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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I - PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS- MOSSORÓ/RN UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Profª. MSc. CHRISTIANE MYLENA TAVARES DE MENEZES GAMELEIRA ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO ◼ CAPÍTULO 3 – PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS 3.1 O ensaio de tração e compressão 3.2 O diagrama tensão-deformação 3.3 Comportamento da tensão-deformação de materiais dúcteis e frágeis 3.4 Lei de Hooke 3.5 Energia de deformação 3.6 Coeficiente de Poisson 3.7 O diagrama tensão-deformação de cisalhamento 2 Objetivos do capítulo Mostraremos como a tensão pode ser relacionada com a deformação por meio de métodos experimentais capazes de determinar o diagrama tensão-deformação para um material específico. O comportamento descrito por esse diagrama será discutido para materiais comumente utilizados na engenharia. Discutiremos também, propriedades mecânicas e outros ensaios relacionados com o desenvolvimento da resistência dos materiais. 3 As propriedades mecânicas de um material devem ser conhecidas para que os engenheiros possam relacionar a deformação medida no material com a tensão associada a ela. 4 3.1 O ensaio de tração e compressão A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar uma carga sem deformação excessiva ou ruptura. Essa propriedade é inerente ao próprio material e deve ser determinada por métodos experimentais. Um dos testes mais importantes nesses casos é o ensaio de tração ou compressão. 5 3.1 O ensaio de tração e compressão Uma máquina de teste é projetada para ler a carga exigida para manter o alongamento uniforme. 6 3.1 O ensaio de tração e compressão Teste de Tração O corpo de prova é submetido a um esforço que tende a alongá-lo Objetivos: ◼ Conhecer como o material reage a tração ◼ Limites de tração ◼ Carga de ruptura 7 Mostrar vídeo 3.1 O ensaio de tração e compressão Teste de compressão O corpo de prova é submetido a um esforço que tende a comprimi-lo. Objetivos: ◼ Obter o limite de ruptura à compressão; de materiais frágeis (concreto, cerâmica etc) e materiais dúcteis (metal, borracha). 8 Mostrar vídeo 3.2 O diagrama tensão- deformação Pelos dados obtidos em um ensaio de tração ou compressão, é possível calcular vários valores da tensão correspondentes no corpo de prova e, então, construir um gráfico com esses resultados. A curva resultantes é denominada diagrama tensão-deformação e, normalmente, ela pode ser escrita de duas maneiras: Diagrama tensão-deformação convencional Diagrama tensão-deformação real 9 3.2 O diagrama tensão- deformação Diagrama tensão-deformação convencional A tensão nominal, ou tensão de engenharia, é determinada pela divisão da carga aplicada P pela área original da seção transversal do corpo de prova, A0. A deformação nominal, ou deformação de engenharia, é determinada pela divisão da variação, δ, no comprimento de referência do corpo de prova, pelo comprimento de referência original do corpo de prova, L0. 10 0A P = 0L = 3.2 O diagrama tensão- deformação 11 Os valores correspondentes a σ e ε são marcados em um gráfico onde a ordenada é a tensão e a abscissa é a deformação. Esse diagrama proporciona os meios para se obterem dados sobre a resistência à tração (ou compressão) de um material sem considerar o tamanho ou a forma física do material, isto é, sua geometria. Dois diagramas tensão-deformação para um determinado material nunca serão exatamente iguais, já que os resultados dependem de variáveis como a composição e as imperfeições microscópicas do material, seu modo de fabricação e a taxa de carga e temperatura utilizadas durantes o teste. 3.2 O diagrama tensão- deformação Discutiremos as características da curva tensão-deformação convencional referente ao aço. Material comumente utilizado para fabricação de elementos estruturais e mecânicos. Pela curva ao lado, podemos identificar quatro modos diferentes de comportamento do material, dependendo do grau de deformação nele induzido. 12 3.2 O diagrama tensão- deformação Comportamento elástico A tensão é proporcional a deformação; O material é linearmente elástico. O limite superior da tensão para essa relação linear é denominado limite de proporcionalidade, 𝝈𝒍𝒑 . Se a tensão ultrapassar ligeiramente o limite de proporcionalidade o material ainda pode responder de maneira elástica, todavia, a reta tende a encurvar-se e achatar-se. Isso continua até a tensão atingir o limite de elasticidade. Ao atingir o limite de elasticidade, se a carga for removida, o corpo de prova ainda voltará à sua forma original. 13 3.2 O diagrama tensão- deformação Escoamento Um pequeno aumento na tensão acima do limite de elasticidade resultará no colapso do material e fará com que ele se deforme permanentemente. A tensão que causa escoamento é denominada tensão de escoamento ou ponto de escoamento, 𝜎𝑒 , e a deformação que ocorre é denominada deformação plástica. Uma vez alcançado o ponto de escoamento, o corpo continuará a alongar-se (deformar-se) sem qualquer aumento de carga. 14 3.2 O diagrama tensão- deformação Endurecimento por deformação. Quando o escoamento tiver terminado, pode-se aplicar uma carga adicional ao corpo de prova, o que resulta em uma curva que cresce continuamente, mas torna-se mais achatada até atingir uma tensão máxima denominada limite de resistência, 𝜎𝑟. O crescimento da curva dessa maneira é denominada endurecimento por deformação. 15 3.2 O diagrama tensão- deformação Estricção No limite de resistência, a área da seção começa a diminuir em uma região localizada do corpo de prova, em vez de em todo o seu comprimento. Como resultado, tende a formar-se uma constrição, ou estricção, gradativa nessa região, à medida que o corpo de prova se alonga cada vez mais. Por consequência, o diagrama tensão- deformação tende a curvar-se para baixo até o corpo de prova quebrar, quando atinge a tensão de ruptura, 𝝈𝒓𝒖𝒑. 16 3.2 O diagrama tensão- deformação Diagrama tensão-deformação real Em vez de sempre usar a área da seção transversal e o comprimento originais do corpo de prova para calcular a tensão e a deformação (de engenharia), poderíamos utilizar a área da seção transversal e o comprimento reais do corpo de prova no instante em que a carga é medida. Os valores da tensão e da deformação calculados por essas medições são denominados tensão real e deformação real, e a representação gráfica de seus valores é denominada diagrama tensão-deformação real. 17 3.2 O diagrama tensão- deformação 18 3.3 Comportamento da tensão-deformação de materiais dúcteis e frágeis. Os materiais podem ser classificados como dúcteis ou frágeis, dependendo de suas características de tensão- deformação. Materiais dúcteis Qualquer material que possa ser submetido a grandes deformações antes de sofrer ruptura é denominado material dúctil. Os engenheiros costumam escolher materiais dúcteis para o projeto uma vez que esses materiais são capazes de absorver choque ou energia e, se ficarem sobrecarregados, exibirão, em geral, grande deformação antes de falhar. 19 3.3 Comportamento da tensão-deformação de materiais dúcteis e frágeis. Um modo de especificar a ductilidade de um material é calcular o percentual de alongamento ou a redução percentual da área no instante da ruptura. A porcentagem de alongamento é a deformação de ruptura do corpo de prova expressa como porcentagem. 𝑃𝑜𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑜𝑛𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐿𝑟𝑢𝑝 − 𝐿0 𝐿0 (100%) 𝐿0 − 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑎 𝐿𝑟𝑢𝑝 − 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑛𝑎 𝑟𝑢𝑝𝑡𝑢𝑟𝑎 20 3.3 Comportamento da tensão-deformação de materiais dúcteis e frágeis. A porcentagem de redução da área é outro modo de especificar a ductilidade e é definida dentro da região de estricção da seguinte maneira. 𝑃𝑜𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑎 á𝑟𝑒𝑎 = 𝐴0 − 𝐴𝑓 𝐴0 (100%) 𝐴0 − á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑎 𝐴𝑓 − á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑢𝑝𝑡𝑢𝑟𝑎 21 3.3 Comportamento da tensão-deformação de materiais dúcteis e frágeis. Materiais frágeis Materiais que exibem pouco ou nenhum escoamento antes da falha são denominados dos materiais frágeis. 22 3.4 Lei de Hooke O diagrama tensão-deformação para a maioria dos materiais de engenharia exibe uma relação linear entre tensão e deformação dentro da região elástica. Por consequência, um aumento na tensão provoca um aumento proporcional na deformação. Esse fato foi descoberto por Robert Hooke, em 1676, para molas, e é conhecido como lei de Hooke. 23 3.4 Lei de Hooke Lei de Hooke define a relação linear entre tensão e deformação dentro da região elástica. E (módulo de elasticidade) pode ser usado somente se o material tiver relação linear-elástica 24 E= σ = tensão E = módulo de elasticidade ou módulo de Young ε = deformação 3.4 Lei de Hooke Endurecimento por deformação Se um corpo de prova de material dúctil for carregado na região plástica e, então, descarregado, a deformação elástica é recuperada à medida que o material volta a seu estado de equilíbrio. Entretanto, a deformação plástica permanece, e o resultado é que o material fica sujeito a uma deformação permanente. 25 3.5 Energia de deformação Quando um material é deformado por uma carga externa, tende a armazenar energia internamente em todo seu volume. Como essa energia está relacionada com as deformações no material, ela é denominada energia de deformação. Módulo de Resiliência 26 Quando a tensão atinge o limite de proporcionalidade, a densidade da energia de deformação é denominada módulo de resiliência, ur. Em termos físicos, a resiliência de um material representa sua capacidade de absorver energia sem sofrer qualquer dano permanente. E u pl plplr 2 2 1 2 1 == 3.5 Energia de deformação Módulo de tenacidade Módulo de tenacidade, ut, representa a área inteira sob o diagrama tensão-deformação. Indica a densidade de energia de deformação do material um pouco antes da ruptura. Essa propriedade é importante no projeto de elementos estruturais que possam ser sobrecarregados acidentalmente. 27 Pontos importantes Um diagrama tensão-deformação convencional é importante na engenharia porque proporciona um meio para obtenção de dados sobre a resistência à tração ou à compressão de um material sem considerar o tamanho ou a forma física do material. Tensão e deformação de engenharia são calculadas pela área da seção transversal e comprimento de referência originais do corpo de prova. 28 Pontos importantes Um material dúctil, como o aço doce, tem quatro comportamento distintos quando é carregado: comportamento elástico, escoamento, endurecimento por deformação e estricção. Obs.: O aço com baixo teor de carbono e baixos teores de ligas é comercialmente chamado de “aço doce”. 29 Pontos importantes Um material é linear elástico se a tensão for proporcional à deformação dentro da região elástica. Essa propriedade é denominada lei de Hooke, e a inclinação da curva é denominada módulo de elasticidade, E. Pontos importantes no diagrama tensão-deformação são o limite de proporcionalidade, o limite de elasticidade, a tensão de escoamento, o limite de resistência e a tensão de ruptura. 30 Pontos importantes A ductilidade de um material pode ser especificada pela porcentagem de alongamento ou pela porcentagem de redução da área do corpo de prova. Se um material não tiver um ponto de escoamento distinto, pode-se especificar um limite de escoamento por meio de um procedimento gráfico como o método da deformação residual. 31 Pontos importantes Materiais frágeis, como o ferro fundido cinzento, apresentam pouco ou nenhum escoamento e sofrem ruptura repentina. Endurecimento por deformação é usado para estabelecer um ponto de escoamento mais alto para um material. O material é submetido à deformação além do limite elástico e, então, a carga é retirada. O módulo de elasticidade permanece o mesmo, porém a ductilidade do material diminui. 32 Pontos importantes Energia de deformação é a energia armazenada no material por conta de sua deformação. Essa energia por unidade de volume é denominada densidade de energia de deformação. Se for medida até o limite de proporcionalidade, é denominada módulo de resiliência; se for medida até o ponto de ruptura, é denominada módulo de tenacidade. 33 Exemplo 3.2 34 O diagrama tensão-deformação para uma liga de alumínio utilizada na fabricação de peças de aeronaves é mostrado ao lado. Se um corpo de prova desse material for submetido à tensão de tração de 600 MPa, determine a deformação permanente no corpo de prova quando a carga é retirada. Solução: Quando o corpo de prova é submetido à carga, a deformação é aproximadamente 0,023 mm/mm. A inclinação da reta OA é o módulo de elasticidade, isto é, Pelo triângulo CBD, temos que ( ) ( ) mm/mm 008,0100,7510600 9 6 ==== CD CDCD BD E GPa 0,75 006,0 450 ==E A deformação representa a quantidade de deformação elástica recuperada. Assim, a deformação permanente é (Resposta) mm/mm 0150,0008,0023,0 =−=OC 37 Problema 3.1. Um cilindro de concreto com 150 mm de diâmetro e 300 mm de comprimento de referência é testado sob compressão. Os resultados do ensaio são apresentados na tabela como carga em relação à contração. Desenhe o diagrama tensão- deformação usando escalas de 10 mm =2 MPa e 10 mm = 0,1 (10−3) mm/mm. Use o diagrama para determinar o módulo de elasticidade aproximado. 38 39 𝐸𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥 = 2,67 0,000100 = 26700𝑀𝑃𝑎 3.6 Coeficiente de Poisson Quando submetido a uma força de tração axial, um corpo deformável não apenas se alonga, mas também se contrai lateralmente. Por exemplo, se esticarmos uma tira de borracha, podemos notar que a espessura, assim como a largura da tira diminuem. Da mesma forma, uma força de compressão que age sobre um corpo provoca contração na direção da força e, no entanto, seus lados se expandem lateralmente. 40 3.6 Coeficiente de Poisson Para uma barra com comprimento e raio originais r e L, respectivamente, temos. Quando a carga P é aplicada à barra, provoca uma mudança 𝛿 no comprimento e 𝛿′ no raio da barra. As deformações na direção longitudinal ou axial e na direção lateral ou radial são, respectivamente, ∈𝑙𝑜𝑛𝑔 𝛿 𝐿 e ∈𝑙𝑎𝑡= 𝛿′ 𝑟 41 3.6 Coeficiente de Poisson Coeficiente de Poisson, v (nu), estabelece que dentro da faixa elástica, a razão entre essas deformações é uma constante, já que estas são proporcionais. A expressão acima tem sinal negativo porque o alongamento longitudinal (deformação positiva) provoca contração lateral (deformação negativa) e vice-versa. 42 long lat −=v O coeficiente de Poisson é adimensional. Valores típicos são 1/3 ou 1/4. Exemplo 3.4 43 Uma barra de aço A-36 tem as dimensões mostradas abaixo. Se uma força axial P = 80 kN for aplicada à barra, determine a mudança em seu comprimento e a mudança nas dimensões da área de sua seção transversal após a aplicação da carga. O material comporta-se elasticamente. 44 Solução: A tensão normal na barra é ( ) ( ) ( )mm/mm 1080 10200 100,16 6 6 6 aço −=== E z z ( ) ( )( ) ( )Pa 100,16 05,01,0 1080 6 3 === A P z Da tabela para o aço A-36, Eaço = 200 GPa,O alongamento axial da barra é, portanto, As deformações de contração em ambas as direções x e y são ( ) m/m 6,25108032,0 6aço −=−=−== −zyx v ( )( ) (Resposta) m1205,11080 6z === −zz L Assim, as mudanças nas dimensões da seção transversal são ( )( ) ( )( ) (Resposta) m28,105,0106,25 (Resposta) m56,21,0106,25 6 6 −=−== −=−== − − yyy xxx L L 3.7 O diagrama tensão- deformação de cisalhamento Quando um elemento do material é submetido a cisalhamento puro, o equilíbrio exige que tensões de cisalhamento iguais sejam desenvolvidas nas quatro faces do elemento. Essas tensões devem dirigir-se ou afastar-se de cantos diagonalmente opostos do elemento. 47 3.7 O diagrama tensão- deformação de cisalhamento Se o material for homogêneo e isotrópico, essa tensão de cisalhamento distorcerá o elemento uniformemente. Como mencionado no capítulo 2, a deformação por cisalhamento 𝛾𝑥𝑦 mede a distorção angular do elemento em relação aos lados que se encontravam, originalmente, ao longo dos eixos x e y. 48 3.7 O diagrama tensão- deformação de cisalhamento A maioria dos materiais de engenharia apresenta comportamento elástico linear, portanto a lei de Hooke para cisalhamento pode ser expressa por Nesta expressão, G é denominado módulo de elasticidade ao cisalhamento ou módulo de rigidez. Seu valor pode ser medido como a inclinação da reta no diagrama 𝜏 − 𝛾. Três constantes do material, E, v e G, na realidade, estão relacionadas pela equação 49 G= ( )v E G + = 12 Exemplo 3.5 50 Um corpo de liga de titânio é testado em torção e o diagrama tensão-deformação de cisalhamento é mostrado na figura abaixo. Determine o módulo de cisalhamento G, o limite de proporcionalidade e o limite de resistência ao cisalhamento. Determine também a máxima distância d de deslocamento horizontal da parte superior de um bloco desse material, se ele se comportar elasticamente quando submetido a uma força de cisalhamento V. Qual é o valor de V necessário para causar esse deslocamento? Solução: As coordenadas do ponto A são (0,008 rad, 360 MPa). Assim, o módulo de cisalhamento é ( ) (Resposta) MPa 1045 008,0 360 3==G Por inspeção, o gráfico deixa de ser linear no ponto A. Assim, o limite de proporcionalidade é (Resposta) MPa 504=m (Resposta) MPa 360=lp Esse valor representa a tensão de cisalhamento máxima, no ponto B. Assim, o limite de resistência é Já que o ângulo é pequeno, o deslocamento horizontal da parte superior será ( ) mm 4,0 mm 50 008,0rad 008,0tg == d d A tensão de cisalhamento V necessária para causar o deslocamento é ( )( ) (Resposta) kN 700.2 10075 MPa 360 ;méd === V V A V Fluência Quando um material tem de suportar uma carga por muito tempo, pode continuar a deformar-se até sofrer uma ruptura repentina. Essa deformação permanente é conhecida como fluência. De modo geral, tensão e/ou temperatura desempenham um papel significativo na taxa de fluência. A resistência à fluência diminuirá para temperaturas mais altas ou para tensões aplicadas mais altas. Falha de materiais devida à fluência e à fadiga 54 Fadiga Quando um metal é submetido a ciclos repetidos de tensão ou deformação, sua estrutura irá resultar em ruptura. Esse comportamento é chamado fadiga. Limite de fadiga é um limite no qual nenhuma falha é detectada após a aplicação de uma carga durante um número específico de ciclos. Esse limite pode ser determinado no diagrama S-N (diagrama tensão –ciclo). Vídeo 56 Pontos importantes Coeficiente de Poisson, 𝜈, é uma medida lateral de um material homogêneo e isotrópico em relação à sua deformação longitudinal. De modo geral, essas deformações têm sinais opostos, isto é, se uma delas for um alongamento, a outra será uma contração. O diagrama tensão-deformação de cisalhamento é um gráfico da tensão de cisalhamento em relação à deformação por cisalhamento. Se o material for homogêneo e isotrópico e também linear elástico, a inclinação da curva dentro da região elástica é denominada módulo de rigidez ou módulo de cisalhamento, G. 57 Pontos importantes Existe uma relação matemática entre G, E e 𝜈. Fluência é a deformação de um material relacionada ao tempo no qual a tensão e/ou temperatura desempenham um importante papel. Elementos estruturais são projetados para resistir aos efeitos da fluência com base em seu limite de fluência, que é a tensão inicial mais alta que um material pode suportar durante um período específico sem provocar uma deformação por fluência também específica. 58 Pontos importantes Fadiga ocorre em metais quando a tensão ou deformação é cíclica. Provoca a ocorrência de ruptura frágil. Elementos estruturais são projetados para resistir à fadiga assegurando que a tensão no elemento não ultrapasse seu limite de resistência ou limite de fadiga. Esse valor é determinado em um diagrama S-N como a máxima tensão à qual o elemento pode resistir quando submetido a um número determinado de ciclos de carregamento. 59 Problemas 3.26 A haste plástica de acrílico tem 200 mm de comprimento e 15 mm de diâmetro. Se uma carga axial de 300 N for aplicada a ela, determine a mudança em seu comprimento e em seu diâmetro. 𝐸𝑝 = 2,70 𝐺𝑃𝑎, 𝜐𝑝 = 0,4. 60
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