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Aula 1 - Educação e Emancipação - Uma Abordagem Filosófica^

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Aula 1 - Educação e Emancipação: Uma Abordagem Filosófica.
A educação para Theodor Adorno, Angela Davis e Bell Hooks é um propósito à autonomia emancipatória do Ser, um escudo e uma espada para nos livrarmos da barbárie intrínseca nas sociedades e nos seus sistemas desiguais e individualistas de desumanização. 
Adorno usa como exemplo o campo de concentração de Auschwitz, a barbárie criada pelo “racionalismo” nazista, ambicionado por um líder e sua ideologia execrável, é um exemplo de um longo processo de alienação moral e ética, ordenado por uma ativa indústria cultural. A alienação então surge da ignorância e da falta do esclarecimento, multiplicados na escola com à educação bancária que para Freire visa manter a divisão dos que sabem e os que não sabem, em seus modelos tradicionais de reprimir, vigiar e punir o oprimido. 
Os regimes políticos fascista, nazista, imperialista, colonialista, escravagista, não serão esquecidos e sim lembrados e estudados, ainda estão presentes, Bertolt Brecht dizia que: “Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso”. O esclarecimento, questionamento e autorreflexão do sujeito reprimido, são instrumentos pedagógicos para combater o retorno e a ascensão da brutalidade por quaisquer ideologias nocivas e excludentes, mas também é necessário para identificarmos os criminosos, cúmplices e tiranos.
Adorno vivencio o processo nazista de apartheid contra os judeus, Angela Davis e Bell Hooks experienciaram o apartheid instituído no E.U.A com as leis Jim Crow (1870-1960), que estruturava hierarquias raciais e fixava a segregação no Sul do país, segregação essa enfrentada em uma luta teórica e prática. 
A militância e radicalidade do feminismo negro, dos Panteras Negras antiescravagista, anticapitalista, socialista é mostrada e evidenciada pela história de força e luta de Angela Davis e sua importância, simbólica e intelectual para as mulheres negras e toda classe vulnerável estadunidense, Davis diz que: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”, para que isso seja possível todos precisamos agir, Bertold Brecht nos mostra em seu poema uma reflexão sobre agir em tempos obscuros onde a conciliação e empatia são primordiais para sobrevivência do próximo, Brecht disserta: “Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso. Eu não era negro. Em seguida levaram alguns operários, mas não me importei com isso. Eu também não era operário. Depois prenderam os miseráveis, mas não me importei com isso, porque eu não sou miserável. Depois agarraram alguns desempregados, mas como eu tenho um emprego, também não me importei. Agora... Agora estão me levando. Mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo”.
A importância da união das classes oprimidas transgredindo estruturas opressoras através da educação crítica é motivo da luta de Bell Hooks, uma professora negra, que através de Paulo Freire encontra uma fonte para sua pedagogia transgressora e tece críticas e reflexões que acrescentam o pensamento de Freire, se aprofundando na teoria feminista da pedagogia radical, como professora incorpora a práxis insurgente no âmbito escolar, reconhecendo a distinção de classe social, raça, gênero, nacionalidade e cultura. 
O arcabouço teórico e empírico dos pensadores contribui para o entendimento de suas semelhanças colossais com à história brasileira e suas barbáries, mas apenas os intelectuais nacionais, com suas críticas qualificadas dos nossos contextos, expõem as atrocidades enraizadas no racismo e patriarcalismo no Brasil. 
Para que esses processos sejam evitados, eles precisam ser estudados, desde a desumanização opressora da invasão colonialista europeia à marcha do flerte autoritário do bolsonarismo. O esclarecimento e o questionamento necessita estar presente na escola, em seus educadores e estudantes por meio de pensadores como Paulo Freire, Lélia Gonzalez, Milton Santos, Beatriz Nascimento, Jessé Souza, Florestan Fernandes, Sueli Carneiro, Silvio de Almeida, Djamila Ribeiro, Rodney William, Sabrina Fernandes entre outros, que iram contribuir para a emancipação e autonomia política e sociocultural das escolas. 
A metodologia emancipatória deve ser inserida na esfera escolar, comunitária e social, do micro para o macro, contemplando o desenvolvimento do sujeito esclarecido em conjunto com todos os saberes e disciplinas. A coerência crítica do processo histórico que o oprime, deve ser questionada e dissolvida pela emancipação educacional com prática, teoria e prática. 
Para que Senzalas, Auschwitz e Sistemas Carcerários racistas não se estruturem, o esclarecimento e o questionamento são os instrumentos a serem aprimorados pelos dominados, Frantz Fanon da ênfase na importância do questionar, entoando: “Ô meu corpo, faça sempre de mim um homem que questiona”. 
A erradicação da barbárie acontece quando o oprimido identifica o opressor, desprezando abstrações de sua realidade produzidas pelo autocrático maquiavélico, criando então sua própria realidade por meio da educação emancipatória. Através da humanização a educação concebe sua forma de emancipação, e mostra seus efeitos no sujeito resistente a esse processo, fazendo questionar aquilo que lhe é imposto.

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