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Provas no Processo do Trabalho- (Darcio)

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Rio, 28 de maio de 2012
Direito Processual do Trabalho
Provas no Processo do Trabalho
Provas - O artigo 818 da CLT indica que quem alega deve provar, conforme indica também o artigo 333 do CPC. Nunca será exigido, porém, que alguma parte faça prova negativa. A inversão do ônus da prova em prol do consumidor também pode ser aplicado por analogia (e não por subsidiariedade, como ocorre com o CPC), uma vez que tanto o trabalhador quanto o consumidor são tidos como hipossuficientes.
As partes, geral, podem solicitar provas que caibam no caso, formando assim a verdade formal do caso. O juiz, em caso de dúvida, tem liberdade para determinar a produção de provas que não foram solicitadas pelas partes ex officio para que seja possível apurar melhor os fatos, ou seja, a verdade real do caso. A verdade formal, porém, é a regra no processo do trabalho – a determinação de produção de provas ex officio é exceção.
O artigo 848 da CLT dispõe sobre o início da instrução do processo. No processo civil, a instrução terá início após o saneamento do processo. No processo do trabalho, logo após a defesa já ocorre a instrução do processo. Atualmente a audiência trabalhista é dividida em duas fases: uma para decidir questões postulatórias e outra para dar início à fase instrutória. Conforme esse mesmo artigo, o juiz possui a faculdade de interrogar os litigantes para verificar a verdade real dos fatos – o que geralmente ocorre na primeira audiência. 
O parágrafo primeiro do artigo 848 indica que após o interrogatório as partes podem retirar-se, de modo que a instrução continuará com seu representante. Como geralmente o interrogatório ocorre na instrução, para que a ausência da parte gere confissão ficta, a parte deve ser convocada, na ata da audiência, o depoimento da parte sob pena de confissão ficta. 
O artigo 819 da CLT fala das testemunhas que não sabem falar a língua nacional e dos depoimentos de surdo-mudo. O artigo 820 indica que as partes serão inquiridas pelo juiz, podendo vir a ser reinquiridas. Atualmente, na prática, as partes são interrogadas pelo juiz, e não diretamente pelos advogados, nas audiências, para que o interrogatório não seja tendencioso.
O CPC, em seus artigos 344 e 346, trás disposições sobre os interrogatórios que valem para o processo do trabalho. Será proibido assistir ao interrogatório da outra parte. O artigo 346 indica que, durante o interrogatório, em geral não será autorizada a consulta a materiais escritos. Os artigos 345 e 347 (e 299 do Código Civil) trás as regras sobre depoimentos pessoais, indicando as situações nas quais as partes não são obrigadas a depor. 
O artigo 348 do CPC fala da pena de confissão, que é muito utilizada no direito do trabalho. Uma confissão expressa em audiência durante o interrogatório é uma confissão judicial real e provocada. Existe também a confissão judicial ficta, que ocorre quando determinado documento não é apresentado ou quando a parte se ausenta da audiência. Também pode ocorrer confissão judicial real e espontânea, feita mesmo fora do contexto do interrogatório. 
O artigo 830 da CLT indica que as cópias de um documento não precisarão ser autenticadas em cartório – um advogado pode declarar que a cópia é autentica. Se a cópia não for de fato autêntica, ele responderá por falsificação de documentos.
No processo do trabalho, algumas alegações demandam necessariamente prova documental: os artigos 464 (pagamento de salário – tem que apresentar o recibo), 135 e 145 (concessão de férias), 392 (descanso da gestante) e 477 (rescisão do contrato de trabalho) da CLT são exemplos. 
A súmula 330 do TST fala especificamente do termo de rescisão do contrato de trabalho tem eficácia liberatória em relação às parcelas expressamente consignadas no recibo, gerando quitação. Muitos juízes não aplicam essa súmula. 
A súmula 12 do TST fala das carteiras de trabalho, que faz prova da existência de um contrato de trabalho – porém, será uma presunção relativa (jure et de jure) e não absoluta (juris tantum). 
Se alguém alega que o documento é falso, ocorre o incidente de falsidade documental. A exibição de documentos seguirá as regras do CPC, cabendo pena de confissão no caso da não exibição do documento (conforme artigo 359 do CPC). O momento de produção da prova documental será na inicial (conforme artigo 872 parágrafo único da CLT) ou na defesa – mas a jurisprudência admite a juntada das provas documentais até o encerramento da audiência de instrução. 
O rito sumaríssimo, conforme artigo 852-H e seu parágrafo primeiro, terá peculiaridades – todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento. Além disso, sobre os documentos as outras partes se manifestação na própria audiência. 
O artigo 821 cita que no rito ordinário será possível ouvir 3 testemunhas, enquanto no rito sumaríssimo (artigo 852-H) poderão ser ouvidas no máximo 2 testemunhas. Já no caso de inquérito para a apuração de falta grave, poderão ser ouvidas 6 testemunhas. Isso cai muito em prova múltipla escolha.
As testemunhas irão comparecer à audiência junto com as partes, conforme artigo 845 da CLT. Em geral, as testemunhas comparecem sem necessidade de notificação ou intimação – porém, conforme o parágrafo único do artigo 825, por vezes as partes serão intimadas para comparecer, podendo ocorrer condução coercitiva (escolta policial). As partes se responsabilizarão pelas despesas de locomoção e alimentação das testemunhas. Já no rito sumaríssimo, só ocorrerá intimação de testemunha se ela já tiver sido convidada e não tiver comparecido, devendo ser feita a prova do convite, conforme parágrafos 2º e 3º do artigo 852-H. 
O artigo 823 fala da testemunha que for militar ou funcionário público – deve-se pedir o testemunho para o chefe da repartição na qual ela trabalha. Os artigos 828 e 829 falam sobre o testemunho. Pelo artigo 829, se a testemunha for amiga ou inimiga da parte, o depoimento valerá não como prova testemunhal, mas sim como simples informação. A súmula 357 do TST, porém, indica que uma testemunha não se torna suspeita unicamente pelo fato dela já estar litigado ou estar litigando contra o mesmo empregador (assim, um empregado colega pode testemunhar em favor de outro). Se existir amizade íntima, porém, caberá a disposição do artigo 829 da CLT, já vista. 
Os artigos 820 e 824 indica que, nas audiências, o juiz será quem fará as perguntas. As demais testemunhas, conforme 824 ficam esperando do lado de fora, não assistindo aos depoimentos das outras.
A prova pericial é regida pela lei 5.584/70. O artigo 3º indica que as perícias serão realizadas por perito único escolhido pelo juiz. As partes poderão, porém, indicar assistentes técnicos para acompanhar a perícia. O artigo 33 do CPC indica quando se pede prova pericial deve-se realizar o pagamento dos honorários do perito. Se a parte não deposita a remuneração do perito em prazo determinado perderá o direito à prova pericial. Quando o juiz pedir a prova pericial ex officio, a parte autora pagará. O artigo 11 da lei 5.584 também é importante.
O artigo 195 da CLT fala insalubridade e periculosidade – essas matérias serão necessariamente averiguadas por meio de perícia.

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