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2 Lei Penal

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RESUMO 
DIREITO PENAL 
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
Tipos de interpretação: 
➢ Autêntica – É aquela realizada pelo próprio legislador 
➢ Doutrinária – É a interpretação realizada pelos estudiosos do Direito 
➢ Judicial – É aquela efetuada pelos membros do Poder Judiciário 
➢ Gramatical – Também é chamada de literal. 
➢ Lógica (ou teleológica) – É aquela que busca entender a vontade da lei. 
➢ Declaratória – Decorre da perfeita sintonia entre o que a lei diz e o que ela quis dizer. 
➢ Restritiva – Por outro lado, aqui o intérprete restringe o alcance do texto da lei, 
➢ Extensiva – Trata-se de uma atividade na qual o intérprete estende o alcance do que diz a lei, 
em razão de sua vontade ser esta. 
➢ Analógica – Permite-se a interpretação analógica da lei penal por ser impossível ao legislador 
prever todas as situações que podem ocorrer na prática. 
O Código Penal empregou a interpretação analógica (“intra legem”): o legislador traz uma 
fórmula casuística (fechada) seguida de uma fórmula genérica. A interpretação analógica 
não se confunde a com a analogia. 
ANALOGIA 
A analogia não é uma forma de interpretação do Direito Penal. 
Analogia é uma forma de integração do Direito Penal, ou seja, na analogia há uma 
lacuna na lei. 
Como fazemos para resolver essa lacuna? Nós aplicamos no caso omisso uma norma que 
regula um caso semelhante. A analogia só pode ser utilizada para beneficiar o réu (analogia 
in bonam partem). 
Então, a analogia é regra de integração; decorre de uma lacuna normativa; SÓ 
PERMITIDO EM FAVOR DO RÉU. 
CONTAGEM DE PRAZO 
Contagem de prazo 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os 
anos pelo calendário comum. 
Frações não computáveis da pena 
Jhonatan Souza e Silva - jhonatansouza172@gmail.com - CPF: 057.811.251-59
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Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as 
frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 
LEI PENAL EM BRANCO 
As normas penais em branco são aquelas que dependem de outra norma para que sua aplicação 
seja possível. 
Existem dois tipos de lei penal em branco: 
➢ Homogêneas (norma penal em branco em sentido amplo) – A complementação é 
realizada por uma fonte homóloga, ou seja, pelo mesmo órgão que produziu a norma 
penal em branco. 
➢ Heterogêneas (norma penal em branco em sentido estrito) – A complementação é 
realizada por fonte heteróloga, ou seja, por órgão diverso daquele que produziu a norma 
penal em branco. 
LEI PENAL NO TEMPO 
PRINCÍPIO DA ATIVIDADE DA LEI 
Como regra geral, uma lei produz efeitos durante o período de vigência. 
Também é importante saber que entre a publicação e a vigência da lei temos a vacatio legis. 
Nesse período, a lei não está vigente. Ela foi publicada e a população deve tomar conhecimento 
da lei antes de ela vigorar. Geralmente, esse período dura 45 dias. 
No entanto, a lei penal pode produzir efeitos e atingir fatos ocorridos antes de sua entrada 
em vigor e continuar produzindo efeitos após sua revogação. Essa exceção chama-se extratividade 
da lei penal. Nesse ponto, é importante saber que: a lei penal não retroagirá, salvo para 
beneficiar o réu. 
CASOS DE APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO 
a. Novatio legis in pejus
A lei posterior estabelece uma situação mais gravosa para o réu, embora não inove em 
relação à criminalização de uma conduta. 
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A nova lei vai produzir efeitos somente a partir de sua vigência, não alcançando fatos 
ocorridos antes de sua entrada em vigor. 
b. Abolitio Criminis:
Ocorre quando um tipo penal (crime) deixa de existir porque a lei que o previa foi revogada 
por outra. 
Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em 
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Nesse caso, terá efeitos 
retroativos, alcançando fatos praticados mesmo antes de sua vigência. 
c. Lei Nova incriminadora:
Atribui caráter criminoso a um fato até então considerado irrelevante. 
Só tem efeito para fatos consumados após sua entrada em vigor. 
d. Novatio legis in mellius:
Uma lei posterior revoga lei anterior trazendo situação mais benéfica ao réu. 
Vai retroagir para beneficiar o réu. 
Nesse caso, a retroatividade é automática, dispensando cláusula expressa nesse 
sentido, sendo a lei nova aplicada ainda que já haja sentença transitada em julgado. 
Continuidade típico-normativa/Princípio da continuidade normativa 
Ocorre quando a lei que revoga o tipo penal insere o tipo penal revogado dentro de outro 
dispositivo. Ou seja, o fato continua sendo penalmente relevante, só que está inserido 
dentro de outra lei. 
Ex: a revogação do artigo 214, do CP (tipificava o crime de atentado violento ao pudor), 
sendo que a conduta passou a ser tipificada como crime de estupro, previsto no artigo 213, do CP. 
Combinação de leis 
Ocorre quando a lei nova tem alguns pontos mais favoráveis e outros mais prejudiciais ao 
réu. 
A doutrina é divergente, mas o posicionamento dos Tribunais Superiores é no sentido 
da impossibilidade de combinação de leis, adotando a Teoria da Ponderação Unitária ou 
Global, em homenagem ao Princípio da Reserva Legal e Separarão de Poderes. Ou seja, deve ser 
aplicada apenas uma lei, não podendo ser aplicado um ponto de cada lei. 
Súmula 501 STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o 
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o 
advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis. 
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CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS 
➢ Especialidade → A norma especial tem o condão de afastar, nesse caso específico, a aplicação 
da norma geral (lex specialis derrogat lex generalis) 
➢ Subsidiariedade → A norma primária tem o condão de afastar a aplicação da norma subsidiária 
➢ Consunção → Quando há sucessão de fatos, o mais amplo consome (absorve) os outros fatos 
menos amplos restando, ao final, apenas a norma mais abrangente, que será a aplicada. 
➢ Alternatividade → Uma mesma norma penal descreve diversas condutas que são 
criminalizadas, sendo que a prática de qualquer uma delas já consuma o delito (não é necessário 
praticar todas), mas a prática de mais de uma das condutas, no mesmo contexto fático, não 
configura mais de um crime (chamados de “tipos mistos alternativos”). 
LEI PENAL NO ESPAÇO 
TERRITÓRIO BRASILEIRO 
Considera-se território brasileiro: 
➢ O Mar territorial; 
➢ O espaço aéreo (Teoria da absoluta soberania do país subjacente); 
➢ O subsolo; 
➢ Território brasileiro por extensão: 
o Os navios e aeronaves públicos, onde quer que se encontrem;
o Os navios e aeronaves particulares brasileiros, que se encontrem em
alto-mar ou no espaço aéreo;
TERRITORIALIDADE 
Princípio da Territorialidade: aplica-se a lei penal os crimes cometidos no território 
nacional (regra do código penal). 
O nosso código adotou o princípio da territorialidade mitigada ou temperada: como 
regra se aplica a lei penal brasileiraao crime ocorrido dentro do território nacional, ressalvadas as 
convenções, tratados e regras de direito internacional. 
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA 
Não há qualquer condição para aplicação da lei brasileira. Nesse caso, o agente é 
punido pela lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
Os crimes de extraterritorialidade incondicionada são: 
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a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República (Princípio da Defesa Real ou
Proteção); 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação 
instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA 
É necessário a presença de alguns requisitos para aplicação da lei brasileira. 
Os crimes de extraterritorialidade Condicionada são: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (Princípio da
Universalidade, da Justiça Universal); 
b) praticados por brasileiro (Nacionalidade- personalidade ativa);
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados (Principio da representação, do 
Pavilhão, da substituição ou da bandeira). 
Requisitos da extraterritorialidade condicionada: 
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
Crime contra brasileiro fora do Brasil se (Princípio da Personalidade Passiva ou da Defesa): 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça
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TEMPO E LUGAR DO CRIME 
LUGAR DO CRIME 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no 
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
Teoria da Ubiquidade 
 
TEMPO DO CRIME 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro 
seja o momento do resultado. 
Teoria da atividade 
LU – TA 
Lugar – Ubiquidade 
Tempo - Atividade 
 
SÚMULA 711 DO STF 
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua 
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
 
 
 
LEI PENAL EXCEPCIONAL, ESPECIAL E TEMPORÁRIA. 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
 
Quem cometeu crime durante a vigência de uma destas leis responderá pelo fato, nos 
moldes em que previsto na lei, mesmo após o fim do prazo de duração da norma. 
 
As leis excepcionais são aquelas que são produzidas para vigorar durante determinada 
situação. Por exemplo, estado de sítio, estado de guerra, ou outra situação excepcional. 
As leis temporárias são aquelas que são editadas para vigorarem durante determinado 
período, certo, cuja revogação se dará automaticamente quando se atingir o termo final de 
vigência, independentemente de se tratar de uma situação normal ou excepcional do país. 
Ex: lei da fifa na Copa do Mundo. 
 
 
 
 
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LEI ESPECIAL 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, 
se esta não dispuser de modo diverso. 
 
As leis especiais são leis que tratam de um assunto específico e que não estão dentro do 
código penal. Por exemplo: Lei dos crimes hediondos, lei do crime organizado. 
Para essas leis, o Código Penal (sua parte geral) é aplicado subsidiariamente. 
Ou seja, primeiro se analisa se a lei especial contém alguma regulamentação acerca do 
tema. Se não possuir, aplica-se a regulamentação presente no CP (Princípio da especialidade - a 
preferência de aplicação é da lei especial). 
 
 
 
 
 
 
 
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