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www.alicelannes.com 1 Última atualização em 08/02/2022. SUMÁRIO PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO Pág. 02 ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO Pág. 07 COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO Pág. 08 PRAZOS PROCESSUAIS Pág. 15 NULIDADES PROCESSUAIS Pág. 17 PETIÇÃO INICIAL Pág. 19 NOTIFICAÇÃO Pág. 22 RESPOSTA DO RÉU Pág. 23 REVELIA Pág. 26 AUDIÊNCIA Pág. 27 PROVAS Pág. 29 SENTENÇA Pág. 33 CUSTAS PROCESSUAIS Pág. 36 COISA JULGADA Pág. 37 RITO SUMÁRIO Pág. 38 RITO SUMARÍSSIMO Pág. 39 TEORIA GERAL DOS RECURSOS Pág. 40 RECURSOS EM ESPÉCIE Pág. 51 LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA Pág. 62 EXECUÇÃO Pág. 64 AÇÃO CIVIL PÚBLICA Pág. 76 AÇÃO RESCISÓRIA Pág. 77 DISSÍDIO COLETIVO Pág. 80 INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE Pág. 81 HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL Pág. 82 GLOSSÁRIO DE SIGLAS CF – Constituição Federal CC – Código Civil CPC – Código de Processo civil CP – Código Penal CPP – Código de Processo Penal CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas EC – Emenda Constitucional MP quando se referir à lei – Medida Provisória LC – Lei Complementar U/E/DF/M – União, Estado, Distrito Federal e Municípios RFB – República Federativa do Brasil STF – Supremo Tribunal Federal STJ – Superior Tribunal de Justiça TJ – Tribunal de Justiça TRF – Tribunal Regional Federal TRT – Tribunal Regional do Trabalho TRE – Tribunal Regional Eleitoral TCU – Tribunal de Contas da União PF – pessoa física PJ – pessoa jurídica FP – Fazenda Pública MP quando se referir a órgão – Ministério Público CNJ – Conselho Nacional de Justiça CNMP – Conselho Nacional do Ministério Público PR – Presidente da República SF – Senado Federal CN – Congresso Nacional SM – salário mínimo ACT – acordo coletivo de trabalho CCT – convenção coletiva de trabalho EP – empresas públicas SEM – sociedades de economia mista PT – processo do trabalho JT – justiça do trabalho RT – reclamação trabalhista www.alicelannes.com 2 Última atualização em 08/02/2022. PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO 1. PRINCÍPIO DISPOSITIVO/INÉRCIA O juiz não poderá prestar a tutela jurisdicional sem ser provocado. Ou seja, o judiciário permanece inerte até ser provocado pelo autor, quando exerce o direito de ação. Art. 2º CPC: o processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo exceções previstas em lei. Exceções da área trabalhista: • Possibilidade da execução definitiva de ofício pelo juiz ou presidente do Tribunal se a parte não estiver representada por advogado • A superintendência regional do trabalho e emprego deve remeter cópia do processo administrativo para a JT, para que se dê início à RT contra falta de anotação da CTPS e reconhecimento de vínculo empregatício • Dissídio coletivo pode ser iniciado de ofício pelo presidente do tribunal, sempre que ocorrer suspensão do trabalho (a FCC admite essa possibilidade, apesar da doutrina majoritária não admitir) 2. PRINCÍPIO INQUISITIVO Está ligado ao impulso oficial, no qual, uma vez exercido o direito de ação, o juiz tem o dever de realizar os atos processuais de ofício, evitando que o processo já instaurado permaneça sem a prática dos atos processuais. Art. 765 CLT: os juízos e tribunais do trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. O juiz deve determinar as provas que serão produzidas, independentemente de pedido das partes, além de indeferir aquelas que foram pedidas, mas que se mostram protelatórias, dispensáveis. O juiz pode conhecer de ofício matérias de ordem pública, como condições da ação, pressupostos processuais e incompetência absoluta. 3. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL Os julgamentos serão proferidos por órgãos designados por meio de regras objetivas, excluindo-se critérios subjetivos de escolha. As regras de competência demonstram qual é a autoridade judiciária que possui atribuição para julgar um conflito de interesses, sendo que tal atribuição é determinada por critérios como: matéria analisada, quem será julgado, relação com outro processo, valor da causa e território onde surgiu o conflito. Art. 5º, XXXVII, CF: não haverá juízo ou tribunal de exceção. Art. 5º, LIII, CF: ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. 4. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ O novo CPC não traz nenhuma referência a esse princípio (que existia no CPC de 73). Assim, o entendimento da doutrina é no sentido de não mais existir esse princípio. Logo, poderá um juiz produzir as provas e outro julgar, sem qualquer restrição. 5. PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE O juiz deve ser imparcial e propiciar tratamento igual às partes. Assim, existem situações que o legislador pressupôs que o juiz não deve atuar por entender que ele seria parcial. Essas situações são o impedimento e a suspeição. O juiz deve se declarar impedido ou suspeito e determinar a remessa dos autos para seu substituto legal. Momento de arguir: • Nulidades: primeira vez que tiverem que falar em audiência (só por provocação das partes) www.alicelannes.com 3 Última atualização em 08/02/2022. • Nulidades fundadas em incompetência de foro: devem ser declaradas de ofício • Suspeição: exceção de suspeição • Incompetência: exceção de incompetência • Impedimento: alegada como matéria de defesa 6. PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS Está relacionado ao princípio da celeridade. Deve-se concentrar a maioria dos atos processuais em uma única audiência, de forma que o procedimento possa ser encurtado, levando o julgamento a ser proferido em período de tempo menor. Como regra, a audiência na JT é una, não devendo ser interrompida. Art. 849 CLT: a audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independente de nova notificação. Hipóteses em que será admitido o fracionamento da audiência: • Ausência justificada das partes • Necessidade de realização de prova pericial • Necessidade de intimação de testemunhas Consequências da ausência injustificada das partes: • Reclamante: arquivamento do processo (extinção sem resolução do mérito) • Reclamado: revelia, com a presunção da veracidade dos fatos narrados na inicial 7. PRINCÍPIO DA ORALIDADE Ao elaborar a CLT, o legislador pensou em um procedimento em que os atos processuais fossem realizados oralmente, dispensando-se a formalidade dos atos escritos e o tempo necessário à sua comunicação e realização. Aspectos da oralidade: • O reclamante poderá ajuizar RT oral: a RT será distribuída à VT e o reclamante deve comparecer no prazo de 5 dias para reduzir à termo os fatos e fundamentos • O juiz realizará a leitura da RT, caso não seja dispensada pelas partes • O reclamado apresentará a defesa oralmente, no prazo de 20 minutos (cuidado: se a defesa for escrita, deve ser apresentada até antes da audiência começar) • O juiz buscará a conciliação em 2 momentos obrigatórios, sob pena de nulidade: no início da audiência e após as razões finais • As razões finais serão realizadas em audiência, em 10 minutos para cada parte • A sentença será proferida oralmente ao término da audiência • A parte apresentará o protesto em audiência, caso discorde de alguma decisão interlocutória, visando evitar a preclusão acerca da matéria. A parte deve requerer que o protesto conste em ata 8. PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS Como regra, a parte deverá esperar a sentença para interpor o recurso cabível (RO). Ao interpor o RO, a parte deverá demonstrar seu inconformismo em face da decisãointerlocutória proferida. Art. 893, §1º, CLT: os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio juízo ou tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva. Exceções à irrecorribilidade: • Decisões interlocutórias que são terminativas (aquelas que reconhecem a incompetência absoluta da JT e remetem os autos para a justiça comum): caberá RO • Decisão de TRT contrária à súmula ou OJ do TST: caberá RR para o TST www.alicelannes.com 4 Última atualização em 08/02/2022. • Decisão suscetível de impugnação mediante recurso para o próprio tribunal: caberá agravo interno • Decisão que julga exceção de incompetência, determinando a remessa dos autos para VT vinculada a outro TRT: caberá RO Art. 799, §2, CLT: das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final. Súmula 214 TST: na JT as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) De TRT contrária à súmula ou OJ do TST; (cabe recurso de revista) b) Suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo tribunal; (cabe agravo) c) Que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para TRT distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado (cabe recurso ordinário) 9. PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO Gera a possibilidade de as partes recorrerem de decisões que lhes forem desfavoráveis, interpondo os recursos previstos em lei. Apesar de usual, esse direito de interpor recurso não é garantia constitucional, pois não há qualquer artigo na CF sobre o assunto. Para a interposição de um recurso a parte deve mostrar: • Error in judicando: faz com que o recorrente requeira a reforma do julgado; ou • Error in procedendo: gera o pedido de anulação da decisão 10. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA As partes devem ser informadas dos atos processuais para, querendo, apresentarem manifestação. Não há necessidade de reação efetiva, basta oferecer à parte a possibilidade de reagir, por tratar-se de faculdade daquela. Contraditório = informação + possibilidade de reação. Ampla defesa = informação + demonstração do direito por todos os meios processuais legais. Súmula 403, I, TST: não caracteriza dolo processual o simples fato de a parte vencedora haver silenciado a respeito de fatos contrários a ela. 11. PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO Apesar do juiz poder tentar a conciliação a qualquer momento, existem dois momentos obrigatórios de tentativa (no início e no término da audiência), sob pena de incorrer em nulidade: • Após o pregão • Após as razões finais Obs.: homologação de acordo gera sempre a extinção do processo com resolução de mérito. Súmula 418 TST: a homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. Art. 831, p.ú., CLT: no caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas. Ou seja, as partes não podem interpor recurso (mas podem ajuizar a ação rescisória, no prazo de 2 anos), mas a União pode recorrer quanto às contribuições previdenciária incidentes. Súmula 259 TST: só por ação rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no p.ú. do art. 831 da CLT. 12. PRINCÍPIO DO JUS POSTULANDI É a possibilidade de as partes realizarem os atos processuais sem a representação de advogado. www.alicelannes.com 5 Última atualização em 08/02/2022. Art. 791 CLT: os empregados e empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a JT e acompanhar suas reclamações até o final. Apesar da CLT falar em “até o final”, o TST criou algumas exceções do jus postulandi: Súmulas 425 TST: o jus postulandi das partes limita-se às VT e aos TRT, não alcançando a ação rescisória, ação cautelar, mandado de segurança e os recursos de competência do TST. A reforma ainda incluiu o art. 855-B na CLT: o processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. Ou seja, a parte precisa obrigatoriamente de advogado para: • Ação rescisória • Ação cautelar • Mandado de segurança • Recursos de competência do TST • Homologação de acordo extrajudicial 13. PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS Art. 93, IX, CF: todos os julgamentos dos órgãos do poder judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. Sentença = relatório + fundamentação + dispositivo. Em alguns procedimentos o legislador pode dispensar o relatório, mas nunca a fundamentação e o dispositivo. 14. PRINCÍPIO DA PROBIDADE/BOA-FÉ PROCESSUAL Todos os sujeitos do processo devem agir de forma adequada e prova. Art. 793-B CLT: considera-se litigante de má-fé aquele que: I. Deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso II. Alterar a verdade dos fatos III. Usar do processo para conseguir objetivo ilegal IV. Opuser resistência injustificada ao andamento do processo V. Proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo VI. Provocar incidente manifestamente infundado VII. Interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório Ou seja, quem descumprir as regras de boa-fé do processo receberá multa de 1% a 10% do valor da causa ou até 2x o teto do RGPS e outras penas pecuniárias (indenização, honorários advocatícios e despesas efetuadas). A condenação será de ofício ou a requerimento. A multa por litigância de má-fé também poderá ser aplicada à testemunha que mente ou omite informação relevante. 15. PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE Toda matéria de defesa deverá ser apresentada no momento oportuno (contestação), sob pena de preclusão. Art. 336 CPC: incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Além disso, como regra, deverá haver a impugnação especificada. Ou seja, o réu não pode apresentar uma defesa genérica. Essa defesa genérica acarreta em revelia, com a presunção de veracidade dos fatos apresentados na RT. Exceções da impugnação especificada: • Se não for admissível, a seu respeito, a confissão • A RT não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato www.alicelannes.com 6 Última atualização em 08/02/2022. • Estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto 16. PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO É a perda da possibilidade de realização de um ato processual, que pode ocorrer em virtude de 3 fatos: • Temporal: prática de ato processual fora do prazo estabelecido • Lógica: realização de ato processual incompatível • Consumativa: realização de ato processual em momento anterior, sem poder renovar 17. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO Se mostra de forma diferente ao princípio da proteção do direito do trabalho (direito material). Veja alguns exemplos: • Gratuidade do processo: custas pagas ao final • Arquivamento da RT caso o reclamante falte à audiência (extinção sem resolução do mérito) • Inversão do ônus da prova • Inexigibilidade do depósito recursal para o empregado • Impulso oficial na execução definitiva para quem não tem advogado • Efeito meramente devolutivo dos recursos 18. PRINCÍPIO DA BUSCA PELA VERDADE REAL Noconfronto entre a realidade e os documentos relacionados ao contrato de trabalho, deverá ser levada em conta a realidade, e não os documentos. Para isso, o juiz deve valer-se de seus poderes instrutórios, que consistem na possibilidade de determinar as provas que entender necessárias, de ofício, independentemente de pedido das partes, indeferindo os requerimentos que entender protelatórios. 19. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL Art. 5º, LIV, CF: ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. 20. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS Os atos processuais são dotados de forma pré-determinada, visando a um objetivo. Colocando forma e objetivo na balança, o objetivo leva vantagem; ou seja, deve ser favorecido. O objetivo é atingir a finalidade do ato processual, desconsiderando-se eventual vício de forma existente. Art. 188 CPC: os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. 21. PRINCÍPIO DA NORMATIZAÇÃO COLETIVA É quando a JT cria regras, normatizando situações de trabalho para serem aplicadas às categorias de empregados e empregadores. Isso acontece quando a JT julga um dissídio coletivo de natureza econômica, na qual são criadas novas condições de trabalho para as categorias. Ao criar essas regras, a JT está exercendo o poder normativo. Art. 114, §2º, CF: recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a JT decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. 22. PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO Art. 5º, XXXV, CF: a lei não excluirá da apreciação do judiciário lesão ou ameaça a direito. Sobre a comissão de conciliação prévia: art. 625-D: qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à CCP se, na www.alicelannes.com 7 Última atualização em 08/02/2022. localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. Apesar da CLT falar em “será submetida”, o entendimento do STF é no sentido de que a parte é quem escolhe se submeterá a demanda primeiro à CCP ou se buscará diretamente o judiciário. 23. PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE DA LIDE Alteração dos pedidos pelo autor: • Até a apresentação da defesa: autor pode modificar os pedidos da RT • Depois da apresentação da defesa: autor pode modificar os pedidos da RT, desde que haja consentimento do réu • Após o saneamento/instrução: não pode ser realizada alteração (a demanda já está pronta para instrução) 24. PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO/ADSTRIÇÃO/CONGRUÊNCIA O juiz deve julgar de acordo com o pedido. Assim, ao formular o pedido a própria parte já delimita o que o juiz deve decidir. Exemplo: se a parte não pediu dano moral, o juiz não pode deferir o dano moral de ofício. Consequências do descumprimento: decisões: • Extra petita: juiz decide fora do pedido (coisa diversa) • Ultra petita: juiz decide além do que foi pedido • Infra/citra petita: juiz deixa de decidir algum pedido Exceções ao princípio da congruência (pedidos implícitos): • Juros e correção monetária • A estabilidade provisória gera, em regra, a reintegração. Entretanto, existem situações em que não será possível a reintegração (como o fim do período da estabilidade). Nesse caso, o juiz pode substituir de ofício a reintegração por uma indenização ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 1. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO É órgão de cúpula da JT, representando o 3º grau da jurisdição trabalhista, tendo por funções primordiais a uniformização da jurisprudência trabalhista, decidindo, ainda, em última instância, as questões administrativas da justiça laboral. Art. 111 CF: são órgãos da JT: I. O TST II. Os TRT III. Juízes do trabalho Ministros do TST: • 27 ministros • Brasileiros (natos ou naturalizados) com mais de 35 e menos de 65 anos • Nomeados pelo PR após aprovação da maioria absoluta do senado • 1/5 constitucional: membros da advocacia e do MPT com mais de 10 anos de atividade • 4/5 dentre juízes dos TRT, oriundos da magistratura de carreira, indicados pelo próprio TST Funcionam junto ao TST a ENAMAT e o CSJT: Funções da escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados do trabalho: regulamentar os cursos oficiais para ingresso na magistratura do trabalho e promoção na carreira. Funções do conselho superior da JT: supervisionar a JT de 1º e 2º graus, nos campos administrativo, orçamentário, financeiro e patrimonial, centralizando nesse órgão tais funções, cujas decisões são vinculantes. 2. TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO Alteração trazida pela EC 45/04: fim da obrigatoriedade de instalação de um TRT em cada estado. Estados que nunca possuíram um TRT: Tocantins, Roraima, Acre e Amapá. www.alicelannes.com 8 Última atualização em 08/02/2022. Nas comarcas não abrangidas pela JT, a lei poderá atribuir competência trabalhista para os juízes de direito, com recurso para o TRT competente. Art. 112 CF: a lei criará VT, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo TRT. Juízes do TRT: • Mínimo 7 juízes • Recrutados, quando possível, na respectiva região • Nomeados pelo PR (sem sabatina do senado) • Brasileiros (natos ou naturalizados) com mais de 30 e menos de 65 anos • 1/5 constitucional: membros da advocacia e do MPT com mais de 10 anos de atividade • 4/5: promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento 3. JUÍZES OU VARAS DO TRABALHO É a justiça de 1º grau exercida por um juiz singular. Não havendo uma VT na comarca, as ações serão julgadas (até a sentença) por um juiz de direito comum, e o recurso será remetido para o TRT competente. Estando a ação trabalhista em curso perante o juiz de direito e sendo instalada a VT, os autos serão imediatamente remetidos ao novo órgão, por tratar-se de alteração de competência absoluta material. Não há que se aguardar o término do ato processual que está sendo realizado, muito menos ser proferida sentença. Súmula 10 STJ: instalada a junta de conciliação e julgamento, cessa a competência do juiz de direito em matéria trabalhista, inclusive para a execução das sentenças por ele proferidas. Art. 43 CLT: determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da RT, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 1. DIFERENÇA ENTRE JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA Jurisdição é o poder-dever-função do Estado de dizer o direito no caso concreto, quando provocado. • Poder: decorre da sua soberania • Dever: sendo vedada a autotutela, o Estado deve analisar as questões conflituosas • Função: o Estado deve criar normas (legislativo), administrar os interesses dele mesmo e dos cidadãos (executivo) e dirimir os conflitos (judiciário) Todos os juízos possuem jurisdição, podendo atuar nas demandas instauradas perante o judiciário, dizendo o direito. Logo, todo órgão judiciário possui jurisdição. Já a competência é a medida da jurisdição, pois demonstra em que situações o magistrado pode exercer sua jurisdição. 2. CRITÉRIOS DE COMPETÊNCIA Existem 2 tipos de competência: absoluta e relativa. Observe a tabela comparativa: ABSOLUTA RELATIVA INTERESSE Estado Partes CRITÉRIOS Matéria Pessoa Função Território Valor da causa LEGITIMIDADE P/ ALEGAR O VÍCIO De ofício de pelo juiz ou a requerimento das partesA requerimento das partes MOMENTO P/ ALEGAR O VÍCIO A qualquer momento e grau de jurisdição No prazo de defesa FORMA DE ALEGAR O VÍCIO Simples petição Exceção de incompetência CONSEQUÊNCIAS Remessa dos autos para o juízo competente, com substituição das decisões pelo novo juízo Remessa dos autos ao juízo considerado competente, que no PT é o local da prestação dos serviços PRECLUSÃO Não há preclusão, por tratar-se de norma de ordem pública Preclusão pela não apresentação da alegação de incompetência, www.alicelannes.com 9 Última atualização em 08/02/2022. acarretando prorrogação de competência AÇÃO RESCISÓRIA Cabe AR se a decisão que transitou em julgado tiver sido proferida por juiz absolutamente incompetente Não cabe AR, por ter havido preclusão ante a não apresentação de alegação de incompetência 3. CRITÉRIOS ABSOLUTOS 3.1. RELAÇÃO DE EMPREGO X RELAÇÃO DE TRABALHO Art. 114 CF: compete à JT processar e julgar: I. As ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da U/E/DF/M Antes da EC 45/04 esse art. só fazia menção à relação de emprego, o que excluía os autônomos, eventuais, prestadores de serviços etc. A substituição pela expressão “relação de trabalho” ampliou muito a competência da JT. A JT não tem competência para analisar a relação de consumo. Súmula 363 STJ: compete à justiça estadual processar e julgar ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente. STF: o disposto no art. 114, I, CF, não abrange as causas instauradas entre o poder público e o servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico estatutária. 3.2. AÇÕES ENVOLVENDO ACIDENTES DE TRABALHO Ação movida pelo empregado em face do empregador, buscando indenização em virtude do acidente de trabalho: competência da JT. Ação movida em face do INSS, para que a autarquia previdenciária reconheça a existência de acidente de trabalho e a incapacidade dele advinda, de forma que efetue o pagamento das verbas devidas: competência da justiça comum estadual. Apesar de o INSS ser uma autarquia federal, a competência não é da justiça comum federal, mas sim da estadual. Súmula 15 STJ: compete à justiça estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente de trabalho. Súmula 235 STF: é competente para a ação de acidente do trabalho a justiça cível comum, inclusive em 2ª instância, ainda que seja parte autarquia seguradora. Súmula 501 STF: compete à justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, EP ou SEM. Dano em ricochete/reflexo/indireto: é quando o empregado falece por acidente de trabalho e a família busca indenização. Nesse caso, a ação deverá ser proposta na JT. Súmula vinculante 22: a JT é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em 1º grau quando da promulgação da EC 45/04. Súmula 367 STJ: a competência estabelecida pela EC 45/04 não alcança os processos já sentenciados. Ou seja, as demandas deveriam ser remetidas para o órgão competente após a EC 45/04, independentemente do momento processual. Ocorre que o STJ e o STF criaram um “meio termo”, que fez com que os processos já sentenciados permanecessem no órgão que os decidiu, enquanto que as demais demandas seriam remetidas para novo órgão jurisdicional. 3.3. COMPETÊNCIA CRIMINAL STF: a JT não possui competência criminal, mesmo após a ampliação da competência pela EC 45/04. www.alicelannes.com 10 Última atualização em 08/02/2022. Havendo crime contra a organização do trabalho ou nos autos de processo trabalhista, a competência para o processo criminal será da justiça comum federal. Art. 109 CF: aos juízes federais compete processar e julgar: VI. Os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira 3.4. AÇÕES ENVOLVENDO O EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE Art. 114 CF: compete à JT processar e julgar: II. As ações que envolvam o exercício do direito de greve O fato de o texto constitucional ser genérico foi proposital, de forma a retirar qualquer conflito sobre o tema da justiça comum, uma vez que greve é um tema eminentemente trabalhista. Art. 114, §3º, CF: em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o MPT poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à JT decidir o conflito. Súmula vinculante 23: a JT é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. 3.5. AÇÕES SOBRE REPRESENTAÇÃO SINDICAL Art. 114 CF: compete à JT processar e julgar: III. As ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores Exemplos de ações: • Visando a discussão sobre direito de filiação e desfiliação ao sindicato • Visando a discussão sobre unicidade sindical (só pode um sindicato por base territorial) • Cujo objeto seja eleição de representante sindical e todas as questões daí advindas, tais como discussão acerca de estabilidade, convocação de assembleia etc • Envolvendo contribuições devidas ao sindicato, federação e confederação, bem como ações de consignação e execução das mesmas 3.6. MANDADO DE SEGURANÇA, HABEAS CORPUS E HABEAS DATA Art. 114 CF: compete à JT processar e julgar: IV. Os MS, HC e HD quando o ato questionado envolver matéria sujeita a sua jurisdição Competência para impetração do MS: Vara do trabalho: contra ato de: • Auditor fiscal do trabalho • Delegado do trabalho • Fiscalização das relações de trabalho • Membro do MPT em inquéritos civis públicos ou outros procedimentos administrativos TRT: contra ato de: • Juiz do trabalho • Juiz de direito atuando com competência trabalhista • Atos do próprio TRT em órgãos monocráticos ou colegiados TST: contra ato de: • Presidente do TST • Qualquer ministro Se o ato questionado for de membro do TRT, a competência para o MS é do próprio TRT com recurso ordinário para o TST. Se o ato questionado for de membro do TST, a competência para o MS é do próprio TST. O exemplo mais usado para o cabimento do HC era a prisão do depositário infiel, contudo hoje em dia não é lícita a prisão civil www.alicelannes.com 11 Última atualização em 08/02/2022. do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito (súmula vinculante 25). Outras situações podem gerar a utilização do HC, como: prisão decretada pelo juiz à testemunha por ferir o dever de dizer a verdade, restrição de liberdade do empregado pelo empregador, de empregado em situação análoga à de escravo etc. Competência para impetração do HC: • Vara do trabalho: quando o ato ilegal for realizado por particular • TRT: quando o ato ilegal for realizado por juiz do trabalho • TST: quando o ato ilegal for realizado por juiz do TRT Já o HD poderá ser utilizado nas seguintes hipóteses: • Servidor celetista em face do Estado, para ter acesso às informações constantes em seu prontuário • Terceiro em relação à VT ou outro órgão do judiciário trabalhista, para ter acesso aos autos de processo em que há testemunho, fazendo menção à intimidade do impetrante 3.7. CONFLITOS DE COMPETÊNCIA Existem 3 tipos de conflitos de competência: • Positivo: declaração de competência entre 2 ou mais juízos • Negativo: declaração de incompetência entre 2 ou mais juízos • Conflito da reunião ouseparação de processos: quando surge controvérsia entre 2 ou mais juízos em decorrência daqueles fatos Art. 952 CPC: não pode suscitar conflito a parte que, no processo, arguiu incompetência relativa. Art. 952, p.ú., CPC: o conflito de competência não obsta, porém, a que a parte que não o arguiu suscite a incompetência. Art. 953 CPC: o conflito será suscitado ao tribunal: I. Pelo juiz, por ofício II. Pela parte e pelo MP, por petição Art. 953, p.ú., CPC: o ofício e a petição serão instruídos com os documentos necessários à prova do conflito. Art. 805 CLT: os conflitos de jurisdição podem ser suscitados: a. Pelos juízes e tribunais do trabalho b. Pelo procurador-geral e pelos procuradores regionais da JT c. Pela parte interessada ou seu representante Art. 806 CLT: é vedado à parte interessada suscitar conflitos de jurisdição quando já houver oposto na causa exceção de incompetência. Competência para julgamento dos conflitos: VT não tem competência para julgamento de conflitos de competência. TRT resolverá o conflito quando for entre: • VT x VT (mesma região) • VT x juiz de direito investido da jurisdição trabalhista (mesma região) • Juiz de direito x juiz de direito investido da jurisdição trabalhista (mesma região) TST resolverá o conflito quando for entre: • TRT x TRT • TRT x VT • TRT x juiz de direito investido da jurisdição trabalhista • Juiz de direito x juiz de direito investido da jurisdição trabalhista (região distinta) STJ resolverá o conflito quando for entre: • VT x juiz de direito não investido na jurisdição trabalhista • TRT x juiz de direito não investido na jurisdição trabalhista STF resolverá o conflito quando for entre: www.alicelannes.com 12 Última atualização em 08/02/2022. • TST x qualquer outro órgão do poder judiciário (TJ, TRF, STJ, STF etc) Súmula 420 TST: não se configura conflito de competência entre TRT e VT a ele vinculada. 3.8. AÇÕES DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL OU PATRIMONIAL Súmula 392 TST: a JT é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido. 3.9. DISSÍDIOS COLETIVOS Se as partes não chegarem ao término do conflito de maneira conciliatória, bem como não for estabelecida a arbitragem, o conflito coletivo será decidido pelo judiciário, que fixará as normas jurídicas a serem aplicadas para aquelas categorias em conflito, por determinado período de tempo. Precedente normativo 120 TST: a sentença normativa vigora, desde seu termo inicial até que sentença normativa, CCT ou ACT superveniente produza sua revogação, expressa ou tácita, respeitando, porém, o prazo máximo legal de 4 anos de vigência. Após 1 ano a sentença normativa poderá ser revisada através de dissídio econômica revisional. A sentença normativa não possui carga condenatória, pois apenas cria a norma jurídica (direito) ou interpreta norma preexistente. Os dissídios coletivos nunca serão julgados pela CT, e sim, apenas pelos TRT e TST, pois possuem competência originária para tais dissídios, a depender da amplitude das categorias em conflito. Havendo descumprimento de alguma norma constante da sentença normativa, não é cabível ação de execução, já que a natureza jurídica daquele ato judicial é constitutivo ou declaratório, e nunca condenatório. Nessas situações, caberá o ajuizamento de ação de cumprimento de competência da VT. A ação de cumprimento é da competência da VT, enquanto o dissídio coletivo é da competência dos TRT ou TST. 3.10. AÇÕES SOBRE DESCUMPRIMENTO DE NORMAS RELATIVAS À SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO Súmula 736 STF: compete à JT julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. 3.11. EXECUÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS Sendo proferida uma sentença condenatória ou homologado o acordo, sobre as parcelas de cunho salarial incidirá a contribuição social devida à União. Art. 876, p.ú., CLT: serão executadas de ofício as contribuições sociais devidas em decorrência de decisão proferida pelos juízes e tribunais do trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordo, inclusive sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido. OJ 376 SDI-I: é devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto do acordo. Art. 114, VIII, CF: compete à JT processar e julgar: a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a” e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir. www.alicelannes.com 13 Última atualização em 08/02/2022. 3.12. OUTRAS COMPETÊNCIAS PREVISTAS NA CLT Art. 652 CLT: compete às juntas de conciliação e julgamento: a. Conciliar e julgar: I. Os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade do empregado II. Os dissídios concernentes à remuneração, férias e indenização por motivo de rescisão do contrato individual do trabalho III. Os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice IV. Os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho V. As ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o órgão gestor de mão-de- obra (OGMO) decorrentes da relação de trabalho b. Processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave c. Julgar os embargos opostos as suas próprias decisões d. Impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência e. Revogado f. Decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da JT Art. 652, p.ú., CLT: terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo o presidente da junta, a pedido do interessado, constituir processo em separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assuntos. Súmula 300 TST: compete à JT processar e julgar as ações de empregados contra empregadores, relativas ao cadastramento no Plano de Integração Social (PIS). Súmula 454 TST: compete à JT a execução, de ofício, da contribuição referente ao seguro de acidente de trabalho, que tem natureza de contribuição para a seguridade social, pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho. As partes podem formular acordo extrajudicialmente, levando- o para homologação do juiz, que proferirá sentença para que produza todos os efeitos legais e a situação nela verificada não pode mais ser discutida. Sobre o acordo extrajudicial: • O acordo deve ser apresentado por petição conjunta • As partes devem estar representadas por advogado (não é possível o jus postulandi) • Os advogados das partes devem ser diferentes • O trabalhador pode ser representado por advogado do sindicato • Durante o procedimento a prescrição fica suspensa para não causar prejuízo ao trabalhador (o prazo volta a correr do trânsito em julgado da sentença que não homologa o acordo) Por fim, o juiz não está obrigado a homologar o acordo, já que constitui mera faculdade do magistrado. 4. CRITÉRIOS RELATIVOS O critério da competência territorial define o local do ajuizamento da ação. O local da prestação dos serviços será competente para processar e julgar a RT (art. 651 CLT). Mesmo que o empregado tenha sido contratado em outro local, a competência será a da comarca em que efetivamentetrabalhou. Se o trabalhador trabalhou em vários locais, o foro competente será o último local da prestação dos serviços. Regra: último local da prestação dos serviços. Agente ou viajante comercial: • Local em que a empresa tenha agência ou filial e a este o empregado esteja subordinado • Local em que o empregado tenha domicílio • Local mais próximo Essa regra se estende aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. www.alicelannes.com 14 Última atualização em 08/02/2022. Empregador que promove atividades fora do lugar do contrato: • Local da celebração do contrato • Local da prestação dos serviços A competência territorial é relativa, logo, não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz; razão pela qual a parte interessada deve apresentar alegação de incompetência. 4.1. FORO DE ELEIÇÃO EM CONTRATOS DE TRABALHO Foro de eleição é quando as partes escolhem o local do ajuizamento da ação. O foro de eleição não é aplicado na JT, uma vez que o empregador poderia impor situação desfavorável ao empregado, elegendo local distante para o ajuizamento das ações. 4.2. PERPETUAÇÃO DA COMPETÊNCIA A regra afirma que a competência é fixada no momento do ajuizamento da ação, sendo irrelevantes determinadas alterações; o que significa dizer que uma vez ajuizada a ação, alguns fatos não modificam a competência que foi fixada no órgão judicial. Porém, existem exceções, que são as alterações em critérios de competência absoluta (matéria, pessoa e função) ou a supressão do órgão jurisdicional. 4.3. MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA A modificação está relacionada apenas aos critérios relativos (território e valor da causa). O valor da causa no PT só é relevante para a definição do procedimento. São 3 hipóteses de modificação de competência: Inércia do réu: consiste na falta de apresentação da alegação de incompetência territorial. O fato do réu se mostrar inerte na apresentação da defesa importa na prorrogação da competência. Ou seja, o juízo que era incompetente passa a ser competente por não se arguir o vício. Conexão: 2 ou mais ações são conexas quando tiverem a mesma causa de pedir ou o mesmo pedido. Nessas situações, as ações reunidas. Ou seja, a competência poderá ser alterada após o ajuizamento da demanda, se verificar-se que em outro juízo já uma demanda conexa. A reunião das ações (que será feita no juízo prevento) tem por finalidade evitar o proferimento de sentenças contraditórias. Continência: 2 ou mais ações são continentes quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma é mais amplo e abrange as demais. As ações continentes poderão ser reunidas para evitar decisões conflitantes: • Se a ação continente tiver sido ajuizada antes da contida, a última será extinta • Se a ação contida tiver sido ajuizada antes da continente, haverá reunião das ações www.alicelannes.com 15 Última atualização em 08/02/2022. PRAZOS PROCESSUAIS Prazo é o tempo que se dispõe para a prática de um ato processual. Está intimamente ligado à preclusão temporal. Art. 223 CPC: decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa causa. 1. CLASSIFICAÇÃO 1.1. LEGAIS, JUDICIAIS E CONVENCIONAIS Legal: determinado pela lei. É a regra, por questão de segurança jurídica e visando o princípio da isonomia. Judicial: determinado pelo juiz. Como o legislador não pode prever todas as situações possíveis, ele permitiu que o juiz designasse um prazo no caso concreto. Art. 218, §1º, CPC: os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do ato. Convencional: determinado pelas partes (por acordo). As partes possuem certa liberdade para definir os prazos processuais. Exemplo: o processo pode ser suspenso por até 6 meses por convenção das partes. 1.2. DILATÓRIOS E PEREMPTÓRIOS Dilatório: podem sofrer alteração ou alargamento. É a exceção que ocorre, por exemplo, na prorrogação do prazo em comarca que tenha o transporte difícil. Peremptório: é aquele inalterável. É a regra. Após o término do prazo estipulado, haverá preclusão temporal e a parte não poderá mais realizar o ato. Art. 222, §1º, CPC: ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes. A exceção à preclusão temporal é a justa causa, que é o evento imprevisível não realizado pela parte e por ela não poderia ser evitado, e que trouxe consequências negativas. 1.3. IMPRÓPRIOS E PRÓPRIOS Impróprio: quando o destinatário da norma é o Estado (juiz, MP, perito etc). A desobediência ao prazo não acarreta a perda da possibilidade de atuar posteriormente. Ou seja, não haverá preclusão temporal. Próprio: quando o destinatário da norma é a parte. E, se ela não cumprir, não poderá realizar o ato posteriormente. Também admite a justa causa, e, se o juiz reconhecer, deverá conceder à parte um prazo para a prática do ato, que pode ser igual ou diferente do prazo originário. 2. AUSÊNCIA DE ESTIPULAÇÃO DE PRAZO Se a lei não fixar um prazo, o juiz deverá fazer. Mas, se o juiz também não fizer, haverá um prazo automático de 5 dias. Art. 218, §3º, CPC: os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte. 3. PRERROGATIVAS DE PRAZO PJ de direito público (U/E/DF/M/, autarquias e fundações públicas – EP e SEM não!) têm prazo em quádruplo para contestar. Ou seja, o intervalo mínimo do recebimento da notificação até a audiência deverá ser de 20 dias (para os particulares são 5 dias). O MP, seja como parte ou como fiscal da lei, tem prazo em dobro para contestar e recorrer (contados da intimação pessoal). O prazo das PJ de direito público e do MP não alcança o prazo para apresentar contrarrazões, que www.alicelannes.com 16 Última atualização em 08/02/2022. é simples! O prazo em dobro é para o recurso, e não para resposta do recurso. OJ 310 SDI-I: inaplicável ao PT a prerrogativa de prazo em dobro para os litisconsortes que possuem procuradores diferentes, em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente. 4. REGRA SOBRE CONTAGEM DE PRAZOS A partir da reforma os prazos processuais passaram a ser contados em dias úteis. Art. 775 CLT: os prazos serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. Início do prazo: se dá com a ciência do ato a ser realizado, ou seja, com recebimento da notificação. Assim, se recebida numa sexta, o início do prazo será no mesmo dia. Súmula 1 TST: quando a intimação tiver lugar na sexta, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir. Início da contagem do prazo: ocorrerá no primeiro dia útil seguinte ao início da contagem do prazo será na segunda, caso dia útil, prosseguindo-se na contagem do prazo até o último dia. Súmula 262 TST: I – intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no 1º dia útil imediato e a contagem, no subsequente. II – o recesso forense e as férias coletivas dos ministros do TST suspendem os prazos recursais. Considera-se dia não útil aquele que o expediente forense não for completo, isto é, se o expediente terminar antes da hora normal, o prazo será prorrogado para o próximo dia útil. Súmula 385 TST: I – incumbe à parte o ônusde provar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal. II – na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão de admissibilidade certificar o expediente nos autos. III – na hipótese do inciso II, admite-se a reconsideração da análise da tempestividade do recurso, mediante prova documental superveniente, em agravo regimental, agravo de instrumento ou embargos de declaração. www.alicelannes.com 17 Última atualização em 08/02/2022. NULIDADES PROCESSUAIS 1. PRINCÍPIOS RELACIONADOS ÀS NULIDADES 1.1. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS/DA FINALIDADE Atingir a finalidade do ato processual é mais importante do que simplesmente seguir-se a forma imposta por lei. Se a finalidade for atingida mesmo com desrespeito à forma, o ato é válido. Exemplo: mesmo que a citação não seja entregue ao real destinatário no endereço, mas, ainda assim, a parte apresentar defesa, não haverá prejuízo, fazendo com que o ato seja válido. Art. 188 CPC: os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. Art. 277 CPC: quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. 1.2. PRINCÍPIO DA TRANSCENDÊNCIA/DO PREJUÍZO Somente haverá nulidade se do vício decorrer prejuízo. Se não houver prejuízo para aquele que é beneficiado pelo ato, não há razão para se repetir a prática dele. Nulidade = erro de forma + prejuízo. Art. 794 CLT: nos processos sujeitos à apreciação da JT só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. 1.3. PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO/CONVALIDAÇÃO Só é aplicável às nulidades relativas, que são aquelas que devem ser alegadas pelas partes em momentos oportunos, sob pena de não se poder mencioná-las no processo. Exemplo: se a incompetência territorial não for alegada em preliminar de mérito na contestação, a não apresentação daquela tese de defesa impede a futura discussão acerca do vício, já que houve preclusão (a competência territorial será prorrogada). 1.4. PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL A nulidade do ato processual só deve ser declarada como última opção, quando não for possível suprir a sua falta ou repetir o ato. Deve-se atenta, também, para a regra sobre o aproveitamento dos atos processuais, já que a nulidade de um ato pode acarretar ou não a nulidade dos demais, devendo o judiciário declarar aqueles que são atingidos pela nulidade. Art. 796, a, CLT: a nulidade não será pronunciada quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato. Art. 797 CLT: o juiz ou tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende. 1.5. PRINCÍPIO DA UTILIDADE/CAUSALIDADE Apesar dos atos processuais serem concatenados, a nulidade de um não pode não prejudicar os demais posteriores. Art. 798 CLT: a nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam consequência. Art. 281 CPC: anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam independentes. 1.6. PRINCÍPIO DO INTERESSE Aquele que realizou a conduta capaz de gerar a nulidade não poderá argui-la para benefício próprio. Ou seja, “ninguém poderá se valer da própria torpeza”. Art. 796, b, CLT: a nulidade não será pronunciada quando arguida por quem lhe tiver dado causa. www.alicelannes.com 18 Última atualização em 08/02/2022. 2. ESPÉCIES DE NULIDADES 2.1. IRREGULARIDADES É a mais simples forma de nulidade, pois são vícios que não impedem que o ato produza efeitos. Podem ser ignorados ou reconhecidos (corrigidos) de ofício pelo juiz ou por requerimento das partes. Art. 833 CLT: existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de cálculo, poderão os mesmos, antes da execução, ser corrigidos, de ofício, ou a requerimento dos interessados ou da procuradoria da JT. 2.2. NULIDADE RELATIVA/ANULABILIDADE Ocorre quando o desrespeito à forma atinge norma jurídica de interesse privado. Somente as partes podem alegar o vício; o juiz não. Não sendo alegada pela parte prejudicada no primeiro momento, restará preclusa, ou seja, tornar-se-á sanada, não sendo lícita a alegação posterior. A nulidade relativa é considerada um vício sanável. 2.3. NULIDADE ABSOLUTA Ocorre quando o desrespeito à forma atinge norma jurídica de ordem pública, de interesse do Estado, podendo ser reconhecida de ofício pelo juiz ou por requerimento da parte. A violação às matérias de ordem pública pode ser reconhecida a qualquer tempo, pois não incide o princípio da preclusão sobre elas, tendo em vista o interesse público em sua preservação. 2.4. INEXISTÊNCIA Na inexistência, que é a espécie mais grave de nulidade, o ato sequer existe para o mundo jurídico, não sendo passível de produção de qualquer efeito. O ato sequer nasce. O vício não pode ser sanado, sendo o ato simplesmente desconsiderado para qualquer fim, haja vista não produzir efeitos jurídicos. IRREGULARIDADE NULIDADE RELATIVA NULIDADE ABSOLUTA INEXISTÊNCIA O ato produz os efeitos normalmente, já que o vício é mínimo O ato produz os efeitos até que a nulidade seja arguida pela parte, e continua produzindo se a parte não alegar no tempo oportuno O ato produz efeitos até que seja declarado nulo de ofício ou a requerimento da parte O ato não chega a produzir efeitos porque sequer nasce e gera consequências para o mundo jurídico www.alicelannes.com 19 Última atualização em 08/02/2022. PETIÇÃO INICIAL O Estado é inerte e precisa da provocação da parte interessada para atuar. Para retirar a inércia do Estado, exerce-se o direito de ação através da apresentação da petição inicial (reclamação trabalhista). A RT poderá ser apresentada verbalmente. Nesse caso, primeiro ela será distribuída e depois será reduzida a termo (a parte deve retornar à JT em 5 dias para narrar os fatos). Alguns aspectos sobre a RT oral: • Não podem ser feitas por RT oral: dissídio coletivo e inquérito para apuração de falta grave • Perempção: a ausência ao ato de redução a termo da RT oral importa em perempção (perda do prazo de 6 meses do direito de reclamar perante a JT) A RT, em regra, não precisa ser apresentada por advogado, de acordo com o princípio do jus postulandi. Art. 791 CLT: os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a JT e acompanhar as suas reclamações até o final. Entretanto, o jus postulandi não se aplica a: • Ação rescisória • Ação cautelar • Mandado de segurança • Recursos de competência do TST • Homologação de acordo extrajudicial 1. REQUISITOS LEGAIS Art. 840 CLT: sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação. Requisitos do CPC que não estão previstos na CLT: • Fundamentos jurídicos: apesar da CLT não mencionar, entende-se pela necessidade de demonstrar os fundamentos jurídicos (violação à norma ocasionada pelo réu) • Pedido de notificação do reclamado: não há necessidade de pedido de notificação, por se tratar de ato automático • Valor da causa: é requisito da RT, de acordo com a reforma. A CLT fala em pedido certo, determinado e com a indicação do seu valor, o que demonstra a necessidade do valor da causa• Provas: não é necessário, uma vez que as provas são produzidas em audiência, sendo que as testemunhas são levadas sem necessidade de intimação Num resumo, a CLT só fala em: • Indicação da autoridade competente • Qualificação das partes • Breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio • Pedido • Valor da causa • Data e assinatura do subscritor 2. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL Súmula 263 TST: salvo nas hipóteses de indeferimento da petição inicial, o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte não fizer. Hipótese de indeferimento da inicial: • Petição inepta o Falta de pedido ou causa de pedir o Pedido indeterminado, salvo as hipóteses legais de pedido genérico o Narração ilógica dos fatos o Pedidos incompatíveis entre si • Falta de interesse processual • Parte manifestamente ilegítima www.alicelannes.com 20 Última atualização em 08/02/2022. Não se pode confundir o indeferimento da RT com a improcedência liminar do pedido, hipótese na qual o juiz julga improcedente o mérito. Hipóteses de improcedência liminar do pedido que contrariar: • Enunciado de súmula do STF ou STJ • Acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos • Entendimento firmado em IRDR ou IAC • Enunciado de súmula de TJ sobre direito local • Prescrição e decadência No rito sumaríssimo ainda há mais um requisito: o nome e o endereço do reclamado devem ser expostos corretamente, pois não é realizada a notificação por edital. Se a parte não cumprir esse requisito, haverá indeferimento da RT (extinção sem resolução do mérito. Não cabe emendas). 2.1. RECURSO CABÍVEL DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL Sendo indeferida, da sentença caberá o recurso ordinário. Peculiaridades do recurso interposto em face da sentença que indefere a RT: • O juiz poderá se retratar da sentença em 5 dias (efeito regressivo do recurso interposto em face da sentença que extingue o processo sem resolução de mérito) • Não havendo retratação, os autos não subirão de imediato para o tribunal. Há a necessidade de citação para a apresentação de defesa ao recurso (contrarrazões) antes do envio do recurso ao tribunal 3. EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL A emenda na RT sempre será a primeira opção no PT, quando a peça tiver algum vício. Ou seja, antes de indeferir a RT, o juiz deve determinar prazo para que o autor a complete. Art. 321 CPC: o juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos art. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Art. 321, p.ú., CPC: se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. Súmula 263 TST: salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC, o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer. Caso o autor não cumpra, sua RT será indeferida, com extinção do processo sem resolução do mérito, podendo ainda ser condenado ao pagamento das custas, salvo se beneficiário da JG. Súmula 299 TST: II – verificando o relator que a parte interessada não juntou à inicial o documento comprobatório da prova do trânsito em julgado da decisão rescindenda, abrirá prazo de 15 dias para que o faça, sob pena de indeferimento. A juntada posterior da certidão do trânsito em julgado é válida, se realizada no prazo de emenda da petição inicial. Contudo, o trânsito em julgado da decisão rescindenda deve ter ocorrido antes do ajuizamento da ação rescisória, pois o TST não permite a rescisória preventiva. O TST já definiu a impossibilidade de ser determinada a emenda da petição inicial no mandado de segurança, para juntada posterior de documentos, já que é exigida prova pré- constituída. Se faltar algum documento é porque não está preenchida a condição da ação interesse processual adequação (direito líquido e certo), razão pela qual a demanda deve ser extinta sem resolução do mérito. www.alicelannes.com 21 Última atualização em 08/02/2022. 4. ADITAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL Em síntese: • Antes da apresentação da defesa do réu (em audiência): é possível o aditamento, sem a necessidade de consentimento do reclamado • Após a apresentação da defesa: é possível o aditamento, desde que o reclamado consinta • Após o momento de defesa (fase instrutória): não pode o aditamento, mesmo que o reclamado consinta Não confundir com as regras do processo civil, que é até a citação, após a citação e até o saneamento. 5. IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO Também chamado de improcedência prima facie, já que oportuniza ao judiciário o julgamento imediato de questões repetitivas, nas quais já se sabe inexistir direito ao reclamante. Art. 332 CPC: nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I. Enunciado de súmula do STF ou STJ II. Acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos III. Entendimento firmado em IRDR ou IAC IV. Enunciado de súmula de TJ sobre direito local Art. 332, §1º, CPC: o juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. Art. 332, §2º, CPC: não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. Art. 332, §3º, CPC: interposta a apelação, o juiz poderá retratar- se em 5 dias. Art. 332, §4º, CPC: se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 dias. A sentença deve ser de total improcedência. Assim, não há qualquer violação ao princípio do contraditório, pois mesmo não sendo citado, o réu não é prejudicado, uma vez que não tem nenhuma condenação. As hipóteses de julgamento liminar deixam claro que a matéria analisada diversas vezes pelo judiciário e que, por isso, o juiz possui segurança para negar o pedido do autor de forma liminar, já que o direito tende a não ser reconhecido pelo judiciário por contrariar aqueles julgamentos acima expostos. www.alicelannes.com 22 Última atualização em 08/02/2022. NOTIFICAÇÃO Diferente no processo comum, o termo notificação é usado de forma genérica no PT. A notificação engloba a comunicação sobre o ajuizamento da demanda e ciência do ato processual já realizado ou a realizar. Apenas no processo de execução é que a CLT fala em “citação” do executado, e não notificação. Sobre a notificação do réu: • É ato automático realizado pelo servidor da JT, no prazo de 48h a contar do recebimento da RT • A notificação do réu tem a finalidade dele comparecer à audiência e apresentar defesa • Entre o recebimento da notificação e a realização da audiência deve haver o prazo mínimo de 5 dias, sob pena de nulidade • Se o reclamado for PJ de direito público, o prazo entre o recebimento da notificação e a realização da audiência será considerado em quádruplo, ou seja, 20 dias • No processo de conhecimento, a notificação é feita por via postal, com AR (não precisa ser pessoal) • No processo de execução, a notificaçãodeve ser pessoal, já que o executado deve ser cientificado da existência de condenação e da necessidade de seu cumprimento no prazo de 48h • Não será nomeado curador especial ao réu revel citado por edital Súmula 16 TST: presume-se recebida a notificação 48h depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário. Se o reclamado morar fora da comarca, será notificado por via postal, não havendo necessidade de carta precatória. Art. 247, CPC: a citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto: I. Nas ações de estado II. Quando o citando for incapaz III. Quando o citando for PJ de direito público IV. Quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência V. Quando o autor, justificadamente, requerer de outra forma No rito sumaríssimo não existe a notificação do edital, já que é dever da parte indicar corretamente o endereço do reclamado. Não havendo o endereço correto, o processo será arquivado (extinção sem resolução do mérito). www.alicelannes.com 23 Última atualização em 08/02/2022. RESPOSTA DO RÉU No dia da audiência, o reclamado apresentará resposta caso seja infrutífera a primeira tentativa de conciliação. A defesa é apresentada oralmente, no prazo de 20 minutos, englobando todas as peças de defesa (contestação, exceções e reconvenção). Entretanto, na prática, os reclamados levam as defesas escritas, sendo apresentados os documentos também. Com a reforma, a parte pode optar por apresentar sua defesa: • Oral em audiência • Escrita até a audiência (PJE) Art. 847 CLT: não havendo acordo, o reclamado terá 20 minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. Art. 847, p.ú., CLT: a parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de PJE até a audiência. Havendo mais de um reclamado, cada um terá o prazo de 20 minutos para apresentação oral de sua defesa. 1. ESPÉCIES DE DEFESA O reclamado poderá apresentar diversas peças de defesa, cada uma com um objetivo (contestação, suspeição, impedimento etc). Todas as peças deverão ser apresentadas em 20 minutos. 1.1. CONTESTAÇÃO É a principal peça de defesa do reclamado. Ao formular a contestação, o reclamado poderá apresentar matérias relacionadas ao processo (preliminares de mérito) e outras relacionadas aos fatos e fundamentos jurídicos (defesa de mérito). Na preliminar de mérito são várias as matérias (vícios e irregularidades) que o reclamado pode alegar: • Inexistência ou nulidade da citação • Incompetência absoluta (a relativa é alegada por exceção de incompetência) • Incorreção do valor da causa • Inépcia da RT • Perempção • Litispendência • Coisa julgada • Conexão • Incapacidade da parte • Defeito de representação ou falta de autorização • Convenção de arbitragem • Ausência de legitimidade ou de interesse processual • Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar • Indevida concessão do benefício da gratuidade de justiça Com exceção da convenção de arbitragem, o juiz conhecerá de ofício todas essas matérias. Na defesa de mérito, existem 2 regras, que são consideradas como princípios: Princípio da impugnação especificada dos fatos: art. 341 CPC: incumbe ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da RT, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I. Não for admissível, a seu respeito, a confissão II. A RT não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato III. Estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto Art. 341, p.ú., CPC: o ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. O reclamado deve impugnar todos os fatos e pedidos contidos na RT, de maneira a evitar a confissão ficta, já que a ausência de defesa em relação a algum fato ou pedido importa em revelia, que gera a presunção de veracidade. Assim, a regra é a impossibilidade de o reclamado apresentar defesa genérica, apenas dizendo que o que o reclamante está alegando é mentira. www.alicelannes.com 24 Última atualização em 08/02/2022. Logo, apresentar defesa por negação geral é o mesmo que não apresentar, pois vai gerar presunção de veracidade, salvo nas exceções legais. Princípio da eventualidade: art. 341 CPC: depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: I. Relativas a direito ou a fato superveniente II. Competir ao juiz conhecer delas de ofício III. Por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição Salvo as exceções, ao formular a defesa, o reclamado deverá reunir todos os argumentos e documentos e apresentar todos de uma vez só, na audiência, sob pena de preclusão. Compensação: é forma de extinção das obrigações, quando duas pessoas são credoras e devedoras ao mesmo tempo, tratando-se de hipótese de extinção indireta da obrigação. A compensação no âmbito trabalhista só é permitida entre dívidas de natureza trabalhista. Art. 767 CLT: a compensação, ou retenção, só poderá ser arguida como matéria de defesa. Súmula 48 TST: a compensação só poderá ser arguida com a contestação. Súmula 18 TST: a compensação, na JT, está restrita a dívidas de natureza trabalhista. Dedução: o reclamado demonstra que já foram efetuados os pagamentos relacionados às mesmas parcelas pleiteadas pelo reclamante. Pode ser requerida pela parte a qualquer tempo e grau de jurisdição, podendo ser reconhecida também de ofício. Retenção: o empregador retém objeto de titularidade do empregado, visando força-lo ao pagamento de dívida, devendo ser requerida na contestação, sob pena de preclusão. Art. 767: a compensação, ou retenção, só poderá ser arguida como matéria de defesa. 1.2. EXCEÇÕES A CLT só prevê as exceções de suspeição e incompetência (impedimento não). Art. 799 CLT: nas causas da jurisdição da JT, somente podem ser opostas, com suspenso do feito, as exceções de suspeição ou incompetência. Por se tratarem de peça de defesa, deverão ser apresentadas oralmente na audiência ou por escrito no PJE até a audiência. 1.2.1. Exceção de incompetência territorial É a peça adequada para o réu alegar a incompetência territorial, ou seja, alegar que a ação não foi ajuizada no local correto. O foro correto na JT é o local da prestação dos serviços, independentemente se a contratação ocorreu em outro lugar. A exceção deve ser apresentada em até 5 dias a contar do recebimento da notificação, antes da audiência. Ao ser apresentada a peça, será suspensa a realização da audiência, bem como o processo, para que seja processada e julgada primeiro a exceção. A exceção, apesar de ser uma peça de defesa, será apresentada antes da audiência, no prazo de 5 dias a contar do recebimento da notificação. O juiz intimará a parte contrária e eventuais litisconsortes para apresentação da manifestação no prazo comum de 5 dias, designando audiência caso entenda necessária a produção de prova oral. A produção de provas (depoimento pessoal e testemunhal) poderá ser realizada no local que foi afirmado como competente pelo excipiente (por carta precatória). Após a decisão do incidente, o processo retornará ao seu curso, com realização da audiência, apresentação de defesa e produção de provas perante o juízo que foi considerado competente. www.alicelannes.com 25 Última atualização em 08/02/2022. 1.2.2. Exceções de suspeição e impedimento Serão apresentadas quando houver quebra de imparcialidade do julgador. Art. 144 CPC: há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:I. Em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do MP ou prestou depoimento como testemunha II. De que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão III. Quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do MP, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o 3º grau, inclusive IV. Quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o 3º grau, inclusive V. Quando for sócio ou membro de direção ou de administração de PJ parte no processo VI. Quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes VII. Em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego o decorrente de contrato de prestação de serviços VIII. Em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o 3º grau, inclusive IX. Quando promover ação contra a parte ou seu advogado Art. 145 CPC: há suspeição do juiz: I. Amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados II. Que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio III. Quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta ou até o 3º grau, inclusive IV. Interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes Ao reconhecer a suspeição e o impedimento, o juiz do trabalho remeterá os autos ao substituto legal. Caso não reconheça a situação, apresentará as suas razões no prazo de 15 dias, remetendo os autos ao tribunal. Ao julgar o incidente, o tribunal determinará o seu arquivamento ou, reconhecendo o vício, condenará o juiz nas custas processuais, determinando a remessa dos autos ao substituto legal. Com relação aos efeitos, o relator poderá atribuir efeito suspensivo ou não. 1.3. RECONVENÇÃO É um contra ataque do réu ao autor, no mesmo processo. O reclamado não é obrigado a apresentar reconvenção; pode fazer por ação autônoma. Ou seja, o fato de o réu não ter apresentado reconvenção, no prazo de defesa, não impede o ajuizamento posterior de ação autônoma, não havendo, portanto, preclusão. Art. 343 CPC: na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. Não é preciso apresentar contestação para a parte apresentar a reconvenção, pois são pretensões diversas, independentes entre si. Na contestação o réu pede para não ser condenado, enquanto na reconvenção o pedido é de condenação do autor. Para a reconvenção, é necessário preencher os seguintes requisitos: • Competência: o juízo da ação principal deve possuir competência para julgar a pretensão exposta na reconvenção www.alicelannes.com 26 Última atualização em 08/02/2022. • Conexão entre a ação principal e a reconvenção • Pendência de ação: a apresentação de reconvenção decorre da pendência de ação principal, já que aquela se utilizará do procedimento instaurado pelo ajuizamento da demanda originária Apesar da ação principal e reconvenção se utilizarem do mesmo procedimento, são tratadas como duas ações independentes, autônomas, o que significa dizer que a extinção de uma não obsta o prosseguimento da outra. Art. 343, §2º, CPC: a desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. Procedimento: a reconvenção é apresentada na audiência → juiz designa nova audiência → o autor poderá apresentar contestação à reconvenção na nova audiência. REVELIA A ausência do reclamado à ausência importa em revelia, com presunção de veracidade dos fatos narrados, desde que não haja motivo relevante. A presença apenas do advogado do reclamante, estando ausente o preposto ou quem lhe represente também gera revelia, uma vez que o advogado não pode ser advogado e preposto ao mesmo tempo. A revelia no PT se dá pelo não comparecimento do reclamado, e não pela ausência de defesa. Art. 844 CLT: o não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. Súmula 122 TST: a reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência. Art.844, §5º: ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados (entretanto, isso não afasta a revelia). OJ 245 SDI-I: inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audiência. São efeitos da revelia: • Presunção de veracidade dos fatos narrados pelo autor: a presunção relativa de veracidade não impede o juiz de determinar a produção de provas, haja vista os seus poderes instrutórios • Julgamento antecipado da lide: a presunção de veracidade dos fatos trazidos pelo autor torna possível o julgamento antecipado da lide, que consiste na dispensa da fase instrutória para imediato julgamento. Ou seja, o juiz dispensa a produção de provas e profere sentença www.alicelannes.com 27 Última atualização em 08/02/2022. • Desnecessidade de intimação do réu dos atos processuais, com fluência automática dos prazos (só deve ser intimado da sentença) Art. 344 CPC: se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. Art. 370 CPC: caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. Art. 370, p.ú., CPC: o juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. Súmula 74, III, TST: a vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo. Art. 345 CPC: a revelia não produz efeito se: I. Havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação II. O litígio versar sobre direitos indisponíveis III. A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato IV. As alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos Mesmo havendo revelia, o juiz não está obrigado a julgar antecipadamente a lide, já que pode determinar a produção de provas, já que os seus poderes instrutórios foram reconhecidos pelo CPC, permitindo àquele a produção de qualquer meio de prova em direito admitido. Art. 346 CPC: os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. Art. 346, p.ú., CPC: o revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. AUDIÊNCIA É o principal procedimento em 1º grau de jurisdição, já que a maioria dos atos processuais é nela realizada. 1. CARACTERÍSTICAS É ato público. A audiência só será realizada “a portas fechadas” quando houver interesse público ou para a defesa da intimidade de uma das partes. São realizadas em dias úteis, na sede do juízo, entre 8h e 18h,
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