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Regulação da respiração Apg 19 OBJETIVOS: 1- Entender a relação entre o sistema nervoso e a respiração. (qual sistema detecta e quais respostas compensatórias) 2- Compreender o mecanismo das trocas gasosas e onde ocorre. 3- Comparar a respiração em situações normais e alteradas O sistema nervoso normalmente ajusta a intensidade da ventilação alveolar de forma quase precisa às exigências corpóreas, de modo que as pressões do oxigênio (PO2) E do dióxido de carbono (PCO2) no sangue arterial pouco se alterem, mesmo durante atividade física intensa e outros tipos de estresse respiratório. Centro respiratório É composto por diversos grupos de neurônios localizados bilateralmente no bulbo (maior parte) e na ponte do tronco cerebral. Tronco encefálico: Grupo respiratório dorsal o Localizado na porção dorsal do bulbo; o Agrupamento de neurônios; o Trabalhada na inspiração, tranquila ou forçada; o Na respiração tranquila – trabalha sozinho o Na respiratória forçada- dorsal + ventral o Desempenham o papel mais importante no controle da respiração e, em grande parte, se situa no interior do núcleo do trato solitário (NTS) o NTS – terminação sensorial dos nervos vago e glossofaríngeo, que transmitem sinais sensoriais para o centro respiratório a partir de: Quimiorreceptores periféricos; Barorreceptores; Vários tipos de receptores nos pulmões o O ritmo básico respiratório é gerado principalmente, no grupo dorsal de neurônios. Esse grupo de neurônios gera surtos repetitivos de potenciais de ação neuronais inspiratórios. Grupo respiratório ventral o Localizado na parte ventrolateral do bulbo; o Agrupamento de neurônios; o Inspiração e expiração forçada; o Os neurônios do grupo respiratório ventral permanecem quase que totalmente inativos durante a respiração normal e tranquila; o Parecem não participar da oscilação rítmica básica responsável pelo controle da respiração; o Quando o impulso respiratório tende para que o aumento da ventilação pulmonar fique acima do normal, os sinais respiratórios se propagam para os neurônios respiratórios ventrais, do mecanismo oscilatório básico da área respiratória dorsal. Como consequência, a área respiratória ventral também contribui para o controle respiratório extra. o Atividade física intensa. Centro pneumotáxico o Encontrado na porção dorsal superior da ponte; o Incumbido essencialmente do controle da frequência e da amplitude respiratória; o Tem como função básica a de limitar a inspiração; o Essa ação apresenta o efeito secundário de aumento da FR, já que a limitação da inspiração também reduz a expiração e o ciclo total de cada movimento respiratório. o Transmite sinais para a área inspiratória. O efeito primário desse centro é o de controlar o ponto de “desligamento” da rampa respiratória, controlando assim a fase de expansão do ciclo pulmonar, o Quando o sinal pneumotáxico é intenso, a inspiração pode durar até 0,5 segundos, promovendo apenas leve expansão dos pulmões; por sua vez, quando esse sinal é fraco, a inspiração pode prosseguir por 5 segundos ou mais, enchendo os pulmões com excesso de ar. Sinal inspiratório em “Rampa”: o Na respiração normal, o sinal nervoso transmitido ao diafragma exibe inicio débil com elevação constante, na forma de rampa por cerca de 2 segundos. Então o sinal apresenta interrupção abruta durante aproximadamente os próximos 3 segundos, o que desativa a excitação do diafragma e permite a retração elástica dos pulmões e da parede torácica, produzindo a expiração. o Respiração tranquila: GRD – Grupo respiratório dorsal CP- Centro pneumotáxico Inspiração forçada: Existem duas qualidades da rampa inspiratória passiveis de controle: 1. Controle da velocidade do aumento do sinal em rampa, de modo que durante a respiração mais intensa a rampa aumenta com rapidez e dessa forma, provoca a rápida expansão dos pulmões; 2. Controle do ponto limítrofe da interrupção súbita da rampa. Esse é o método usual de controle da frequência respiratória, ou seja, quanto mais precocemente a rampa for interrompida, menor será a duração da inspiração (CP). Isso também reduz a duração da respiração e consequentemente ocorre o aumento da FR. Receptores de estiramento o Reflexo de Hering- Breuer: Sinais de insuflação limitam a inspiração o Quando os pulmões são excessivamente insuflados, os receptores de estiramento ativam resposta de feed-back apropriada que desativa a rampa inspiratória e desativa a inspiração. Aumentando assim a FR. Controle Químico da Respiração o O excesso de dióxido de carbono ou de íons hidrogênio no sangue atua basicamente de forma direta sobre o centro respiratório, gerando grande aumento da intensidade dos sinais motores inspiratórios e expiratórios para os músculos respiratórios. o O oxigênio, por sua vez, não apresenta efeito direto significativo sobre o centro respiratório no controle da respiração. Ao contrário, esse elemento atua quase que exclusivamente sobre os quimiorreceptores periféricos situados nos corpos carotídeos e aórticos. Tais estruturas, por sua vez, transmitem sinais neurais adequados ao centro respiratório, para o controle da respiração o Área quimiossensível- Área situada bilateralmente, que se encontra apenas a 0,2 milimetros da superfície ventral do bulbo; o Essa área é muito sensível às alterações sanguíneas da PCO2, ou da concentração de íon H. Tal área, por sua vez, estimula outras porções do centro respiratório. Excitação pelos íons H o Os neurônios da área quimiossensível são particularmente estimulados pelos íons hidrogênio, acredita-se que esses íons possam apresentar o único estimulo direto relevante para esses neurônios. o Contudo, os íons H, não atravessam a BHE com facilidade. O CO2 estimula a área Quimiossensível o Embora o dióxido de carbono apresente pequeno efeito direto sobre a estimulação dos neurônios na área quimiossensível, ele tem efeito indireto potente; o Tal função ocorre mediante reação com a água dos tecidos, de modo a formar o ácido carbônico que se dissocia em íons hidrogênio e íons bicarbonato; os íons hidrogênio então exercem intenso efeito estimulatório direto sobre a inspiração. o O CO2 exerce um potente efeito agudo sobre o controle da atividade respiratória, porém fraco efeito crônico, após a adaptação de alguns dias. Pois, os rins executam esse reajuste mediante o aumento do bicarbonato sanguíneo que se une aos íons hidrogênio, no sangue e no líquido cefalorraquidiano, para reduzir a concentração desses íons. De maior relevância, entretanto, os íons bicarbonato também se difundem, lentamente, em algumas horas, através das barreiras hematoencefálica e hematoliquórica e se combinam diretamente com os íons hidrogênio adjacentes aos neurônios respiratórios, reduzindo, dessa forma, o montante dos íons hidrogênio a nível próximo da normalidade. Por que o CO2 sanguíneo tem efeito mais potente na estimulação dos neurônios quimiossensiveis em comparação aos íons H+ sanguíneos? o Isso se deve à baixa permeabilidade da barreira hematoencefálica aos íons hidrogênio e a alta permeabilidade ao CO2 que atravessa a barreira como se ela não existisse. o Portanto, sempre que a PCO2 sanguínea aumenta, também a PCO2 se eleva no líquido intersticial do bulbo e no LCR. Em ambos os líquidos o CO2 reage imediatamente com a água, para formar novos íons Hidrogênio. O papel do O2 no Controle respiratório o Os quimiorreceptores transmitem sinais neurais para o centro respiratório encefálico, para ajudar a regular a atividade respiratória. o Grande parte esta situada nos corpos carotídeos, localizados bilateralmentenas bifurcações das artérias carótidas comuns, as fibras nervosas cursam pleos nervos de Hering e posteriormente para os nervos glossofaríngeos e para área dorsal do bulbo. o Alguns quimiorreceptores nos corpos aórticos, ao longo do arco da aorta, as fibras aferentes neurais desses corpos cursam pelos nervos vagos, também rumo à área respiratória dorsal do bulbo. o Os quimiorreceptores são sempre expostos ao sangue arterial, PO2 é PO2 arterial. o Células glamosas – sinapse direta ou indireta com terminações nervosas, quimiorreceptores. Redução do Oxigênio Arterial estimula os quimiorreceptores o Mandam impulsos para aumentar a ventilação O efeito da PO2 arterial baixa pra estimular a ventilação alveolar quando a concentração arterial de CO2 e H+ permanecem normais Aumento da PCO2 (que pode gerar acidose), aumenta a ventilação. . o O efeito dos quimiorreceptores é mais fraco que o efeito realizado pelo centro respiratório, entretanto, a resposta dos quimiorreceptores é 5x mais rápida, sendo importantes do inicio da atividade física. O fenômeno de aclimatação o Os alpinistas verificaram que, ao escalarem a montanha lentamente, durante alguns dias e não apenas por algumas horas, apresentavam respiração muito mais profunda e, consequentemente, conseguiam suportar concentrações bem mais baixas de oxigênio atmosférico, em comparação à rápida escalada. o A causa da aclimatação se deve ao fato de que, dentro de 2 ou 3 dias, o centro respiratório no tronco cerebral perde cerca de 80% de sua sensibilidade às alterações da Pco2 e dos íons hidrogênio. Em decorrência, a eliminação ventilatória do excesso de dióxido de carbono que inibiria o aumento na frequência respiratória, em condições normais não ocorre e, consequentemente, baixos teores de oxigênio podem conduzir o sistema respiratório a níveis muito mais altos de ventilação alveolar do que sob condições agudas. Em vez do possível aumento de 70%, na ventilação, após a exposição aguda a baixos teores de oxigênio, a ventilação alveolar frequentemente aumenta por 400% a 500%, depois de 2 a 3 dias de redução dos níveis desse gás; isso por sua vez colabora imensamente com o suprimento adicional de oxigênio aos alpinistas. Regulação da respiração durante o Exercício físico o O encéfalo, durante a transmissão de impulsos nervosos para os músculos participantes da atividade física, transmite ao mesmo tempo impulsos colaterais para o tronco cerebral, para estimular o centro respiratório. Isso é análogo à estimulação do centro vasomotor do tronco cerebral durante a atividade física indutora de aumento simultâneo na pressão arterial. o É provável que a maior parte do aumento da respiração se origine de sinais neurogênicos, transmitidos diretamente ao centro respiratório do tronco cerebral ao mesmo tempo que sinais neurais se dirigem aos músculos corporais para promoção da contração muscular. Centro apnêutico Bloqueio da inspiração, não necessariamente patológico. TROCAS GASOSAS Respiração externa ou troca gasosa pulmonar - É a difusão do O2 do ar nos alvéolos pulmonares para o sangue dos capilares pulmonares e a difusão do CO2 na direção oposta; - Converte o sangue venoso que vem do lado direito do coração em sangue Oxigenado (saturado), que retorna ao lado esquerdo do coração. - O O2 se difunde do ar alveolar, onde sua pressão parcial é de 105 mmHg, para o sangue nos capilares pulmonares, onde a PO2 é de apenas 40 mmHg em uma pessoa em repouso. - A difusão continua até que a PO2 do sangue capilar pulmonar aumenta para coincidir com a PO2 do ar alveolar, 105 mmHg. -o CO2 se difunde no sentido oposto. A PCO2 do sangue venoso é de 45 mmHg em uma pessoa em repouso, e a PCO2 do ar alveolar é de 40 mmHg. até que a PCO2 do sangue diminua para 40 mmHg. - Durante o exercício vigoroso, quando o DC aumenta, o sangue flui mais rapidamente pelas circulações sistêmica e pulmonar. Como resultado, o tempo de trânsito do sangue nos capilares pulmonares é mais curto. Ainda assim, a PO2 do sangue nas veias pulmonares normalmente alcança 100 mmHg (equilíbrio com os alvéolos) Importante - Os gases se difundem de áreas de pressão parcial mais elevada para áreas de pressão parcial mais baixa. Respiração interna ou trocas gasosas sistêmicas -Troca gasosa de O2 e CO2 entre os capilares sistêmicos e as células teciduais. - Conforme o O2 deixa a corrente sanguínea, o sangue oxigenado é convertido em sangue venoso. - A PO2 do sangue bombeado para os capilares sistêmicos é maior (100 mmHg) do que a PO2 nas células teciduais (40 mmHg em repouso), porque as células usam constantemente O2 para produzir ATP. - Em razão desta diferença de pressão, o oxigênio se difunde para fora dos capilares em direção às células teciduais e a PO2 do sangue cai para 40 mmHg no momento em que o sangue sai dos capilares sistêmicos. - Em uma pessoa em repouso, as células teciduais necessitam de em média apenas 25% do O2 disponível no sangue oxigenado; apesar do nome, o sangue desoxigenado mantém 75% de seu teor de O2. A taxa de trocas gasosas pulmonar e sistêmica depende de vários fatores Diferença de pressão parcial dos gases - A PO2 alveolar deve ser superior à PO2 arterial para que o oxigênio se difunda do ar alveolar para o sangue. A taxa de difusão é mais rápida quando a diferença entre a PO2 no ar alveolar e no sangue capilar pulmonar é maior; a difusão é mais lenta quando a diferença é menor. A diferença de pressão aumenta durante os exercícios, o que faz com que as trocas gasosas sejam mais rápidas. Lembrar da altitude. Área de superfície disponível para as trocas gasosas - Qualquer distúrbio pulmonar que diminua a área de superfície funcional das membranas respiratórias reduz a frequência respiratória externa. Ex efisema pulmonar, as paredes alveolares se desintegram, desacelerando as trocas gasosas. Distância de difusão – A membrana respiratória é muito fina, os capilares são tão estreitos que os eritrócitos precisam passar por eles em fila indiana, o que minimiza a distância de difusão do espaço do ar alveolar para a hemoglobina no interior dos eritrócitos. No edema pulmonar, ocorre o acumulo de líquido intersticial entre os alvéolos, aumentando a distância de difusão. Peso molecular e solubilidade dos gases- Como o peso molecular do O2 é inferior ao do CO2 , pode-se esperar que se difunda através da membrana respiratória aproximadamente 1,2 vez mais rápido. A solubilidade do CO2 na porção líquida da membrana respiratória é aproximadamente 24 vezes maior do que a do O2 . Considerando estes dois fatores, a difusão líquida do CO2 para fora ocorre 20 vezes mais rapidamente do que a difusão líquida do O2 para dentro. Consequentemente, quando a difusão é mais lenta do que o normal – como por exemplo no enfisema pulmonar ou no edema pulmonar – a insuficiência de O2 (hipoxia) normalmente ocorre antes que haja retenção significativa de CO2 (hipercapnia). Epitélio alveolar Endotelio capilar Membrana basal REFERÊNCIAS: GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
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