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Aula Prática de Coloração de Gram Prof. Viviane Longuini Página 1 INTRODUÇÃO Desde o trabalho original de Hans Gram, vários pesquisadores tentaram, com pouco sucesso, determinar o mecanismo envolvido no método de coloração. Conceitos diversos têm sido apresentados, tais como: i) A existência de um substrato Gram-positivo e específico; ii) As bactérias Gram-positivas e Gram-negativas possuiriam diferentes afinidades com o corante primário cristal de violeta; iii) A existência de diferentes graus de permeabilidade na parede dos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. Este último é o mais aceito atualmente. Tanto a espessura da parede celular, quanto as dimensões dos espaços intersticiais, por exemplo, diâmetro do poro , parecem ser determinantes do resultado final da coloração de Gram. Segundo esse conceito, quando as estruturas celulares são cobertas pela violeta-de-metila, todas se coram em roxo. Com a adição do lugol, também chamado de mordente, ocorre a formação do completo iodo-pararosanilina. Esta reação tem a propriedade de fixar o corante primário nas estruturas coradas. Algumas estruturas perdem a cor violeta rapidamente, quando se aplica um agente descorante, como álcool etílico, enquanto outras perdem sua cor mais lentamente ou não perdem a cor. A safranina cora as estruturas que foram descoradas. Escherichia coli (Gram Negativa) e o Staphylococcus Aureus (Gram Positivo). A Escherichia coli (E. coli) assume a forma de um bacilo e pertence à família das Enterobacteriaceae. São aeróbias e anaeróbias facultativas. O seu habitat natural é o lúmen intestinal dos seres humanos e de outros animais de sangue quente. Possui múltiplos flagelos dispostos em volta da célula. A E. coli é um dos poucos seres vivos capaz de produzir todos os componentes de que é feita, a partir de compostos básicos e fontes de energia suficientes. Ela é lactase positiva, uma enzima fermentadora de açucares que é grandemente responsável pela flatulência de cada pessoa, especialmente após o consumo de leite e seus derivados. Possuem fímbrias ou adesinas que permitem a sua fixação, impedindo o arrastamento pela urina ou diarréia. Muitas produzem exotoxinas. São susceptíveis aos ambientes secos, aos quais não resistem. Possuem lipopolissacarídeo (LPS), como todas as bactérias Gram- negativas. Esta molécula externa ativa o sistema imunitário de forma desproporcionada e a vaso dilatação excessiva provocada pelas citosinas produzidas pode levar ao choque séptico e morte em casos de septicémia. Na E. coli, o genoma tem quase 5 milhões de pares de bases e vários milhares de genes codificando mais de 4000 proteínas (o genoma humano tem 3 mil milhões de pares de bases e cerca de 27.000 proteínas). Aula Prática de Coloração de Gram Prof. Viviane Longuini Página 2 Staphylococcus aureus, também conhecido como estafilococo dourado, é uma espécie de estafilococo coagulase-positivos. É uma das espécies patogênicas mais comuns, juntamente com a Escherichia coli. É a mais virulenta espécie do seu gênero. Têm forma esférica (são cocos), cerca de 1 micrometro de diâmetro, e formam grupos com aspecto de cachos de uvas com cor amarelada, devido à produção de carotenóides, sendo daí o nome de "estafilococo dourado". Cresce bem em ambientes salinos. Cerca de 15% dos indivíduos são portadores de S. aureus, na pele ou nasofaringe. A infecção é freqüentemente causada por pequenos cortes na pele. A coloração de Gram é um método de coloração de bactérias que consiste no tratamento sucessivo de um esfregaço bacteriano, fixado pelo calor, com os reagentes cristal violeta, lugol, etanol-acetona e fucsina básica. Essa técnica permite a separação de amostras bacterianas em Gram-positivas e Gram-negativas e a determinação da morfologia e do tamanho das amostras analisadas. O método da coloração de Gram é baseado na capacidade das paredes celulares de bactérias Gram-positivas de reterem o corante cristal violeta no citoplasma durante um tratamento com etanol-acetona enquanto que as paredes celulares de bactérias Gram- negativas não o fazem. Procedimento: 1- Confeccionar o esfregaço; 2- Corar com violeta de cristal por 60 segundos; 3- Lavar com esguicho de água destilada; 4- Cobrir com Iodo de Gram ou Lugol por 60 segundos; 5- Lavar com esguicho de água destilada; 6- Descorar com álcool a 95%, ou acetona, 10-20 segundos; 7- Lavar com esguicho de água destilada; 8- Corar com safranina por 60 segundos; 9- Lavar com água destilada, secar e observar ao microscópio. Resultados: Gram (+) coram de roxo, gram (-) coram de rosa. A lavagem com álcool 99,5º GL dissolve o complexo corante-iodo, e a se a parede celular for permeável a este, arrasta-o para fora da célula. As bactérias capazes de preservar a coloração roxa do 1º corante, o violeta de Genciana, designam-se por Gram positivas. As bactérias que, após a diferenciação com álcool-acetona, são incapazes de reter o violeta de Genciana, designam-se por Gram negativas, corando pela fucsina diluída que se fixa apenas nas bactérias Gram-negativas. Nesta etapa de diferenciação, as bactérias gram- positivas coram-se de roxo e as bactérias gram-negativas descoram-se por possuírem uma parede celular menos espessa em relação à parede das gram- positivas. Aula Prática de Coloração de Gram Prof. Viviane Longuini Página 3 METODOLOGIA • Bico de Bulsen, • Alça de Platina; • Tubos de Ensaio; • Algodão; • Estante para tubo de ensaio; • Conta-gotas; • Placa de Patrick; • Hagar Chocolate; • Microscópio Ótico • Lamina • Lamínula • Cristal Violeta • Lugol • Fucsina Métodos Com todos os materiais sobre a bancada inicia-se pelo processo de esterilização da alça de platina sobre o bico de bulsen, para esterilizá-la deve-se segura-la da mesma forma como se segura uma caneta, e rodá-la em cima do bico de bulsen para que o fogo percorra toda sua extensão, depois deve-se incliná-la aproximadamente 45º e esperar que ela fique incandescente; após a esterilização a alça de platina deve ficar apoiada no bico de bulsen para que ela não saia da área de proteção do mesmo. Tudo que for pego com a mão direita ou esquerda deve-se permanecer neste mesmo lado, visto que a troca de objetos de uma mão para a outra pode ocasionar acidentes devido ao risco que o bico de bulsen apresenta por se tratar de um emissor de chama. Manuseando na área de segurança, pega-se o tubo de ensaio, retira-se o algodão que esta tampando-o e com um conta gotas coleta-se a salina que está no tubo; esta salina deve ser pingada (uma gota) na lâmina que vai ao microscópio; no final deste procedimento deve-se passar o tubo de ensaio no bico de bulsen e tampá-lo novamente com algodão. Segurando de maneira leve a alça de platina, deve se abrir a placa de Patrick e esfregar a alça nela superficialmente para que possa ser retirada uma finíssima camada de microrganismos que ali cresceram; tampa-se novamente a placa e realiza-se um esfregaço desta camada na lâmina que contem a salina. Aula Prática de Coloração de Gram Prof. Viviane Longuini Página 4 Com o bico de bulsen aceso, e com um prendedor segurando a lamina, realiza-se a secagem da placa de maneira lenta, sem que ela corra risco de estourar. Após a secagem foi realizado o processo de coloração; para corar devem-se realizar os seguintes passos: a. Pingar o cristal violeta e esperar um minuto b. Sobre ele pingar lugol e esperar mais um minuto, c. Colocar solução de álcool cetona e lavar com água, d. Cobrir com Fucsina e esperar 30 segundos, e. Lavar e deixar secar. Observar ao microscópio em menor aumento e, a seguir, colocar 1 gota de óleo mineral na lâmina e focalizar com objetiva de imersão. Desenhar as bactérias observadas considerando o tipo de coloração (Gram + ou -), a forma e o arranjo das células. Após o uso, a objetiva de imersãodeve ser limpa com papel absorvente. As bactérias que tiverem a característica irão formar cristais violeta em seu interior e se diferenciarão das demais pela coloração mais acentuada. Desenhe o que você observou: OBSERVAÇÃO: Lâmina: Lâmina: Aumento: Aumento: Aula Prática de Coloração de Gram Prof. Viviane Longuini Página 5 Lâmina: Lâmina: Aumento: Aumento: 7-CONCLUSÃO: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Aula Prática de Coloração de Gram Prof. Viviane Longuini Página 6 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Complete o quadro a seguir. Aula Prática de Coloração de Gram Prof. Viviane Longuini Página 7 Como você explica o comportamento das bactérias G + e G - na coloração de Gram? As bactérias do gênero Mycobacterium não se coram pelo método de Gram. Qual seria uma explicação para esse fato?
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