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Sistema Locomotor Patologia Especial Osso como tecido tecido conjuntivo especializado constituído de matriz orgânica e minerais metabolicamente ativo (aposição e reabsorção) Aposição óssea Osteoblastos síntese de osteoide e mineralização Reabsorção óssea Retirada de minerais Degradação da matriz orgânica Osteólise osteocítica (osteócitos) - reabsorção mais profunda Osteoclasia (osteoclastos) - reabsorção óssea mais profunda Osso como órgão Unidade do sistema esquelético Tecidos ósseo, cartilaginoso, conjuntivo fibrose e hemocitopoiético Causa: hiperpituitarismo Ocorre uma maior estimulação da hipófise a secretar GH (hormônio do crescimento), que normalmente feito pelo hipotálamo (GHRH) e nessa patologi hipófise é estimulada por um tumor funcional da hipófise, estimulando o crescimento ósseo Gigantismo Jovem (placas epifisárias presentes) Estímulo dos crescimentos endocondral, intramembranoso aposicional Acromegalia Adulto (placas epifisárias ausentes) Estímulo do crescimento aposicional Aumento de extremidades: mãos, pés, nariz e mandíbula 2 Nanismo/acromicria Causas: hipopituitarismo ( ↓ GH no animal jovem: cistos na hipófise ou neoplasia não secretora) 1.ALTERAÇÕES DO CRESCIMENTO DOS OSSOS 1.1 Gigantismo/ acromegalia 1. Hipotireodismo ( ↓ HT - tireoidites autoimunes, substâncias bociogênicas como sorgo e soja) Perda de responsividade ao GH nos órgão alvos Consequência: parada dos crescimentos Nanismo: anão proporcional baixa estatura, pêlo de filhote, não desenvolvimento das gônadas, osteoporose, ossos menores e delgados, placas epifisárias e suturas persistem, osteocondrose Acromicria: acontece no indivíduo adulto mas não há relatos na veterinárias Alteração congênita do crescimento endocondral Parada do crescimento endocondral Nanismo desproporcional crescimento aposicional e intramembranoso são normais Geralmente incompatível com a vida Tipos: tipo bulldog (bovinos), condrodistrofia racial (pequinês, basset, dachshund, bovinos Santa Rosália) Animais com condrodistrofia racial são susceptíveis à extrusão do disco intervertebral e alterações articulares alteração degenerativa O núcleo pulposo que normalmente é gelatinoso passa a ser fibroso, podendo provocar a extrusão desse núcleo (hérnia de disco verdadeira), comum nas raças condrodistróficas. Ou pode apenas provocar uma protusão do núcleo essas situações ocasionam a compressão da medula vertebral Ou doença de LeggPerthes Acomete a cabeça e colo do fêmur Raças miniaturas Maturidade sexual precoce, fatores genéticos e isquêmicos Patogenia: Hormônios sexuais estimulam aposição óssea, e se há um maior estímulo, também há maior crescimento ósseo por aposição (produção de matriz óssea pelos osteoblastos) 1.3 Condrodistrofia fetal ou nanismo condodistrófico ↠ Hérnia de disco 1.4 Coxa Plana (Necrose asséptica da cabeça do fêmur) Isso causa osteoporose ( maior quantidade de tecido ósseo por unidade de osso como órgão), que ocasiona micro traumas entre as trabéculas (espaço insuficiente), levando a uma vascularização insuficiente A vascularização insuficiente desencadeia osteonecrose, que ocorre na placa óssea subcondral, podendo levar a um processo de osteocondrose dissecante (desprendimento da cartilagem do osso) Trabéculas epifisárias e metafisárias apresentam-se excessivamente espessas e coalescentes, com formação de pseudo- ósteons Fissuras horizontais podem acontecer também na placa epifisária, o que quase sempre ocasiona a separação da cabeça do fêmur Pode ocorrer por alteração hormonal ou traumatismo Patogenia: hormônios esteroides → alterações regressivas na cartilagem → retardo da proliferação celular → cartilagem delgada com epífises menores → tróclea pequena com sulco raso, fazendo com que a patela não encaixe direito, ficando mais frouxa e saindo do lugar (subluxação) a subluxação constante pode desenvolver ao longo dos anos um processo de artrose (processo degenerativo) Exclusivas de ralas miniaturas Má formação de processo odontóide do áxis → separação do processo odontóide do áxis com o atlas → instabilidade das vértebras → subluxação dorsal do atlas → compressão da medula Desenvolvimento de sintomas neurológicos graves Conformação anormal da articulação coxofemoral Pequena congruência articular, frouxidão articular, subluxação Doença degenerativa secundária: artrose Causas multifatoriais Normal: ossos crescem e sofrem remodelação ao mesmo tempo Qualquer fator que altere crescimento e a remodelação óssea pode causar DCF 1.5 Luxação de Patela 1.6 Subluxação atlantoaxial 1.7 Displasia coxofemoral Hipercalcitoninismo dieta rica em cálcio → hipercalcemia → secreção de calcitonina no osso e na cartilagem → instabilidade articular Calcitonina no osso: diminuição da reabsorção óssea diminuição da remodelação óssea alteração do ângulo de inclinação (fêmur/acetábulo) Calcitonina na cartilagem: altera crescimento endocondral comprometendo o tamanho da cabeça do fêmur e do acetábulo Genética Herança recessiva poligênica Hiperestrogenismo materno estrógeno → antagoniza o GH → compromete crescimento da cabeça do fêmur e acetábulo → instabilidade articular Fatores agravantes: piso liso Alterações macroscópicas variam de acordo com o grau da doença Grau leve - imperceptível ao exame macroscópico e só é diagnosticada ao exame radiológico Grau moderado ou grave - acetábulo raso com cartilagem irregular, achatamento, irregularidade e redução do tamanho da cabeça do fêmur, redução do volume de líquido sinovial, espessamento da cápsula articular, hiperplasia, edema e fibrose da membrana sinovial , presença de osteófitos no colo femoral Pode estar associada a outras alterações como o nanismo Alteração do crescimento endocondral (pós-natal) Falha na diferenciação e maturação das cartilagens de crescimento (normalmente elas se diferenciam e mudam de zona) Invasão vascular insuficiente Patogenia: cartilagem → nutrição deficiente → degeneração e necrose → osteocondrose → fissuras e flaps → osteocondrose dissecante → doença articular degenerativa Causas (indiferenciação de condrócitos): hereditária hipercalcitoninismo superalimentação x velocidade de crescimento hipotireoidismo Doenças osteomegálicas: maior aposição ou menor reabsorção Osteopetrose Doenças osteopênicas: menor aposição ou maior reabsorção osteoporose; raquitismo e osteomalácia; osteodistrofia fibrosa generalizada 1.8 Osteocondrose 2. ALTERAÇÕES METABÓLICAS DO TECIDO ÓSSEO Doenças generalizadas → falhas na aposição ou reabsorção ou mineralização Doença osteopênica Conceito: menor aposição óssea devido a insuficiência ou inatividade osteoblástica Interferência com a atividade do osteoblasto causa alteração na síntese de matriz orgânica ↓ Hormônio do crescimento ↓ hormônios tireoidianos ↓ hormônios sexuais deficiência desses hormônios causa deficiência da síntese de matriz óssea Inatividade física, desuso ou imobilização diminui quantidade de osso localizado força mecânica estimula osteoblastos (via direta) liberação de fatores hormonais (via indireta) ↓ Proteína(dieta ou devido a distúrbio gastrointestinais) síntese de colágeno e de outras proteínas não colagênicas ↓ Vitamina C (primatas) falha de maturação dos osteoblastos síntese de colágeno ↓ Cobre ligação cruzada do colágeno ósseo (lisidoxilase) Deficiência de cálcio não causa osteoporose, mas sim raquitismo ou oesteomalácia Macro: osso mais poroso, aumento do espaço do canal medular Conceito: menor mineralização da matriz óssea (síntese de matriz normal) Raquitismo - animais jovens (cartilagem e tecido ósseo) Osteomalácia: animais adultos (tecido ósseo) Etiologia - deficiência de cálcio e fósforo: Deficiência primária: ↓cálcio ou fósforo na dieta Deficiência secundária: ↓ vitamina D Quelantes (se ligam a componentes e impedem absorção): oxalato (Ca) ou fitatos (P) Mal absorção (doenças entéricas) Raquitismo Retardo no crescimento ósseo endocondral ↓comprimento dos ossos Arqueamento 2.1 Osteoporose 2.2 Raquitismo e Osteomalácia maior volume das epífisesresistência óssea diminuída, com fraturas espontâneas perda de radiopacidade Osteomalácia Não há alteração do cresimento endocondral Menor resistência óssea(fraturas espontâneas) perda de radiopacidade Doença osteopênica Conceito: maior reabsorção óssea associada a hiperparatireoidismo Classificação: Primário - alterações exclusivas da paratireóide Secundária Renal Nutricional Hiperparatireoidismo primário tumor funcional induz maior secreção de paratormônio Paratormônio age nos rins e ossos Estímulo constante nos ossos causa reabsorção de calcio → hipercalcemia e perda óssea progressiva e irreversível No rim: excreta P e reabsorve Ca, ativa vit D. Com estímulo constante gera hipercalcemia e hipofosfatemia Hiperparatireoidismo secundário renal Estímulo da tireoide por hipocalcemia Mesmo mecanismo da hipocalcemia na insuficiência renal Hiperparatireoidismo secundário nutricional Deficiência de cálcio e/ou excesso de fósforo na dieta ( quando fósforo aumenta, o rim elimina cálcio) Paratireóide secreta paratormônio para agir nos rins e ossos, a fim de estabelecer isocalcemia e isocalemia. Porém, se a deficiência nutricional não é corrigida o estímulo não cessa, causando hiperparatireoidismo Consequência: perca de cálcio dos ossos Macro: classificada dependendo da intensidade da fibrose quando tecido ósseo é removido ele é substituído por tecido conjuntivo Isoesteótica tipo mais comum quantidade x de osso é removida e substituída por x de tecido conjuntivo Hiposteótica menos tecido conjuntivo é substituído 2.3 Ostedistrofia fibrosa generalizada Hiperosteótica mais tecido conjuntivo é substituído do que a quantidade de osso perdida leva a aumento exacerbado do osso Sintomas clínicos observados: mandíbula de borracha, aumento do volume da face, fratura em galho verde Ocorre nas regiões de maior metabolismo para o menor maxila e mandíbula > crânio > costelas > vértebras e ossos longos Doença osteomegálica Conceito: osteomegalia ( muito tecido ósseo por unidade de volume do osso como órgão) por menor reabsorção óssea ou maior aposição óssea Etiologia: Genética Por maior aposição: ↑hormônios sexuais ( ↑ taxa de aposição) reversão do raquitismo (mineralização osteóide - transitório) Por menor reabsorção: hipovitaminose A ( vit A estimula reabsorção óssea) FeLV e BVD ↑ corticosteroides e ↑ vit D hipercalcitoninismo Intoxicação pelo flúor (fluorose) Causas: poluição, suplementação fosfatos de rocha, passagem transplacentária Fluor ingerido → osso → incorporação à hidroxiapatia (fluoroapatia) → toxidez para os osteócitos (parada da reabsorção óssea = osteopetrose; morte de célula = necrose óssea) Proliferação do osso a partir do periósteo Macro: superfície irregular Associada com animais que apresentam lesões em cavidade torácica (ex neoplasias na região de pulmão, pleurites granulomatosas, bronquite crônica, diirofilariose Patogenia não é bem elucidada Normalmente nos ossos dos membros 2.4 Osteopetrose 3. ALTERAÇÕES NÃO METABÓLICAS DO OSSO 3.1 Osteopatia hipertrófica Submisssão do osso a um estresse de curta duração Fratura traumática: ↑estresse ou direção contrária à das forças biomecânimas Fratura espontânea ou patológica: osso anormal com menor resistência Classificação: Fechada - tecidos de revestimento intactos Exposta - solução de continuidade Completa - separação do osso fragmentado Incompleta- osso seccionado, porém não há separação Cominutiva - fragmentado em vários fragmentos pequenos Por compressão - um fragmento adentra o outro; associado a quedas de lugares altos Microfraturas - visto apenas na histopatologia Eventos Hemorragia e formaçao de coágulo Isquemia e necrose (osso e medula) Remoção da necrose (octeoclasia) Organização do coágulo Proliferação, migração e diferenciação celular Calo primário (tecido ósseo imaturo - interno e externo) Calo secundário (substituição por tecido ósseo trabecular) Remodelação Remodelação adequada - fratura fechada, bordas mais próximas, alinhamento ideal Remodelação inadequada alinhamento não é o ideal Fraturas cominutivas Fraturas expostas - infecção secundária Defeitos e complicações da remodelação deformação calo ósseo excessivo pseudoartrose (união fibrosa com extremidades ósseas) Conceito: inflamação óssea Classificação conforme sua origem: Periostite - exclusiva do periósteo Osteomielite -exclusiva da cavidade medular 3.2 Fraturas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 4. ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 4.1 Osteíte Periostite normalmente não é hematogênico Extensão de inflamação adjacente ex.: dermatite grave → miosite → periostite artrite → periostite Infecção local: falanges osso alveolar seios paranasais proeminências ósseas fraturas expostas Pode ocorrwe formação de osteófitos (proliferação de osso a partir do periósteo) Osteomielite Quadro hematogênico Inicia na medula óssea Causas: Leishmania donivani Streptococcus Actinomicose (bovinos) Brucella spp Tuberculose Micoses sistêmicas Sequência de eventos Necrose (toxinas bacterianas + isquemia) Remoção do osso necrótico Regeneração Desequilíbrio Osteíte esclerosante: remoção < neoformação Osteíte rarefativa: remoção > neoformação Sequestro: isolamento do osso viável Tumores primários osteoma- incomum osteossarcoma- pode ser osteoblástico, condroblástico, fibroblástico, teleangectásico e tipo células gigantes condroma condrossarcoma fibrossarcoma linfoma ósseo lipossarcoma ósseo 5. ALTERAÇÕES ÓSSEAS NEOPLÁSICAS Mais observado em cães e gatos, particulamente em cães de raças de grande porte Mais frequente no esqueleto apendicular Fatores predisponentes: tamanho do animal: raças de grande porte raça: pastor alemão, dogue alemão idade: risco aumenta a partir dos 5 anos fixação de fratutas (pinos, placas) 5.1 Osteossarcoma II. ARTICULAÇÃO Artrite Inflamação da articulação Causas: infecciosas: maior frequência não infecciosas Vias de infecção: penetração direta através de feridas, a partir de focos de infecão nos tecidos aadjacentes e por disseminação hematogênica Classificação Morfológica: serosa, serofibrinosa, purulenta Curso: aguda e crônica Extensão: monoarticular e poliarticular Causas de artrites infecciosas Ovinos: Erysipelothrix rhusiopathiae, Streptococcus spp, Staphylococcus spp, E. coli Bovinos e equinos: Staphylococcus spp, E. coli e Salmonella Caprinos: Retrovirus e Mycoplasma spp Suínos: Erysipelothrix rhusiopathie, Streptococcus spp, Haemophilus parasuis,E. coli Artrites não infecciosas Erosiva: sinovite proliferativa com destruição tecidual semelhante à da artrite reumatoide em humanos Não erosiva: processo serofibrinoso, sem proliferação da membrana sinovial e sem formação de pânus deposição de complexo imune antígeno-anticorpo Artrite- encefalite caprina (CAE) Retrovírus - LentivÍrus Adultos - artrite fibrinosa crônica, mastite Jovens - leucoencefalomielite (ataxia e paresia) 1. Alteração primária da cartilagem articular Quadro degenerativo Causas: Traumas repetidos, estresses não fisiológicos, deficiência de nutrição da cartilagem (mesmos da degeneração fisiológica) Fatores predisponentes: Genética, distúrbios hormonais, obesidade, condrodistrofias e osteodistrofias Fator influencia o desenvolvimento: Inabilidade da cartilagem madura se reconstituir Estresse mecânico do uso "bico de papagaio" Neoformação óssea nos espaços intervertebrais e/ou região dorsal e ventral dos corpos vertebrais. Macroscopia: osteófitos (espora de galo) ou pontes ósseas unindo os corpos vertebrais. Causa: degeneração do disco e das facetas articulares das vértebras. Consequências: Assintomáticos Dor à palpação da coluna Claudicação Estreitamento do canal medular com compressão de medula Sarcoma sinovial Maligna Raros: cães, gatos, bovinos e equinos. Metástase rara Células epiteliais e mesenquimais 2. Artrose 3. Espondilose ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS
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