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1 @jumorbeck Inervação ↠ A respiração é automática e está sob controle do sistema nervoso central (SNC) (BERNE & LEVY, 7ª ed.). ↠ Os pulmões são inervados pelo sistema nervoso autônomo do sistema nervoso periférico (SNP), que está sob controle do SNC. O sistema nervoso autônomo possui quatro componentes distintos: parassimpático, simpático, inibitório não adrenérgico e não colinérgico, e estimulatório não adrenérgico e não colinérgico (BERNE & LEVY, 7ª ed.). A estimulação do sistema parassimpático leva à constrição dos músculos lisos das vias aéreas, dilatação dos vasos sanguíneos e aumento da secreção das células glandulares, enquanto a estimulação do sistema simpático provoca o relaxamento dos músculos lisos das vias aéreas, a constrição dos vasos sanguíneos e a inibição da secreção glandular (BERNE & LEVY, 7ª ed.). A unidade funcional do sistema nervoso autônomo é formada por neurônios pré-ganglionares e pós ganglionares do SNC e por neurônios pós-ganglionares dos gânglios do órgão específico. Como acontece na maioria dos sistemas orgânicos, o SNC e o SNP operam de forma combinada para manter a homeostase. Os pulmões não possuem inervação motora voluntária nem fibras de dor. As fibras de dor são encontradas somente na pleura (BERNE & LEVY, 7ª ed.). ↠ A inervação parassimpática dos pulmões é originária da medula, no tronco encefálico (nervo craniano X, o nervo vago). As fibras pré-ganglionares dos núcleos vagais descem pelo nervo vago para os gânglios adjacentes e chegam às vias aéreas e aos vasos sanguíneos pulmonares. As fibras pós-ganglionares oriundas dos gânglios, então, completam a rede inervando as células do músculo liso, os vasos sanguíneos e as células epiteliais brônquicas (inclusive as células caliciformes e as glândulas submucosas). Nos pulmões, tanto as fibras pré- ganglionares quanto as pós-ganglionares contêm motoneurônios excitatórios (colinérgicos) e inibitórios (não adrenérgicos) (BERNE & LEVY, 7ª ed.). A estimulação parassimpática através do nervo vago é responsável pelo tônus de contração leve do músculo liso no pulmão normal em repouso. As fibras parassimpáticas inervam também as glândulas brônquicas, e essas fibras, quando estimuladas, aumentam a síntese da glicoproteína presente no muco, o que aumenta sua viscosidade (BERNE & LEVY, 7ª ed.). ↠ Enquanto a resposta do sistema nervoso parassimpático é muito específica e local, a resposta do sistema nervoso simpático tende a ser mais geral (BERNE & LEVY, 7ª ed.). ↠ As glândulas mucosas e os vasos sanguíneos são altamente inervados pelo sistema nervoso simpático, mas os músculos lisos das vias aéreas, não. Os neurotransmissores dos nervos adrenérgicos incluem a norepinefrina e a dopamina, embora a dopamina não exerça nenhuma influência sobre o pulmão. A estimulação dos nervos simpáticos das glândulas mucosas aumenta a secreção de água, o que altera a resposta balanceada da elevação do conteúdo de água e do grau de viscosidade entre as vias simpáticas e parassimpáticas (BERNE & LEVY, 7ª ed.). Centro Respiratório ↠ O centro respiratório se compõe por diversos grupos de neurônios localizados bilateralmente no bulbo e na ponte do tronco cerebral. Esse centro respiratório se divide em três agrupamentos principais de neurônios: (GUYTON, 13ª ed.) ➢ o grupo respiratório dorsal, situado na porção dorsal do bulbo, responsável principalmente pela inspiração; ➢ o grupo respiratório ventral, localizado na parte ventrolateral do bulbo, encarregado basicamente da expiração; ➢ o centro pneumotáxico, encontrado na porção dorsal superior da ponte, incumbido, essencialmente, do controle da frequência e da amplitude respiratória. Mecânica Respiratória 2 @jumorbeck Centro respiratório bulbar ↠ Os neurônios respiratórios estão concentrados bilateralmente em duas áreas do bulbo (SILVERTHON, 7ª ed.). ↠ Uma área chamada de núcleo do trato solitário (NTS) contém o grupo respiratório dorsal (GRD) de neurônios que controlam principalmente os músculos da inspiração. Os sinais provenientes do GRD vão via nervos frênicos para o diafragma e via nervos intercostais para os músculos intercostais (SILVERTHON, 7ª ed.). ↠ Esses impulsos são liberados em pulsos, que começam fracos, aumentam em força por aproximadamente 2 s e então cessam completamente. Quando os impulsos nervosos alcançam o diafragma e os músculos intercostais externos, eles se contraem e ocorre a inspiração. Quando o GRD se torna inativo após 2 s, o diafragma e os músculos intercostais externos relaxam por aproximadamente 3 s, possibilitando a retração passiva dos pulmões e da parede torácica. Em seguida, o ciclo se repete (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Além disso, o NTS recebe informação sensorial dos quimiorreceptores e dos mecanorreceptores periféricos através dos nervos vago e glossofaríngeo (nervos cranianos X e IX) (SILVERTHON, 7ª ed.). ↠ Os neurônios respiratórios da ponte recebem informação sensorial do GRD e, por sua vez, influenciam o início e o término da inspiração (SILVERTHON, 7ª ed.). ↠ O grupo respiratório ventral (GRV) do bulbo tem múltiplas regiões com diferentes funções. Uma área conhecida como complexo pré-Bötzinger contém neurônios que disparam espontaneamente e que podem atuar como o marca-passo básico do ritmo respiratório (SILVERTHON, 7ª ed.). O mecanismo exato dessas células marcapasso é desconhecido e é tema de muitas pesquisas em andamento. No entanto, acredita-se que as células marcapasso contribuam para o GRD ao controlar a taxa na qual os neurônios do GRD disparam potenciais de ação (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Outras áreas controlam músculos usados na expiração ativa ou na inspiração maior do que o normal, como a que ocorre durante o exercício vigoroso (SILVERTHON, 7ª ed.). ↠ Durante a expiração forçada, o GRD está inativo juntamente com os neurônios do GRV que resultam em inspiração forçada, mas os neurônios do GRV envolvidos na expiração forçada enviam impulsos nervosos aos músculos acessórios da expiração (intercostais internos, oblíquo externo, oblíquo interno, transverso do abdome e reto do abdome). A contração destes músculos resulta na expiração forçada (TORTORA, 14ª ed.). As fibras nervosas originadas no GRV inervam músculos da laringe, da faringe e da língua para manter as vias aéreas superiores abertas durante a respiração. O relaxamento inapropriado desses músculos durante o sono contribui para a apneia obstrutiva do sono, uma disfunção do sono associada a ronco e à sonolência diurna excessiva (SILVERTHON, 7ª ed.). 3 @jumorbeck SINAL INSPIRATÓRIO EM “RAMPA” Durante a respiração espontânea em repouso, um marca-passo inicia cada ciclo, e os neurônios inspiratórios aumentam gradualmente a estimulação dos músculos inspiratórios. Este aumento é, por vezes, chamado de rampa devido ao formato do gráfico da atividade neuronal inspiratória (SILVERTHON, 7ª ed.). ➢ Alguns neurônios inspiratórios disparam para iniciar a rampa. O disparo desses neurônios recruta outros neurônios inspiratórios em uma nítida alça de retroalimentação positiva (SILVERTHON, 7ª ed.). ➢ À medida que mais neurônios disparam, mais fibras musculares esqueléticas são recrutadas (SILVERTHON, 7ª ed.). ➢ A caixa torácica expande-se suavemente quando o diafragma contrai (SILVERTHON, 7ª ed.). ➢ Ao final da inspiração, os neurônios inspiratórios param de disparar abruptamente, e os músculos inspiratórios relaxam (SILVERTHON, 7ª ed.). ➢ Durante os próximos poucos segundos, ocorre a expiração passiva devido à retração elástica dos músculos inspiratórios e do tecido elástico dos pulmões. Contudo, alguma atividade dos neurônios motores pode ser observada durante a expiração passiva, sugerindo que talvez os músculos das vias aéreas superiores contraiam para reduzir a velocidade do fluxo de arno sistema respiratório (SILVERTHON, 7ª ed.). RESPIRAÇÃO FORÇADA Muitos neurônios expiratórios do grupo respiratório ventral permanecem inativos durante a respiração em repouso (espontânea). Eles funcionam principalmente durante a respiração forçada, quando os movimentos inspiratórios são ampliados, e durante a expiração ativa. Na respiração forçada, a atividade aumentada dos neurônios inspiratórios estimula os músculos acessórios, como os esternocleidomastóideos. A contração desses músculos acessórios aumenta a expansão do tórax, elevando o esterno e as costelas superiores (SILVERTHON, 7ª ed.). Na expiração ativa, os neurônios expiratórios do grupo respiratório ventral ativam os músculos intercostais internos e os abdominais. Parece haver alguma comunicação entre os neurônios inspiratórios e os expiratórios, uma vez que os neurônios inspiratórios são inibidos durante a expiração ativa (SILVERTHON, 7ª ed.). Grupo respiratório pontino ↠ O grupo respiratório pontino (GRP), antigamente chamado de área pneumotáxica, é uma coleção de neurônios na ponte (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O GRP transmite impulsos nervosos para o GRD no bulbo. O GRP participa tanto na inspiração quanto na expiração, modificando o ritmo básico da respiração produzido pelo GRV, como ao exercitar-se, falar ou dormir (TORTORA, 14ª ed.). O efeito primário desse centro é o de controlar o ponto de “desligamento” da rampa inspiratória, controlando, assim, a duração da fase de expansão do ciclo pulmonar. Quando o sinal pneumotáxico é intenso, a inspiração pode durar até 0,5 segundo, promovendo apenas leve expansão dos pulmões; por sua vez, quando esse sinal é fraco, a inspiração pode prosseguir por 5 segundos ou mais, enchendo os pulmões com excesso de ar (GUYTON, 13ª ed.). Enviam sinais tônicos para as redes bulbares para ajudar a coordenar um ritmo respiratório uniforme (SILVERTHON, 7ª ed.). Regulação do Centro Respiratório ↠ A atividade do centro respiratório pode ser modificada em resposta às informações provenientes de outras regiões do encéfalo, receptores na parte periférica do sistema nervoso e outros fatores, a fim de manter a homeostasia da respiração (TORTORA, 14ª ed.). Influências corticais na respiração ↠ Como o córtex cerebral tem conexões com o centro respiratório, podemos alterar voluntariamente nosso padrão respiratório. Podemos até mesmo parar de respirar completamente por um curto período de tempo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O controle voluntário é protetor, pois nos possibilita evitar que água ou gases irritantes entrem nos pulmões. No entanto, a capacidade de não respirar é limitada pelo acúmulo de CO2 e H+ no corpo. Quando a PCO2 e a concentração de H+ aumentam a um certo nível, os neurônios do GRD do centro respiratório bulbar são fortemente estimulados, impulsos nervosos são enviados pelos nervos frênico e intercostal à musculatura inspiratória, e a respiração é retomada, quer a pessoa queira ou não (TORTORA, 14ª ed.). Se a respiração for suspensa por tempo suficiente para causar desmaio, a respiração é retomada quando a consciência é perdida. Impulsos nervosos do hipotálamo e do sistema límbico também estimulam o centro respiratório, possibilitando que estímulos emocionais alterem a respiração, como por exemplo ao rir e chorar (TORTORA, 14ª ed.). 4 @jumorbeck Regulação da respiração por quimiorreceptores ↠ Determinados estímulos químicos modulam quão rapidamente e quão profundamente respiramos. O sistema respiratório atua para manter níveis adequados de CO2 e O2 e é muito sensível a mudanças nos níveis desses gases nos líquidos corporais (TORTORA, 14ª ed.). Quimiorreceptores: são neurônios sensitivos que são sensíveis a produtos químico (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os quimiorreceptores em dois locais do sistema respiratório monitoram os níveis de CO2, H+ e O2 e fornecem informações ao centro respiratório (TORTORA, 14ª ed.). O dióxido de carbono é o estímulo primário para as mudanças na ventilação. O oxigênio e o pH do plasma desempenham um papel menos importante (SILVERTHON, 7ª ed.). Os quimiorreceptores sensíveis ao oxigênio e ao dióxido de carbono estão estrategicamente associados à circulação arterial. Se muito pouco oxigênio estiver presente no sangue arterial destinado ao encéfalo e a outros tecidos, a frequência e a amplitude da respiração aumentam. Se a produção de CO2 pelas células exceder a sua taxa de remoção de CO2 pelos pulmões, a PCO2 arterial aumenta, e a ventilação é intensificada com o objetivo de eliminar o CO2. Esses reflexos homeostáticos operam constantemente, mantendo a PO2 e a Pco2 arterial dentro de uma faixa estreita de normalidade (SILVERTHON, 7ª ed.). Quimiorreceptores centrais ↠ Os quimiorreceptores centrais estão localizados no bulbo ou próximo a ele na parte central do sistema nervoso (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Eles respondem a mudanças na concentração de H+ ou PCO2, ou ambos, no líquido cerebrospinal (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Esses receptores ajustam o ritmo respiratório, fornecendo um sinal de entrada contínuo para a rede de controle. Quando a PCO2 arterial aumenta, o CO2 atravessa a barreira hematencefálica e ativa os quimiorreceptores centrais (SILVERTHON, 7ª ed.). ↠ Esses receptores sinalizam para a rede neural de controle da respiração, provocando um aumento na frequência e na profundidade da ventilação, melhorando, assim, a ventilação alveolar e a remoção de CO2 do sangue (SILVERTHON, 7ª ed.). Apesar de dizermos que os quimiorreceptores centrais monitoram o CO2, eles respondem diretamente às mudanças de pH no líquido cerebrospinal (LCS). O dióxido de carbono que se difunde através da barreira hematencefálica é convertido em ácido carbônico, que se dissocia em bicarbonato e em H+. Estudos indicam que o H+ produzido por essa reação inicia o reflexo quimiorreceptor (SILVERTHON, 7ª ed.). Observe, no entanto, que as mudanças plasmáticas do pH não costumam influenciar os quimiorreceptores centrais diretamente. Embora a PCO2 plasmática influencie diretamente o LCS, o H+ plasmático atravessa a barreira hematencefálica muito lentamente e, portanto, tem pouco efeito direto sobre os quimiorreceptores centrais (SILVERTHON, 7ª ed.). Quando a PCO2 plasmática aumenta, os quimiorreceptores inicialmente respondem fortemente, aumentando a ventilação. No entanto, se a PCO2 permanece elevada durante vários dias, a ventilação cai devido à resposta adaptativa dos quimiorreceptores (SILVERTHON, 7ª ed.). QUIMIORRECEPTORES PERIFÉRICOS ↠ Os quimiorreceptores periféricos estão localizados nos glomos para-aórticos (que são aglomerados de quimiorreceptores localizados na parede do arco da aorta) e nos glomos caróticos, que são nódulos ovais na parede das artérias carótidas comuns direita e esquerda no ponto 5 @jumorbeck em que elas se dividem em artérias carótidas interna e externa. (Os quimiorreceptores dos glomos para-aórticos estão localizados próximo dos barorreceptores aórticos, e os glomos caróticos estão localizados próximo dos barorreceptores do seio carótico) (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Estes quimiorreceptores fazem parte do sistema nervoso periférico e são sensíveis a alterações na PO2, H+ e PCO2 no sangue. Os axônios dos neurônios sensitivos dos glomos para-aórticos fazem parte do nervo vago (NC X), e aqueles dos glomos caróticos são parte dos nervos glossofaríngeo (NC IX) direito e esquerdo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Quando as células especializadas tipo 1 ou células glomais nos corpos carotídeos são ativadas por uma diminuição na PO2 ou no pH ou por um aumento da PCO2, elas desencadeiam um aumento reflexo da ventilação (SILVERTHON, 7ª ed.). ↠ Na maioria das circunstâncias normais, o oxigênio não é um fator importante na modulação da ventilação. Para que seja visualizada alguma modificação no padrão ventilatório normal, a PO2 arterialdeve cair para menos de 60 mmHg antes de a ventilação ser estimulada. No entanto, qualquer condição que reduza o pH plasmático ou aumente a PCO2 ativará as células glomais das carótidas e da aorta, aumentando a ventilação (SILVERTHON, 7ª ed.). A carência significativa de O2 deprime a atividade dos quimiorreceptores centrais e do GRD, que então não responde algumas aferências e envia menos impulsos para os músculos inspiratórios. Conforme a frequência respiratória diminui ou a respiração cessa por completo, a PO2 cai cada vez mais, estabelecendo um ciclo de feedback positivo com um desfecho possivelmente fatal (TORTORA, 14ª ed.). Como o CO2 é lipossolúvel, ele se difunde facilmente para as células onde, na presença de anidrase carbônica, se combina à água (H2O) para formar o ácido carbônico (H2CO3). O ácido carbônico se quebra rapidamente em H+ e HCO3–. Assim, um aumento no CO2 no sangue provoca aumento do H+ intracelular e uma diminuição do CO2 provoca diminuição do H+ (TORTORA, 14ª ed.). Normalmente, a PCO2 no sangue arterial é de 40 mmHg. Se ocorrer aumento, mesmo que discreto, da PCO2 – uma condição chamada hipercapnia ou hipercarbia – os quimiorreceptores centrais são estimulados e respondem vigorosamente ao aumento resultante no nível de H+. Os quimiorreceptores periféricos também são estimulados tanto pela PCO2 elevada quanto pelo aumento em H+ (TORTORA, 14ª ed.). A respiração rápida e profunda, a chamada hiperventilação, possibilita a inspiração de mais O2 e a expiração de mais CO2 até que a PCO2 e o H+ sejam reduzidos ao normal (TORTORA, 14ª ed.). Se a PCO2 arterial for inferior a 40 mmHg – uma condição chamada de hipocapnia ou hipocarbia – os quimiorreceptores centrais e periféricos não são estimulados, e os impulsos estimulantes não são enviados para o GRD. Como resultado, os neurônios do GRD definem seu próprio ritmo moderado até que o CO2 se acumule e a PCO2 suba para 40 mmHg. Os neurônios do GRD são mais intensamente estimulados quando a PCO2 está subindo acima do normal do que quando a PO2 está caindo abaixo do normal. Como resultado, as pessoas que hiperventilam voluntariamente e causam hipocapnia podem prender a respiração por um período excepcionalmente longo (TORTORA, 14ª ed.). A hipoxia é uma deficiência de O2 nos tecidos (TORTORA, 14ª ed.). Estimulação da respiração por proprioceptores ↠ Assim que você começa a se exercitar, a sua frequência e profundidade respiratória aumentam, mesmo antes que haja alterações nos níveis de PO2, PCO2 ou H+ (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O principal estímulo para essas mudanças rápidas no esforço respiratório são as aferências dos proprioceptores, que monitoram o movimento das articulações e músculos. Os impulsos nervosos dos proprioceptores estimulam o GRD do bulbo (TORTORA, 14ª ed.). REFLEXO DE INSUFLAÇÃO ↠ Similares aos dos vasos sanguíneos, receptores sensíveis ao estiramento chamados barorreceptores ou receptores de estiramento estão localizados nas paredes 6 @jumorbeck dos brônquios e bronquíolos. Quando estes receptores são distendidos durante a hiperinsuflação dos pulmões, impulsos nervosos são enviados pelo nervo vago (X) para o grupo respiratório dorsal (GRD) no centro respiratório bulbar (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Em resposta, o GRD é inibido e os músculos diafragma e intercostais externos relaxam. Assim, a inspiração adicional é interrompida e a expiração começa. Conforme o ar sai dos pulmões durante a expiração, os pulmões se esvaziam e os receptores de estiramento não são mais estimulados. Assim, o GRD não é mais inibido, e começa uma nova inspiração (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Esse reflexo é chamado de reflexo de insuflação ou reflexo de Hering-Breuer (TORTORA, 14ª ed.). Em recém-nascidos o reflexo parece funcionar em condições normais. Em adultos, no entanto, o reflexo não é ativado até que o volume corrente (normalmente 500 ml) alcance mais do que 1.500 ml. Portanto, o reflexo em adultos é um mecanismo de proteção que evita a insuflação excessiva dos pulmões, como por exemplo durante o exercício intenso, em vez de um componente essencial no controle normal da respiração (TORTORA, 14ª ed.). RESUMO DOS ESTÍMULOS QUE AFETAM A FREQUÊNCIA E PROFUNDIDADE DA RESPIRAÇÃO (TORTORA, 14ª ed.) ESTÍMULOS QUE AUMENTAM A FREQUÊNCIA E A PROFUNDIDADE DA RESPIRAÇÃO ESTÍMULOS QUE DIMINUEM A FREQUÊNCIA E A PROFUNDIDADE DA RESPIRAÇÃO Hiperventilação voluntária controlada pelo córtex cerebral e antecipação de atividade pela estimulação do sistema límbico Hipoventilação voluntária controlada pelo córtex cerebral Aumento da PCO2 arterial acima de 40 mmHg (provoca aumento em H+) detectado por quimiorreceptores periféricos e centrais Diminuição da PCO2 arterial abaixo de 40 mmHg (provoca diminuição no H+) detectada por quimiorreceptores periféricos e centrais Diminuição da PO2 do sangue arterial de 105 para 50 mmHg Diminuição da PO2 do sangue arterial abaixo de 50 mmHg Aumento da temperatura corporal Diminuição da temperatura corporal (diminui a frequência respiratória), estímulo frio repentino (provoca apneia) Dor prolongada Dor intensa (causa apneia) Estiramento do esfíncter anal Irritação da faringe ou laringe pelo toque ou produtos químicos (provoca breve apneia seguida de tosse ou espirro) Mecânica Respiratória ↠ O processo de troca gasosa no corpo, chamado de respiração, tem três passos básicos: (TORTORA, 14ª ed.). ➢ A ventilação pulmonar, ou respiração, é a inspiração (inalação) e expiração (exalação) do ar e envolve a troca de ar entre a atmosfera e os alvéolos dos pulmões (TORTORA, 14ª ed.). ➢ A respiração externa (pulmonar) é a troca de gases entre os alvéolos dos pulmões e o sangue nos capilares pulmonares através da membrana respiratória. Neste processo, o sangue capilar pulmonar ganha O2 e perde CO2 (TORTORA, 14ª ed.). ➢ A respiração interna (tecidual) é a troca de gases entre o sangue nos capilares sistêmicos e as células teciduais. Nesta etapa, o sangue perde O2 e ganha CO2. Dentro das células, as reações metabólicas que consomem O2 e liberam CO2 durante a produção de ATP são denominadas respiração celular (TORTORA, 14ª ed.). Ventilação pulmonar Na ventilação pulmonar, o ar flui entre a atmosfera e os alvéolos dos pulmões em decorrência das diferenças de pressão alternadas produzidas pela contração e pelo relaxamento dos músculos respiratórios. A taxa de fluxo de ar e o esforço necessário para a respiração também são influenciados pela tensão superficial alveolar, complacência dos pulmões e resistência das vias respiratórias (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O ar se move para dentro dos pulmões quando a pressão de ar intrapulmonar é menor do que na atmosfera. O ar se move para fora dos pulmões quando a pressão de ar intrapulmonar é maior do que a pressão do ar na atmosfera (TORTORA, 14ª ed.). INSPIRAÇÃO ↠ A respiração envolve a inspiração (inalação). Pouco antes de cada inspiração, a pressão do ar dentro dos pulmões é igual à pressão do ar na atmosfera (TORTORA, 14ª ed.). Pressão atmosférica (Patm), que é a pressão do ar atmosférico fora do corpo, à qual é atribuído um valor igual a zero. Dessa maneira, ao nível do mar com uma pressão de 760 mmHg ou no topo de uma montanha, a 3.000 m acima do nível do mar, com uma pressão de 523 mmHg, a Patm é sempre igual a zero (SEELY, 10ª ed.). As pressões respiratórias são medidas em referência à pressão atmosférica. Por exemplo, a pressão intra-alveolar (Palv) é a pressão dentro dos alvéolos. Em razão de a pressão dentro dos alvéolos diminuir até cerca de 759 mmHg durante a inalação, a Palv é 7 @jumorbeck normalmente expressa como - 1 mmHg. Quando o ar é exalado, a Palv aumenta até cerca de 761 mmHg e, por isso, é expressa como + 1 mmHg (SEELY, 10ª ed.). Assim, para simplificar, a Palv é sempre dadacomo sua diferença da Patm 1 mmHg acima da Patm ou 1 mmHg abaixo da Patm (SEELY, 10ª ed.). ↠ Para o ar fluir para os pulmões, a pressão intra-alveolar tem de se tornar mais baixa do que a pressão atmosférica. Esta condição é alcançada aumentando o tamanho dos pulmões (TORTORA, 14ª ed.). Lei de Boyler: a pressão de um gás é inversamente proporcional ao seu volume em uma dada temperatura (SEELY, 10ª ed.). ↠ Durante a inspiração tranquila, os músculos diafragma e intercostais agem para aumentar o volume do tórax: (MARIEB, 7ª ed.) ➢ Ação do diafragma. Quando o diafragma em forma de cúpula contrai, ele se move inferiormente e achata. Consequentemente, a dimensão superoinferior da cavidade torácica aumenta. A contração do diafragma é estimulada pelo nervo frênico. ➢ Ação dos músculos intercostais. Os músculos intercostais externos contraem para elevar as costelas, o que aumenta as dimensões laterais da cavidade torácica e as dimensões anteroposteriores. Os músculos intercostais são inervados pelos nervos intercostais. Os músculos intercostais externos e internos agem juntos durante a inspiração tranquila para enrijecer a parede torácica. Sem isso, a contração do diafragma resultaria em uma mudança na forma do tórax, mas não no volume. ↠ Durante inspirações tranquilas, a pressão entre as duas camadas pleurais na cavidade pleural, a chamada pressão intrapleural (intratorácica), é sempre subatmosférica (inferior à pressão atmosférica) (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Durante a expansão do tórax, as pleuras parietal e visceral normalmente estão firmemente aderidas uma à outra, em decorrência da pressão subatmosférica entre elas e da tensão superficial criada pelas suas superfícies úmidas adjacentes. Conforme a cavidade torácica se expande, a pleura parietal que reveste a cavidade é “puxada” para fora em todas as direções, e a pleura visceral e os pulmões são puxados com ela (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Conforme o volume dos pulmões aumenta desta maneira, a pressão no interior dos pulmões, a chamada pressão alveolar (intrapulmonar), cai de 760 para 758 mmHg. Uma diferença de pressão é então estabelecida entre a atmosfera e os alvéolos. Como o ar flui sempre da região de pressão mais alta para a região de pressão mais baixa, ocorre a inspiração (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O ar continua fluindo para os pulmões enquanto existir diferença de pressão. Durante inspirações profundas e forçadas, os músculos acessórios da inspiração também atuam no aumento do tamanho da cavidade torácica. 8 @jumorbeck Os músculos acessórios da inspiração incluem os músculos esternocleidomastóideos, que elevam o esterno; os músculos escalenos, que elevam as duas primeiras costelas; e o músculo peitoral menor, que eleva as costelas III a V. Como tanto a inspiração tranquila normal quanto a inspiração durante o exercício ou ventilação forçada envolvem a contração muscular, o processo de inspiração é dito ativo (TORTORA, 14ª ed.). EXPIRAÇÃO ↠ O ato de soprar o ar, na chamada expiração (exalação), é também decorrente de um gradiente de pressão, mas neste caso o gradiente é no sentido oposto: a pressão nos pulmões é maior do que a pressão atmosférica (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A expiração normal durante a respiração tranquila, ao contrário da inspiração, é um processo passivo, pois não há contrações musculares envolvidas (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A expiração resulta da retração elástica da parede torácica e dos pulmões, sendo que ambos têm uma tendência natural de retornar à posição inicial depois de terem sido distendidos. Duas forças dirigidas para dentro contribuem para a retração elástica: (TORTORA, 14ª ed.). ➢ a retração das fibras elásticas que foram distendidas durante a inspiração; ➢ a força para dentro da tensão superficial decorrente da película de líquido alveolar. ↠ A expiração começa quando a musculatura inspiratória relaxa. À medida que o diafragma relaxa, sua cúpula se move superiormente, graças a sua elasticidade. Conforme os músculos intercostais externos relaxam, as costelas são deprimidas (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Estes movimentos reduzem os diâmetros vertical, lateral e anteroposterior da cavidade torácica, o que diminui o volume do pulmão. Por sua vez, a pressão alveolar aumenta para aproximadamente 762 mmHg. O ar então flui da área de pressão mais elevada nos alvéolos para a área de pressão mais baixa na atmosfera (TORTORA, 14ª ed.). 9 @jumorbeck Por outro lado, a expiração forçada é um processo ativo produzido pela contração dos músculos na parede do abdome, principalmente os oblíquos interno e externo e o transvero do abdome. Essas contrações: (MARIEB, 7ª ed.) ➢ aumentam a pressão intra-abdominal, forçando o diafragma para cima; ➢ comprimem acentuadamente a caixa torácica, diminuindo o volume torácico. Os músculos intercostais internos e o latíssimo do dorso também ajudam a comprimir a caixa torácica. Para que ocorra a ventilação, a cavidade pleural precisa estar intacta. Se sua integridade for abalada em consequência de um trauma ou de um processo pato lógico e o diferencial de pressão entre o pulmão e a cavidade pleural for perdido, o pulmão vai entrar em colapso e a ventilação normal não poderá ocorrer (MARIEB, 7ª ed.). Fatores que influenciam a ventilação pulmonar MÚSCULOS QUE PRODUZEM A EXPANSÃO E A CONTRAÇÃO PULMONARES ↠ Os pulmões podem ser expandidos e contraídos por duas maneiras: (GUYTON, 13ª ed.) ➢ por movimentos de subida e descida do diafragma para aumentar ou diminuir a cavidade torácica; ➢ por elevação e depressão das costelas para elevar e reduzir o diâmetro anteroposterior da cavidade torácica. ↠ A respiração tranquila e normal é realizada quase inteiramente pelo primeiro método, isto é, pelos movimentos do diafragma. Durante a inspiração, a contração diafragmática puxa as superfícies inferiores dos pulmões para baixo. Depois, na expiração, o diafragma simplesmente relaxa, e a retração elástica dos pulmões, da parede torácica e das estruturas abdominais comprime os pulmões e expele o ar (GUYTON, 13ª ed.). ↠ Todos os músculos que elevam a caixa torácica são classificados como músculos da inspiração, e os que deprimem a caixa torácica são classificados como músculos da expiração (GUYTON, 13ª ed.). MÚSCULOS QUE ELEVAM A CAIXA TORÁCICA MÚSCULOS QUE PUXAM A CAIXA TORÁCICA PARA BAIXO Intercostais externos – mais impoirtantes Reto abdominal – puxa para baixo as costelas inferiores Músculos esternocleidomastóideos – elevam o esterno Intercostais internos Serráteis anteriores – que elevam muitas costelas Escalenos – que elevam as duas primeiras costelas (GUYTON, 13ª ed.) PRESSÕES QUE CAUSAM O MOVIMENTO DO AR PARA DENTRO E PARA FORA DOS PULMÕES ↠ Os pulmões são presos à parede torácica, como se estivessem colados; no entanto, eles estão bem lubrificados e podem deslizar livremente quando o tórax se expande e contrai (GUYTON, 13ª ed.). Pressão Pleural e suas Variações durante a Respiração. Pressão pleural é a pressão do líquido no estreito espaço entre a pleura visceral e a pleura parietal. Essa pressão é normalmente uma sucção ligeira, o que significa discreta pressão negativa (GUYTON, 13ª ed.). A pressão pleural normal no início da inspiração é cerca de -5 centímetros de água, que é a quantidade de sucção necessária para manter os pulmões abertos no seu nível de repouso. Durante a inspiração normal, a expansão da caixa torácica traciona os pulmões para diante com força maior e cria mais pressão negativa, que chega a cerca de - 7,5 centímetros de água (GUYTON, 13ª ed.). Pressão Alveolar: Pressão do Ar no Interior dos Alvéolos Pulmonares. Quando a glote está aberta e não existe fluxo de ar para dentro ou para fora dos pulmões, as pressões em todas as partes da árvore respiratória, até os alvéolos,são iguais à pressão atmosférica, que é considerada a pressão de referência zero nas vias aéreas — isto é, 0 cm de pressão de água (GUYTON, 13ª ed.). Para causar o influxo de ar para os alvéolos, durante a inspiração a pressão nos alvéolos deve cair para valor ligeiramente abaixo da pressão atmosférica (abaixo de 0) (GUYTON, 13ª ed.). Pressão Transpulmonar: Diferença entre as Pressões Alveolar e Pleural. A pressão transpulmonar é a diferença de pressão entre os alvéolos e as superfícies externas dos pulmões (pressão pleural), sendo medida das forças elásticas nos pulmões que tendem a colapsá-los a cada instante da respiração, a chamada pressão de retração (GUYTON, 13ª ed.). 10 @jumorbeck COMPLACÊNCIA PULMONAR ↠ O grau de extensão dos pulmões por cada unidade de aumento da pressão transpulmonar (se tempo suficiente for permitido para atingir o equilíbrio) é chamado complacência pulmonar (GUYTON, 13ª ed.). ↠ A complacência total de ambos os pulmões no adulto normal é, em média, de 200 mililitros de ar por centímetro de pressão de água transpulmonar. Isto é, sempre que a pressão transpulmonar aumentar 1 centímetro de água, o volume pulmonar, após 10 a 20 segundos, se expandirá 200 mililitros (GUYTON, 13ª ed.). ↠ A complacência refere-se à quantidade de força que deve ser exercida sobre um corpo para o deformar. No pulmão, podemos expressar a complacência como uma alteração do volume (V), que é resultado de uma força ou pressão (P) exercida sobre o pulmão: (SILVERTHON, 7ª ed.) variação do volume/variação da pressão ↠ Um pulmão de alta complacência pode ser estirado facilmente, já um pulmão com baixa complacência requer mais força dos músculos inspiratórios para ser estirado (SILVERTHON, 7ª ed.) A complacência é o inverso da elastância (recuo elástico), que é a capacidade de resistir à deformação mecânica. A elastância também se refere à capacidade que um corpo tem de voltar à sua forma original quando a força que promove a sua deformação é removida. Um pulmão que é estirado facilmente (alta complacência) provavelmente apresenta perda do seu tecido elástico e, assim, não voltará ao seu volume de repouso quando a força que o mantém estirado cessa (baixa elastância) (SILVERTHON, 7ª ed.). ↠ As características do diagrama de complacência são determinadas pelas forças elásticas dos pulmões, que podem ser divididas em duas partes: (GUYTON, 13ª ed.). ➢ força elástica do tecido pulmonar propriamente dito; ➢ forças elásticas causadas pela tensão superficial do líquido que reveste as paredes internas dos alvéolos e outros espaços aéreos pulmonares As forças elásticas teciduais, que tendem a provocar o colapso do pulmão cheio de ar representam, apenas cerca de um terço da elasticidade total pulmonar, enquanto as forças de tensão superficial líquido-ar nos alvéolos representam cerca de dois terços (GUYTON, 13ª ed.). SURFACTANTE, TENSÃO SUPERFICIAL E COLAPSO ALVEOLAR ↠ O surfactante é um agente ativo da superfície da água, significando que ele reduz bastante a tensão superficial da água (GUYTON, 13ª ed.). EFEITO DA CAIXA TORÁCICA NA EXPANSIBILIDADE PULMONAR ↠ A caixa torácica tem suas próprias características elásticas e viscosas, semelhantes às dos pulmões; até mesmo se os pulmões não estivessem presentes no tórax, esforço muscular seria necessário para expandir a caixa torácica (GUYTON, 13ª ed.). RESISTÊNCIA DAS VIAS RESPIRATÓRIAS ↠ As paredes das vias respiratórias, especialmente os bronquíolos, oferecem alguma resistência ao fluxo normal de ar para dentro e para fora dos pulmões (TORTORA, 14ª ed.). ↠ À medida que os pulmões se expandem durante a inspiração, os bronquíolos se ampliam porque suas paredes são “puxadas” para fora em todas as direções. Vias respiratórias mais calibrosas têm menor resistência. A resistência das vias respiratórias então aumenta durante a expiração conforme o diâmetro dos bronquíolos diminui. O diâmetro das vias respiratórias também é regulado pelo grau de contração e relaxamento do músculo liso das paredes das vias respiratórias (TORTORA, 14ª ed.). Qualquer condição que estreite ou obstrua as vias respiratórias aumenta a resistência, de modo que é necessário mais pressão para manter o mesmo fluxo de ar. A característica da asma brônquica ou da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) – enfisema pulmonar 11 @jumorbeck ou bronquite crônica – é o aumento da resistência das vias respiratórias decorrente de sua obstrução ou colapso (TORTORA, 14ª ed.). Troca gasosa TROCA DE OXIGÊNIO E DIÓXIDO DE CARBONO ↠ A troca de oxigênio e dióxido de carbono entre o ar alveolar e o sangue pulmonar ocorre por meio da difusão passiva, que é regida pelo comportamento dos gases, como descrito por duas leis dos gases, a lei de Dalton e a lei de Henry. (TORTORA, 14ª ed.) LEI DOS GASES | LEI DE DALTON E LEI DE HENRY Lei de Dalton: ↠ De acordo com a lei de Dalton, cada gás em uma mistura de gases exerce a sua própria pressão como se não houvesse outros gases. A pressão de um gás específico em uma mistura é chamada de pressão parcial (Px); o subscrito é a fórmula química do gás. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A pressão total da mistura é calculada simplesmente adicionando-se todas as pressões parciais. O ar atmosférico é uma mistura de gases – nitrogênio (N2), oxigênio (O2), argônio (Ar), dióxido de carbono (CO2), volumes variáveis de vapor de água (H2O), além de outros gases presentes em pequenas quantidades. A pressão atmosférica é a soma das pressões de todos estes gases: (TORTORA, 14ª ed.) ↠ É possível determinar a pressão parcial exercida por cada um dos componentes na mistura multiplicando a porcentagem do gás na mistura pela pressão total da mistura. Assim, as pressões parciais dos gases no ar inspirado são: (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Estas pressões parciais determinam o movimento de O2 e CO2 entre a atmosfera e os pulmões, entre os pulmões e o sangue, e entre as células do sangue e o corpo. Cada tipo de gás se difunde através da membrana permeável da área em que sua pressão parcial é maior para a área em que sua pressão parcial é menor. Quanto maior a diferença na pressão parcial, mais rápida será a velocidade de difusão. (TORTORA, 14ª ed.) Lei de Henry: ↠ A lei de Henry afirma que o volume de um gás que se dissolve em um líquido é proporcional à pressão parcial do gás e à sua solubilidade. TORTORA, 14ª ed.) ↠ Nos líquidos corporais, a capacidade de um gás de ficar em solução é maior quando a sua pressão parcial é maior e quando ele tem elevada solubilidade em água. Quanto maior a pressão parcial de um gás em um líquido e mais elevada a sua solubilidade, mais gás vai ficar em solução. Em comparação ao oxigênio, muito mais CO2 está dissolvido no plasma sanguíneo, porque a solubilidade do CO2 é 24 vezes maior do que a do O2.. TORTORA, 14ª ed.) ↠ Mesmo que o ar que respiramos contenha principalmente N2, este gás não tem qualquer efeito sobre as funções corporais; ao nível do mar, sua pressão muito pequena se dissolve no plasma sanguíneo, porque a sua solubilidade é muito baixa. (TORTORA, 14ª ed.) Quando um mergulhador respira ar sob alta pressão, o nitrogênio na mistura pode ter sérios efeitos negativos. Visto que a pressão parcial de nitrogênio é superior em uma mistura de ar comprimido do que no ar à pressão ao nível do mar, um volume considerável de nitrogênio se dissolve no plasma e no líquido intersticial. Muito nitrogênio dissolvido pode provocar tontura e outros sintomas semelhantes aos da intoxicação por álcool. A condição é chamada de narcose por nitrogênio ou “embriaguez das profundezas”. (TORTORA, 14ª ed.) Se um mergulhador sobe à superfície lentamente, o nitrogênio dissolvido pode ser eliminado em sua expiração. No entanto, se a subida é demasiadamente rápida, o nitrogênio sai da solução rápidodemais e forma bolhas de gás nos tecidos, resultando em doença por descompressão (barotrauma). (TORTORA, 14ª ed.) Respiração externa ↠ A respiração externa ou troca gasosa pulmonar é a difusão do O2 do ar nos alvéolos pulmonares para o sangue dos capilares pulmonares e a difusão do CO2 na direção oposta (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A respiração externa nos pulmões converte o sangue venoso (discretamente depletado de O2) que vem do lado direito do coração em sangue oxigenado (saturado com O2) que retorna para o lado esquerdo do coração (TORTORA, 14ª ed.). 12 @jumorbeck ↠ Conforme o sangue flui pelos capilares pulmonares, capta O2 do ar alveolar e descarrega CO2 no ar alveolar. Embora este processo geralmente seja chamado de “troca” gasosa, cada gás se difunde independentemente da área em que sua pressão parcial é maior para a área em que sua pressão parcial é menor (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A Po2 do O2 gasoso no alvéolo é em média, de 104 mmHg, enquanto a Po2 do sangue venoso que entra nos capilares pulmonares, em sua porção arterial, está em torno de apenas 40 mmHg porque grande quantidade de O2 foi removida desse sangue enquanto ele passava através dos tecidos periféricos. Portanto, a diferença de pressão inicial que faz com que o O2 se difunda para os capilares pulmonares é 104 - 40, ou 64 mmHg. (GUYTON, 13ª ed.) ↠ Enquanto o O2 está se difundindo do ar alveolar para o sangue desoxigenado, o CO2 está se difundindo no sentido oposto. A PCO2 do sangue venoso é de 45 mmHg em uma pessoa em repouso, e a PCO2 do ar alveolar é de 40 mmHg. Em decorrência dessa diferença na PCO2, o dióxido de carbono se difunde do sangue oxigenado para os alvéolos até que a PCO2 do sangue diminua para 40 mmHg. A expiração mantém a PCO2 alveolar em 40 mmHg. O sangue oxigenado retorna para o lado esquerdo do coração pelas veias pulmonares; portanto, tem uma PCO2 de 40 mmHg (TORTORA, 14ª ed.). DIFUSÃO DOS GASES ATRAVÉS DA MEMBRANA RESPIRATÓRIA ↠ As paredes alveolares são extremamente finas e, entre os alvéolos, existe malha quase sólida de capilares interconectados. Na verdade, devido à extensão do plexo capilar, o fluxo de sangue na parede alveolar é descrito como “lâmina” de fluxo sanguíneo. Assim, é óbvio que os gases alveolares estão bastante próximos do sangue dos capilares pulmonares (GUYTON, 13ª ed.). ↠ Além disso, a troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue pulmonar se dá através das membranas de todas as porções terminais dos pulmões, e não apenas nos alvéolos. Todas essas membranas são conhecidas coletivamente como membrana respiratória, também denominada membrana pulmonar (GUYTON, 13ª ed.). ↠ Observe as diferentes camadas da membrana respiratória: (GUYTON, 13ª ed.). ➢ Camada de líquido contendo surfactante que reveste o alvéolo e reduz a tensão superficial do líquido alveolar. ➢ Epitélio alveolar, composto por células epiteliais finas. ➢ Membrana basal epitelial. ➢ Espaço intersticial delgado entre o epitélio alveolar e a membrana capilar. ➢ Membrana basal capilar que, em muitos locais, se funde com a membrana basal do epitélio alveolar. 13 @jumorbeck ➢ Membrana endotelial capilar. A despeito do grande número de camadas, a espessura total da membrana respiratória em algumas áreas é tão pequena quanto 0,2 micrômetro e, em média, tem 0,6 micrômetro, exceto onde ocorrem núcleos celulares (GUYTON, 13ª ed.). O diâmetro médio dos capilares pulmonares é de apenas 5 micrômetros, o que significa que as hemácias precisam se espremer ao passar por eles. A membrana das hemácias em geral, toca a parede capilar, de maneira que não é preciso que o O2 e o CO2 atravessem quantidades significativas de plasma enquanto se difundem entre o alvéolo e a hemácia, o que também aumenta a rapidez da difusão (GUYTON, 13ª ed.). FATORES QUE AFETAM A INTENSIDADE DA DIFUSÃO GASOSA ATRAVÉS DA MEMBRANA RESPIRATÓRIA ↠ Os fatores que determinam a rapidez com que um gás atravessará a membrana são: (GUYTON, 13ª ed.). ➢ a espessura da membrana; ➢ a área superficial da membrana; ➢ o coeficiente de difusão do gás na substância da membrana; ➢ a diferença de pressão parcial do gás entre os dois lados da membrana. ESPESSURA DA MEMBRANA ↠ O aumento da espessura da membrana respiratória diminui a taxa de difusão. Normalmente, a espessura da membrana é de cerca de 0,6 µm, mas, em algumas doenças pulmonares, pode haver um aumento na espessura em cerca de duas a três vezes, reduzindo drasticamente a taxa de troca gasosa (SEELY, 10ª ed.). ↠ A difusão através da membrana é inversamente proporcional à espessura da membrana (GUYTON, 13ª ed.). ↠ A causa mais comum desse aumento é um acúmulo de fluido no alvéolo, conhecido como edema pulmonar (SEELY, 10ª ed.). ÁREA SUPERFICIAL DA MEMBRANA ↠ Em um adulto saudável, a área de superfície total da membrana respiratória é cerca de 70 m2 (SEELY, 10ª ed.). ↠ Muitas doenças respiratórias, incluindo o enfisema e o câncer de pulmão, provocam redução na área de superfície da membrana respiratória (SEELY, 10ª ed.). ↠ Mesmo uma pequena diminuição na área superficial afeta as trocas gasosas durante o exercício extenuante. Quando a superfície total da membrana respiratória é diminuída em um terço ou um quarto do tamanho normal, a troca de gases é significativamente restringida, mesmo durante o repouso (SEELY, 10ª ed.). COEFICIENTE DE DIFUSÃO DO GÁS NA SUBSTÂNCIA DA MEMBRANA ↠ O coeficiente de difusão é uma medida que representa a facilidade com que um gás se difunde para dentro ou para fora de um líquido ou tecido, levando em consideração o tamanho dessa molécula de gás (peso molecular) e sua solubilidade no líquido (SEELY, 10ª ed.). ↠ A difusão pela membrana respiratória é quase exatamente a mesma da água. Portanto, em determinada diferença de pressão, o CO2 se difunde por cerca de 20 vezes mais rápido que o O2. O oxigênio se difunde cerca de duas vezes mais rápido que o nitrogênio (GUYTON, 13ª ed.). ↠ Quando a membrana respiratória se torna gradualmente danificada em consequência de doenças pulmonares, sua capacidade para permitir que o oxigênio se mova para o sangue é muitas vezes tão prejudicada que a morte por privação de oxigênio ocorre antes que a difusão do dióxido de carbono seja reduzida (SEELY, 10ª ed.). GRADIENTE DE PRESSÃO PARCIAL DO GÁS ↠ O gradiente de pressão parcial de um gás através da membrana respiratória é a diferença entre a pressão parcial do gás nos alvéolos e de sua pressão parcial no sangue dos capilares pulmonares (SEELY, 10ª ed.). ↠ Quando a pressão parcial é maior em um dos lados da membrana, a difusão ocorre a partir da pressão parcial mais elevada para a menor. Normalmente, a pressão parcial do oxigênio (Po2) é maior nos alvéolos do que no sangue, e a pressão parcial do dióxido de carbono (Pco2) é maior no sangue do que no ar alveolar (SEELY, 10ª ed.). Respiração interna ↠ A troca de O2 e CO2 entre os capilares sistêmicos e as células teciduais é chamada de respiração interna ou trocas gasosas sistêmicas. Conforme o O2 deixa a corrente sanguínea, o sangue oxigenado é convertido em sangue venoso (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Ao contrário da respiração externa, que ocorre somente nos pulmões, a respiração interna ocorre nos tecidos de todo o corpo (TORTORA, 14ª ed.). 14 @jumorbeck ↠ Quando o sangue arterial chega aos tecidos periféricos, sua Po2 nos capilares ainda é 95 mmHg. Contudo, como mostrado na figura, a Po2 no líquido intersticial, que banha as células teciduais, é, em média, de apenas 40 mmHg. Assim, existe enorme diferença da pressão inicial que faz com que o O2 se difunda, com rapidez, do sangue capilar para os tecidos — tão rapidamente que a Po2 capilar diminui, quase se igualando à pressão de 40 mmHg, no interstício. Portanto, a Po2 do sangue que deixa oscapilares dos tecidos e entra nas veias sistêmicas é também de aproximadamente, 40 mmHg. (GUYTON, 13ª ed.) ↠ O O2 está sempre sendo utilizado pelas células. Portanto, a Po2 intracelular nos tecidos periféricos, permanece menor do que a Po2 nos capilares periféricos. (GUYTON, 13ª ed.) ↠ Enquanto o O2 se difunde dos capilares sistêmicos para as células teciduais, o CO2 se difunde no sentido contrário. Dado que as células teciduais estão constantemente produzindo CO2, a PCO2 das células (45 mmHg em repouso) é maior do que a do sangue capilar sistêmico (40 mmHg). Como resultado, o CO2 se difunde das células teciduais pelo líquido intersticial para os capilares sistêmicos até que a PCO2 no sangue aumenta para 45 mmHg. O sangue desoxigenado então retorna para o coração e é bombeado para os pulmões para outro ciclo de respiração externa (TORTORA, 14ª ed.). Volumes e capacidades pulmonares ↠ Os fisiologistas e médicos avaliam a função pulmonar de uma pessoa medindo quanto ar ela move durante a respiração em repouso, e depois em esforço máximo. Estes testes de função pulmonar usam um espirômetro, um instrumento que mede o volume de ar movido a cada respiração (SILVERTHON, 7ª ed.). ↠ A espirometria é um procedimento realizado para medir o volume de ar movido para dentro e para fora do sistema respiratório (SEELY, 10ª ed.). VOLUMES PULMONARES Os volumes pulmonares variam consideravelmente com a idade, o sexo, a altura e o peso, e, assim, os médicos usam algoritmos com base nesses parâmetros para calcular os volumes pulmonares (SILVERTHON, 7ª ed.). ↠ O ar movido durante a respiração pode ser dividido em quatro volumes pulmonares (valores representativos para um jovem adulto do sexo masculino): ➢ Volume corrente: é o volume de ar inspirado e expirado em cada respiração. Em repouso, o volume corrente é de aproximadamente 500 mL (SEELY, 10ª ed.). O volume corrente varia consideravelmente de uma pessoa para outra e na mesma pessoa em momentos diferentes. Em um adulto típico, aproximadamente 70% do volume corrente (350 ml) alcança efetivamente a zona respiratória do sistema respiratório – bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos – e participa na respiração externa. Os outros 30% (150 m l) permanecem nas vias respiratórias de condução do nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais (TORTORA, 14ª ed.). O local onde não ocorrem trocas gasosas no sistema respiratório é denominado espaço morto. Uma distinção pode ser feita entre espaço morto anatômico e espaço morto fisiológico. O espaço morto anatômico, que mede 150 mL, é formado pela cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais. O espaço morto fisiológico é o espaço morto anatômico mais o volume dos alvéolos nos quais a troca gasosa é menor do que o normal. Em uma pessoa saudável, os espaços mortos anatômico e fisiológico são equivalentes; isto é, há poucos alvéolos não funcionais (SEELY, 10ª ed.). 15 @jumorbeck ➢ Volume inspiratório de reserva: é a quantidade de ar que pode ser inspirada forçadamente além do volume corrente (cerca de 3.000 mL em repouso) (SEELY, 10ª ed.). ➢ Volume expiratório de reserva: é a quantidade de ar que pode ser expirada forçadamente além do volume corrente (cerca de 1.100 mL em repouso) (SEELY, 10ª ed.). ➢ Volume residual: é o volume de ar que permanece nas vias respiratórias e nos pulmões após uma expiração forçada (aproximadamente 1.200 mL) (SEELY, 10ª ed.). O volume corrente aumenta quando uma pessoa está mais ativa. Uma vez que o volume máximo do sistema respiratório não se altera de um momento ao outro, um aumento no volume corrente provoca a diminuição dos volumes de reserva inspiratório e expiratório (SEELY, 10ª ed.). CAPACIDADES PULMONARES ↠ Capacidade pulmonar é a soma de dois ou mais volumes pulmonares. Seguem algumas capacidades pulmonares: (SEELY, 10ª ed.). ➢ Capacidade inspiratória: é o volume corrente mais o volume inspiratório de reserva, representando a quantidade máxima que uma pessoa pode inspirar após uma expiração normal (cerca de 3.500 mL em repouso) (SEELY, 10ª ed.). ➢ Capacidade residual funcional: é o volume expiratório de reserva mais o volume residual, representando a quantidade de ar que permanece nos pulmões após uma expiração normal (aproximadamente 2.300 mL em repouso) (SEELY, 10ª ed.). ➢ Capacidade vital: é a soma do volume inspiratório de reserva, do volume corrente e do volume expiratório de reserva, representando o volume máximo de ar que uma pessoa pode expelir do trato respiratório após uma inspiração máxima (cerca de 4.600 mL) (SEELY, 10ª ed.). ➢ Capacidade pulmonar total: é a soma de todos os volumes pulmonares (aproximadamente 5.800 mL) (SEELY, 10ª ed.). Fatores como gênero, idade, tamanho do corpo e condicionamento físico causam variações nos volumes e capacidades respiratórios de um indivíduo para o outro. Por exemplo, a capacidade vital de uma mulher é normalmente 20 a 25% menor do que a de um homem (SEELY, 10ª ed.). A capacidade vital alcança uma quantidade máxima em jovens adultos e diminui gradualmente com o passar dos anos (SEELY, 10ª ed.). Pessoas altas ou magras normalmente apresentam maior capacidade vital que pessoas baixas ou obesas, respectivamente (SEELY, 10ª ed.). Atletas treinados podem apresentar uma capacidade vital 30 a 40% maior do que a de pessoas não treinadas (SEELY, 10ª ed.). 16 @jumorbeck VENTILAÇÃO-MINUTO A ventilação-minuto é a quantidade total de ar movido para dentro e para fora do sistema respiratório a cada minuto; é igual ao volume corrente multiplicado pela frequência respiratória. A frequência respiratória, ou ritmo respiratório, é a quantidade de respirações por minuto. Uma vez que o volume corrente em repouso é de aproximadamente 500 mL e a frequência respiratória é de cerca de 12 respirações por minuto, a ventilação-minuto é, em média, de aproximadamente 6 L/min. (SEELY, 10ª ed.). EFEITOS DA OBESIDADE SOBRE OS VOLUMES E AS CAPACIDADES PULMONARES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA (WINCK et. al., 2016) O excesso de peso acarreta alterações diretas na mecânica ventilatória. Estudos prévios sugerem que a obesidade causa uma importante mudança no sistema respiratório, resulta em prejuízos no sincronismo tóraco-abdominal. O aumento do peso corporal acarreta limitação da mobilidade diafragmática e redução do movimento costal, com comprometimento nas trocas gasosas pulmonares e no controle do padrão respiratório. Em resumo, os achados desta revisão demonstram efeitos deletérios da obesidade sobre os volumes e as capacidades pulmonares em crianças e adolescentes, com redução, principalmente da capacidade residual funcional, volume de reserva expiratório e volume residual. Os resultados ressaltam a necessidade da elaboração de medidas efetivas estratégicas no combate da obesidade infantil por meio de programas de intervenção, para evitar ou amenizar o impacto negativo da obesidade sobre a função pulmonar dessa população. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA EM IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE HIDROTERAPIA (SALICIO et. al., 2015) No pulmão senil as mudanças estruturais no tecido conectivo acarretam perda do recolhimento elástico pulmonar, levando a uma progressiva retenção de ar e, consequentemente, ao aumento da complacência do parênquima pulmonar. Desta forma, a atividade física realizada no decorrer da vida melhora o condicionamento aeróbico e aprimora as funções cardiorrespiratórias. O objetivo deste trabalho foi verificar diferenças dos volumes, capacidades pulmonares e força muscular respiratória entre idosos praticantes e não praticantes de hidroterapia. Foi realizado um estudo transversal, avaliando 30 idosos praticantes de hidroterapiae 30 sedentários. Os resultados mostraram melhores desempenhos em todas as avaliações de volume corrente, volume minuto, capacidade inspiratória e capacidade vital para os idosos ativos quando comparados aos sedentários. Os idosos praticantes de hidroterapia apresentaram maior força dos músculos respiratórios, volumes e capacidades pulmonares, reforçando assim os efeitos benéficos da atividade física no processo de envelhecimento Referências: REGAN, J.; RUSSO, A.; VVANPUTTE, C. Anatomia e Fisiologia de Seely, 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. MARIEB, E.; WILHELM, P.; MALLATT, J. Anatomia humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017. GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed. Editora Elsevier Ltda., 2017 KOEPPEN, B. M.; STANTON, B. A. Berne & Levy Fisiologia, 7ª ed. Editora Elsevier Ltda, 2018 WINCK et. al. Efeitos da obesidade sobre os volumes e as capacidades pulmonares em crianças e adolescentes: uma revisão sistemática. Revista Paulista de Pediatria, v. 34, n. 4, p. 510-517, 2016. SALICIO et. al. Função respiratória em idosos praticantes e não praticantes de hidroterapia. Revista científica Ciência Biologia Saúde, v. 17, n. 2, p. 107-112, 2015.
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