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Aula 1 2 - novas arquiteturas pedagógicas

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Novas Arquiteturas Pedagógicas
A sociedade está em constante mudança, a educação como um pilar de um corpo social não difere, as transições educacionais acontecem em períodos e processos. 
José Esteve em seu livro “A Terceira Revolução Educacional” observa essas etapas educacionais de transições e as define e divide em três transformações. A primeira acontece no Egito, com as introduções das escolas para alta sociedade, criadas pelo império egípcio para formação dos Escribas, responsáveis pela escrita e textos divinos que são os hieróglifos, essa escola está vinculada com a religião e sua mitologia, a importância da escrita e da formação dos escribas para comunicação com a divindade era primordial no império, pois toda a coletividade egípcia era aglutinada a devoção e seus preceitos.
A coerência da educação era exclusiva, ou seja, era individual de um mentor para um discipulo. Essa pedagogia formal era restrita para uma elite, processo que persistiu por volta de 2000 anos, privilegiando nobres, reis, eclesiásticos, no caso de Aristóteles mestre de Alexandre, o Grande ou na Idade Média com a família Médici que contratava grandes pensadores da época para instruir os filhos da aristocracia, esse período de privilégio da alta sociedade também está entrelaçado com épocas de opressão e dominação sobre os mais frágeis na estrutura social. 
A segunda revolução vem com o surgimento dos Estados Nacionais, a educação ainda fica sobre regência da Igreja e sua ideologia, exemplo claro é a catequização dos nativos nas colônias Espanhola e Portuguesa. Porém após a solidificação dos Estados Nacionais Europeus, os reis assumem o manejo da educação, e tem como símbolo o decreto do rei Frederico Guilherme II da Prússia em 1787, que define a educação como pública a juízo do estado. Nicolau Maquiavel e seu pensamento político que se torno tendencia entre os líderes de estados moderno e contemporâneo, mostra que, a educação garante delinear o comportamento dos sujeitos de maneira que seja viável direcioná-la a uma lei adequada com o bem público, dessa forma o controle do ensino pelo poder do governo é essencial para seus interesses. 
 O espaço educacional deixa de ser entre orientador e orientado, o ensino exclusivo da alta sociedade é popularizado nas sociedades mediterrâneas que ganha sua forma moderna com uma nova arquitetura. Com o início da industrialização e ascendência da burguesia a educação se torna uma finalidade para os burgueses. O lugar de ensinar agora é uma sala de aula, o professor no papel central, dono do conhecimento que antes só era encontrado nos mosteiros, agora estava presente em bibliotecas também, os alunos se tornam ouvintes e receptores, o modelo tradicional ganha sua raiz no século XVIII.
O professor nesse modelo é detentor e tem como principal competência ensinar um número de alunos em um recinto arquitetado para ordenação dos saberes, e os alunos vigiados e controlados se tornam um deposito da concepção social, ideológica e hierárquica do docente. Para Michel Foucault o Ser moderno manifesta-se por meio de seus mecanismos, e o modelo Panóptico é um instrumento arquitetônico de reprimir e produzir cidadãos, presente em instituições públicas, a vigilância viabiliza que os sujeitos sejam instruídos, governados, capacitados se tornando reprimidos e submissos para não se tornarem perigosos ou questionadores na sociedade, se caso falhar a prisão é o mecanismo que lhe resta para subjetivação do indivíduo.
Fonte:https://universodafilosofia.com/2017/12/o-panoptico-de-foucault-em-vigiar-e-punir/ - Acesso em: 02 outubro 2021.
Fonte:http://www.ead.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/fundamentos_socio_filosoficos da educação/Fasciculo_09.pdf - Acesso em: 02 outubro 2021.
Foucault mostra que a homogeneização do aprendizado é essencial para eficiência da instituição e do mecanismo, a divisão por séries possibilita que as estruturas curriculares tenham o controle do aprendizado que é entregue por idade e período como bimestral, semestralmente, anual. Essa padronização dos semelhantes é excludente aos que não se harmoniza a esse sistema com reprovação. Esse método educacional prioriza apenas aqueles que se adequam a ele, para que eles sejam a reprodução de uma sociedade que conservara a divisão entre o oprimido e o opressor, os demais são excluídos legitimamente, como os pobres, escravos, deficientes, crianças com dificuldades de aprendizados entre outros dependendo da sociedade e cultura.
No final do século XIX e início do XX, a evolução da força capitalista, liberal procura um ensino que qualifique a mão de obra do sujeito e seus desenvolvimentos intelectuais. A terceira Revolução Educacional democrática e universal desponta, a revolução francesa como fonte da luta que se manifestará no mundo em várias formas e enfrentamentos por igualdade entre homens e mulheres, etnias, raças, classes sociais e ideologias conquista o direito da educação a todos. No Brasil por exemplo apenas em 1988 a educação é vista como direito de todos. 
Essa universalização vem com dificuldades e desafios educacionais, pois o espaço se torna público, se multiplica através do acesso à escola, as diferenças dos alunos e a luta pela qualidade do ensino para cada um é o foco do professor. Os pensadores da educação buscam entender a melhor forma para que esse modelo universal da escola ganhe excelência no seu dia a dia, mas esse modelo não se adequa aos moldes tradicionais pensados no século XVIII, no qual os mecanismos priorizam a homogeneização do sujeito, a padronização dos saberes para uma reprodução social conservadora e excludente de receptores vigiados e punidos.
O professor precisa se deparar com dificuldades diferentes e problemas distintos em uma sala de aula diversificada com 30, 40, 50 ou mais alunos, o docente no mundo está entre os profissionais que mais se afastam por problemas de saúde psicológica, frustrações, estresses, ansiedades e angústias se tornaram presente em um ofício desvalorizado, no caso do Brasil. O conflito diário, entre o aprender e o ensinar, não contribui para o desenvolvimento do aluno que quer aprender e os que não estão com o mesmo objetivo na sala de aula, o professor ainda se enxergando como o detentor dos saberes em uma sociedade globalizada e tecnológica, na qual o smartphone o computador lhe proporciona informações sobre o universo em segundos na palma de suas mãos.
 Assim vem constituindo à Quarta Revolução Educacional, se estruturando através de novas arquiteturas pedagógicas, pressupondo mudanças de saberes e conteúdos na escola, novas formas de ensinar e aprender, métodos inovadores de ensino, para que as relações dentro do âmbito escolar se tornem atual com o mundo em que estamos inseridos. O aluno é o centro do processo mediado pelo professor, e o saber está em todos os espaços que o indivíduo está presente, não apenas na sala de aula. Pois como Paulo Freire diz “Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender” e esse ciclo se torna constante é todas as esferas sociais.

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