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Universidade Federal de Minas Gerais Escola da Ciência da Informação Curso de Biblioteconomia 4° período Yago Henrique Andrade Almeida Para quê desenvolvimento de coleções? Belo Horizonte 2020 Para quê desenvolvimento de coleções? O desenvolvimento de coleções é uma das funções chave de uma unidade de informação como afirma Vergueiro (1989), pois é através da coleção/acervo que a unidade pode expressar a sua missão, seus objetivos e seus valores de maneira palpável — literalmente —, com o uso da coleção os usuários interagem com a instituição e podem sanar as suas necessidades de informação. Cada coleção é modelada de uma maneira específica, uma unidade de informação que tenha como objeto de trabalho a elaboração, arquivamento e gestão de relatórios documentos sobre processos no âmbito dos Recursos Humanos (RH) terá uma coleção bem distinta de uma biblioteca de Artes Liberais que fica localizada em algum ponto turístico de uma cidade capital. Consequentemente, os usuários dessas duas instituições também serão diferentes, a primeira abarca profissionais do ramo de Recursos Humanos, graduandos neste tipo de curso tecnológico e professores de graduação ou pós-graduação em áreas voltadas a Administração de Empresas ou Administração Pública, já a segunda unidade pode abarcar o público em geral, estudantes de cursos de artes — aqui incluem-se os técnicos em artes cênicas, artes visuais, etc —, estudantes de cursos de graduação em algum curso da área das Belas Artes, assim como professores desses ramos e pesquisadores de História da Arte ou de processos técnicos voltados a prática do ator, do pintor, etc. Tendo em vista as necessidades de informação destes diferentes tipos de usuários (e diferentes tipos de instituições) a coleção deve ter em seu aparato documental, textos e obras que atendam a necessidades pontuais, referências bibliográficas para pesquisa, assim como devem manter atualizados os conhecimentos dos usuários sobre os diferentes campos de abrangência de uma instituição. Para esse processo ser viabilizado, a instituição deve contar com uma política de desenvolvimento de coleções — assim como outras políticas, como política de indexação, política de permuta, doação e desbastamento — o que urge como uma grande preocupação a pessoa bibliotecária que se encontra responsável pela instituição, pois esta deverá inicialmente conhecer a sua comunidade, através do estudo de comunidades (prática comum e necessária a maior parte das unidades de informação), área de estudos relacionada com o estudo de usuários correntemente ensinada em escolas de graduação em Biblioteconomia. Além do conhecimento sobre a comunidade, resta ao profissional se informar sobre as áreas que o acervo se dispõe a englobar, assim instrumentos de referência e atualização devem ser de uso corrente do profissional, para que a coleção possa atender ao usuário de maneira adequada, sem se encontrar lotada, com obras que não fazem jus a sua estadia na unidade e que possam abranger a maior gama possível de conhecimento sobre os ramos do conhecimento em questão. Como prática saudável e adequada a biblioteca como um organismo vivo, se faz necessário o processo de avaliação, que deve ser coordenado por uma pessoa bibliotecária com conhecimentos suficientes para entender a lógica de uso do acervo da unidade, para tal tipo de ação existem documentos e metodologias auxiliares e/ou específicas que podem otimizar o trabalho dos colaboradores presentes na unidade. Um reflexo manifestado como forma de produção cultural que está diretamente relacionado à prática de desenvolvimento de coleções é o curta-metragem Os fantásticos livros voadores do Senhor Lessmore (2013), onde é mostrado ao telespectador o contexto do grande caos organizações e informacional na vida do cidadão ordinário, onde o que se sabe se perde em meio ao mar de informação presente na contemporaneidade. O filme é elaborado através da quebra de grandes bases — a destruição de edifícios, surgimento de tempestades, movimentos abruptos que os sujeitos ali presentes são condicionados a ter — que transmitem a ideia de segurança quando ainda estão em posições comuns que viabilizam a vida cotidiana, mas, com a quebra desse panorama o internauta é direcionado a uma sensação de incômodo, onde não existem mais bases fixas, a colorimetria do filme se apresenta em W&B e as expressões corporais dos personagens somente transmitem desespero. Somente com o surgimento de uma pessoa que possui a informação organizada (manifestada pelos livros vivos/voadores) é que o personagem principal — Senhor Lessmore — consegue vislumbrar novos rumos de sentido, chegando a uma biblioteca com um acervo vivo e organizado. A curta-metragem nos informa que é através da informação que conseguimos elaborar nosso propósitos e sentidos de vida (tendo em vista que a necessidade de informação é uma das necessidades básicas do ser humano), que através da sua produção, uso, circulação é que desenvolvemos vínculos internos e externos, viabilizamos o desenvolvimento e a sociabilização dos usuários, integrando assim uma grande repositório orgânico de vivências. Referências OS FANTÁSTICOS LIVROS VOADORES DO SENHOR LESSMORE. [S. l.: s. n.], 2013. 1 vídeo (15 min). Publicado pelo canal dedinhosdepe. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wDkfhwRlcZw&feature=youtu.be&ab_channel=d edinhosdepehttps://www.youtube.com/watch?v=wDkfhwRlcZw&feature=youtu.be&a b_channel=dedinhosdepe. Acesso em: 19 dez. 2020. VERGUEIRO, W. Desenvolvimento de coleções. São Paulo: Polis/APB, 1989. https://www.youtube.com/watch?v=wDkfhwRlcZw&feature=youtu.be&ab_channel=dedinhosdepehttps://www.youtube.com/watch?v=wDkfhwRlcZw&feature=youtu.be&ab_channel=dedinhosdepe https://www.youtube.com/watch?v=wDkfhwRlcZw&feature=youtu.be&ab_channel=dedinhosdepehttps://www.youtube.com/watch?v=wDkfhwRlcZw&feature=youtu.be&ab_channel=dedinhosdepe https://www.youtube.com/watch?v=wDkfhwRlcZw&feature=youtu.be&ab_channel=dedinhosdepehttps://www.youtube.com/watch?v=wDkfhwRlcZw&feature=youtu.be&ab_channel=dedinhosdepe
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