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FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA UTILIZAÇÃO DAS NORMAS TÉCNICAS PARA ANÁLISE DE RISCOS ELÉTRICOS EM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE: Estudo de caso em uma instalação residencial em Vitória da Conquista - BA Vitória da Conquista – BA Novembro, 2021 Ruan Patrick Santos Silva Vanessa França Leal UTILIZAÇÃO DAS NORMAS TÉCNICAS PARA ANÁLISE DE RISCOS ELÉTRICOS EM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE: Estudo de caso em uma instalação residencial em Vitória da Conquista - BA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR como requisito para avaliação final e obtenção de grau de Bacharel em Engenharia Elétrica. Orientador: Esp. Danilo Brito Almeida Vitória da Conquista – BA Novembro, 2021 1. INTRODUÇÃO Com o crescimento acelerado da tecnologia, a energia elétrica tornou-se um item indispensável no cotidiano da sociedade. Sabe-se que a energia elétrica provém das usinas hidrelétricas, e outras fontes que causam impactos ao meio ambiente devido ao complexo de suas construções e a emissão de poluentes, como nas termelétricas, por exemplo. Com isso, busca-se fontes de geração de energia que não gere crises ambientais, como a energia solar fotovoltaica. A energia solar fotovoltaica possui diversas vantagens, tanto ambientais por ser uma fonte de energia renovável e infinita que diminui as taxas de carbono, quanto econômicas, já que possui baixa manutenção e alta durabilidade possuindo uma vida útil longa, e claro, diminui os gastos com a conta de energia. Com isso, a procura por esse tipo de serviço vem aumentando cada vez mais nos últimos anos e consequentemente está surgindo novas empresas do segmento de pequeno a médio porte. De acordo com o Portal Solar (2021) o Brasil já conta com mais de 20 mil empresas no ramo, e até o final deste ano poderá ter até 5,4 mil novas companhias, tendo um aumento de 27%. Visto que é uma área recente no mercado, é de extrema importância buscar e estudar formas de melhorar a segurança dos usuários dessa tecnologia e também dos profissionais que estão expostos a vários riscos no dia-a-dia do trabalho, durante a instalação e manutenção do sistema Sabe-se que os sistemas fotovoltaicos possuem tensões e correntes contínuas elevadas que são consideradas perigosas, desde a microgeração (carga instalada de até 75 kW) até a minigeração distribuída (maior que 75 kW e menor de 5 MW). Sendo assim, é preciso que sejam tomados alguns cuidados importantes durante a instalação e manutenção desses sistemas. Os sistemas fotovoltaicos são instalados e mantidos em áreas externas, e dessa forma ficam expostos ao meio ambiente, ficando vulneráveis a condições climáticas que podem causar falhas e distúrbios. A implementação de modelos de aterramento, equipotencialização e a instalação de dispositivos de proteção podem reduzir os riscos presentes nesses sistemas, evitando assim acidentes como choques elétricos e incêndios. Dessa forma, faz-se necessário a utilização de normas técnicas como a NBR-5410, NBR 16690, NR 10, entre outras que estabelecem condições mínimas de segurança tanto para a realização do serviço de instalação quanto para os consumidores do sistema, dessa forma mantendo a saúde e integridade física e dos bens de todos presentes em uma instalação fotovoltaica. O objetivo deste trabalho é analisar os riscos elétricos presentes em uma instalação fotovoltaica e com isso buscar métodos e soluções que minimizem esses riscos através da utilização das normas técnicas vigentes que garantem maior segurança e qualidade de vida para os colaboradores e usuários. 1.1. Problema Em uma instalação de um sistema fotovoltaico, tanto instaladores quanto os utilizadores do sistema estão submetidos a diversos riscos envolvendo eletricidade, como choques elétricos, arcos elétricos e descargas atmosféricas, podendo gerar acidentes que podem causar ferimentos graves e até mesmo levar ao óbito. 1.2. Hipótese As normas regulamentadoras vigentes são responsáveis por exigir condições mínimas de segurança, onde fornecem orientações e recomendações para que não ocorra nenhum tipo de falha no sistema fotovoltaico que possa causar acidentes graves. Com isso, a aplicação das normas garante tanto para o colaborador quanto para o usuário uma integridade física e maior qualidade de vida. 1.3. Objetivo Geral O presente trabalho tem como objetivo principal utilizar as normas técnicas vigentes para análise de riscos elétricos existentes durante uma instalação de sistema fotovoltaico. 1.3.1. Objetivos Específicos ● Realizar uma inspeção visual durante a instalação do sistema; ● Aplicar medidas de controle e proteção para a equipe de instalação; ● Apresentar soluções e melhorias a fim de minimizar riscos e garantir segurança aos colaboradores e usuários. 1.4. Justificativa A utilização de sistemas fotovoltaicos, que tem a finalidade de transformar energia solar em elétrica, vem crescendo cada vez mais, isso é devido a grandes pontos positivos, entre elas o baixo impacto ambiental, a flexibilidade de utilização e facilidade de construção e de operação. (VIAN, 2021) A energia solar fotovoltaica é uma área que começou a crescer recentemente no mercado e com isso há poucos estudos em relação a aplicação das normas. Mesmo sendo uma instalação simples é preciso que seja realizada com atenção para garantir segurança e maior integridade física para os envolvidos nesta área. De acordo com o Anuário Estatístico de Acidentes de origem elétrica 2021 – ano base 2020 elaborado pela Abracopel – Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade - foi registrado 764 mortes de origem elétrica, desse total sendo 691 apenas por choque elétrico, 26 por sobrecarga e 47 causadas por descarga atmosférica. A segurança em qualquer local, seja para moradia, trabalho ou lazer, é de extrema necessidade, caso contrário, pode custar vidas. Sabe-se que muitas vezes as empresas, ou por falta de conhecimento ou negligência, acabam ignorando questões de segurança por acharem que geram mais custos e dão menos “liberdade” no serviço. 2. ESTADO DA ARTE Com o objetivo de identificar falhas e orientar os profissionais de instalações elétricas sobre a necessidade de medidas de prevenção em instalações de sistemas fotovoltaicos, o autor Deus (2016), através de sua pesquisa, levantou diversos aspectos de extrema relevância, relacionados a segurança quanto à instalações de sistemas fotovoltaicos, focando nas normas regulamentadoras nº 10 e 35, relacionadas a trabalho com eletricidade e altura, evidenciando muitos fatores de risco. Kurata (2016) após estudos, salienta a importância da segurança, e através da implantação de uma análise preliminar de risco, os trabalhadores em eletricidade conseguem apontar soluções com mais facilidade, além de analisar rotinas e procedimentos, para que consigam minimizar os riscos e garantir cada vez mais a integridade física do trabalhador. Através das informações adquiridas e análise de dados fornecidos pelo ministério do trabalho, Kurata chega a conclusão que a utilização de uma análise preliminar de risco cria procedimentos de trabalho mais claramente definidos, o que melhor representa uma melhor aplicação das normas e leis, além de uma economia a empresa, e ao próprio empregado, quando analisado a possibilidade de afastamentos por acidentes. A fim de verificar o nível de conhecimento de vistoriadores que realizam inspeção visual em instalações elétricas de baixa tensão e se há alguma dúvida em relação ao procedimento que é realizado, os autores Winck, Silva e Lucion (2019), elaboraram um questionário que foi aplicado ao Corpo de Bombeiros. Além do questionário, os autores fizeram um levantamento quantitativo em relação aos incêndios em edificações de baixa tensão, causado por falhas elétricas. Em relação ao questionário aplicado, os autores puderam concluir que apenas 17% dos vistoriadoresque realizam as inspeções visuais em instalações elétricas, utilizam a norma da ABNT NBR 5410, como parâmetro técnico, e 67% afirmam ter dificuldades para realizar as inspeções. A partir do levantamento quantitativo, também foi mostrado que 21% das causas de incêndio, são por falhas nas instalações elétricas. Com o trabalho desse autor é perceptível que até mesmo em corporações, que são responsáveis pela segurança pública, há uma falta de conhecimento no que diz respeito às instalações elétricas. E com isso, mesmo realizando as inspeções elétricas, deixam passar informações importantes que podem gerar acidentes e custar vidas. GÓIS (2020), através de um levantamento bibliográfico focado na norma regulamentadora nº 6, elaborou um formulário aplicado em construções civis para a verificação do cumprimento da norma. Segundo a autora, em cerca de 73% dos empregadores da construção civil do município de Caicó, no Rio Grande do Norte, não fiscalizam as obras a fim de garantir a utilização correta dos EPI’s, o que pode levar a um grande aumento no número de acidentados. Através desse levantamento de dados por uma pesquisa de campo, GÓIS chega a conclusão que a utilização do EPI em muitos casos é vista apenas como uma obrigação, e que mais de 66% dos trabalhadores pesquisados não possuíam nenhum tipo de treinamento relacionado às normas regulamentadoras. Por fim, Silva (2016) enfatiza a importância da aplicação de conhecimentos sobre proteção de sistemas elétricos nas principais situações de risco, uma vez que a maioria das ocorrências de acidentes são por causa de fiação desencapada, partes energizadas expostas e sem barreiras de proteção. Além disso, ocorrem danos materiais que são provocados por incêndios iniciados em condições de sobrecargas, curtos-circuitos ou instalações mal executadas e sem a proteção adequada. Com isso sabe-se da necessidade da execução de sistemas eficientes de proteção para evitar ou, no mínimo, amenizar a possibilidade de acidentes como choques elétricos e incêndios, decorrente de curtos-circuitos, sobrecarga e descargas atmosféricas. O autor elabora um manual que tem como finalidade orientar e auxiliar a elaboração de projetos, usando técnicas adequadas de aterramento e proteção, tudo dentro das normas estabelecidas. 3. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 3.1. Conceitos de Eletricidade Uma das formas de energia mais utilizadas em todo o mundo é a energia elétrica. Ela é facilmente transportada dos locais de geração até os consumidores finais e também pode ser transformada através de outras fontes de energia, como solar, térmica e mecânica. Esse item se tornou indispensável para a sociedade, além de trazer benefícios para o desenvolvimento socioeconômico, pois está presente desde as mais simples atividades cotidianas domésticas até os complexos processos industriais. (GOUVEIA, 2015). Segundo Bassetto et al. (2017) a eletricidade basicamente é um conjunto de fenômenos naturais. No entanto, a eletricidade não é perceptível a visão humana, dessa forma, as pessoas a todo momento estão expostas a situações de riscos de acidentes que muitas vezes são ignorados ou subestimadas e que comprometem a saúde e segurança das pessoas que a ela estejam presentes. 3.1.1. Tensão Elétrica A Tensão Elétrica (V) é a diferença de potencial elétrico (d.d.p) existente entre dois pontos ligados e essa diferença faz com que as cargas elétricas entre em movimento no percurso do condutor. (SANTOS, 2011) Para que seja quantificado o valor entre a diferença de potencial, é utilizado a unidade de medida Volts (V), Essa unidade específica quanto de energia é armazenada quando uma certa carga está sendo transportada de um polo negativo a um polo positivo. (FOWLER, 2013). Sadiku (2013) explica que a tensão Vab existente entre os pontos “a” e “b” de um circuito elétrico é a energia fundamental para deslocamento da carga do ponto “a” até o ponto “b”, sendo expressada matematicamente da seguinte maneira: 𝑉𝑎𝑏≜ 𝑑𝑤𝑑𝑞 onde w =Energia produzida em Joules (J); q = Carga elétrica em Coulomb (C). A tensão pode ser definida em tensão contínua (CC), onde ela se permanece constante, e tensão alternada (CA), onde ela se varia de forma senoidal durante um determinado tempo. (SILVA, 2015). 3.1.2. Corrente Elétrica A corrente elétrica (I) é a quantidade de carga elétrica que se desloca para uma determinada direção e sentido, devido a aplicação de uma tensão elétrica em um condutor em um intervalo de tempo. (KERSCHBAUMER, 2018) 𝑖≜ 𝑑𝑞𝑑𝑡 Sendo: i = Corrente elétrica medida em Ampéres (A); q = Carga elétrica em Coulomb (C); t = tempo em segundos (s). O sentido da corrente é convencionado como o deslocamento das cargas livres positivas do condutor. É chamada corrente convencional a corrente de cargas positivas num condutor metálico, enquanto a corrente real é a corrente das cargas livres negativas, isto é, dos elétrons. (SILVA FILHO, 2007). Da mesma forma que a Tensão, é definida em corrente contínua (CC), em que a corrente não se altera de acordo com o tempo, permanecendo constante e também em corrente alternada (CA), onde a corrente varia em um determinado tempo, formando uma onda senoidal. (SADIKU, 2013). Figura 1: Corrente contínua (CC) Fonte: SADIKU, 2013. Figura 2: Corrente alternada (CA) Fonte: SADIKU, 2013. 3.1.3. Potência Elétrica A potência elétrica é o nível da velocidade que se é gasto ou produzido energia em um intervalo de tempo. Pode ser expressado pela equação: 𝑃 = 𝑉. 𝐼 Ou seja, a potência é determinada pelo produto da tensão e da corrente presente no elemento. para saber se a potência ela está sendo absorvida ou produzida basta identificar qual o sentido da corrente e a polaridade da tensão, chamado de convenção de sinal passivo. se a corrente entra pelo terminal positivo: p = +v.i. Sendo assim a potência é positiva e está sendo absorvida pelo componente. Já se a corrente entrar pelo terminal negativo, a potência será negativa e está sendo fornecida, já que p = -v.i. (SADIKU, 2013) 3.2. SISTEMAS FOTOVOLTAICOS Os sistemas fotovoltaicos podem ser divididos em sistemas isolados, híbridos ou conectados à rede, conhecido também como sistema on-grid. Os Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede (SFCR) a energia produzida é injetada na rede de distribuição de forma instantânea, dessa forma, não há armazenamento de energia. (BARROS, 2011) Figura: Esquema de um SFCR Fonte: Castro, 2002 Residências, comércios e indústrias podem gerar sua própria energia através da geração descentralizada ou centralizada. Na geração descentralizada o sistema é conectado diretamente na unidade que será consumida a energia produzida, que abastecerá as cargas presente no local. Esse tipo de geração é mais utilizado para casas e estabelecimentos comerciais. (KURATA, 2016) Figura: Sistema de geração descentralizada Fonte: Incentive Solar Já a geração centralizada, consiste em gerar remotamente a fim de abastecer mais de uma unidade, sendo injetada energia para a rede de distribuição e distribuir os créditos gerados para os proprietários que dividem o uso do sistema. (KURATA, 2016) Figura: Sistema de geração centralizada Fonte: Portal Solar Para realizar a instalação de um SFCR é necessário equipamentos como módulos fotovoltaicos, inversor solar de onda senoidal de alta eficiência e vida longa, acessório para auxiliar a estrutura, cabos elétricos, conectores, componentes de proteção, e em algumas situações é necessário o uso de transformadores. (BALFOUR, 2016) 3.3. COMPONENTES DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE 3.3.1. Módulos fotovoltaicos Os módulos fotovoltaicos são compostos por células fotovoltaicas agrupadas em série e paralelo, transformando energia solar em energia elétrica. Esse agrupamento é necessário porque a potência máxima de uma única célula fotovoltaica não excede 2 W, não sendo suficiente para operar na maioria das aplicações. A potência dos módulos é determinada pela potênciade pico expressa em Watt-pico (Wp), (CASTRO, 2002) Figura: Módulo fotovoltaico Fonte: NeoSolar 3.3.2. Estrutura para suporte A estrutura tem a finalidade de suportar os módulos e mantê-los no ângulo e posição para não comprometer a geração de energia. Uma estrutura mal dimensionada pode reduzir os investimentos na tecnologia limpa da energia solar e causar prejuízos não só financeiros como ambientais. Figura: Estrutura para suporte do sistema fotovoltaico Fonte: DGTEC De acordo com Araújo (2016) em caso de telhados, é preciso que seja analisado qual será o tipo de telha ou madeira que será fixado os módulos. Nas instalações que possui plano horizontal é verificado a altura mínima e também as cargas de vento que adicionam um esforço mecânico aos suportes e ancoragens. 3.3.3. Inversor A rede de distribuição gera energia em corrente alternada (CA), porém o sistema fotovoltaico gera em corrente contínua (CC), com isso é necessário a atuação de um inversor para que seja ajustado a frequência e tensão do sistema de acordo com a rede que está conectado. (KURATA, 2016) Figura: Inversor Fonte: Sofar Solar Esse tipo de inversor é denominado de grid-tie, e tem como função transportar a energia que foi produzida diretamente para o quadro de distribuição do local. Além da conversão CC/CA, o inversor também faz a desconexão automática ou manual da rede, registra dados operacionais e possui proteção CA e CC, como anti-ilhamento, sobrecarga e sobretensão. (BARROS, 2011) 3.3.4. Condutores Elétricos Os condutores ou cabos elétricos são indispensáveis em um sistema fotovoltaico e possui um grande papel para obter uma maior confiabilidade de um sistema FV. Eles são responsáveis por deslocar a energia produzida pelo sistema até a conexão da rede de distribuição. (KURATA, 2016) Figura: Condutores elétricos Fonte: Canal Solar As tensões em corrente contínua podem chegar em até 1000V isso ocorre devido a função da janela de operação do inversor FV, os condutores devem possuir isolação adequada, para evitar fugas de corrente elétrica. As bitolas dos condutores variam de acordo com a quantidade de módulos, distância das instalações, sendo devidamente dimensionados. (NASCIMENTO, 2013) 3.3.5. String Box A NBR 5410 – Norma Brasileira de Instalações Elétricas de Baixa Tensão – diz que toda instalação elétrica é necessária que possua condições mínimas para que não haja falhas no seu funcionamento e assim garantindo a segurança tanto das pessoas quanto dos animais, e também garante a preservação dos bens. A norma brasileira de instalações elétricas de baixa tensão – NBR 5410 – e a norma brasileira sobre sistemas fotovoltaicos – NBR 16690 – preveem que as instalações devem ter como características básicas a proteção contra choque elétrico do usuário, proteção contra efeitos térmicos e incêndios, proteção contra sobrecorrente, proteção contra sobretensão e capacidade de seccionamento. Os sistemas fotovoltaicos estão inclusos na cobertura das normas, portanto devem seguir os mesmos princípios básicos. (VINTURINI, 2019) O string-box é um quadro de proteção e isolamento do sistema fotovoltaico, cuja função é proteger o componente CC dos sistemas conectados à rede. Os principais itens da string box são: ● Dispositivo seccionador – podendo ser implementado com chave seccionadora ou disjuntor; ● Dispositivo de proteção contra sobretensão – DPS; ● Dispositivo de proteção contra sobrecorrente – disjuntor ou fusível 3.4. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO 3.4.1. Chave Seccionadora A NR 10 estabelece que um trabalho para que seja realizado de forma segura, é preciso que o circuito seja desenergizado. Para isso pode ser usado um dispositivo denominado de chave seccionadora, na qual o objetivo é fazer a conexão e desconexão do sistema fotovoltaico em sua parte CC. O seccionamento de um sistema só é considerado totalmente seguro quando não há a possibilidade de haver riscos como choque elétrico e nem riscos de incêndio, que pode ser causado por faíscas durante o processo de desconexão do circuito. (VINTURINI, 2019) Figura: Chave seccionadora Fonte: Intelbras No SFCR, muitos modelos de inversores vêm sendo fabricados com as chaves seccionadoras acopladas ao equipamento, assim é possível que seja desconectado a parte CC antes de ser realizada qualquer operação no inversor. 3.4.2. Disjuntores Já os disjuntores têm como função interromper automaticamente um circuito, e assim protegendo um determinado sistema contra possíveis prejuízos causados por curto-circuito e sobrecargas. A sua principal função é captar os níveis de corrente que ultrapassem o limite indicado para o circuito, assim que ultrapassada a corrente é cessada imediatamente, para que não seja causado problemas térmicos e mecânicos que possam causar danos ao sistema. (KURATA, 2016) Um disjuntor CC deve ser dimensionado corretamente de forma que sua tensão nominal seja igual ou maior que a tensão de circuito aberto do painel fotovoltaico em que está conectado. A interrupção de um circuito CC deve ser mais cauteloso do que em um circuitos CA Na onda senoidal gerada em c.a., existe uma passagem natural pelo zero da corrente em cada semi-período, o que corresponde a um desligamento natural do arco que se forma ao abrir o circuito. (NASCIMENTO, 2013) Figura: Disjuntor CC Fonte: DGTEC Outro disjuntor utilizado em um SFCR, é o Disjuntor Diferencial Residual, conhecido com DR, na qual sua função é realizar o seccionamento quando identifica pequenas fugas de corrente, que geralmente ocorre quando há um toque acidental, uso de fio desencapado, equipamentos com presença de água, etc., e com isso a corrente percorre para a terra pelo corpo humano e com isso, o DR evita acidentes como choques elétricos. (WEG, 2018) 3.4.3. Fusíveis Os fusíveis também são dispositivos de proteção que devido às suas características, tem sua principal atuação na proteção contra correntes de curto-circuito e também em situações de sobrecarga. (KURATA, 2016) Vinturini (2019) explica que os fusíveis específicos para circuitos fotovoltaicos são classificados como gPV e apresentam proteção contra corrente de curto-circuito e sobrecorrente. A designação PV é referente a capacidade dos fusíveis em operar em corrente CC com valores de tensão típicos de sistemas fotovoltaicos. Figura: Conjunto de fusível e porta fusível Fonte: Canal Solar 3.4.4. Dispositivo de Proteção Contra Surtos (DPS) A fim de evitar uma sobretensão provocada por uma descarga atmosférica é utilizado o dispositivo de proteção contra surtos ou sobretensão (DPS) e esse dispositivo é responsável pela proteção da instalação elétrica de possíveis picos de tensão. Quando ocorre um pico de tensão na rede elétrica, o DPS se transforma em um circuito fechado e com isso provoca o deslocamento da descarga elétrica do sistema direto para a haste de aterramento e assim o DPS evita que os equipamentos sejam danificados. (INSOL, 2020) Figura: Dispositivo de Proteção Contra Surtos (DPS) Fonte: Clamper Em um SFCR, é preciso no mínimo uma DPS seja instalada na parte CC (entre os painéis fotovoltaicos e o inversor) e na parte CA (entre a rede de distribuição e o inversor), para que os equipamentos do sistema sejam protegidos de forma completa. (VINTURINI, 2019) Figura: Esquematização da localização de um DPS em um SFCR Fonte: NBR 16690-2019 A ABNT NBR 5410 no item 4.1.5 diz que se deve buscar proteção para os humanos, animais e bens que possam se prejudicar de situações em que resultem sobretensão, como um fenômeno atmosférico. A NBR 5410 também estabelece qual tipo de alocação de DPS na parte de corrente alternada do sistema deve ser feita a partir das características de aterramento e neutro da instalação elétrica. 3.5. ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO O sistema de aterramento é a conexão dos equipamentos ou instalações direto com a terra, no qual o objetivo é garantir que o funcionamento ocorra de forma correta e segura, possibilitando umcaminho preferencial às correntes elétricas excedentes de surto ou fuga, de modo que evite riscos de choques elétricos para as pessoas e a danificação dos equipamentos. (GATIS, 2020) https://www.abntcatalogo.com.br/curs.aspx?ID=22 O aterramento um sistema fotovoltaico exige as mesmas condições de segurança de qualquer tipo instalação elétrica, de acordo com a regulamentação que trata especificamente de sistemas fotovoltaicos, a NBR 16690-2019. Figura: Representação de um aterramento Fonte: WBecker De acordo com a NBR 16690-2019 há quatro tipos de aterramento e equipotencialização para um sistema fotovoltaico: • Aterramento funcional das peças metálicas não energizadas. • Aterramento de proteção contra descargas atmosféricas. • Barramento de equipotencialização, com a função de evitar potenciais elétricos diferentes dentro de uma mesma instalação. • Aterramento funcional do gerador fotovoltaico, onde se aterra um polo do arranjo fotovoltaico. Para o dimensionamento dos cabos de aterramento e equipotencialização das partes condutoras expostas de arranjos fotovoltaicos, deve ser seguido o seguinte fluxograma: Figura: Fluxograma para dimensionamento dos condutores https://www.solarvoltenergia.com.br/blog/instalacoes-solares-fotovoltaicas-requisitos/ Fonte: NBR 16690-2020 A NBR 16690-2019 diz que quando for utilizado um aterramento funcional para que seja conectado um dos condutores do painel fotovoltaico em direção à terra, a capacidade da corrente desse condutor de aterramento não pode ser: — menor que a corrente nominal do dispositivo interruptor automático do aterramento funcional para um sistema com ligação direta à terra sem impedância (ver 5.7.2); ou — inferior a tensão máxima do arranjo fotovoltaico / R, onde R é o valor da resistência utilizada em série com a ligação de aterramento funcional para um sistema que tem uma ligação de aterramento funcional por meio de uma impedância série. O item 4.2.2.2 da norma NBR 5410:2004 considera alguns esquemas de aterramento. São os esquemas TN, TT e IT, que serão demonstrados a seguir. 3.5.1. Esquema TN O esquema TN é determinado quando o neutro da fonte está diretamente aterrado e as massas estão ligadas a esse ponto através de condutores de proteção. O esquema TN pode ser identificado em três modelos: TN-C, TN-S e TN-C-S. (fonte?) No esquema TN-C os condutores de proteção e neutro estão ligados em um mesmo condutor, denominado PEN (Protective Earth and Neutral). Figura: Esquema TN-C Fonte: Sonata Engenharia Já no esquema TN-S, os condutores de proteção e neutro eles ficam separados, como mostrado a seguir: Figura: Esquema TN-S Fonte: Sonata Engenharia E o esquema TN-C-S em uma parte do sistema é feito a combinação do condutor neutro e de proteção e em outro esses condutores ficam distintos. Figura: Esquema TN-C-S Fonte: Sonata Engenharia 3.5.2. Esquema TT O esquema TT é definido por um ponto de alimentação sendo aterrado de modo direto, onde as massas são conectadas aos eletrodos de aterramento independente dos eletrodos de aterramento de proteção (ECORI, 2020) Figura: Esquema TT Fonte: Sonata Engenharia No esquema à esquerda, as massas são conectadas em um único eletrodo, porém estão separadas do eletrodo do aterramento funcional, ou seja, do aterramento de alimentação. Já no esquema da direita, o aterramento das massas são aterradas individualmente e também separadas do aterramento de alimentação. 3.5.2. Esquema IT O esquema IT é semelhante ao TT, porém nesse esquema o aterramento de alimentação é realizado através da implantação de uma impedância com um valor considerado alto. Dessa forma a corrente é limitada, não permitindo que na primeira falta o sistema seja desativado. (MATTEDE,2014). Figura: Esquema IT Fonte: Sonata Engenharia No esquema IT, como mostrado na figura acima, as massas podem ser aterradas pelo eletrodo de aterramento próprio, por não existir o aterramento de alimentação. Sendo existente o aterramento de alimentação, neste é aplicado a impedância e as massas são aterradas no mesmo eletrodo do aterramento funcional. 3.4. SISTEMAS FOTOVOLTAICOS NO BRASIL De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica - ABSOLAR, em abril deste ano a energia solar atingiu 1,8% da matriz elétrica brasileira. Nacionalmente é um número pequeno, porém a geração de energia através de sistemas fotovoltaicos no Brasil, vem crescendo exponencialmente. Porém no ranking mundial, o Brasil está entre os 15 primeiros colocados, onde atingiu 10 GW de capacidade instalada até agosto de 2021, em outubro o país atingiu 11 GW, o que equivale a mais de 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, segunda maior do mundo e maior da América Latina. Figura: Matriz elétrica brasileira em 2020 Fonte: BEN, 2021. Figura: Ranking mundial de energia solar Fonte: Irina, 2021 De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL o número de sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil é de 600 mil. Minas Gerais é o estado que lidera a instalação de SF, tendo mais de 108 mil sistemas instalados, sendo o primeiro a chegar na marca de 1 GW de potência instalada. Em segundo lugar está São Paulo com 740 MW e em terceiro está o Rio Grande do Sul, com 730,7 MW de potência instalada Segundo a ABSOLAR (2021) em torno de 80% das instalações fotovoltaicas no Brasil no ano de 2020 são compostos por sistemas de pequeno porte, denominada de geração distribuída, que geralmente envolvem a instalação de sistemas em residências e comércios. No Brasil, a geração distribuída chega a 2,5 GW de potência, enquanto a geração centralizada, na qual são sistemas de grande porte (como usinas solares), chega a 617 MW. A geração fotovoltaica gerou para o Brasil cerca de R$ 52,7 bilhões em novos investimentos, além de mais de 300 mil empregos acumulados desde 2012 e devido a isso foi evitada a emissão de pouco mais de 10,7 milhões de toneladas de CO2 a partir da geração de eletricidade. Visto isso, pode-se concluir que a energia solar possui uma função estratégica no suprimento de eletricidade, sendo essencial para a retomada do crescimento econômico brasileiro. 3.5. RISCOS EM INSTALAÇÕES FOTOVOLTAICAS Ocorre constantemente no decorrer dos anos, acidentes que envolvem energia elétrica em diversos locais, seja em um ambiente residencial, comercial, industrial ou em construção civil. Os sinistros estão relacionados à imprudência, negligência, imperícia, autoconfiança, falta de manutenção e podem causar danos pessoais, materiais ou ambos. (SILVA, 2016). 3.5.1. Choque elétrico O choque elétrico é uma reação no organismo humano que possui estímulos rápidos do sistema nervoso, devido a passagem acidental de uma corrente elétrica originária de uma fonte de tensão externa, em que foi capaz de romper a rigidez dielétrica da pele, interferindo no sistema biológico, resultando em diversas complicações à saúde. (NUNES, 2016). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o choque elétrico, ou como qualquer outro acidente, se enquadra como um acontecimento independente da vontade humana, desencadeado pela ação repentina e rápida de uma causa externa produtora ou não de lesão corporal ou mental. Para haver circulação de corrente elétrica é necessário que haja um circuito elétrico fechado e uma diferença de potencial entre dois pontos, como por exemplo um condutor energizado e a terra. (SILVA e MICHALOSKI, 2017) O choque elétrico pode ocorrer em duas situações: • Contato direto: quando a pessoa toca diretamente a parte viva, através de condutores energizados de uma instalação elétrica; • Contato indireto: contatos de pessoas ou animais com massas que ficaram sob tensão devido a uma falha de isolamento. Os contatos diretos com as partes vivas ou energizadas, são um dos principais responsáveis por vários acidentes graves e muitas vezes até fatais Geralmente ocorrem por falha de isolamento adequado, por ruptura ou remoção indevida das partes isolantes, oupor imprudência de uma pessoa com relação a uma parte viva. Terminais de equipamentos não isolados, condutores e cabos com isolação danificada ou deteriorada e equipamentos de utilização velhos são as “fontes” mais comuns de choques por contatos diretos. (SILVA, 2016) As principais consequências devido a um contato direto são contrações musculares involuntárias, queimaduras variando das superficiais até mais graves, fibrilação ventricular, asfixia, parada cardíaca, anoxia (falta de oxigênio no cérebro), anoxemia (falta de oxigênio no sangue). (ABRACOPEL, 2020) Tabela: Efeitos da corrente elétrica no corpo humano Fonte: Manual do Trabalho Seguro Já os acidentes por choque elétrico ocasionados pelo contato indireto são considerados os de menor gravidade, isso porque apresentam correntes de menor intensidade, visto que são causadas pela concentração de cargas estáticas que estão presentes em carcaças de equipamentos elétricos. (NUNES, 2016) 3.5.2. Arco elétrico O arco elétrico é a consequência do fluxo de corrente elétrica entre dois pontos durante um curto circuito. Para este fenômeno acontecer é necessário que haja duas extremidades com diferença de potencial e através delas, deve estar presente um gás ou isolante onde sofre uma ruptura dielétrica capaz de romper a isolação do ar, produzindo uma descarga elétrica. (MIRANDA, 2021) Devido aos elevados valores de tensão e possuir corrente contínua no sistema fotovoltaico, o arco elétrico pode ser facilmente gerado quando ocorre um seccionamento incorreto, usando algum dispositivo seccionador inadequado, ou quando acontece alguma falha de isolamento e maus contatos nos condutores podendo causar uma elevação de temperatura do local onde o arco está presente e assim podendo levar então ao derretimento e até causar incêndio dos componentes. (VINTURINI, 2020) ABNT NBR 16690:2019 diz que existem três categorias principais de arcos elétricos em sistemas fotovoltaicos, que são: ● arcos em série: resultados de uma conexão defeituosa ou de uma interrupção no cabeamento; ● arcos em paralelo: resultado de um curto-circuito parcial entre cabos adjacentes com diferentes potenciais elétricos; ● arcos para a terra: resultam de uma falha de isolamento. O arco elétrico em série tem uma maior probabilidade de ser gerado em um sistema fotovoltaico, devido o sistema possuir muitas ligações em série. São facilmente interrompidos, em sistemas conectados à rede, pode ser feito através do desligamento do inversor, utilizando a chave seccionadora. Já os arcos elétricos em paralelo são mais raros de acontecer, porém caso aconteça, são mais difíceis de fazer a interrupção, sendo mais perigoso para a instalação. (MAURIN, 2020) Figura: Incêndio em um inversor fotovoltaico. Fonte: For Sun Energy 3.5.3. Descargas atmosféricas Descarga atmosférica é caracterizada pela NBR 5419 (Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas) como uma descarga elétrica de origem atmosférica entre uma nuvem e o solo ou entre nuvens, consistindo em um ou mais impulsos de vários quiloampères Figura: Descarga atmosférica Fonte: Google O raio, ou também denominado relâmpago, é um fenômeno natural em que é perceptível a energia elétrica sendo manifestada visível aos olhos de forma luminosa. A descarga atmosférica provoca uma corrente elétrica de alta intensidade que ao longo do seu percurso ioniza o ar e cria um plasma que emite radiação eletromagnética, em parte sob forma de luz. (MATTEDE, 2014). A quantidade de energia é extremamente alta e podem até causar incêndios. E as consequências que esse acidente pode gerar são sérias queimaduras, danos ao coração, pulmões, sistema nervoso e outras partes do corpo, através do aquecimento e uma variedade de reações eletroquímicas no caso de um raio atingir uma pessoa diretamente. O índice de sobrevivência após ser atingido por um raio é de apenas 2%. (SILVA, 2016) 3.6. SEGURANÇA DO TRABALHO No século XVIII ocorreu um amplo avanço na tecnologia, isso devido a inovação dos transportes movidos a vapor em que estimularam a Revolução Industrial, ou seja, os trabalhos deixaram de ser realizados a mão e passaram a ser de forma mecânica, aumentando a produção e reduzindo o seu custo. Já as indústrias não possuíam boas condições de trabalho, eram locais sujos, muito quentes, péssima iluminação, os operários chegavam a trabalhar 18 horas por dia e recebiam bem pouco pelo seu trabalho. (UFCG, 2013) De acordo com a ABNT, os acidentes de trabalho são todas as ocorrências imprevistas ou indesejadas, que causam alguma lesão física, ou chegam próximo, durante o período de trabalho. Além disso, também são considerados acidentes de trabalho, quaisquer situações que envolvam doenças provenientes da contaminação acidental de pessoal da área médica, no exercício de sua atividade e acidentes sofrido pelo empregado nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião das necessidades fisiológicas, nas instalações da empresa durante seu horário de trabalho. Logo, é necessário que as organizações se atentem para que haja um ambiente seguro para seu colaborador em qualquer local de suas dependências. Para que possamos deixar bem claro tal ponto, vale destacar o que também não é considerado acidente de trabalho, tornando assim, a leitura dos pontos seguintes mais fácil. Portanto, ainda segundo a ABNT, por mais que alguns pareçam óbvios, não são considerados acidentes de trabalho situações que envolvam lutas corporais entre colaboradores ou disputas sobre assuntos que não dizem respeito a empresa; quando o colaborador, mesmo em horário de trabalho, encontre-se fora de local de cobertura da empresa, por motivos que não têm ligação com a empresa; e após alteração recente, em deslocamento a empresa. A prevenção de acidentes em uma empresa vai muito além da utilização de equipamentos de proteção. Como visto acima, a proteção de colaboradores passa por um processo de organização de rotinas, para que nenhuma tarefa seja executada sem o pleno conhecimento da organização. Segundo a Justiça do Trabalho, mais precisamente, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 4ª Região, no Brasil, um acidente ocorre a cada minuto em funções para as quais os colaboradores foram contratados. Somente no ano de 2018, a Previdência Social registrou quase 600 mil acidentes de trabalho envolvendo funcionários com carteira assinada. A Comunicação dos Acidentes de Trabalho é um instrumento que os trabalhadores dispõem para assegurar seus direitos, dessa forma, a CAT garante que o profissional receba os benefícios acidentários e trabalhistas; que o acidente seja legalmente reconhecido pelo INSS; que os serviços de saúde obtenham informações sobre os acidentes e possam assim direcionar ações para redução dos AT, segundo (Gutierrez et al.2013). A história da Segurança do Trabalho no Brasil é confundida com o surgimento da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei n. 5.452, de 16 de Maio de 1943) que regulamentou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, forçando as empresas a aplicá-la. Conforme Artigo 163 e Parágrafo único desta Lei: “Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977). Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento das CIPA (s). (Redação dada pela Lei nº 6.514, de22. 12.1977)”. As Normas Regulamentadoras foram aprovadas no dia 8 de junho de 1978 pela Portaria n. 3214. De acordo com a NR – 1 no item 1.1 diz que é obrigatório que todas as empresas que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho a observância às normas relativas à segurança e medicina do trabalho. E a NR – 4 enfatiza a obrigatoriedade de as empresas manterem em suas unidades, Serviços de Especializadosem Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, com o objetivo de garantir a saúde e segurança dos trabalhadores. (KREMEN e DOMINGUES, 2013). 3.7. NORMAS TÉCNICAS E REGULAMENTARES 3.7.1. NR 10 A Norma Regulamentadora de número 10 tem como objetivo traçado, de acordo com seu item 10.1.1, pontuar as condições mínimas para a realização de serviços relacionados com a eletricidade, se preocupando com a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, em que garanta a segurança e a saúde dos trabalhadores que atuam em tal área, sendo sua finalidade prevenir os acidentes de trabalho. (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2019). No item 10.1.2 a Norma diz que pode ser aplicado às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, nas seguintes etapas: projeto, manutenção, construção, montagem, operação das instalações elétricas inclusive a análise nas suas proximidades. (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2019). Junto com outras 28 Normas a NR-10 teve sua aprovação no dia 08 de junho de 1978, em 07 de dezembro de 2004 houve uma revisão e nova publicação da norma. De acordo com Souza (2010) as mudanças são perceptíveis logo no começo do item 10.2 Medidas de Controle do Risco, demonstrando o papel da empresa com relação à NR-10, e traz a responsabilidade que deve integrar essas medidas junto às iniciativas da empresa, sendo: ∙ Manter esquemas unifilares; ∙ Prontuário de Instalações Elétricas; ∙ Empresas que possuem Sistemas de Elétricos de Potência devem ter procedimentos para emergência; ∙ Certificação dos EPI’s e EPC’s. No item 10.8.5 a empresa deve estabelecer sistema de identificação que permita conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador conforme item 10.8.4, onde empresa deve manter esse item para que possa cobrar e conceder autorização na forma da NR-10 de acordo com o item 10. 8.8.1. Já no item 10.12.3 reafirma a importância da segurança onde as empresas devem manter um padrão de resgates adequado às atividades. Com relação ao item 10.13.1 da NR-10 define que tanto contratante ou contratado são responsabilizados pelo cumprimento dela, ou seja, de caráter solidário. As empresas devem fornecer treinamentos específicos quanto aos riscos encontrados no campo da energia elétrica. A reciclagem também deve ser realizada a cada dois anos ou sempre que se fizer necessário, conforme sita o item 10.8.8.2 da NR: a) Troca de função ou mudança de empresa; b) Retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três meses; c) Modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e organização do trabalho. De acordo com Kremen e Domingues (2013) não é de competência do Ministério do Trabalho definir as qualificações mas sim ao Conselho Federal, definir e fiscalizar, pois no item 10.2.7 da NR-10 a mesma define que os Prontuários de Instalações Elétricas – PIE - devem ser elaborados por profissionais habilitados específicos daquela área, portanto o treinamento a ser aplicado deve ser realizado por um profissional independente de instituição de ensino que seja habilitado que atenda as especificações da NR-10. Os treinamentos realizados pelas próprias empresas são válidos, pois se pode destacar os riscos que os trabalhadores possam vir a encontrar, e a importância desses treinamentos ganha um reforço no item 10.13.2 da norma que diz: 10.13.2 É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo- os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados. Já aos trabalhadores devem desempenhar, conforme item 10.13.4: a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho; b) responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde; e c) comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações que considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas. Apesar de uma adequação da NR-10 em uma empresa ser relativamente “cara”, traz diversas vantagens para a mesma, visto que com a não implantação da norma, pode acarretar maiores prejuízos. Toda empresa preza, principalmente, a sua imagem para com a sociedade, ela não sendo positiva, não há prospecção de clientes e de lucros. De acordo com Junior (2018) um acidente de trabalho pode gerar essa imagem negativa, visto que é um ambiente totalmente perigoso. Além disso, caso ocorra algum acidente, os funcionários ficariam mais desanimados e assim diminuiria a produção e o rendimento do local. Outros prejuízos como a danificação de equipamentos, podem gerar grandes custos para a empresa. Por isso com a implementação da NR-10 pode evitar grandes prejuízos, seja para indústrias, comércios e até mesmo residências. Outro ponto positivo que leva a implementação da norma, é a valorização do profissional da área, uma vez que o trabalhador possui uma maior responsabilidade na execução dos serviços. Além disso, possui benefícios como, argumentação na solicitação de verba para adequações, padronização nas tarefas executadas em instalações elétricas, e com mais conhecimento acerca dos riscos, tem menos chances de correr perigo quando exposto a uma instalação elétrica. (JUNIOR, 2018). 3.6.2. NBR 5410 A norma brasileira NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão - tem o objetivo de definir condições mínimas para que uma instalação de baixa tensão funcione sem falhas, assim garantindo uma maior segurança às pessoas e animais, e também assegurar a conservação dos bens. Tal norma se aplica às edificações, sejam elas residenciais, comerciais, públicas, agropecuárias, hortigranjeiras, entre outros; áreas externas às edificações; acampamentos; e instalações temporárias como: feiras, canteiros de obras e exposições. No item 1.2.2. a norma diz que também se aplica: a) aos circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a 1 000 V em corrente alternada, com freqüências inferiores a 400 Hz, ou a 1 500 V em corrente contínua; b) aos circuitos elétricos, que não os internos aos equipamentos, funcionando sob uma tensão superior a 1 000 V e alimentados através de uma instalação de tensão igual ou inferior a 1 000 V em corrente alternada (por exemplo, circuitos de lâmpadas a descarga, precipitadores eletrostáticos etc.); c) a toda fiação e a toda linha elétrica que não sejam cobertas pelas normas relativas aos equipamentos de utilização; d) às linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos internos dos equipamentos). De acordo com a NBR 5410:2004 antes do serviço ser entregue ao usuário, qualquer instalação nova ou em processo de reforma, deve ser inspecionada e ensaiada durante ou após a finalização da obra. Toda inspeção deve ser executada por profissionais qualificados e habilitados com curso devidamente reconhecido pelos órgãos competentes. E logo após a inspeção devem ser emitidos relatórios e laudos avaliando determinada instalação elétrica. 3.6.3. NBR 16690 A NBR 16690 - Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos - é uma norma brasileira na qual estabelece os requisitos mínimos para projetos de sistemas fotovoltaicos, nele é incluído os critérios para condutores, dispositivos de proteção elétrica, dispositivos de manobra, aterramento e equipotencialização do sistema. O objetivo dessa norma é definir as condições necessárias para a segurança de um sistema fotovoltaico, visto que esses sistemas em corrente contínua geram riscos além daqueles que tem origem de sistemas de potência comuns em corrente alternada, onde também tem a capacidade de gerar sustentar arcos elétricos com correntes menores que as correntes em sua operação normal. Em sistemas fotovoltaicos conectados à rede, os requisitos de segurança descritos nesta Norma são, contudo, criticamentedependentes da conformidade dos inversores associados ao arranjo fotovoltaico com os requisitos da IEC 62109-1 e da IEC 62109-2. (NBR 16690:2019) Em relação a verificação final do serviço antes de ser entregue ao usuário, laudos essa norma aplica-se a NBR 5410:2004 e adicionalmente a NBR 16274. Para o fornecimento das documentações também utiliza-se a NBR 16274. (NBR 16690:2019) 4. METODOLOGIA Para realização deste trabalho, primeiramente será feito uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de apresentar o contexto teórico sobre sistemas fotovoltaicos e normas técnicas vigentes. No estudo de caso, primeiramente foi realizada uma inspeção visual, onde foi observada uma equipe de instalação fotovoltaica durante uma obra em uma residência na cidade de Vitória da Conquista. Logo após a inspeção, será apresentado um Relatório Técnico das Inspeções – RTI, documento exigido pela NR-10 no item 10.2.4 e a partir desse relatório será possível identificar se existente, as inconformidades existentes durante a instalação. Sendo encontrado irregularidades no processo da instalação, será apresentado uma Análise Preliminar de Riscos – APR – baseado no RTI, a fim de apresentar aos colaboradores as situações de riscos que estão sendo expostos e demonstrar as correções necessárias que devem ser feitas para que sejam minimizados possíveis danos à saúde e integridade física dos mesmos. Para isso será seguido as principais normas técnicas como a NR10, NBR 5410 e a NBR 16690. A implantação da metodologia passa pelas seguintes etapas: ● Inspeção visual para análise de riscos nas instalações fotovoltaicas; ● Estudo de Medidas de Controle do Risco Elétrico e riscos adicionais; ● Análise de mudanças conforme normas técnicas vigentes; ● Análise de mudanças conforme as regulamentações do MTE; ● Inspeção de Equipamentos de Proteção Coletiva; ● Inspeção de Equipamentos de Proteção Individual; ● Análise de rotinas de trabalho – Procedimentos; ● Análise da documentação das instalações elétricas; ● Acompanhamento de status de treinamento de cada colaborador; ● Elaboração do relatório técnico. ● Elaboração de uma Análise Preliminar de Riscos – APR. 5. DESENVOLVIMENTO O estudo de caso foi realizado em uma residência na cidade de Vitória da Conquista, onde foi feito um acompanhamento durante a instalação do sistema fotovoltaico, onde estava presente os instaladores e o engenheiro responsável pela execução da obra. O sistema fotovoltaico que será instalado possui as seguintes características: Tabela: Características do sistema fotovoltaico Fonte: O telhado que receberá os 8 módulos de 445 kW cada, é do tipo Eternit/Amianto - 5mm / 6mm, como mostra a figura a seguir: Figura: local da instalação dos módulos Fonte: Figura: Esquematização em 3D da instalação dos módulos Fonte: 5.1. Projeto Para execução da instalação fotovoltaica alguns documentos ficam à disposição dos trabalhadores autorizados antes de iniciar o processo de instalação, como os diagramas unifilar e multifilar, ordem de serviço e resumo de dimensionamento. A NR 10 torna obrigatório a elaboração, no mínimo, do diagrama unifilar em uma instalação elétrica, seja qual for o valor da carga instalada do sistema. De acordo com o item 3.1 da norma, que trata sobre a segurança em projetos, o diagrama deve especificar os pontos de desenergização, dispositivos de proteção e seccionamento, esquemas de aterramento, e dimensionamento dos componentes presentes no sistema. Figura: Diagrama unifilar Fonte: No diagrama unifilar para uma sistema fotovoltaico é representado graficamente, através de símbolos específicos estabelecidos pela norma da concessionária, todo o percurso do circuito elétrico a partir dos módulos fotovoltaicos, atravessando os equipamentos de proteção e o inversor até alcançar ao padrão de energia da rede elétrica de distribuição. Mesmo que não obrigatório, na execução da instalação fotovoltaica na qual foi feito o estudo de caso, além do diagrama unifilar foi apresentado o diagrama multifilar. Esse diagrama possui o mesmo objetivo da unifilar, porém possui mais detalhes na representação dos condutores. Figura: Diagrama multifilar Fonte: Além do diagrama, a NR 10 faz exigências em relação ao memorial descritivo do projeto, onde deve ser descrito e especificado as características de proteção do sistema. 5.2. Aterramento e Equipotencialização Conforme a NBR 5410:2004, toda instalação, seja ela nova ou reformada, é obrigatório que possua uma infraestrutura de aterramento. Para a instalação do sistema fotovoltaico, é preciso que seja analisada a existência ou não de aterramento no local e se está de acordo com as exigências da norma. A NBR 16690 determina que todos elementos condutores que estão expostos, seja nas partes CC ou CA, devem ser conectados a um mesmo barramento de equipotencialização e em seguida serem aterrados, como mostra a figura a seguir. Figura: esquema de aterramento de um sistema fotovoltaico Fonte: NBR 16690 No caso do local de estudo, não havia existência de um sistema de aterramento, então a própria equipe providenciou a construção da infraestrutura para que garantir que as massas ou partes condutoras acessíveis não oferecessem riscos tanto para os trabalhadores quanto para os usuários. Figura: Instalação do aterramento Fonte: Autoria própria Como apresentado no diagrama multifilar no item 5.1, figura X , o esquema de aterramento utilizado para a instalação foi o modelo TN-S, onde foi inserido três hastes de aterramento com a interligação feita com condutores de cobre nú de 16mm². 5.3. Instalação dos módulos fotovoltaicos Já analisado o local que será feita a instalação dos módulos, os instaladores devem seguir o modelo dimensionado e esquematizado como mostrado na figura X no item 5 deste trabalho. Para a instalação do arranjo fotovoltaico um dos primeiros desafios que a equipe tem de enfrentar é o acesso ao local, visto que o telhado se encontra a mais de dois metros de altura. Além do risco de altura, como os módulos devem ser alocados a céu aberto para que seja captados a radiação solar, no momento da instalação os trabalhadores estão expostos à insolação, poeira, umidade, insetos, etc. A NR 10 define esses riscos como riscos adicionais, e exige que sejam aplicadas medidas preventivas para o controle das mesmas, a fim de garantir a segurança da equipe. Figura: Trabalhador exposto à riscos adicionais Fonte: Autoria própria Visto que o sistema fotovoltaico está sempre alimentado devido à radiação solar e não pode ser desenergizado durante a instalação ou manutenção, destinado a garantir a segurança em relação aos riscos elétricos presentes nessa etapa, a equipe realizou a equipotencialização da estrutura metálica para suporte antes da montagem dos módulos. Figura: Equipotencialização da estrutura metálica Fonte: Autoria própria Logo feita a equipotencialização, o suporte de estrutura metálica já está preparado para receber os módulos fotovoltaicos. Uma vez que as placas seriam inseridas em um lugar muito alto, para transportá-las até o telhado foi utilizado cordas para elevação das mesmas. Dessa forma, diminui os riscos de queda dos colaboradores e também dos módulos, podendo danificá-los. Figura: Transporte dos módulos para o telhado. Fonte: Autoria própria De acordo em que os módulos são transportados, um por um, a equipe realiza a instalação de cada placa sob a estrutura e fazendo as devidas conexões. Da mesma forma que a estrutura do suporte deve ser equipotencializada, os módulos também devem passar por esse procedimento. Os módulos possuem furos próprios que são feitos exatamente para a função de aterramento. Estes furos devem possuir identificação de aterramento, como o seu símbolo específico. Figura: Aterramento do módulo fotovoltaico. Fonte: Solar Inove, 2021 Depois de realizada a equipotencialização de todos os módulos, são feitas todas as conexões necessárias para a geração corretade energia elétrica. Durante o manuseio dos módulos, é indispensável o uso de luvas específicas para eletricidade, além de outros EPI 's que serão explicados mais à frente. Figura: Etapa de conexão dos módulos Fonte: Autoria própria 5.4. Instalação do inversor e dispositivos de proteção Conforme Silva (2016), a aplicação do conhecimento de proteções de sistemas elétricos é fundamental para diminuir as situações de risco, uma vez que a maioria das ocorrências de acidentes são por causa de fiação desencapada, partes energizadas expostas e sem barreiras de proteção. O modelo do inversor utilizado no projeto é o SOFAR 5KTLM-G2, com as seguintes especificações, fornecidas pelo manual do equipamento: SOFAR 5KTLM-G2 Dados de entrada Potência máxima de entrada: 5500 W Potência máxima por MPPT: 3000 W Max. corrente de entrada por MPPT: 11.0 A Min. tensão de entrada: 90 V Feed-in tensão de entrada: 120 V Tensão nominal de entrada: 360 V Max. tensão de entrada: 600 V Dados de saída Potência nominal de saída 5000 W Max.potência de saída 5000 VA Max. corrente de saída 22.8 A Conexão a rede 180 – 276V MONOFASICO 220V Frequência 47 Hz ~ 55 Hz / 54 ~ 66 Hz Distorção harmônica total < 3 % Fator de potência (cos fac,r) 0.8 – 1 ind. / cap. 5.5. Funções de proteção do inversor O inversor utilizado possui diversas funções de proteção habilitadas durante sua configuração, para garantir a segurança dos instaladores e usuários do sistema. Essas funções de proteção têm seus códigos retirados da tabela ANSI, responsável por padronizar tais funções. Todos os parâmetros de proteção utilizados foram configurados de acordo com a norma NOR.DISTRIBU-ENGE-0002 da Neoenergia. 5.5.1. Função 81 O/U – Sobrefrequência/Subfrequência Com o intuito de desconectar o barramento do usuário da rede da concessionária diante de alterações anormais de frequência, o inversor foi programado com a função de sobrefrequência e de subfrequência com curvas de tempo definido ajustadas em um estágio conforme abaixo: 𝐹𝑝 81𝑂−1 = 60, 5𝐻𝑧 𝐹𝑝 81𝑈−1 = 59, 5 𝐻𝑧 O tempo de operação do inversor para tal função, será ajustado em um valor máximo de atuação determinado pela concessionária: 𝑇𝐷 81𝑂−1 = 5 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠 𝑇𝐷 81𝑈−1 = 5 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠 5.5.2. Função 25 – Sincronismo A fim de conectar a microgeração à rede da concessionária, observando-se todos os critérios de sincronismo para que os dois sistemas possam entrar em paralelo de forma segura, foi configurada a função sincronismo. O sincronismo será realizado pelo inversor instalado visto que os equipamentos precisam de referência de tensão da rede da concessionária para que possam conectar a geração à concessionária. Dessa forma, fica a cargo da central geradora a conexão com a rede da concessionária, respeitadas as condições de sincronismo, respeitando valores máximos de configuração de 10% do valor nominal da tensão, 10º para o ângulo de cada fase, e 0,3Hz da frequência da rede da concessionária. 5.5.3. Função 27 – Subtensão Com o intuito de desconectar o barramento do usuário da rede da concessionária diante de alterações anormais provenientes de redução da tensão eficaz de fornecimento, foi programada a função de subtensão com curvas de tempo definido. As tensões utilizadas para dimensionamento da proteção serão de fase-neutro. 𝑉𝑝 27−1 = 80%×𝑉 𝑛 𝐹𝑁 𝑉𝑝 27−1 = 80%×220𝑉 𝑉𝑝 27−1 = 176 𝑉 O tempo de operação do inversor para tal função, será ajustado em um valor máximo de atuação determinado pela concessionária: 𝑇𝐷 27−1 = 5 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠 5.5.4. Função 59 – Sobretensão Com o intuito de desconectar o barramento do usuário da rede da concessionária diante de alterações anormais provenientes de aumento da tensão eficaz de fornecimento, será programada a função de sobretensão com curvas de tempo definido. As tensões utilizadas para dimensionamento da proteção serão de fase-neutro. 𝑉𝑝 59−1 = 110%×𝑉 𝑛 𝐹𝑁 𝑉𝑝 59−1 = 110%×220𝑉 𝑉𝑝 59−1 = 242 𝑉 O tempo de operação do inversor para tal função, será ajustado em um valor máximo de atuação determinado pela concessionária: 𝑇𝐷 59−1 = 5 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠 5.5.5. Anti-Ilhamento Com o intuito de evitar que a central geradora opere de forma ilhada no sistema do acessante, será utilizado as proteções do inversor instalado na microgeração, que atendem aos requisitos estabelecidos na ABNT-NBR 16149:2013, ANBT-NBR 16150:2013, ABNT-NBR 62116-2012, quanto às faixas de operação normal de: tensão CA, injeção de componente CC, frequência (Hz), fator de potência, distorção harmônica de corrente, proteção anti-ilhamento, reconexão, isolação e seccionamento. 5.6. Conexão do sistema fotovoltaico à rede elétrica Quando concluído as fases de instalação dos módulos fotovoltaicos, do inversor, string box e todas as conexões realizadas entre essas etapas conforme a NBR 16690, agora será feita a conexão de todo o sistema de geração com a rede elétrica. Essa conexão serve para que o que for gerado do sistema fotovoltaico e não for consumido, fique armazenado na rede e assim a concessionária, nesse caso a COELBA - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia, pode contabilizar os créditos que o cliente possui de acordo com sua geração e assim abatendo os valores de faturamento. Conforme a NR 10 o primeiro passo e sendo mais importante para a segurança em serviço de instalação elétrica, é a desenergização. Dessa forma o colaborador pode realizar a interligação do sistema fotovoltaico no quadro de distribuição geral da residência. Como pode observar na imagem a seguir, o disjuntor geral foi desativado: Figura: Desenergização da instalação elétrica. Fonte: Autoria própria Outro passo importante para a realização de um trabalho em uma instalação elétrica, de acordo com a NR 10 é o impedimento de reenergização através de bloqueios e etiquetagens. No caso desta instalação residencial, poderia ser utilizado um cadeado de bloqueio, como mostrado na figura X, para que impeça os outros trabalhadores ou até mesmo os moradores do local possam, acidentalmente, religar o circuito em que estão trabalhando. Mas infelizmente, essa etapa não foi realizada pela equipe. Figura: Cadeado de Bloqueio. Fonte: TAGOUT O próximo passo, é a constatação de ausência de tensão. Essa etapa consiste em verificar se o circuito está realmente desenergizado, e assim poderá ser realizado o serviço. Essa etapa deve ser realizada com instrumentos de medição ou instrumentos detectores de tensão, neste estudo foi utilizado um multímetro. Os equipamentos de detecção devem ser testados antes e após a verificação da ausência de tensão, sendo realizada por contato ou por aproximação e de acordo com procedimentos específicos. Na figura a seguir, pode-se observar através do multímetro que a tensão no quadro de distribuição é zero. Figura: Constatação de ausência de tensão Fonte: Autoria própria Visto que o quadro de distribuição não consta qualquer presença de tensão, pode ser feita a etapa de conexão do sistema fotovoltaico com a rede de distribuição. Para a conexão na rede elétrica deve-se conectar o sistema ao barramento do quadro de distribuição geral, utilizando um disjuntor, sendo corretamente dimensionado para proteção do cabo que conecta o sistema à rede de distribuição. Figura: Sistema conectado à rede elétrica. Fonte: Autoria própria Feita a conexão corretamente, a instalação elétrica já pode ser reenergizada, sendo autorizada pelo profissional qualificado. Para finalizar a etapa de instalação do sistema fotovoltaico, foi realizada a configuração do inversor, conectado a rede wifi para obtenção dos dados de geração. E também, houve a verificação de tensão no dispositivo de proteção CC e CA. 5.7. Equipamentos de proteção individual Inicialmente foi realizada uma inspeção visual nos equipamentos de proteção individual utilizados pela equipe de instalação acompanhada, com a função de verificar o pleno funcionamentode cada equipamento e sua correta utilização. Para isso, foram colhidos os números de CA de cada um. O CA é um certificado de aprovação emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que estabelece pontos como detalhes do produto, a data de validade para comercialização, dados do fabricante, sua correta utilização e demais observações. É de extrema importância que tanto empregador, quanto empregado, estejam sempre atentos a essa informação. 5.7.1. Capacetes Durante a inspeção visual destes equipamentos, foram encontrados dois diferentes tipos de capacetes utilizados pela equipe de instalação. Após consulta dos seus respectivos certificados de aprovação fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram encontradas tais informações: Tabela: Certificado de Aprovação CA 14.616: Validade: 02/04/2017 - VENCIDO Produto: Nacional Equipamento: Capacete Classe A Descrição: Capacete para uso na indústria, tipo II, classe A, injetado em polietileno de alta densidade, com suspensão injetada de baixa densidade, tira absorvente de suor, ajuste da suspensão através de dentes. Deverá apresentar o selo do INMETRO. Aprovado para: Proteção da cabeça do usuário contra impactos de objetos sobre o crânio Marcação do CA: Parte inferior da aba. Referências: VONDER VD III Normas técnicas: ABNT NBR 8221:2003 Nº. Laudo: Certificado de Conformidade nº 70837/140403 Laboratório: OCP: Instituto Falcão Bauer de Qualidade – IFBQ. Tabela: Certificado de Aprovação CA 12.617: Validade: 10/01/2014 - VENCIDO Produto: Nacional Equipamento: Capacete Classe A Descrição: Capacete de segurança para uso na indústria, injetado em polietileno de alta densidade, com carneira em polietileno de baixa densidade, tira absorvente de suor, ajuste da suspensão através de pinos. Deverá apresentar o selo do INMETRO. Aprovado para: Proteção da cabeça do usuário contra impactos de objetos sobre o crânio Marcação do CA: Parte inferior da aba. Referências: Plasticor I Normas técnicas: ABNT NBR 8221:2003 Nº. Laudo: Certificado de Conformidade nº 157/10 Laboratório: OCP: Instituto Falcão Bauer de Qualidade – IFBQ. A utilização de capacetes de proteção está no anexo I da norma regulamentadora - NR 6. Vale destacar que durante a permanência de qualquer pessoa durante o local de instalação do sistema fotovoltaico, é fundamental a utilização do capacete, além do isolamento da área de instalação. Para ambos os capacetes encontrados com a equipe de instalação, a comercialização é proibida, pois os certificados de aprovação estão com os prazos de validade vencidos. Apesar do bom estado de conservação dos capacetes, os principais fabricantes indicam que sejam trocados a cada 5 anos, para que sua qualidade seja mantida, logo, é indicado que os capacetes sejam trocados, garantindo a integridade física dos seus usuários. É necessário também que os eletricistas realizem as devidas higienizações dos capacetes, mantendo-os longe de substâncias químicas. Figuras: Capacetes utilizados em estudo de caso 5.7.2. Luvas A utilização de luvas de proteção está no anexo I da norma regulamentadora - NR 6. Vale destacar que a utilização das luvas de proteção é essencial para a proteção de parte dos membros superiores da equipe de instalação. Também é importante analisar previamente o tipo de trabalho que será realizado para que as luvas possam ser utilizadas corretamente. Durante o estudo de caso, foram encontrados dois tipos de luvas utilizadas pela equipe de instalação. Após consulta dos seus respectivos certificados de aprovação fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram encontradas tais informações: Tabela: Certificado de Aprovação CA 30.916: Validade: 21/01/2026 - VÁLIDO Produto: Nacional Equipamento: Luva para proteção contra agentes mecânicos Descrição: Luva de segurança confeccionada em fibras sintéticas, revestimento da face palmar e ponta dos dedos em poliuretano (PU), punho com inserções de fibras elásticas e acabamento em fibras sintéticas. Aprovado para: Proteção das mãos dos usuários contra agentes abrasivos, escoriantes, cortantes e perfurantes. Restrição: EPI não aprovado para uso em operações de soldagem e processos similares Marcação do CA: Impressão no dorso Referências: Tátil Black Normas técnicas: DIN EN 420/2010 + A1:2009, DIN EN 388:2017 Nº. Laudo: ELA/L – 329.057/2/20 Laboratório: L. A. FALCÃO BAUER - CENTRO TECNOLÓGICO DE CONTROLE QUALIDADE LTDA Tabela: Certificado de Aprovação CA 35.435: Validade: 21/01/2026 - VÁLIDO Produto: Nacional Equipamento: Luva para proteção contra agentes mecânicos Descrição: Luva de segurança tricotada em poliéster, revestimento em poliuretano na palma, face palmar e pontas dos dedos, dorso ventilado, punho em poliéster com elastano, acabamento em overloque. Aprovado para: Proteção das mãos dos usuários contra agentes abrasivos, escoriantes, cortantes e perfurantes. Restrição: EPI não aprovado para uso em operações de soldagem e processos similares Marcação do CA: Na etiqueta Referências: WK29 -PU TOUCH Normas técnicas: BS EN 420:2003 + A1:2009, BS EN 388:2016 Nº. Laudo: EPI 9174/19 Laboratório: IBTEC - INSTITUTO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DO COURO, CALCADO E ARTEFATOS Em relação às luvas encontradas durante a visita para estudo de caso, foi constatado que estão em bom estado de conservação, porém não oferecem uma completa proteção aos seus usuários, visto que são indicadas apenas para proteção contra agentes mecânicos. Também foi perceptível durante a instalação que em alguns momentos, por descuido, a equipe não utilizava as luvas, sendo necessário uma conscientização. Logo, a utilização de tais luvas é indicada apenas para o processo de montagem das estruturas, e transporte das placas solares. Para a etapa de instalação de equipamentos elétricos, como disjuntores, relés, inversores, cabos energizados, tais EPIs citados acima não são adequados. Portanto, é necessário que os colaboradores também estejam equipados com luvas isolantes de borracha. Figuras: luvas utilizadas em estudo de caso 5.7.3. Óculos A utilização de óculos de proteção está no anexo I da norma regulamentadora - NR 6. Vale destacar que a utilização dos óculos de proteção é essencial para a proteção de parte dos membros superiores da equipe de instalação. Também é importante analisar previamente o tipo de trabalho que será realizado para que os óculos possam ser utilizados corretamente. Durante o estudo de caso, foi encontrado um mesmo tipo de óculos de proteção, utilizado por toda a equipe. Após consulta dos seus respectivos certificados de aprovação fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram encontradas tais informações: Tabela: Certificado de Aprovação CA 39.878: Validade: 05/04/2022 - VÁLIDO Produto: Nacional Equipamento: Óculos Descrição: Óculos de segurança, constituídos de armação e visor confeccionados em uma única peça de policarbonato incolor, amarelo, cinza (fumê) ou verde, com apoio nasal e proteção lateral injetados do mesmo material. As hastes, do tipo espátula, são confeccionadas do mesmo material da armação e fixadas às extremidades do visor através de pinos plásticos. Aprovado para: Proteção dos olhos dos usuários contra impactos de partículas volantes multidirecionais e contra luminosidade intensa no caso das lentes cinza e verde. Marcação do CA: Na haste direita Referências: SKY INCOLOR WPS 0206 (lente incolor) Normas técnicas: ANSI.Z.87.1/2003 Nº. Laudo: 275/2016-A Laboratório: : FUNDACENTRO - FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEIREDO DE SEG E MED DO TRABALHO Em relação aos óculos de proteção, o certificado de aprovação permite que o modelo ainda seja comercializado. Foi identificado que durante a instalação do sistema fotovoltaico, nem toda equipe utilizava tal EPI, além de um deles estar com uma das hastes danificadas, não obtendo uma perfeita fixação na cabeça. Vale destacar que a conservação do EPI é de obrigação do empregado, e considerando que o óculos de proteção é fabricado deum material mais frágil, é necessário que haja um cuidado maior com o equipamento. Também é importante que o empregador realize o fornecimento de óculos de proteção com uma maior frequência. Figuras: Óculos utilizados em estudo de caso 5.7.4. Cinturão de Segurança A utilização de cinturão de segurança está prevista no anexo I da norma regulamentadora - NR 6. Vale destacar que a utilização do cinturão de proteção é essencial para a proteção dos trabalhadores que executam serviços em altura. Para a utilização de tal EPI, também é necessário que seja realizada uma linha de vida com cordas de boa qualidade. Após consulta dos seus respectivos certificados de aprovação fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram encontradas tais informações: Tabela: Certificado de Aprovação CA 39.540: Validade: 21/05/2023 - VÁLIDO Produto: Nacional Equipamento: Cinturão de segurança com talabarte ou trava-queda Descrição: Cinturão tipo paraquedista confeccionado em fita poliéster, com um ponto de ancoragem dorsal em meia argola em “D” em aço forjado, posicionada nas costas na altura dos ombros, regulável ao cinto através de um passante plástico. O cinturão também possui duas fivelas simples em aço que são utilizadas para ajuste das correias nas pernas e possui uma fita de poliéster com duas meias argolas em aço para ajuste peitoral. O cinturão de segurança é utilizado com os seguintes talabartes de segurança e trava-quedas: 1) Talabartes com absorvedor de energia - 00650/1, 00650/4. 2) Talabartes sem absorvedor de energia (para outros usos que não proteção contra a queda) - 00435/1, 00650/2. 3) Trava-quedas - 00704. Aprovado para: Proteção dos usuários contra riscos de quedas nos trabalhos em altura. Marcação do CA: Na etiqueta Referências: 00435 Normas técnicas: ABNT NBR 15836:2010, ABNT NBR 15834:2010, ABNT NBR 14626:2010, ABNT NBR 14629:2010 Nº. Laudo: Certificado de Conformidade nº 07879-01/2020 Laboratório: OCP: Instituto Falcão Bauer de Qualidade - IFBQ Durante o estudo de caso, não foi encontrada nenhuma falha relacionada a utilização do cinturão de segurança, além da linha de vida. Todos os cinturões utilizados pela equipe de instalação estão em bom estado de conservação, e foram utilizados em todos os momentos em que a equipe trabalhou em altura, para montagem da estrutura e instalação das placas solares. Figuras: Cinturão utilizado pela equipe em estudo de caso 5.7.5. Botas de proteção A utilização de botas de proteção está no anexo I da norma regulamentadora - NR 6. Vale destacar que a utilização das botas de proteção é essencial para a proteção de parte dos membros inferiores da equipe de instalação. Assim como qualquer outro EPI, também é importante analisar previamente o tipo de trabalho que será realizado para que as botas possam ser utilizadas corretamente. Durante o estudo de caso, foi encontrado um tipo de bota. Após consulta dos seus respectivos certificados de aprovação fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram encontradas tais informações: Tabela: Certificado de Aprovação CA 17.137: Validade: 10/08/2025 - VÁLIDO Produto: Nacional Equipamento: Botina - Tipo B Descrição: Calçado ocupacional tipo botina, modelo blatt,fechamento em elástico, confeccionado em couro curtido ao cromo, palmilha de montagem em não tecido, montada pelo sistema strobel, solado em poliuretano monodensidade. Aprovado para: Proteção dos pés do usuário contra riscos de natureza leve e contra agentes abrasivos escoriantes. Marcação do CA: No solado Referências: 02 Normas técnicas: ABNT NBR ISO 20344:2015, ABNT NBR ISO 20347:2015 Nº. Laudo: EPI 10308/20 Laboratório: IBTEC - INSTITUTO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DO COURO, CALCADO E ARTEFATOS Não foram encontradas inconformidades relacionadas às botas de proteção 5.7.6. EPI’s não utilizados Com o objetivo de orientar e alertar o empregador, e sobretudo os empregados em relação a sua saúde e integridade física, é extremamente necessário que todos os usuários conheçam todos os EPI’s necessários, para que possa haver uma cobrança mútua, e por fim, um bem estar geral. Durante o estudo de caso, e com base na norma regulamentadora - NR 6, ficou perceptível a ausência de alguns equipamentos de proteção individuais, de extrema importância para a segurança da equipe. Os equipamentos de proteção não utilizados serão abordados no próximo tópico. 5.7.6.1. Protetor Auditivo Conforme a norma regulamentadora NR 15, os protetores auditivos têm a função de proteger, atenuando ruídos externos, além da entrada de objetos indesejados no canal auditivo. A utilização deste EPI é imprescindível. Acompanhando a equipe, foi notada a ausência dos protetores durante a montagem das estruturas das placas solares, e instalação de placa de aviso relacionada à geração própria, no padrão de entrada da residência, momentos em que foi utilizada furadeira. 5.7.6.2. Luva Isolante de Borracha Esse modelo de luva deve ser utilizado sempre que o trabalhador for manusear áreas energizadas, sendo necessário sempre a observação da classe e níveis de tensão. Em nenhum momento foram utilizadas luvas deste tipo. Nesse caso, cabe ao empregador o fornecimento de tal EPI. 5.7.6.3. Protetor respiratório Máscaras de proteção são essenciais quando executados trabalhos em áreas com excesso de poeira, e fragmentos de construção, evitando possíveis problemas respiratórios. 5.7.6.4. Protetor solar e vestimentas com proteção UV Mesmo em dias nublados, conforme a data da visita técnica, protetor solar, e vestimentas com proteção contra raios ultravioletas são de extrema importância para a proteção dos trabalhadores. Segundo a OMS, cerca de 33% dos casos de câncer, são de pele. Logo, esse tipo de cuidado é essencial. Foi notado que a vestimenta da equipe possui em sua composição 100% de algodão, o que é cerca de 30 vezes menos eficiente que uma blusa com proteção UV. 5.8. Inspeção de equipamentos de proteção coletiva Com o objetivo de manter em segurança não apenas os trabalhadores, mas também os moradores do local, além de aumentar a produtividade, considerando que os trabalhadores estarão com um sentimento de segurança maior, alguns equipamentos de proteção coletiva são fundamentais. As normas regulamentadoras nº 4 e 9 tratam detalhadamente sobre tal assunto. Conforme analisado durante o estudo de caso, apenas um equipamento de proteção coletiva foi utilizado. 5.8.1. Placa de sinalização Considerando o fato de que a sinalização nunca é demais, a placa instalada logo acima do padrão do cliente, informando o risco de choque elétrico, por conta da geração própria de energia, na cor amarela, chama bastante atenção, e alerta usuários, eletricistas da concessionária, e pedestres sobre tal situação. Figuras: Placa de sinalização 5.8.2. EPC’S não utilizados A não utilização de equipamentos de proteção coletiva pode causar sérios prejuízos e danos, a empregados, empregadores e terceiros. Com o constante crescimento da utilização de energia solar, a segurança deve sempre estar em evidência, para evitar eventos indesejados. Durante o estudo de caso, alguns equipamentos de proteção coletiva não foram utilizados, trazendo um risco ao bem estar geral. Estes serão citados nos tópicos abaixo. 5.8.2.1. Fita de sinalização A fita de sinalização tem o objetivo de delimitar o espaço físico, para que não haja a entrada de terceiros não autorizados ao local de risco. Este sem dúvida, foi o equipamento de proteção ausente mais evidente, considerando as circunstâncias da instalação. 5.8.2.2. Kit de primeiros socorros A equipe de instalação não possuía nenhum kit de primeiros socorros para amenizar qualquer lesão física, sendo de obrigação do empregador oferecer tal equipamento de proteção. 5.9. TREINAMENTOS Quando o assunto é segurança, um ponto crucial para manter a integridade física dos colaboradores são os treinamentos. Com o objetivo de estabelecer condições mínimas e requisitos para implantação