo denominado de chave seccionadora, na qual o objetivo é fazer a
conexão e desconexão do sistema fotovoltaico em sua parte CC.
O seccionamento de um sistema só é considerado totalmente seguro
quando não há a possibilidade de haver riscos como choque elétrico e nem
riscos de incêndio, que pode ser causado por faíscas durante o processo de
desconexão do circuito. (VINTURINI, 2019)
Figura: Chave seccionadora
Fonte: Intelbras
No SFCR, muitos modelos de inversores vêm sendo fabricados com as
chaves seccionadoras acopladas ao equipamento, assim é possível que seja
desconectado a parte CC antes de ser realizada qualquer operação no
inversor.
3.4.2. Disjuntores
Já os disjuntores têm como função interromper automaticamente um
circuito, e assim protegendo um determinado sistema contra possíveis
prejuízos causados por curto-circuito e sobrecargas. A sua principal função é
captar os níveis de corrente que ultrapassem o limite indicado para o circuito,
assim que ultrapassada a corrente é cessada imediatamente, para que não
seja causado problemas térmicos e mecânicos que possam causar danos ao
sistema. (KURATA, 2016)
Um disjuntor CC deve ser dimensionado corretamente de forma que sua
tensão nominal seja igual ou maior que a tensão de circuito aberto do painel
fotovoltaico em que está conectado. A interrupção de um circuito CC deve ser
mais cauteloso do que em um circuitos CA Na onda senoidal gerada em c.a.,
existe uma passagem natural pelo zero da corrente em cada semi-período, o
que corresponde a um desligamento natural do arco que se forma ao abrir o
circuito. (NASCIMENTO, 2013)
Figura: Disjuntor CC
Fonte: DGTEC
Outro disjuntor utilizado em um SFCR, é o Disjuntor Diferencial
Residual, conhecido com DR, na qual sua função é realizar o seccionamento
quando identifica pequenas fugas de corrente, que geralmente ocorre quando
há um toque acidental, uso de fio desencapado, equipamentos com presença
de água, etc., e com isso a corrente percorre para a terra pelo corpo humano e
com isso, o DR evita acidentes como choques elétricos. (WEG, 2018)
3.4.3. Fusíveis
Os fusíveis também são dispositivos de proteção que devido às suas
características, tem sua principal atuação na proteção contra correntes de
curto-circuito e também em situações de sobrecarga. (KURATA, 2016)
Vinturini (2019) explica que os fusíveis específicos para circuitos
fotovoltaicos são classificados como gPV e apresentam proteção contra
corrente de curto-circuito e sobrecorrente. A designação PV é referente a
capacidade dos fusíveis em operar em corrente CC com valores de tensão
típicos de sistemas fotovoltaicos.
Figura: Conjunto de fusível e porta fusível
Fonte: Canal Solar
3.4.4. Dispositivo de Proteção Contra Surtos (DPS)
A fim de evitar uma sobretensão provocada por uma descarga
atmosférica é utilizado o dispositivo de proteção contra surtos ou sobretensão
(DPS) e esse dispositivo é responsável pela proteção da instalação elétrica de
possíveis picos de tensão.
Quando ocorre um pico de tensão na rede elétrica, o DPS se transforma
em um circuito fechado e com isso provoca o deslocamento da descarga
elétrica do sistema direto para a haste de aterramento e assim o DPS evita que
os equipamentos sejam danificados. (INSOL, 2020)
Figura: Dispositivo de Proteção Contra Surtos (DPS)
Fonte: Clamper
Em um SFCR, é preciso no mínimo uma DPS seja instalada na parte CC
(entre os painéis fotovoltaicos e o inversor) e na parte CA (entre a rede de
distribuição e o inversor), para que os equipamentos do sistema sejam
protegidos de forma completa. (VINTURINI, 2019)
Figura: Esquematização da localização de um DPS em um SFCR
Fonte: NBR 16690-2019
A ABNT NBR 5410 no item 4.1.5 diz que se deve buscar proteção para
os humanos, animais e bens que possam se prejudicar de situações em que
resultem sobretensão, como um fenômeno atmosférico. A NBR 5410 também
estabelece qual tipo de alocação de DPS na parte de corrente alternada do
sistema deve ser feita a partir das características de aterramento e neutro da
instalação elétrica.
3.5. ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO
O sistema de aterramento é a conexão dos equipamentos ou
instalações direto com a terra, no qual o objetivo é garantir que o
funcionamento ocorra de forma correta e segura, possibilitando umcaminho
preferencial às correntes elétricas excedentes de surto ou fuga, de modo que
evite riscos de choques elétricos para as pessoas e a danificação dos
equipamentos. (GATIS, 2020)
https://www.abntcatalogo.com.br/curs.aspx?ID=22
O aterramento um sistema fotovoltaico exige as mesmas condições de
segurança de qualquer tipo instalação elétrica, de acordo com a
regulamentação que trata especificamente de sistemas fotovoltaicos, a NBR
16690-2019.
Figura: Representação de um aterramento
Fonte: WBecker
De acordo com a NBR 16690-2019 há quatro tipos de aterramento e
equipotencialização para um sistema fotovoltaico:
• Aterramento funcional das peças metálicas não energizadas.
• Aterramento de proteção contra descargas atmosféricas.
• Barramento de equipotencialização, com a função de evitar potenciais
elétricos diferentes dentro de uma mesma instalação.
• Aterramento funcional do gerador fotovoltaico, onde se aterra um polo
do arranjo fotovoltaico.
Para o dimensionamento dos cabos de aterramento e
equipotencialização das partes condutoras expostas de arranjos fotovoltaicos,
deve ser seguido o seguinte fluxograma:
Figura: Fluxograma para dimensionamento dos condutores
https://www.solarvoltenergia.com.br/blog/instalacoes-solares-fotovoltaicas-requisitos/
Fonte: NBR 16690-2020
A NBR 16690-2019 diz que quando for utilizado um aterramento
funcional para que seja conectado um dos condutores do painel fotovoltaico em
direção à terra, a capacidade da corrente desse condutor de aterramento não
pode ser:
— menor que a corrente nominal do dispositivo interruptor
automático do aterramento funcional para um sistema com ligação
direta à terra sem impedância (ver 5.7.2); ou — inferior a tensão
máxima do arranjo fotovoltaico / R, onde R é o valor da resistência
utilizada em série com a ligação de aterramento funcional para um
sistema que tem uma ligação de aterramento funcional por meio de
uma impedância série.
O item 4.2.2.2 da norma NBR 5410:2004 considera alguns esquemas de
aterramento. São os esquemas TN, TT e IT, que serão demonstrados a seguir.
3.5.1. Esquema TN
O esquema TN é determinado quando o neutro da fonte está
diretamente aterrado e as massas estão ligadas a esse ponto através de
condutores de proteção. O esquema TN pode ser identificado em três modelos:
TN-C, TN-S e TN-C-S. (fonte?)
No esquema TN-C os condutores de proteção e neutro estão ligados em
um mesmo condutor, denominado PEN (Protective Earth and Neutral).
Figura: Esquema TN-C
Fonte: Sonata Engenharia
Já no esquema TN-S, os condutores de proteção e neutro eles ficam
separados, como mostrado a seguir:
Figura: Esquema TN-S
Fonte: Sonata Engenharia
E o esquema TN-C-S em uma parte do sistema é feito a combinação do
condutor neutro e de proteção e em outro esses condutores ficam distintos.
Figura: Esquema TN-C-S
Fonte: Sonata Engenharia
3.5.2. Esquema TT
O esquema TT é definido por um ponto de alimentação sendo aterrado
de modo direto, onde as massas são conectadas aos eletrodos de aterramento
independente dos eletrodos de aterramento de proteção (ECORI, 2020)
Figura: Esquema TT
Fonte: Sonata Engenharia
No esquema à esquerda, as massas são conectadas em um único
eletrodo, porém estão separadas do eletrodo do aterramento funcional, ou seja,
do aterramento de alimentação. Já no esquema da direita, o aterramento das
massas são aterradas individualmente e também separadas do aterramento de
alimentação.
3.5.2. Esquema IT
O esquema IT é semelhante ao TT, porém nesse esquema o
aterramento de alimentação é realizado através da implantação de uma
impedância com um valor considerado alto. Dessa forma a corrente é limitada,
não permitindo que na primeira falta o sistema seja desativado.
(MATTEDE,2014).
Figura: Esquema IT
Fonte: Sonata Engenharia
No esquema IT, como mostrado na figura acima, as massas podem ser
aterradas pelo eletrodo de aterramento próprio, por não existir o aterramento
de alimentação. Sendo existente o aterramento de alimentação, neste é
aplicado a impedância e as massas são aterradas no mesmo eletrodo do
aterramento funcional.
3.4. SISTEMAS FOTOVOLTAICOS NO BRASIL
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica -
ABSOLAR, em abril deste ano a energia solar atingiu 1,8% da matriz elétrica
brasileira. Nacionalmente é um número pequeno, porém a geração de energia
através de sistemas fotovoltaicos no Brasil, vem crescendo exponencialmente.
Porém no ranking mundial, o Brasil está entre os 15 primeiros
colocados, onde atingiu 10 GW de capacidade instalada até agosto de 2021,
em outubro o país atingiu 11 GW, o que equivale a mais de 70% da potência da
usina hidrelétrica de Itaipu, segunda maior do mundo e maior da América
Latina.
Figura: Matriz elétrica brasileira em 2020
Fonte: BEN, 2021.
Figura: Ranking mundial de energia solar
Fonte: Irina, 2021
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL o
número de sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil é de 600 mil. Minas
Gerais é o estado que lidera a instalação de SF, tendo mais de 108 mil
sistemas instalados, sendo o primeiro a chegar na marca de 1 GW de potência
instalada. Em segundo lugar está São Paulo com 740 MW e em terceiro está o
Rio Grande do Sul, com 730,7 MW de potência instalada
Segundo a ABSOLAR (2021) em torno de 80% das instalações
fotovoltaicas no Brasil no ano de 2020 são compostos por sistemas de
pequeno porte, denominada de geração distribuída, que geralmente envolvem
a instalação de sistemas em residências e comércios. No Brasil, a geração
distribuída chega a 2,5 GW de potência, enquanto a geração centralizada, na
qual são sistemas de grande porte (como usinas solares), chega a 617 MW.
A geração fotovoltaica gerou para o Brasil cerca de R$ 52,7 bilhões em
novos investimentos, além de mais de 300 mil empregos acumulados desde
2012 e devido a isso foi evitada a emissão de pouco mais de 10,7 milhões de
toneladas de CO2 a partir da geração de eletricidade. Visto isso, pode-se
concluir que a energia solar possui uma função estratégica no suprimento de
eletricidade, sendo essencial para a retomada do crescimento econômico
brasileiro.
3.5. RISCOS EM INSTALAÇÕES FOTOVOLTAICAS
Ocorre constantemente no decorrer dos anos, acidentes que envolvem
energia elétrica em diversos locais, seja em um ambiente residencial,
comercial, industrial ou em construção civil. Os sinistros estão relacionados à
imprudência, negligência, imperícia, autoconfiança, falta de manutenção e
podem causar danos pessoais, materiais ou ambos. (SILVA, 2016).
3.5.1. Choque elétrico
O choque elétrico é uma reação no organismo humano que possui
estímulos rápidos do sistema nervoso, devido a passagem acidental de uma
corrente elétrica originária de uma fonte de tensão externa, em que foi capaz
de romper a rigidez dielétrica da pele, interferindo no sistema biológico,
resultando em diversas complicações à saúde. (NUNES, 2016).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o choque elétrico, ou
como qualquer outro acidente, se enquadra como um acontecimento
independente da vontade humana, desencadeado pela ação repentina e rápida
de uma causa externa produtora ou não de lesão corporal ou mental. Para
haver circulação de corrente elétrica é necessário que haja um circuito elétrico
fechado e uma diferença de potencial entre dois pontos, como por exemplo um
condutor energizado e a terra. (SILVA e MICHALOSKI, 2017)
O choque elétrico pode ocorrer em duas situações:
• Contato direto: quando a pessoa toca diretamente a parte viva, através
de condutores energizados de uma instalação elétrica;
• Contato indireto: contatos de pessoas ou animais com massas que
ficaram sob tensão devido a uma falha de isolamento.
Os contatos diretos com as partes vivas ou energizadas, são um dos
principais responsáveis por vários acidentes graves e muitas vezes até fatais
Geralmente ocorrem por falha de isolamento adequado, por ruptura ou
remoção indevida das partes isolantes, oupor imprudência de uma pessoa
com relação a uma parte viva. Terminais de equipamentos não isolados,
condutores e cabos com isolação danificada ou deteriorada e equipamentos de
utilização velhos são as “fontes” mais comuns de choques por contatos diretos.
(SILVA, 2016)
As principais consequências devido a um contato direto são contrações
musculares involuntárias, queimaduras variando das superficiais até mais
graves, fibrilação ventricular, asfixia, parada cardíaca, anoxia (falta de oxigênio
no cérebro), anoxemia (falta de oxigênio no sangue). (ABRACOPEL, 2020)
Tabela: Efeitos da corrente elétrica no corpo humano
Fonte: Manual do Trabalho Seguro
Já os acidentes por choque elétrico ocasionados pelo contato indireto
são considerados os de menor gravidade, isso porque apresentam correntes
de menor intensidade, visto que são causadas pela concentração de cargas
estáticas que estão presentes em carcaças de equipamentos elétricos.
(NUNES, 2016)
3.5.2. Arco elétrico
O arco elétrico é a consequência do fluxo de corrente elétrica entre dois
pontos durante um curto circuito. Para este fenômeno acontecer é necessário
que haja duas extremidades com diferença de potencial e através delas, deve
estar presente um gás ou isolante onde sofre uma ruptura dielétrica capaz de
romper a isolação do ar, produzindo uma descarga elétrica. (MIRANDA, 2021)
Devido aos elevados valores de tensão e possuir corrente contínua no
sistema fotovoltaico, o arco elétrico pode ser facilmente gerado quando ocorre
um seccionamento incorreto, usando algum dispositivo seccionador
inadequado, ou quando acontece alguma falha de isolamento e maus contatos
nos condutores podendo causar uma elevação de temperatura do local onde o
arco está presente e assim podendo levar então ao derretimento e até causar
incêndio dos componentes. (VINTURINI, 2020)
ABNT NBR 16690:2019 diz que existem três categorias principais de
arcos elétricos em sistemas fotovoltaicos, que são:
● arcos em série: resultados de uma conexão defeituosa ou de uma
interrupção no cabeamento;
● arcos em paralelo: resultado de um curto-circuito parcial entre
cabos adjacentes com diferentes potenciais elétricos;
● arcos para a terra: resultam de uma falha de isolamento.
O arco elétrico em série tem uma maior probabilidade de ser gerado em
um sistema fotovoltaico, devido o sistema possuir muitas ligações em série.
São facilmente interrompidos, em sistemas conectados à rede, pode ser feito
através do desligamento do inversor, utilizando a chave seccionadora. Já os
arcos elétricos em paralelo são mais raros de acontecer, porém caso aconteça,
são mais difíceis de fazer a interrupção, sendo mais perigoso para a instalação.
(MAURIN, 2020)
Figura: Incêndio em um inversor fotovoltaico.
Fonte: For Sun Energy
3.5.3. Descargas atmosféricas
Descarga atmosférica é caracterizada pela NBR 5419 (Proteção de
estruturas contra descargas atmosféricas) como uma descarga elétrica de
origem atmosférica entre uma nuvem e o solo ou entre nuvens, consistindo em
um ou mais impulsos de vários quiloampères
Figura: Descarga atmosférica
Fonte: Google
O raio, ou também denominado relâmpago, é um fenômeno natural em
que é perceptível a energia elétrica sendo manifestada visível aos olhos de
forma luminosa. A descarga atmosférica provoca uma corrente elétrica de alta
intensidade que ao longo do seu percurso ioniza o ar e cria um plasma que
emite radiação eletromagnética, em parte sob forma de luz. (MATTEDE, 2014).
A quantidade de energia é extremamente alta e podem até causar
incêndios. E as consequências que esse acidente pode gerar são sérias
queimaduras, danos ao coração, pulmões, sistema nervoso e outras partes do
corpo, através do aquecimento e uma variedade de reações eletroquímicas no
caso de um raio atingir uma pessoa diretamente. O índice de sobrevivência
após ser atingido por um raio é de apenas 2%. (SILVA, 2016)
3.6. SEGURANÇA DO TRABALHO
No século XVIII ocorreu um amplo avanço na tecnologia, isso devido a
inovação dos transportes movidos a vapor em que estimularam a Revolução
Industrial, ou seja, os trabalhos deixaram de ser realizados a mão e passaram
a ser de forma mecânica, aumentando a produção e reduzindo o seu custo. Já
as indústrias não possuíam boas condições de trabalho, eram locais sujos,
muito quentes, péssima iluminação, os operários chegavam a trabalhar 18
horas por dia e recebiam bem pouco pelo seu trabalho. (UFCG, 2013)
De acordo com a ABNT, os acidentes de trabalho são todas as
ocorrências imprevistas ou indesejadas, que causam alguma lesão física, ou
chegam próximo, durante o período de trabalho. Além disso, também são
considerados acidentes de trabalho, quaisquer situações que envolvam
doenças provenientes da contaminação acidental de pessoal da área médica,
no exercício de sua atividade e acidentes sofrido pelo empregado nos períodos
destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião das necessidades
fisiológicas, nas instalações da empresa durante seu horário de trabalho.
Logo, é necessário que as organizações se atentem para que haja um
ambiente seguro para seu colaborador em qualquer local de suas
dependências. Para que possamos deixar bem claro tal ponto, vale destacar o
que também não é considerado acidente de trabalho, tornando assim, a leitura
dos pontos seguintes mais fácil.
Portanto, ainda segundo a ABNT, por mais que alguns pareçam óbvios,
não são considerados acidentes de trabalho situações que envolvam lutas
corporais entre colaboradores ou disputas sobre assuntos que não dizem
respeito a empresa; quando o colaborador, mesmo em horário de trabalho,
encontre-se fora de local de cobertura da empresa, por motivos que não têm
ligação com a empresa; e após alteração recente, em deslocamento a
empresa.
A prevenção de acidentes em uma empresa vai muito além da utilização
de equipamentos de proteção. Como visto acima, a proteção de colaboradores
passa por um processo de organização de rotinas, para que nenhuma tarefa
seja executada sem o pleno conhecimento da organização. Segundo a Justiça
do Trabalho, mais precisamente, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 4ª
Região, no Brasil, um acidente ocorre a cada minuto em funções para as quais
os colaboradores foram contratados. Somente no ano de 2018, a Previdência
Social registrou quase 600 mil acidentes de trabalho envolvendo funcionários
com carteira assinada.
A Comunicação dos Acidentes de Trabalho é um instrumento que os
trabalhadores dispõem para assegurar seus direitos, dessa forma, a CAT
garante que o profissional receba os benefícios acidentários e trabalhistas; que
o acidente seja legalmente reconhecido pelo INSS; que os serviços de saúde
obtenham informações sobre os acidentes e possam assim direcionar ações
para redução dos AT, segundo (Gutierrez et al.2013).
A história da Segurança do Trabalho no Brasil é confundida com o
surgimento da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei n. 5.452,
de 16 de Maio de 1943) que regulamentou a Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes – CIPA, forçando as empresas a aplicá-la. Conforme Artigo 163 e
Parágrafo único desta Lei:
“Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo
Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas
especificadas. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).
Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regulamentará as
atribuições, a composição e o funcionamento das CIPA (s). (Redação
dada pela Lei nº 6.514, de22. 12.1977)”.
As Normas Regulamentadoras foram aprovadas no dia 8 de junho de
1978 pela Portaria n. 3214. De acordo com a NR – 1 no item 1.1 diz que é
obrigatório que todas as empresas que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho a observância às normas relativas à
segurança e medicina do trabalho. E a NR – 4 enfatiza a obrigatoriedade de as
empresas manterem em suas unidades, Serviços de Especializadosem
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, com o objetivo de
garantir a saúde e segurança dos trabalhadores. (KREMEN e DOMINGUES,
2013).
3.7. NORMAS TÉCNICAS E REGULAMENTARES
3.7.1. NR 10
A Norma Regulamentadora de número 10 tem como objetivo traçado, de
acordo com seu item 10.1.1, pontuar as condições mínimas para a realização
de serviços relacionados com a eletricidade, se preocupando com a
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, em que
garanta a segurança e a saúde dos trabalhadores que atuam em tal área,
sendo sua finalidade prevenir os acidentes de trabalho. (MINISTÉRIO DO
TRABALHO, 2019).
No item 10.1.2 a Norma diz que pode ser aplicado às fases de geração,
transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, nas seguintes etapas:
projeto, manutenção, construção, montagem, operação das instalações
elétricas inclusive a análise nas suas proximidades. (MINISTÉRIO DO
TRABALHO, 2019).
Junto com outras 28 Normas a NR-10 teve sua aprovação no dia 08 de
junho de 1978, em 07 de dezembro de 2004 houve uma revisão e nova
publicação da norma. De acordo com Souza (2010) as mudanças são
perceptíveis logo no começo do item 10.2 Medidas de Controle do Risco,
demonstrando o papel da empresa com relação à NR-10, e traz a
responsabilidade que deve integrar essas medidas junto às iniciativas da
empresa, sendo:
∙ Manter esquemas unifilares;
∙ Prontuário de Instalações Elétricas;
∙ Empresas que possuem Sistemas de Elétricos de Potência devem ter
procedimentos para emergência;
∙ Certificação dos EPI’s e EPC’s.
No item 10.8.5 a empresa deve estabelecer sistema de identificação que
permita conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador conforme
item 10.8.4, onde empresa deve manter esse item para que possa cobrar e
conceder autorização na forma da NR-10 de acordo com o item 10. 8.8.1. Já no
item 10.12.3 reafirma a importância da segurança onde as empresas devem
manter um padrão de resgates adequado às atividades. Com relação ao item
10.13.1 da NR-10 define que tanto contratante ou contratado são
responsabilizados pelo cumprimento dela, ou seja, de caráter solidário.
As empresas devem fornecer treinamentos específicos quanto aos
riscos encontrados no campo da energia elétrica. A reciclagem também deve
ser realizada a cada dois anos ou sempre que se fizer necessário, conforme
sita o item 10.8.8.2 da NR:
a) Troca de função ou mudança de empresa; b) Retorno de
afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três
meses; c) Modificações significativas nas instalações elétricas ou
troca de métodos, processos e organização do trabalho.
De acordo com Kremen e Domingues (2013) não é de competência do
Ministério do Trabalho definir as qualificações mas sim ao Conselho Federal,
definir e fiscalizar, pois no item 10.2.7 da NR-10 a mesma define que os
Prontuários de Instalações Elétricas – PIE - devem ser elaborados por
profissionais habilitados específicos daquela área, portanto o treinamento a ser
aplicado deve ser realizado por um profissional independente de instituição de
ensino que seja habilitado que atenda as especificações da NR-10. Os
treinamentos realizados pelas próprias empresas são válidos, pois se pode
destacar os riscos que os trabalhadores possam vir a encontrar, e a
importância desses treinamentos ganha um reforço no item 10.13.2 da norma
que diz:
10.13.2 É de responsabilidade dos contratantes manter os
trabalhadores informados sobre os riscos a que estão expostos,
instruindo- os quanto aos procedimentos e medidas de controle
contra os riscos elétricos a serem adotados.
Já aos trabalhadores devem desempenhar, conforme item 10.13.4:
a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que
possam ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho; b)
responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das
disposições legais e regulamentares, inclusive quanto aos
procedimentos internos de segurança e saúde; e c) comunicar, de
imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações que
considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras
pessoas.
Apesar de uma adequação da NR-10 em uma empresa ser
relativamente “cara”, traz diversas vantagens para a mesma, visto que com a
não implantação da norma, pode acarretar maiores prejuízos.
Toda empresa preza, principalmente, a sua imagem para com a
sociedade, ela não sendo positiva, não há prospecção de clientes e de lucros.
De acordo com Junior (2018) um acidente de trabalho pode gerar essa imagem
negativa, visto que é um ambiente totalmente perigoso. Além disso, caso
ocorra algum acidente, os funcionários ficariam mais desanimados e assim
diminuiria a produção e o rendimento do local. Outros prejuízos como a
danificação de equipamentos, podem gerar grandes custos para a empresa.
Por isso com a implementação da NR-10 pode evitar grandes prejuízos, seja
para indústrias, comércios e até mesmo residências.
Outro ponto positivo que leva a implementação da norma, é a
valorização do profissional da área, uma vez que o trabalhador possui uma
maior responsabilidade na execução dos serviços. Além disso, possui
benefícios como, argumentação na solicitação de verba para adequações,
padronização nas tarefas executadas em instalações elétricas, e com mais
conhecimento acerca dos riscos, tem menos chances de correr perigo quando
exposto a uma instalação elétrica. (JUNIOR, 2018).
3.6.2. NBR 5410
A norma brasileira NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão -
tem o objetivo de definir condições mínimas para que uma instalação de baixa
tensão funcione sem falhas, assim garantindo uma maior segurança às
pessoas e animais, e também assegurar a conservação dos bens.
Tal norma se aplica às edificações, sejam elas residenciais, comerciais,
públicas, agropecuárias, hortigranjeiras, entre outros; áreas externas às
edificações; acampamentos; e instalações temporárias como: feiras, canteiros
de obras e exposições.
No item 1.2.2. a norma diz que também se aplica:
a) aos circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou
inferior a 1 000 V em corrente alternada, com freqüências inferiores a
400 Hz, ou a 1 500 V em corrente contínua;
b) aos circuitos elétricos, que não os internos aos equipamentos,
funcionando sob uma tensão superior a 1 000 V e alimentados
através de uma instalação de tensão igual ou inferior a 1 000 V em
corrente alternada (por exemplo, circuitos de lâmpadas a descarga,
precipitadores eletrostáticos etc.);
c) a toda fiação e a toda linha elétrica que não sejam cobertas pelas
normas relativas aos equipamentos de utilização;
d) às linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos
internos dos equipamentos).
De acordo com a NBR 5410:2004 antes do serviço ser entregue ao
usuário, qualquer instalação nova ou em processo de reforma, deve ser
inspecionada e ensaiada durante ou após a finalização da obra.
Toda inspeção deve ser executada por profissionais qualificados e
habilitados com curso devidamente reconhecido pelos órgãos competentes. E
logo após a inspeção devem ser emitidos relatórios e laudos avaliando
determinada instalação elétrica.
3.6.3. NBR 16690
A NBR 16690 - Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos - é uma
norma brasileira na qual estabelece os requisitos mínimos para projetos de
sistemas fotovoltaicos, nele é incluído os critérios para condutores, dispositivos
de proteção elétrica, dispositivos de manobra, aterramento e
equipotencialização do sistema.
O objetivo dessa norma é definir as condições necessárias para a
segurança de um sistema fotovoltaico, visto que esses sistemas em corrente
contínua geram riscos além daqueles que tem origem de sistemas de potência
comuns em corrente alternada, onde também tem a capacidade de gerar
sustentar arcos elétricos com correntes menores que as correntes em sua
operação normal.
Em sistemas fotovoltaicos conectados à rede, os requisitos de
segurança descritos nesta Norma são, contudo, criticamentedependentes da conformidade dos inversores associados ao arranjo
fotovoltaico com os requisitos da IEC 62109-1 e da IEC 62109-2.
(NBR 16690:2019)
Em relação a verificação final do serviço antes de ser entregue ao
usuário, laudos essa norma aplica-se a NBR 5410:2004 e adicionalmente a
NBR 16274. Para o fornecimento das documentações também utiliza-se a NBR
16274. (NBR 16690:2019)
4. METODOLOGIA
Para realização deste trabalho, primeiramente será feito uma pesquisa
bibliográfica com o objetivo de apresentar o contexto teórico sobre sistemas
fotovoltaicos e normas técnicas vigentes.
No estudo de caso, primeiramente foi realizada uma inspeção
visual, onde foi observada uma equipe de instalação fotovoltaica durante uma
obra em uma residência na cidade de Vitória da Conquista. Logo após a
inspeção, será apresentado um Relatório Técnico das Inspeções – RTI,
documento exigido pela NR-10 no item 10.2.4 e a partir desse relatório será
possível identificar se existente, as inconformidades existentes durante a
instalação. Sendo encontrado irregularidades no processo da instalação, será
apresentado uma Análise Preliminar de Riscos – APR – baseado no RTI, a fim
de apresentar aos colaboradores as situações de riscos que estão sendo
expostos e demonstrar as correções necessárias que devem ser feitas para
que sejam minimizados possíveis danos à saúde e integridade física dos
mesmos. Para isso será seguido as principais normas técnicas como a NR10,
NBR 5410 e a NBR 16690.
A implantação da metodologia passa pelas seguintes etapas:
● Inspeção visual para análise de riscos nas instalações
fotovoltaicas;
● Estudo de Medidas de Controle do Risco Elétrico e riscos
adicionais;
● Análise de mudanças conforme normas técnicas vigentes;
● Análise de mudanças conforme as regulamentações do MTE;
● Inspeção de Equipamentos de Proteção Coletiva;
● Inspeção de Equipamentos de Proteção Individual;
● Análise de rotinas de trabalho – Procedimentos;
● Análise da documentação das instalações elétricas;
● Acompanhamento de status de treinamento de cada colaborador;
● Elaboração do relatório técnico.
● Elaboração de uma Análise Preliminar de Riscos – APR.
5. DESENVOLVIMENTO
O estudo de caso foi realizado em uma residência na cidade de Vitória
da Conquista, onde foi feito um acompanhamento durante a instalação do
sistema fotovoltaico, onde estava presente os instaladores e o engenheiro
responsável pela execução da obra.
O sistema fotovoltaico que será instalado possui as seguintes
características:
Tabela: Características do sistema fotovoltaico
Fonte:
O telhado que receberá os 8 módulos de 445 kW cada, é do tipo
Eternit/Amianto - 5mm / 6mm, como mostra a figura a seguir:
Figura: local da instalação dos módulos
Fonte:
Figura: Esquematização em 3D da instalação dos módulos
Fonte:
5.1. Projeto
Para execução da instalação fotovoltaica alguns documentos ficam à
disposição dos trabalhadores autorizados antes de iniciar o processo de
instalação, como os diagramas unifilar e multifilar, ordem de serviço e resumo
de dimensionamento.
A NR 10 torna obrigatório a elaboração, no mínimo, do diagrama unifilar
em uma instalação elétrica, seja qual for o valor da carga instalada do sistema.
De acordo com o item 3.1 da norma, que trata sobre a segurança em projetos,
o diagrama deve especificar os pontos de desenergização, dispositivos de
proteção e seccionamento, esquemas de aterramento, e dimensionamento dos
componentes presentes no sistema.
Figura: Diagrama unifilar
Fonte:
No diagrama unifilar para uma sistema fotovoltaico é representado
graficamente, através de símbolos específicos estabelecidos pela norma da
concessionária, todo o percurso do circuito elétrico a partir dos módulos
fotovoltaicos, atravessando os equipamentos de proteção e o inversor até
alcançar ao padrão de energia da rede elétrica de distribuição.
Mesmo que não obrigatório, na execução da instalação fotovoltaica na
qual foi feito o estudo de caso, além do diagrama unifilar foi apresentado o
diagrama multifilar. Esse diagrama possui o mesmo objetivo da unifilar, porém
possui mais detalhes na representação dos condutores.
Figura: Diagrama multifilar
Fonte:
Além do diagrama, a NR 10 faz exigências em relação ao memorial
descritivo do projeto, onde deve ser descrito e especificado as características
de proteção do sistema.
5.2. Aterramento e Equipotencialização
Conforme a NBR 5410:2004, toda instalação, seja ela nova ou
reformada, é obrigatório que possua uma infraestrutura de aterramento. Para a
instalação do sistema fotovoltaico, é preciso que seja analisada a existência ou
não de aterramento no local e se está de acordo com as exigências da norma.
A NBR 16690 determina que todos elementos condutores que estão
expostos, seja nas partes CC ou CA, devem ser conectados a um mesmo
barramento de equipotencialização e em seguida serem aterrados, como
mostra a figura a seguir.
Figura: esquema de aterramento de um sistema fotovoltaico
Fonte: NBR 16690
No caso do local de estudo, não havia existência de um sistema de
aterramento, então a própria equipe providenciou a construção da
infraestrutura para que garantir que as massas ou partes condutoras acessíveis
não oferecessem riscos tanto para os trabalhadores quanto para os usuários.
Figura: Instalação do aterramento
Fonte: Autoria própria
Como apresentado no diagrama multifilar no item 5.1, figura X , o
esquema de aterramento utilizado para a instalação foi o modelo TN-S, onde
foi inserido três hastes de aterramento com a interligação feita com condutores
de cobre nú de 16mm².
5.3. Instalação dos módulos fotovoltaicos
Já analisado o local que será feita a instalação dos módulos, os
instaladores devem seguir o modelo dimensionado e esquematizado como
mostrado na figura X no item 5 deste trabalho.
Para a instalação do arranjo fotovoltaico um dos primeiros desafios que
a equipe tem de enfrentar é o acesso ao local, visto que o telhado se encontra
a mais de dois metros de altura. Além do risco de altura, como os módulos
devem ser alocados a céu aberto para que seja captados a radiação solar, no
momento da instalação os trabalhadores estão expostos à insolação, poeira,
umidade, insetos, etc.
A NR 10 define esses riscos como riscos adicionais, e exige que sejam
aplicadas medidas preventivas para o controle das mesmas, a fim de garantir a
segurança da equipe.
Figura: Trabalhador exposto à riscos adicionais
Fonte: Autoria própria
Visto que o sistema fotovoltaico está sempre alimentado devido à
radiação solar e não pode ser desenergizado durante a instalação ou
manutenção, destinado a garantir a segurança em relação aos riscos elétricos
presentes nessa etapa, a equipe realizou a equipotencialização da estrutura
metálica para suporte antes da montagem dos módulos.
Figura: Equipotencialização da estrutura metálica
Fonte: Autoria própria
Logo feita a equipotencialização, o suporte de estrutura metálica já está
preparado para receber os módulos fotovoltaicos. Uma vez que as placas
seriam inseridas em um lugar muito alto, para transportá-las até o telhado foi
utilizado cordas para elevação das mesmas. Dessa forma, diminui os riscos de
queda dos colaboradores e também dos módulos, podendo danificá-los.
Figura: Transporte dos módulos para o telhado.
Fonte: Autoria própria
De acordo em que os módulos são transportados, um por um, a equipe
realiza a instalação de cada placa sob a estrutura e fazendo as devidas
conexões.
Da mesma forma que a estrutura do suporte deve ser
equipotencializada, os módulos também devem passar por esse procedimento.
Os módulos possuem furos próprios que são feitos exatamente para a função
de aterramento. Estes furos devem possuir identificação de aterramento, como
o seu símbolo específico.
Figura: Aterramento do módulo fotovoltaico.
Fonte: Solar Inove, 2021
Depois de realizada a equipotencialização de todos os módulos, são
feitas todas as conexões necessárias para a geração corretade energia
elétrica. Durante o manuseio dos módulos, é indispensável o uso de luvas
específicas para eletricidade, além de outros EPI 's que serão explicados mais
à frente.
Figura: Etapa de conexão dos módulos
Fonte: Autoria própria
5.4. Instalação do inversor e dispositivos de proteção
Conforme Silva (2016), a aplicação do conhecimento de proteções de
sistemas elétricos é fundamental para diminuir as situações de risco, uma vez
que a maioria das ocorrências de acidentes são por causa de fiação
desencapada, partes energizadas expostas e sem barreiras de proteção.
O modelo do inversor utilizado no projeto é o SOFAR 5KTLM-G2, com
as seguintes especificações, fornecidas pelo manual do equipamento:
SOFAR 5KTLM-G2
Dados de entrada
Potência máxima de entrada: 5500 W
Potência máxima por MPPT: 3000 W
Max. corrente de entrada por MPPT: 11.0 A
Min. tensão de entrada: 90 V
Feed-in tensão de entrada: 120 V
Tensão nominal de entrada: 360 V
Max. tensão de entrada: 600 V
Dados de saída
Potência nominal de saída 5000 W
Max.potência de saída 5000 VA
Max. corrente de saída 22.8 A
Conexão a rede 180 – 276V MONOFASICO 220V
Frequência 47 Hz ~ 55 Hz / 54 ~ 66 Hz
Distorção harmônica total < 3 %
Fator de potência (cos fac,r) 0.8 – 1 ind. / cap.
5.5. Funções de proteção do inversor
O inversor utilizado possui diversas funções de proteção habilitadas
durante sua configuração, para garantir a segurança dos instaladores e
usuários do sistema. Essas funções de proteção têm seus códigos retirados da
tabela ANSI, responsável por padronizar tais funções. Todos os parâmetros de
proteção utilizados foram configurados de acordo com a norma
NOR.DISTRIBU-ENGE-0002 da Neoenergia.
5.5.1. Função 81 O/U – Sobrefrequência/Subfrequência
Com o intuito de desconectar o barramento do usuário da rede da
concessionária diante de alterações anormais de frequência, o inversor foi
programado com a função de sobrefrequência e de subfrequência com curvas
de tempo definido ajustadas em um estágio conforme abaixo:
𝐹𝑝
81𝑂−1
= 60, 5𝐻𝑧
 
 𝐹𝑝
81𝑈−1
= 59, 5 𝐻𝑧
O tempo de operação do inversor para tal função, será ajustado em um
valor máximo de atuação determinado pela concessionária:
𝑇𝐷
81𝑂−1
= 5 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠
𝑇𝐷
81𝑈−1
= 5 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠
5.5.2. Função 25 – Sincronismo
A fim de conectar a microgeração à rede da concessionária,
observando-se todos os critérios de sincronismo para que os dois sistemas
possam entrar em paralelo de forma segura, foi configurada a função
sincronismo.
O sincronismo será realizado pelo inversor instalado visto que os
equipamentos precisam de referência de tensão da rede da concessionária
para que possam conectar a geração à concessionária. Dessa forma, fica a
cargo da central geradora a conexão com a rede da concessionária,
respeitadas as condições de sincronismo, respeitando valores máximos de
configuração de 10% do valor nominal da tensão, 10º para o ângulo de cada
fase, e 0,3Hz da frequência da rede da concessionária.
5.5.3. Função 27 – Subtensão
Com o intuito de desconectar o barramento do usuário da rede da
concessionária diante de alterações anormais provenientes de redução da
tensão eficaz de fornecimento, foi programada a função de subtensão com
curvas de tempo definido. As tensões utilizadas para dimensionamento da
proteção serão de fase-neutro.
𝑉𝑝
27−1
= 80%×𝑉
𝑛
𝐹𝑁
𝑉𝑝
27−1
= 80%×220𝑉
𝑉𝑝
27−1
= 176 𝑉
O tempo de operação do inversor para tal função, será ajustado em um
valor máximo de atuação determinado pela concessionária:
𝑇𝐷
27−1
= 5 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠
5.5.4. Função 59 – Sobretensão
Com o intuito de desconectar o barramento do usuário da rede da
concessionária diante de alterações anormais provenientes de aumento da
tensão eficaz de fornecimento, será programada a função de sobretensão com
curvas de tempo definido. As tensões utilizadas para dimensionamento da
proteção serão de fase-neutro.
𝑉𝑝
59−1
= 110%×𝑉
𝑛
𝐹𝑁
𝑉𝑝
59−1
= 110%×220𝑉
𝑉𝑝
59−1
= 242 𝑉
O tempo de operação do inversor para tal função, será ajustado em um
valor máximo de atuação determinado pela concessionária:
𝑇𝐷
59−1
= 5 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠
5.5.5. Anti-Ilhamento
Com o intuito de evitar que a central geradora opere de forma ilhada no
sistema do acessante, será utilizado as proteções do inversor instalado na
microgeração, que atendem aos requisitos estabelecidos na ABNT-NBR
16149:2013, ANBT-NBR 16150:2013, ABNT-NBR 62116-2012, quanto às
faixas de operação normal de: tensão CA, injeção de componente CC,
frequência (Hz), fator de potência, distorção harmônica de corrente, proteção
anti-ilhamento, reconexão, isolação e seccionamento.
5.6. Conexão do sistema fotovoltaico à rede elétrica
Quando concluído as fases de instalação dos módulos fotovoltaicos, do
inversor, string box e todas as conexões realizadas entre essas etapas
conforme a NBR 16690, agora será feita a conexão de todo o sistema de
geração com a rede elétrica.
Essa conexão serve para que o que for gerado do sistema fotovoltaico e
não for consumido, fique armazenado na rede e assim a concessionária, nesse
caso a COELBA - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia, pode
contabilizar os créditos que o cliente possui de acordo com sua geração e
assim abatendo os valores de faturamento.
Conforme a NR 10 o primeiro passo e sendo mais importante para a
segurança em serviço de instalação elétrica, é a desenergização. Dessa forma
o colaborador pode realizar a interligação do sistema fotovoltaico no quadro de
distribuição geral da residência.
Como pode observar na imagem a seguir, o disjuntor geral foi
desativado:
Figura: Desenergização da instalação elétrica.
Fonte: Autoria própria
Outro passo importante para a realização de um trabalho em uma
instalação elétrica, de acordo com a NR 10 é o impedimento de reenergização
através de bloqueios e etiquetagens. No caso desta instalação residencial,
poderia ser utilizado um cadeado de bloqueio, como mostrado na figura X, para
que impeça os outros trabalhadores ou até mesmo os moradores do local
possam, acidentalmente, religar o circuito em que estão trabalhando. Mas
infelizmente, essa etapa não foi realizada pela equipe.
Figura: Cadeado de Bloqueio.
Fonte: TAGOUT
O próximo passo, é a constatação de ausência de tensão. Essa
etapa consiste em verificar se o circuito está realmente desenergizado, e
assim poderá ser realizado o serviço.
Essa etapa deve ser realizada com instrumentos de medição ou
instrumentos detectores de tensão, neste estudo foi utilizado um
multímetro. Os equipamentos de detecção devem ser testados antes e
após a verificação da ausência de tensão, sendo realizada por contato
ou por aproximação e de acordo com procedimentos específicos.
Na figura a seguir, pode-se observar através do multímetro que a
tensão no quadro de distribuição é zero.
Figura: Constatação de ausência de tensão
Fonte: Autoria própria
Visto que o quadro de distribuição não consta qualquer presença
de tensão, pode ser feita a etapa de conexão do sistema fotovoltaico
com a rede de distribuição.
Para a conexão na rede elétrica deve-se conectar o sistema ao
barramento do quadro de distribuição geral, utilizando um disjuntor,
sendo corretamente dimensionado para proteção do cabo que conecta o
sistema à rede de distribuição.
Figura: Sistema conectado à rede elétrica.
Fonte: Autoria própria
Feita a conexão corretamente, a instalação elétrica já pode ser
reenergizada, sendo autorizada pelo profissional qualificado.
Para finalizar a etapa de instalação do sistema fotovoltaico, foi
realizada a configuração do inversor, conectado a rede wifi para
obtenção dos dados de geração. E também, houve a verificação de
tensão no dispositivo de proteção CC e CA.
5.7. Equipamentos de proteção individual
Inicialmente foi realizada uma inspeção visual nos equipamentos de
proteção individual utilizados pela equipe de instalação acompanhada, com a
função de verificar o pleno funcionamentode cada equipamento e sua correta
utilização.
Para isso, foram colhidos os números de CA de cada um. O CA é um
certificado de aprovação emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que
estabelece pontos como detalhes do produto, a data de validade para
comercialização, dados do fabricante, sua correta utilização e demais
observações. É de extrema importância que tanto empregador, quanto
empregado, estejam sempre atentos a essa informação.
5.7.1. Capacetes
Durante a inspeção visual destes equipamentos, foram encontrados dois
diferentes tipos de capacetes utilizados pela equipe de instalação.
Após consulta dos seus respectivos certificados de aprovação
fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram encontradas tais
informações:
Tabela: Certificado de Aprovação CA 14.616:
Validade: 02/04/2017 - VENCIDO
Produto: Nacional
Equipamento: Capacete Classe A
Descrição: Capacete para uso na indústria, tipo II, classe A,
injetado em polietileno de alta densidade, com
suspensão injetada de baixa densidade, tira
absorvente de suor, ajuste da suspensão através de
dentes. Deverá apresentar o selo do INMETRO.
Aprovado para: Proteção da cabeça do usuário contra impactos de
objetos sobre o crânio
Marcação do CA: Parte inferior da aba.
Referências: VONDER VD III
Normas técnicas: ABNT NBR 8221:2003
Nº. Laudo: Certificado de Conformidade nº 70837/140403
Laboratório: OCP: Instituto Falcão Bauer de Qualidade – IFBQ.
Tabela: Certificado de Aprovação CA 12.617:
Validade: 10/01/2014 - VENCIDO
Produto: Nacional
Equipamento: Capacete Classe A
Descrição: Capacete de segurança para uso na indústria, injetado
em polietileno de alta densidade, com carneira em
polietileno de baixa densidade, tira absorvente de
suor, ajuste da suspensão através de pinos. Deverá
apresentar o selo do INMETRO.
Aprovado para: Proteção da cabeça do usuário contra impactos de
objetos sobre o crânio
Marcação do CA: Parte inferior da aba.
Referências: Plasticor I
Normas técnicas: ABNT NBR 8221:2003
Nº. Laudo: Certificado de Conformidade nº 157/10
Laboratório: OCP: Instituto Falcão Bauer de Qualidade – IFBQ.
A utilização de capacetes de proteção está no anexo I da norma
regulamentadora - NR 6. Vale destacar que durante a permanência de qualquer
pessoa durante o local de instalação do sistema fotovoltaico, é fundamental a
utilização do capacete, além do isolamento da área de instalação.
Para ambos os capacetes encontrados com a equipe de instalação, a
comercialização é proibida, pois os certificados de aprovação estão com os
prazos de validade vencidos. Apesar do bom estado de conservação dos
capacetes, os principais fabricantes indicam que sejam trocados a cada 5 anos,
para que sua qualidade seja mantida, logo, é indicado que os capacetes sejam
trocados, garantindo a integridade física dos seus usuários.
É necessário também que os eletricistas realizem as devidas
higienizações dos capacetes, mantendo-os longe de substâncias químicas.
Figuras: Capacetes utilizados em estudo de caso
5.7.2. Luvas
A utilização de luvas de proteção está no anexo I da norma
regulamentadora - NR 6. Vale destacar que a utilização das luvas de proteção
é essencial para a proteção de parte dos membros superiores da equipe de
instalação. Também é importante analisar previamente o tipo de trabalho que
será realizado para que as luvas possam ser utilizadas corretamente.
Durante o estudo de caso, foram encontrados dois tipos de luvas
utilizadas pela equipe de instalação.
Após consulta dos seus respectivos certificados de aprovação
fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram encontradas tais
informações:
Tabela: Certificado de Aprovação CA 30.916:
Validade: 21/01/2026 - VÁLIDO
Produto: Nacional
Equipamento: Luva para proteção contra agentes mecânicos
Descrição: Luva de segurança confeccionada em fibras
sintéticas, revestimento da face palmar e ponta dos
dedos em poliuretano (PU), punho com inserções de
fibras elásticas e acabamento em fibras sintéticas.
Aprovado para: Proteção das mãos dos usuários contra agentes
abrasivos, escoriantes, cortantes e perfurantes.
Restrição: EPI não aprovado para uso em operações de
soldagem e processos similares
Marcação do CA: Impressão no dorso
Referências: Tátil Black
Normas técnicas: DIN EN 420/2010 + A1:2009, DIN EN 388:2017
Nº. Laudo: ELA/L – 329.057/2/20
Laboratório: L. A. FALCÃO BAUER - CENTRO TECNOLÓGICO
DE CONTROLE QUALIDADE LTDA
Tabela: Certificado de Aprovação CA 35.435:
Validade: 21/01/2026 - VÁLIDO
Produto: Nacional
Equipamento: Luva para proteção contra agentes mecânicos
Descrição: Luva de segurança tricotada em poliéster,
revestimento em poliuretano na palma, face palmar e
pontas dos dedos, dorso ventilado, punho em poliéster
com elastano, acabamento em overloque.
Aprovado para: Proteção das mãos dos usuários contra agentes
abrasivos, escoriantes, cortantes e perfurantes.
Restrição: EPI não aprovado para uso em operações de
soldagem e processos similares
Marcação do CA: Na etiqueta
Referências: WK29 -PU TOUCH
Normas técnicas: BS EN 420:2003 + A1:2009, BS EN 388:2016
Nº. Laudo: EPI 9174/19
Laboratório: IBTEC - INSTITUTO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA
DO COURO, CALCADO E ARTEFATOS
Em relação às luvas encontradas durante a visita para estudo de caso,
foi constatado que estão em bom estado de conservação, porém não oferecem
uma completa proteção aos seus usuários, visto que são indicadas apenas
para proteção contra agentes mecânicos. Também foi perceptível durante a
instalação que em alguns momentos, por descuido, a equipe não utilizava as
luvas, sendo necessário uma conscientização.
Logo, a utilização de tais luvas é indicada apenas para o processo de
montagem das estruturas, e transporte das placas solares. Para a etapa de
instalação de equipamentos elétricos, como disjuntores, relés, inversores,
cabos energizados, tais EPIs citados acima não são adequados.
Portanto, é necessário que os colaboradores também estejam
equipados com luvas isolantes de borracha.
Figuras: luvas utilizadas em estudo de caso
5.7.3. Óculos
A utilização de óculos de proteção está no anexo I da norma
regulamentadora - NR 6. Vale destacar que a utilização dos óculos de proteção
é essencial para a proteção de parte dos membros superiores da equipe de
instalação. Também é importante analisar previamente o tipo de trabalho que
será realizado para que os óculos possam ser utilizados corretamente.
Durante o estudo de caso, foi encontrado um mesmo tipo de óculos de
proteção, utilizado por toda a equipe.
Após consulta dos seus respectivos certificados de aprovação
fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram encontradas tais
informações:
Tabela: Certificado de Aprovação CA 39.878:
Validade: 05/04/2022 - VÁLIDO
Produto: Nacional
Equipamento: Óculos
Descrição: Óculos de segurança, constituídos de armação e visor
confeccionados em uma única peça de policarbonato
incolor, amarelo, cinza (fumê) ou verde, com apoio
nasal e proteção lateral injetados do mesmo material.
As hastes, do tipo espátula, são confeccionadas do
mesmo material da armação e fixadas às
extremidades do visor através de pinos plásticos.
Aprovado para: Proteção dos olhos dos usuários contra impactos de
partículas volantes multidirecionais e contra
luminosidade intensa no caso das lentes cinza e
verde.
Marcação do CA: Na haste direita
Referências: SKY INCOLOR WPS 0206 (lente incolor)
Normas técnicas: ANSI.Z.87.1/2003
Nº. Laudo: 275/2016-A
Laboratório: : FUNDACENTRO - FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT
FIGUEIREDO DE SEG E MED DO TRABALHO
Em relação aos óculos de proteção, o certificado de aprovação permite
que o modelo ainda seja comercializado. Foi identificado que durante a
instalação do sistema fotovoltaico, nem toda equipe utilizava tal EPI, além de
um deles estar com uma das hastes danificadas, não obtendo uma perfeita
fixação na cabeça.
Vale destacar que a conservação do EPI é de obrigação do empregado,
e considerando que o óculos de proteção é fabricado deum material mais
frágil, é necessário que haja um cuidado maior com o equipamento. Também é
importante que o empregador realize o fornecimento de óculos de proteção
com uma maior frequência.
Figuras: Óculos utilizados em estudo de caso
5.7.4. Cinturão de Segurança
A utilização de cinturão de segurança está prevista no anexo I da norma
regulamentadora - NR 6. Vale destacar que a utilização do cinturão de proteção
é essencial para a proteção dos trabalhadores que executam serviços em
altura. Para a utilização de tal EPI, também é necessário que seja realizada
uma linha de vida com cordas de boa qualidade.
Após consulta dos seus respectivos certificados de aprovação
fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram encontradas tais
informações:
Tabela: Certificado de Aprovação CA 39.540:
Validade: 21/05/2023 - VÁLIDO
Produto: Nacional
Equipamento: Cinturão de segurança com talabarte ou trava-queda
Descrição: Cinturão tipo paraquedista confeccionado em fita
poliéster, com um ponto de ancoragem dorsal em
meia argola em “D” em aço forjado, posicionada nas
costas na altura dos ombros, regulável ao cinto
através de um passante plástico. O cinturão também
possui duas fivelas simples em aço que são utilizadas
para ajuste das correias nas pernas e possui uma fita
de poliéster com duas meias argolas em aço para
ajuste peitoral. O cinturão de segurança é utilizado
com os seguintes talabartes de segurança e
trava-quedas: 1) Talabartes com absorvedor de
energia - 00650/1, 00650/4. 2) Talabartes sem
absorvedor de energia (para outros usos que não
proteção contra a queda) - 00435/1, 00650/2. 3)
Trava-quedas - 00704.
Aprovado para: Proteção dos usuários contra riscos de quedas nos
trabalhos em altura.
Marcação do CA: Na etiqueta
Referências: 00435
Normas técnicas: ABNT NBR 15836:2010, ABNT NBR 15834:2010,
ABNT NBR 14626:2010, ABNT NBR 14629:2010
Nº. Laudo: Certificado de Conformidade nº 07879-01/2020
Laboratório: OCP: Instituto Falcão Bauer de Qualidade - IFBQ
Durante o estudo de caso, não foi encontrada nenhuma falha
relacionada a utilização do cinturão de segurança, além da linha de vida. Todos
os cinturões utilizados pela equipe de instalação estão em bom estado de
conservação, e foram utilizados em todos os momentos em que a equipe
trabalhou em altura, para montagem da estrutura e instalação das placas
solares.
Figuras: Cinturão utilizado pela equipe em estudo de caso
5.7.5. Botas de
proteção
A utilização de botas de
proteção está no anexo
I da norma
regulamentadora - NR
6. Vale destacar que a utilização das botas de proteção é essencial para a
proteção de parte dos membros inferiores da equipe de instalação. Assim como
qualquer outro EPI, também é importante analisar previamente o tipo de
trabalho que será realizado para que as botas possam ser utilizadas
corretamente.
Durante o estudo de caso, foi encontrado um tipo de bota.
Após consulta dos seus respectivos certificados de aprovação
fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram encontradas tais
informações:
Tabela: Certificado de Aprovação CA 17.137:
Validade: 10/08/2025 - VÁLIDO
Produto: Nacional
Equipamento: Botina - Tipo B
Descrição: Calçado ocupacional tipo botina, modelo
blatt,fechamento em elástico, confeccionado em couro
curtido ao cromo, palmilha de montagem em não
tecido, montada pelo sistema strobel, solado em
poliuretano monodensidade.
Aprovado para: Proteção dos pés do usuário contra riscos de natureza
leve e contra agentes abrasivos escoriantes.
Marcação do CA: No solado
Referências: 02
Normas técnicas: ABNT NBR ISO 20344:2015, ABNT NBR ISO
20347:2015
Nº. Laudo: EPI 10308/20
Laboratório: IBTEC - INSTITUTO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA
DO COURO, CALCADO E ARTEFATOS
Não foram encontradas inconformidades relacionadas às botas de
proteção
5.7.6. EPI’s não utilizados
Com o objetivo de orientar e alertar o empregador, e sobretudo os
empregados em relação a sua saúde e integridade física, é extremamente
necessário que todos os usuários conheçam todos os EPI’s necessários, para
que possa haver uma cobrança mútua, e por fim, um bem estar geral.
Durante o estudo de caso, e com base na norma regulamentadora - NR
6, ficou perceptível a ausência de alguns equipamentos de proteção
individuais, de extrema importância para a segurança da equipe.
Os equipamentos de proteção não utilizados serão abordados no
próximo tópico.
5.7.6.1. Protetor Auditivo
Conforme a norma regulamentadora NR 15, os protetores auditivos têm
a função de proteger, atenuando ruídos externos, além da entrada de objetos
indesejados no canal auditivo.
A utilização deste EPI é imprescindível. Acompanhando a equipe, foi
notada a ausência dos protetores durante a montagem das estruturas das
placas solares, e instalação de placa de aviso relacionada à geração própria,
no padrão de entrada da residência, momentos em que foi utilizada furadeira.
5.7.6.2. Luva Isolante de Borracha
Esse modelo de luva deve ser utilizado sempre que o trabalhador for
manusear áreas energizadas, sendo necessário sempre a observação da
classe e níveis de tensão.
Em nenhum momento foram utilizadas luvas deste tipo. Nesse caso,
cabe ao empregador o fornecimento de tal EPI.
5.7.6.3. Protetor respiratório
Máscaras de proteção são essenciais quando executados trabalhos em
áreas com excesso de poeira, e fragmentos de construção, evitando possíveis
problemas respiratórios.
5.7.6.4. Protetor solar e vestimentas com proteção UV
Mesmo em dias nublados, conforme a data da visita técnica, protetor
solar, e vestimentas com proteção contra raios ultravioletas são de extrema
importância para a proteção dos trabalhadores. Segundo a OMS, cerca de 33%
dos casos de câncer, são de pele. Logo, esse tipo de cuidado é essencial.
Foi notado que a vestimenta da equipe possui em sua composição 100%
de algodão, o que é cerca de 30 vezes menos eficiente que uma blusa com
proteção UV.
5.8. Inspeção de equipamentos de proteção coletiva
Com o objetivo de manter em segurança não apenas os trabalhadores,
mas também os moradores do local, além de aumentar a produtividade,
considerando que os trabalhadores estarão com um sentimento de segurança
maior, alguns equipamentos de proteção coletiva são fundamentais. As normas
regulamentadoras nº 4 e 9 tratam detalhadamente sobre tal assunto.
Conforme analisado durante o estudo de caso, apenas um equipamento
de proteção coletiva foi utilizado.
5.8.1. Placa de sinalização
Considerando o fato de que a sinalização nunca é demais, a placa
instalada logo acima do padrão do cliente, informando o risco de choque
elétrico, por conta da geração própria de energia, na cor amarela, chama
bastante atenção, e alerta usuários, eletricistas da concessionária, e pedestres
sobre tal situação.
Figuras: Placa de sinalização
5.8.2. EPC’S não utilizados
A não utilização de equipamentos de proteção coletiva pode causar
sérios prejuízos e danos, a empregados, empregadores e terceiros. Com o
constante crescimento da utilização de energia solar, a segurança deve sempre
estar em evidência, para evitar eventos indesejados.
Durante o estudo de caso, alguns equipamentos de proteção coletiva
não foram utilizados, trazendo um risco ao bem estar geral. Estes serão citados
nos tópicos abaixo.
5.8.2.1. Fita de sinalização
A fita de sinalização tem o objetivo de delimitar o espaço físico, para que
não haja a entrada de terceiros não autorizados ao local de risco. Este sem
dúvida, foi o equipamento de proteção ausente mais evidente, considerando as
circunstâncias da instalação.
5.8.2.2. Kit de primeiros socorros
A equipe de instalação não possuía nenhum kit de primeiros socorros
para amenizar qualquer lesão física, sendo de obrigação do empregador
oferecer tal equipamento de proteção.
5.9. TREINAMENTOS
Quando o assunto é segurança, um ponto crucial para manter a
integridade física dos colaboradores são os treinamentos. Com o objetivo de
estabelecer condições mínimas e requisitos para implantação