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AFETIVIDADE - EXAME PSIQUIATRICO

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Tema: AFETIVIDADE - Módulo: Psicopatologia 
Grupo G4: Aline Cristina Ramos, Rafaela Vellozo Martins, Rafaela 
Volpi Saura, Thais de Souza Matos, Vanessa Maria Gonçalves de 
Souza 
A vida afetiva é a dimensão psíquica que da cor, brilho e calor a todas 
as vivencias humanas, sem a afetividade, a vida mental torna-se vazia, 
sem sabor. 
Afetividade é um termo genérico, que compreende várias modalidades 
de vivências afetivas, como o humor, as emoções e os sentimentos. 
Quanto mais os estímulos e os fatos ambientais afetam o indivíduo (até 
a intimidade do ser), mais nele aumenta a alteração e diminui a 
objetividade. Distinguem-se cinco tipos básicos de vivências afetivas: 
(1) Humor ou estado de ânimo (2) Emoções (3) Sentimentos (4) Afetos 
(5) Paixões 
 
1- Humor ou estado de animo: é o tônus afetivo do individuo, o estado 
emocional basal e difuso em que se encontra a pessoa em 
determinado momento. É a disposição afetiva de fundo que penetra 
toda a experiência psíquica, a lente afetiva que dá às vivências do 
sujeito, a cada momento, uma cor particular, ampliando ou reduzindo o 
impacto das experiências reais e, muitas vezes, modificando a 
natureza e o sentido das experiências vivenciadas. 
É no estado de animo que as vertentes somática e psíquica se 
encontram e fornecem um colorido especial à vida psíquica 
momentânea. 
Em boa parte, o humor é vivido corporalmente e relaciona-se de forma 
considerável às condições vegetativas do organismo. 
 
2- Emoções: As emoções podem ser definidas como reações afetivas 
agudas, momentâneas, desencadeadas por estímulos significativos. 
Assim, a emoção é um estado afetivo intenso, de curta duração, 
originado geralmente como a reação do indivíduo a certas excitações 
internas ou externas, conscientes ou inconscientes. 
Assim como o humor, as emoções são frequentemente acompanhadas 
de reações somáticas (neurovegetativas, motoras, hormonais, viscerais 
e vasomotoras), mais ou menos específicas. O humor e as emoções 
são, ao mesmo tempo, experiências psíquicas e somáticas, e revelam 
sempre a unidade psicossomática básica do ser humano 
A emoção, segundo Mira y López (1974), é uma alteração global da 
dinâmica pessoal, um movimento emergente, uma tempestade 
anímica, que desconcerta, comove e perturba o instável equilíbrio 
existencial. 
 
3- Sentimentos: Os sentimentos são estados e configurações afetivas 
estáveis; em relação às emoções, são mais atenuados em sua 
intensidade e menos reativos a estímulos passageiros. Os sentimentos 
estão comumente associados a conteúdos intelectuais, valores, 
representações e, em geral, não implicam concomitantes somáticos. 
Constituem fenômeno muito mais mental que somático. 
Por serem associados a conteúdos intelectuais, os sentimentos 
dependem da existência, na língua e na cultura de cada povo, de 
palavras que possam codificar este ou aquele estado afetivo. 
Assim, há grande variação de cultura para cultura, de um para outro 
universo semântico e linguístico, em relação aos diversos sentimentos 
que podem ser expressos e, assim, ganhar existência própria – ex: 
saudade em português. 
Pode-se, com certa arbitrariedade, classificar e ordenar os sentimentos 
em vários grupos. Os afetos e os sentimentos são vivenciados em dois 
polos: agradável e desagradável, prazeroso. 
Os sentimentos estão comumente associados a conteúdos intelectuais, 
valores, representações e, em geral, não implicam concomitantes 
somáticos. A seguir, são expostos vários sentimentos de acordo com 
sua tonalidade afetiva: 
a) Sentimentos da esfera da tristeza: saudade, tristeza, vergonha, 
nostalgia, aflição, culpa, sentimento de inferioridade, tédio, 
desesperança, remorso. 
b) Sentimentos da esfera da alegria: confiança, gratificação, esperança, 
expectativa. 
c) Sentimentos da esfera da agressividade: raiva, revolta, ciúme, ódio, 
inveja, nojo, desprezo. 
d) Sentimentos relacionados à atração pelo outro: amor, atração, tesão, 
amizade, apreço, admiração. 
e) Sentimentos associados ao perigo: receio, abandono, rejeição, temor 
f) Sentimentos de tipo narcísico: vaidade, orgulho, arrogância, 
onipotência, superioridade, prepotência 
 
4- Afetos: Define-se afeto como a qualidade e o tônus emocional que 
acompanha uma ideia ou representação mental. Os afetos acoplam-se 
a ideias, anexando a elas um colorido afetivo. Seriam, assim, o 
componente emocional de uma ideia. Em acepção mais ampla, usa-se 
também o termo afeto para designar, de modo inespecífico, qualquer 
estado de humor, sentimento ou emoção. 
5- Paixões: A paixão é um estado afetivo extremamente intenso, que 
domina a atividade psíquica como um todo, captando e dirigindo a 
atenção e o interesse do indivíduo em uma só direção, inibindo os 
demais interesses. 
Razão x Emoção: muitos autores acreditam que emoção e razão se 
opõem, alegando que uma turva a outra, distancia o homem da 
verdade e da conduta correta, além de afirmarem que ela seria um 
resquício animalesco de um suposto homem primitivo. Enquanto 
outros, afirmam que a dimensão emocional pode contribuir (e não 
atrapalhar) no contato do homem com a realidade. Nesse sentido, o 
homem seria dotado “de um certo tipo de compreensão afetiva que se 
faz por uma sintonização empática 
CATATIMIA: Bleuler (1942) denominou de catatimia a importante 
influência que a vida afetiva, o estado de humor, as emoções, os 
sentimentos e as paixões exercem sobre as demais funções psíquicas. 
A pesquisa psicopatológica tem identificado historicamente quão 
penetrante é a influência da afetividade sobre toda a vida mental. A 
atenção é captada, dirigida, desviada ou concentrada em função do 
valor afetivo de determinado estímulo; a memória é altamente 
detalhada ou muito pobre dependendo do significado afetivo dos fatos 
ocorridos, a sensopercepção pode se alterar em função de estados 
afetivos intensos, e assim por diante. 
REAÇÃO AFETIVA: A vida afetiva ocorre sempre em um contexto de 
relações do Eu com o mundo e com as pessoas, variando de um 
momento para outro à medida que os eventos e as circunstâncias da 
vida se sucedem. A afetividade caracteriza-se particularmente por sua 
dimensão de reatividade. 
 Nesse sentido, há duas importantes dimensões da resposta ou reação 
afetiva de um indivíduo: 
a) Sintonização afetiva: é a capacidade de o indivíduo ser influenciado 
afetivamente por estímulos externos; assim, o sujeito entristece-se com 
ocorrências dolorosas, alegra-se com eventos positivos, ri com uma 
boa piada, enfim, entra em sintonia com o ambiente 
b) Irradiação afetiva: é a capacidade que o indivíduo tem de transmitir, 
irradiar ou contaminar os outros com seu estado afetivo momentâneo; 
por meio da irradiação afetiva, faz com que os outros entrem em 
sintonia com ele 
 Na condição de rigidez afetiva, o indivíduo não deseja, tem dificuldade 
ou impossibilidade tanto de sintonização como de irradiação afetiva; 
ele não produz reações afetivas nos outros nem reage afetivamente 
diante da situação existencial cambiante. 
TEORIAS E DIMENSÕES DA AFETIVIDADE: 
 Teoria de James- Lange: Segundo William James (1952) e Karl 
Lange (1895), a base das emoções deveria ser encontrada na periferia 
do corpo, principalmente nas reações do sistema nervoso autônomo 
periférico. Aqui, a emoção é concebida como a tomada de consciência 
das modificações fisiológicas produzidas por determinados eventos. 
James diz que: “após as mudanças corpóreas, segue-se 
imediatamente a percepção do fato excitante, e a emoção é o que 
sentimos dessas mudanças (corpóreas)” – ex: primeiro o homem 
reconhece o perigo, fica com a respiração ofegante, o coração bate 
mais forte e mais rapido e depois o medo é sentido. Mas contra essa 
teoria, em varias situações s fisiológicas, há alterações viscerais e 
autonômicas sem qualquer concomitante emocional ou mental. 
ASPECTOS CEREBRAIS E NEUROPSICOLÓGICOS DAS 
EMOÇÕES 
 Teoriade Papez-MacLean: o sistema límbico e as emoções: Em 
1937, Papez (1995) propôs uma base cerebral para as emoções. 
Segundo ele, as estruturas e o circuito cerebral das emoções incluiriam 
estruturas na face medial dos lobos temporais e frontais. Tais 
estruturas seriam basicamente o hipocampo, o fórnice, os corpos 
mamilares, o hipotálamo, os núcleos talâmicos anteriores e o giro 
cingulado no lobo frontal. Assim, os impulsos somáticos originados na 
periferia seriam levados ao hipotálamo e aos corpos mamilares; daí, 
seriam conduzidos pelo trato mamilotalâmico aos núcleos anteriores do 
tálamo e, então, passariam ao giro cingulado na região mesofrontal. 
Todavia, os sinais visuais, auditivos, olfativos, etc., assim como as 
representações mentais, já com atribuições cognitivoemocionais, 
originárias do córtex cerebral, desceriam para o hipocampo e, daí, 
passariam ao fórnice e aos corpos mamilares, fechando o circuito 
cerebral das emoções. O hipocampo teria um importante papel na 
expressão emocional, e o giro cingulado (no lobo frontal) seria uma 
região receptora da experiência emocional. 
Em concepção muito próxima a essa, MacLean (1990) propôs, já em 
1952, o sistema límbico das emoções (a partir do grande lobo límbico 
de Broca), no qual o hipotálamo é visto como elemento fundamental na 
expressão psicofisiológica das emoções, e o córtex cerebral seria a 
instância que codifica, decodifica e recodifica constantemente as 
experiências afetivas, atribuindo-lhes significações, sentido 
propriamente humano, acoplando à dimensão psicofisiológica as 
representações, os símbolos e os valores humanos. O sistema límbico 
compreenderia estruturas corticais como o córtex límbico 
frontotemporal, o hipocampo e o giro cingulado, bem como estruturas 
subcorticais, como a amígdala, os núcleos septais, o hipotálamo, os 
núcleos anteriores do tálamo e, em parte, os núcleos da base. Para 
MacLean (1990), o sistema límbico seria o sistema central na 
integração das emoções 
ATUALMENTE, ALGUMAS ESTRUTURAS ESTAO SENDO MUITO 
ESTUDADAS: 
a) Amigdala: localizada na região temporal medial, que, juntamente com 
suas projeções eferentes e aferentes, tem grande importância nas 
reações de medo, particularmente no chamado condicionamento do 
medo. que, juntamente com suas projeções eferentes e aferentes, tem 
grande importância nas reações de medo, particularmente no chamado 
condicionamento do medo. O núcleo lateral da amígdala estaria 
envolvido com a percepção de estímulos auditivos relacionados ao 
medo. Além de estímulos auditivos, estímulos visuais (principalmente 
relacionados à expressão facial emocional), assim como olfativos e 
gustativos, também chegam à amígdala, informando sobre o ambiente, 
sobretudo em relação à coloração afetiva dos estímulos ambientais. 
Após tais estímulos serem processados no interior da amígdala, saem 
dela produzindo respostas compatíveis com o padrão de medo 
desencadeado. Assim, o núcleo central da amígdala emitiria projeções 
para o tronco cerebral (principalmente para a substância cinzenta 
periaquedutal, p. ex., desencadeando reações de congelamento) e 
para o hipotálamo, produzindo resposta hormonal ao medo e ao 
estresse. Tais respostas hormonais e comportamentais preparariam o 
indivíduo para ações do tipo luta, fuga, alimentação ou sexo 
b) Córtex orbitofrontal: Intimamente relacionada às emoções, esta 
região situa-se na parte mais dianteira dos lobos frontais, em posição 
acima e adjacente aos globos oculares, sendo particularmente ativada 
após estímulo tátil prazeroso, assim como por odores e sabores 
agradáveis. Fazendo parte das regiões pré-frontais, o córtex 
orbitofrontal também está intimamente relacionado a respostas 
emocionais e aprendizado rápido (memória de trabalho) após 
estímulos emocionalmente carregados, como a visão de faces 
expressivas e vozes com tonalidades emocionalmente marcantes. 
Quando essa região se encontra lesada, o indivíduo passa a não 
identificar os estímulos de forma correta e tende a responder de modo 
socialmente inadequado a estímulos faciais e vozes, sobretudo quando 
envolvem frustração e evitação de comportamentos prejudiciais a si 
mesmo ou a terceiros 
c) Circuito septo-hipocampal: este circuito tem sido implicado nas 
experiências de ansiedade. Também outros circuitos, que envolvem o 
hipotálamo, o tronco cerebral, o córtex rinal adjacente e o telencéfalo 
basal, têm sido apontados como relevantes para diferentes 
experiências emocionais 
d) A porção medial do lobo frontal: Parece ser componente relevante 
no circuito das emoções. Essa área possui importantes eferências para 
a amígdala e as zonas do mesencéfalo, é parte do sistema modulador 
cardiovascular e de respostas dopaminérgicas e de 
ACTH/corticosterona a estímulos aversivos. O lobo frontal utiliza 
informações oriundas da amígdala para monitorar o estado interno do 
organismo e regular as respostas apropriadas a tal estado. Lesões das 
áreas mediais frontais dificultam o reajuste de respostas a estímulos 
afetivamente significativos, o que explica a resistência à extinção de 
determinados padrões comportamentais e emocionais. O giro 
cingulado, localizado na porção medial dos lobos frontais, está, por sua 
vez, envolvido de modo estrategicamente importante no controle das 
emoções. 
e) Lobo parietal direito: pacientes com lesões nesta área apresentam 
agnosia do dimídio esquerdo com heminatenção visual à esquerda. 
Respondem com indiferença quando são constatados seus déficits 
(anosognosia) e podem apresentar também humor expansivo, alegre, 
em contraposição ao humor triste e apático dos pacientes com lesões 
nas áreas frontais anteriores esquerdas. O lobo parietal direito recebe 
projeções da amígdala, permitindo que os estímulos emocionais sejam 
integrados a aspectos objetivos da consciência e da memória 
declarativa (consciente). As lesões parietais à direita dificultam o 
processamento cortical multimodal dos estímulos proprioceptivos e 
exteroceptivos, gerando desconhecimento afetivo da situação. 
ASPECTOS PSICODINÂMICOS D AFETIVIDADE: 
 Concepção freudiana: A angústia tem importância central na teoria 
freudiana dos afetos. De modo geral, Freud concebe a angústia como 
um afeto básico emergindo do eterno conflito entre o indivíduo, seus 
impulsos instintivos primordiais, seus desejos e suas necessidades, por 
um lado, e, por outro, as exigências de comportamento civilizado, 
restrições (p. ex., não desejar a mulher do próximo, não matar, 
respeitar o tabu do incesto, etc.) que a cultura impõe ao indivíduo. 
Devido a tais restrições, a pessoa experimenta irremediável “mal-estar 
na cultura”. Inicialmente, Freud acreditava que a angustia era a libido 
não –descarregada que ficaria retida no aparelho psíquico, gerando 
angustia como subproduto. Mas, posteriormente, postulou que a 
angustia seria um sinal do Eu no sentido de evitar o surgimento de algo 
ameaçador ao individuo. 
A depressão ou melancolia (termo mais utilizado em psicanálise) 
relacionase ao modo particular de elaboração inconsciente de perdas 
reais ou simbólicas. Para Freud, quando perde um objeto significativo 
(pessoa próxima, um ideal, um certo status, o emprego, etc.), o sujeito 
tende, para não perdê-lo totalmente, a identificar-se narcisicamente 
com ele e a introjetá-lo ao próprio Eu. Caso tal objeto de alguma forma 
fosse muito amado, mas também inconscientemente muito odiado 
(investimento libidinal ambivalente) pelo sujeito, o rancor e o ódio 
inconsciente que guardava por tal objeto tenderiam a ser vertidos 
sobre o próprio Eu. 
 Concepção de Melanie Klein: Os afetos, em sua teoria, seriam centrais 
para toda a psicopatologia e estariam intimamente associados às 
fantasias primitivas e às chamadas relações de objeto (objeto aqui é 
conceitualizado como representações mentais, na maior parte das 
vezes inconscientes, de pessoas ou personagens reais ou fantasiadas,completas ou parciais). Nessa concepção, haveria afetos primários, 
primitivos, como o ódio, a inveja, o medo de ser retaliado, etc., e 
outros, que indicariam maior maturidade psíquica do indivíduo, como a 
gratidão, a reparação e o amor. Os afetos resultariam, em grande 
parte, do tipo e da qualidade das relações do sujeito com os seus 
objetos internos (conscientes e, sobretudo, inconscientes). Assim, as 
fantasias de ataque invejoso e destrutivo a objetos internos gerariam 
sentimentos de medo ou ansiedade paranóide e temor de retaliação. 
Já o reconhecimento dos objetos internos, como seres inteiros, 
protetores e vivos, geraria afetos como os sentimentos de reparação e 
de gratidão 
 
ALTERACOES PATOLOGICAS DA AFETIVIDADE 
1- Alterações do humor: Os dois polos básicos das alterações do 
humor, ou timopatias, são o polo depressivo, ou hipotímico, e o polo 
maníaco, ou hipertímico. Assim, hipotimia refere-se à base afetiva de 
todo transtorno depressivo. Por sua vez, o termo hipertimia (ou distimia 
hipertímica) refere-se a humor patologicamente alterado no sentido da 
exaltação e da alegria. 
a) Distimia: termo que designa a alteração básica do humor, tanto no 
sentido da inibição como no sentido da exaltação. Não se deve 
confundir o sintoma distimia com o transtorno distimia, que, segundo as 
classificações da CID-10 e do DSM-IV, é um transtorno depressivo leve 
e crônico. O termo genérico depressão, significando tristeza patológica, 
tornou-se uma designação consagrada, que vem substituindo o termo 
clássico distimia hipotímica ou melancólica. A psicopatologia geral 
utiliza, nessa mesma linha, os termos distimia hipertímica, expansiva 
ou eufórica, para nomear a exaltação patológica do humor, ou seja, as 
bases afetivas dos quadros maníacos 
b) Disforia: diz respeito à distimia acompanhada de uma tonalidade 
afetiva desagradável, mal-humorada. Quando se fala em depressão 
disfórica ou mania disfórica, está sendo designado um quadro de 
depressão ou de mania acompanhado de forte componente de 
irritação, amargura, desgosto ou agressividade. 
c) Euforia ou alegria patológica: No espectro maníaco, o termo define o 
humor morbidamente exagerado, no qual predomina um estado de 
alegria intensa e desproporcional às circunstâncias. 
d) Elação:há além da alegria patológica, a expansão do Eu, uma 
sensação subjetiva de grandeza e de poder. O Eu vai além dos seus 
limites, ganhando o mundo. 
e) Puerilidade: é uma alteração do humor que se caracteriza pelo aspecto 
infantil, simplório, regredido. O indivíduo ri ou chora por motivos banais; 
sua vida afetiva é superficial, sem afetos profundos e duradouros. 
Verifica-se a puerilidade especialmente na esquizofrenia hebefrênica, 
em indivíduos com déficit intelectual, em alguns quadros histéricos e 
em personalidades imaturas de modo geral. 
f) Moria: é uma forma de alegria muito pueril, ingênua, boba, que ocorre 
principalmente em pacientes com lesões extensas dos lobos frontais, 
em deficientes mentais e em indivíduos com quadros demenciais 
acentuados. 
g) Estado de êxtase: há uma experiência de beatitude, uma sensação de 
dissolução do Eu no todo, de compartilhamento íntimo do estado 
afetivo interior com o mundo exterior, muitas vezes com colorido 
hipertímico e expansivo. Está frequentemente associado a 
experiências circunscritas a um contexto religioso ou místico, não 
sendo aqui considerado como fenômeno psicopatológico, mas cultural. 
Entretanto, o êxtase também pode estar presente em condições 
psicopatológicas, como no transe histérico, na esquizofrenia ou na 
mania. 
h) Irritabilidade patológica: há hiper-reatividade desagradável, hostil e, 
eventualmente, agressiva a estímulos (mesmo leves) do meio exterior. 
Qualquer estímulo é sentido como perturbador, e o indivíduo reage 
prontamente de forma disfórica. Qualquer ruído (de crianças, da 
televisão, de carros, etc.), a presença de muitas pessoas no local, 
qualquer crítica à pessoa do doente, enfim, tudo é vivenciado com 
muita irritação. A irritabilidade é sintoma bastante frequente e 
inespecífico, indicando, não raramente, quaro de natureza orgânica. 
Também ocorre a irritabilidade patológica nas síndromes depressivas, 
nos quadros maníacos, nos transtornos ansiosos e na esquizofrenia. O 
clínico sempre deve procurar diferenciar a irritabilidade primária, 
oriunda diretamente de um transtorno do humor ou psico-orgânico, de 
uma irritabilidade secundária, associada a vivências psicóticas (delírios 
persecutórios, alucinações ameaçadoras, etc.) ou neuróticas (conflitos 
inconscientes, insegurança, dificuldade em tomar decisões existenciais 
importantes, etc.). 
ANSIEDADE, ANGUSTIA E MEDO: 
 A ansiedade é definida como estado de humor desconfortável, 
apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação interna 
desagradável. Inclui manifestações somáticas e fisiológicas (dispnéia, 
taquicardia, vasoconstrição ou dilatação, tensão muscular, parestesias, 
tremores, sudorese, tontura, etc.) e manifestações psíquicas 
(inquietação interna, apreensão, desconforto mental, etc.). 
 O termo angústia relaciona-se diretamente à sensação de aperto no 
peito e na garganta, de compressão, sufocamento. Assemelha-se 
muito à ansiedade, mas tem conotação mais corporal e mais 
relacionada ao passado. Do ponto de vista existencial, a angústia tem 
significado mais marcante, é algo que define a condição humana, é um 
tipo de vivência mais “pesada”, mais fundamental que a experiência da 
ansiedade. 
 Cabe ressaltar que o medo, caracterizado por referir-se a um objeto 
mais ou menos preciso, diferencia-se da ansiedade e da angústia, que 
não se referem a objetos precisos (o medo é, quase sempre, medo de 
algo). 
NO RAMO DA PSICANÁLISE: 
1- Angústia de castração: seria o medo de perder ou ferir os genitais, de 
ser castrado, no contexto do complexo de Édipo. Tal conceito foi 
ampliado posteriormente, recebendo o sentido de uma angústia de 
perda, ou de risco de perda, de algo importante do ponto de vista 
narcísico para o indivíduo 
2- Angústia de morte ou de aniquilamento: É a sensação intensa de 
angústia perante perigo ou situação (real ou fantasiada) que indiquem 
ao sujeito a proximidade ou a possibilidade iminente da morte ou do 
aniquilamento (do corpo, do ego). 
3- Ansiedade depressiva :tal ansiedade é vivida por um sujeito que teme 
perder seus objetos bons; teme que estes (internalizados ou reais, 
externos ou internos) sejam destruídos ou desintegrados, e, 
juntamente com eles, seu próprio Eu. 
4- Ansiedade persecutória ou paranoide: é o tipo de ansiedade vivida 
como temor de retaliação feroz aos ataques imaginários, 
fantasmáticos, que o sujeito, em sua fantasia, perpetrou contra seus 
objetos internos ou externos. 
5- Angústia de separação: seriam as reações emocionais vividas pela 
criança quando separada da mãe, manifestando seus afetos com 
choro, desespero e grande aflição. 
NO RAMO EXISTENCIAL: 
6- Angustia existencial: para a filosofia existencialista, a angústia não 
seria apenas um sintoma patológico, mas, antes de tudo, um estado 
anímico básico, constituinte do ser humano. O homem se angustia 
diante de algumas situações existenciais inescapáveis da vida; a 
situação de estar-no-mundo, de estar-com-o-outro, de ser-para-morte, 
por exemplo. O homem não existe isolado de um mundo humano, há 
tensão permanente entre o indivíduo, suas idiossincrasias, e a 
comunidade de outros homens. 
NO RAMO COMPORTAMENTAL E COGNITIVO: 
7- Ansiedade de desempenho: É a reação de ansiedade associada a 
temores em relação à execução de uma tarefa, à possibilidade de ser 
avaliado criticamente por pessoas importantes ou significativas 
(frequente na fobia social e na vida cotidiana). 
8- Ansiedade antecipatória: é a ansiedade vivenciada antes da ocorrência 
de uma situação estressante, experimentada na imaginação do 
indivíduo que fica remoendo como será sua futurasituação 
desconfortável. Trata-se de um tipo de ansiedade muito comum em 
indivíduos com fobias sociais que, ao imaginarem que no dia seguinte 
irão entrar em contato com pessoas desconhecidas ou críticas, sofrem 
antecipadamente diante da possibilidade de tal encontro. 
- ex: apresentação de trabalho 
ALTERACOES DAS EMOCOES E DOS SENTIMENTOS 
 Apatia: diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. Os pacientes 
queixam-se de não poderem sentir nem alegria, nem tristeza, nem 
raiva, nem nada. O paciente torna-se hiporreativo. Trata-se de um 
estado afetivo próprio dos quadros depressivos, apesar de poder 
ocorrer de forma inespecífica em um grande número de transtornos 
mentais. 
 Hipomodulaçao do afeto: Incapacidade do paciente de modular a 
resposta afetiva de acordo com a situação existencial, indicando 
rigidez na sua relação com o mundo. 
 Inadequação do afeto ou paratimia: Reação completamente 
incongruente a situações existenciais ou a determinados conteúdos 
ideativos, revelando desarmonia profunda da vida psíquica (ataxia 
intrapsíquica), contradição profunda entre a esfera ideativa e a afetiva. 
 Pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo: Perda 
progressiva e patológica das vivências afetivas. Há, aqui, o 
empobrecimento relativo à possibilidade de vivenciar alternâncias e 
variações sutis na esfera afetiva. Ocorre nas síndromes psico-
orgânicas, nas demências e em algumas formas de esquizofrenia. 
 Embotamento afetivo e devastação afetiva: Perda profunda de todo 
tipo de vivência afetiva. Ao contrário da apatia, que é basicamente 
subjetiva, o embotamento afetivo é observável, constatável por meio 
da mímica, da postura e da atitude do paciente. Ocorre tipicamente nas 
formas negativas, deficitárias de esquizofrenia. 
 Sentimento de falta de sentimento: É a vivência de incapacidade 
para sentir emoções, experimentada de forma muito penosa pelo 
paciente. É percebido claramente pelo doente, que se queixa de sentir-
se intimamente morto ou em estado de vazio afetivo. Ao contrário da 
apatia, o sentir o “não-sentir” é vivenciado com muito sofrimento, como 
uma tortura. Pode ocorrer em quadros depressivos graves. 
 Anedonia: É a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer 
com determinadas atividades e experiências da vida. O paciente relata 
que, diferentemente do que ocorria antes de adoecer, agora não 
consegue mais sentir prazer sexual, não consegue desfrutar de um 
bom papo com os amigos, de um almoço gostoso com a família, de um 
bom filme, etc. A anedonia é um sintoma central das síndromes 
depressivas, podendo ocorrer também nos quadros esquizofrênicos 
crônicos, em transtornos da personalidade e em formas graves de 
neuroses. 
OBS: a apatia (incapacidade de sentir afetos) e a anedonia 
(incapacidade de sentir prazer) são fenômenos muito próximos 
que ocorrem, na maioria das vezes, de forma simultânea. 
 Indiferença afetiva: foi descrita particularmente na histeria como uma 
“bela indiferença”. Trata-se de certa frieza afetiva incompreensível 
diante dos sintomas que o paciente apresenta (p. ex., paralisia 
psicogênica das pernas, somatizações, perdas psicogênicas da voz, da 
visão, etc.), uma frieza e uma indiferença que parecem indicar que, no 
fundo (de forma inconsciente), o paciente sabe que seus sintomas são 
psicogênicos e potencialmente reversíveis, denotando até certo 
exibicionismo por trás da indiferença. Não é uma indiferença profunda, 
sendo mais aparente e teatral que real (daí bela). A bela indiferença da 
histeria contrapõe-se à triste indiferença do paciente depressivo com 
apatia marcante e à pálida indiferença do paciente esquizofrênico 
crônico que perdeu aspectos fundamentais de sua vida afetiva em 
virtude dos sintomas negativos do transtorno. 
 Labilidade afetiva e incontinência afetiva: são os estados nos quais 
ocorrem mudanças súbitas e imotivadas de humor, sentimentos ou 
emoções. O indivíduo oscila de forma abrupta, rápida e inesperada de 
um estado afetivo para outro. O paciente está falando de algo ameno e 
começa a chorar convulsivamente, passando, logo a seguir, a sorrir de 
forma tranquila. Na incontinência afetiva, o indivíduo não consegue 
conter de forma alguma suas reações afetivas. A labilidade e a 
incontinência afetiva (podem acontecer em quadros de depressão ou 
mania, estados graves de ansiedade e esquizofrenia) são 
consideradas formas de hiperestesia emocional, indicando exagero e 
inadequação da reatividade afetiva. Deve-se sempre lembrar que tanto 
a labilidade como a incontinência afetiva são sintomas que podem 
estar associados a quadros psico-orgânicos, como encefalites, tumores 
cerebrais, doenças degenerativas do SNC, síndromes frontais, 
síndrome pseudobulbar, etc. Nesse sentido, o riso patológico e o choro 
patológico ocorrem como episódios imotivados de um choro e/ou riso 
abrupto, de curta duração, de forma convulsiva, associados geralmente 
à paralisia pseudobulbar vascular, à esclerose lateral amiotrófica, à 
esclerose múltipla ou às lesões vasculares bilaterais ou difusas. 
 Ambivalência afetiva: é o termo que descreve sentimentos opostos 
em relação a um mesmo estímulo ou objeto, sentimentos que ocorrem 
de modo absolutamente simultâneo. Assim, o indivíduo sente, ao 
mesmo tempo, ódio e amor, rancor e carinho por alguém. A 
ambivalência afetiva, ocorrendo de forma radical e intensa, foi descrita 
por Bleuler para caracterizar um aspecto importante da experiência 
afetiva de pacientes esquizofrênicos. Ela indicaria um processo de 
cisão radical do Eu, de desarmonia profunda das vivências psíquicas. 
A essa desarmonia intrapsíquica fundamental na esquizofrenia. 
 Neotimia: é a designação para sentimentos e experiências afetivas 
inteiramente novos vivenciados por pacientes em estado psicótico. São 
afetos muito estranhos e bizarros para a própria pessoa que os 
experimenta. Faz parte da experiência peculiar e radicalmente 
diferente da esquizofrenia. Lópes Ibor (1970) denominou esquizoforia 
um tipo de experiência afetiva, radicalmente nova, ameaçadora e 
estranha, dos pacientes esquizofrênicos, no período que antecede o 
surgimento da revelação delirante. 
 Medo: a rigor, o medo não é uma emoção patológica, mas uma 
característica universal dos animais superiores e do homem. Trata-se 
do estado de progressiva insegurança e angústia, de impotência e 
invalidez crescentes, ante a impressão iminente de que sucederá algo 
que o indivíduo quer evitar, o que progressivamente se considera 
menos capaz de fazer. Mira y López (1974) divide o medo em seis 
fases, de acordo com o grau de extensão e imensidão que nele 
alcançam as manifestações de inativação. São elas: 1. Prudência 2. 
Cautela 3. Alarme 4. Ansiedade 5. Pânico (medo intenso) 6. Terror 
(medo intensíssimo) 
 Fobias: são medos determinados psicopatologicamente, 
desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades de perigo real 
oferecidas pelos desencadeantes, chamados de objetos ou situações 
fobígenas. Assim, o indivíduo tem um medo terrível e desproporcional 
de entrar em um elevador, de gatos ou de contato com pessoas 
desconhecidas. No indivíduo fóbico, o contato com os objetos ou 
situações fobígenas desencadeia, muito frequentemente, intensa crise 
de ansiedade. A fobia simples é o medo intenso e desproporcional de 
determinados objetos, geralmente pequenos animais (barata, sapo, 
cachorro, etc.). Já a fobia social é o medo de contato e interação 
social, principalmente com pessoas pouco familiares ao indivíduo e em 
situações nas quais o paciente possa se sentir examinado ou criticado 
por tais pessoas (proferir aulas ou conferências, ir a festas, encontros, 
etc.). Por sua vez, a agorafobia é o medo de espaços amplos e de 
aglomerações como estádios, cinemas, supermercados. Inclui-se na 
agorafobia o medo de ficar retido em congestionamentos. A agorafobia 
é a fobia de estar em um ambiente, cheio ouvazio, mas que esta longe 
da possibilidade de socorro, esses pacientes ficam perto das 
ambulâncias, perto das saídas de emergencia. A claustrofobia é o 
medo de entrar (e ficar preso) em espaços fechados, como elevadores, 
salas pequenas, túneis, etc. Há, além dessas quatro formas mais 
comuns de fobia, um número enorme de subtipos de fobia, 
classificados de acordo com o objeto ou a situação fobígena. 
 Pânico: É uma reação de medo intenso, de pavor, relacionada 
geralmente ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou 
desintegração. O pânico se manifesta quase sempre como crises de 
pânico. Estas são crises agudas e intensas de ansiedade, 
acompanhadas por medo intenso de morrer ou de perder o controle e 
de acentuada descarga autonômica (taquicardia, sudorese, etc.). As 
crises caracterizam-se pelo início abrupto de uma sensação de grande 
perigo e desejo de fugir ou escapar da situação. Ocorrem sintomas 
somáticos autonômicos, decorrentes da ansiedade intensa, como 
palpitações, sudorese fria, tremores, parestesias (principalmente 
formigamentos nos lábios e/ou ponta dos dedos), sensação de falta de 
ar, desconforto respiratório, dor ou desconforto no peito, náusea, 
sensação da cabeça ficar leve, medo de perder o controle ou 
enlouquecer, medo de morrer ou de ter um ataque cardíaco e, em 
alguns casos, despersonalização e/ou desrealização. As crises podem 
ocorrer após a exposição a desencadeantes (contato com situações ou 
objetos fobígenos, morte de pessoa próxima significativa, estresse 
intenso, etc.), mas, em muitos casos, não se consegue identificar o 
fator desencadeante. Segundo Pereira (1997), na base da crise de 
pânico estaria o sentimento primário de desamparo de não poder sentir 
o acolhimento básico, o apoio implícito, que fundamenta o sentimento 
de segurança tácita que a criança tem diante do adulto que a cuida. 
 Ciúme: é um fenômeno emocional complexo no qual o indivíduo sente 
receio, medo, tristeza ou raiva diante da idéia, sensação ou certeza de 
que a pessoa amada gosta mais de outra pessoa (ou objeto) e pode 
abandoná-lo ou preterilo. O ciúme de intensidade extrema, desprovido 
de crítica, é difícil de ser diferenciado do delírio de ciúmes 
 Inveja: é a sensação de desconforto, raiva e angústia diante da 
constatação de que outra pessoa possui objetos, qualidades, relações 
que o indivíduo gostaria de ter, mas não tem. Pode ser importante 
fonte de sofrimento em indivíduos imaturos, extremamente neuróticos e 
com transtornos da personalidade. Além disso, a inveja intensa pode 
ter efeitos devastadores nas relações interpessoais 
 
Avaliação da Afetividade: 
1- Tonalidade: ex: desconfiado 
2- Modulação: intensidade, variação, oscilação da afetividade. Pode 
ser normomodulado, hipomodulando (quando esta desconfiado), 
hipermodulando (alegre, triste, euforia, irritado – muda muito de 
afeto) 
3- Associação ideo-afetiva: conteúdo do pensamento. Pode ser 
classificado como ideo-afetivamente, dissociado ideo-afetivamente 
(afetividade não adequada ao movimento) 
4- Equivalentes orgânicos: olheiras, sonolenta - classificado como 
aumentado ou diminuído, apetite/fome (as vezes paciente esta 
comendo na consulta, só fala de comida), líbido (positiva, alto 
astral, esta te cantando ou sem animo para a vida – não tem nada a 
ver com o ato sexual) 
 
Referencias Bibliográficas: DALGALARRONDO, P., 
PSICOPATOLOGIA E SEMIOLOGIA DOS TRANSTORNOS MENTAIS, 
2ª EDIÇÃO, CAPITULO 16.

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