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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO-1

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www.alicelannes.com 
1 
Última atualização em 08/02/2022. 
SUMÁRIO 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO Pág. 02 
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO Pág. 07 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO Pág. 08 
PRAZOS PROCESSUAIS Pág. 15 
NULIDADES PROCESSUAIS Pág. 17 
PETIÇÃO INICIAL Pág. 19 
NOTIFICAÇÃO Pág. 22 
RESPOSTA DO RÉU Pág. 23 
REVELIA Pág. 26 
AUDIÊNCIA Pág. 27 
PROVAS Pág. 29 
SENTENÇA Pág. 33 
CUSTAS PROCESSUAIS Pág. 36 
COISA JULGADA Pág. 37 
RITO SUMÁRIO Pág. 38 
RITO SUMARÍSSIMO Pág. 39 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS Pág. 40 
RECURSOS EM ESPÉCIE Pág. 51 
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA Pág. 62 
EXECUÇÃO Pág. 64 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA Pág. 76 
AÇÃO RESCISÓRIA Pág. 77 
DISSÍDIO COLETIVO Pág. 80 
INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE Pág. 81 
HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL Pág. 82 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GLOSSÁRIO DE SIGLAS 
CF – Constituição Federal 
CC – Código Civil 
CPC – Código de Processo civil 
CP – Código Penal 
CPP – Código de Processo Penal 
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas 
EC – Emenda Constitucional 
MP quando se referir à lei – Medida Provisória 
LC – Lei Complementar 
U/E/DF/M – União, Estado, Distrito Federal e Municípios 
RFB – República Federativa do Brasil 
STF – Supremo Tribunal Federal 
STJ – Superior Tribunal de Justiça 
TJ – Tribunal de Justiça 
TRF – Tribunal Regional Federal 
TRT – Tribunal Regional do Trabalho 
TRE – Tribunal Regional Eleitoral 
TCU – Tribunal de Contas da União 
PF – pessoa física 
PJ – pessoa jurídica 
FP – Fazenda Pública 
MP quando se referir a órgão – Ministério Público 
CNJ – Conselho Nacional de Justiça 
CNMP – Conselho Nacional do Ministério Público 
PR – Presidente da República 
SF – Senado Federal 
CN – Congresso Nacional 
SM – salário mínimo 
ACT – acordo coletivo de trabalho 
CCT – convenção coletiva de trabalho 
EP – empresas públicas 
SEM – sociedades de economia mista 
PT – processo do trabalho 
JT – justiça do trabalho 
RT – reclamação trabalhista 
 
 
 
www.alicelannes.com 
2 
Última atualização em 08/02/2022. 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO 
1. PRINCÍPIO DISPOSITIVO/INÉRCIA 
O juiz não poderá prestar a tutela jurisdicional sem ser 
provocado. Ou seja, o judiciário permanece inerte até ser 
provocado pelo autor, quando exerce o direito de ação. 
Art. 2º CPC: o processo começa por iniciativa da parte e se 
desenvolve por impulso oficial, salvo exceções previstas em lei. 
Exceções da área trabalhista: 
• Possibilidade da execução definitiva de ofício pelo juiz 
ou presidente do Tribunal se a parte não estiver 
representada por advogado 
• A superintendência regional do trabalho e emprego 
deve remeter cópia do processo administrativo para a 
JT, para que se dê início à RT contra falta de anotação 
da CTPS e reconhecimento de vínculo empregatício 
• Dissídio coletivo pode ser iniciado de ofício pelo 
presidente do tribunal, sempre que ocorrer suspensão 
do trabalho (a FCC admite essa possibilidade, apesar 
da doutrina majoritária não admitir) 
 
2. PRINCÍPIO INQUISITIVO 
Está ligado ao impulso oficial, no qual, uma vez exercido o 
direito de ação, o juiz tem o dever de realizar os atos 
processuais de ofício, evitando que o processo já instaurado 
permaneça sem a prática dos atos processuais. 
Art. 765 CLT: os juízos e tribunais do trabalho terão ampla 
liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento 
rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência 
necessária ao esclarecimento delas. 
O juiz deve determinar as provas que serão produzidas, 
independentemente de pedido das partes, além de indeferir 
aquelas que foram pedidas, mas que se mostram protelatórias, 
dispensáveis. 
O juiz pode conhecer de ofício matérias de ordem pública, 
como condições da ação, pressupostos processuais e 
incompetência absoluta. 
 
3. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL 
Os julgamentos serão proferidos por órgãos designados por 
meio de regras objetivas, excluindo-se critérios subjetivos de 
escolha. 
As regras de competência demonstram qual é a autoridade 
judiciária que possui atribuição para julgar um conflito de 
interesses, sendo que tal atribuição é determinada por critérios 
como: matéria analisada, quem será julgado, relação com outro 
processo, valor da causa e território onde surgiu o conflito. 
Art. 5º, XXXVII, CF: não haverá juízo ou tribunal de exceção. 
Art. 5º, LIII, CF: ninguém será processado nem sentenciado 
senão pela autoridade competente. 
 
4. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ 
O novo CPC não traz nenhuma referência a esse princípio (que 
existia no CPC de 73). Assim, o entendimento da doutrina é no 
sentido de não mais existir esse princípio. Logo, poderá um juiz 
produzir as provas e outro julgar, sem qualquer restrição. 
 
5. PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE 
O juiz deve ser imparcial e propiciar tratamento igual às partes. 
Assim, existem situações que o legislador pressupôs que o juiz 
não deve atuar por entender que ele seria parcial. Essas 
situações são o impedimento e a suspeição. O juiz deve se 
declarar impedido ou suspeito e determinar a remessa dos 
autos para seu substituto legal. 
Momento de arguir: 
• Nulidades: primeira vez que tiverem que falar em 
audiência (só por provocação das partes) 
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Última atualização em 08/02/2022. 
• Nulidades fundadas em incompetência de foro: 
devem ser declaradas de ofício 
• Suspeição: exceção de suspeição 
• Incompetência: exceção de incompetência 
• Impedimento: alegada como matéria de defesa 
 
6. PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
Está relacionado ao princípio da celeridade. Deve-se concentrar 
a maioria dos atos processuais em uma única audiência, de 
forma que o procedimento possa ser encurtado, levando o 
julgamento a ser proferido em período de tempo menor. 
Como regra, a audiência na JT é una, não devendo ser 
interrompida. 
Art. 849 CLT: a audiência de julgamento será contínua; mas, se 
não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no 
mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação 
para a primeira desimpedida, independente de nova 
notificação. 
Hipóteses em que será admitido o fracionamento da audiência: 
• Ausência justificada das partes 
• Necessidade de realização de prova pericial 
• Necessidade de intimação de testemunhas 
Consequências da ausência injustificada das partes: 
• Reclamante: arquivamento do processo (extinção 
sem resolução do mérito) 
• Reclamado: revelia, com a presunção da 
veracidade dos fatos narrados na inicial 
 
7. PRINCÍPIO DA ORALIDADE 
Ao elaborar a CLT, o legislador pensou em um procedimento 
em que os atos processuais fossem realizados oralmente, 
dispensando-se a formalidade dos atos escritos e o tempo 
necessário à sua comunicação e realização. 
Aspectos da oralidade: 
• O reclamante poderá ajuizar RT oral: a RT será 
distribuída à VT e o reclamante deve comparecer no 
prazo de 5 dias para reduzir à termo os fatos e 
fundamentos 
• O juiz realizará a leitura da RT, caso não seja 
dispensada pelas partes 
• O reclamado apresentará a defesa oralmente, no 
prazo de 20 minutos (cuidado: se a defesa for escrita, 
deve ser apresentada até antes da audiência 
começar) 
• O juiz buscará a conciliação em 2 momentos 
obrigatórios, sob pena de nulidade: no início da 
audiência e após as razões finais 
• As razões finais serão realizadas em audiência, em 10 
minutos para cada parte 
• A sentença será proferida oralmente ao término da 
audiência 
• A parte apresentará o protesto em audiência, caso 
discorde de alguma decisão interlocutória, visando 
evitar a preclusão acerca da matéria. A parte deve 
requerer que o protesto conste em ata 
 
8. PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS 
Como regra, a parte deverá esperar a sentença para interpor o 
recurso cabível (RO). Ao interpor o RO, a parte deverá 
demonstrar seu inconformismo em face da decisãointerlocutória proferida. 
Art. 893, §1º, CLT: os incidentes do processo são resolvidos 
pelo próprio juízo ou tribunal, admitindo-se a apreciação do 
merecimento das decisões interlocutórias somente em 
recursos da decisão definitiva. 
Exceções à irrecorribilidade: 
• Decisões interlocutórias que são terminativas (aquelas 
que reconhecem a incompetência absoluta da JT e 
remetem os autos para a justiça comum): caberá RO 
• Decisão de TRT contrária à súmula ou OJ do TST: 
caberá RR para o TST 
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Última atualização em 08/02/2022. 
• Decisão suscetível de impugnação mediante recurso 
para o próprio tribunal: caberá agravo interno 
• Decisão que julga exceção de incompetência, 
determinando a remessa dos autos para VT vinculada 
a outro TRT: caberá RO 
Art. 799, §2, CLT: das decisões sobre exceções de suspeição e 
incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, 
não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las 
novamente no recurso que couber da decisão final. 
Súmula 214 TST: na JT as decisões interlocutórias não ensejam 
recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: 
a) De TRT contrária à súmula ou OJ do TST; (cabe recurso 
de revista) 
b) Suscetível de impugnação mediante recurso para o 
mesmo tribunal; (cabe agravo) 
c) Que acolhe exceção de incompetência territorial, com 
a remessa dos autos para TRT distinto daquele a que 
se vincula o juízo excepcionado (cabe recurso 
ordinário) 
 
9. PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
Gera a possibilidade de as partes recorrerem de decisões que 
lhes forem desfavoráveis, interpondo os recursos previstos em 
lei. Apesar de usual, esse direito de interpor recurso não é 
garantia constitucional, pois não há qualquer artigo na CF sobre 
o assunto. 
Para a interposição de um recurso a parte deve mostrar: 
• Error in judicando: faz com que o recorrente requeira 
a reforma do julgado; ou 
• Error in procedendo: gera o pedido de anulação da 
decisão 
 
10. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA 
As partes devem ser informadas dos atos processuais para, 
querendo, apresentarem manifestação. Não há necessidade de 
reação efetiva, basta oferecer à parte a possibilidade de reagir, 
por tratar-se de faculdade daquela. 
Contraditório = informação + possibilidade de reação. 
Ampla defesa = informação + demonstração do direito por 
todos os meios processuais legais. 
Súmula 403, I, TST: não caracteriza dolo processual o simples 
fato de a parte vencedora haver silenciado a respeito de fatos 
contrários a ela. 
 
11. PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO 
Apesar do juiz poder tentar a conciliação a qualquer momento, 
existem dois momentos obrigatórios de tentativa (no início e no 
término da audiência), sob pena de incorrer em nulidade: 
• Após o pregão 
• Após as razões finais 
Obs.: homologação de acordo gera sempre a extinção do 
processo com resolução de mérito. 
Súmula 418 TST: a homologação de acordo constitui faculdade 
do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do 
mandado de segurança. 
Art. 831, p.ú., CLT: no caso de conciliação, o termo que for 
lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a 
Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem 
devidas. 
Ou seja, as partes não podem interpor recurso (mas podem 
ajuizar a ação rescisória, no prazo de 2 anos), mas a União pode 
recorrer quanto às contribuições previdenciária incidentes. 
Súmula 259 TST: só por ação rescisória é impugnável o termo 
de conciliação previsto no p.ú. do art. 831 da CLT. 
 
12. PRINCÍPIO DO JUS POSTULANDI 
É a possibilidade de as partes realizarem os atos processuais 
sem a representação de advogado. 
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Última atualização em 08/02/2022. 
Art. 791 CLT: os empregados e empregadores poderão 
reclamar pessoalmente perante a JT e acompanhar suas 
reclamações até o final. 
Apesar da CLT falar em “até o final”, o TST criou algumas 
exceções do jus postulandi: 
Súmulas 425 TST: o jus postulandi das partes limita-se às VT e 
aos TRT, não alcançando a ação rescisória, ação cautelar, 
mandado de segurança e os recursos de competência do TST. 
A reforma ainda incluiu o art. 855-B na CLT: o processo de 
homologação de acordo extrajudicial terá início por petição 
conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por 
advogado. 
Ou seja, a parte precisa obrigatoriamente de advogado para: 
• Ação rescisória 
• Ação cautelar 
• Mandado de segurança 
• Recursos de competência do TST 
• Homologação de acordo extrajudicial 
 
13. PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 
Art. 93, IX, CF: todos os julgamentos dos órgãos do poder 
judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, 
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou 
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à 
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse 
público à informação. 
Sentença = relatório + fundamentação + dispositivo. Em alguns 
procedimentos o legislador pode dispensar o relatório, mas 
nunca a fundamentação e o dispositivo. 
 
14. PRINCÍPIO DA PROBIDADE/BOA-FÉ PROCESSUAL 
Todos os sujeitos do processo devem agir de forma adequada e 
prova. 
Art. 793-B CLT: considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I. Deduzir pretensão ou defesa contra texto 
expresso de lei ou fato incontroverso 
II. Alterar a verdade dos fatos 
III. Usar do processo para conseguir objetivo ilegal 
IV. Opuser resistência injustificada ao andamento do 
processo 
V. Proceder de modo temerário em qualquer 
incidente ou ato do processo 
VI. Provocar incidente manifestamente infundado 
VII. Interpuser recurso com intuito manifestamente 
protelatório 
Ou seja, quem descumprir as regras de boa-fé do processo 
receberá multa de 1% a 10% do valor da causa ou até 2x o teto 
do RGPS e outras penas pecuniárias (indenização, honorários 
advocatícios e despesas efetuadas). A condenação será de 
ofício ou a requerimento. 
A multa por litigância de má-fé também poderá ser aplicada à 
testemunha que mente ou omite informação relevante. 
 
15. PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE 
Toda matéria de defesa deverá ser apresentada no momento 
oportuno (contestação), sob pena de preclusão. 
Art. 336 CPC: incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a 
matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com 
que impugna o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir. 
Além disso, como regra, deverá haver a impugnação 
especificada. Ou seja, o réu não pode apresentar uma defesa 
genérica. Essa defesa genérica acarreta em revelia, com a 
presunção de veracidade dos fatos apresentados na RT. 
Exceções da impugnação especificada: 
• Se não for admissível, a seu respeito, a confissão 
• A RT não estiver acompanhada de instrumento que a 
lei considerar da substância do ato 
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Última atualização em 08/02/2022. 
• Estiverem em contradição com a defesa, considerada 
em seu conjunto 
 
16. PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO 
É a perda da possibilidade de realização de um ato processual, 
que pode ocorrer em virtude de 3 fatos: 
• Temporal: prática de ato processual fora do prazo 
estabelecido 
• Lógica: realização de ato processual incompatível 
• Consumativa: realização de ato processual em 
momento anterior, sem poder renovar 
 
17. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO 
Se mostra de forma diferente ao princípio da proteção do 
direito do trabalho (direito material). Veja alguns exemplos: 
• Gratuidade do processo: custas pagas ao final 
• Arquivamento da RT caso o reclamante falte à 
audiência (extinção sem resolução do mérito) 
• Inversão do ônus da prova 
• Inexigibilidade do depósito recursal para o empregado 
• Impulso oficial na execução definitiva para quem não 
tem advogado 
• Efeito meramente devolutivo dos recursos 
 
18. PRINCÍPIO DA BUSCA PELA VERDADE REAL 
Noconfronto entre a realidade e os documentos relacionados 
ao contrato de trabalho, deverá ser levada em conta a 
realidade, e não os documentos. 
Para isso, o juiz deve valer-se de seus poderes instrutórios, que 
consistem na possibilidade de determinar as provas que 
entender necessárias, de ofício, independentemente de pedido 
das partes, indeferindo os requerimentos que entender 
protelatórios. 
 
19. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
Art. 5º, LIV, CF: ninguém será privado da liberdade ou de seus 
bens sem o devido processo legal. 
 
20. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS 
Os atos processuais são dotados de forma pré-determinada, 
visando a um objetivo. Colocando forma e objetivo na balança, 
o objetivo leva vantagem; ou seja, deve ser favorecido. O 
objetivo é atingir a finalidade do ato processual, 
desconsiderando-se eventual vício de forma existente. 
Art. 188 CPC: os atos e os termos processuais independem de 
forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, 
considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe 
preencham a finalidade essencial. 
 
21. PRINCÍPIO DA NORMATIZAÇÃO COLETIVA 
É quando a JT cria regras, normatizando situações de trabalho 
para serem aplicadas às categorias de empregados e 
empregadores. Isso acontece quando a JT julga um dissídio 
coletivo de natureza econômica, na qual são criadas novas 
condições de trabalho para as categorias. 
Ao criar essas regras, a JT está exercendo o poder normativo. 
Art. 114, §2º, CF: recusando-se qualquer das partes à 
negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de 
comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza 
econômica, podendo a JT decidir o conflito, respeitadas as 
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como 
as convencionadas anteriormente. 
 
22. PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO 
Art. 5º, XXXV, CF: a lei não excluirá da apreciação do judiciário 
lesão ou ameaça a direito. 
Sobre a comissão de conciliação prévia: art. 625-D: qualquer 
demanda de natureza trabalhista será submetida à CCP se, na 
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Última atualização em 08/02/2022. 
localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a 
comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. 
Apesar da CLT falar em “será submetida”, o entendimento do 
STF é no sentido de que a parte é quem escolhe se submeterá a 
demanda primeiro à CCP ou se buscará diretamente o 
judiciário. 
 
23. PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE DA LIDE 
Alteração dos pedidos pelo autor: 
• Até a apresentação da defesa: autor pode modificar 
os pedidos da RT 
• Depois da apresentação da defesa: autor pode 
modificar os pedidos da RT, desde que haja 
consentimento do réu 
• Após o saneamento/instrução: não pode ser realizada 
alteração (a demanda já está pronta para instrução) 
 
24. PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO/ADSTRIÇÃO/CONGRUÊNCIA 
O juiz deve julgar de acordo com o pedido. Assim, ao formular o 
pedido a própria parte já delimita o que o juiz deve decidir. 
Exemplo: se a parte não pediu dano moral, o juiz não pode 
deferir o dano moral de ofício. 
Consequências do descumprimento: decisões: 
• Extra petita: juiz decide fora do pedido (coisa diversa) 
• Ultra petita: juiz decide além do que foi pedido 
• Infra/citra petita: juiz deixa de decidir algum pedido 
Exceções ao princípio da congruência (pedidos implícitos): 
• Juros e correção monetária 
• A estabilidade provisória gera, em regra, a 
reintegração. Entretanto, existem situações em que 
não será possível a reintegração (como o fim do 
período da estabilidade). Nesse caso, o juiz pode 
substituir de ofício a reintegração por uma 
indenização 
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
1. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 
É órgão de cúpula da JT, representando o 3º grau da jurisdição 
trabalhista, tendo por funções primordiais a uniformização da 
jurisprudência trabalhista, decidindo, ainda, em última 
instância, as questões administrativas da justiça laboral. 
Art. 111 CF: são órgãos da JT: 
I. O TST 
II. Os TRT 
III. Juízes do trabalho 
Ministros do TST: 
• 27 ministros 
• Brasileiros (natos ou naturalizados) com mais de 35 e 
menos de 65 anos 
• Nomeados pelo PR após aprovação da maioria 
absoluta do senado 
• 1/5 constitucional: membros da advocacia e do MPT 
com mais de 10 anos de atividade 
• 4/5 dentre juízes dos TRT, oriundos da magistratura 
de carreira, indicados pelo próprio TST 
Funcionam junto ao TST a ENAMAT e o CSJT: 
Funções da escola nacional de formação e aperfeiçoamento de 
magistrados do trabalho: regulamentar os cursos oficiais para 
ingresso na magistratura do trabalho e promoção na carreira. 
Funções do conselho superior da JT: supervisionar a JT de 1º e 
2º graus, nos campos administrativo, orçamentário, financeiro 
e patrimonial, centralizando nesse órgão tais funções, cujas 
decisões são vinculantes. 
 
2. TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO 
Alteração trazida pela EC 45/04: fim da obrigatoriedade de 
instalação de um TRT em cada estado. 
Estados que nunca possuíram um TRT: Tocantins, Roraima, 
Acre e Amapá. 
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Última atualização em 08/02/2022. 
Nas comarcas não abrangidas pela JT, a lei poderá atribuir 
competência trabalhista para os juízes de direito, com recurso 
para o TRT competente. 
Art. 112 CF: a lei criará VT, podendo, nas comarcas não 
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, 
com recurso para o respectivo TRT. 
Juízes do TRT: 
• Mínimo 7 juízes 
• Recrutados, quando possível, na respectiva região 
• Nomeados pelo PR (sem sabatina do senado) 
• Brasileiros (natos ou naturalizados) com mais de 30 e 
menos de 65 anos 
• 1/5 constitucional: membros da advocacia e do MPT 
com mais de 10 anos de atividade 
• 4/5: promoção de juízes do trabalho por antiguidade 
e merecimento 
 
3. JUÍZES OU VARAS DO TRABALHO 
É a justiça de 1º grau exercida por um juiz singular. 
Não havendo uma VT na comarca, as ações serão julgadas (até 
a sentença) por um juiz de direito comum, e o recurso será 
remetido para o TRT competente. 
Estando a ação trabalhista em curso perante o juiz de direito e 
sendo instalada a VT, os autos serão imediatamente remetidos 
ao novo órgão, por tratar-se de alteração de competência 
absoluta material. Não há que se aguardar o término do ato 
processual que está sendo realizado, muito menos ser 
proferida sentença. 
Súmula 10 STJ: instalada a junta de conciliação e julgamento, 
cessa a competência do juiz de direito em matéria trabalhista, 
inclusive para a execução das sentenças por ele proferidas. 
Art. 43 CLT: determina-se a competência no momento do 
registro ou da distribuição da RT, sendo irrelevantes as 
modificações do estado de fato ou de direito ocorridas 
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou 
alterarem a competência absoluta. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
1. DIFERENÇA ENTRE JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
Jurisdição é o poder-dever-função do Estado de dizer o direito 
no caso concreto, quando provocado. 
• Poder: decorre da sua soberania 
• Dever: sendo vedada a autotutela, o Estado deve 
analisar as questões conflituosas 
• Função: o Estado deve criar normas (legislativo), 
administrar os interesses dele mesmo e dos cidadãos 
(executivo) e dirimir os conflitos (judiciário) 
Todos os juízos possuem jurisdição, podendo atuar nas 
demandas instauradas perante o judiciário, dizendo o direito. 
Logo, todo órgão judiciário possui jurisdição. 
Já a competência é a medida da jurisdição, pois demonstra em 
que situações o magistrado pode exercer sua jurisdição. 
 
2. CRITÉRIOS DE COMPETÊNCIA 
Existem 2 tipos de competência: absoluta e relativa. Observe a 
tabela comparativa: 
 ABSOLUTA RELATIVA 
INTERESSE Estado Partes 
CRITÉRIOS 
Matéria 
Pessoa 
Função 
Território 
Valor da causa 
LEGITIMIDADE P/ 
ALEGAR O VÍCIO 
De ofício de pelo juiz 
ou a requerimento 
das partesA requerimento das 
partes 
MOMENTO P/ 
ALEGAR O VÍCIO 
A qualquer momento 
e grau de jurisdição 
No prazo de defesa 
FORMA DE 
ALEGAR O VÍCIO 
Simples petição 
Exceção de 
incompetência 
CONSEQUÊNCIAS 
Remessa dos autos 
para o juízo 
competente, com 
substituição das 
decisões pelo novo 
juízo 
Remessa dos autos 
ao juízo considerado 
competente, que no 
PT é o local da 
prestação dos 
serviços 
PRECLUSÃO 
Não há preclusão, 
por tratar-se de 
norma de ordem 
pública 
Preclusão pela não 
apresentação da 
alegação de 
incompetência, 
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acarretando 
prorrogação de 
competência 
AÇÃO 
RESCISÓRIA 
Cabe AR se a decisão 
que transitou em 
julgado tiver sido 
proferida por juiz 
absolutamente 
incompetente 
Não cabe AR, por ter 
havido preclusão 
ante a não 
apresentação de 
alegação de 
incompetência 
 
3. CRITÉRIOS ABSOLUTOS 
3.1. RELAÇÃO DE EMPREGO X RELAÇÃO DE TRABALHO 
Art. 114 CF: compete à JT processar e julgar: 
I. As ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos 
os entes de direito público externo e da administração 
pública direta e indireta da U/E/DF/M 
Antes da EC 45/04 esse art. só fazia menção à relação de 
emprego, o que excluía os autônomos, eventuais, prestadores 
de serviços etc. A substituição pela expressão “relação de 
trabalho” ampliou muito a competência da JT. 
A JT não tem competência para analisar a relação de consumo. 
Súmula 363 STJ: compete à justiça estadual processar e julgar 
ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra 
cliente. 
STF: o disposto no art. 114, I, CF, não abrange as causas 
instauradas entre o poder público e o servidor que lhe seja 
vinculado por relação jurídico estatutária. 
 
3.2. AÇÕES ENVOLVENDO ACIDENTES DE TRABALHO 
Ação movida pelo empregado em face do empregador, 
buscando indenização em virtude do acidente de trabalho: 
competência da JT. 
Ação movida em face do INSS, para que a autarquia 
previdenciária reconheça a existência de acidente de trabalho e 
a incapacidade dele advinda, de forma que efetue o pagamento 
das verbas devidas: competência da justiça comum estadual. 
 
Apesar de o INSS ser uma autarquia federal, a 
competência não é da justiça comum federal, mas 
sim da estadual. 
Súmula 15 STJ: compete à justiça estadual processar e julgar os 
litígios decorrentes de acidente de trabalho. 
Súmula 235 STF: é competente para a ação de acidente do 
trabalho a justiça cível comum, inclusive em 2ª instância, ainda 
que seja parte autarquia seguradora. 
Súmula 501 STF: compete à justiça ordinária estadual o 
processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas 
de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a União, 
suas autarquias, EP ou SEM. 
Dano em ricochete/reflexo/indireto: é quando o empregado 
falece por acidente de trabalho e a família busca indenização. 
Nesse caso, a ação deverá ser proposta na JT. 
Súmula vinculante 22: a JT é competente para processar e 
julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais 
decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado 
contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam 
sentença de mérito em 1º grau quando da promulgação da EC 
45/04. 
Súmula 367 STJ: a competência estabelecida pela EC 45/04 não 
alcança os processos já sentenciados. 
Ou seja, as demandas deveriam ser remetidas para o órgão 
competente após a EC 45/04, independentemente do 
momento processual. Ocorre que o STJ e o STF criaram um 
“meio termo”, que fez com que os processos já sentenciados 
permanecessem no órgão que os decidiu, enquanto que as 
demais demandas seriam remetidas para novo órgão 
jurisdicional. 
 
3.3. COMPETÊNCIA CRIMINAL 
STF: a JT não possui competência criminal, mesmo após a 
ampliação da competência pela EC 45/04. 
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Havendo crime contra a organização do trabalho ou nos autos 
de processo trabalhista, a competência para o processo 
criminal será da justiça comum federal. 
Art. 109 CF: aos juízes federais compete processar e julgar: 
VI. Os crimes contra a organização do trabalho e, nos 
casos determinados por lei, contra o sistema 
financeiro e a ordem econômico-financeira 
 
3.4. AÇÕES ENVOLVENDO O EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE 
Art. 114 CF: compete à JT processar e julgar: 
II. As ações que envolvam o exercício do direito de greve 
O fato de o texto constitucional ser genérico foi proposital, de 
forma a retirar qualquer conflito sobre o tema da justiça 
comum, uma vez que greve é um tema eminentemente 
trabalhista. 
Art. 114, §3º, CF: em caso de greve em atividade essencial, com 
possibilidade de lesão do interesse público, o MPT poderá 
ajuizar dissídio coletivo, competindo à JT decidir o conflito. 
Súmula vinculante 23: a JT é competente para processar e 
julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do 
direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. 
 
3.5. AÇÕES SOBRE REPRESENTAÇÃO SINDICAL 
Art. 114 CF: compete à JT processar e julgar: 
III. As ações sobre representação sindical, entre 
sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre 
sindicatos e empregadores 
Exemplos de ações: 
• Visando a discussão sobre direito de filiação e 
desfiliação ao sindicato 
• Visando a discussão sobre unicidade sindical (só pode 
um sindicato por base territorial) 
• Cujo objeto seja eleição de representante sindical e 
todas as questões daí advindas, tais como discussão 
acerca de estabilidade, convocação de assembleia etc 
• Envolvendo contribuições devidas ao sindicato, 
federação e confederação, bem como ações de 
consignação e execução das mesmas 
 
3.6. MANDADO DE SEGURANÇA, HABEAS CORPUS E HABEAS 
DATA 
Art. 114 CF: compete à JT processar e julgar: 
IV. Os MS, HC e HD quando o ato questionado envolver 
matéria sujeita a sua jurisdição 
Competência para impetração do MS: 
Vara do trabalho: contra ato de: 
• Auditor fiscal do trabalho 
• Delegado do trabalho 
• Fiscalização das relações de trabalho 
• Membro do MPT em inquéritos civis públicos ou 
outros procedimentos administrativos 
TRT: contra ato de: 
• Juiz do trabalho 
• Juiz de direito atuando com competência trabalhista 
• Atos do próprio TRT em órgãos monocráticos ou 
colegiados 
TST: contra ato de: 
• Presidente do TST 
• Qualquer ministro 
Se o ato questionado for de membro do TRT, a 
competência para o MS é do próprio TRT com 
recurso ordinário para o TST. 
Se o ato questionado for de membro do TST, a 
competência para o MS é do próprio TST. 
O exemplo mais usado para o cabimento do HC era a prisão do 
depositário infiel, contudo hoje em dia não é lícita a prisão civil 
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do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do 
depósito (súmula vinculante 25). 
Outras situações podem gerar a utilização do HC, como: prisão 
decretada pelo juiz à testemunha por ferir o dever de dizer a 
verdade, restrição de liberdade do empregado pelo 
empregador, de empregado em situação análoga à de escravo 
etc. 
Competência para impetração do HC: 
• Vara do trabalho: quando o ato ilegal for realizado por 
particular 
• TRT: quando o ato ilegal for realizado por juiz do 
trabalho 
• TST: quando o ato ilegal for realizado por juiz do TRT 
Já o HD poderá ser utilizado nas seguintes hipóteses: 
• Servidor celetista em face do Estado, para ter acesso 
às informações constantes em seu prontuário 
• Terceiro em relação à VT ou outro órgão do judiciário 
trabalhista, para ter acesso aos autos de processo em 
que há testemunho, fazendo menção à intimidade do 
impetrante 
 
3.7. CONFLITOS DE COMPETÊNCIA 
Existem 3 tipos de conflitos de competência: 
• Positivo: declaração de competência entre 2 ou mais 
juízos 
• Negativo: declaração de incompetência entre 2 ou 
mais juízos 
• Conflito da reunião ouseparação de processos: 
quando surge controvérsia entre 2 ou mais juízos em 
decorrência daqueles fatos 
Art. 952 CPC: não pode suscitar conflito a parte que, no 
processo, arguiu incompetência relativa. 
Art. 952, p.ú., CPC: o conflito de competência não obsta, 
porém, a que a parte que não o arguiu suscite a incompetência. 
Art. 953 CPC: o conflito será suscitado ao tribunal: 
I. Pelo juiz, por ofício 
II. Pela parte e pelo MP, por petição 
Art. 953, p.ú., CPC: o ofício e a petição serão instruídos com os 
documentos necessários à prova do conflito. 
Art. 805 CLT: os conflitos de jurisdição podem ser suscitados: 
a. Pelos juízes e tribunais do trabalho 
b. Pelo procurador-geral e pelos procuradores regionais 
da JT 
c. Pela parte interessada ou seu representante 
Art. 806 CLT: é vedado à parte interessada suscitar conflitos de 
jurisdição quando já houver oposto na causa exceção de 
incompetência. 
Competência para julgamento dos conflitos: 
VT não tem competência para julgamento de 
conflitos de competência. 
TRT resolverá o conflito quando for entre: 
• VT x VT (mesma região) 
• VT x juiz de direito investido da jurisdição trabalhista 
(mesma região) 
• Juiz de direito x juiz de direito investido da jurisdição 
trabalhista (mesma região) 
TST resolverá o conflito quando for entre: 
• TRT x TRT 
• TRT x VT 
• TRT x juiz de direito investido da jurisdição trabalhista 
• Juiz de direito x juiz de direito investido da jurisdição 
trabalhista (região distinta) 
STJ resolverá o conflito quando for entre: 
• VT x juiz de direito não investido na jurisdição 
trabalhista 
• TRT x juiz de direito não investido na jurisdição 
trabalhista 
STF resolverá o conflito quando for entre: 
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• TST x qualquer outro órgão do poder judiciário (TJ, 
TRF, STJ, STF etc) 
Súmula 420 TST: não se configura conflito de competência 
entre TRT e VT a ele vinculada. 
 
3.8. AÇÕES DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL OU 
PATRIMONIAL 
Súmula 392 TST: a JT é competente para processar e julgar 
ações de indenização por dano moral e material, decorrentes 
da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de 
trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas 
pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido. 
 
3.9. DISSÍDIOS COLETIVOS 
Se as partes não chegarem ao término do conflito de maneira 
conciliatória, bem como não for estabelecida a arbitragem, o 
conflito coletivo será decidido pelo judiciário, que fixará as 
normas jurídicas a serem aplicadas para aquelas categorias em 
conflito, por determinado período de tempo. 
Precedente normativo 120 TST: a sentença normativa vigora, 
desde seu termo inicial até que sentença normativa, CCT ou 
ACT superveniente produza sua revogação, expressa ou tácita, 
respeitando, porém, o prazo máximo legal de 4 anos de 
vigência. 
Após 1 ano a sentença normativa poderá ser 
revisada através de dissídio econômica revisional. 
A sentença normativa não possui carga condenatória, pois 
apenas cria a norma jurídica (direito) ou interpreta norma 
preexistente. 
Os dissídios coletivos nunca serão julgados pela CT, e sim, 
apenas pelos TRT e TST, pois possuem competência originária 
para tais dissídios, a depender da amplitude das categorias em 
conflito. 
Havendo descumprimento de alguma norma constante da 
sentença normativa, não é cabível ação de execução, já que a 
natureza jurídica daquele ato judicial é constitutivo ou 
declaratório, e nunca condenatório. Nessas situações, caberá o 
ajuizamento de ação de cumprimento de competência da VT. 
A ação de cumprimento é da competência da VT, 
enquanto o dissídio coletivo é da competência dos 
TRT ou TST. 
 
3.10. AÇÕES SOBRE DESCUMPRIMENTO DE NORMAS 
RELATIVAS À SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO 
TRABALHO 
Súmula 736 STF: compete à JT julgar as ações que tenham 
como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas 
relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. 
 
3.11. EXECUÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
Sendo proferida uma sentença condenatória ou homologado o 
acordo, sobre as parcelas de cunho salarial incidirá a 
contribuição social devida à União. 
Art. 876, p.ú., CLT: serão executadas de ofício as contribuições 
sociais devidas em decorrência de decisão proferida pelos 
juízes e tribunais do trabalho, resultantes de condenação ou 
homologação de acordo, inclusive sobre os salários pagos 
durante o período contratual reconhecido. 
OJ 376 SDI-I: é devida a contribuição previdenciária sobre o 
valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em 
julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de 
valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória 
deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto do 
acordo. 
Art. 114, VIII, CF: compete à JT processar e julgar: a execução, 
de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a” e 
II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que 
proferir. 
 
 
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3.12. OUTRAS COMPETÊNCIAS PREVISTAS NA CLT 
Art. 652 CLT: compete às juntas de conciliação e julgamento: 
a. Conciliar e julgar: 
I. Os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da 
estabilidade do empregado 
II. Os dissídios concernentes à remuneração, férias e 
indenização por motivo de rescisão do contrato 
individual do trabalho 
III. Os dissídios resultantes de contratos de empreitadas 
em que o empreiteiro seja operário ou artífice 
IV. Os demais dissídios concernentes ao contrato 
individual de trabalho 
V. As ações entre trabalhadores portuários e os 
operadores portuários ou o órgão gestor de mão-de-
obra (OGMO) decorrentes da relação de trabalho 
b. Processar e julgar os inquéritos para apuração de falta 
grave 
c. Julgar os embargos opostos as suas próprias decisões 
d. Impor multas e demais penalidades relativas aos atos 
de sua competência 
e. Revogado 
f. Decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial 
em matéria de competência da JT 
Art. 652, p.ú., CLT: terão preferência para julgamento os 
dissídios sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem 
da falência do empregador, podendo o presidente da junta, a 
pedido do interessado, constituir processo em separado, 
sempre que a reclamação também versar sobre outros 
assuntos. 
Súmula 300 TST: compete à JT processar e julgar as ações de 
empregados contra empregadores, relativas ao cadastramento 
no Plano de Integração Social (PIS). 
Súmula 454 TST: compete à JT a execução, de ofício, da 
contribuição referente ao seguro de acidente de trabalho, que 
tem natureza de contribuição para a seguridade social, pois se 
destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade 
do empregado decorrente de infortúnio no trabalho. 
As partes podem formular acordo extrajudicialmente, levando-
o para homologação do juiz, que proferirá sentença para que 
produza todos os efeitos legais e a situação nela verificada não 
pode mais ser discutida. 
Sobre o acordo extrajudicial: 
• O acordo deve ser apresentado por petição conjunta 
• As partes devem estar representadas por advogado 
(não é possível o jus postulandi) 
• Os advogados das partes devem ser diferentes 
• O trabalhador pode ser representado por advogado 
do sindicato 
• Durante o procedimento a prescrição fica suspensa 
para não causar prejuízo ao trabalhador (o prazo volta 
a correr do trânsito em julgado da sentença que não 
homologa o acordo) 
Por fim, o juiz não está obrigado a homologar o acordo, já que 
constitui mera faculdade do magistrado. 
 
4. CRITÉRIOS RELATIVOS 
O critério da competência territorial define o local do 
ajuizamento da ação. O local da prestação dos serviços será 
competente para processar e julgar a RT (art. 651 CLT). Mesmo 
que o empregado tenha sido contratado em outro local, a 
competência será a da comarca em que efetivamentetrabalhou. Se o trabalhador trabalhou em vários locais, o foro 
competente será o último local da prestação dos serviços. 
Regra: último local da prestação dos serviços. 
Agente ou viajante comercial: 
• Local em que a empresa tenha agência ou filial e a 
este o empregado esteja subordinado 
• Local em que o empregado tenha domicílio 
• Local mais próximo 
Essa regra se estende aos dissídios ocorridos em agência ou 
filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e 
não haja convenção internacional dispondo em contrário. 
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Empregador que promove atividades fora do lugar do contrato: 
• Local da celebração do contrato 
• Local da prestação dos serviços 
A competência territorial é relativa, logo, não pode ser 
reconhecida de ofício pelo juiz; razão pela qual a parte 
interessada deve apresentar alegação de incompetência. 
 
4.1. FORO DE ELEIÇÃO EM CONTRATOS DE TRABALHO 
Foro de eleição é quando as partes escolhem o local do 
ajuizamento da ação. O foro de eleição não é aplicado na JT, 
uma vez que o empregador poderia impor situação 
desfavorável ao empregado, elegendo local distante para o 
ajuizamento das ações. 
 
4.2. PERPETUAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
A regra afirma que a competência é fixada no momento do 
ajuizamento da ação, sendo irrelevantes determinadas 
alterações; o que significa dizer que uma vez ajuizada a ação, 
alguns fatos não modificam a competência que foi fixada no 
órgão judicial. 
Porém, existem exceções, que são as alterações em critérios de 
competência absoluta (matéria, pessoa e função) ou a 
supressão do órgão jurisdicional. 
 
4.3. MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
A modificação está relacionada apenas aos critérios relativos 
(território e valor da causa). 
O valor da causa no PT só é relevante para a 
definição do procedimento. 
São 3 hipóteses de modificação de competência: 
Inércia do réu: consiste na falta de apresentação da alegação 
de incompetência territorial. O fato do réu se mostrar inerte na 
apresentação da defesa importa na prorrogação da 
competência. Ou seja, o juízo que era incompetente passa a ser 
competente por não se arguir o vício. 
Conexão: 2 ou mais ações são conexas quando tiverem a 
mesma causa de pedir ou o mesmo pedido. Nessas situações, 
as ações reunidas. Ou seja, a competência poderá ser alterada 
após o ajuizamento da demanda, se verificar-se que em outro 
juízo já uma demanda conexa. A reunião das ações (que será 
feita no juízo prevento) tem por finalidade evitar o 
proferimento de sentenças contraditórias. 
Continência: 2 ou mais ações são continentes quando houver 
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido 
de uma é mais amplo e abrange as demais. As ações 
continentes poderão ser reunidas para evitar decisões 
conflitantes: 
• Se a ação continente tiver sido ajuizada antes da 
contida, a última será extinta 
• Se a ação contida tiver sido ajuizada antes da 
continente, haverá reunião das ações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRAZOS PROCESSUAIS 
Prazo é o tempo que se dispõe para a prática de um ato 
processual. Está intimamente ligado à preclusão temporal. 
Art. 223 CPC: decorrido o prazo, extingue-se o direito de 
praticar ou de emendar o ato processual, independentemente 
de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte 
provar que não o realizou por justa causa. 
 
1. CLASSIFICAÇÃO 
1.1. LEGAIS, JUDICIAIS E CONVENCIONAIS 
Legal: determinado pela lei. É a regra, por questão de 
segurança jurídica e visando o princípio da isonomia. 
Judicial: determinado pelo juiz. Como o legislador não pode 
prever todas as situações possíveis, ele permitiu que o juiz 
designasse um prazo no caso concreto. 
Art. 218, §1º, CPC: os atos processuais serão realizados nos 
prazos prescritos em lei. Quando a lei for omissa, o juiz 
determinará os prazos em consideração à complexidade do ato. 
Convencional: determinado pelas partes (por acordo). As partes 
possuem certa liberdade para definir os prazos processuais. 
Exemplo: o processo pode ser suspenso por até 6 meses por 
convenção das partes. 
 
1.2. DILATÓRIOS E PEREMPTÓRIOS 
Dilatório: podem sofrer alteração ou alargamento. É a exceção 
que ocorre, por exemplo, na prorrogação do prazo em comarca 
que tenha o transporte difícil. 
Peremptório: é aquele inalterável. É a regra. Após o término do 
prazo estipulado, haverá preclusão temporal e a parte não 
poderá mais realizar o ato. 
Art. 222, §1º, CPC: ao juiz é vedado reduzir prazos 
peremptórios sem anuência das partes. 
A exceção à preclusão temporal é a justa causa, que é o evento 
imprevisível não realizado pela parte e por ela não poderia ser 
evitado, e que trouxe consequências negativas. 
 
1.3. IMPRÓPRIOS E PRÓPRIOS 
Impróprio: quando o destinatário da norma é o Estado (juiz, 
MP, perito etc). A desobediência ao prazo não acarreta a perda 
da possibilidade de atuar posteriormente. Ou seja, não haverá 
preclusão temporal. 
Próprio: quando o destinatário da norma é a parte. E, se ela 
não cumprir, não poderá realizar o ato posteriormente. 
Também admite a justa causa, e, se o juiz reconhecer, deverá 
conceder à parte um prazo para a prática do ato, que pode ser 
igual ou diferente do prazo originário. 
 
2. AUSÊNCIA DE ESTIPULAÇÃO DE PRAZO 
Se a lei não fixar um prazo, o juiz deverá fazer. Mas, se o juiz 
também não fizer, haverá um prazo automático de 5 dias. 
Art. 218, §3º, CPC: os atos processuais serão realizados nos 
prazos prescritos em lei. Inexistindo preceito legal ou prazo 
determinado pelo juiz, será de 5 dias o prazo para a prática de 
ato processual a cargo da parte. 
 
3. PRERROGATIVAS DE PRAZO 
PJ de direito público (U/E/DF/M/, autarquias e fundações 
públicas – EP e SEM não!) têm prazo em quádruplo para 
contestar. Ou seja, o intervalo mínimo do recebimento da 
notificação até a audiência deverá ser de 20 dias (para os 
particulares são 5 dias). 
O MP, seja como parte ou como fiscal da lei, tem prazo em 
dobro para contestar e recorrer (contados da intimação 
pessoal). 
O prazo das PJ de direito público e do MP não 
alcança o prazo para apresentar contrarrazões, que 
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é simples! O prazo em dobro é para o recurso, e não 
para resposta do recurso. 
OJ 310 SDI-I: inaplicável ao PT a prerrogativa de prazo em 
dobro para os litisconsortes que possuem procuradores 
diferentes, em razão de incompatibilidade com a celeridade 
que lhe é inerente. 
 
4. REGRA SOBRE CONTAGEM DE PRAZOS 
A partir da reforma os prazos processuais passaram a ser 
contados em dias úteis. 
Art. 775 CLT: os prazos serão contados em dias úteis, com 
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. 
Início do prazo: se dá com a ciência do ato a ser realizado, ou 
seja, com recebimento da notificação. Assim, se recebida numa 
sexta, o início do prazo será no mesmo dia. 
Súmula 1 TST: quando a intimação tiver lugar na sexta, ou a 
publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo 
judicial será contado da segunda imediata, inclusive, salvo se 
não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se 
seguir. 
Início da contagem do prazo: ocorrerá no primeiro dia útil 
seguinte ao início da contagem do prazo será na segunda, caso 
dia útil, prosseguindo-se na contagem do prazo até o último 
dia. 
Súmula 262 TST: I – intimada ou notificada a parte no sábado, o 
início do prazo se dará no 1º dia útil imediato e a contagem, no 
subsequente. II – o recesso forense e as férias coletivas dos 
ministros do TST suspendem os prazos recursais. 
Considera-se dia não útil aquele que o expediente 
forense não for completo, isto é, se o expediente 
terminar antes da hora normal, o prazo será 
prorrogado para o próximo dia útil. 
Súmula 385 TST: I – incumbe à parte o ônusde provar, quando 
da interposição do recurso, a existência de feriado local que 
autorize a prorrogação do prazo recursal. II – na hipótese de 
feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão 
de admissibilidade certificar o expediente nos autos. III – na 
hipótese do inciso II, admite-se a reconsideração da análise da 
tempestividade do recurso, mediante prova documental 
superveniente, em agravo regimental, agravo de instrumento 
ou embargos de declaração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NULIDADES PROCESSUAIS 
1. PRINCÍPIOS RELACIONADOS ÀS NULIDADES 
1.1. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS/DA 
FINALIDADE 
Atingir a finalidade do ato processual é mais importante do que 
simplesmente seguir-se a forma imposta por lei. Se a finalidade 
for atingida mesmo com desrespeito à forma, o ato é válido. 
Exemplo: mesmo que a citação não seja entregue ao real 
destinatário no endereço, mas, ainda assim, a parte apresentar 
defesa, não haverá prejuízo, fazendo com que o ato seja válido. 
Art. 188 CPC: os atos e os termos processuais independem de 
forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, 
considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe 
preencham a finalidade essencial. 
Art. 277 CPC: quando a lei prescrever determinada forma, o juiz 
considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe 
alcançar a finalidade. 
 
1.2. PRINCÍPIO DA TRANSCENDÊNCIA/DO PREJUÍZO 
Somente haverá nulidade se do vício decorrer prejuízo. Se não 
houver prejuízo para aquele que é beneficiado pelo ato, não há 
razão para se repetir a prática dele. 
Nulidade = erro de forma + prejuízo. 
Art. 794 CLT: nos processos sujeitos à apreciação da JT só 
haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto 
prejuízo às partes litigantes. 
 
1.3. PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO/CONVALIDAÇÃO 
Só é aplicável às nulidades relativas, que são aquelas que 
devem ser alegadas pelas partes em momentos oportunos, sob 
pena de não se poder mencioná-las no processo. 
Exemplo: se a incompetência territorial não for alegada em 
preliminar de mérito na contestação, a não apresentação 
daquela tese de defesa impede a futura discussão acerca do 
vício, já que houve preclusão (a competência territorial será 
prorrogada). 
 
1.4. PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL 
A nulidade do ato processual só deve ser declarada como 
última opção, quando não for possível suprir a sua falta ou 
repetir o ato. Deve-se atenta, também, para a regra sobre o 
aproveitamento dos atos processuais, já que a nulidade de um 
ato pode acarretar ou não a nulidade dos demais, devendo o 
judiciário declarar aqueles que são atingidos pela nulidade. 
Art. 796, a, CLT: a nulidade não será pronunciada quando for 
possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato. 
Art. 797 CLT: o juiz ou tribunal que pronunciar a nulidade 
declarará os atos a que ela se estende. 
 
1.5. PRINCÍPIO DA UTILIDADE/CAUSALIDADE 
Apesar dos atos processuais serem concatenados, a nulidade 
de um não pode não prejudicar os demais posteriores. 
Art. 798 CLT: a nulidade do ato não prejudicará senão os 
posteriores que dele dependam ou sejam consequência. 
Art. 281 CPC: anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito 
todos os subsequentes que dele dependam, todavia, a nulidade 
de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam 
independentes. 
 
1.6. PRINCÍPIO DO INTERESSE 
Aquele que realizou a conduta capaz de gerar a nulidade não 
poderá argui-la para benefício próprio. Ou seja, “ninguém 
poderá se valer da própria torpeza”. 
Art. 796, b, CLT: a nulidade não será pronunciada quando 
arguida por quem lhe tiver dado causa. 
 
 
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2. ESPÉCIES DE NULIDADES 
2.1. IRREGULARIDADES 
É a mais simples forma de nulidade, pois são vícios que não 
impedem que o ato produza efeitos. Podem ser ignorados ou 
reconhecidos (corrigidos) de ofício pelo juiz ou por 
requerimento das partes. 
Art. 833 CLT: existindo na decisão evidentes erros ou enganos 
de escrita, de datilografia ou de cálculo, poderão os mesmos, 
antes da execução, ser corrigidos, de ofício, ou a requerimento 
dos interessados ou da procuradoria da JT. 
 
2.2. NULIDADE RELATIVA/ANULABILIDADE 
Ocorre quando o desrespeito à forma atinge norma jurídica de 
interesse privado. Somente as partes podem alegar o vício; o 
juiz não. 
Não sendo alegada pela parte prejudicada no primeiro 
momento, restará preclusa, ou seja, tornar-se-á sanada, não 
sendo lícita a alegação posterior. 
A nulidade relativa é considerada um vício sanável. 
 
2.3. NULIDADE ABSOLUTA 
Ocorre quando o desrespeito à forma atinge norma jurídica de 
ordem pública, de interesse do Estado, podendo ser 
reconhecida de ofício pelo juiz ou por requerimento da parte. 
A violação às matérias de ordem pública pode ser reconhecida 
a qualquer tempo, pois não incide o princípio da preclusão 
sobre elas, tendo em vista o interesse público em sua 
preservação. 
 
2.4. INEXISTÊNCIA 
Na inexistência, que é a espécie mais grave de nulidade, o ato 
sequer existe para o mundo jurídico, não sendo passível de 
produção de qualquer efeito. O ato sequer nasce. 
O vício não pode ser sanado, sendo o ato simplesmente 
desconsiderado para qualquer fim, haja vista não produzir 
efeitos jurídicos. 
IRREGULARIDADE 
NULIDADE 
RELATIVA 
NULIDADE 
ABSOLUTA 
INEXISTÊNCIA 
O ato produz os 
efeitos 
normalmente, já 
que o vício é 
mínimo 
O ato 
produz os 
efeitos até 
que a 
nulidade 
seja 
arguida 
pela parte, 
e continua 
produzindo 
se a parte 
não alegar 
no tempo 
oportuno 
O ato produz 
efeitos até 
que seja 
declarado 
nulo de ofício 
ou a 
requerimento 
da parte 
O ato não 
chega a 
produzir 
efeitos porque 
sequer nasce 
e gera 
consequências 
para o mundo 
jurídico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PETIÇÃO INICIAL 
O Estado é inerte e precisa da provocação da parte interessada 
para atuar. Para retirar a inércia do Estado, exerce-se o direito 
de ação através da apresentação da petição inicial (reclamação 
trabalhista). 
A RT poderá ser apresentada verbalmente. Nesse caso, 
primeiro ela será distribuída e depois será reduzida a termo (a 
parte deve retornar à JT em 5 dias para narrar os fatos). 
Alguns aspectos sobre a RT oral: 
• Não podem ser feitas por RT oral: dissídio coletivo e 
inquérito para apuração de falta grave 
• Perempção: a ausência ao ato de redução a termo da 
RT oral importa em perempção (perda do prazo de 6 
meses do direito de reclamar perante a JT) 
A RT, em regra, não precisa ser apresentada por advogado, de 
acordo com o princípio do jus postulandi. 
Art. 791 CLT: os empregados e os empregadores poderão 
reclamar pessoalmente perante a JT e acompanhar as suas 
reclamações até o final. 
Entretanto, o jus postulandi não se aplica a: 
• Ação rescisória 
• Ação cautelar 
• Mandado de segurança 
• Recursos de competência do TST 
• Homologação de acordo extrajudicial 
 
1. REQUISITOS LEGAIS 
Art. 840 CLT: sendo escrita, a reclamação deverá conter a 
designação do juízo, a qualificação das partes, a breve 
exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que 
deverá ser certo, determinado e com indicação. 
Requisitos do CPC que não estão previstos na CLT: 
• Fundamentos jurídicos: apesar da CLT não mencionar, 
entende-se pela necessidade de demonstrar os 
fundamentos jurídicos (violação à norma ocasionada 
pelo réu) 
• Pedido de notificação do reclamado: não há 
necessidade de pedido de notificação, por se tratar de 
ato automático 
• Valor da causa: é requisito da RT, de acordo com a 
reforma. A CLT fala em pedido certo, determinado e 
com a indicação do seu valor, o que demonstra a 
necessidade do valor da causa• Provas: não é necessário, uma vez que as provas são 
produzidas em audiência, sendo que as testemunhas 
são levadas sem necessidade de intimação 
Num resumo, a CLT só fala em: 
• Indicação da autoridade competente 
• Qualificação das partes 
• Breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio 
• Pedido 
• Valor da causa 
• Data e assinatura do subscritor 
 
2. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 
Súmula 263 TST: salvo nas hipóteses de indeferimento da 
petição inicial, o indeferimento da petição inicial, por 
encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à 
propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, 
somente é cabível se, após intimada para suprir a 
irregularidade em 15 dias, mediante indicação precisa do que 
deve ser corrigido ou completado, a parte não fizer. 
Hipótese de indeferimento da inicial: 
• Petição inepta 
o Falta de pedido ou causa de pedir 
o Pedido indeterminado, salvo as hipóteses 
legais de pedido genérico 
o Narração ilógica dos fatos 
o Pedidos incompatíveis entre si 
• Falta de interesse processual 
• Parte manifestamente ilegítima 
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Não se pode confundir o indeferimento da RT com a 
improcedência liminar do pedido, hipótese na qual o juiz julga 
improcedente o mérito. 
Hipóteses de improcedência liminar do pedido que contrariar: 
• Enunciado de súmula do STF ou STJ 
• Acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de 
recursos repetitivos 
• Entendimento firmado em IRDR ou IAC 
• Enunciado de súmula de TJ sobre direito local 
• Prescrição e decadência 
No rito sumaríssimo ainda há mais um requisito: o 
nome e o endereço do reclamado devem ser 
expostos corretamente, pois não é realizada a 
notificação por edital. Se a parte não cumprir esse 
requisito, haverá indeferimento da RT (extinção sem 
resolução do mérito. Não cabe emendas). 
 
2.1. RECURSO CABÍVEL DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO 
INICIAL 
Sendo indeferida, da sentença caberá o recurso ordinário. 
Peculiaridades do recurso interposto em face da sentença que 
indefere a RT: 
• O juiz poderá se retratar da sentença em 5 dias (efeito 
regressivo do recurso interposto em face da sentença 
que extingue o processo sem resolução de mérito) 
• Não havendo retratação, os autos não subirão de 
imediato para o tribunal. Há a necessidade de citação 
para a apresentação de defesa ao recurso 
(contrarrazões) antes do envio do recurso ao tribunal 
 
3. EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL 
A emenda na RT sempre será a primeira opção no PT, quando a 
peça tiver algum vício. Ou seja, antes de indeferir a RT, o juiz 
deve determinar prazo para que o autor a complete. 
Art. 321 CPC: o juiz, ao verificar que a petição inicial não 
preenche os requisitos dos art. 319 e 320 ou que apresenta 
defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de 
mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 dias, a 
emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser 
corrigido ou completado. 
Art. 321, p.ú., CPC: se o autor não cumprir a diligência, o juiz 
indeferirá a petição inicial. 
Súmula 263 TST: salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC, o 
indeferimento da petição inicial, por encontrar-se 
desacompanhada de documento indispensável à propositura 
da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é 
cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 
dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou 
completado, a parte não o fizer. 
Caso o autor não cumpra, sua RT será indeferida, com extinção 
do processo sem resolução do mérito, podendo ainda ser 
condenado ao pagamento das custas, salvo se beneficiário da 
JG. 
Súmula 299 TST: II – verificando o relator que a parte 
interessada não juntou à inicial o documento comprobatório da 
prova do trânsito em julgado da decisão rescindenda, abrirá 
prazo de 15 dias para que o faça, sob pena de indeferimento. 
A juntada posterior da certidão do trânsito em 
julgado é válida, se realizada no prazo de emenda da 
petição inicial. Contudo, o trânsito em julgado da 
decisão rescindenda deve ter ocorrido antes do 
ajuizamento da ação rescisória, pois o TST não 
permite a rescisória preventiva. 
O TST já definiu a impossibilidade de ser determinada a 
emenda da petição inicial no mandado de segurança, para 
juntada posterior de documentos, já que é exigida prova pré-
constituída. Se faltar algum documento é porque não está 
preenchida a condição da ação interesse processual adequação 
(direito líquido e certo), razão pela qual a demanda deve ser 
extinta sem resolução do mérito. 
 
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4. ADITAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 
Em síntese: 
• Antes da apresentação da defesa do réu (em 
audiência): é possível o aditamento, sem a 
necessidade de consentimento do reclamado 
• Após a apresentação da defesa: é possível o 
aditamento, desde que o reclamado consinta 
• Após o momento de defesa (fase instrutória): não 
pode o aditamento, mesmo que o reclamado consinta 
Não confundir com as regras do processo civil, que é 
até a citação, após a citação e até o saneamento. 
 
5. IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO 
Também chamado de improcedência prima facie, já que 
oportuniza ao judiciário o julgamento imediato de questões 
repetitivas, nas quais já se sabe inexistir direito ao reclamante. 
Art. 332 CPC: nas causas que dispensem a fase instrutória, o 
juiz, independentemente da citação do réu, julgará 
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I. Enunciado de súmula do STF ou STJ 
II. Acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de 
recursos repetitivos 
III. Entendimento firmado em IRDR ou IAC 
IV. Enunciado de súmula de TJ sobre direito local 
Art. 332, §1º, CPC: o juiz também poderá julgar liminarmente 
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de 
decadência ou de prescrição. 
Art. 332, §2º, CPC: não interposta a apelação, o réu será 
intimado do trânsito em julgado da sentença. 
Art. 332, §3º, CPC: interposta a apelação, o juiz poderá retratar-
se em 5 dias. 
Art. 332, §4º, CPC: se houver retratação, o juiz determinará o 
prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não 
houver retratação, determinará a citação do réu para 
apresentar contrarrazões, no prazo de 15 dias. 
A sentença deve ser de total improcedência. Assim, não há 
qualquer violação ao princípio do contraditório, pois mesmo 
não sendo citado, o réu não é prejudicado, uma vez que não 
tem nenhuma condenação. 
As hipóteses de julgamento liminar deixam claro que a matéria 
analisada diversas vezes pelo judiciário e que, por isso, o juiz 
possui segurança para negar o pedido do autor de forma 
liminar, já que o direito tende a não ser reconhecido pelo 
judiciário por contrariar aqueles julgamentos acima expostos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NOTIFICAÇÃO 
Diferente no processo comum, o termo notificação é usado de 
forma genérica no PT. A notificação engloba a comunicação 
sobre o ajuizamento da demanda e ciência do ato processual já 
realizado ou a realizar. 
Apenas no processo de execução é que a CLT fala em “citação” 
do executado, e não notificação. 
Sobre a notificação do réu: 
• É ato automático realizado pelo servidor da JT, no 
prazo de 48h a contar do recebimento da RT 
• A notificação do réu tem a finalidade dele comparecer 
à audiência e apresentar defesa 
• Entre o recebimento da notificação e a realização da 
audiência deve haver o prazo mínimo de 5 dias, sob 
pena de nulidade 
• Se o reclamado for PJ de direito público, o prazo entre 
o recebimento da notificação e a realização da 
audiência será considerado em quádruplo, ou seja, 20 
dias 
• No processo de conhecimento, a notificação é feita 
por via postal, com AR (não precisa ser pessoal) 
• No processo de execução, a notificaçãodeve ser 
pessoal, já que o executado deve ser cientificado da 
existência de condenação e da necessidade de seu 
cumprimento no prazo de 48h 
• Não será nomeado curador especial ao réu revel 
citado por edital 
Súmula 16 TST: presume-se recebida a notificação 48h depois 
de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o 
decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário. 
Se o reclamado morar fora da comarca, será notificado por via 
postal, não havendo necessidade de carta precatória. 
Art. 247, CPC: a citação será feita pelo correio para qualquer 
comarca do país, exceto: 
I. Nas ações de estado 
II. Quando o citando for incapaz 
III. Quando o citando for PJ de direito público 
IV. Quando o citando residir em local não atendido pela 
entrega domiciliar de correspondência 
V. Quando o autor, justificadamente, requerer de outra 
forma 
No rito sumaríssimo não existe a notificação do edital, já que é 
dever da parte indicar corretamente o endereço do reclamado. 
Não havendo o endereço correto, o processo será arquivado 
(extinção sem resolução do mérito). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESPOSTA DO RÉU 
No dia da audiência, o reclamado apresentará resposta caso 
seja infrutífera a primeira tentativa de conciliação. A defesa é 
apresentada oralmente, no prazo de 20 minutos, englobando 
todas as peças de defesa (contestação, exceções e 
reconvenção). Entretanto, na prática, os reclamados levam as 
defesas escritas, sendo apresentados os documentos também. 
Com a reforma, a parte pode optar por apresentar sua defesa: 
• Oral em audiência 
• Escrita até a audiência (PJE) 
Art. 847 CLT: não havendo acordo, o reclamado terá 20 
minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, 
quando esta não for dispensada por ambas as partes. 
Art. 847, p.ú., CLT: a parte poderá apresentar defesa escrita 
pelo sistema de PJE até a audiência. 
Havendo mais de um reclamado, cada um terá o prazo de 20 
minutos para apresentação oral de sua defesa. 
 
1. ESPÉCIES DE DEFESA 
O reclamado poderá apresentar diversas peças de defesa, cada 
uma com um objetivo (contestação, suspeição, impedimento 
etc). Todas as peças deverão ser apresentadas em 20 minutos. 
 
1.1. CONTESTAÇÃO 
É a principal peça de defesa do reclamado. Ao formular a 
contestação, o reclamado poderá apresentar matérias 
relacionadas ao processo (preliminares de mérito) e outras 
relacionadas aos fatos e fundamentos jurídicos (defesa de 
mérito). 
Na preliminar de mérito são várias as matérias (vícios e 
irregularidades) que o reclamado pode alegar: 
• Inexistência ou nulidade da citação 
• Incompetência absoluta (a relativa é alegada por 
exceção de incompetência) 
• Incorreção do valor da causa 
• Inépcia da RT 
• Perempção 
• Litispendência 
• Coisa julgada 
• Conexão 
• Incapacidade da parte 
• Defeito de representação ou falta de autorização 
• Convenção de arbitragem 
• Ausência de legitimidade ou de interesse processual 
• Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige 
como preliminar 
• Indevida concessão do benefício da gratuidade de 
justiça 
Com exceção da convenção de arbitragem, o juiz conhecerá de 
ofício todas essas matérias. 
Na defesa de mérito, existem 2 regras, que são consideradas 
como princípios: 
Princípio da impugnação especificada dos fatos: art. 341 CPC: 
incumbe ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações 
de fato constantes da RT, presumindo-se verdadeiras as não 
impugnadas, salvo se: 
I. Não for admissível, a seu respeito, a confissão 
II. A RT não estiver acompanhada de instrumento que a 
lei considerar da substância do ato 
III. Estiverem em contradição com a defesa, considerada 
em seu conjunto 
Art. 341, p.ú., CPC: o ônus da impugnação especificada dos 
fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e 
ao curador especial. 
O reclamado deve impugnar todos os fatos e pedidos contidos 
na RT, de maneira a evitar a confissão ficta, já que a ausência 
de defesa em relação a algum fato ou pedido importa em 
revelia, que gera a presunção de veracidade. Assim, a regra é a 
impossibilidade de o reclamado apresentar defesa genérica, 
apenas dizendo que o que o reclamante está alegando é 
mentira. 
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Logo, apresentar defesa por negação geral é o mesmo que não 
apresentar, pois vai gerar presunção de veracidade, salvo nas 
exceções legais. 
Princípio da eventualidade: art. 341 CPC: depois da 
contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: 
I. Relativas a direito ou a fato superveniente 
II. Competir ao juiz conhecer delas de ofício 
III. Por expressa autorização legal, puderem ser 
formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição 
Salvo as exceções, ao formular a defesa, o reclamado deverá 
reunir todos os argumentos e documentos e apresentar todos 
de uma vez só, na audiência, sob pena de preclusão. 
Compensação: é forma de extinção das obrigações, quando 
duas pessoas são credoras e devedoras ao mesmo tempo, 
tratando-se de hipótese de extinção indireta da obrigação. A 
compensação no âmbito trabalhista só é permitida entre 
dívidas de natureza trabalhista. 
Art. 767 CLT: a compensação, ou retenção, só poderá ser 
arguida como matéria de defesa. 
Súmula 48 TST: a compensação só poderá ser arguida com a 
contestação. 
Súmula 18 TST: a compensação, na JT, está restrita a dívidas de 
natureza trabalhista. 
Dedução: o reclamado demonstra que já foram efetuados os 
pagamentos relacionados às mesmas parcelas pleiteadas pelo 
reclamante. Pode ser requerida pela parte a qualquer tempo e 
grau de jurisdição, podendo ser reconhecida também de ofício. 
Retenção: o empregador retém objeto de titularidade do 
empregado, visando força-lo ao pagamento de dívida, devendo 
ser requerida na contestação, sob pena de preclusão. 
Art. 767: a compensação, ou retenção, só poderá ser arguida 
como matéria de defesa. 
 
 
1.2. EXCEÇÕES 
A CLT só prevê as exceções de suspeição e incompetência 
(impedimento não). 
Art. 799 CLT: nas causas da jurisdição da JT, somente podem 
ser opostas, com suspenso do feito, as exceções de suspeição 
ou incompetência. 
Por se tratarem de peça de defesa, deverão ser apresentadas 
oralmente na audiência ou por escrito no PJE até a audiência. 
 
1.2.1. Exceção de incompetência territorial 
É a peça adequada para o réu alegar a incompetência 
territorial, ou seja, alegar que a ação não foi ajuizada no local 
correto. O foro correto na JT é o local da prestação dos 
serviços, independentemente se a contratação ocorreu em 
outro lugar. 
A exceção deve ser apresentada em até 5 dias a contar do 
recebimento da notificação, antes da audiência. Ao ser 
apresentada a peça, será suspensa a realização da audiência, 
bem como o processo, para que seja processada e julgada 
primeiro a exceção. 
A exceção, apesar de ser uma peça de defesa, será 
apresentada antes da audiência, no prazo de 5 dias 
a contar do recebimento da notificação. 
O juiz intimará a parte contrária e eventuais litisconsortes para 
apresentação da manifestação no prazo comum de 5 dias, 
designando audiência caso entenda necessária a produção de 
prova oral. A produção de provas (depoimento pessoal e 
testemunhal) poderá ser realizada no local que foi afirmado 
como competente pelo excipiente (por carta precatória). 
Após a decisão do incidente, o processo retornará ao seu curso, 
com realização da audiência, apresentação de defesa e 
produção de provas perante o juízo que foi considerado 
competente. 
 
 
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1.2.2. Exceções de suspeição e impedimento 
Serão apresentadas quando houver quebra de imparcialidade 
do julgador. 
Art. 144 CPC: há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado 
exercer suas funções no processo:I. Em que interveio como mandatário da parte, oficiou 
como perito, funcionou como membro do MP ou 
prestou depoimento como testemunha 
II. De que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo 
proferido decisão 
III. Quando nele estiver postulando, como defensor 
público, advogado ou membro do MP, seu cônjuge ou 
companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou 
afim, em linha reta ou colateral, até o 3º grau, 
inclusive 
IV. Quando for parte no processo ele próprio, seu 
cônjuge ou companheiro, ou parente consanguíneo 
ou afim, em linha reta ou colateral, até o 3º grau, 
inclusive 
V. Quando for sócio ou membro de direção ou de 
administração de PJ parte no processo 
VI. Quando for herdeiro presuntivo, donatário ou 
empregador de qualquer das partes 
VII. Em que figure como parte instituição de ensino com a 
qual tenha relação de emprego o decorrente de 
contrato de prestação de serviços 
VIII. Em que figure como parte cliente do escritório de 
advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até 
o 3º grau, inclusive 
IX. Quando promover ação contra a parte ou seu 
advogado 
Art. 145 CPC: há suspeição do juiz: 
I. Amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de 
seus advogados 
II. Que receber presentes de pessoas que tiverem 
interesse na causa antes ou depois de iniciado o 
processo, que aconselhar alguma das partes acerca do 
objeto da causa ou que subministrar meios para 
atender às despesas do litígio 
III. Quando qualquer das partes for sua credora ou 
devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de 
parentes destes, em linha reta ou até o 3º grau, 
inclusive 
IV. Interessado no julgamento do processo em favor de 
qualquer das partes 
Ao reconhecer a suspeição e o impedimento, o juiz do trabalho 
remeterá os autos ao substituto legal. Caso não reconheça a 
situação, apresentará as suas razões no prazo de 15 dias, 
remetendo os autos ao tribunal. Ao julgar o incidente, o 
tribunal determinará o seu arquivamento ou, reconhecendo o 
vício, condenará o juiz nas custas processuais, determinando a 
remessa dos autos ao substituto legal. 
Com relação aos efeitos, o relator poderá atribuir efeito 
suspensivo ou não. 
 
1.3. RECONVENÇÃO 
É um contra ataque do réu ao autor, no mesmo processo. O 
reclamado não é obrigado a apresentar reconvenção; pode 
fazer por ação autônoma. Ou seja, o fato de o réu não ter 
apresentado reconvenção, no prazo de defesa, não impede o 
ajuizamento posterior de ação autônoma, não havendo, 
portanto, preclusão. 
Art. 343 CPC: na contestação, é lícito ao réu propor 
reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a 
ação principal ou com o fundamento da defesa. 
Não é preciso apresentar contestação para a parte apresentar a 
reconvenção, pois são pretensões diversas, independentes 
entre si. Na contestação o réu pede para não ser condenado, 
enquanto na reconvenção o pedido é de condenação do autor. 
Para a reconvenção, é necessário preencher os seguintes 
requisitos: 
• Competência: o juízo da ação principal deve possuir 
competência para julgar a pretensão exposta na 
reconvenção 
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Última atualização em 08/02/2022. 
• Conexão entre a ação principal e a reconvenção 
• Pendência de ação: a apresentação de reconvenção 
decorre da pendência de ação principal, já que aquela 
se utilizará do procedimento instaurado pelo 
ajuizamento da demanda originária 
Apesar da ação principal e reconvenção se utilizarem do 
mesmo procedimento, são tratadas como duas ações 
independentes, autônomas, o que significa dizer que a extinção 
de uma não obsta o prosseguimento da outra. 
Art. 343, §2º, CPC: a desistência da ação ou a ocorrência de 
causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta 
ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. 
Procedimento: a reconvenção é apresentada na audiência → 
juiz designa nova audiência → o autor poderá apresentar 
contestação à reconvenção na nova audiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVELIA 
A ausência do reclamado à ausência importa em revelia, com 
presunção de veracidade dos fatos narrados, desde que não 
haja motivo relevante. A presença apenas do advogado do 
reclamante, estando ausente o preposto ou quem lhe 
represente também gera revelia, uma vez que o advogado não 
pode ser advogado e preposto ao mesmo tempo. 
A revelia no PT se dá pelo não comparecimento do 
reclamado, e não pela ausência de defesa. 
Art. 844 CLT: o não comparecimento do reclamante à audiência 
importa o arquivamento da reclamação, e o não 
comparecimento do reclamado importa revelia, além de 
confissão quanto à matéria de fato. 
Súmula 122 TST: a reclamada, ausente à audiência em que 
deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu 
advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia 
mediante a apresentação de atestado médico, que deverá 
declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do 
empregador ou do seu preposto no dia da audiência. 
Art.844, §5º: ainda que ausente o reclamado, presente o 
advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os 
documentos eventualmente apresentados (entretanto, isso não 
afasta a revelia). 
OJ 245 SDI-I: inexiste previsão legal tolerando atraso no horário 
de comparecimento da parte na audiência. 
São efeitos da revelia: 
• Presunção de veracidade dos fatos narrados pelo 
autor: a presunção relativa de veracidade não impede 
o juiz de determinar a produção de provas, haja vista 
os seus poderes instrutórios 
• Julgamento antecipado da lide: a presunção de 
veracidade dos fatos trazidos pelo autor torna 
possível o julgamento antecipado da lide, que consiste 
na dispensa da fase instrutória para imediato 
julgamento. Ou seja, o juiz dispensa a produção de 
provas e profere sentença 
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• Desnecessidade de intimação do réu dos atos 
processuais, com fluência automática dos prazos (só 
deve ser intimado da sentença) 
Art. 344 CPC: se o réu não contestar a ação, será considerado 
revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato 
formuladas pelo autor. 
Art. 370 CPC: caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da 
parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do 
mérito. 
Art. 370, p.ú., CPC: o juiz indeferirá, em decisão fundamentada, 
as diligências inúteis ou meramente protelatórias. 
Súmula 74, III, TST: a vedação à produção de prova posterior 
pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o 
exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o 
processo. 
Art. 345 CPC: a revelia não produz efeito se: 
I. Havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a 
ação 
II. O litígio versar sobre direitos indisponíveis 
III. A petição inicial não estiver acompanhada de 
instrumento que a lei considere indispensável à prova 
do ato 
IV. As alegações de fato formuladas pelo autor forem 
inverossímeis ou estiverem em contradição com 
prova constante dos autos 
Mesmo havendo revelia, o juiz não está obrigado a 
julgar antecipadamente a lide, já que pode 
determinar a produção de provas, já que os seus 
poderes instrutórios foram reconhecidos pelo CPC, 
permitindo àquele a produção de qualquer meio de 
prova em direito admitido. 
Art. 346 CPC: os prazos contra o revel que não tenha patrono 
nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no 
órgão oficial. 
Art. 346, p.ú., CPC: o revel poderá intervir no processo em 
qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. 
AUDIÊNCIA 
É o principal procedimento em 1º grau de jurisdição, já que a 
maioria dos atos processuais é nela realizada. 
 
1. CARACTERÍSTICAS 
É ato público. A audiência só será realizada “a portas fechadas” 
quando houver interesse público ou para a defesa da 
intimidade de uma das partes. 
São realizadas em dias úteis, na sede do juízo, entre 8h e 18h,

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