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Formas de Estado: 1) Unitário – Forma singular (há concentração do poder político, que é uno em relação ao território). Centralização política, ainda que haja descentralização administrativa. 2) Federal – Forma plural (há divisão do poder político em relação ao território). Tem mais de uma fonte de poder político. Tem duas fontes de poder (união e estado) e no Brasil tem um terceiro: os municípios. Descentralização política e administrativa. Organização do Estado. Formas atuais do Estado Unitário, estudadas pelo professor Raul Machado Horta 1) Estado Unitário puro – há centralização plena do ponto de vista político e administrativo. Hoje é mais teórico do que real; 2) Estado Unitário com descentralização administrativa – há centralização política (legislativa) e descentralização administrativa. Hoje é o mais comum; e 3) Estado Unitário com descentralização política e administrativa – Além da descentralização administrativa, admite também alguma descentralização política (capacidade legislativa), dando origem a Estados Regionais (descentralização feita de cima para baixo, o controle fica com a entidade central, é o caso da itália) ou a Estados Autonômicos (de baixo para cima, as províncias é quem ficam com o controla, é o caso da Espanha, O Estado Autonômico é o modelo de estado mais novo no mundo, criado pela Constituição Espanhola de 1978), ambos são estágios intermediários entre o Estado unitário e o Estado federal. Origens da Federação (EUA). Havia 13 colônias inglesas na América do norte que declararam independência em 1776 e se tornaram 13 estados soberanos independentes. Esses 13 anos se aproximaram para travar a guerra da independência com a Inglaterra, visto que a Inglaterra não aceitou esse desligamento. Diante desse quadro as 13 colônias resolveram formar uma confederação em 1777 e redigiram um tratado confederativo chamando “Artigos da Confederação” (tratado em vigor a partir de 01/03/1781). “Art. 2º. Cada Estado reterá sua soberania, liberdade e independência, e cada poder, jurisdição e direitos, que não sejam delegados expressamente por esta Confederação para os Estados Unidos, reunidos em Congresso”. Soberania é o poder supremo da capacidade de se autodeterminar Origens da Federação (EUA) Características básicas da confederação: 1) Existência de um tratado (e não de uma constituição); 2) Reunião de Estados soberanos; 3) Possibilidade, portanto, de cada Estado se retirar da confederação, ou revogar, a qualquer momento, a delegação de poderes para a entidade central; 4) Necessidade de unanimidade para alteração do tratado; e 5) Necessidade de concordância de cada Estado para as decisões centrais valerem internamente. Características básicas da federação: 1) Existência de uma constituição; 2) Reunião de coletividades regionais (Estados) autônomos; 3) Princípio da indissolubilidade, não sendo possível o Estado se retirar da federação; 4) Não há necessidade de unanimidade para a alteração da constituição, embora a reforma (elaboração de emendas) dependa de um processo mais difícil do que a elaboração das leis comuns; e 5) Não há necessidade de concordância de cada Estado para as decisões centrais valerem internamente. José Afonso da Silva: 1) Soberania é o “poder supremo consistente na capacidade de autodeterminação”; e 2) Autonomia é o “governo próprio dentro do círculo de competências traçado pela constituição federal”. Características da autonomia. Capacidades: 1) Autogoverno (Poderes próprios); 2) Auto-organização (Constituições estaduais); 3) Auto-legislação (normas legais estaduais); 4) Auto-administração; 5) Autonomia tributária, financeira e orçamentária. Origens da Federação (Brasil). Constituição Brasileira de 1824: “Art. 1. O IMPERIO do Brazil é a associação Politica de todos os Cidadãos Brazileiros. Elles formam uma Nação livre, e independente, que não admitte com qualquer outra laço algum de união, ou federação, que se opponha á sua Independencia. Art. 2. O seu territorio é dividido em Provincias na fórma em que actualmente se acha, as quaes poderão ser subdivididas, como pedir o bem do Estado.” Origens da Federação (Brasil) Decreto nº 1, de 15/11/1889: Art. 1º - Fica proclamada provisoriamente e decretada como a forma de governo da Nação brasileira a República Federativa. Art. 2º - As Províncias do Brasil, reunidas pelo laço da Federação, ficam constituindo os Estados Unidos do Brasil. Art. 3º - Cada um desses Estados, no exercício de sua legítima soberania, decretará oportunamente a sua constituição definitiva, elegendo os seus corpos deliberantes e os seus Governos locais. Origens da Federação (Brasil) Constituição de 24/02/1891: Art. 1º - A Nação brasileira adota como forma de Governo, sob o regime representativo, a República Federativa, proclamada a 15 de novembro de 1889, e constitui-se, por união perpétua e indissolúvel das suas antigas Províncias, em Estados Unidos do Brasil. Art. 2º - Cada uma das antigas Províncias formará um Estado e o antigo Município Neutro constituirá o Distrito Federal, continuando a ser a Capital da União (...) Federação Outras características da federação: 1) Descentralização político-administrativa constitucional: Repartição constitucional de competências; 2) Constituição rígida; 3) Controle de constitucionalidade; 4) Princípio da indissociabilidade ou da indissolubilidade. (impedimento de secção ) 5) Existência de um órgão que manifeste a vontade dos membros da federação: Senado Federal (número fixo por estado); 6) Auto-organização dos Estados: Constituições estaduais; 7) Autonomia financeira; 8) Autonomia recíproca (não há hierarquia entre a união e o Estado); 9) Existência de mecanismos de segurança em face de ameaças sistêmicas: Intervenção; 10) Existência de um órgão neutro para dirimir conflitos de competência entre os entes: Supremo Tribunal Federal – CF/88, art. 102, I, “f”: competência do STF para processar e julgar originariamente: “as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta.” Federação. Espécies: 1) Por agregação; e 2) Por desagregação. 1) Centrípeta 2) Centrífuga A divisão em federação centrípeta e centrífuga pode levar em consideração: 1) O processo histórico de formação do Estado: a) Centrípeta – Federação por agregação (Estados soberanos preexistentes formam um novo Estado Federal); e b) Centrífuga - Federação por desagregação (Estado unitário pré-existente se transforma em um Estado Federal). 2) O resultado da concentração do poder: a) Centrípeta – o poder fica concentrado na União, no centro. É a tendência das federações por desagregação; b) Centrífuga – o poder fica concentrado nos Estados-membros, fora do centro. É a tendência das federações por agregação. 1) Clássica (dual, dúplice); e 2) Atípica (brasileira, tríplice, tricotômica). Federalismo brasileiro (tricotômico, atípico). 1) Simétrica; e 2) Assimétrica. Federalismo simétrico; Federalismo assimétrico. Simetria/Assimetria: 1) Em relação ao modelo clássico de federação; ou 2) Em relação às diferenças fáticas ou jurídicas entre entidades federadas. 1) União: a) Pessoa jurídica de direito internacional (pratica atos soberanos em nome do Estado brasileiro); b) Pessoa jurídica de direito público interno (pratica atos autônomos como entidade federada); 2) Estados (arts. 25 a 28); 3) Municípios (arts. 29 a 31); e 4) Distrito Federal (art. 32). OBS: Territórios (art. 33) não são entidades federadas Federalismo Cooperativo. CF/88: Art. 23. (...) Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação da EC nº 53, de 2006) Art. 30. Compete aos Municípios: (...) VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Federação. Sistemas de execução de serviços: 1) Sistema imediato; 2) Sistema mediato; e 3) Sistema misto. Sistemas de execução de serviços. CF/88: “Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.” (Redação dada pela EC 19/1998).