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Rio 15 de agosto de 2011 - Julian Chediak - Cópia

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Rio, 15 de agosto de 2011 
Direito Societário
Na aula passada foram vistos os conceitos do contrato plurilateral, personalidade jurídica e limitação da responsabilidade. As sociedades surgem na Alta Idade Média – a partir do momento em que se teve o exercício da função econômica voltando a ser exercido, surgiram as sociedades. 
A sociedade surge como uma forma de exercer a atividade econômica coletivamente. A teoria mais aceita indica que as sociedades surgem em decorrência das necessidades familiares – era um mecanismo para manter uno o patrimônio necessário para o exercício da atividade. Surge, assim, a expressão & Companhia ou & Cia – utilizada para designar que aquela atividade estava sendo exercida de forma coletiva. Segundo outra teoria, foram os contratos de encomenda a forma associativa que gerou as sociedades. 
As formas de associação, no decorrer do século, foram se aperfeiçoando – o Contrato Social foi se formando de acordo com essa realidade. Essas sociedades tinham a característica de serem muito pessoais (existia forte conexão pessoal entre os titulares dos bens para o exercício da atividade econômica), podendo ser interrompidas a qualquer momento, assim como qualquer sócio poderia se retirar da sociedade a qualquer momento. Essas sociedades são o que chamamos de sociedades contratuais. A sociedade limitada é uma herdeira dessa comunhão doméstica que surge na Idade Média – porém, ela é reflexo de uma evolução histórica. 
Existem, porém, outras sociedades. Surge a necessidade de uma sociedade de capitais e não de pessoas. A corporificação do direito (como, por exemplo, em notas promissórias) permitiu que os direitos fossem transferidos ainda que não exista relação de confiança entre os indivíduos. Podia-se permitir a circulação do crédito, mas não da participação societária. Com o tempo, passou-se a ver que qualquer outro direito poderia ser corporificado. Em 1602, na Holanda, surgiu, assim, a primeira sociedade anônima da história – a Companhia das Índias Holandesa. A Holanda, pouco antes disso, estava sob domínio espanhol – ela tinha se tornado independente recentemente, de forma que não possuía muitos recursos. Além disso, a Holanda é um país marcado pelo liberalismo. Assim, pegava-se dinheiro de investidores, o que possibilitavam as expedições marítimas – surge uma ação. É uma participação padronizada e especulativa que pode ser vendida para quem quiser (livremente transferíveis) – assim, tem-se algo parecido com uma Sociedade Anônima.
Assim, os países passaram a imitar o modelo de Companhia da Holanda. A Companhia das Índias Inglesa, por exemplo, tornou-se muito poderosa. Para chegar à Sociedade Anônima, porém, sofreu-se uma evolução. A Companhia das Índias tinha poder de declarar guerra, cunhar moedas, tinha um vice-rei. Eram Companhias privilegiadas – o Estado dava a elas privilégios, como, por exemplo, o monopólio. Com as Revoluções Industrial e Francesa, passaram a surgir empreendimentos que necessitavam de muito capital. O Código Civil Napoleônico surge para abolir qualquer privilégio – e isso se refletiu também no Código Comercial Francesa, que extinguiu o monopólio, mantendo apenas a necessidade de obter autorização do governo para constituir uma sociedade anônima. 
Em 1940, no Brasil, foi elaborado o decreto lei 2627, que depois foi transformado na lei das S.A. O problema desse decreto é que ele não era tão voltado para os mercados de capitais – ele pensava mais nas Companhias Fechadas. A lei 6404 de dezembro de 1976 é a atual lei das S.A. A sociedade anônima é uma sociedade institucional, o que se opõe às já citadas sociedades contratuais. São institucionais, porém isso não nega o caráter contratual dessas sociedades. 
Ler: O Contrato Plurilateral do Ascarelli.

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