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MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 1 Índice 1. Supply Chain & Compras ………. ………………………………….. 03 2. Planejamento Orçamentário Passo a Passo ..................... 07 2.1. Orçamento de Demanda ......................................... 07 2.2. Orçamento de Compras ......................................... 07 2.3. Metas Orçamentárias ......................................... 08 2.4. Open to Buy …………………………………………………….. 08 3. Modelo Comportamental do GRF CLIENTE .............................. 09 3.1. Ética ............................................................................... 10 4. Organização e Administração do Departamento de Compras .. 11 5. Planejamento de Compras ................................................... 12 5.1. Commodities ............................................................. 13 5.2. Itens de Rotina ................................................... 13 5.3. Alteração de Produtos ......................................... 14 5.4. Sazonalidades ................................................... 15 5.5. Previsão de Demanda ......................................... 15 5.6. Previsão do Tempo de Entrega ............................... 17 5.7. Planejamento da Logística de Compras ..................... 17 5.8. Análise do Modelo de Suprimento ..................... 18 5.9. Procedimentos que Antecedem a Compra ........... 19 5.10. Procedimentos no Momento da Compra ........... 20 5.11 Agenda ...................................................................... 20 6. Cadastro de Produtos ............................................................ 21 7. Metodologias de Reposição ................................................... 23 7.1. Desbalanceamento de Estoques ............................... 27 7.2. Cobertura de Estoques ........................................ 30 7.2. Estoque de Segurança ........................................ 30 8. Reavaliação do Mix ............................................................ 31 8.1. Sortimento ............................................................ 32 8.2. Fatores de Influência no Mix ............................... 33 8.3. Critérios Básicos de Desativação de Itens ................. 34 8.4. Perdas ...................................................................... 35 9. Estratégias de Precificação ................................................... 37 10. A Matemática das Margens ................................................... 39 MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 2 10.1. Metas de Margens .................................................. 40 10.2. Mark-Up ............................................................ 41 11. Medidas de Desempenho .................................................. 41 11.1. Rotatividade de Estoque ......................................... 42 11.3. Ferramentas de Uso Freqüente ............................... 43 11.4. Indicadores de Performance ............................... 44 Considerações Final .................................................................. 46 MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 3 1. Supply Chain & Compras A Cadeia de Abastecimento peculiar às Organizações de comércio generalista, atacadistas e/ou varejistas, possui o cerne de suas operações no setor de Compras, responsável pela propulsão inicial que determinará a performance de todo o processo de sobrevivência, resultando em êxito, crescimento ou estabilidade, ou insucesso, decréscimo financeiro ou encolhimento. O fundamento desta âncora em Compras, que culmina em lucros ou prejuízos, se deve a uma estrutura organizacional inteiramente vinculada às atividades comerciais – comprar e vender – consideradas, em ambas as pontas do processo, como Funções- Chave. O fluxo a seguir delineia o sistema comum a todas as unidades do Complexo, no concernente ao embasamento que os procedimentos mercantis representam para o negócio: PROJETOS INTERNOS Fig.01. MACRO ESTRUTURA DO COMPLEXO CLIENTE LOGÍSTICA VENDAS COMPRAS FINANÇAS / CONTROLLER INFRA-ESTRUTURA TI RECURSOS HUMANOS MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 4 A representatividade de cada um dos setores e suas interatividades interdepartamentais é clarificada com exatidão, conforme seus respectivos posicionamentos na estrutura apresentada (Fig.01): Compras / Vendas: Funções-Chave, responsáveis pelos extremos do processo, respectivamente: Função-Base e Função-Fim. Logística: Responsável pelo tráfego interno e externo das Funções-Chave. RH / TI / Infra-Estrutura / Finanças & Controller: Suporte e abastecimento para a atuação contínua das Funções-Chave + Logística. Projetos Internos: Dinâmica de manutenção da performance de cada um dos setores. Atividade que deve ser pseudodenominada: Progressos Internos. O Gestor de Relacionamento com Fornecedores (GRF), comumente denominado Comprador, deve compreender o seu posicionamento na Cadeia de Abastecimento / Suprimentos, especificamente em relação à sua Organização, para uma conscientização global acerca da essencialidade de suas atribuições. Eis aí a clarificação do primeiro entre os passos primordiais de um GRF do Grupo CLIENTE: Compreender a sistemática geral da Organização e sua própria localização neste compêndio estrutural, ciente da importância que representa a sua competência como gestor da Função-Base de todo o processo. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 5 Desde a compra da matéria prima até a entrega do produto final, a área de Cadeia de Suprimentos desempenha uns dos papeis de maiores importância. Podemos destacar abaixo os principais: Garantir a disponibilidade dos produtos nas prateleiras; Realizar a festão de pedidos; Interface entre compras x logística – destaque para o gerenciamento da qualidade da entrega O profissional de Supply Chain deve gerir a cadeia de suprimentos da empresa, deixando a atividade de REALIZAR compras especificamente para GRF. Vale ressaltar que ADMINISTRAR e PLANEJAR (compra, armazenagem, transporte e entrega) envolve ambas as áreas. Em um panorama de dinâmica acelerada, o Planejamento de Compras deve ser tratado como um diferencial crítico, determinante para que uma empresa se diferencie no mercado. Esta exigência mercadológica, mais requisitada a cada dia em razão da própria evolução das metodologias de Gestão de Relacionamento com Fornecedores, impele as Organizações à revisão de seus modelos com o intuito de assegurarem sua estabilidade de caixa e de otimizarem a utilização estratégica das verbas de compras. Ao profissional de Compras, importa o conhecimento dos diferentes caminhos do fluxo financeiro para a aquisição de produtos, pois ainda que saiba acerca dos processos de sua empresa,é necessária a compreensão dos modelos peculiares aos concorrentes. Principais modelos de planejamento: MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 6 Orçamento Descentralizado ou Orçamento de Rede – Característico dos varejos de rede e dos atacadistas Cash & Carry, o pacote de Orçamento Descentralizado é determinado pela diretoria geral e distribuído pelos GRFs por unidade / estabelecimento e por categoria. Apesar da delegação descendente de verbas (Direção para Gerência / cima para baixo), este orçamento favorece a Compra Regionalizada: um diferencial que permite a aquisição de produtos específicos para o público-alvo de cada loja. Orçamento Matricial – Trata-se da modalidade mais utilizada pelo Orçamento Descentralizado: verbas-limite por categoria, determinadas pela diretoria e sob o controle dos GRFs. O Orçamento Matricial varia conforme a flexibilidade dos indicadores de cada empresa e deles depende o sucesso deste modelo. Orçamento Ascendente – Consiste no sentido oposto de determinação das verbas, isto é: As prospecções orçamentárias são efetuadas pela área de Compras e levadas aos setores responsáveis pelas liberações. Neste modelo de gestão, a direção geralmente interfere nas aquisições somente adequando as compras ao fluxo de caixa. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 7 2. Planejamento Orçamentário Passo a Passo 2.1. Orçamento de Demanda O Orçamento de Demanda antecede o Orçamento de Compras, objetivando a definição das mercadorias a serem adquiridas, o custo-benefício financeiro das mesmas e sua compatibilidade com a estratégia de negócios da Organização. Não há, neste momento do Planejamento Orçamentário, nenhuma definição acerca das quantidades e especificidades dos produtos, incumbência inerente ao passo posterior. Ocorre aqui a determinação da receita do período (mensal, semanal, etc.) conciliada à projeção de vendas e embasada nas metas sobre o investimento (margem bruta, rotatividade, etc.). 2.2. Orçamento de Compras Uma vez concluído (e aprovado) o Orçamento de Demanda, inicia-se o processo de utilização do mesmo. Ao longo do período que foi determinado para este orçamento, o GRF deve equacionar a receita financeira disponibilizada ao fluxo dinâmico de mercadorias, objetivando o cumprimento das requisições de compras, relacionadas à rotatividade (metas de vendas), à margem bruta e à cobertura dos estoques (ressuprimentos). A importância da exatidão no planejamento e na execução do Orçamento de Compras é crítica, de impacto frontal com a performance do fluxo de caixa e frente aos lucros diretos da empresa. Salienta-se ainda que, se a deficiência desta operação pode acarretar prejuízos às Organizações em geral, seu nível de nocividade MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 8 é ainda maior no segmento generalista, onde as margens praticadas estreitam-se cada vez mais em busca de competitividade. 2.3. Metas Orçamentárias A fixação de metas de compras cabível ao perfil do Grupo CLIENTE afina-se às metodologias bem sucedidas do segmento: MC = EPF – EI + PV + DP Sendo o período de referência mensal e a base única1, os indicadores significam, respectivamente: MC = Meta de Compra (do mês) EPF = Estoque Planejado Final (para o final do mês) EI = Estoque Inicial (do mês) PV = Previsão de Vendas (do mês) DP = Demarcações Previstas (para o mês) Não havendo a previsão de demarcações em razão da estabilidade de preços, sobretudo em modelos contratuais envolvendo DECs e distribuições gerais, a fórmula é simplificada para: MC = EPF – EI + PV 2.4. Open to Buy O histórico de compras da empresa consiste em um recurso de peso para a administração dos estoques. Os registros das compras efetuadas permitem a gestão dos parâmetros entre o planejado e o realizado (open to buy), onde as 1 A base única considera todos os indicadores pertencentes a um único referencial. (ex.) Se a Meta de Compra é a Preço de Custo, todos os outros indicadores também são: EPF / EI / PV / DP = Preço de Custo MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 9 diferenças apontadas servem como referência para aquisições futuras. 3. Modelo Comportamental do GRF CLIENTE Conhecedor da relação entre suas atribuições e a Organização, o Gestor de Relacionamento com Fornecedores deve interiorizar o foco de seus estudos em si mesmo, acerca de todos os critérios mentais que transitam na órbita de uma compra. Todos os elementos do fluxo a seguir devem ser eficientemente geridos, para que a resultante seja benéfica para a empresa. Afinal, o produto deste processo consiste na Decisão de Compra Empresarial. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 10 3.1. Ética Ética no departamento de Compras, em aspectos legrais e morais são de suma importância para os GRF´S, fazendo com que a cada dia, mais empresas adotem um “código de conduta ética” para seus profissionais. No departamento de compras o problemas é observado com maior intensidade devido aos altos valores monetários envolvidos. Identificar até onde uma decisão de comprar seguiu com rigor um critério técnico, onde prevaleça apenas os interesses da empresa, ou se foi rompido a ética, prevalecendo ai outros interesses, é extremamente difícil. O objetivo de um código de ética, é estabelecer limites de uma forma clara onde os mesmos sejam de conhecimento dos fornecedores, para posteriores reclamações futuras, quando se sentirem prejudicados. É comum as empresas incluírem nos documentos de contratação um código de conduta (ou ética) que deve ser rigorosamente seguido, sob pena de demissão por justa causa. E quanto aos “presentes, “mimos”, “brindes” como agendas, canetas, mochilas e convites (entradas para shows, teatro, entre outros) Como o assunto deve ser abordado? A melhor forma é definir, da maneira mais clara possível, o código de conduta do conhecimento de todos, pois não há dúvidas de que aquele fornecedor que dá presentes tem a expectativa de, uma forma ou de outra ser “lembrado”, ou seja quanto maior valor, maior será a obrigação de retribuição. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 11 4. Organização e Administração do Departamento de Compras Os modelos atuais de gestão, não somente em Compras, mas em todas as áreas, requerem profissionais completos. Extinguiram-se os tempos dos especialistas, quando os indivíduos que dominavam plenamente um veio de seu ofício eram aclamados. O mercado não comporta mais um GRF talentoso em comunicação e persuasão junto aos fornecedores, capaz de concluir grandes negócios,mas que não domina com eficiência o planejamento e a gestão de margens e cobertura de estoques. A estrutura a seguir apresenta o quadro de competências básicas e as ações que um GRF deve dominar: MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 12 Espera-se de todo gerenciador moderno, e não apenas do profissional de Compras, um trabalho mais estratégico e menos operacional: uma gestão semelhante à consultoria no concernente à orientação global e no monitoramento de resultados; entretanto, mais envolvida com as soluções diretas dos problemas mais complexos. A nível prático, o processo de Administração de Compras deve posicionar o GRF no topo (fig.03 – Competências), liderando as atividades gerais (fig.03 – Ações), através do controle dos estoques, das margens, das vendas (interagindo com Vendas e Marketing) e da composição do mix (constante atualização / adequação). Na rotina de atividades, os relatórios periódicos – diários / semanais – devem ser emitidos pelos Assistentes e/ou Compradores, sujeitados à avaliação dos Gestores e retornados a seus emitentes acrescidos dos pareceres e das resoluções pertinentes aos mesmos. Em contrapartida às expectativas da Organização, o profissional de Compras também espera de sua empresa um aparato de informações suficiente para respaldar a tomada de decisões, ciente do enorme efeito e/ou impacto resultante de ações como: alterações de preços, margens, promoções, desativação de itens, etc. 5. Planejamento de Compras Não há uma preparação única para se comprar. As peculiaridades concernentes a cada produto determinam a forma com que o negócio deverá ser conduzido, devendo a área de Compras estar previamente alicerçada com todas as informações necessárias. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 13 5.1. Commodities Trata-se de uma modalidade de produtos com indexadores de variação semanal. Estes tipos de SKU’s demandam uma constante atualização acerca das condições mercadológicas por sua oscilação freqüente, sobretudo quando há relação com a cotação do Dólar. Alguns dos produtos designados como commodities possuem variações previsíveis, decorrentes do acompanhamento da demanda das matérias-primas. Por exemplo: Quando a safra de mandioca aponta para uma colheita escassa, sabe-se que o polvilho, a tapioca e as farinhas de mandioca terão seus preços de venda em alta progressiva, conforme a demanda de matéria-prima se tornar mais difícil de encontrar. Em contrapartida, produtos indexados pelo Dólar podem se constituir em verdadeiras armadilhas de mercado, como os derivados de soja e de trigo. Caso a área de Compras não esteja alinhada com as tendências de mercado, o risco de negócios desastrosos é iminente e os prejuízos, inevitáveis; resultantes de comercializações embasadas no feeling do Comprador, sem qualquer estrutura de informação. Planejamento de Compra de Commodities implica em antecipar-se e precaver-se, com prudência e cuidado redobrado, para a garantia de uma compra segura. 5.2. Itens de Rotina A negociação dos Itens de Rotina, conforme seu próprio nome, requer uma rotina competente, que se traduz na manutenção das regras que tornam lucrativos estes produtos: Alimenta-se no sistema os dados do produto e obtém-se a sugestão de compra que, MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 14 associada à percepção do profissional de Compras, resultará em uma aquisição adequada à empresa. A eficácia do GRF, nesta modalidade de simples gestão, é demonstrada através da incessante busca pelo aumento da rentabilidade, sempre lutando por vantagens competitivas para que a sua performance faça a diferença. 5.3. Alteração de Produtos Nas situações onde ocorrem mudanças nos produtos, sejam nas embalagens ou nas composições, é fundamental a existência de um relacionamento aberto e cooperativo entre a Organização e o Fornecedor para uma atuação conjunta no momento da transição. Os diferentes modelos de vendas exigem distintas estratégias de desova dos itens antecessores, viabilizadas mediante a colaboração dos parceiros comerciais. Na distribuição e nos DECs, onde não há exposição dos SKU’s, é admissível a aquisição dos novos produtos modificados para venda paralela aos antigos, desde que entregues ao cliente somente após a extinção dos primeiros; mantendo-se, desta forma, a cobertura do estoque. No Cash & Carry2, porém, existe uma dificuldade maior em razão da substituição no expositor: Em muitas situações, mesmo com a opção de pagar menos pelo item antigo, o consumidor opta pelo novo. Além disto, a apresentação de ambos os produtos é configurada no varejo como antiética e depreciativa para a imagem institucional da Organização. 2 Cash & Carry: Auto Serviço. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 15 Uma relação de fidelidade e confiança com os fornecedores permite o acesso antecipado às informações de mudanças, promovendo ações preventivas para a chegada das novidades sem que sejam prejudicados os estoques antigos. 5.4. Sazonalidades A aquisição de sazonais demanda análises diferenciadas das convencionais, tais como médias históricas anuais restritas aos períodos de vendas destes produtos, acompanhamento das perspectivas de mercado e levantamento das projeções de vendas dos principais fornecedores. Por se tratar de um negócio arriscado, geralmente são oferecidas duas vantagens na compra: Margem alta para a venda e/ou garantia de retirada da sobra. Esta última, indubitavelmente, se constituindo na alternativa de maior bom senso, por uma simples questão de rejeição a riscos, um dos mandamentos da gestão de Compras. Exemplifica esta categoria, produtos como: Ovos de Páscoa, árvores de Natal, panetones, confetes e serpentinas, etc. 5.5. Previsão da Demanda As diferentes características dos produtos, ainda que pertencentes a uma mesma categoria geram fluxos de demanda exclusivos, devendo ser tratados separadamente, um a um. Para cada fluxo de demanda existe um nível de desvios e outro de tendências. Estas variáveis identificam milhões de combinações diferentes que representam, respectivamente, o comportamento de cada produto. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 16 Conclui-se, desta forma, que cada produto é único e deve ser tratado isoladamente. Analogamente, pode-se afirmar que cada um possui o seu DNA, resultando em condutas diferentes que exigem tratamentos diferentes. Este conceito derruba os paradigmas das compras por “pacotes”, onde os fornecedores utilizam-se do sucesso de alguns de seus itens (carros-chefe) para agregarem a venda dos demais, alegando uma performance homogênea da marca. Nas compras do comércio generalista, protagonizadas pelos GRFs, deve-se atentar para esta imposição de vendas por parte das grandes indústrias, que condicionam descontose verbas à aquisição de produtos prejudiciais ao mix. A esta gestão individual, que compreende as vantagens de desvantagens de cada produto e serviço agregado ao mesmo, analisando as performances isoladamente, denomina-se: Gerenciamento por Exceção. DEMANDA BAIXO DESVIO DEMANDA ALTO DESVIO MÉDIA TENDÊNCIA ALTA TENDÊNCIA Fig.04. CADA PRODUTO POSSUI UM CONJUNTO DE COMPORTAMENTOS MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 17 5.6. Previsão do Tempo de Entrega Um fornecedor com deficiências logísticas é capaz de distorcer todos os indicadores de desempenho de seus produtos no cliente, gerando aumentos no inventário e nas rupturas. É necessário um gerenciamento dos desvios do tempo de entrega, objetivando a minimização dos mesmos. Para tanto, o GRF deve efetuar um trabalho junto aos parceiros comerciais, impondo a ética de mercado que impele cada Fornecedor a ressarcir o cliente com prorrogações e verbas, nos casos de desvios significativos. Gradativamente, a política de pontualidade, estabelecendo parâmetros de desvios aceitáveis ou não, educa os Fornecedores e promove a adequação ao cronograma de recebimento de mercadorias da empresa. Nos casos onde existem contratos de fornecimento (ex.DECs), devem ser contemplados nos mesmos os ressarcimentos e prorrogações pertinentes aos atrasos. Nos casos de fornecimentos por simples relacionamento mercantil, as restituições de tempo e/ou custos de estocagem devem se constituir em condição intrínseca de continuidade dos negócios, nas hipóteses de impontualidade. 5.7. Planejamento da Logística de Compra Alguns critérios simples de Logística em Compras podem otimizar o custo dos produtos adquiridos, seja através da adoção de algumas funcionalidades no sistema, seja através de oportunismo e criatividade: MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 18 Aproveitamento do veículo da Organização para a busca de produtos em diferentes fornecedores, compreendidos em um espaço logisticamente estratégico. Alianças com outras empresas para compras parciais que, juntas, formarão cargas inteiras. Aproveitamento de fretes-retorno. Compra de múltiplos da norma de paletização ou camadas. Sistema: Cálculo automático da forma mais econômica de acoplamento da carga e melhor aproveitamento do veículo. 5.8. Análise do Modelo de Suprimento Dentre os elementos que devem compor o Planejamento de Compras, importa acrescer a forma de abastecimento. Afinal, ela pode influenciar positiva ou negativamente nos resultados prospectados. Apesar de possuir uma formulação de abastecimento concebida, importa estabelecer o elo entre o Fornecedor e o fornecimento para o gerenciamento da continuidade dos processos logísticos em implantação. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 19 Se as análises logísticas apontam o modelo de suprimento ideal, a análise dos fornecedores consolidará a posição adotada ou indicará a necessidade de mudanças, conforme o quesito: Confiabilidade. 5.9. Procedimentos que Antecedem a Compra Supondo-se as necessidades de compras identificadas, deve- se efetuar, respectivamente: Verificação de quaisquer pendências resultantes de negociações anteriores – Devoluções / Trocas / Verbas / Bonificações / Contratos / Material Promocional / Entregas Atrasadas / Prorrogações. Levantamento do histórico de compras junto ao fornecedor – Evolução dos preços / Descontos / Prazos de pagamento e de entrega / Bonificações / Verbas. Levantamento dos preços de venda dos produtos na concorrência. Levantamento das condições dos fornecedores concorrentes diretos. Volumes Confiabilidade ESTOQUE NO CD ESTOQUE NO CD CROSS DOCKING EDL Fig.05 CRITÉRIOS DE PLANEJAMENTO DO ABASTECIMENTO MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 20 5.10. Procedimentos no Momento da Compra Permitir ao profissional de Vendas a apresentação de sua proposta de negócio. Anotar as vantagens e desvantagens da proposta. Utilizar as informações adquiridas no planejamento que antecede a compra para barganhar os termos do negócio. Permitir novo posicionamento do profissional de Vendas. Apresentar a política financeira de compras da Organização, o potencial quantitativo e as prospecções de reabastecimento. Utilizar o poder de compra da Organização para um posicionamento final do profissional de Vendas. Conciliar os preços definitivos frente ao histórico de compras, aos preços de venda da concorrência e às ofertas dos fornecedores concorrentes. Tomar a decisão de compra. Adequar a proposta à necessidade de compra (volumes, preços, prazos, cronograma de entregas). 5.11. Agenda O planejamento da agenda de compras deve obedecer aos critérios de essencialidade dos parceiros comerciais, tanto no volume de negócios quanto pela relevância dos produtos no mix (ABC). Adequando-se a este parâmetro, elabora-se também a curva ABC de agendamento: MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 21 6. Cadastro de Produtos Uma gestão enxuta de informações de compra depende de um cadastramento organizado dos produtos. Na realidade, não somente o monitoramento das compras, mas também os controles de M&A3. Contempla-se no Cadastro de Produtos toda a árvore de classificações que, ao ramificar-se, identifica cada SKU em seu respectivo grupo de produtos. VOLUME DE NÍVEL DE NEGÓCIOS POR PRIORIDADE FORNECEDOR NA AGENDA % DE COMPRAS DIRETAMENTE NEGOCIADAS PELO GRF % DE COMPRAS NEGOCIADAS PELOS ASSIST. NEGÓCIOS CURVA A CURVA B CURVA C Fig.06 CURVA ABC DE AGENDAMENTO MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 22 Departamento: Trata-se da primeira divisão de classificação dos produtos, agregando-os em coletividades afins mais amplas, como: Limpeza, Mercearia, Calçados, Bebidas, Cereais, Etc. Categoria: Consiste na abertura do Departamento em divisões. Subcategoria: É a segregação de cada Categoria em agrupamentos de SKU’s com elevado nível de inter- substituição, geralmente concorrentes internos. Segmento: Subdivisão da Subcategoria. Subsegmento: Trata-se de um nível de identificação extremo, quando ainda é possível separar os Segmentos por algum critério de diferenciação. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 23 7. Metodologias de Reposição A informação gerida competentemente pode garantir uma reposição ágil e condizente com as expectativas de ressuprimento.Para tanto, é preciso aliar a idoneidade do banco de dados a uma administração que objetive a redução do ciclo de abastecimento. Desta união, resulta um compêndio gestor denominado Quick Response – Sistema de Reposição de Resposta Rápida: Um processo que visa a automação da reposição, mediante a informação do histórico do giro de estoques. A demanda dos períodos anteriores determina os índices das próximas compras automaticamente, segundo a cobertura de estoques desejável para a Organização. Sistema de Reposição de Resposta Rápida VARIAÇÃO DA DEMANDA COBERTURA DE ESTOQUES PARA UMA DEMANDA MAL CALCULADA E PARA UMA REPOSIÇÃO INEFICAZ VARIAÇÃO DA DEMANDA COBERTURA DE ESTOQUES PROPORCIONAL À PREVISÃO DA DEMANDA E REPOSTA COM AGILIDADE QUICK RESPONSE Sistema de Reposição de Resposta Rápida VARIAÇÃO DA DEMANDA COBERTURA DE ESTOQUES PARA UMA DEMANDA MAL CALCULADA E PARA UMA REPOSIÇÃO INEFICAZ VARIAÇÃO DA DEMANDA COBERTURA DE ESTOQUES PROPORCIONAL À PREVISÃO DA DEMANDA E REPOSTA COM AGILIDADE QUICK RESPONSE MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 24 Alguns dos recursos básicos do Quick Response são utilizados na atual gestão dos GRFs e outros devem ser adquiridos. Entretanto, mesmo os atuais instrumentos de gerenciamento devem ser revistos e aperfeiçoados, para que a meta de uma administração de Compras eficiente seja atingida. Dentre os fundamentos do Sistema de Reposição de Resposta Rápida, importa citar para o modelo generalista misto os seguintes: Política de Parceria com os Fornecedores – Somente o compartilhamento dinâmico das informações permite o benefício mútuo. O perfil do relacionamento entre o GRF e seus fornecedores deve ser caracterizado pela confiança recíproca, geradora de negócios realmente lucrativos para ambas as partes, sem oportunismos e armadilhas comerciais. Informatização do Mix – A competente adoção dos leitores óticos e dos códigos de barras acelera as decisões acerca da movimentação dos estoques. Just-in-Time – A busca pela perfeita simbiose entre demanda e estoques objetiva atingir o mais reduzido nível de armazenamento (estoque ideal = zero). A uniformidade das saídas aproxima esta meta, através da ampliação da freqüência de entregas e conseqüente diminuição do volume entregue por evento. EDI – Eletronic Data Interchange (Intercâmbio Eletrônico de Dados) – Consiste em um compartilhamento de informações entre os elementos da cadeia de abastecimento / suprimentos: os computadores das empresas envolvidas interagem, MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 25 trafegando on-line os dados referentes à relação comercial (tabelas, pedidos de compra, ARs e NFs). A velocidade operacional gera vantagem competitiva quando aliada à eficiência. Portanto, as metodologias de reposição devem contemplar as duas vertentes do processo – Quick Response ( Sistema de Reposição de Resposta Rápida) e ECR (Efficient Consumer Response) ( Resposta Eficiente ao Consumidor) – que se completam e constituem o alicerce da gestão. EDI TABELAS PROMOÇÕES NFs FLUXO BILATERAL DE INFORMAÇÕES SANTA TEREZINHA FORNECEDOR CAIXAS POSTAIS ELETRÖNICAS VALUE ADDED NETWORK (VAN) EMITINDO PEDIDOS / SOLICITANDO ALTERAÇÕES / RECEBENDO FATURAS RECEBENDO PEDIDOS / ATUALIZANDO ALTERAÇÕES / EMITINDO FATURAS EDI TABELAS PROMOÇÕES NFs FLUXO BILATERAL DE INFORMAÇÕES SANTA TEREZINHA FORNECEDOR CAIXAS POSTAIS ELETRÖNICAS VALUE ADDED NETWORK (VAN) EMITINDO PEDIDOS / SOLICITANDO ALTERAÇÕES / RECEBENDO FATURAS RECEBENDO PEDIDOS / ATUALIZANDO ALTERAÇÕES / EMITINDO FATURAS COMPUTADOR DO FORNECEDOR COMPUTADOR DO VENDEDOR •Recebendo pedidos •Enviando faturas •Emitindo pedidos •Recebendo faturas VAN (Value-Added Network = Rede de Valor Adicionado) Caixas Postais Eletrônicas MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 26 Visando a otimização do desempenho de toda a cadeia de abastecimento / suprimentos, o ECR4 foi elaborado para detectar os atalhos entre a Distribuição e o Cliente, por intermédio de hardwares (scaners, PDVs e outros) e softwares (identificação padrão de produtos, documentos compartilhados e outros). As linhas subseqüentes sintetizam os objetivos intrínsecos do ECR: Redução dos custos gerais (de todo o sistema). Otimização de todos os elos da cadeia: O produto exato, com preço exato, no ponto de entrega exato, na hora exata e na condição exata. Toda esta sistemática por trás de um serviço, possui um fundamento precioso para a Organização: Agregar valor ao produto final e fidelizar o Cliente. Neste processo que abarca todos os setores da empresa, a atuação competente do GRF é imprescindível nos seguintes aspectos: Elaboração do mix e incontinente atualização. Equacionamento ABC5 do mix. Condução de um modelo de parceria comercial mutuamente favorável. Benchmarking incessante. Utilização da ferramenta EDI. Gestão do ressuprimento contínuo. 4 ECR (port.): Resposta Eficiente ao Consumidor. 5 ABC: Activity Based Costing. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 27 A apresentação pormenorizada deste último tópico se faz necessária, sabendo-se das dificuldades presentes da Organização em equilibrar o seu fluxo de mercadorias: 7.1. Desbalanceamento de Estoques O desbalanceamento de estoques resulta da deficiência de ressuprimento, gerando custos que necessitam ser identificados em razão da decorrência de perdas para a Organização. EMX EMD EMX EMD EMD > PPD PPD ES = PPD EMN * ESTOQUE MÉDIO SUPERIOR AO * ESTOQUE MÉDIO IGUAL AO PONTO DE PEDIDO. PONTO DE PEDIDO. * ESTOQUE DE SEGURANÇA MENOR QUE O * ESTOQUE DE SEGURANÇA IGUAL AO PONTO DE PEDIDO. PONTO DE PEDIDO. * CRIAÇÃO DO PARÂMETRO DE ESTOQUE MÍNIMO, * LANÇAMENTOS DE ABASTECIMENTO IGUAL AO ESTOQUE DE SEGURANÇA . EM MAIOR VOLUME E EM MAIORES * LANÇAMENTOS DE ABASTECIMENTO EM MENOR INTERVALOS DE TEMPO. VOLUME E EM MENORES INTERVALOS DE TEMPO. LEGENDA: EMD: ESTOQUE MÉDIO EMX: ESTOQUE MÁXIMO EMN: ESTOQUE MÍNIMO ES: ESTOQUE DE SEGURANÇA PPD: PONTO DE PEDIDO Ressuprimento Contínuo Método Tradicional Ressuprimento Contínuo ESTOQUE DE SEGURANÇA LANÇAMENTOS DE ABASTECIMENTO ESTOQUE DE SEGURANÇA LANÇAMENTOS DE ABASTECIMENTO EMX EMD EMX EMD EMD > PPD PPD ES = PPD EMN * ESTOQUE MÉDIO SUPERIOR AO * ESTOQUE MÉDIO IGUAL AO PONTO DE PEDIDO. PONTO DE PEDIDO. * ESTOQUE DE SEGURANÇA MENOR QUE O * ESTOQUE DE SEGURANÇA IGUAL AO PONTO DE PEDIDO. PONTO DE PEDIDO. * CRIAÇÃO DO PARÂMETRO DE ESTOQUE MÍNIMO, * LANÇAMENTOS DE ABASTECIMENTO IGUAL AO ESTOQUE DE SEGURANÇA . EM MAIOR VOLUME E EM MAIORES * LANÇAMENTOS DE ABASTECIMENTO EM MENOR INTERVALOS DE TEMPO. VOLUME E EM MENORES INTERVALOS DE TEMPO. LEGENDA: EMD: ESTOQUE MÉDIO EMX: ESTOQUE MÁXIMO EMN: ESTOQUE MÍNIMO ES: ESTOQUE DE SEGURANÇA PPD: PONTO DE PEDIDO Ressuprimento Contínuo Método Tradicional Ressuprimento Contínuo ESTOQUE DE SEGURANÇA LANÇAMENTOS DE ABASTECIMENTO ESTOQUE DE SEGURANÇA LANÇAMENTOS DE ABASTECIMENTO MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 28 A presente obra tratou com veemência a necessidade de se adequar as quantidades médias à órbita de uma cobertura proporcional à demanda, exatamente para que não ocorram faltas ou excessos. Faltas – Geram custos provenientes da perda de vendas e da depreciação institucional proveniente do não atendimento às necessidades do cliente. Excessos – Acarretam custos de manutenção de estocagem em finanças, armazenagem, mão de obra, perdas e avarias de produtos. Para o cálculo do desbalanceamento, são necessários os seguintes dados: Estoque Médio (Unidade). Venda Média Diária (Unidade / Dia). Custo Médio de Compra (R$ / Unidade). Margem Média de Venda (R$ / Unidade). Prazo Médio de Fornecimento (Dias). Desvio Padrão do Prazo Médio de Fornecimento (Dias). MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 29 Obtendo-se as seguintes informações: Produto (P). Unidade (Un). Estoque Médio (EM). Venda Média Diária (VMD). Custo Médio da Compra (CMdC). Margem Média de Venda (MMdV). Prazo Médio de Fornecimento (PMF). Estoque de Segurança Desejável (X). Pode-se obter as demais através das seguintes fórmulas: Cobertura Real (CR) = EM / VMD Cobertura Ideal (CI) = PMF + X Diferença de Cobertura (DC) = CR – CI Custo do Excesso (CE) com DC > 0 CE = VMD + CMdC + DC + tx.financeira Custo do Excesso (CE) com DC < 0 = 0 Custo da Falta (CF) com DC < 0 = 0 Produto Produto Total A B Unidade cx cx Estoque Médio (unid) 200 200 Venda Média Diária (unid / dia) 5 40 Custo Médio de Compra (R$ / dia) 2,50 4,00 Margem Média de Venda (R$ / dia) 0,50 0,20 Prazo Médio de Fornecimento (nº dias) 7 7 Cobertura Real (nº dias) 40 5 Cobertura Ideal (nº dias) 8 8 Diferença de Cobertura (nº dias) 32 3 Custo do Excesso (R$ / mês) 8,00 0,00 8,00 Custo da Falta (R$ / mês) 0,00 24,00 24,00 Custo Total do Desbalanceamento (R$ / mês) 8,00 24,00 32,00 Taxa Financeira Mensal aprox. 2% / Mês: 30 dias Dados Exemplo de um cálculo de desbalanceamento MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 30 Custo da Falta (CF) com DC > 0 CF = VMD + MMdV + DC Custo Total do Desbalanceamento (CTD) = CE + CF 7.2. Cobertura de Estoques A cobertura de estoques representa um dos mais significativos indicadores de desempenho da demanda. A utilização competente desta informação capacita os profissionais ao monitoramento dos índices de produtos, suas faltas, excessos e perdas por prazos de validade expirados. Um sistema adequadamente configurado ao cálculo da cobertura de estoques trabalha como uma valiosa ferramenta do GRF para a sua gestão. Eis o exemplo de uma configuração de sistema cabível: 7.2. Estoque de Segurança O estoque de segurança atua como um mecanismo de Estoque Saída Cobertura Estoque Pedidos Saldo Cód. Descrição Atual S1 S2 ... S8 Média Prevista Segurança Bloqueado Interditado Disponível em Aberto StatusProduto Histórico em es ITEM ITEM ITEM ESTÁVEL INSTÁVEL ALTAMENTE INSTÁVEL em = estoque médio / es = estoque de segurança NECESSIDADE DO ESTOQUE DE SEGURANÇA MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 31 otimização do nível de serviço, sustentando as fases instáveis da demanda. Para a concepção do estoque de segurança referente a cada produto, são necessárias as informações acerca dos seguintes componentes: Demanda. Variação da Demanda. Tempo de Entrega. Variação do Tempo de Entrega. Nível de Serviço Desejável. Freqüência de Compra. 8. Reavaliação de Mix Se a Organização já possui uma composição de produtos de sucesso, importa buscar a otimização constante para que o nível de satisfação se mantenha ou ainda supere as expectativas. As diferentes características das unidades que compõem a demandam escolhas complicadas e minuciosas, uma vez que elas resultam no perfil de cada estabelecimento; evidentemente, aliando- se a isto outras variáveis como: Localização, política de preços, promoções, atendimento, imagem institucional, etc. Entretanto, mesmo sendo necessárias opções múltiplas para os diversos tipos de clientes, algumas regras devem prevalecer para que a resultante seja a lucratividade: MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 32 Buscar a compactação das linhas de produtos, eliminando as variações que implicam em concorrência interna, ou seja: Itens que se anulam. Identificar os produtos direcionados a cada tipo de consumidor, não distribuindo aquisições do Grupo a unidades que não possuem público-alvo para as mesmas. Priorizar a comercialização de itens de alto valor agregado para a otimização da Logística e da Receita de Vendas. Agregar ao mix a venda de exclusividades como diferenciais competitivos. Adotar marcas próprias, para que seja eliminada a concorrência dos monopólios (diversas empresas competindo pelas vendas das mesmas marcas). Benchmarking freqüente. Atentar às novidades de mercado. Os modismos de consumo são cada vez mais lucrativos e seu ciclo de vendas é dinâmico. 8.1 Sortimento O sortimento de SKU’s é uma derivação da composição do mix. Trata-se das variedades decorrentes da escolha dos tipos de produtos a serem comercializados. A Organização deve adotar estratégias generalistas compatíveis com os posicionamentos de mercado desejáveis para cada unidade de negócio. Para tanto, importa a compreensão dos componentes do sortimento, juntamente com suas características: MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 33 Amplitude – Número de categorias, subcategorias, segmentos e subsegmentos de SKU’s. Profundidade – Número de marcas e itens por categoria. Preço / Qualidade – Não se pode optar por ambas as variantes, porque são incompatíveis: A opção pela qualidade implica em preços altos, assim como a opção por preços baixos induz à qualidade inferior. Marcas Próprias e Marcas Exclusivas – A participação destas modalidades de sortimento ocupa em média 6% do mix varejista e vem crescendo no mix do atacado. A significância no volume de vendas, por sua vez, chega a ultrapassar os 15%. 8.2 Fatores de Influência no Mix Importa salientar os fatores que devem ser considerados na composição, manutenção e alteração dos componentes do mix: Substitutibilidade. Complementaridade. Indicadores de Desempenho – vendas / margem bruta / lucro bruto / CMV / giro de estoque / GM-ROI6 / número de SKU’s / venda média / percentual de participação na categoria / percentagem de lucro na categoria / percentagem de estoque na categoria. Ciclo de Vida dos Produtos – introdução / crescimento / maturidade / declínio. 6 GM-ROI: (GM)Gross Margin – Margem Bruta. (ROI) Return on Investiment – Retorno sobre Investimento. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 34 Ciclo de Modismos – inovadores / adotantes imediatos / maioria de adotantes / maioria de adotantes não- imediatos / retardatários. Limitações de Espaço. Limitações de Equipamentos. Limitações de Recursos. Posicionamento de Mercado dos Produtos. 8.3 Critérios Básicos de Desativação de Itens Itens duplicados – mix extenso e ineficiente. Itens que não agregam valor ao cliente. Itens com baixa performance de vendas. Itens com lucratividade abaixo de seu benefício. Itens com tendência de queda. 8.4 Marcas Próprias e Exclusivas Este tópico já mencionado necessita de especial reflexão, em razão da crescente utilização desta modalidade de variação do mix como ferramenta estratégica. Dentre os objetivos visados com a adoção das marcas próprias e exclusivas, é importante ressaltar: Fortalecimento da imagem perante o Cliente, sobretudo no Varejo e Cash & Carry. Fidelização dos Clientes e Consumidores finais. Aumento do poder de barganha junto aos Fornecedores. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 35 Apresentação de novas alternativas de consumo. Ampliação da força competitiva, em razão da oferta de marcas não vendidas pela concorrência. Aumento da lucratividade com as categorias que contemplam as marcas próprias e exclusivas, em razão dos custos em média 5 a 25% menores que os similares em custo-benefício (marcas dos fabricantes). Desenvolvimento de produtos com características exclusivas, voltadas especificamente para o público-alvo da Organização. 8.5 Perdas A gestão das mercadorias avariadas e/ou vencidas possui duas abordagens igualmente significativas: Controle de estoques das ocorrências internas (perdas nos depósitos) e externas (logística reversa). Negociação das perdas. No concernente à gestão de Compras, importa a análise da segunda abordagem. A mais eficiente forma de administração das perdas pela área de Compras não acontece durante a relação comercial, ela acontece antes. No momento da escolha de um fornecedor, a política de ressarcimento das perdas do mesmo deve pesar gravemente, contra ou a favor. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 36 Em uma só palavra – prevenção – as hipóteses de perdas devem ser previsíveis e antecipadamente acordadas entre os parceiros comerciais. As formas com que as perdas são tratadas dependem de ambas as políticas – Organização e Fornecedores – resultando em diferentes negociações: Trocas – Quando os produtos avariados e/ou vencidos são disponibilizados pela Organização para serem trocados por similares. A disponibilidade ocorre de duas formas: O Fornecedor retira ou o Cliente – Organização – entrega. Substituições – Trata-se de um processo logisticamente semelhante, mas que permite a substituição das devoluções por outros tipos de mercadorias, desde que respeitados os respectivos valores. Indenizações – Os produtos devolvidos são indenizados pelo fornecedor sob a forma de descontos nas compras posteriores, sob a forma de bonificações em mercadorias ou ainda sob a forma de verbas financeiras. Ressarcimentos Parciais – Quando acordam – Fornecedor e Cliente – uma porcentagem de ressarcimento sobre o total de perdas. Ressarcimentos Totais – O Cliente é ressarcido integralmente pelas perdas. Ressarcimentos Parcelados – Quando o Fornecedor efetua o ressarcimento de uma devolução em duas ou mais vezes, variando o período conforme a negociação (semanal, mensal, uma parcela agregada a cada nova compra, etc.). MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 37 Nas relações comerciais onde não acontece nenhuma forma de ressarcimento (política de alguns fornecedores, geralmente líderes de seus segmentos), importa a utilização de ferramenta similar – prevenção – no concernente aos cuidados no transporte e armazenagem. 9. Estratégias de Precificação Cabe ao profissional de Compras, em aliança com a área de Marketing, a elaboração das estratégias mais eficazes de utilização dos preços; obedecendo, evidentemente, à política de margens da Organização. Este é o momento em que o GRF exterioriza o seu potencial de negociação, manipulando com astúcia e criatividade a precificação para torná-la atraente, sugestiva e simultaneamente lucrativa. Os múltiplos modelos de negócios exigem versatilidade para estimular a demanda. Segue abaixo um portfollio das alternativas mercantis usuais, que necessitam de um suporte de CRM7 para que não sejam desperdiçadas verbas ou margens em função de ações irrefletidas: Preço Variável – Aplicação de margens maiores com picos de grandes baixas denominadas: Promoções. Preço Agressivo – Margens menores permanentes, usuais em produtos âncoras. 7 CRM: Customer Relations Management – Gerenciamento do Relacionamento com Clientes. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 38 Preço Único – Preço fixo e invariável, sem descontos, promulgado com o intuito de conquistar o Cliente através da política de igualdade (tática de varejo), ou seja: “para nós, o Cliente que compra 01 é tão importante quanto o Cliente que compra 100”. Preço Diário – Geralmente praticado sobre mercadorias de reposição diária, com custos variáveis a cada entrega, tais como frutas, verduras, pescados do dia, ovos do tipo caipira, flores, etc. Tabela Múltipla – Ferramenta típica do Atacado Distribuidor, que oferece descontos proporcionais à quantidade negociada: Quanto maior a aquisição, maior o desconto. Preço Flexível – Utilização de margens maiores, comportando descontos embutidos para serem utilizados conforme a barganha do Cliente. O Atacado encontra dificuldades na gestão desta modalidade em razão do despreparo da força de vendas, geralmente tendenciosa. Preço Tradicional – Preço fixo mantido por períodos prolongados, com margem média sobre a oscilação do custo ou com margem sobre um custo fixo por longo período. Preço Líder – Elege-se estrategicamente alguns produtos âncora com preços imbatíveis para que representem a efígie da Organização, compensando a margem sacrificada em outros itens. Oferta versus Referência – Apresentação do preço normal ao lado do preço promocional, com o intuito de clarificar a proporção da redução exercida. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 39 Preço de Combate – Comum nas áreas de grande batalha do Varejo. A empresa desafia a concorrência disponibilizando-se a cobrir qualquer oferta. Pacote – Preço único referente a um grupo de produtos (ex. cesta básica, cesta de Natal, cesta de Páscoa, etc.). Preço Maquiado – Habitualmente, o Varejo utiliza a redução para sugestionar o Cliente à sensação de comprar vantajosamente, sobretudo nos preços de cartazes (ex. R$ 1,99 / R$ 9,99 / R$ 14,99, etc.). 10. A Matemática das Margens O segmento generalista, atacadista e varejista, possui uma preocupação maior em comprar do que muitos outros setores do comércio, por uma razão de impacto: O Preço de Venda (PV). O Preço de Venda, para este segmento, é uma conseqüência da compra e não a causa do sucesso, porque não pode ser reduzido ou aumentado sem um vínculo com o negócio que o originou. Este vínculo entre a compra e a venda é denominado: Margem. Ela determina diretamente o PV e, portanto, deve ser matematicamente avaliada e utilizada, em prol da saúde da Organização. Alguns conceitos estruturais devem ser elucidados para o entendimento das operações de margens: Conceitos: MB = Margem Bruta / PV = Preço de Venda / PC = Preço de Compra. Fórmula: MB = PV – PC MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 40 Conceito: MV = Margem sobre Vendas = Margem Bruta representada pelo percentual sobre o Preço de Venda. Fórmula: MV = (PV – PC) / PV = MB / PV Conceito: MC = Margem sobre Custo = Relação entre a Margem de Lucro e o Preço de Custo. Fórmula: MC = (PV – PC) / PC = MB / PC As margens podem ser calculadas individualmente, por grupos, categorias, por unidade de negócio e pelo grupo de negócios. A adoção de uma ou outra operação depende dos resultados desejáveis 10.1. Metas de Margens Trata-se de uma reflexão extremamente crítica, devendo ser analisada em conjunto por um comitê formado pelos GRFs, pelos Diretores e quaisquer outros elementos envolvidos no planejamento estratégico da empresa. Os planos de metas devem ser acompanhados disciplinadamente e reavaliados periodicamente. Projeta-se o futuro da Organização através destas decisões, que geralmente agregam os serviços de Consultores especializados para a determinação dos números. Duas opções básicas de aferição podem determinar as metas: MIV = (Despesas Operacionais + Lucro + Demarcações) Vendas MIV = (Desp. Operacionais + Lucro + Demarcações + Perdas) Vendas MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 41 10.2. Mark-Up O mark-up consiste na padronização do percentual que deve ser incidido sobre os preços de custo de cada categoria, com revisões periódicas que variam conforme os modelos de gestão comercial. Este indicador de margens efetua as sugestões dos preços de vendas, com base nas metas de lucratividade e de posicionamento de mercado da Organização. Nas hipóteses de performances deficientes de produtos, os GRFs devem analisar, dentre outros indicadores, se os mark-ups aplicados aos mesmos estão em sintonia com as práticas de mercado ou se há necessidade de se revisar as margens. A realização de benchmarkings contribui sobremodo para a definição dos mark-ups, no sentido de se posicionar os produtos da empresa de forma competitiva. Ademais, importa a adoção de margens que correspondam aos anseios de lucratividade da Organização, distribuídas estrategicamente, segundo os objetivos desejáveis para cada categoria. 11. Medida de Desempenho O extenso caminho percorrido pelo processo de negócios parece interminável, pois a maratona de análises, planejamentos, os labirintos hipotéticos e as múltiplas variantes que influenciam a decisão de compras culminam, ainda, em um novo desafio: Gerir a continuidade. A manutenção do processo de compras implica no absoluto domínio dos indicadores de desempenho para que sejam constantes os níveis satisfatórios de lucratividade. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 42 11.1 Rotatividade de Estoque A interdependência entre Compras e Estoques impele os GRFs ao monitoramento do giro dos produtos, uma vez que a performance positiva dos mesmos pode acarretar: Ampliação do volume de vendas. Redução de riscos de obsolescência e remarcações. Motivação da força de vendas. Diminuição das despesas de manutenção de estoques e operacionais. Alocação dos custos de estocagem poupados para novas oportunidades de mercado. Retorno ampliado dos ativos circulantes. Otimização do CMV. A rotatividade de estoque corresponde à relação entre o volume de vendas e de estoques, indicando quantas vezes no período é vendido o estoque médio. O cálculo pode variar segundo o período desejável e conforme os parâmetros de preços (preços de venda / preços de custo). a) Preço de Venda: Giro de Estoque = Vendas Líquidas Estoque Médio (Preço de Venda) b) Preço de Custo: Giro de Estoque = Custo da Mercadoria Vendida (CMV) Estoque Médio (Preço de Custo) MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 43 11.2. Ferramentas de Consulta Freqüente A rotina do setor de Compras necessita de alguns indicadores para análises rápidas, que determinam o fechamento de negócios com dinamismo, velocidade e, ao mesmo tempo, com segurança. Neste contexto, algumas funcionalidades devem ser requeridas no sistema de Compras, convertendo-se em ferramentas de consulta freqüente: Média histórica de vendas – Últimos 03 meses. Venda diária do mês em curso. Venda diária dos 04 meses anteriores. Sugestão de compra embasada na média histórica. Data das últimas vendas por produto. Data das últimas entradas por produto. Consulta por fornecedor. Relatórios de rentabilidade. Relatórios de vendas por categoria. Relatórios de vendas por fornecedor. Relatórios de vendas genéricas. Estoques por fornecedor. Relatórios de Perdas. Relatórios de trocas. Venda de marca própria. Negociações dos últimos 03 meses por fornecedor. Negociações dos últimos 03 meses por produto. Consulta de preços de venda. Consulta de pedidos de compras pendentes (integrais e parciais). Relatórios de devolução de mercadorias (com motivos). MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 44 Relatórios de débitos pendentes com o fornecedor. 11.3. Indicadores de Performance Efetua-se a avaliação da gestão de Compras a partir de seus indicadores de performance, que identificam o posicionamento de cada categoria em relação às metas estipuladas. São eles: Margem: Itens com Margem < Meta / Total de Itens. Produtos sem Venda e com Estoque: Itens sem Venda / Total de Itens. Produtos sem Compra e com Venda de Cortes: Itens sem Compra / Total de Itens. Produtos com a pior Venda (1%): Curva ABC de Vendas. Produtos com a pior Margem de Contribuição (1%): Curva ABC de Margem de Contribuição(MC)8. Produtos com Venda Crescente. Produtos com Venda Decrescente. Paralelamente à gestão de Compras, deve-se administrar a Demanda: 8 Curva ABC de MC = (P x V) – (Cv x V) P = Preço de Venda / V = Volume de Venda / Cv = Custo Variável Direto DEMANDA COMPRAS MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 45 Índice de Faltas: Faltas / Total de Itens. Índice de Aderência. Índice de Cortes: Valor do Corte / Valor da Venda. Índice de Cobertura: Estoque Atual / Saídas Médias. Índice de Excessos: Itens com Cobertura > P / Total de Itens (P = Período de Cobertura Desejável). Índice de Faltas: Itens com Cobertura < P / Total de Itens (P = Período de Cobertura Desejável). A demanda dinâmica e equilibrada implica na necessidade de compra sadia, assim como a compra bem efetuada resulta em uma demanda rápida e satisfatória e, assim, efetuando-se um ciclo positivamente vicioso: Compra Eficaz = Demanda Rápida = Nova Compra Eficaz = Nova Demanda (...). MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 46 Considerações Finais O mercado Brasileiro acompanha a evolução das metodologias de gestão de forma competente, razão pela qual as estatísticas de crescimento vêm superando as médias nacionais. Esta eficácia se deve, em parte, à adoção do ERP9 pelas Organizações, que não se limitaram ao compartilhamento tecnológico das informações, levando a integração à própria cultura de seus componentes. A visão de ERP que rompe as barreiras interdepartamentais deve coligar todos os profissionais em torno de uma órbita única, harmoniosa e colaborativa, ao redor dos ideais de crescimento sustentável da Organização. Este modelo contemporâneo de gestão, que além de conceber progressos empresariais também promove o crescimento pessoal, deve inserir o profissional de Compras no contexto global, clarificando que o sucesso dos GRFs e suas equipes dependerá da interatividade com as demais áreas, algumas das quais com veemência, como Vendas e Marketing. O apoio e o compartilhamento de informações com a força de Vendas resultará na unicidade em torno da otimização do fluxo comercial. Esta aliança, acrescida pela criatividade da área de Marketing e associada à visão estratégica dos demais gestores, certamente acelerará o crescimento e a solidificação do Grupo. Cabe aos elementos do cume hierárquico a proliferação inicial, a semeadura primeira destes valores que têm edificado grandes corporações. O passo estratégico dos GRFs, neste contexto, é direcionar suas idéias, sugestões, problematizações, êxitos e insucessos ao 9 ERP: Enterprise Resource Planning – Sistema Integrado de Gestão Empresarial. MÓDULO GESTÃO DE COMPRAS E SUPRIMENTOS ________________________________________________________________________________ Apostila de Gestão de Compras e Suprimentos Elaboração: CNB Consultoria e Assessoria Empresarial 47 compartilhamento com as demais áreas (sobretudo Vendas), buscando soluções conjuntas para dificuldades que, tratadas isoladamente, são intransponíveis; mas que, combatidas por uma força integrada, são superáveis.
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