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Sistema Cardiovascular O coração é um órgão muscular, oco, tem forma de cone e funciona de modo similar a duas bombas, contrátil e propulsora. O órgão realiza dois movimentos básicos: sístole (contração) e diástole (relaxamento), de acordo com a despolarização e repolarização de suas cargas elétricas intra e extracelulares, estimuladas por íons como: sódio, potássio, magnésio, cálcio. São conduzidas por um sistema nervoso próprio, capaz de produzir automaticamente seus estímulos elétricos, iniciados por células especializadas que formam o nódulo sinoatrial, localizado na parede posterior do átrio direito. Sua divisão é conhecida como ápice, base e mais 3 fases, esternocostal, diafragmática e pulmonar. (Dangelo JG, Fattini CA. Anatomia Humana Básica. Livraria Atheneu São Paulo, 1988) Suas funções são o fornecimento de nutrientes, retirada de metabólitos, regulação da pressão arterial, transporte de hormônios, regulação da temperatura corporal e outros ajustes homeostáticos em estados alterados. O sistema cardiovascular é formado pelos vasos sanguíneos, artérias, veias, capilares e pelo coração. É responsável pela circulação do sangue, isso é, transporta os nutrientes e oxigênio por todo o corpo, além de remover gás carbônico e metabólitos. As estruturas do corpo humano estão separadas em níveis: químico tecidual, celular, órgão, sistema e organismo. (Woods SL, Froelicher SES, Motzer SU. Enfermagem em cardiologia. 4.ed. Barueri: Manole, 2005.) Quanto às cavidades do coração, são subdivididas em quatro câmaras: átrios e ventrículos localizados à direita e à esquerda. O átrio direito se comunica com o ventrículo direito por meio do óstio atrioventricular direito, no qual existe uma estrutura direcionadora do fluxo, a valva atrioventricular direita (tricúspide) (Silva Rose Mary Ferreira Lisboa, Filosofia Cardiovascular Rio de Janeiro 2009.) O pericárdio é uma membrana fibroserosa em forma de bolsa, que recobre e protege o coração e raízes dos grandes vasos. Possui duas membranas: uma composta por tecido fibroso, ou seja, pericárdio fibroso e a membrana interna, chamada de pericárdio seroso e formada por duas lâminas (parietal e visceral). Esta possui um líquido seroso que preenche o espaço entre as duas lâminas, lubrificando o coração e evitando o atrito em cada batimento. Assemelha-se a uma túnica, que repousa sobre o diafragma e se prende a ele. O miocárdio é a camada mais espessa do coração, sendo formado por fibras musculares e tecido conjuntivo fibroso, responsável pela sustentação da musculatura cardíaca. Esse tipo de músculo permite que o coração se contraia e, portanto, impulsione sangue ou o force para o interior dos vasos sanguíneos. (Netter FH. Atlas De Anatomia Humana. 5.ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011). Os vasos sanguíneos são compostos por três túnicas (exceto os capilares), sendo túnica íntima, que é camada interna, composta por um revestimento endotelial e formando uma superfície lisa. Camada do meio (túnica média) é composta por tecido elástico e músculo liso, apresentando-se mais espessa nas artérias do que nas veias. A camada externa, túnica adventícia é composta por tecido conjuntivo e bastante resistente. (Silva MR. Fisiologia cardiovascular. São Paulo: Editora Atheneu, 2000.) Sistema Sanguíneo O sangue é composto por elementos figurados (células e fragmentos celulares) suspensos em um líquido denominado plasma. No plasma, estão dissolvidos numerosos nutrientes, proteínas, produtos de degradação metabólica e outras moléculas transportadas entre sistemas de órgãos. As células incluem os eritrócitos (hemácias) e os leucócitos (glóbulos brancos), bem como as plaquetas, que são fragmentos celulares. Mais de 99% das células do sangue consistem nos eritrócitos, que transportam oxigênio aos tecidos e dióxido de carbono a partir dos tecidos. Os leucócitos protegem o organismo contra a infecção e o câncer, enquanto as plaquetas atuam na coagulação sanguínea. O movimento constante do sangue mantém todas as células dispersas pelo plasma. (VANDER, 2017). O hematócrito é definido como a porcentagem do volume de sangue ocupada pelos eritrócitos. O hematócrito é medido por meio de centrifugação (rotação em alta velocidade) de uma amostra de sangue. Os eritrócitos são forçados para o fundo do tubo de ensaio, e o plasma permanece na parte superior, enquanto os leucócitos e as plaquetas formam uma camada muito fina entre os dois, denominada creme leucocitário. O hematócrito normal é de aproximadamente 45% nos homens e 42% nas mulheres. (VANDER, 2017) Todas as células do sangue originam-se de uma única população de células, denominadas células-tronco hematopoiéticas pluripotentes, que são células indiferenciadas capazes de dar origem a precursores (progenitores) de qualquer uma das diferentes células sanguíneas. Quando uma célula-tronco pluripotente se divide, a primeira descendência produz células precursoras dos linfócitos da medula óssea, as quais dão origem aos linfócitos, ou células-tronco “comprometidas”, os progenitores de todas as outras variedades. (VANDER, 2017) O rápido fluxo de sangue por todo corpo é produzido por pressões criadas pela ação de bombeamento do coração. Esse tipo de fluxo é conhecido como fluxo de massa, visto que todos os constituintes do sangue se movem juntos. O extraordinário grau de ramificação dos vasos sanguíneos assegura que quase todas as células do corpo estejam pelo menos a uma distância de algumas células dos ramos menores, os capilares. Os nutrientes e os produtos finais do metabolismo movem-se entre o sangue capilar e o líquido intersticial por difusão. Os movimentos entre o líquido intersticial e o interior da célula são realizados por difusão e por transporte mediado através da membrana plasmática. (VANDER, 2017) Em qualquer momento determinado, apenas cerca de 5% do sangue circulante total encontram-se, na realidade, nos capilares. Contudo, são esses 5% que estão desempenhando, em última análise, as funções de todo o sistema circulatório: o suprimento de nutrientes, oxigênio e sinais hormonais e a remoção de produtos finais do metabolismo e outros produtos celulares. Todos os outros componentes do sistema servem para a função global de proporcionar um fluxo sanguíneo adequado através dos capilares. (VANDER, 2017) O sistema circulatório forma uma alça fechada, de modo que o sangue bombeado para fora do coração através de um conjunto de vasos retorna ao coração por um conjunto diferente de vasos. Na realidade, existem dois circuitos, ambos os quais se originam e terminam no coração, que é dividido longitudinalmente em duas metades funcionais. Cada metade do coração contém duas câmaras: uma câmara superior – o átrio – e uma câmara inferior – o ventrículo. O átrio em cada um dos lados desemboca no ventrículo do mesmo lado, porém não existe habitualmente nenhum fluxo sanguíneo direto entre os dois átrios ou entre os dois ventrículos no coração do adulto saudável. (VANDER, 2017) A circulação pulmonar inclui o sangue bombeado do ventrículo direito através dos pulmões e, em seguida, para o átrio esquerdo. Em seguida, o sangue é bombeado através da circulação sistêmica, partindo do ventrículo esquerdo através de todos os órgãos e tecidos do corpo – com exceção dos pulmões – e, em seguida, para o átrio direito. Em ambos os circuitos, os vasos que transportam o sangue para fora do coração são denominados artérias; os que transportam o sangue dos órgãos e tecidos do corpo de volta ao coração são denominados veias. (VANDER, 2017) Sistema Respiratório O sistema respiratório tem a função de executar a troca gasosa, levando o oxigênio aos tecidos e removendo o dióxido de carbono, atuando em conjunto com o sistema circulatório que transporta o sangue contendo os gases entre os pulmõese as células do corpo. Ocorrendo falha entre um desses sistemas desregula a homeostasia, causando uma morte rápida das células pela falta de oxigênio e acúmulo de produtos residuais. O sistema respiratório também atua participando na regulação do pH do sangue, contam com receptores para o sentido do olfato, filtra o ar inspirado, produz sons e elimina do corpo pelo ar expirado água e calor. (TORTORA, 2014) O sistema respiratório é constituído por sistema respiratório superior que inclui o nariz, a cavidade nasal, a faringe e estruturas associadas, e o sistema respiratório inferior que inclui a laringe, a traqueia, os brônquios e os pulmões. Sua zona condutora constitui- se em várias cavidades e tubos interconectados incluem o nariz, a cavidade nasal, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os bronquíolos terminais, tendo como função filtrar, aquecer e umedecer o ar e conduzi-lo aos pulmões. A zona respiratória consiste em tubos e tecidos nos pulmões onde ocorrem as trocas gasosas, e incluem os bronquíolos, os ductos alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos e, sendo os principais locais de trocas gasosas entre o ar e o sangue. (TORTORA, 2014) A ventilação pulmonar é o processo de troca gasosa no corpo, em decorrência das diferenças de pressão alternadas produzidas pela contração e pelo relaxamento dos músculos respiratórios, e é dividido em três passos básicos: (TORTORA, 2014) o A ventilação pulmonar, ou respiração, é a inspiração e expiração do ar, envolvendo a troca de ar entre a atmosfera e os alvéolos pulmonares. (TORTORA, 2014) o A respiração pulmonar é a troca de gases entre os alvéolos dos pulmões e o sangue nos capilares pulmonares por meio da membrana respiratória, ocasionando a hematose pulmonar. Neste processo, o sangue capilar pulmonar ganha O2 e perde CO2. (TORTORA, 2014) o A respiração tecidual é a troca de gases entre o sangue nos capilares sistêmicos e as células teciduais. O sangue perde O2 e ganha CO2. (TORTORA, 2014) O volume pulmonar é a quantidade de ar que pode entrar, sair ou permanecer nos pulmões, estão listados quatro volumes pulmonares que, quando somados, são iguais ao volume máximo que os pulmões podem expandir. O significado de cada um deles: (GUYTON, 2017) o O volume corrente é o volume de ar inspirado ou expirado, em cada respiração normal; tem cerca de 500 mililitros no homem adulto médio. (GUYTON, 2017) o O volume de reserva inspiratório é o volume extra de ar que pode ser inspirado, além do volume corrente normal, ocorre quando se inspira com força total; geralmente, tem cerca de 3.000 mililitros. (GUYTON, 2017) o O volume de reserva expiratório é o máximo volume extra de ar que pode ser expirado na expiração forçada, ocorrendo após o final de expiração corrente normal; geralmente, é cerca de 1.100 mililitros. (GUYTON, 2017) o O volume residual é o volume de ar que fica nos pulmões, após a expiração mais forçada; tem cerca de 1.200 mililitros. (GUYTON, 2017) As capacidades pulmonares são eventos no ciclo pulmonar considerando dois ou mais volumes combinados. As capacidades pulmonares mais importantes são: (GUYTON, 2017) o A capacidade inspiratória é igual ao volume corrente somado ao volume de reserva inspiratório. Essa capacidade é a quantidade de ar (cerca de 3.500 mililitros) que a pessoa pode respirar, começando do nível expiratório normal e distendendo os pulmões até seu máximo. (GUYTON, 2017) o A capacidade residual funcional é igual ao volume de reserva expiratório somado ao volume residual. Essa é a quantidade de ar que permanece nos pulmões, ao final da expiração normal (cerca de 2.300 mililitros). (GUYTON, 2017) o A capacidade vital é igual ao volume de reserva inspiratório somado ao volume corrente mais o volume de reserva expiratório. Sendo essa a quantidade máxima de ar que a pessoa pode expelir dos pulmões, após enchê-los à sua extensão máxima e então expirar, também à sua máxima extensão (em torno de 4.600 mililitros). (GUYTON, 2017) o A capacidade pulmonar total é o volume máximo a que os pulmões podem se expandir com o maior esforço (cerca de 5.800 mililitros). É equivalente à capacidade vital mais o volume residual. (GUYTON, 2017) Sistema Digestório O sistema digestório contribui para a homeostasia, decompondo alimentos em formas que são absorvidas e usadas pelas células do corpo. Além disso, absorve também água, vitaminas e minerais, e elimina resíduos do corpo. (TORTORA, 2014) O sistema digestório é um sistema tubular. Estende-se desde a boca até o ânus, formando uma área de superfície extensa, em contato com o ambiente externo e intimamente associado com o sistema circulatório. A combinação de exposição extensa ao ambiente e intima associação com os vasos sanguíneos é essencial para o processamento do alimento que ingerimos. (TORTORA, 2014) Dois grupos de órgãos compõem o sistema digestório: o trato gastrointestinal (GI) e os órgãos acessórios da digestão. O trato gastrointestinal (GI), ou canal alimentar, é um tubo contínuo que se estende da boca até o ânus, passando pelas cavidades torácica e abdominopélvica. (TORTORA, 2014) O sistema digestório, de uma forma geral, realiza seis processos básicos: o Ingestão: este processo compreende a introdução de alimentos e líquidos na boca (comer). o Secreção: todos os dias, as células no interior das paredes do trato GI e dos órgãos acessórios da digestão secretam um total de aproximadamente 7 litros de água, ácido, tampões e enzimas no lúmen (espaço interior) do trato. o Mistura e propulsão: a contração e o relaxamento alternados do músculo liso nas paredes do trato GI misturam o alimento e as secreções, empurrando-os em direção ao ânus. Essa capacidade do trato GI de misturar e mover material ao longo de sua extensão é denominada motilidade. o Digestão: processos químicos e mecânicos decompõem o alimento ingerido em partículas menores. o Absorção: a entrada de líquidos, íons e produtos da digestão secretados e ingeridos nas células epiteliais que revestem o lúmen do trato GI é chamada de absorção. As substâncias absorvidas passam para o sangue ou linfa e circulam por todo o corpo para as células. o Defecação: resíduos, substâncias indigeríveis, bactérias, células desprendidas do revestimento do trato GI e materiais digeridos que não foram absorvidos no processo pelo trato digestivo deixam o corpo através do ânus, em um processo chamado de defecação. O material eliminado é chamado de fezes. (TORTORA, 2014) Mudanças completas do sistema digestório associadas ao envelhecimento incluem diminuição dos mecanismos secretores, diminuição da motilidade dos órgãos digestivos, perda da resistência e tônus do tecido muscular e de suas estruturas de sustentação, alterações na retroalimentação neurossensitiva, com relação à liberação de enzimas e hormônios e diminuição da resposta à dor e as sensações internas. (TORTORA, 2014) Sistema urinário e renal O sistema urinário consiste em dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. Após a filtração do plasma sanguíneo nos rins, é devolvido a maior parte da água e dos solutos à corrente sanguínea. A água e os solutos restantes formam a urina, que passa pelos ureteres e é armazenada na bexiga urinária até ser eliminada do corpo pela uretra. (TORTORA, 2014) Os rins exercem a principal função do sistema urinário, e suas outras partes do sistema são essencialmente vias de passagem e áreas de armazenamento. As funções dos rins incluem: Regulação da composição iônica do sangue; regulação do pH do sangue; regulação do volume de sangue; regulação da pressão arterial; manutenção da osmolaridade do sangue; produção de hormônios, calcitriol e a eritropoetina; regulação do nível sanguíneo de glicose; excreção de escórias metabólicas e substânciasestranhas. (TORTORA, 2014) Os néfrons são as unidades funcionais dos rins e cada um consiste em duas partes: um corpúsculo renal dividido dois componentes o glomérulo e a cápsula glomerular, onde o plasma sanguíneo é filtrado, e um túbulo renal, pelo qual passa o líquido filtrado que seria o filtrado glomerular, passa para o túbulo renal, que tem três partes principais. O líquido que passa por eles em ordem de recebimento consiste em um túbulo contorcido proximal (TCP), alça de Henle e túbulo contorcido distal (TCD). O corpúsculo renal e os túbulos contorcidos proximais e distais ficam localizados no córtex renal; a alça de Henle se estende até a medula renal, fazendo uma curva fechada, e retornando ao córtex renal. (TORTORA, 2014) Além da capacidade dos rins de controlar a pressão arterial através das alterações do volume do líquido extracelular, há também outro potente mecanismo de controle da pressão: o chamado sistema renina angiotensina. A renina é uma enzima proteica liberada pelos rins quando a pressão arterial fica níveis muito baixos, ela consiste em elevar a pressão arterial de diversos modos, para contribuir com a correção da queda inicial da pressão. (GUYTON, 2017) Para a formação de urina o primeiro passo é a filtração de grandes quantidades de líquidos através dos capilares glomerulares para dentro da cápsula glomerular — quase 180 L ao dia. Por ser reabsorvida a maior parte desse filtrado deixando apenas cerca de 1 L de líquido para excreção diária, A taxa de filtração glomerular elevada depende da alta taxa de fluxo sanguíneo renal, assim como de propriedades especiais das membranas nos capilares glomerulares. (GUYTON, 2017) Após entrar nos túbulos renais, o filtrado glomerular flui pelas porções sucessivas do túbulo antes de ser excretado como urina. No decorrer desse percurso, algumas substâncias são seletivamente reabsorvidas dos túbulos de volta para o sangue, enquanto outras são secretadas do sangue para o lúmen tubular. Portanto, a urina total formada representa a soma de três processos renais básicos: filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular. (GUYTON, 2017) Natriurese por pressão e diurese por pressão, são um dos mecanismos mais básicos e potentes para a manutenção do equilíbrio entre o sódio e a água e, também para o controle do volume sanguíneo e do líquido extracelular, sendo o efeito da pressão sanguínea sobre a excreção de sódio e água. A diurese por pressão é efeito de aumento do débito urinário pela elevação da pressão sanguínea, enquanto a natriurese por pressão se refere ao aumento da excreção de sódio que ocorre pela elevação da pressão sanguínea. Esse efeito ocorre independente das alterações na atividade do sistema nervoso simpático ou de diversos hormônios, pois a natriurese por pressão pode acontecer no rim isolado, sem a influência desses fatores. (GUYTON, 2017)
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