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APG 19 - A Afetividade e suas Alterações

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Objetivos 
 
OBJETIVO 1: Compreender as definições básicas da afetividade e os tipos de vivencias afetivas 
OBJETIVO 2: Diferenciar os tipos e classificações das emoções 
OBJETIVO 3: Conhecer os aspectos cerebrais e neuropsicológicos das emoções 
OBJETIVO 4: Discutir as alteracoes psicopatológicas da afetividade, das emoções e sentimentos 
OBJETIVO 5: Compreender as definições básicas e alteracoes psicopatológicas da vontade e do agir 
DEFINIÇÕES BÁSICAS DA AFETIVIDADE E TIPOS DE VIVÊNCIAS AFETIVAS 
Definições de Afetividade: 
A vida afetiva é a dimensão psíquica que dá cor, brilho e calor a todas as vivências humanas. 
“Afetividade” é um termo genérico, que compreende várias modalidades de vivências afetivas, como o 
humor, as emoções e os sentimentos. 
Tipos de Vivências Afetivas: 
Na tradição psicopatológica distinguem-se cinco tipos básicos de vivências afetivas: 
1. Humor ou estado de ânimo 
2. Emoções 
3. Sentimentos 
4. Afetos 
5. Paixões 
 
1. Humor ou estado de ânimo: 
É definido como o tônus afetivo do indivíduo; é o estado emocional basal e difuso em que se encontra a 
pessoa em um determinado momento. É uma disposição afetiva que penetra toda a experiencia psíquica de 
modo particular, ampliando ou reduzindo o impacto das experiencias reais, e muitas vezes, modifica a 
natureza e o sentido das experiências vivenciadas. 
No estado de ânimo (ou humor) há confluência entre a vertente somática e a vertente psíquica, que se unem 
de maneira indissolúvel para fornecer um colorido especial à vida psíquica momentânea. Em boa parte, o 
humor é vivido corporalmente e relaciona-se de forma considerável às condições corporais, vegetativas, do 
organismo. Enfim, o humor, ou estado de ânimo, é um dos transfundos essenciais da vida psíquica. 
O humor pode durar dias ou semanas, enquanto a emoção é fugidia, instável e dura pouco. 
2. Emoções: 
São reações afetivas momentâneas, agudas, desencadeadas por estímulos significativos. 
É um estado afetivo intenso de curta duração, sendo originado por reações do indivíduo a certos estímulos 
externas ou internas, conscientes, não conscientes ou inconscientes. 
A afetividade e suas Alterações 
Módulo II - Neurologia 
 
As emoções são acompanhadas de reações somáticas, corporais (neurovegetativas, motoras, hormonais, 
viscerais e vasomotoras), mais ou menos específicas. 
O humor e as emoções são, ao mesmo tempo, experiencias psíquicas e somáticas e revelam a unidade 
psicossomática básica do ser humano. 
De acordo com Mira y López (1974), a emoção é uma alteração que comove e perturba o instável equilíbrio 
existencial. 
3. Sentimentos: 
São estados e configurações afetivas estáveis; em relação as emoções são mais atenuados em sua intensidade 
e menos reativos a estímulos passageiros. 
Estão associados a conteúdos intelectuais, valores, representações e em geral, não implicam concomitantes 
somáticos. São fenômenos muito mais mentais do que somáticos, diferentemente das emoções e do humor. 
Os sentimentos dependem de cada língua e cultura de cada povo de palavras que possam codificar este ou 
aquele estado afetivo. 
Os diferentes idiomas apresentam, muitas vezes, sutis diferenças e nuanças de um sentimento em relação a 
outro próximo. Por exemplo, para o sentimento expresso em português como saudade, no espanhol utilizam-
se termos como estrañar (no sentido de sentir a falta de algo ou alguém) ou nostalgia, que, apesar de 
próximos, não expressam exatamente o mesmo sentimento de saudade em português. 
Os sentimentos podem ser divididos em vários grupos. Os afetos e sentimentos são vivenciados de modo 
geral em duas esferas: agradável e desagradável, prazeroso e desprazível, mas ainda podem ser divididos em: 
• Sentimentos da esfera da tristeza: melancolia, saudade, tristeza, nostalgia, vergonha, impotência, 
aflição, culpa, remorso, autodepreciação, autopiedade, sentimento de inferioridade, infelicidade, 
tédio, desesperança etc. 
• Sentimentos da esfera da alegria: euforia, júbilo, contentamento, satisfação, confiança, gratificação, 
esperança, expectativa. 
• Sentimentos da esfera da agressividade: raiva, revolta, rancor, ciúme, ódio, ira, inveja, vingança, 
repúdio, nojo, desprezo. 
• Sentimentos relacionados a atração um pelo outro: amor, atração, tesão, estima, carinho, gratidão, 
amizade, apego, apreço, respeito, consideração, admiração etc. neste tipo de sentimento se 
enquadram amor e amizade 
• Sentimentos associados ao perigo: do, temor, receio, desamparo, abandono, rejeição. 
• Sentimentos narcísicos: vaidade, orgulho, arrogância, onipotência, superioridade, empáfia, 
prepotência. 
A emoção é uma reação enquanto o sentimento é uma construção. 
4. Afetos: 
São o tônus emociona que acompanham uma ideia ou representação mental. Os afetos se associam a ideias 
e se juntam a elas como um colorido afetivo. É definido como o componente emocional de uma ideia. De um 
modo mais geral, o afeto pode designar, de modo inespecífico, qualquer estado de humor, sentimento ou 
emoção. 
5. Paixões: 
Estado afetivo extremamente intenso que domina a atividade psíquica como um todo, dirigindo a atenção e 
o interesse do individuo em uma só direção e inibindo os demais interesses. A paixão impede que se tenha o 
exercício de uma logica imparcial. 
 
 
TIPOS E CLASSIFICAÇÕES DAS EMOÇÕES: 
Experiencias afetivas negativas e positivas: 
É um forma de classificar as emoções: 
• Emoções Positivas: promovem bem-estar, favorecem a socialização e resultam de gratificação quando um 
desejo é realizado. 
• Emoções Negativas: agressividade, repulsa, raiva, e resultam ou interferem nas desavenças em relações 
interpessoais 
Polos ou valências da afetividade: domínios e construtor do Research Domain Criteria 
Particularmente, no caso de sistemas com polaridade afetiva, o RDoC sugere que sejam organizados dois 
grandes grupos de construtos: os sistemas de valência negativa e os de valência positiva. 
• Valência negativa: incluem respostas a situações aversivas, como respostas a ameaças ou medos, ameaças 
potenciais oi ansiedades, ameaças constantes e experiencia de perda e não recompensa frustrante 
• Valência Positiva: abrangem respostas anímicas e comportamentais positivas como aproximação, 
avaliação de recompensas, aprendizado positivo de recompensa ou de hábitos que liberem recursos 
psíquicos como recursos cognitivos, por exemplo 
São as emoções das pessoas as mesmas em todo o mundo? 
Uma segunda grande forma de situar e ordenar as emoções humanas se baseia na hipótese do caráter 
universal, para toda a humanidade, todos os subgrupos culturais e todos os períodos históricos, de um 
pequeno grupo de emoções. 
Contra essa hipótese, tem-se teorias que enfatizam a relatividade culturasl das experiencias emocionais nas 
diferentes sociedades e culturas humanas. 
Para Charles Darwin, há um certo número de emoções e expressões corporais (sobretudo faciais) semelhantes 
nos animais e nos humanos, bem como nas diversas sociedades e culturas. Teriam para ele uma base biológica 
evolutiva e seriam importantes para a sobrevivência do individuo e da espécie. 
Na visão de Darwin, emoções e sentimentos como medo, raiva, ciúmes e amor materno seriam universais. 
Além, disso, a manifestação das emoções por expressões faciais foi sendo adquirida lentamente na evolução 
da espécie homo sapiens. 
Segundo sugestão do neurocientista António Damásio, os afetos e as emoções seriam divididos em três 
grandes grupos (Damásio, 2012): emoções básicas, ou primárias; emoções secundárias; e emoções de fundo. 
Vejamos, a seguir, cada uma delas. 
Emoções universais, primárias ou básicas: 
A concepção de emoções universais ficou conhecida pelos trabalhos de Paul Elman e Friesen. 
Ao final, concluíram que seriam seis as emoções humanas básicas e universais: alegria, tristeza, medo, raiva, 
nojo (aversão ou repugnância) e surpresa (Ekman; Friesen, 1971). 
Nos anos de 1990, Ekmanreavaliou sua teoria das seis emoções universais, ampliando-as para onze: culpa, 
orgulho, vergonha, desprezo, contentamento, constrangimento, diversão ou divertimento (amusement), 
excitação, satisfação, prazer sensorial e alívio (Ekman, 1999). 
 
Além disso, Ekman e Friesen acharam não apenas uma expressão facial para cada emoção, mas uma variedade 
de diferentes manifestações discretamente diferentes para cada uma delas. Haveria famílias de emoções; 
assim, encontraram 60 microvariações de expressões faciais para a emoção “raiva”, distintas do conjunto de 
microvariações da emoção “medo”, ou da família de emoção “nojo”, e assim por diante. 
O antropólogo norte-americano Donald E. Brown (1934-), em 1991, publicou seu livro Human Universals, que 
gerou respostas calorosas, positivas e negativas (Brown, 1991). Ele fórmula que uma série de aspectos do 
comportamento humano seriam universais na sua base. Em relação às expressões faciais das emoções, muitas 
delas seriam devidas ao aspecto universal das emoções. 
 
Emoções secundárias ou sociais (não universais): 
Diz respeito a um conjunto extenso de emoções mais complexos, mais aprendidas socialmente e mais 
variáveis entre os subgrupos de cada cultura. Elas são construídas de mescla de emoções de funcho, emoções 
primarias e outras emoções sociais. 
São elas: vergonha, culpa, remorso, simpatia, compaixão, embaraço, orgulho, ciúmes, inveja, gratidão, 
submissão, admiração, indignação e desprezo. 
Emoções de fundo: 
Segundo Damásio (2012) são estados basais (mais basais que o humor), que fazem parte de uma espécie de 
colorido do estado afetivo de uma pessoa. São elas: sensação de bem ou de mal-estar, sensação de fadiga, 
lassidão, de ter mais ou menos energia. 
De qualquer forma, é difícil notar as diferenças entre o construto “emoção de fundo” e o construto “humor”, 
ou “estado de ânimo” 
Emoções não conscientes (ENCs): 
Emoções não conscientes (ENCs) são aquelas cujos processamentos incluem fenômenos automáticos, não 
controlados e ultrarrápidos que ocorrem sem que haja tomada de consciência pelo indivíduo que as 
experimenta. 
As ENCs ativam algumas regiões cerebrais semelhantes às das emoções conscientes, mas ativam com mais 
intensidade outras regiões, como a amígdala, os colículos superiores e o córtex do hemisfério direito. 
Mesmo que os sujeitos se mantenham totalmente não conscientes da presença de estímulos com conteúdo 
emocionais, ocorrem também respostas psicológicas que indicam que houve mudanças no estado e no 
funcionamento mental das pessoas, decorrentes das ENCs. 
 
 
ASPECTOS CEREBRAIS E NEUROPSICOLÓGICOS DAS EMOÇÕES: 
O sistema Límbico e as Emoções: Papez-MacLean 
Segundo ele, as estruturas e os circuitos cerebrais das emoções incluiriam o hipotálamo conectado com 
estruturas da face medial dos lobos temporais e frontais (grande lobo límbico). Esse grande lobo 
límbico, descrito por Paul Broca, em 1877, incluía os giros do cíngulo e o giro para-hipocampal. 
Posteriormente, com James W. Papez, essas áreas relacionadas às emoções passaram a incluir também 
o hipocampo, o fórnice, os corpos mamilares e os núcleos talâmicos anteriores 
O hipocampo teria um importante papel na memória e na expressão emocional, e o giro do cíngulo seria uma 
região receptora da experiência emocional (Sanvito, 1982; Laks; Rozenthal; Engelgardt, 1996). 
As estruturas subcorticais desse sistema seriam: 
• Amígdala 
• Hipocampo 
• Núcleos septais/áreas septais 
• Núcleos anteriores do tálamo e hipotálamo 
• Parte dos núcleos da base 
• Córtex límbico frontotemporal 
• Giro cingulado 
Todas as estruturas relacionadas ao processamento emocional. Em tal sistema, está incluído o hipotálamo, 
que representa o elemento fundamental na expressão psicofisiológica 
 
Amígdala: 
A amígdala é considerada, atualmente, uma das principais estruturas neurais relacionadas às emoções. 
Situada na região temporal medial, juntamente com suas projeções aferentes (de chegada) e eferentes (de 
saída), ela tem grande importância nas reações de medo, particularmente no aprendizado do medo e 
no medo condicionado (fear conditioning), além de papel destacado na raiva e na resposta hormonal ao 
estresse (Ledoux, 2000; Rolls, 2000). 
 
A amígdala recebe muitas informações vindas do tálamo, das outras estruturas do sistema límbico (visto 
anteriormente) e de áreas corticais sensoriais. Além de estímulos auditivos, também chegam à amígdala 
estímulos visuais (principalmente relacionados à expressão facial emocional, vindos do giro fusiforme 
occipitotemporal), olfativos e gustativos, informando sobre o ambiente, sobretudo a respeito de estímulos 
afetivamente relevantes e importantes para a sobrevivência. 
Após tais estímulos serem rapidamente processados no interior da amígdala, saem dela eferências para o 
córtex cerebral (que vão processar o significado das emoções), o hipotálamo, o tronco cerebral e os núcleos 
da estria terminal, produzindo respostas mentais, comportamentais, fisiológicas e hormonais relacionadas 
a fuga ou luta, compatíveis com o padrão de medo desencadeado (Ledoux, 2000). 
A amígdala é, sobretudo, um sistema de alerta (warning system) do organismo, com 12 núcleos sensíveis 
diferencialmente para atenção, aprendizagem e memória. Em algumas circunstâncias, ela emite projeções 
para o tronco cerebral (principalmente para a substância cinzenta periaquedutal), desencadeando reações 
de raiva e agressividade, ou reações de imobilidade e congelamento (freezing, tonic immobility), em 
mamíferos, similares à catatonia e ao estupor em humanos (ver Cap. 19, sobre vontade). 
Além da função de alerta, sobretudo para mudanças ambientais, a amígdala tem um papel neuromodulador, 
integrativo de processos emocionais, atuando nas interfaces entre emoção e funções cognitivas, como em 
tomadas de decisão, aprendizado e atenção (Bzdok et al., 2013). 
A amígdala também está relacionada às funções sexuais. Lesões em sua porção lateral podem desencadear 
comportamento hipersexual. 
Lesões nessa estrutura se relacionam principalmente a perda ou diminuição das respostas de medo (a pessoa 
não se assusta com vozes, corpos ou faces assustadoras, não tem medo quando exposta a cobras e aranhas) 
e de agressão. 
A amígdala geralmente está hiperativada em condições clínicas psicopatológicas relacionadas a ansiedade, 
fobias e estresse crônico. 
Redução da conectividade dessa estrutura com o lobo frontal foi identificada na depressão grave, tanto em 
crianças como em adultos 
OBS: a amígdala é ativada por estímulos ambientais afetivos (geralmente relacionados a medo, perigo, 
raiva ou alegria) mesmo quando tais estímulos não são percebidos conscientemente (Diano et al., 2017). 
Lobos Frontais: Córtex orbitofrontal (COF) e córtex ventromedial (CVM) 
De modo geral, os lobos frontais utilizam informações oriundas da amígdala para monitorar o estado interno 
e afetivo do organismo e regular as respostas apropriadas. 
O COF exerce ação de modulação sobre a amígdala e está intimamente relacionado a respostas emocionais e 
aprendizado rápido (memória de trabalho) após estímulos emocionalmente carregados, como a visão de faces 
expressivas e a audição de vozes com tonalidades emocionalmente marcantes. Embora o COF seja uma 
grande estrutura, com funções neuropsicológicas complexas, experiências emocionais de raiva se relacionam, 
em estudos de neuroimagem funcional, com hiperativação do COF. Lesões nessa estrutura em primatas 
podem, por sua vez, reduzir a agressividade. Quando o COF é disfuncional ou lesado, o indivíduo passa a não 
identificar os estímulos de forma correta e tende a responder de modo socialmente inadequado a estímulos 
faciais e vozes, sobretudo quando envolvem frustração e evitação de comportamentos prejudiciais a si mesmo 
ou a terceiros (Rolls, 2000). Pacientes com lesões importantes no COF podem 
apresentar impulsividade, agressividade e perda do tato social (inadequaçãoem comportamentos sociais). 
 
O CVM também tem importância na modulação da amígdala. Ele é componente relevante no circuito das 
emoções. Essa área apresenta importantes eferências para a amígdala e as zonas do mesencéfalo. Além disso, 
é parte do sistema modulador cardiovascular e de respostas dopaminérgicas e de 
corticotrofina/corticosterona a estímulos aversivos. Lesões nas áreas do CVM dificultam o ajuste de respostas 
a estímulos afetivamente significativos, o que explica a resistência à extinção de determinados padrões 
comportamentais e emocionais em indivíduos com disfunções no CVM. Pacientes com lesões importantes 
nessa estrutura podem apresentar apatia, diminuição da iniciativa e prejuízo na motivação. 
Ínsula: 
Trata-se de uma estrutura relativamente recente na evolução filogenética, não existindo em animais não 
sociais. 
Pesquisas revelaram que a ínsula é uma área fundamental que lê o estado fisiológico de todo o corpo, 
gerando sentimentos subjetivos-corporais desagradáveis e agradáveis. Quando uma pessoa percebe um 
cheiro de coisa podre, sentindo marcante nojo, a ínsula é ativada. Entretanto, experiências emocionais 
relacionadas a repugnância ou aversão (disgust) por uma situação ou por uma pessoa ativam a ínsula da 
mesma forma. 
A ínsula é importante para “colocar o corpo em uma atitude de expectativa”, quando um comportamento 
possa gerar consequências ruins. Também se correlacionou experiência emocional de alegria e ativação 
da ínsula. Enfim, essa estrutura parece estar intimamente relacionada a alguns aspectos daquilo que Fuchs e 
Koch (2014) apresentam com dimensão corporificada das emoções 
Giro do cíngulo (sobretudo anterior): 
Envolvido com o controle das emoções. Lesoes nessa área estão associadas a hipersensitividade e aumento 
da tendencia e chorar. 
A relação do cíngulo anterior com a experiência de tristeza surgiu da ativação dessa estrutura em filhotes 
quando separados das mães (Lindquist et al., 2012). De toda forma, parece que o cíngulo anterior é uma 
estrutura importante nos comportamentos de cuidados (p. ex., cuidados parentais) e para a ressonância 
afetiva no contato interpessoal. As respostas afetivas de uma mãe humana a seu bebê podem ser muito 
prejudicadas por lesões no cíngulo anterior. Também a deterioração do cíngulo anterior pode reduzir 
a expressão emocional, a empatia e a motivação para comunicação. O cíngulo posterior, por sua vez, foi 
associado a experiência emocional de alegria em estudos de neuroimagem funcional. 
Lobo parietal direito: 
Pacientes com lesões nessa área apresentam agnosia do dimídio esquerdo com heminatenção visual à 
esquerda. Respondem com indiferença quando são constatados seus déficits (anosognosia) e podem 
apresentar também humor expansivo, alegre, em contraposição ao humor triste ou apático dos indivíduos 
com lesões nas áreas frontais anteriores esquerdas. 
 
O lobo parietal direito recebe projeções da amígdala, permitindo que os estímulos emocionais sejam 
integrados a aspectos objetivos da consciência e da memória declarativa (consciente). As lesões parietais à 
direita dificultam o processamento cortical multimodal dos estímulos proprioceptivos e exteroceptivos, 
gerando desconhecimento afetivo da situação. 
 
Circuito septo-hipocampal: 
Esse circuito tem sido implicado nas experiências de ansiedade. 
 
 
ALTERAÇÕES PSICOPATOLÓGICAS: 
Da Afetividade: 
1. Alterações do Humor: 
Distimia, em psicopatologia, é o termo que designa a alteração básica do humor, tanto no sentido da inibição 
como no sentido da exaltação. 
• Depressão: tristeza patológica, vem substituindo os termos de distimia hipotímica e melancolia. Muito 
frequentemente com o estado de humor depressivo, tem-se ideias associadas a morte, ideias suicidas, 
planos suicidas, atos e tentativas de suicídio. 
• Mania: A psicopatologia utiliza, nessa mesma linha, os termos “distimia hipertímica”, “expansiva” ou 
“eufórica” para nomear a exaltação patológica do humor, ou seja, as bases afetivas dos quadros 
maníacos. 
• Disforia: diz respeito à distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva desagradável, mal-humorada. 
Quando se fala em depressão disfórica ou mania disfórica, está sendo designado um quadro de 
depressão ou de mania acompanhado de forte componente de irritação, amargura, desgosto ou 
agressividade. 
• Euforia: ou alegria patológica define humor exagerado, em que há predomínio de alegria intensa, 
desproporcional a experiencia vivida. 
• Puerilidade: caracteriza-se pelo aspecto infantil, simplória e regredido. Ex: rir e chorar por motivos 
banais; sua vida afetiva é superficial, sem afetos profundos, consistentes e duradouros. Verifica-se a 
puerilidade especialmente em alguns pacientes com esquizofrenia (antigamente 
denominada esquizofrenia hebefrênica), em indivíduos com déficit intelectual, em algumas pessoas 
com transtorno da personalidade histriônica e em personalidades imaturas, de modo geral. 
• Moria: semelhante a puerilidade; é uma forma de alegria muito pueril, ingênua, boba, que ocorre 
principalmente em pacientes com lesões extensas dos lobos frontais, em pessoas com deficiência 
mental e naquelas com quadros demenciais acentuados. 
 
• Estado de Êxtase: há uma experiência de beatitude, uma sensação de dissolução do Eu no todo, de 
compartilhamento íntimo do estado afetivo interior com o mundo exterior, está frequentemente 
associada a experiências circunscritas a um contexto religioso ou místico, não sendo, então, 
considerado fenômeno psicopatológico, mas cultural. Entretanto, o êxtase também pode estar 
presente em condições psicopatológicas, como no transe histérico, na esquizofrenia ou na mania. 
• Irritabilidade patológica: há hiper-reatividade desagradável, hostil e, eventualmente, agressiva a 
estímulos (mesmo leves) do meio exterior. Qualquer estímulo exterior ou ruido se torna perturbador 
e a pessoa reage de forma disfórica. É sintoma bastante frequente e inespecífico, indicando, não 
raramente, quadro de natureza orgânica, com disfunção cerebral identificável. Muitas vezes, está 
associada a experiências e transtornos de ansiedade. Também é frequente em pacientes com 
síndromes depressivas, quadros maníacos e esquizofrenia. Pode ser dividida em primária (oriunda de 
transtorno mental como depressão, esquizofrenia, ansiedade) ou secundária (transtorno 
neurocognitico ou lesões/disfunções cerebrais) 
OBS: Os dois polos básicos das alterações do humor, ou timopatias, são o depressivo, ou hipotímico, e 
o maníaco, ou hipertímico. Assim, hipotimia refere-se à base afetiva de todo transtorno depressivo. Por 
sua vez, o termo hipertimia (ou distimia hipertímica) refere-se a humor patologicamente alterado no 
sentido da exaltação e da alegria. 
2. Catatimia: 
É uma influência que a vida afetiva exerce, principalmente o estado de humor, (mas também a emoções, 
sentimentos e paixões) nas demais funções psíquicas. 
 A atenção é captada, dirigida, desviada ou concentrada em função do valor afetivo de determinado estímulo; 
a vivência do tempo oscila segundo o colorido afetivo do estado emocional no qual estamos; a memória é 
altamente detalhada ou muito pobre dependendo do significado afetivo dos fatos ocorridos; 
a sensopercepção pode se alterar em função de estados afetivos intensos, desencadeando, inclusive, 
alucinações em pessoas com psicoses. Nossos pensamentos e decisões tendem a seguir os imperativos de 
emoções e sentimentos, sejam eles conscientes, sejam não conscientes. 
3. Ansiedade, angústia e medo: 
Ansiedade: é definida como estado de humor desconfortável, apreensão negativa em relação ao futuro, 
inquietação interna desagradável. Inclui manifestações somáticas e fisiológicas (dispneia ou desconforto 
respiratório, taquicardia, vasoconstrição ou vasodilatação, tensão muscular, parestesias, tremores, sudorese, 
tontura etc.) e manifestações psíquicas (inquietação interna, apreensão desagradável, desconfortomental, 
expectativa ruim em relação ao futuro etc.) 
 
 
Angústia: relaciona-se diretamente à sensação de aperto no peito e na garganta, de compressão, de 
sufocamento. Assemelha-se muito à ansiedade, mas tem conotação mais corporal e mais relacionada 
ao passado. Do ponto de vista existencial, a angústia tem significado mais marcante; é algo que define a 
condição humana, é um tipo de vivência mais “pesada”, mais fundamental que a experiência da ansiedade. 
Das emoções e sentimentos: 
1. Medo: 
O medo não é uma emoção patológica, mas uma característica universal de muitas espécies animais e do ser 
humano. Nos humanos, o medo é um estado de progressiva insegurança e angústia, de impotência e invalidez 
crescentes, ante a impressão iminente de que sucederá algo que o indivíduo quer evitar, o que 
progressivamente se considera menos capaz de fazer. 
O medo é dividido em 6 fases de acordo com o grau de extensão e intensidade que nele alcançam as 
manifestações de inativação: 
I. Prudência 
II. Cautela 
III. Alarme 
IV. Ansiedade 
V. Pânico (medo intenso) 
VI. Terror (medo intensíssimo) 
 
2. Fobias: 
São medos determinados psicopatologicamente, desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades 
de perigo real oferecidas pelos desencadeantes, chamados de objetos ou situações fobígenas. Assim, o 
indivíduo tem um medo terrível e desproporcional de entrar em um elevador, de gatos ou de contato com 
pessoas desconhecidas. No indivíduo fóbico, o contato com os objetos ou situações fobígenas desencadeia, 
muito frequentemente, intensa crise de ansiedade. 
• Fobia simples: medo intenso a objetos, geralmente pequenos animais (barata, sapo, cachorro) 
• Fobia social: medo de contato e interação social com pessoas pouco familiares e em situações na qual a 
pessoa possa se sentir examinada/criticada. 
• Agorafobia: medo de espaços amplos e aglomerações (ex: estádios, mercados, cinema) 
• Claustrofobia: medo de entrar e ficar preso em espaços fechados. 
 Há, além dessas quatro formas mais comuns de fobia, um número enorme de subtipos de fobia, classificados 
de acordo com o objeto ou a situação fobígenos. 
4. Pânico: Crises e Transtorno de Pânico: 
O pânico se manifesta praticamente sempre como crises de pânico. Estas são crises agudas e intensas de 
ansiedade, acompanhadas por medo intenso de morrer ou de perder o controle e de acentuada descarga 
autonômica (taquicardia, sudorese etc.). 
As crises caracterizam-se pelo início abrupto de uma sensação de grande perigo e desejo de fugir ou escapar 
da situação. Ocorrem sintomas somáticos autonômicos, decorrentes da ansiedade intensa, como palpitações, 
sudorese fria, tremores, parestesias (principalmente formigamentos nos lábios e/ou ponta dos dedos), 
sensação de falta de ar, desconforto respiratório, dor ou desconforto no peito, náusea, sensação de cabeça 
leve, medo de perder o controle ou enlouquecer, medo de morrer ou de ter um infarto e, em alguns 
casos, despersonalização e/ou desrealização. 
 
O paciente frequentemente relata que teve a nítida sensação de que iria morrer, perder o controle ou ter um 
ataque do coração. As crises duram alguns minutos e tendem a repetir-se com periodicidade variável. Podem 
ocorrer após a exposição a desencadeantes (contato com situações ou objetos fobígenos, morte de pessoa 
próxima e/ou significativa, estresse intenso etc.), mas, em muitos casos, não se consegue identificar o fator 
que provocou a crise. 
Alguns sentimentos e emoções considerados normais podem ter implicações psicopatológicas conforme a 
intensidade e o contexto no qual surgem e se desenvolvem. Vale ressaltar, aqui, a inveja e o ciúme. 
• Ciúme: fenômeno emocilan no qual o individuo sente receio, medo, tristeza ou raiva na ideia ou sensação 
de que a pessoa amada gosta mais de outra pessoa e pode abandoná-la. 
• Inveja: sensação de desconforto ao constar que outra pessoa possui objetos, qualidades e relações que o 
indivíduo gostaria de ter mas não tem. 
• Condição de rigidez afetiva: o indivíduo não deseja, tem dificuldade ou impossibilidade tanto de 
sintonização como de irradiação afetiva; ele não produz reações afetivas nos outros nem reage 
afetivamente diante da situação existencial cambiante. 
 
5. Apatia: 
É a diminuição da excitabilidade emocional. 
O paciente não se sente nem feliz nem triste, nem com raiva, nem nada. 
 O paciente torna-se hiporreativo; é um “tanto faz quanto tanto fez” para tudo na vida. 
Como uma síndrome específica, a apatia também é definida como o conjunto de déficits ou redução 
motivacional em comportamentos dirigidos a objetivos. Há perda da motivação emocional para buscar e 
alcançar objetivos desejados. Trata-se de um estado afetivo próprio dos quadros depressivos, apesar de poder 
ocorrer de forma inespecífica em outros transtornos mentais. A apatia está presente também, podendo ser 
de relevante gravidade, na esquizofrenia, na doença de Parkinson e na demência de Alzheimer. 
6. Sentimento de falta de sentimento: 
É a vivência de incapacidade para sentir emoções, experimentada de forma muito penosa pelo indivíduo. 
Trata-se de um sentimento claramente percebido pelo paciente, que se queixa de sentir-se intimamente 
morto ou em estado de vazio afetivo. Diferentemente da apatia, o sentir o “não sentir” é vivenciado 
com muito sofrimento, como uma tortura. Pode ocorrer em quadros depressivos graves. 
7. Anedonia: 
É a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas atividades e experiências da vida. 
O indivíduo relata que, diferentemente do que ocorria antes de adoecer, agora não consegue mais sentir 
prazer sexual, não consegue desfrutar de um bom papo com os amigos, de um almoço gostoso com a família, 
de um bom filme etc. Os pacientes dizem: “Agora não vejo mais graça em nada, as coisas perderam o sabor, 
não vibro com mais nada...”. A anedonia é um sintoma central das síndromes depressivas, podendo ocorrer 
também em quadros esquizofrênicos e em transtornos da personalidade. A apatia (incapacidade de sentir 
afetos) e a anedonia (incapacidade de sentir prazer) são fenômenos muito próximos, que ocorrem, na maioria 
das vezes, de forma simultânea (Tradway; Zald, 2011). 
8. Indiferença afetiva e “bela diferença”: 
No passado, foi descrita particularmente na histeria como uma “bela indiferença” (belle indifférence). 
Trata-se de certa frieza afetiva incompreensível diante dos sintomas que o paciente apresenta (p. ex., paralisia 
psicogênica das pernas, somatizações, perdas psicogênicas da voz, da visão etc.), uma frieza e uma indiferença 
 
que parecem indicar que, no fundo (de forma inconsciente), o paciente sabe que seus sintomas são 
psicogênicos e potencialmente reversíveis (Ramadan, 1985). 
Não é uma indiferença profunda, sendo mais aparente e teatral que real (daí “bela”). A bela indiferença da 
histeria contrapõe-se à triste indiferença do paciente depressivo com apatia marcante e à pálida 
indiferença do indivíduo com esquizofrenia crônica, que perdeu aspectos fundamentais de sua vida afetiva 
em virtude dos sintomas negativos do transtorno (Porot, 1967). 
 
9. Labilidade afetiva e incontinência afetiva: 
A labilidade e incontinência afetiva são os estados nos quais ocorrem mudanças súbitas e imotivadas de 
humor, sentimentos ou emoções. 
Na labilidade afetiva, o indivíduo oscila de forma abrupta, rápida e inesperada de um estado afetivo para 
outro. O paciente está falando de algo ameno e começa a chorar, passando, logo a seguir, a sorrir de forma 
tranquila, e daí a pouco volta a chorar. 
Na incontinência afetiva, o indivíduo não consegue conter de forma alguma sua reação afetiva. A resposta 
afetiva ocorre geralmente em consequência a estímulos apropriados, mas é sempre muito desproporcional. 
 
A labilidade e a incontinência afetiva são consideradas formas de hiperestesia emocional, indicando exagero 
e inadequação da reatividade afetiva. Podem ocorrer em quadros de depressãoou mania, estados graves de 
ansiedade e esquizofrenia. 
 
DEFINIÇÕES BÁSICAS E ALTERAÇÕES PSICOPATOLÓGICAS DA VONTADE E DO AGIR: 
Definições Básicas da Vontade e do Agir: 
A vontade, ou volição, é uma dimensão complexa da vida mental, relacionada intimamente com as esferas instintiva, afetiva e intelectiva 
(que envolve avaliar, julgar, analisar, decidir), bem como com o conjunto de valores, princípios, hábitos e normas éticas socioculturais 
do indivíduo. Não é ponto pacífico se ela depende mais da esfera instintiva, de forças inconscientes, do âmbito afetivo, de valores 
culturais ou de componentes intelectuais conscientes. 
A “vontade para a vida” (Wille zum Leben) é o princípio universal do esforço instintivo pelo qual todo ser realiza o tipo central de sua 
espécie e luta contra os outros seres para manter a forma de vida que é a sua 
O ato Volitivo ou Ato de Vontade: 
O ato volitivo é traduzido pelas expressões típicas do “eu quero” ou do “eu não quero”, que caracterizariam 
a vontade humana sensu stricto. 
O ato volitivo se dá, de forma geral, como um processo, o chamado processo volitivo, no qual se 
distinguem quatro etapas ou momentos fundamentais e, em geral, cronologicamente seguidos. 
1. Intenção ou propósito: é onde se encontram as tendencias basicas do individuo, suas inclinacoes e 
interesse. Aqui são encontrados impulsos, desejos e temores da vontade de agir 
2. Deliberação: é a fase em que o individio analisa os pontos positivos e negativos, favoraveis e 
desfavoraveis de uma determinada decisao 
3. Decisão propriamente dita: é o instante que demarca o inicio do ato volitivo 
4. Execução: é a etapa final do processo volitivo, na qual os atos psicomotores simples e complexos 
realizam o que foi decidido pelo indivíduo 
Alterações da Vontade: 
• Hipobulia/abulia: trata-se da diminuicao ou abolição da volição. É a falta de vontade de agir. O indivíduo 
refere que “não tem vontade para nada”, sente-se muito desanimado, sem forças, sem energia. 
Geralmente, a hipobulia/abulia encontra-se associada à apatia, à fadiga fácil e à dificuldade de decisão, 
tão típicas dos pacientes com depressão grave. 
 
• Ato impulsivo: pula as fases de deliberação e decisao do ato de agir, em funcao da intensidade dos 
desejos ou temores (conscientes ou inconscientes). São realizados de forma egossintonica, ou seja, o 
individuo não percebe tal ato como inadequado. É um impulso patologico de natureza inconsciente, 
associado a incapacidade de tolerancia a frustracao e a adaptacao à realidade objetiva. 
• Ato compulsivo: são reconhecidos pelo indivíduo como indesejaveis ou inadequados e há tentativa de 
freá-los ou adiá-los. Há desconforto do individuo que o realiza, são egodistonicos, ou seja, são indesejaveis 
e contrarios aos valores do paciente. Há tentativa de resistencia entretanto há sensacao de alivio ao 
realiza-lo. Estao associados a ideias obssesivas. 
 
Tipos de impulso e compulsões patológicas: 
Compulsões agressivas: 
• Automutilação 
• Frangofilia: impulso de destruir objetos que circundam o indivíduo(ex: psicoses como esquizofrenia e 
mania, intoxicacao por psicotrópicos, etc) 
• Piromania: impulso de atear fogo a objetos, predios, lugares (ex: transtorno de personalidade, borderline, 
narcisita ou antissocial) 
Compulsões associadas a ingestão de substancias ou alimentos: 
• Bulimia: ingerir rapidamente grande quantidade de alimentos e após a ingestão provocar vômitos ou 
tomar laxantes 
• Dipsomania: Ocorre como impulso ou compulsão periódica para ingestão rápida de grandes quantidades 
de álcool. 
• Potomania: compulsao em beber agua ou outros líquidos sem que haja sede exagerada 
Compulsões associadas ao desejo/comportamento sexual: 
• Pedofilia: desejo de atividades sexuais voltados a criancas ou puberes 
• Gerontofilia: desejo sexual por pessoas mais velhas 
• Exibicionismo: impulso de mostrar orgaos genitais, geralmente contra vontade da pessoa a quem o ato é 
direcionado 
• Voyeurismo: impulso de obter prazer observando uma pessoa que está tenod relação sexual ou se 
depsindo 
• Fetichismo: imulso e desejo sexual em partes do corpo/vestimenta da pessoa desejada 
 
• Sadismo/masoquismo: excitacao em atos sexuais que causem dor, humilhação e dominação no parceiro. 
• Zoofilia: desejo sexual direcionado a animais 
• Ninfomania: desejo sexual quantitativamente aumentado na mulher 
• Satiríase: desejo sexual aumentado no homem 
Outros impulsos e compulsões: 
• Poriomania: impulso de andar ou viajar 
• Cleptomania ou roubo patológico: é ato impulsivo ou compulsivo de furtar 
• Jogo patológico: é a compulsao em se envolver em jogos de azar, fazer apostas, especular com dinheiro 
• Compulsão por compras 
• Compulsão e dependencia de internet/videogames 
Referências: 
• Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais . Disponível em: Minha 
Biblioteca, (3ª edição). Grupo A, 2019.

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