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Parecer jurídico nº 13010192 Requerente: João Ementa: PRESSUPOSTO NEGATIVO DE ARBITRAGEM. DIREITO DE FAMÍLIA. RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE. COBRANÇA. AUSÊNCIA DE CAPACIDADE PROCESSUAL. ILEGITIMIDADE ATIVA. INCOMPETÊNCIA ATIVA. INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL. FALTA DE INTERESSE DE AGIR . PRINCÍPIO DA INVESTIDURA. Relatório: João, residente no município de Feira de Santana, no estado da Bahia , entrou em acordo com Tereza, residente de Salvador , capital baiana. A mesma pactuou com o requerente através de um compromisso arbitral , tornando assim a arbitragem (pressuposto processual negativo), obrigatória para a resolução do conflito em questão . Porém , a Tereza acionou outro método após este acordo com o réu, João em si , procura um advogado para obter defesa da ação de paternidade quesito este negado ,indo contra o interesse dele. Fundamentação: O art. 226° da Constituição Federal, assim, estabelece: Art. 226°. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. Diante do exposto no artigo acima onde consta que a família deve ter protegida pelo Estado e o mesmo deve oferecer recursos para isso, e no caso temos que a parte réu optou pelo serviços de um advogado, o que fez a resolução do conflito sair do âmbito da arbitragem, por isso a parte autora deveria também solicitar os serviços de um advogado para realizar sua defesa de maneira correta, e a mesma (Tereza) deveria representar seu filho. O art. 27° do Estatuto da Criança e do Adolescente, assim , estabelece: Art. 27°. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. A arbitragem é um meio de resolução de conflitos, (que no caso em questão torna-se um pressuposto processual negativo),disponível para todos aqueles que possuem a capacidade de fato para responder pelos seus atos , caso seja homologado é irreversível. Seria necessário para comprovar o vínculo do menor citado por Tereza com o réu que houvesse a realização de um teste de paternidade o qual não foi feito, e nem solicitado pela parte autora para requerer a quantia. O art. 337º e 485º do Código Processual Civil , assim , estabelece : Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: X - convenção de arbitragem; Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; Pressuposto Negativo de Arbitragem - O réu, em consonância com o artigo 337º do CPC, inciso X, alega convenção de arbitragem antes de ser julgado o mérito. E o magistrado ao acolher tal alegação, não deve resolver mérito, como expresso no artigo 485º CPC , inciso VII. O art. 144º do Código Processual Civil, assim , estabelece : Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; Incompetência Jurisdicional - Caso comprovado que o juiz tenha qualquer relação com o réu, este não é mais competente para atuar no processo em questão, como descrito no artigo 144º do CPC . Portanto um outro juiz substituto deverá ser chamado para o julgamento em processo A Súmula N° 383 do Supremo Tribunal de Justiça, assim, estabelece : A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda. Segundo tal súmula, quando a ação for de interesse de menor, deve-se proceder no foro do domicílio do detentor da guarda. Logo, é improcedente a alegação de incompetência territorial do magistrado, tendo em vista que o processo deve ser protocolado na comarca de Salvador, onde se encontra o domicílio de Teresa. O art. 1° da Lei 9.307/ 96 , assim , estabelece : Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. § 1o A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. Segundo o artigo da Lei de Arbitragem é possível analisar que este meio só pode ser utilizado dentro do direito patrimonial e a paternidade é um direito personalístico , pois toda criança deve ter pai e mãe diante da sua vida. Direito patrimonial é um ramo que entrelaça o complexo de regras reguladoras referindo - se a bens suscetíveis de formar o patrimônio da pessoa e apreciação jurídica. Os artigos 46º e 65º do Código Processual Civil , assim , estabelecem Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. Perante o apresentado no caso em questão, podemos ver que o erro cometido pelo advogado, que defendia a causa de João , quando deixou de alertar seu cliente e ao Juiz sobre a incompetência em relação ao critério do território , pois segundo o art. 46º CPC . O que ocorreu de maneira diversa na situação relatada, onde foi dada entrada na ação no domicílio da autora. Ocorrendo esse erro no domicílio de propositura da ação, o réu é o responsável por contestar a provável competência relativa do juízo, isso de acordo com o próprio art. 65º CPC. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE COBRANÇA. LEI DE ARBITRAGEM. AUSÊNCIA DA CAPACIDADE DO PROCESSO. ILEGITIMIDADE ATIVA. PRINCÍPIO DA INVESTIDURA 1. Este tribunal, assim, entende que não é possível continuar a ação por motivos de parentesco entre o juiz e a parte ré, que por falta de uma advogado para representar a parte autora , juntamente com seu filho de menor de idade , só poderá dar encaminhamento do caso após um prazo exposto pelo magistrado , se não comparecer no dia previsto , o processo será finalizado e ficará irrecorrido entre as partes por tempo indeterminado . Além do fato do princípio da investidura , que apenas uma pessoa física com funções jurisdicionais, investida no cargo de juiz em exercício de profissão , com poder de prescrever a lei. Conclusão Diante do exposto, à luz da doutrina e do Código Processual Civil, entende-se que o magistrado não é competente para atuar no presente caso, tendo em vista que existe ligação de ordem pessoal entre ele e o réu ,como explicitamente tratado art 144º §3 no Código Processual Civil. Além desta, o processo, é impossibilitado de ocorrer devido à ausência de representação legal, advogado(a), pela parte autora. Sendo então impedido o desenvolvimento da ação referida . É o parecer. Salvador - BA Ana Luiza Barreto Nunes de Souza Fernanda Nascimento Costa João Pedro dos Santos da Hora Juan Dias Lima Karen Lavínia da Cruz Rodrigues Matheus de Almeida Rodrigues de Freitas
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